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Microbiologia e Imunologia Clínica

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Prévia do material em texto

Professora Dra. Érica Benassi Zanqueta
MICROBIOLOGIA E 
IMUNOLOGIA CLÍNICA
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Bruna de Lima Ramos
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Z33m Zanqueta, Érica Benassi
 Microbiologia e imunologia clínica / Érica Benassi 
 Zanqueta. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 91 p.: il. Color.
 1. Microbiologia. 2. Imunologia. 3. Imunologia clínica. I. 
 Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância.
 III. Título.
 
 CDD : 23 ed.616.079 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
AUTORA
Professora Dra. Érica Benassi Zanqueta
Biomédica, mestre e doutora em Ciências Farmacêuticas, atuante na docência desde 
2018. Sou uma apaixonada por pesquisa, curiosidades, análises clínicas, estética e 
desenvolvimento de fármacos e cosméticos. Também sou especialista em educação à 
distância e gosto de atender aos meus alunos sempre de forma humanizada, enfatizando 
que essa é a base do profissional de saúde. 
● Graduação: Biomedicina (UNICESUMAR - 2012);
● Mestrado: Ciências Farmacêuticas - Microbiologia de Produtos Naturais e Sintéticos 
(Universidade Estadual de Maringá - 2014);
● Doutorado: Ciências Farmacêuticas - Microbiologia de Produtos Naturais e Sintéticos 
(Universidade Estadual de Maringá - 2018);
● Atuante na docência desde 2019 na UNIFAMMA - Maringá - PR;
● Coordenadora de cursos da saúde presencial e EaD desde 2019 na UNIFAMMA - 
Maringá - PR;
● Experiência em informática em saúde e suporte ao cliente;
● Produtora de materiais didáticos para cursos da saúde e pós-graduação em saúde.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1191279307741987
 http://lattes.cnpq.br/1191279307741987
4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá querido (a) aluno (a), seja bem vindo (a)!
 Sou a professora Érica e estarei com você durante a fascinante viagem pela 
microbiologia e imunologia clínica. Este mundo fantástico onde vivem microrganismos e 
células imunológicas e nós, laboratoristas, temos que nos adaptar e tentar viver também. 
Sendo assim, será necessário que vocês retomem alguns conceitos prévios sobre 
microbiologia e imunologia básica que, neste ponto de seu curso, já foram estudados.
 Na primeira unidade, vamos abordar os principais métodos de coleta de amostras 
clínicas, principalmente no laboratório de microbiologia. Pensem bem, uma amostra que foi 
coletada errada, pode ter sido contaminada com microrganismos externos e não fazer jus 
à doença do paciente, correto? Ou pior, a contaminação pode ocorrer durante o processo 
de transporte, por mau acondicionamento. Em seguida abordaremos os principais meios 
de cultura utilizados e os conceitos gerais de biossegurança e controle de qualidade no 
laboratório de microbiologia clínica, protegendo tanto o laboratorista, quanto a amostra do 
paciente.
 Na segunda e terceira unidades, vamos abordar de fato os principais métodos de 
coleta, cultivo e microrganismos de cada grande sistema do nosso corpo, na seguinte 
ordem: trato respiratório; sistema nervoso central; trato urinário; pele e infecções sistêmicas. 
Encerrando a microbiologia clínica, na unidade III vamos falar sobre a importância dos testes 
de susceptibilidade aos antimicrobianos e como é realizado o diagnóstico das infecções 
fúngicas.
 Por fim, encerramos a nossa apostila falando um pouco sobre imunologia clínica. E 
aqui há um mundo cheio de possibilidades para explorar, visto que o sistema imunológico 
é muito complexo e compreende uma vasta gama de células e partículas que podem ser 
exploradas do ponto de vista diagnóstico. Portanto, vamos falar dos principais testes utilizados 
para as doenças no geral, incluindo as doenças virais e as alergias (hipersensibilidades).
 Ufa! É bastante conteúdo, mas espero que vocês aproveitem. E não se esqueçam de 
checar os materiais complementares que disponibilizamos a todos. Um abraço e até breve!
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Introdução ao Estudo Microbiológico
UNIDADE 2
Exames Microbiológicos - Parte 1
UNIDADE 3
Exames Microbiológicos - Parte 2
UNIDADE 4
Imunologia Clínica
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Plano de Estudos
 ● Coleta, transporte e armazenamento de material microbiológico;
 ● Principais meios de cultura utilizados na microbiologia clínica;
 ● Biossegurança em laboratório de microbiologia;
 ● Controle de qualidade em microbiologia.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Conceituar e contextualizar os principais métodos de coleta, transporte e 
armazenamento de amostras microbiológicas; 
 ● Compreender as diferenças e semelhanças dos meios de cultura utilizados 
para cultivo de bactérias e fungos;● Estabelecer a importância da biossegurança no laboratório de microbiologia, 
enfatizando a utilização de EPIs;
 ● Apresentar os conceitos sobre controle de qualidade em microbiologia.
1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 
AO ESTUDO AO ESTUDO 
MICROBIOLÓGICOMICROBIOLÓGICO
Professora Doutora Érica Benassi Zanqueta
INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO 7
 
 Você já parou para pensar na quantidade de laudos errados que são liberados 
diariamente aos pacientes? Quando esses erros acontecem no setor de microbiologia de 
um laboratório, pode culminar com uma infecção mal tratada ou não-tratada e morte do 
paciente. Ou até mesmo, tratamentos desnecessários que podem levar a falhas sistêmicas 
e danos irreversíveis, por erros que poderiam ter sido evitados.
 Quando se trabalha buscando a excelência, a equipe de saúde que participa do 
cuidado do paciente pode confiar no resultado entregue pelo laboratório e, portanto, tratar o 
paciente da maneira mais completa possível. Há algumas décadas a literatura especializada 
em saúde, preconiza a importância dos procedimentos pré-analíticos nos exames, incluindo 
a coleta e o manuseio das amostras. Mesmo que eu tenha o analista mais experiente e o 
equipamento mais moderno e sofisticado, se a amostra tiver sido colhida de forma indevida, 
o resultado estará errado. 
A estes erros ocorridos antes da análise, damos o nome de erros pré-analíticos, 
que podem ser: identificação incorreta do paciente, tubos e meios de coleta equivocados, 
utilização de aditivos inadequados, erros na rotulagem, tempo inadequado entre coleta e 
análise e erros ‘burocráticos’. Ou seja, por mais que o teste seja realizado de forma correta 
e com padronização, caso a fase anterior tenha ocorrido de modo equivocado, ele ficará 
errado. 
Portanto, caros alunos, o conhecimento dessas variáveis e a padronização dos 
procedimentos laboratoriais é essencial para a interpretação correta dos exames, bem 
como do aproveitamento total dos exames pela equipe de cuidado. Vamos ver, ao longo 
dessa unidade, quais são as principais etapas que norteiam a coleta de amostras biológicas 
no laboratório de microbiologia, bem como meios de cultura utilizados e boas práticas e 
biossegurança nos processos. 
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UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
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 1 COLETA, TRANSPORTE E 
ARMAZENAMENTO DE 
MATERIAL MICROBIOLÓGICO
TÓPICO
8
Os processos de coleta e transporte de amostras clínicas são fundamentais no 
processo de diagnóstico. A preservação das características dos microrganismos pode 
ser seriamente comprometida quando as condições de coleta e transporte estão fora do 
preconizado. O transporte destas amostras deve ser feito em condições rigorosas e com 
equipamento de amostragem adequado. Os profissionais de coleta devem ser capazes de 
coletar amostras e entregá-las ao laboratório, mantendo a viabilidade dos microrganismos 
na amostra. No laboratório, os técnicos devem ser capazes de retirar amostras dos sistemas 
de transporte com a garantia de que a amostra e seus componentes foram conservados. 
De modo geral, os sistemas de transporte devem preservar a amostra biológica, se 
o analista utilizar as recomendações do fabricante e o prazo de validade respeitado. Alguns 
sistemas de transporte contêm diferentes meios de cultura e/ou substâncias estabilizadoras 
para preservar a viabilidade dos microrganismos mais sensíveis. Qualquer incompatibilidade 
entre o meio de transporte e a realização dos testes deve ser especificada na embalagem 
do produto (ANVISA, 2015; FLEURY, 2019).
O material coletado deve ser representativo do processo infeccioso em estudo, 
devendo-se selecionar o melhor local da lesão para o procedimento. A coleta e o 
transporte inadequados podem resultar em falha no isolamento de patógenos e estimular 
o desenvolvimento de microbiota contaminante. Portanto, deve haver padronização do 
processo de coleta das amostras microbiológicas, para a correta identificação patogênica e 
conduta clínica adequada (ANVISA, 2015; FLEURY, 2019).
Recomenda-se que a coleta seja realizada antes da antibioticoterapia, evitando 
resultados falso-negativos. Além disso, no momento da coleta, o paciente deve ser informado 
sobre a importância do procedimento, bem como o mesmo será realizado.
Além disso, como já falamos anteriormente, é importante saber qual a melhor região 
da lesão ou do tecido que deve ser utilizada, a fim de garantir a correta identificação do 
patógeno. Por fim, duas das características mais importantes são: deve-se coletar amostra 
9UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
suficiente para realização de todos os testes solicitados na ficha do paciente; a identificação 
do paciente deve estar correta e deve ser conferida pelo coletor e pelo próprio paciente 
(ANVISA, 2015; FLEURY, 2019). A figura 1 traz o tempo crítico entre a coleta e a entrega 
do material coletado, para uma correta análise.
FIGURA 1 - TEMPO IDEAL QUE DEVE TRANSCORRER ENTRE A COLETA DA AMOSTRA E SUA 
ENTREGA NO LABORATÓRIO, ENFATIZANDO O MEIO DE TRANSPORTE ADEQUADO
Fonte: Fleury (2019).
Sendo assim, caso a amostra não esteja dentro dos padrões preconizados, o 
laboratório pode rejeitá-la e não realizar os testes. Sendo assim, os principais critérios para 
rejeição de amostra são: 
● Discrepâncias entre a identificação da amostra e a solicitação médica; 
● Amostra sem identificação ou identificação rasurada;
● Fonte ou tipo de amostra desconhecido;
● Armazenamento inadequado;
● Frascos contaminados, com quebraduras, sem lacre, vazando;
10UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
● Amostras múltiplas colhidas da mesma região em um único período;
● Solicitação de múltiplos testes num único swab;
● Swab acondicionado em frasco seco. 
 
O transporte de amostras biológicas deve seguir as recomendações contidas na 
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 20/2014 da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa). Esta normativa regulamenta a atividade de transporte de espécimes 
clínicos entre um remetente e outro serviço médico utilizando estrutura de transporte 
própria ou contratada. 
 Sendo assim, é importante compreender que as amostras clínicas devem ser 
transportadas de modo adequado de acordo com a avaliação de risco biológico que 
oferecem. Para fins de transporte, o material biológico é definido como infeccioso, pois pode 
conter patógenos capazes de causar doenças em animais e humanos. O risco biológico 
deve ser avaliado pela etiologia do microrganismo, reversibilidade da doença de acordo 
com a disponibilidade de tratamento e cuidados durante as atividades de transporte como 
embalagem, compartimento do veículo e treinamento da equipe (ANVISA, 2015; FLEURY, 
2019).
A OMS classifica os materiais biológicos de acordo com duas categorias, A e B, 
assim designadas conforme o risco de causarem doenças. A amostra biológica classificada 
na categoria A é aquela que apresenta risco de infecção durante o transporte a humanos ou 
animais que causam distúrbios com risco de vida. Já as amostras englobadas na categoria 
B são amostras de diagnóstico clínico conhecidas ou suspeitas de conterem agentes 
infecciosos, tais como amostras de pacientes com suspeita de infecção ou conhecidos 
como positivos/reativos (ANVISA, 2015; FLEURY, 2019).
Sendo assim, prezado aluno, é possívelperceber que todas as etapas envolvidas 
no diagnóstico clínico devem ser consideradas. Uma coleta, transporte ou armazenamento 
inadequados podem invalidar o diagnóstico laboratorial e, como consequência, interferir na 
conduta clínica do paciente. 
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UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
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2 PRINCIPAIS MEIOS DE 
CULTURA UTILIZADOS NA 
MICROBIOLOGIA CLÍNICA
TÓPICO
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 Os meios de cultura são preparações que fornecem aos microrganismos nutrientes 
essenciais para seu crescimento e desenvolvimento, no ambiente laboratorial. Ou seja, os 
meios de cultura simulam o ambiente encontrado nos diversos tecidos que os microrganismos 
infectam, possibilitando que no ambiente in vitro, o laboratorista consiga identificá-lo. Se 
pensarmos nos microrganismos como indivíduos isolados, é fácil compreender que cada 
espécie tem suas necessidades particulares, bem como as espécies que infectam um mesmo 
tecido tem necessidades semelhantes. Além disso, quando uma cultura de microrganismos 
é realizada deve-se levar em consideração também o pH do meio e a temperatura de 
cultivo (ENGELKIRK; DUBEN-ENGELKIRK e BURTON, 2012; ANVISA, 2004). 
 Podemos classificar os meios de cultura de acordo com sua composição química ou 
característica física principal (ENGELKIRK; DUBEN-ENGELKIRK e BURTON, 2012; ANVI-
SA, 2004):
●	 Químicamente	definido: são aqueles meios de cultura cuja composição está 100% 
definida e descrita na embalagem. Ou seja, se o meio de cultura for preparado de 
acordo com o fabricante, a quantidade de todos os nutrientes e demais compostos 
estará estabelecida;
●	 Complexo: é aquele meio que contém adição de extratos, em geral de tecido ani-
mal, sendo que nem todas as partes são conhecidas e com quantidades determina-
das. Essa adição é benéfica, pois, ela em geral traz complemento de nutrientes ao 
organismo que está sendo estudado;
●	 Sólido: são meios de cultura gelatinosos, devido a adição de Ágar, um polissacarí-
deo que permite a solidificação dos meios de temperatura a 37 ºC. Aqui as bactérias 
serão semeadas após a solidificação do ágar, tanto em placas de petri (Figura 2) 
quanto em tubos, a depender do método de semeadura que será aplicado.
12UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
FIGURA 2 - ÁGAR EM DIFERENTES DISPOSIÇÕES
●	 Líquido: os meios de cultura líquidos não apresentam adição de ágar ou outro 
agente gelificante, portanto, os microrganismos crescem em suspensão. São muito 
utilizados para ativação de microrganismos em dormência, além do diagnóstico 
propriamente dito, bem como para repiques e realização de provas bioquímicas de 
identificação. 
 Quando isolamos microrganismos de uma amostra clínica, o ideal é que cresça 
apenas um tipo de microrganismos, caracterizando uma cultura pura. Contudo, é comum 
que 2 ou mais microrganismos façam parte de determinada amostra/tecido, caracterizando 
uma cultura mista. Porém, mesmo em culturas mistas, muitas vezes, deseja-se identificar 
apenas um dos microrganismos, sendo necessário escolher bem o meio de cultura a ser 
utilizado (ENGELKIRK; DUBEN-ENGELKIRK e BURTON, 2012; ANVISA, 2004).
Desta forma, podemos pensar em utilizar alguns meios que permitem a identificação 
de grupos específicos de microrganismos baseado em sua composição. Sendo assim, temos 
ainda mais 3 tipos de meios de cultura: enriquecido, seletivo e diferencial (ENGELKIRK; 
DUBEN-ENGELKIRK e BURTON, 2012; ANVISA, 2004):
●	 Enriquecido: é aquele meio de cultura que contém uma grande quantidade 
de nutrientes, seja ele sólido ou líquido, mas que promove o crescimento de 
microrganismos que chamamos de fastidiosos. Um exemplo muito aplicado no 
diagnóstico clínico é o ágar-sangue, que é enriquecido com sangue liofilizado, em 
geral, de carneiro. Outro exemplo bastante comum é o meio Thayer-Martin, que 
auxilia no crescimento de Neisseria gonorrhoeae. 
●	 Seletivo: o meio seletivo tem sua composição planejada para o crescimento de de-
terminados microrganismos, como inhibidores, que podem ser antibióticos. 
13UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
● Esses inibidores impedem o crescimento de certos microrganismos, sem impedir o 
microrganismo alvo. Um exemplo bastante comum é o Ágar MacConkey (Figura 03), 
que inibe o crescimento de bactérias gram-positivas, selecionando as gram-negati-
vas. Este meio, em especial, é utilizado para semeadura de amostras de urina. 
FIGURA 3 - RESULTADO DA SEMEADURA DE BACTÉRIAS DIFERENTES EM ÁGAR MACCONKEY
Fonte: PT-STATIC. Disponível em: https://pt-static.z-dn.net/files/d69/60b6ef9ac6e0698b9130522b8b985220.
png. Acesso em: 29 jul. 2022.
●	 Diferencial: é o meio de cultura utilizado com o objetivo de produzir caracteres 
específicos quando determinados microrganismos crescem. Para tal, são adicionados 
corantes ou indicadores que trarão diferenças no meio de cultura adjacente após o 
crescimento da bactéria. Na figura 03, é possível perceber que o Ágar MacConkey, 
manteve-se rosado quando uma bactéria lactose positiva cresceu, enquanto sua 
coloração foi modificada para amarelo quando uma lactose negativa foi inoculada. 
●	 Meios cromogênicos: este tipo de meio de cultura utiliza substratos cromogênicos 
que permitem que cada grupo de microrganismo cresça e suas culturas apresentem 
cores específicas ou alterações específicas de cor no próprio ágar. Ainda são pouco 
utilizados na prática clínica devido ao seu alto custo, contudo, eles auxiliam na eco-
nomia de etapas para a identificação de determinados microrganismos. 
○ Agar Cromogênico Urocultura: Meio não seletivo e diferencial, destinado ao 
plantio primário, com possibilidade de identificação e quantificação de micror-
ganismos. É possível realizar a identificação dos microrganismos como: Es-
cherichia coli; grupo KES (Klebsiella, Enterobacter e Serratia); Grupo PPM 
(Proteus, Providencia e Morganella), Pseudomonas aeruginosa e isolamento 
de outros Bacilos Gram Negativos, além de Cocos Gram Positivo (Staphylo-
coccus, Streptococcus etc.) e leveduras.
○ Agar Cromogênico VRE: Meio seletivo e diferencial para isolamento de Ente-
rococcus spp. Resistente à Vancomicina;
○ Agar Cromogênico MRSA: Meio seletivo e diferencial para isolamento de Sta-
14UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
phylococcus aureus resistentes a Meticilina/Oxacilina;
○ Agar Cromogênico KPC: Meio seletivo para isolamento de Enterobactérias 
resistentes aos Carbapenens;
○ Agar Cromogênico ESBL: Meio seletivo para isolamento de bactérias produ-
toras de ß-Lactamases de espectro ampliado (ESBL).
○ Agar Cromogênico Candida: Meio seletivo e diferencial para isolamento e di-
ferenciação de Candida ssp..
○ Agar Cromogênico Strepto B: Meio diferencial para isolamento e diferencia-
ção de Streptococcus Grupo B (Streptococcus agalactiae).
Sendo assim, caro aluno, você deve ter notado que existem muitos tipos de meio de 
cultura, com características específicas para cada microrganismo ou amostra clínica. Talvez, 
agora, você esteja pensando: como eu, laboratorista iniciante, saberei qual meio de cultura é 
utilizado em cada situação? Para isso, já existem padronizações na literatura sobre qual meio 
de cultura empregar em cada situação e recomendações do ministério da saúde (Figura 04) 
para que todos os laboratórios de análises clínicas possam trabalhar da mesma forma e ter 
resultados reprodutíveis.FIGURA 4 - MEIOS DE CULTURA INDICADOS PARA SEMEADURA DE CADA AMOSTRA 
CLÍNICA, BEM COMO A NECESSIDADE DE COLETA DE AMOSTRAS EM LÂMINA PARA 
ANÁLISE AO MICROSCÓPIO
Fonte: ANVISA (2017).
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UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
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3 BIOSSEGURANÇA EM 
LABORATÓRIO DE 
MICROBIOLOGIA
TÓPICO
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 Entende-se por biossegurança, o conjunto de medidas que devem ser seguidas para 
prevenir acidentes em laboratórios de assistência, ensino, pesquisa e desenvolvimento. 
Esses acidentes podem comprometer tanto a integridade dos seres humanos, quanto dos 
demais animais e meio ambiente. Ou seja, é um modelo de conduta e técnicas adequadas 
que devemos adotar ao adentrar num laboratório.
 Devemos lembrar que os laboratórios, quaisquer que sejam, são locais que prestam 
serviços especializados à população e potencialmente expõe seus trabalhadores a riscos 
biológicos, químicos e físicos. Sendo assim, há diversas regras e normativas disponibilizadas 
pelo Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho que padronizam tais atividades. Nos 
laboratórios de microbiologia, que são o foco da nossa disciplina, os funcionários devem 
seguir o preconizado pelas NR-32, do Ministério do Trabalho. Essa Norma Regulamentadora 
estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança 
e à saúde dos trabalhadores em serviços de saúde (ANVISA, 2013).
 Sendo assim, todo laboratório de microbiologia, que é nosso foco, deve ter uma 
comissão de biossegurança, que irá: estabelecer as normas de biossegurança do local; 
padronizar e normatizar os procedimentos executados no local; identificar e classificar as 
áreas de risco do laboratório; estabelecer programas de treinamento para prevenção de 
acidentes de trabalhos e monitorá-los (ANVISA, 2013).
Partindo do ponto de que todo laboratório oferece riscos, os laboratórios de 
microbiologia devem estar preparados para manusear microrganismos potencialmente 
infectantes. Contudo, nem todos os microrganismos apresentam o mesmo potencial de 
risco, sendo assim, os em função do tipo de microrganismo e técnicas realizadas em cada 
laboratório, temos a classificação do Nível de Biossegurança (NB), conforme ilustrado pela 
Figura 05 (ANVISA, 2013).
16UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
FIGURA 5 - NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA, NÍVEIS DE RISCO E TIPO DE LABORATÓRIO
 
Fonte: Correia e Leal (2016).
 Como acabamos de discutir, os laboratórios de microbiologia são divididos em 
níveis de biossegurança, mas, outro ponto que deve ser levado em consideração é que 
os microrganismos também podem ser classificados em grupos de risco, subdivididos de 
1 a 5. Alguns critérios levados em consideração para tal classificação são: presença de 
alteração genética ou recombinação gênica; estabilidade; virulência; modo de transmissão; 
endemicidade; consequências epidemiológicas; disponibilidade de medidas profiláticas; 
tratamento eficaz (ANVISA, 2013). Sendo assim, é possível associar as normas de 
biossegurança a cada tipo de agente existente (Figura 06).
17UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
FIGURA 6 - CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE MICRORGANISMOS
Fonte: ANVISA (2013).
Por fim, dentro do tópico de Biossegurança, o último tema que iremos discutir são 
os equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs). Os EPIs são dispositivos 
de uso individual, ou seja, cada trabalhador deve portar o seu próprio EPI e é proibido seu 
compartilhamento com os demais colegas. Ele é destinado à proteção do trabalhador dire-
tamente e é regulamentado pela Portaria 485, de 11 de novembro de 2005, que aprova a 
NR 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde) do Ministério do 
Trabalho (ANVISA, 2013).
Os principais EPIs utilizados em laboratórios de microbiologia são (ANVISA, 2013):
● Avental (jaleco);
● Luvas;
● Kevlar;
● Máscaras e Respiradores;
● Óculos de Proteção;
● Protetor Facial;
● Calçado fechado.
Por fim, temos os EPCs que tem por objetivo proteger os trabalhadores dos riscos 
fornecidos pelo ambiente de trabalho, de maneira coletiva. Os principais, no laboratório de 
microbiologia, são:
18UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
● Cabine de segurança biológica;
● Lava-olhos;
● Chuveiro de segurança;
● Proteção de linha de vácuo;
● Autoclave;
● Garrafas com tampa de rosca;
● Microincineradores de alça.
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UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
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4 CONTROLE DE QUALIDADE EM 
MICROBIOLOGIA
TÓPICO
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No primeiro capítulo desta unidade, passei a vocês que muitos erros podem acon-
tecer durante a execução de um exame laboratorial e no setor de microbiologia não seria 
diferente. Sendo assim, não é só na coleta, transporte e armazenamento das amostras que 
deve-se realizar um controle dos procedimentos executados, mas sim, em toda a rotina 
laboratorial. Sendo assim, a precisão dos resultados depende de um rigoroso programa de 
controle de qualidade laboratorial, que irá avaliar a qualidade dos equipamentos e insumos, 
a documentação das técnicas utilizadas, a padronização dos procedimentos, reagentes, 
instalações e pessoal que realizam todas as análises.
● PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)
 
Um dos pontos chaves de um bom controle de qualidade é a documentação de todos os 
procedimentos realizados no laboratório. Desta forma, todos os procedimentos executados 
devem estar descritos em manuais, muito detalhados. Os POPs (Procedimentos Opera-
cionais Padrão) são materiais em que todos os procedimentos do estabelecimento devem 
estar detalhados, desde o procedimento da coleta, transporte de amostras, critérios de re-
jeição, semeadura, manuseio de kits comerciais, preparo de meio de cultura, temperatura 
de incubação de cada grupo de microrganismo, e assim por diante. Os POPs devem ser 
revisados a cada 2 anos e todos os funcionários devem ter conhecimento de seu conteúdo 
e saber onde fica guardado, caso precisem consultá-lo (SBPC/ML, 2015). 
● INSUMOS
 
Todos os insumos utilizados no laboratório de microbiologia devem ser testados ao serem 
recebidos e antes de sua utilização, diariamente. A cada novo lote entregue no laboratório, 
os testes devem ser repetidos, assim como, quando forem registrados erros cuja origem 
sejam os insumos (SBPC/ML, 2015). 
20UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
● MEIOS DE CULTURA
 
Os meios de cultura são insumos e devem ser testados conforme descrito na se-
ção anterior. Contudo, como eles são de extrema importância para o crescimento dos mi-
crorganismos, deve-se estar atento à esterilidade, pH e performance de crescimento de 
cada novo lote de meio produzido ou adquirido. Todos os meios devem estar devidamente 
identificadose na sua identificação deve constar o nome do meio, lote, data de fabricação 
e validade. Além disso, sempre que o laboratorista for utilizar o meio de cultura, suas ca-
racterísticas macroscópicas devem ser observadas e quaisquer alterações comunicadas 
imediatamente ao setor pertinente (SBPC/ML, 2015).
● CEPAS PADRÃO 
 
As cepas padrão são alíquotas de microrganismos determinados geneticamente e de 
origem conhecida, geralmente comprados de bancos de células, além de serem rastreáveis. 
Tais microrganismos são importantes em todo o processo de controle de qualidade, pois, 
como são geneticamente conhecidas e rastreáveis, sabe-se exatamente como aquela 
estirpe irá se comportar nas condições do teste. Na maioria das vezes, essas cepas são 
chamadas de ATCC, ou seja, elas são provenientes do American Type Culture Collection. 
As principais cepas padrão utilizadas em laboratórios de microbiologia são: Escherichia 
coli ATCC 25922; Staphylococcus aureus ATCC 25923; Staphylococcus epidermidis ATCC 
12228; 133 Streptococcus pyogenes ATCC 19315; Klebsiella pneumoniae ATCC 13883; 
Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. Além das 
cepas ATCC, os laboratórios podem também ter estoques de variáveis isoladas ali mesmo, 
desde que bioquímica e geneticamente caracterizadas (SBPC/ML, 2015).
● BACTERIOSCOPIA
 
Os corantes empregados na rotina de bacterioscopia devem ser avaliados, no mínimo, 
semanalmente. Isso é necessário, pois muitas análises baseiam-se na observação micros-
cópica dos microrganismos. Sendo assim, um corante que não está funcionando correta-
mente ou uma técnica mal executada levam ao diagnóstico equivocado (SBPC/ML, 2015).
● EQUIPAMENTOS
 
Um laboratório de microbiologia possui muitos equipamentos diferentes e todos eles devem 
ser avaliados com certa constância. Os refrigeradores, freezers, estufas e banhos-marias 
devem ter seu controle de temperatura realizado diariamente, em planilhas visíveis a todos 
os colaboradores. Qualquer alteração de temperatura fora do esperado deve ser comuni-
cada ao supervisor. As autoclaves devem ter sua eficiência testada semanalmente com 
cepas de Geobacillus stearothermophilus e cultivo em caldo à temperatura de 55 a 60°C. 
21UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
A ausência de crescimento indica uma autoclavação eficiente. Medidores de pH devem ser 
calibrados com solução padrão a cada uso. As jarras de anaerobiose também devem ser 
testadas a cada uso. Já as centrífugas devem ser controladas mensalmente e as cabines 
de segurança (Figura 07) devem ser inspecionadas e controladas pelo fabricante, semes-
tral ou trimestralmente. Ou seja, cada equipamento tem a sua particularidade e a avaliação 
de seu funcionamento deve ser rigorosa (SBPC/ML, 2015). 
FIGURA 7 - CABINE DE SEGURANÇA UTILIZADA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/Biocontainment_laminar_flow_hood.jpg/640px-
-Biocontainment_laminar_flow_hood.jpg. Acesso em: 30 jul. 2022.
● DISCOS DE ANTIBIÓTICOS
 
Os discos de antibióticos devem ser estocados em freezer e somente a quantidade que 
será utilizada na semana deve ser colocada na geladeira. Sua eficiência deve ser testa-
da e os resultados comparados com as tabelas do CLSI (Clinical & Laboratory Standards 
Institute). A cada troca de lote, os testes de performance devem ser realizados, visto que, 
o antibiograma (teste que utiliza tais insumos - Figura 08) tem um peso muito grande na 
avaliação clínica e prognóstico de um paciente (SBPC/ML, 2015).
22UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
FIGURA 8 - EXEMPLO DE TESTE DE ANTIBIOGRAMA UTILIZANDO 9 DISCOS DE 
ANTIBIÓTICOS
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/
d3/D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg/640px-D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_au-
reus.jpg. Acesso em: 30 jul. 2022.
● PESSOAS
 
Por fim, o tópico mais importante do controle de qualidade é o treinamento dos laboratoristas. 
Isso é importante, pois todos os funcionários devem ter pleno conhecimento de todos os 
procedimentos e realizá-los de acordo com os POPs. Vale salientar que o treinamento 
deve ser realizado quando o funcionário é admitido no setor e sempre que o gestor julgar 
necessário. Além disso, é obrigação da empresa fornecer todo o treinamento da equipe 
sempre que necessário (SBPC/ML, 2015). 
 Desta forma, quando todos os principais itens do controle de qualidade são 
contemplados, o laboratório consegue rodar sem maiores problemas. É claro que existem 
muito mais detalhes além dos que apresentei aqui para vocês, mas, estes tópicos são o 
mínimo do que deve ser feito para garantir que não haverão erros pré-analíticos, analíticos 
e pós-analíticos. 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg/640px-D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg/640px-D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg/640px-D-Zone_Test_Positive_Staphylococcus_aureus.jpg
23UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO
Como não sabemos a procedência das amostras biológicas, é de extrema importância que toda amostra 
que chega ao laboratório seja considerada infectante. Portanto, o manuseio das amostras sempre deve ser 
feito utilizando-se EPIs, que protejam o analista de qualquer tipo de contaminação.
Fonte: FLEURY, M. K. Manual de coleta em laboratório clínico. 3 ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de 
Análises Clínicas, 2019. Disponível em https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_
de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf. Acesso em: 27 jul. 2022. 
Sabia que o laboratório pode rejeitar uma amostra, sem nem mesmo a ter analisado? Pois bem, caso a 
amostra seja recebida em recipientes inadequados, mal identificada ou não identificada, com volume 
inadequado ou mostrando que foi transportada de forma errada, o laboratório pode recusar e solicitar uma 
recoleta. Isso ocorre para evitar que a ‘culpa’ do erro recaia sobre o responsável técnico do estabelecimento, 
visto que, após laudado o exame é de responsabilidade de quem emitiu o laudo. 
Fonte: FLEURY, M. K. Manual de coleta em laboratório clínico. 3 ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira 
de Análises Clínicas, 2019. Disponível em: https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Ma-
nual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf. Acesso em: 27 jul. 2022. 
 
https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf
https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf
https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf
https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-24_04_19.pdf
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO 24
Chegamos ao fim da primeira unidade da nossa disciplina. Vocês devem ter percebido 
que foi um conteúdo muito técnico e alguns podem ter achado até um pouco massante. Não 
vou negar, quando pensamos em análises clínicas, tem muita técnica envolvida e essa 
técnica é imprescindível para que os resultados estejam corretos e que as análises sejam 
bem feitas.
Vocês puderam perceber a importância de uma coleta de exame bem feita, antes 
mesmo de aprender a realizá-la, por exemplo. Essa compreensão do processo de forma 
geral é o que permitirá que vocês transformem-se em laboratoristas de excelência, pois, 
para que eu consiga contribuir com o diagnóstico do paciente e a tomada de decisões, 
primeiro devo entender o processo.
Quando tiverem a oportunidade de estar num laboratório ou qualquer outro 
estabelecimento de saúde, prestem atenção aos pequenos detalhes: desde os avisos e 
planilhas afixadas nasgeladeiras, até a vestimenta e conduta dos funcionários do local. 
Verão que, caso seja um local que preza pela qualidade, haverá padronização dos processos. 
Nas próximas 2 unidades, iremos tratar especificamente das doenças dos diversos 
sistemas do nosso organismo. Mas, quero deixar aqui, implantado o olhar crítico do controle 
de qualidade, para que, a partir de agora, vocês apliquem os conceitos apresentados aqui, 
em todas as rotinas de estudo e trabalho. 
Fiquem bem e até breve.
 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO 25
CSV BACTERIOLOGIA. Manual de microbiologia. Disponível em http://www.csvlab.com.
br/download/Manual-de-Microbiologia.pdf. Acesso em 29 jul. 2022.
MELO, M. R.; MARTINS, A. R. BARBORA, I. V.; ROMANO, P. SCHCOLNIK, W. Coleta, 
transporte e armazenamento de amostras para diagnóstico molecular. Jornal Brasilei-
ro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, n. 5, 2010. Disponível em https://www.scielo.
br/j/jbpml/a/jcZKxy9N3JtDz6vj9XtWYCL/?lang=pt. Acesso em 29 jul. 2022.
AIRES, C. A. M.; ARAÚJO, C. F. M.; NOBRE, M. L.; RUSAK, L. A.; ASSIS, U. G.; LOPÉZ, 
D. C. M.; FRANCO, V. C.; HERINGER, M.; SILVA, A. P.; PORTILHO, M. M.; PEREIRA, M. 
E. C.; SOEIRO, M. N. C. Biossegurança em transporte de material biológico no âmbito 
nacional: um guia breve. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 6, n. 2, 2015. Disponível 
em http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232015000200010. 
Acesso em 29 jul. 2022.
http://www.csvlab.com.br/download/Manual-de-Microbiologia.pdf
http://www.csvlab.com.br/download/Manual-de-Microbiologia.pdf
https://www.scielo.br/j/jbpml/a/jcZKxy9N3JtDz6vj9XtWYCL/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/jbpml/a/jcZKxy9N3JtDz6vj9XtWYCL/?lang=pt
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232015000200010
MATERIAL COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO MICROBIOLÓGICO 26
LIVRO 
Título: Procedimentos básicos em microbiologia clínica. 
Autor: Carmen Paz Oplistil; Cássia Maria Zoccoli; Nina Reiko 
Tobouti; Mara Cristina Scheffer.
Editora: Sarvier.
Sinopse: Esta 4ª edição vem atualizada e com novas informa-
ções para agregar ainda mais valor no dia a dia das pessoas 
que como nós, autoras, amamos a Microbiologia. Esse amor 
iniciou em 2000 com a ideia de fornecer aos microbiologistas 
um livro que pudesse ajudar na rotina do dia a dia e que fosse 
em português. Os participantes da 1ª edição continuaram até 
a 3ª edição e foram a base para transformar esta obra no que 
é hoje. Agradecemos imensamente a todos que, durante estes 
anos, têm utilizado nosso livro em sua rotina. Agradecemos aos 
nossos mestres, professores e amigos que nos brindaram com o 
conhecimento para fazer a 4ª edição.Agradecemos em especial 
a colaboração de Maria Goreth Matos de Andrade Barberino 
pela elaboração do capítulo 29 - Pesquisa e Cultura de Fungos.
FILME/VÍDEO
Título: Perigo por encomenda
Ano: 2012
Sinopse: Wilee adora pedalar e ganha a vida como entregador 
pelas ruas de Nova York. Acostumado ao estresse e aos perigos 
da profissão, ele só não imaginava que uma nova encomenda, 
daquelas com prazo curto para ser entregue, seria alvo da cobi-
ça de um policial corrupto. Agora, cumprir a missão tornou-se 
mais do que uma questão de tempo, virou um caso de vida ou 
morte.
WEB 
Orientação sobre coleta, armazenamento e transporte de 
amostras biológicas. http://www.hu.ufsc.br/setores/laborato-
rio/2018/07/03/orientacao-de-coleta-e-solicitacao-de-exames-
-microbiologicos/
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Plano de Estudos
• Exame microbiológico das infecções do trato respiratório;
• Exame microbiológico das infecções do sistema nervoso central;
• Exame microbiológico das infecções do trato urinário;
• Exame microbiológico das infecções do trato genital.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os exames mais aplicados a cada região distinta 
do corpo humano;
• Compreender os tipos de coleta, aplicados à cada região topográfica;
• Estabelecer a importância do conhecimento do processo fisiopatológico 
para a coleta e realização de exames laboratoriais.
2UNIDADEUNIDADE
EXAMES EXAMES 
MICROBIOLÓGICOS MICROBIOLÓGICOS 
- PARTE 1- PARTE 1
Professora Doutora Érica Benassi Zanqueta
INTRODUÇÃO
Olá querido (a) aluno (a), como estão? 
Espero encontrá-lo (a) bem e disposto (a) para encarar a nova etapa da microbiologia 
clínica. Nesta unidade, será abordado os principais processos patológicos de cada região 
topográfica, enfatizando os métodos de coleta e diagnóstico das principais doenças 
bacterianas.
Vamos abordar agora as doenças do trato respiratório, sistema nervoso central, trato 
urinário e trato genital. Vocês poderão perceber, também, que utilizaremos como referência 
um excelente manual do ministério da saúde que aborda tanto as doenças, quanto os 
métodos de diagnóstico. Portanto, nossa base será o próprio ministério da saúde e a 
ANVISA, que determinam as normas de saúde no nosso país.
Espero que gostem e aprendam muito. Deixarei vários artigos como material 
complementar para estudo e aprofundamento de vocês. Um abraço e até breve!
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1 28
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 1 EXAME MICROBIOLÓGICO 
DAS INFECÇÕES DO TRATO 
RESPIRATÓRIO
TÓPICO
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
Antes de começarmos a falar das doenças do sistema respiratório, vamos relembrar 
sua anatomia e fisiologia básica. O sistema respiratório contempla na organização de diversos 
tecidos que tem como função básica fornecer oxigênio ao corpo, inalando ar e exalando 
dióxido de carbono. Pode ser dividido em duas regiões básicas: o trato respiratório superior, 
abrange a cavidade nasal, seios da face, faringe e laringe; já o trato respiratório inferior 
abrange a traquéia, os brônquios e bronquíolos e os pulmões, com toda a microarquitetura 
dos órgãos (Figura 1). 
FIGURA 1 - ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA DO TRATO RESPIRATÓRIO
Fonte: Silverthorn (2017).
29
 Antes de pensar que a presença de microrganismos sempre caracteriza doença, 
devemos nos lembrar que, alguns tecidos do nosso corpo apresentam um microbioma, que 
nada mais é, do que um conjunto de microrganismos que vivem ali de forma comensal, 
sem causar problemas. Sendo assim, conhecer o microbioma do trato respiratório superior 
e inferior é imprescindível para o diagnóstico laboratorial.
 A região da orofaringe possui uma microbiota mista, com bactérias aeróbicas e 
anaeróbicas, incluindo Streptococcus hemolíticose não hemolíticos, Neisserias não 
patogênicas, Haemophilus spp., difteróides, Staphylococcus spp., Micrococcus spp. 
Contudo, outras espécies de bactérias, tais como Streptococcus pneumoniae, Streptococcus 
pyogenes, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis, podem compor esse microbioma 
em indivíduos saudáveis, sem causar doenças (ANVISA, 2004). Ou seja, a simples 
identificação destes microrganismos na orofaringe de um paciente não caracteriza que ele 
esteja com alguma doença grave. No trato respiratório superior, portanto, a doença mais 
comum é a faringite, contudo, muitos agentes infecciosos podem causar doença na região, 
conforme descrito na Figura 2.
FIGURA 2 - PRINCIPAIS AGENTES CAUSADORES DE DOENÇA NO TRATO RESPIRATÓRIO 
SUPERIOR 
Fonte: ANVISA (2004).
 A coleta de amostras dessa região geralmente é realizada com auxílio de swab estéril e os 
meios de cultura mais utilizados para semeadura, são o Ágar Chocolate (com sangue de cavalo) e 
Ágar Sangue incubados em atmosfera de 5% de CO2, e Ágar Mac Conkey. Não é recomendado a 
utilização de meios seletivos e, suspeitando-se de infecções causadas por bactérias anaeróbias, 
deve-se utilizar condições adequadas para o cultivo dessas bactérias (ANVISA, 2004).
30UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
 Dentre as infecções do trato respiratório inferior, destacam-se as pneumonias da 
comunidade e hospitalar. A diferença entre ambas é que a pneumonia da comunidade 
o indivíduo contrai a doença em ambiente fora do hospital, ou seja, realmente em sua 
comunidade, enquanto a pneumonia hospitalar é aquela que o paciente começa a 
manifestar os primeiros sintomas após 48 horas de internação hospitalar. O que é relevante 
ser comentado é que os microrganismos descritos nesses dois casos geralmente são 
diferentes. 
 A pneumonia da comunidade apresenta variações em decorrência dos fatores 
epidemiológicos envolvidos, tais como: época do ano, surtos, faixa etária do paciente 
acometido, esquema vacinal completo ou incompleto (em especial para as crianças). E 
é essa análise completa, realizada na admissão do paciente, que permite associar qual o 
possível agente etiológico da doença, conforme indicado na Figura 3 (ANVISA, 2004).
FIGURA 3 - PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS DA PNEUMONIA DA COMUNIDADE
Fonte: ANVISA (2004).
 Conforme descrito anteriormente, a pneumonia hospitalar é aquela cujos sintomas 
aparecem, no mínimo, após 48 horas de internação do paciente e não está incubada no 
momento da internação. Acredita-se que acometa em torno de 10 pacientes a cada 1000 
internações. Vale ressaltar que pacientes que precisaram de ventilação mecânica essa in-
cidência aumenta entre 7 e 21 vezes, assim como em pacientes que ficaram em Unidade 
de Terapia Intensiva (UTI), em que as pneumonias variam entre 10 e 65%, com 13-55% de 
fatalidade entre os pacientes. A seguir estão listadas as principais classes e espécies de 
microrganismos envolvidos na doença (ANVISA, 2004):
● Bacilos Gram negativos;
● Enterobactérias: Klebsiella spp., E. coli, Enterobacter spp.;
● Bacilos Gram negativos não fermentadores: P. aeruginosa, Acinetobacter baumanii 
e outras espécies, etc.;
● Cocos Gram positivos, principalmente Staphylococcus aureus.;
31UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
● Outros agentes, tais como Legionella pneumophila e Vírus Respiratório Sincicial 
(VRS) aparecem em casos de surto e em pacientes imunodeprimidos, assim como 
Aspergillus spp. e Pneumocystis carinii.
Devido à gravidade dessas infecções, deve-se prezar sempre por uma boa coleta 
para realização dos exames laboratoriais. A Figura 4 traz as principais amostras aceitáveis 
e não-aceitáveis para o exame das pneumonias. É importante frisar, caro aluno, que coletas 
mal elaboradas podem trazer contaminações do trato respiratório superior, invalidando o 
exame. 
FIGURA 4 - AMOSTRAS ACEITÁVEIS E NÃO ACEITÁVEIS PARA AVALIAÇÃO DE PNEUMONIA
Fonte: ANVISA (2004).
Para as amostras coletadas do trato respiratório inferior, recomenda-se a utilização 
de Ágar sangue, Ágar Mac conkey, Ágar chocolate e Ágar sangue suplementado para 
anaeróbios, quando há suspeita de infecção por microrganismos anaeróbios. Quando 
há suspeita de infecções por Legionella spp., fungos, micobactérias, Chlamydia e vírus, 
acrescentam-se os meios necessários a estas rotinas específicas, também podendo ser 
realizado diagnóstico por imunofluorescência com anticorpos monoclonais e métodos 
moleculares. Após a homogeneização da amostra a semeadura deve ser feita com alça 
calibrada de 10 µl, diretamente nas placas. As placas devem ser incubadas overnight e a 
interpretação segue a correlação descrita na Figura 05 (ANVISA, 2004).
FIGURA 5 - CORRELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE COLÔNIAS EM PLACA DE PETRI, APÓS 
INCUBAÇÃO OVERNIGHT E NÚMERO DE BACTÉRIAS PRESENTES NA AMOSTRA
Fonte: ANVISA (2004).
32UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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 O Sistema Nervoso Central (SNC) consiste na porção do sistema nervoso capaz 
de analisar e integrar as informações internas e externas, bem como gerar e coordenar 
respostas para cada um desses estímulos. Do ponto de vista anatômico, ele pode ser 
dividido em 2 órgãos em íntima comunicação: o encéfalo e a medula espinhal. Ambos 
estão envolvidos pelas meninges e se abrigam no crânio e nas vértebras. O encéfalo é 
formado pelo cérebro, estruturas subcorticais, tronco encefálico e cerebelo. Já a medula é 
a continuidade do tronco encefálico, se estendendo pelo canal vertebral (Figura 6). 
FIGURA 6 - VISÃO GERAL DO SNC, EVIDENCIANDO A REGIÃO ENCEFÁLICA E A 
ORGANIZAÇÃO DAS MENINGES
Fonte: Silverthorn (2017).
Ao contrário do trato respiratório superior, que possui microbioma, o SNC é 
completamente livre de microrganismos. 
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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 2 EXAME MICROBIOLÓGICO 
DAS INFECÇÕES DO TRATO 
RESPIRATÓRIO
TÓPICO
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Sendo assim, a sua presença na região é grave e caracteriza infecções. Tais infecções 
podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos e protozoários, sendo as principais vias 
de entrada a via hematogênica (principal); penetração após trauma e procedimentos 
invasivos (cirúrgicos); infecção por contiguidade (rinofaringe, mediastino posterior, espaço 
retroperitonial, etc.) e ascensão de vírus por nervos periféricos (ANVISA, 2004)
Os principais processos infecciosos que afetam o SNC são:
● Meningite aguda e crônica;
● Encefalite, mielite e neurite;
● Abscesso cerebral;
● Empiema subdural, abscesso epidural e flebite intracraniana supurativa;
● Infecções associadas a procedimentos invasivos e implantação de dispositivos.
A Figura 07 traz os principais fatores epidemiológicos associados às infecções do 
SNC. Entretanto, independente da forma de entrada dos microrganismos na região, há 
urgência no diagnóstico e manejo clínico, visto a grande importância do sistema na vida 
do paciente. Além disso, nunca pode ser esquecido que essa é uma área estéril, portanto, 
a coleta deve garantir que não haverá contaminação externa da amostra, bem como, 
contaminação dos tecidos.
FIGURA 7 - PRINCIPAIS FATORES EPIDEMIOLÓGICOS ASSOCIADOS ÀS INFECÇÕES DO SNC
Fonte: ANVISA (2004).
34UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
 ● Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
 Deve-se sempre coletar 2 tubos de amostras, via punção lombar, obtendo os 
seguintes volumes para análise:● 1-2 ml para Gram, pesquisa de antígenos e cultura. A cultura pode ser semeada em 
tubos de ágar chocolate, previamente aquecidos a 35 ºC. Pode-se semear também 
um tubo com ágar sangue (base Mueller Hinton ou Ágar brucella) e um tubo com 
caldo tioglicolato caso haja suspeita de anaeróbios;
● 2 ml para exame direto e cultura para fungos (quando indicado); 
● 2 ml para coloração de Ziehl e cultura para micobactérias (quando indicado); 
● 2-3 ml para provas virais (quando indicado).
 Durante 72 horas as culturas devem ser analisadas, verificando diariamente se há 
crescimento nas placas e tubos com ágar chocolate. Essa incubação pode ser prolongada 
por até 7 dias. Nos tubos com caldo, a turvação do meio deve ser observada diariamente, 
respeitando o prazo de 7 dias e, caso haja crescimento, deve-se preparar um esfregaço 
corado com Gram e semear em ágar chocolate para isolamento, identificação e execução 
do antibiograma. Caso haja crescimento de hemófilos e neisserias, proceder com o teste da 
beta-lactamase e avisar o médico imediatamente, se estes testes forem positivos. Por fim, 
caso haja positividade para pneumococos, testar a penicilina usando discos de oxacilina 1 
micrograma (ANVISA, 2004).
 ● ABSCESSO CEREBRAL
 
Um abscesso cerebral nada mais é do que um processo inflamatório e/ou infeccioso 
no cérebro. Inicialmente são descritos como uma inflamação localizada que, se não tratada, 
evolui com a formação de coleções encapsuladas contendo células da imunidade e da 
arquitetura cerebral mortas. O material deve ser obtido por punção aspirativa e deve ser 
mantido em seringa ou frascos à vácuo até a análise. 
O processamento das amostras deve ser realizado como descrito a seguir (ANVISA, 
2004):
● Semear em placa de ágar chocolate e incubar em jarra com vela a 35 ºC;
● Semear em placa com ágar brucella, suplementado com hemina e vitamina K para 
cultura de anaeróbios em jarra, a 35 ºC;
● Semear em placa de ágar sangue em estufa a 35 ºC;
● Semear em tubo de caldo tioglicolato a 35 ºC;
● Proceder com esfregaço e corar com Gram. 
○ Diplococos Gram negativos: sugestivo de Neisseria spp;
○ Cocos Gram positivos em cachos agrupados: Staphylococcus aureus; 
○ Cocos Gram positivos em cadeias longas ou aos pares: Streptococcus (S. 
pneumoniae ou outros estreptococos aeróbios ou anaeróbios);
○ Bacilos Gram positivos: Listeria spp., Corynebacterium spp. (contaminante ou 
em derivações), esporulados (Bacillus ou Clostridium);
35UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
○ Suspeita de bacilo da tuberculose: realizar novo esfregaço corado pela técnica 
de Ziehl-Neelsen ou auramina e se confirmado, semear em Lowenstein 
Jensen ou outro meio específico; 
○ Ramificados: Actinomyces ou Nocardia (proceder novo esfregaço corado com 
Ziehl Neelsen);
○ Cocobacilo Gram negativo: hemófilos, Brucella, Pasteurella sp, Acinetobacter 
spp. 
○ Bacilo Gram negativo: enterobactérias, Pseudomonas spp. 
36UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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O sistema urinário é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra 
e tem como função básica a formação da urina (Figura 8). O principal órgão desse sistema 
é o rim, cuja fisiologia garante a homeostase (equilíbrio do meio interno), através da filtração 
do plasma e remoção dos metabólitos e demais substâncias tóxicas presentes na corrente 
sanguínea. Além da formação de urina, algumas funções renais incluem: regulação do 
equilíbrio hidroeletrolítico; controle da osmolaridade; manutenção do equilíbrio ácido-base; 
gliconeogênese; secreção, metabolismo e excreção de hormônios.
FIGURA 8 - ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO, COM ÊNFASE NA ESTRUTURA RENAL
Fonte: Silverthorn (2017).
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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3 EXAME MICROBIOLÓGICO 
DAS INFECÇÕES DO TRATO 
URINÁRIO
TÓPICO
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 A urina é um fluido biológico tradicionalmente estéril, contudo, no momento da 
coleta pode haver contaminação com as bactérias que compõem a microbiota da região 
dos órgãos genitais. Sendo assim, a presença de bactérias na urina recebe o nome 
de bacteriúria. Contudo, considera-se 2 grupos distintos de pacientes com bacteriúria 
>100.000 bactérias por ml de urina: o primeiro é o grupo dos pacientes sintomáticos e, 
portanto, com infecção urinária; já o segundo, é o grupo dos assintomáticos e, portanto, 
apenas portadores de bacteriúria. Já que falamos sobre infecções do trato urinário, elas são 
designadas tradicionalmente pela sigla ITU e podem ser: altas, envolvendo o parênquima 
renal (pielonefrite) ou ureteres (ureterites); ou baixas, envolvendo a bexiga (cistite), 
a uretra (uretrite), e nos homens, a próstata (prostatite) e o epidídimo (epididimite). Ou 
seja, a anamnese correta do paciente é fundamental para saber se ele possui sintomas 
relacionados à infecção ou não, bem como compreender qual porção do trato urinário está 
afetada (ANVISA, 2004).
As ITUs podem ser classificadas de acordo com a prevalência e recorrência da 
infecção, bem como com a gravidade da mesma (ref):
● Episódio único: acomete o paciente uma única vez e tem boa resposta aos antibióticos;
● Recidiva: ocorre como consequência da falha no tratamento de uma ITU isolada, 
causando bacteriúria assintomática, levando à infecção crônica ao longo dos anos;
● Reinfecção: é a ocorrência de uma nova ITU sem correlação com episódio anterior; 
● ITU crônica: refere-se à persistência do microrganismo por um período longo de tem-
po, com recidivas após o tratamento, estando correlacionada com comprometimento 
renal;
● ITU recorrente: pode ocorrer tanto por recidiva, quanto por reinfecção, com meses 
de intervalo entre um episódio e outro;
● ITU não complicada: ocorre em maior proporção em mulheres jovens sexualmente 
ativas, sem comprometimento do aparelho urinário;
● ITU complicada: ocorre em pacientes com alterações anatômicas e/ou funcionais 
do aparelho urinário, com presença de cálculos, doenças de base ou quando sub-
metidos a cateterismo vesical, instrumentação ou procedimentos cirúrgicos do trato 
urinário.
Como falamos anteriormente, a urina é um líquido estéril, contudo, é importante 
ressaltar que a microbiota da região periuretral existe e varia de acordo com a faixa etária do 
paciente. Estes microrganismos dificilmente causam ITUs e, quando presentes em análises 
laboratoriais, apresentam-se com contagens de colônias menor que 1000 UFC/ml, sendo 
constituída de: Streptococcus viridans, Corynebacterium spp., Staphylococcus spp. (exceto 
Staphylococcus aureus e S. saprophyticus), Lactobacillus spp. A Figura 09 apresenta os 
principais microrganismos associados com os diferentes tipos de ITUs diagnosticados 
(ANVISA, 2004).
38UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
FIGURA 9 - PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOS ASSOCIADOS AOS DIFERENTES 
TIPOS DE ITUS DIAGNOSTICADOS
Fonte: ANVISA (2004).
Uma boa anamnese, correlacionada com exame laboratorial bem executado é 
fundamental para o diagnóstico das ITUs. Sendo assim, os principais parâmetros a serem 
analisados são a piúria, bacteriúria e urocultura. 
A piúria consiste na presença de 10 ou mais leucócitos por ml de urina e sua pesquisa 
reflete a resposta inflamatória que está ocorrendo no trato urinário. Ela tem especial 
valor diagnóstico, quando a urocultura resulta negativamente. A bacterioscopia de urina 
consiste na análise, viaesfregaço de urina, da presença ou ausência de bactérias em urina 
homogeneizada e não-centrifugada. Após secagem e fixação do esfregaço em chama, ele 
deve ser corado pela técnica de Gram e analisado em objetiva de imersão. A presença de 
1 bactéria por campo é sugestiva de 105 UFC (ANVISA, 2004).
Por fim, a urocultura consiste na semeadura da urina em meio de cultura, com a alça 
calibrada 0,01 ml (10 µL), procurando detectar-se contagem de colônias acima de 100 UFC/
ml. A alça bacteriológica é introduzida na amostra homogeneizada e então utilizada para 
inocular o meio de cultura, inicialmente com uma linha reta no centro da placa, completando-
se com a passagem de linhas em zigue-zague em torno de toda a placa. Os meios mais 
utilizados para a técnica são o ágar Cled e Mac Conkey, seguidos do EMB e ágar Sangue 
de Carneiro 5%. A incubação inicial é realizada por 24 horas, em estufa bacteriológica a 37 
ºC, podendo-se realizar a leitura após 72 horas (ANVISA, 2004). 
39UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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 O sistema genital masculino é composto por diversos órgãos e tecidos, cuja função 
principal é fornecer mecanismos para a fecundação. Tal sistema atua sob a coordenação 
de estímulo internos e externos que estão envolvidos desde a gametogênese, até o 
comportamento sexual masculino. Os órgãos sexuais internos incluem os testículos, 
epidídimo, ductos deferentes, glândulas seminais, ductos ejaculatórios, próstata e glândulas 
bulbouretrais. Já os órgãos sexuais externos, incluem o pênis, a porção distal da uretra e o 
escroto (Figura 10). 
FIGURA 10 - ORGANIZAÇÃO DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
Fonte: Silverthorn (2017).
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
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4 EXAME MICROBIOLÓGICO DAS 
INFECÇÕES DO TRATO GENITAL
TÓPICO
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 Devido a anatomia deste sistema, é fácil compreender o motivo de haverem poucas 
infecções bacterianas que o afetam: a uretra é longa e o pênis encontra-se afastado do ânus, 
compreendendo uma proteção anatômica da região. Sendo assim, devemos lembrar que 
os microrganismos da porção distal da uretra são poucos e normalmente são encontrados 
na pele, compondo a microbiota.
 Já o aparelho genital feminino tem uma anatomia que propicia a contaminação de 
suas estruturas internas e externas. Internamente ele é formado pela vagina, ovários e 
tubas uterinas e externamente, pelo monte púbico e vulva (pequenos lábios, grandes lábios 
e clitóris). Conforme ilustrado na Figura 11, é possível verificar o encurtamento da uretra, 
quando comparado ao trato genital masculino, bem como a proximidade ao ânus, que tem 
uma microbiota rica. Vale lembrar que, além da produção dos hormônios sexuais e gametas 
femininos, é no interior do útero que o feto se desenvolve.
FIGURA 11 - ANATOMIA DO APARELHO GENITAL FEMININO
Fonte: Silverthorn (2017).
 Como vimos, a anatomia do trato genital feminino é desfavorável do ponto de 
vista infeccioso. Sendo assim muitos microrganismos podem causar infecções genitais 
em mulheres, incluindo lactobacilos, difteróides, Gardnerella vaginalis, estafilococos 
coagulase negativos, Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Enterococcus 
spp., estreptococos alfa e gama hemolíticos, Escherichia coli e leveduras (ANVISA, 2004). 
Sendo assim, chamamos as doenças infecciosas que afetam o trato genital feminino de 
vaginites (Figura 12).
41UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
FIGURA 12 - PRINCIPAIS SÍNDROMES DO TRATO GENITAL FEMININO
Fonte: ANVISA (2004).
 Para facilitar a compreensão das diferentes doenças que afetam o trato genital 
feminino, vamos elencar as principais doenças que afetam a região.
 ● Candidíase vulvovaginal
 A candidíase vulvovaginal é uma infecção causada por fungos do gênero Candida 
spp., que faz parte da microbiota vaginal normal e não está relacionada a relações sexuais, 
pois mulheres celibatárias também podem apresentar a infecção. Fatores epidemiológicos 
incluem gravidez, diabetes, farmacoterapia com antimicrobianos de amplo espectro e 
contracepção oral. O diagnóstico laboratorial é simples e com técnicas amplamente 
difundidas nos laboratórios de microbiologia convencionais. A amostra utilizada é a secreção 
vaginal, e podem ser aplicados os seguintes métodos (ANVISA, 2004):
● Exame a fresco seguido pela coloração de Gram;
● Exame colpocitológico pelo Papanicolaou;
● Inoculação em ágar sangue e ágar Sabouraud;
● Aplicação de métodos automatizados para identificação das leveduras;
● Realização de antifungigrama, incluindo discos de miconazol, fluconazol, ketoconazol, 
itraconazol, clotrimazol e nistatina;
● Utilização de métodos moleculares. 
 ● Tricomoníase
 A Trichomonas vaginalis é uma bactéria que afeta grande parte da população feminina 
sexualmente ativa ao redor do mundo, sendo também identificada nos parceiros sexuais 
de mulheres afetadas. As mulheres podem ser portadoras assintomáticas da doença, bem 
como doentes agudos. Em gestantes está associada ao rompimento de membranas e 
nascimento prematuro de bebês. O diagnóstico costuma ser simples, também utilizando a 
secreção vaginal como amostra. Os procedimentos aplicados são (ANVISA, 2004):
Exame a fresco seguido pela coloração de Gram;
Exame colpocitológico pelo Papanicolaou;
Inoculação em ágar sangue e ágar Roiron, Kupferberg, Diamond;
Utilização de métodos moleculares. 
42UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
 ● Vaginose bacteriana
É a causa mais comum de infecções do trato genital feminino em mulheres sexualmente 
ativas. Diversos microrganismos participam da patogenia da doença, incluindo Gardnerella 
vaginalis, Mobilluncus spp., Bacteroides spp. e Mycoplasma hominis. Devido estar presente 
em mulheres sexualmente ativas e seus companheiros, a doença é considerada uma DST, 
contudo, não explica todos os casos, pois muitas mulheres celibatárias apresentam o trato 
genital colonizado por muitas das bactérias citadas anteriormente. Devido a multiplicidade de 
agentes causadores, o diagnóstico laboratorial compreende as seguintes etapas(ANVISA, 
2004):
● Aferição do pH vaginal que encontra-se acima de 4,5; 
● Aplicação de KOH 10% à secreção vaginal, resultando em odor fétido;
● Bacterioscopia pela coloração de Gram: observa-se ausência ou diminuição de 
leucócitos e de lactobacilo, presença de “clue-cells”, grande quantidade de bacilos 
Gram-variáveis;
● Semeadura em meio seletivo - ágar vaginalis;
● Métodos moleculares.
 ● Infecção gonocócica
 A gonorréia é uma doença que afeta a humanidade há centenas de anos, causada 
pela Neisseria gonorrhoeae. Mesmo sendo uma doença conhecida desde o final do século 
XIV, a doença tem difícil controle, pois está associada à atividade sexual e pelo ser humano 
ser seu único hospedeiro natural. Apesar de envolver apenas o trato genital, a doença traz 
várias complicações ao paciente, tais como endocardite, meningite, artrite e pielonefrite. 
Em mulheres, pode invadir as glândulas de Bartholin e de Skene, disseminando-se para 
os órgãos internos e superfície peritoneal, causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). 
Mulheres contaminadas podem passar a doença ao feto durante o parto, causando a of-
talmia neonatal. Nos homens apresenta-se como uretrite aguda. Os principais métodos de 
diagnóstico laboratorial são (ANVISA, 2004):
● Exame direto pelo método de Gram;
● Utilização de métodos enzimáticos(ELISA);
● Cultura em meios específicos, como ágar Thayer-Martin ou similar;
● Identificação das colônias através de métodos bioquímicos;
● Aplicação de técnicas moleculares;
● Pesquisa de beta-lactamase. 
 ● Infecções por Chlamydia trachomatis.
 
As clamídias constituem um grupo de bactérias parasitas intracelulares obrigatórias 
amplamente distribuídas no reino animal, contudo, apenas algumas espécies são capazes 
de causar doenças no ser humano. Elas podem causar doenças nos mais diversos tecidos, 
sendo a Chlamydia trachomatis uma das causadoras da vaginose bacteriana. 
43UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
Elas coexistem com a gonorreia em mulheres e homens, sendo que no sexo 
masculino ela é muito mais prevalente que o gonococo. Nos homens, a complicação é a 
uretrite não gonocócica, enquanto nas mulheres a patologia pode ser mais grave, causando 
cervicite mucopurulenta, síndrome uretral, endometrite e salpingite, podendo levar, inclusive 
à esterilidade e predispondo a gravidez ectópica. O diagnóstico laboratorial inclui (ANVISA, 
2004):
● Exame direto por imunofluorescência direta ou técnica imunoenzimática;
● Cultura de células e identificação por técnicas de fluorescência;
● Aplicação de métodos moleculares.
Além de todas essas patologias descritas, outras diversas infecções podem acometer 
o trato genital, sendo especialmente graves para as mulheres. A figura 13 traz um apanhado 
geral das doenças infecciosas genitais e seus agentes causadores.
FIGURA 13 - INFECÇÕES GENITAIS DIVERSAS E PATÓGENOS ASSOCIADOS
Fonte: ANVISA (2004).
44UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
45UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1
A rigidez nucal é o principal sintoma de meningite, a infecção e inflamação das meninges que revestem e protegem 
o encéfalo. A doença que pode ter etiologia viral, bacteriana ou fúngica, tem como principal microrganismo o 
meningococo, uma bactéria altamente contagiosa, capaz de rebaixar o paciente em poucos dias. Apesar de contagiosa 
e grave, quando diagnosticada ainda no início e com o tratamento correto, a doença tem cura. Além da cura, a 
doença tem vacina, incluída no Programa Nacional de Imunização, do SUS.
 
Fonte: FIOCRUZ. Meningite AC: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em: https://www.bio.fio-
cruz.br/index.php/br/meningite-a-c-sintomas-transmissao-prevencao. Acesso em: 06 ago. 2022.
A peste negra (ou peste bubônica) foi uma epidemia que dizimou boa parte da população europeia no 
século 14. A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis, espalhou-se com facilidade pela baixa higiene 
e presença de roedores e até hoje é considerada a pandemia com maior número de mortes na história da 
humanidade. 
Fonte: RIBEIRO, W. 5 principais pandemias da história. Disponível em https://ictq.com.br/farmacia-
clinica/2485-5-principais-pandemias-da-historia. Acesso em: 06 ago. 2022.
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/meningite-a-c-sintomas-transmissao-prevencao
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/meningite-a-c-sintomas-transmissao-prevencao
https://ictq.com.br/farmacia-clinica/2485-5-principais-pandemias-da-historia
https://ictq.com.br/farmacia-clinica/2485-5-principais-pandemias-da-historia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Queridos alunos, nesta unidade pudemos relembrar a anatomia e fisiologia básica 
de 4 dos nossos grandes sistemas e entender quais as principais infecções associadas 
a eles. Contudo, além de compreender as infecções, é necessário compreender como é 
realizado o diagnóstico laboratorial em si.
Visualizamos os principais microrganismos do trato respiratório, urinário, sistema 
nervoso central e trato genital. Vimos, ainda, que os microrganismos que causam infecções 
nessas diversas regiões são distintos, desde a forma de entrada no organismo, até a 
patogênese da doença que causam. 
Agora, como futuros analistas clínicos, vocês estão aptos a avaliar tais sistemas e 
identificar quais os possíveis causadores de infecções. Lembrem-se, ainda, que uma boa 
anamnese do paciente é fundamental para a compreensão do processo de saúde e doença.
 
Espero que tenham gostado dessa unidade, nos encontramos em breve. Até mais. 
 
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1 46
LEITURA COMPLEMENTAR
FERREIRA, J. V. Infecção hospitalar na unidade de terapia intensiva: revisão bi-
bliográfica. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. Disponível em https://www.
editorarealize.com.br/editora/anais/conbracis/2017/TRABALHO_EV071_MD1_SA4_
ID1591_15052017153412.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.
FIGUEIREDO, E. G.; BALASSO, G. T.; TEIXEIRA, M. J. Infecções em pós-craniotomias: 
revisão literária. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, v. 31, n. 4, 2012. Disponível em ht-
tps://www.thieme-connect.com/products/ejournals/pdf/10.1055/s-0038-1625741.pdf. Aces-
so em: 06 ago. 2022.
KOCH, V. H.; ZUCCOLOTTO, S. M. C. Infecção do trato urinário: em busca das evidên-
cias. Jornal de Pediatria, v. 79, sup. 1, 2003. Disponível em https://www.scielo.br/j/jped/a/
tLKdwFRczXyFRsmHJprMb8k/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 06 ago. 2022.
ROCHA, R. A. S.; CENZI, C. M. Educação em saúde para prevenção das infecções 
respiratórias: relato de experiência. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v.10, n.10, 
2021. Disponível em https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18593/16591. Acesso 
em: 06 ago. 2022.
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1 47
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conbracis/2017/TRABALHO_EV071_MD1_SA4_ID1591_15052017153412.pdf
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conbracis/2017/TRABALHO_EV071_MD1_SA4_ID1591_15052017153412.pdf
https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conbracis/2017/TRABALHO_EV071_MD1_SA4_ID1591_15052017153412.pdf
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/pdf/10.1055/s-0038-1625741.pdf
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/pdf/10.1055/s-0038-1625741.pdf
https://www.scielo.br/j/jped/a/tLKdwFRczXyFRsmHJprMb8k/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/jped/a/tLKdwFRczXyFRsmHJprMb8k/?format=pdf&lang=pt
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18593/16591
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Microbiologia clínica: 156 perguntas e respostas - Volume 
1.
Autor: Caio Márcio F. Mendes; Carmen Paz Oplustil; Cássia 
Maria Zoccoli, Sumiko Ikura Sinto.
Editora: Sarvier.
Sinopse: Trata-se de um livro de consulta diária para os 
profissionais interessados no tema. Baseado na sua experiência 
nas sessões interativas, os autores decidiram editar um livro 
em forma de perguntas e respostas, que abrange a maior parte 
das situações que podem ser observadas no trabalho diário da 
microbiologia clínica.
FILME/VÍDEO 
Título: O Conde de Monte Cristo.
Ano: 2002.
Sinopse: Fernand Mondego não consegue mais suportar a 
inveja que possui de Edmond Dantes, por este possuir uma be-
líssima mulher. Influente, acaba fazendo com que Dantes, um 
homem pobre e honesto, seja acusado de traição e assassinato, 
indo parar em uma prisão ilhada e isolada do mundo. Dantes, 
ao longo dos anos que fica preso, vai perdendo a fé em Deus, 
até que encontra um padre que também estava preso e tinha 
um plano de fuga. Ele então escapa da prisão cheio de ódio e 
sedento por vingança.
WEB 
Técnicas de semeadura em meio de cultura: https://youtu.be/
qIoPo4wSnWk
UNIDADE 2 EXAMES MICROBIOLÓGICOS - PARTE 1 48
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