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FATEC TG II - Entrega 3 - 2020 TCC TRABALHO CONCLUSÃO CURSO GESTÃO EMPRESARIAL

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Prévia do material em texto

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA 
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SANTO ANDRÉ 
 
 
Alexandre Matias dos Santos 
Elisangela Aparecida Diniz Costa de Moraes 
Renata Sampaio Valera 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE NO SETOR PÚBLICO 
TECNOLOGIA EM GESTÃO EMPRESARIAL 
 
 
 
Entrega Final do Trabalho de Graduação II do 6º semestre 
apresentado ao curso de Tecnologia de Gestão Empresarial 
EAD com o tema de Gestão da Sustentabilidade no Setor 
Público. 
 
 
 
Santo André/SP 
2019 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 
1.1. Objetivos ........................................................................................................... 7 
1.1.1. Objetivos gerais .......................................................................................... 7 
1.1.2. Objetivos específicos ................................................................................. 7 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 8 
2.1. Meio ambiente .................................................................................................. 8 
2.2. Sustentabilidade ............................................................................................... 9 
2.2.1. Histórico da questão da sustentabilidade ................................................... 9 
2.2.2. Conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável ................. 12 
2.2.2.1. Primórdios do conceito ...................................................................... 12 
2.2.2.2. Relatório Brundtland .......................................................................... 12 
2.2.2.3. Definição de ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável ou 
sustentabilidade .............................................................................................. 13 
2.3. Gestão ambiental nas organizações ............................................................... 14 
2.3.1. Conceito de sustentabilidade nas organizações ................................... 15 
2.3.2. Formas de gestão sustentável .............................................................. 16 
2.3.2.1. Exemplo de modelo de gestão sustentável para organizações ..... 17 
2.4. Gestão de sustentabilidade no setor público .................................................. 18 
2.4.1. O papel do Poder Público no desenvolvimento sustentável ..................... 18 
2.4.2. Bases jurídicas para a gestão da sustentabilidade no setor público ........ 22 
2.4.3. Algumas formas de gestão da sustentabilidade utilizadas pelo Poder 
Público ............................................................................................................... 24 
2.4.3.1. Agenda ambiental da Administração Pública do Ministério do Meio 
Ambiente (A3P) .............................................................................................. 24 
2.4.3.2. A Resolução n° 201/2015 do CNJ e o Plano de Logística Sustentável 
do Poder Judiciário (PLS-PJ) ......................................................................... 26 
2.4.3.3. Critérios de sustentabilidade nos procedimentos de contratação de 
serviços na Administração Pública ................................................................. 30 
2.4.3.3.1. Princípios de sustentabilidade nas licitações .............................. 30 
3. METODOLOGIA .................................................................................................... 33 
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 34 
4.1. Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) ............................................. 34 
4.1.1. Histórico do tribunal .................................................................................. 34 
4.1.2. Gestão sustentável ................................................................................... 34 
4.1.2.1. Planejamento estratégico .................................................................. 35 
4.1.2.2. Plano de logística sustentável do TRF3 ............................................ 35 
4.1.2.3. Outras práticas, programas e projetos ............................................... 37 
4.2. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) ..................................... 38 
4.2.1. Histórico do tribunal .................................................................................. 38 
4.2.2. Gestão sustentável ................................................................................... 39 
4.2.2.1. Planejamento estratégico .................................................................. 39 
4.2.2.2. Plano de logística sustentável ........................................................... 40 
4.2.2.3. Outras práticas, programas e projetos ............................................... 41 
4.3. Verificação das metas alcançadas pelo Poder Judiciário no Balanço 
Socioambiental do CNJ ......................................................................................... 42 
4.4. Verificação do desempenho do TRF3 em 2019 .............................................. 43 
4.5. Verificação do desempenho do TJ-SP em 2018 ............................................. 43 
5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 44 
5.1. Conceito de sustentabilidade e gestão sustentável do TRF3 ......................... 44 
5.2. Adoção indireta do tripé da sustentabilidade (“TBL”) pela Administração 
Pública ................................................................................................................... 45 
5.3. A atuação do TRF3 como agente do Poder Público no desenvolvimento da 
consciência de sustentabilidade para a sociedade ................................................ 46 
5.4. Atuação dos tribunais conforme as bases jurídicas que fundamentam sua 
atividade ................................................................................................................ 46 
5.5. Tribunais participantes da A3P ....................................................................... 47 
5.6. Os tribunais e seus respectivos planos de logística sustentável .................... 47 
5.8. Contratações sustentáveis dos tribunais ........................................................ 48 
5.9. Solução do problema e respostas dos resultados para o teste de hipótese ... 49 
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 51 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 53 
 
 
RESUMO 
 
Abordando a linha de pesquisa de gestão da sustentabilidade, este trabalho teve como 
objetivo estudar aspectos da gestão da sustentabilidade em organizações públicas, 
buscando entender o papel do Estado na consecução do desenvolvimento 
sustentável. Para tanto, analisou-se formas de exteriorização do desenvolvimento 
sustentável nos modelos de gestão da Administração Pública. A metodologia utilizada 
para análise e compreensão do tema foi a da pesquisa bibliográfica, abordando-se o 
histórico da questão da sustentabilidade e das discussões acerca dos problemas 
ambientais, os conceitos de meio ambiente e de sustentabilidade, bem como o papel 
do Poder Público no desenvolvimento sustentável do país por meio da gestão das 
organizações públicas, apresentando-se alguns modelos de administração (como o 
A3P e o Plano de Logística Sustentável do Poder Judiciário). Por fim, de forma sucinta, 
concluiu-se que apesar de existirem modelos de gestão voltados para a 
sustentabilidade e para o desenvolvimento sustentável no âmbito das organizações 
públicas brasileiras, esses modelos ainda são fracos e necessitam de aquecimento e 
ampliação. 
 
Palavras-chave:Sustentabilidade; Desenvolvimento Sustentável; Modelos de 
Gestão; Administração Pública. 
 
ABSTRACT 
 
Approaching a line of sustainability management research, this paper aimed to study 
sustainability management methods in public organizations, seeking to understand the 
role of the State in achieving sustainable development. Therefore, analyze the ways 
of externalizing sustainable development in the management models of Public 
Administration. A methodology used for analysis and understanding of the theme was 
a bibliographic research, addressing the history of sustainability issues and 
discussions on environmental problems, the concepts of environment and 
sustainability, as well as the role of the Government in the sustainable development of 
the country through management of public organizations, presenting some 
management models (such as the A3P and the Sustainable Logistics Plan of the 
Judiciary). Finally, it can be concluded that although there are management models 
focused on sustainability and sustainable development under Brazilian public policies, 
these models are still weak and used for heating and expansion. 
 
Keywords: Sustainability; Sustainable development; Management models; Public 
administration. 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Donaire (1999), nas últimas décadas tem ocorrido uma 
mudança no ambiente em que as empresas operam. As grandes empresas que eram 
vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a o 
que produzir, como produzir e para quem produzir, tem presenciado o aparecimento 
de novos papéis que precisam ser desempenhados, como resultado das alterações 
no ambiente em que atuam. 
 
Assim como coloca Buchholz (1989, apud DONAIRE, 1999), uma crescente 
atenção, por parte das organizações, tem se voltado para problemas que vão além 
das considerações econômicas, atingindo um patamar muito mais amplo, envolvendo 
preocupações de caráter político e social, tais como: proteção ao consumidor, controle 
da poluição, segurança e qualidade dos produtos, bem como assistência social em 
defesa de grupos minoritários. 
 
Deste modo, o assunto sobre sustentabilidade entra em evidência dentro das 
organizações – privadas e públicas – devido a este movimento da sociedade 
abrangendo outras preocupações. Vale ressaltar, assim, que a necessidade de as 
organizações ficarem atentas às preocupações que emergem implica em sua 
permanência ativa e produtiva (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). 
 
Segundo o autor Guimarães (2000), as organizações precisam possuir 
preocupação global e, com isso, estabelecerem dentro de seus planejamentos e 
operações uma postura sustentável, levando em conta os aspectos econômicos, 
sociais, produtivos e ambientais. 
 
Assim, quando se trata de economia globalizada, a sustentabilidade não deve 
ser considerada como elemento isolado no trato com as organizações, sendo um 
aspecto muito importante em todo o processo de gestão de empresa que busca estar 
sempre atualizada dentro de um mercado que se encontra cada dia mais exigente. 
(GUIMARÃES, 2000) 
 
6 
 
Como resultado, tem ocorrido a proliferação de novas pressões pela sociedade 
por meio de movimentos sociais reivindicatórios, atuação de grupos organizados ou 
de indivíduos, resultando em novas leis e regulamentações que provocam mudanças 
nas regras que estávamos acostumados a vivenciar. (GUIMARÃES, 2000) 
 
Estas mudanças afetam de forma intensa o ambiente social e político em que 
as organizações atuam, criando novas diretrizes e limitações para que a empresa 
possa operar de forma mais eficaz, numa ótica que leve em consideração apenas a 
maximização do retorno financeiro a seus proprietários. 
 
Neste contexto, tanto as organizações do setor privado quanto do setor público 
estão voltando suas atenções para formas de gestão que contemplem práticas de 
proteção e manutenção dos recursos naturais. 
 
Assim, inserida a presente monografia na linha de pesquisa de gestão da 
sustentabilidade, o problema estudado é: Como se opera a gestão de sustentabilidade 
no setor público? 
 
Considerando-se que a hipótese é uma possível solução para a problemática 
apresentada, informa-se que a hipótese de estudo levantada nesta monografia 
consiste na suposição de que as organizações públicas escolhidas para análise 
apresentam práticas de gestão sustentável. Porém, isto será comprovado (ou não) 
com o aprofundamento do trabalho. 
 
Como as questões ambientais e sustentabilidade têm sido foco de discussões 
e estudos já há algumas décadas, entende-se que, apesar de este assunto não ser 
novo, é contemporâneo e relevante, tendo figurado recentemente no cenário nacional 
e internacional – principalmente com relação à situação da floresta amazônica, 
tensões entre Brasil e França, postura do presidente norte-americano Donald Trump 
relativas ao meio ambiente, bem como pelo discurso da jovem sueca Greta Thunberg 
na Organização das Nações Unidas – ONU. (ONU NEWS, 2019) 
 
Ademais, o presente trabalho tem foco unicamente da gestão de 
sustentabilidade em organizações públicas, revelando abordagem relativamente 
7 
 
original, porquanto geralmente as pesquisas da área restringem-se às organizações 
do setor privado. 
 
Desta forma, esta pesquisa pretende contribuir para o atual estágio da 
discussão do tema, trazendo-o à tona sob a perspectiva da gestão da sustentabilidade 
pelo setor público em suas organizações. 
 
1.1. Objetivos 
 
1.1.1. Objetivos gerais 
 
O objetivo deste estudo é identificar as práticas de gestão sustentável a partir 
da administração das organizações públicas. 
 
1.1.2. Objetivos específicos 
 
Para a condução do alcance do objetivo geral desta pesquisa, como função 
intermediária e instrumental, este trabalho possui os seguintes objetivos específicos: 
 
• Apresentar ações de sustentabilidade nos modelos de gestão das 
organizações do setor público em geral; 
• Analisar ações de sustentabilidade nos modelos de gestão das 
organizações do setor público em geral; 
• Apresentar as ações de gestão de sustentabilidade nos modelos de 
gestão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região – TRF3 e do Tribunal 
de Justiça de São Paulo – TJ-SP; 
• Analisar as ações de gestão de sustentabilidade nos modelos de gestão 
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região – TRF3 e do Tribunal de 
Justiça de São Paulo – TJ-SP. 
8 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1. Meio ambiente 
 
Segundo Édis Milaré (2018), meio ambiente é o conjunto de elementos 
abióticos (físicos e químicos) e bióticos (flora e fauna), organizados em diferentes 
ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem, individual e socialmente, 
num processo de interação que atenda ao desenvolvimento das atividades humanas, 
à preservação dos recursos naturais e das características essenciais do entorno, 
dentro das leis da natureza e de padrões de qualidade definidos. 
 
José Afonso da Silva (2003) define meio ambiente como a interação do 
conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento 
equilibrado da vida em todas as suas formas. 
 
A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA), considera como meio ambiente “o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas” (artigo 3°, inciso I). (BRASIL, 1981) 
 
Já para a Resolução do CONAMA nº 306/02, “meio ambiente é o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, 
cultural e urbanística que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Este 
conceito é mais amplo que o apresentado pela Lei nº 6.938/81, pois nele se 
mencionam também interações e influências de ordem social, cultural e urbanística. 
(BRASIL, 2002) 
 
Rigorosamente, o meio ambiente é considerado uno e indivisível. Porém, paradivisão acadêmica, temos o meio ambiente natural, cultural, artificial e laboral. O meio 
ambiente natural, tratado no artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988, é 
constituído pelos ambientais, os elementos abióticos (solo, água, ar) e os bióticos 
(flora e fauna). O meio ambiente cultural é composto por bens materiais e imateriais 
criados pelo homem e que integram o patrimônio cultural por seu valor histórico, 
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico ou científico (por 
9 
 
exemplo, um prédio histórico tombado faz parte do meio ambiente cultural), sendo 
tratado pela Constituição Federal nos artigos 215 e 216. O meio ambiente artificial é 
constituído pelos bens criados pelo homem, mas que não integram o patrimônio 
cultural (como os edifícios, as ruas e as praças, por exemplo), sendo abordado na 
Constituição Federal em seus artigos 182 e 183, bem como na Lei nº 10.257/01 
(Estatuto da Cidade). Por fim, há também o meio ambiente laboral ou do trabalho 
corresponde ao local de trabalho e todos os bens utilizados no exercício digno e 
seguro de uma atividade laboral (sendo tratado na Constituição Federal em seus 
artigos 7º, inciso XXII e 200, inciso VIII). Alguns autores também mencionam no meio 
ambiente o patrimônio genético (que corresponde às informações genéticas de todos 
os seres vivos). (BRASIL, 1988) 
 
Outrossim, considera-se que o meio ambiente é ubíquo, ou seja, está presente 
em toda parte, tem natureza difusa e não possui limitação territorial. Portanto, os 
impactos ambientais não possuem fronteiras (o que traz muita importância aos 
acordos internacionais em matéria ambiental) e quaisquer lesões ocorridas em sua 
estrutura, independentemente do local onde ocorram, trarão reflexos, diretos ou 
indiretos, ao ser humano. Desta forma, vigora no Direito Ambiental o Princípio da 
Ubiquidade (o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos 
direitos humanos, deve ser levado em consideração toda vez que uma política, 
atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, obra tiver que ser criada e 
desenvolvida), bem como o Princípio da Cooperação (segundo o qual a comunidade 
internacional deverá fazer todo o possível para ajudar os Estados na proteção 
ambiental). (MILARÉ, 2018) 
 
2.2. Sustentabilidade 
 
2.2.1. Histórico da questão da sustentabilidade 
 
A consideração dos problemas ambientais foi impedida por muito tempo em 
virtude da incessante busca por desenvolvimento econômico, destacando-se uma 
visão de que o meio ambiente era mero acessório do progresso da economia – e não 
parte dele. (RODRIGUES, 2016) 
 
10 
 
Todavia, a procura desenfreada por crescimento financeiro, com a adoção de 
uma política agressiva de consumo em massa e a utilização irracional dos recursos 
ambientais, traz como consequência de longo prazo um colapso da sociedade em 
todos os seus aspectos. (RODRIGUES, 2016) 
 
Nesse sentido discursou a jovem sueca de 16 anos, Greta Thunberg, na ONU 
em 23/09/2019: 
 
“Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês falam gira 
em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econômico eterno. 
Como ousam?” (G1, 2019) 
 
Aos poucos, vem ocorrendo no mundo uma mudança de paradigma diante da 
aceitação da realidade de desequilíbrio ambiental e de sua repercussão nas vidas de 
todos. (RODRIGUES, 2016) 
 
Os países, paulatinamente, estão adotando medidas para resolver os 
problemas ambientais. (RODRIGUES, 2016) 
 
Na década de 60, os norte-americanos começaram a exigir, para atividades 
poluidoras, a Avaliação dos Impactos Ambientais (AIA). (RODRIGUES, 2016) 
 
Na década de 70, o Clube de Roma apresentou estudos (o relatório “Limites 
do Crescimento”) acerca do esgotamento dos recursos naturais relacionado a uma 
inevitável crise da economia mundial. (RODRIGUES, 2016) 
 
Utilizando as informações divulgadas pelo Clube de Roma, ocorreu em 
Estocolmo, na Suécia, em 1972, o primeiro grande encontro entre países para tratar 
sobre problemas ambientais: a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
Humano (ou Conferência de Estocolmo). Objetivando a realização de ações 
internacionais para a proteção ambiental, os debates da Conferência percorreram a 
necessidade de redução do crescimento econômico e tiveram como principais 
resultados a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
e da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano. (ONU, 2019) 
 
11 
 
Embora o Brasil tenha participado da Conferência de Estocolmo, adotou nesta 
reunião uma postura conservadora e retrógrada, posicionando-se pelo 
desenvolvimento econômico a qualquer custo sem preocupações ambientais (LAGO, 
2006). Porém, com o passar do tempo, em vista de pressões internacionais e de 
movimentos sociais, o Governo Brasileiro foi redefinindo seu modelo de 
desenvolvimento em função das demandas ambientais (LAGO, 2006). Deste modo, 
em 1973 criou como órgão especializado a Secretaria Especial de Meio Ambiente 
(SEMA) (LAGO, 2006). Na década de 80, foi promulgada a Lei Federal nº 6.938 – que 
instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e criou o Sistema Nacional de 
Meio Ambiente (SISNAMA) – e foi adotado o Protocolo de Montreal – com o fito de 
controle de CFCs e de outras substâncias químicas danificadoras da camada de 
ozônio. (LAGO, 2006) 
 
A ideia de “desenvolvimento sustentável” foi definida em 1987 pelo Relatório 
Brundtland (também conhecido por "Nosso Futuro Comum" – Our Common Future), 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). (GRÜN, 1996) 
 
Em 1988, foi promulgada no Brasil a atual Constituição Federal, apelidada de 
“Constituição Verde”, que trouxe disposição legal específica sobre o meio ambiente, 
o artigo 225, de acordo com o qual “todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (ARAÚJO, 2013) 
 
Em 1989 foi criado no Brasil o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais (IBAMA) para executar a Política Nacional do Meio Ambiente. 
(IBAMA, 2018) 
 
Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a maior e mais importante conferência 
internacional sobre questões ambientais, a Conferência das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida por Eco 92 ou Rio 
92, na qual foram produzidos alguns importantes documentos, como a Agenda 21 
(Guia para a promoção do desenvolvimento sustentável para o século 21), a 
Convenção sobre Diversidade Biológica, a Declaração de Princípios sobre Florestas, 
12 
 
a Convenção sobre Mudanças Climáticas e a Declaração do Rio (LAGO, 2006). 
Infelizmente, nesta Convenção, não foi ratificado o Protocolo de Quioto (ou Protocolo 
de Kyoto). (DARLY, 2009) 
 
O tratado internacional Protocolo de Quioto passou a ser assinado em 1997 e 
foi ratificado em 1999, passando a entrar em vigor internacionalmente em 2005. Este 
documento definiu metas para diminuição de emissões de gases geradores do efeito 
estufa, a todos os países membros. (DARLY, 2009) 
 
Após, foram realizadas outras conferências internacionais: a Rio+20 
(Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) em 2012 no 
Rio de Janeiro (Brasil), a COP 21 em 2015 em Paris (França), a COP 22 em 2016 em 
Marrakesh (Marrocos), a COP 23 em 2017 em Bonn (na Alemanha) e a COP 24 em 
2018 na Polônia. (WWF, 2019) 
 
2.2.2. Conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável 
 
2.2.2.1. Primórdios do conceito 
 
Realizada em 1972 e considerada como marco das discussões acerca de 
assuntos ambientais, foi a Conferência de Estocolmo que deu força para a ideia de 
desenvolvimento da economia e da sociedade em harmonia com o meio ambiente. 
(RODRIGUES, 2016) 
 
No Brasil, a ideia do desenvolvimentoaliado à preservação ambiental já se 
fazia presente antes da Constituição Federal de 1988 e da Rio 92, com a Lei n° 6.938 
de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), prescrevendo 
como um de seus objetivos compatibilizar o desenvolvimento social e econômico com 
o equilíbrio ecológico e a preservação da qualidade ambiental. (RODRIGUES, 2016) 
 
2.2.2.2. Relatório Brundtland 
 
Em 1987, foi publicado o Relatório “Nosso Futuro Comum”, conhecido como 
Relatório “Brundtland”. (CMMAD, 1991) 
13 
 
 
Este relatório foi elaborado por estudos da Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (da ONU), chefiada pela primeira-ministra da Noruega 
na época, chamada Gro Harlem Brundtland (IPIRANGA; GODOY, 2011). 
 
No documento, foram apontados como principais problemas ambientais a 
poluição ambiental, emissões de carbono, mudanças climáticas, efeitos nocivos dos 
produtos químicos e dos rejeitos (nocivos e radioativos), diminuição dos recursos 
naturais e problemas sociais (administração do crescimento urbano acelerado, 
suprimento de água, ocupação e uso da terra, abrigo, serviços sanitários e educativos, 
dentre outros). (IPIRANGA; GODOY, 2011) 
 
Ademais, o relatório definiu o conceito de “desenvolvimento sustentável” como 
sendo o “desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem 
comprometer a capacidade das futuras gerações de terem suas próprias 
necessidades atendidas”. (CMMAD, 1991, p. 46) 
 
2.2.2.3. Definição de ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável ou 
sustentabilidade 
 
Montibeller Filho (1993), informa que o conceito de ecodesenvolvimento foi 
introduzido por Maurice Strong, Secretário da Conferência de Estocolmo (RAYNAUT; 
ZANONI, 1993), e difundido por lgnacy Sachs, a partir de 1974 (GODARD, 1991). 
 
Segundo Montibeller Filho, na definição dada por Sachs, para um determinado 
país ou região o ecodesenvolvimento significa: 
 
“Desenvolvimento endógeno e dependente de suas próprias forças, tendo por 
objetivo responder problemática da harmonização dos objetivos sociais e 
econômicos do desenvolvimento com uma gestão ecologicamente prudente 
dos recursos e do meio". (MONTIBELLER FILHO, 1993, p. 132) 
 
Em sua análise, Montibeller Filho (1993) informa que Sachs utilizava os termos 
desenvolvimento sustentável e ecodesenvolvimento como sinônimos. 
 
14 
 
Sachs (1981, p. 14) ainda aborda a questão da responsabilidade 
intergeracional ambiental: “trata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos 
homens de nossa geração e a todas as gerações futuras a possibilidade de se 
desenvolver”. 
 
Sachs é conhecido por propagar um conceito de desenvolvimento sustentável 
que combina o crescimento da economia com preservação ambiental, ciência política 
e o bem-estar social (SACHS, 2010). 
 
2.3. Gestão ambiental nas organizações 
 
Explica Donaire (1994) que a preocupação com o meio ambiente, por parte das 
empresas, resultando em alterações das estruturas organizacionais, é relativamente 
recente. Para o autor, “a preocupação ecológica e sua interiorização organizacional é, 
sem dúvida, uma das características administrativas observadas nas décadas de 70 
e 80”. (DONAIRE, 1994, p. 73) 
 
No Brasil, segundo Souza e Ribeiro, as empresas demoraram para internalizar 
o conceito de desenvolvimento sustentável, de modo que “as pesquisas sobre o 
desenvolvimento sustentável foram impulsionadas, no Brasil, somente na década de 
1990”. (SOUZA; RIBEIRO, 2013, p. 370) 
 
Atualmente, vários autores (como Reis, 1995; Maimon, 1996; Badue, Maimon 
e Singer, 1996; Mineiro, 1996; Nahuz, 1995; D’Avignon, 1994, todos citados por 
Layrargues, 2000) afirmam que a questão da sustentabilidade chegou para ficar e que 
“a empresa moderna, indistintamente de seu porte, estrutura ou setor, tem de adaptar-
se aplicando os princípios de gerenciamento ambiental para não perder espaço na 
competitividade empresarial”. Do contrário, “a saída do mercado ou a própria falência 
parece ser o destino mais provável para quem ficar de fora do processo”. 
(LAYRARGUES, 2000, p. 82-83) 
 
A gestão ambiental para uma organização, pode ser entendida como o conjunto 
de procedimentos e métodos para administrá-la obtendo o melhor relacionamento 
com o meio ambiente. (MAIMON, 1996) 
15 
 
 
De acordo com Maimon (1996), com a gestão ambiental, a empresa ajusta seu 
desenvolvimento com a proteção ambiental, retirando da natureza somente o que 
pode ser reposto ou então recuperando a degradação ambiental causada. 
 
Para Layrargues (2000, p. 84), “o setor empresarial vem promovendo uma 
mudança desde o início da década de 90, quando assumiu uma atitude positiva para 
com o meio ambiente”, não tomando mais medidas de forma compulsória em virtude 
da legislação ambiental, mas sim voluntariamente, “por vislumbrar oportunidades de 
negócio, ao agregar a variável ambiental na dimensão empresarial”. 
 
Assim, o empresariado passou de uma postura reativa para uma postura 
proativa, antecipando-se à legislação não apenas a fim de “manter ações preventivas 
para evitar acidentes e riscos ambientais, mas sobretudo obter uma vantagem 
competitiva no mercado, localizada na variável ecológica”. (LAYRARGUES, 2000, p. 
84) 
 
Nas palavras de Layrargues: 
 
“Percebeu-se que o que era considerado um dejeto poderia muitas vezes 
tornar-se um recurso e, nesse sentido, o primeiro passo em direção à 
sustentabilidade correspondeu à economia de recursos naturais e 
energéticos, diminuindo, como conseqüência, o desperdício e a poluição.” 
(LAYRARGUES, 2000, p. 84) 
 
2.3.1. Conceito de sustentabilidade nas organizações 
 
Nos ensinamentos de Barbieri e Cajazeira (2009, p. 69), no âmbito das 
organizações, o “núcleo duro da sua contribuição para com o desenvolvimento 
sustentável passou a consistir em três dimensões: a econômica, a social e a 
ambiental”, sendo que a redução a estas três dimensões não implica perda ou 
abandono de outras dimensões, mas somente uma concentração no que é específico 
da atuação das organizações. 
 
Assim, uma organização sustentável seria “a que orienta suas atividades 
segundo as dimensões de sustentabilidade que lhe são específicas”, de modo que a 
16 
 
organização busque alcançar seus objetivos atendendo, simultaneamente, os critérios 
de “equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica”. (BARBIERI; 
CAJAZEIRA, 2009, p. 69) 
 
Neste sentido, uma empresa sustentável seria aquela que incorpora esse 
objetivo em suas estratégias de negócios e atividades. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 
2009) 
 
Ainda, Barbieri e Cajazeira (2009) indicam que uma empresa sustentável é 
aquela na qual há confluência do movimento de responsabilidade social e do 
movimento de desenvolvimento sustentável. 
 
2.3.2. Formas de gestão sustentável 
 
Explicam Barbieri e Cajazeira (2009, p 73), que a “pressão exercida pelas 
legislações ambientais fez com que as empresas passassem a controlar a poluição”, 
o que fez com que elas acabassem constatando que os poluentes eram matéria-prima 
e energia comprados e desperdiçados, o que “propiciou uma nova abordagem de 
gestão, baseada na prevenção da poluição”. 
 
Desta forma, “a gestão ambiental alinhada com estratégias empresariais tem 
sido estimulada pelo crescimento da preocupação ambiental”. (BARBIERI; 
CAJAZEIRA, 2009, p. 73) 
 
Logo, não só por pressão externa – da legislação ambiental, por exemplo – que 
a área caminhou, pois, nas palavras de Barbieri e Cajazeira: 
 
“(...) muitas empresas e entidades empresariais se engajaram espontânea e 
ativamente na formulação de propostas de gestão ambiental coerentes com 
os objetivos de desenvolvimento sustentável, criando para isso modelos de 
gestão que procuraram reduzir a quantidade de materiais e energia (...), 
substituir insumos obtidos de recursos naturais não renováveis por insumos 
provenientes de recursos renováveis, eliminar substâncias tóxicas, entreoutras providências”. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, p. 74) 
 
17 
 
Neste contexto, diversos modelos de gestão empresarial foram criados para 
incorporar as dimensões da sustentabilidade, na perspectiva do desenvolvimento 
sustentável (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). Um deles é o “triple bottom line”. 
 
2.3.2.1. Exemplo de modelo de gestão sustentável para organizações 
 
Na década de 90, John Elkington cunhou o termo “triple bottom line” – TBL (em 
português conhecido por “tripé da sustentabilidade”). (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, 
p. 74) 
 
O sociólogo britânico Elkington é um dos fundadores da SustainAbility, uma 
consultoria focada na melhoria das práticas comerciais e mercados para crescimento 
econômico e social com sustentabilidade ambiental. O nome da instituição indica a 
habilidade ou a capacidade de sustentar (capacidade de sustentação), com a fusão 
das palavras “sustain” e “ability”. (BIGARELLI, 2018) 
 
Segundo ele, para que haja capacidade de sustentar-se (para que seja 
sustentável), uma organização precisa observar o tripé da sustentabilidade: “People”, 
“Planet” e “Profit” ou “3P”. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, p. 78). 
 
“People” se refere ao tratamento social (tratamento do capital humano) de 
uma organização1. “Planet” faz referência ao capital natural de uma organização (aos 
recursos ambientais, à questão ambiental). “Profit”, que significa “lucro”, indica o 
resultado econômico positivo de uma organização. (BIGARELLI, 2018) 
 
Assim, os resultados de uma organização devem ser medidos nesses três 
aspectos, observando-se a questão social (humana), ambiental e econômica, e não 
apenas a situação financeira isoladamente. (BIGARELLI, 2018) 
 
Neste sentido, segundo Paz e Kipper: 
 
1 Ressalta-se que quanto mais uma organização valoriza a qualidade de vida no ambiente de trabalho, 
melhor será o desempenho dos trabalhadores, pois quem tem qualidade de vida desempenha suas 
atividades melhor. Neste sentido, valorizar o ambiente laboral é uma prática sustentável tanto para os 
trabalhadores quanto para os que fazem uso do produto ou serviço. 
18 
 
 
A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente 
relacionados à sua capacidade de atender às necessidades e às expectativas 
de seus clientes, as quais devem ser identificadas, entendidas e utilizadas 
para que os produtos possam ser desenvolvidos, criando o valor necessário 
para conquista-los retê-los. Por outro lado, para que haja continuidade em 
suas operações, a organização também deve atuar de forma responsável em 
relação à sociedade e as às comunidades com as quais interage, contribuindo 
para o desenvolvimento socioambiental. (PAZ; KIPPER, 2016, p. 89) 
 
Logo, a ideia do tripé (TLB) se fundamenta na necessidade de correlação entre 
as três dimensões apontadas (a social, a ambiental e a econômica) para que as 
organizações tenham sustentabilidade. (BIGARELLI, 2018) 
 
O índice corporativo TBL é uma medição adotada voluntariamente pelas 
empresas. Porém, sua utilização vem aumentando cada vez mais no mundo 
empresarial, visto que a “uma empresa ambientalmente correta tem custos menores, 
pois acaba utilizando menos insumos além de gerar receita adicional por produtos 
melhores e novos negócios criados pela organização”, de modo que a 
sustentabilidade tem se mostrado “um rico filão de inovações organizacionais e 
tecnológicas capazes de gerar tanto receita como lucro”, de acordo com Nidumolu, 
Prahalad e Rangaswami (2009), citados por Paz e Kipper (2016). 
 
O modelo “triple bottom line” tem sido aplicado não só em empresas privadas, 
mas também em organizações não empresariais, como governos locais, tendo sido 
recomendado por organizações sérias como o International Council for Local 
environmental Initiatives (ICLEI). A ideia é que "organizações de qualquer natureza, 
inclusive as do setor público, também necessitam explicitar suas contribuições nessas 
três dimensões da sustentabilidade." (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, p. 74). 
 
2.4. Gestão de sustentabilidade no setor público 
 
2.4.1. O papel do Poder Público no desenvolvimento sustentável 
 
Como já se mencionou anteriormente, o Relatório Brundtland elaborou um 
conceito de desenvolvimento sustentável apontando a necessidade de mudar os 
19 
 
padrões de produção e consumo com vistas à preservação ambiental, mas em 
conjugação com o crescimento econômico. (GRÜN, 1996) 
 
Assim, foi se consagrando com o decorrer do tempo a ideia de desenvolvimento 
da economia, mas com um crescimento construtivo, ao lado do meio ambiente 
ecológico, e não sobre ele, mantendo a vida com qualidade para a humanidade e 
aliando-se a este conceito a ideia de desenvolver também a dimensão social. (DINIZ, 
2009) 
 
Não obstante, tendo em vista que o Poder Público (a Administração Pública2) 
em todas as suas esferas (Poder Judiciário, Legislativo, Executivo) e níveis (nacional, 
estadual, municipal de todo o território nacional), deve utilizar seu poder soberano 
para promover o desenvolvimento da nação e o bem da coletividade, deve pensar o 
desenvolver do país apoiado não apenas no setor econômico, mas também no social, 
já que a preservação ecológica é necessária para a preservação da vida humana, sem 
a qual não se faz necessária a esfera econômica. (ALEXANDRINO; PAULO, 2008) 
 
Deste modo, é imperioso que o Poder Público realize um desenvolvimento com 
observância de prudência ecológica para apoiar um progresso econômico que se 
sustente ao longo do tempo, e não que seja frágil em virtude de problemas ambientais 
que afetem a sociedade e o mercado. (RODRIGUES, 2016) 
 
Neste contexto, a sustentabilidade é um conceito que deve se fazer presente 
no âmbito da Administração Pública. (RODRIGUES, 2016) 
 
A Constituição Federal, em seu artigo 225, impõe que é dever do Poder Público 
defender e preservar o meio ambiente, devendo, para tanto, promover a educação 
ambiental e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (inciso 
VI). (BRASIL, 1988) 
 
 
2 Segundo Alexandrino e Paulo (2008, p. 50), "o Estado é a pessoa jurídica territorial soberana, formada 
pelos elementos povo, território e governo soberano". A Administração Pública "abrange os órgãos do 
governo" desempenhando função de elaboração de políticas públicas ou função meramente 
administrativa, de execução dos programadas de governo, bem como as entidades da administração 
Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista). 
20 
 
Para esta finalidade, foi promulgada a Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre a 
educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação. (BRASIL, 1999) 
 
Esta legislação (artigo 1°) define educação ambiental como o conjunto de: 
 
“(...) processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem 
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, 
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. (BRASIL, 1999) 
 
Logo, uma das formas de o Poder Público influenciar a sociedade para o 
desenvolvimento sustentável é por meio da educação e da conscientização pública, 
desenvolvendo no povo valores, conhecimentos e comportamentos voltados à 
preservação ambiental. (RODRIGUES, 2016) 
 
Neste contexto, entende Rodrigues que “é necessário que o Poder Público 
estimule os empreendedores a adotar tecnologias que tornem mais “limpos” seus 
processos produtivos”. (RODRIGUES, 2016, p. 628) 
 
Outro modo de influenciar a sociedade para aderir práticas sustentáveis é por 
meio de pressões externas exercendo pressões através de legislações ambientais, 
que fazem com que as empresas passem a controlar a poluição. (BARBIERI; 
CAJAZEIRA, 2009) 
 
Nesta senda, Frederico Amado (2014, p. 891) leciona que “a extrafiscalidade é 
um excelente caminho para a efetivação de inúmeros princípios ambientais, 
notadamente o do DesenvolvimentoSustentável”. 
 
A função precípua dos tributos é arrecadar recursos para o custeio das 
despesas estatais. Esta é a chamada finalidade fiscal. Extrafiscalidade é a 
característica de alguns tributos de regular o mercado ou a sociedade, de modo que 
estes tributos não possuem estrita finalidade fiscal, mas sim regulatória. Deste modo, 
a “função extrafiscal ou regulatória dos tributos se faz presente quando o Poder 
Público torna a arrecadação um instrumento de fomento ou inibição de condutas das 
21 
 
pessoas físicas ou jurídicas para o atendimento de algum interesse público.” (AMADO, 
2014, p. 888) 
 
Desta feita, segundo Frederico Amado: 
 
“Deverá o Poder Público discriminar positivamente os agentes da economia 
que adotem técnicas compatíveis com o desenvolvimento econômico 
sustentável, por meio do uso de tecnologias menos agressivas aos recursos 
naturais, reduzindo proporcionalmente a carga tributária, o que permitirá o 
equilíbrio concorrencial, pois a empresa terá preços para competir no 
mercado, apesar do custo financeiro dos investimentos ambientais (Princípio 
do Desenvolvimento Sustentável). 
Da mesma forma, os empreendedores que adotem espontaneamente novas 
medidas de prevenção (risco certo) ou de precaução (risco incerto) dos danos 
ambientais, além do mínimo exigido pela legislação, deverão gozar de 
benefícios fiscais a título de incentivo e compensação (Princípios da 
Prevenção e Precaução). 
Por sua vez, a extrafiscalidade dos tributos é uma das formas de fazer com 
que o poluidor internalize os custos sociais da degradação, pois a tributação 
deverá ser majorada proporcionalmente ao impacto ambiental causado 
(Princípio do Poluidor-pagador), assim como conceda benesses em favor 
daqueles que protegem o meio ambiente (Princípio do Protetor-recebedor).” 
(AMADO, 2014, p. 891) 
 
Outrossim, o que de início gerou uma postura reativa nas organizações – 
quando passaram a ser controladas em virtude de sanções de legislação –, num 
segundo momento, gerou uma postura proativa, pois as entidades empresariais 
notaram que os poluentes eram “matéria-prima e energia comprados e 
desperdiçados”, o que “propiciou uma nova abordagem de gestão, baseada na 
prevenção da poluição”. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, p. 73) 
 
Porém, não só por pressão externa que as empresas mudaram de 
comportamento. Muitas empresas se "engajaram espontânea e ativamente na 
formulação de propostas de gestão ambiental coerentes com os objetivos de 
desenvolvimento sustentável, criando para isso modelos de gestão que procuraram 
reduzir a quantidade de materiais e energia", bem como "substituir insumos obtidos 
de recursos naturais não renováveis por insumos provenientes de recursos 
renováveis", além de "eliminar substâncias tóxicas", dentre outras providências. 
(BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009, p. 73) 
 
22 
 
Sendo assim existe a possibilidade de que empresas criem posturas proativas 
de sustentabilidade, e não apenas reativas, influenciadas direta ou indiretamente pelo 
Poder Público. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009) 
 
Já foi reconhecido que a contratação de serviços e a realização de compras 
pela Administração Pública possuem o poder de induzir cidadãos e iniciativa privada, 
de modo que o poder de compra e contratações do Estado pode ser visto como uma 
ferramenta de política pública para condução de resultados. (SILVA, 2008) 
 
Tal instrumento já foi utilizado, por exemplo, pelo governo norte-americano 
quando criou o Buy American Act em 1933 para “proteger a produção interna 
estadunidense e promover a geração de empregos”, em virtude das “altas taxas de 
desocupação provocadas pela depressão econômica que atingia o país no começo 
da década de 1930”. (CEPAL, 2002, p. 85) 
 
2.4.2. Bases jurídicas para a gestão da sustentabilidade no setor público 
 
Diferentemente das organizações privadas, as organizações do setor público 
não podem ter sua gestão estabelecida por um gestor sem ter respaldo legal. (DI 
PIETRO, 2017) 
 
Sendo assim, as bases de qualquer forma de gestão de organizações públicas 
são dadas pela Constituição Federal, lei maior de nosso país, que orienta toda a 
legislação e formas de administração e organização nacionais. (DI PIETRO, 2017) 
 
De acordo com o artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988: 
 
“Todos3 têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo4 e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.” (BRASIL, 1988) 
 
3 O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é difuso, sendo um direito de natureza 
transindividual e indivisível, pertencente a pessoas indeterminadas. (RODRIGUES, 2016) 
4 Juridicamente, considera-se que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo, pois pertence à 
coletividade, e não a indivíduos específicos isoladamente. (RODRIGUES, 2016) 
23 
 
 
Como se pode perceber da leitura do texto constitucional, o Poder Público e 
também a coletividade possuem o dever de defender e preservar o meio ambiente, 
permitindo a satisfação das necessidades das gerações presentes sem comprometer 
as gerações futuras. (RODRIGUES, 2016) 
 
Nesta senda, o Poder Público tem a obrigação (e não a faculdade) de proteger 
o meio ambiente como um dever constitucional, assim como também possui o 
cidadão. (RODRIGUES, 2016) 
 
Dessa maneira, o meio ambiente equilibrado é um direito que se insere conceito 
da dignidade humana (que é um dos fundamentos da República Brasileira, disposto 
no artigo 1° da Constituição Federal), já que é elemento essencial para a qualidade 
de vida. Em outras palavras, pode-se dizer que o direito a um meio ambiente com 
equilíbrio se configura como extensão do direito à vida e, sobretudo, à vida digna. 
(RODRIGUES, 2016) 
 
Sendo assim, para efetivação deste direito e para possibilitar o cumprimento do 
dever de proteção ambiental, a Constituição Federal traz no seu artigo 225 (parágrafo 
1°) instrumentos de garantia que incumbem ao Poder Público. As organizações 
públicas estão sujeitas a todos. Porém, os dispostos nos incisos V e VII são os que 
mais se aproximam da prática das instituições públicas judiciais ora estudadas: 
 
CF/88, Art. 225, § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: 
(...) 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida 
e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; (BRASIL, 
1988) 
 
Além do artigo 225 da Constituição da República de 1988, também o artigo 170 
trata do meio ambiente. De acordo com a redação legal, “a ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social”, observados os princípios: da 
“função social da propriedade”, da “defesa do meio ambiente” (“inclusive mediante 
24 
 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de 
seus processos de elaboração e prestação”), e da “redução das desigualdades 
regionais e sociais”. (RODRIGUES, 2016) 
 
Desta forma, entende-se que está inserido na Constituição Federal o Princípio 
do Desenvolvimento Sustentável, abstraído da conjugação das normas presentes nos 
artigos 170 e 225. Sendo considerado um princípio, o desenvolvimento sustentável se 
coloca no status de valor, devendo guiar as atividades da vida cotidiana, atos 
negociais, leis e decisões judiciais em todo o país. (RODRIGUES, 2016) 
 
2.4.3. Algumas formas de gestão da sustentabilidade utilizadas pelo Poder 
Público 
 
2.4.3.1. Agenda ambiental da Administração Pública do Ministério do Meio 
Ambiente (A3P) 
 
A Agenda Ambiental na Administração Pública(A3P) é um programa de 
iniciativa do Ministério do Meio Ambiente implantado em 1999, com a finalidade de 
gerar a internalização de práticas e princípios de sustentabilidade socioambiental nos 
órgãos e nas entidades públicas, promovendo a responsabilidade socioambiental 
como política governamental. (SANTOS, 2017) 
 
A A3P foi premiada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2002, que reconheceu a importância do programa 
e os resultados positivos de sua implantação. (MMA, 2019) 
 
O programa se harmoniza com o princípio constitucional da eficiência (incluído 
na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 37), que guarda relação com o “modus 
operandi” da Administração Pública, tendo a ver com o consumo adequado dos 
insumos por ela utilizados. (CHIAVENATO, 2008) 
 
A A3P pode ser desenvolvida em todos os níveis da Administração Pública 
(Poder Executivo, Legislativo e Judiciário), em todas as suas esferas (municipal, 
estadual e federal) e em todo o território nacional. (MMA, 2019) 
25 
 
 
Apesar de ter sido criada para aplicação no setor público, a A3P pode ser 
usada como modelo de gestão ambiental pela iniciativa privada. (MMA, 2019) 
 
O programa busca incorporar os princípios da responsabilidade socioambiental 
nas atividades da Administração Pública através do estímulo a determinadas ações 
como, por exemplo, sensibilização e capacitação dos servidores, compras e 
contratações de serviços pelo governo, mudança nos investimentos, gestão adequada 
dos recursos naturais utilizados e resíduos gerados, promoção da melhoria da 
qualidade de vida no ambiente de trabalho, dentre outras. (MMA, 2019) 
 
Sendo de adesão voluntária, o Ministério do Meio Ambiente propõe que os 
órgãos públicos façam a adesão à A3P assinando um Termo de Adesão e fazendo 
um cadastro virtual. Após a adesão, o órgão passa a ser considerado uma “instituição 
parceira”, dentre as quais pode-se encontrar, por exemplo, a Agência Nacional do 
Cinema (ANCINE) no Rio de Janeiro, o Banco Central do Brasil, o Conselho Nacional 
do Ministério Público (CNMP), diversos Municípios, bem como diversos Tribunais 
(como o STJ e o TRF da 1ª, da 3ª e da 4ª Regiões). (MMA, 2019) 
 
Em suma, são objetivos da A3P: (MMA, 2019) 
a) Sensibilizar (orientar) os gestores públicos para as questões 
socioambientais; 
b) Promover o uso racional (economia) dos recursos naturais e a redução 
de gastos institucionais; 
c) Contribuir para a revisão dos padrões de produção e consumo e para a 
adoção de novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da 
administração pública; 
d) Reduzir o impacto socioambiental negativo direto e indireto causado pela 
execução das atividades de caráter administrativo e operacional; 
e) Contribuir para a melhoria da qualidade de vida; 
f) Difundir as boas práticas implementadas pelos parceiros; 
 
Assim, em suas ações, a A3P tem priorizado como princípio a política dos 5 
R’s: (MMA, 2019) 
26 
 
• Repensar a necessidade de consumo e os padrões de produção e 
descarte adotados; 
• Reduzir (evitar os desperdícios, consumir menos produtos, preferindo 
aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham 
maior durabilidade); 
• Reaproveitar / Reutilizar (evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo 
reaproveitando tudo o que estiver em bom estado, sendo criativo ao usar 
um produto de várias formas diferentes antes de descartá-lo); 
• Reciclar (transformar materiais usados em matérias-primas para outros 
produtos por meio de processos industriais ou artesanais, para se iniciar 
um novo ciclo de produção-consumo-descarte); e 
• Recusar o consumo de produtos que gerem impactos socioambientais 
significativos. 
 
2.4.3.2. A Resolução n° 201/2015 do CNJ e o Plano de Logística Sustentável do 
Poder Judiciário (PLS-PJ) 
 
Tendo sido criado em meados da década de 80 no Relatório de Brundtland, o 
conceito de sustentabilidade é relativamente novo no âmbito da administração pública 
do Poder Judiciário (no âmbito da gestão dos tribunais como organização). 
(RODRIGUES, 2016) 
 
Observa-se que as leis brasileiras que tratam de questões ambientais, 
principalmente relacionando-as com a gestão pública, são recentes, a saber: 
(RODRIGUES, 2016) 
• Constituição Federal de 1988 (artigos 170, VI e 225); 
• Lei nº 8.666 de 1990 (art. 3º), que dispõe sobre as licitações; 
• Lei nº 12.187 de 1990, que dispõe sobre o clima; 
• Lei nº 11.419 de 2006, que dispõe sobre a virtualização dos processos 
judiciais (diminuindo, significativamente, o consumo de papel e tinta, o 
que favorece o meio ambiente e também promove a economia de 
recursos que podem ser usados para outros fins); 
27 
 
• Resolução 185 de 2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que 
institui o Processo Judicial Eletrônico (PJE). 
 
Em 2015, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou a Resolução n° 201/2015 
com o objetivo de criar unidades socioambientais nos órgãos do Poder Judiciário5 e 
implantar o Plano de Logística Sustentável no Poder Judiciário (PLS-PJ). (CNJ, 2018) 
 
De acordo com o artigo 2º da Resolução 201/2015, o Judiciário deveria se 
adequar as políticas de sustentabilidade: 
 
Art. 2º - Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão adotar modelos 
de gestão organizacional e de processos estruturados na promoção da 
sustentabilidade ambiental, econômica e social. (CNJ, 2015) 
 
Assim, segundo a Resolução 201/2015, os órgãos do Poder Judiciário 
relacionados deveriam criar unidades (ou núcleos) socioambientais para implantar o 
Plano de Logística Sustentável (PLS-PJ). (CNJ, 2015) 
 
As unidades ou núcleos socioambientais devem ter caráter permanente para o 
planejamento, implementação, monitoramento de metas anuais e avaliação de 
indicadores de desempenho (artigo 4° da Resolução 201/2015). Tais unidades ou 
núcleos devem estimular a reflexão e a mudança dos padrões de compra, consumo e 
gestão documental dos órgãos do Poder Judiciário, bem como do corpo funcional 
(magistrados, servidores e estagiários) e da força de trabalho auxiliar (funcionários 
terceirizados) de cada instituição (artigo 5° da Resolução 201/2015). (CNJ, 2015) 
 
Consoante o artigo 6° da Resolução 201/2015, as unidades ou núcleos 
socioambientais devem fomentar ações que estimulem: (CNJ, 2015) 
a) o aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto público; 
b) o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos; 
 
5 De acordo com o artigo 92 da Constituição Federal de 1988, são órgãos do Poder Judiciário: o 
Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal 
Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do 
Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares, bem como os Tribunais e 
Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. (BRASIL, 1988) 
28 
 
c) a redução do impacto negativo das atividades do órgão no meio 
ambiente com a adequada gestão dos resíduos gerados; 
d) a promoção das contratações sustentáveis; 
e) a gestão sustentável de documentos, em conjunto com a unidade 
responsável; 
f) a sensibilização e capacitação do corpo funcional, força de trabalho 
auxiliar e de outras partes interessadas; e 
g) a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em conjunto com a unidade 
responsável. 
 
O artigo 10 da Resolução 201/2015, conceitua o Plano de Logística Sustentável 
(PLS-PJ) da seguinte forma: 
 
Art. 10 - O PLS-PJ é instrumento vinculado ao planejamento estratégico do 
Poder Judiciário, com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, 
prazos de execução, mecanismos de monitoramento e avaliação de 
resultados, que permite estabelecer e acompanhar práticas de 
sustentabilidade, racionalização e qualidade que objetivem uma melhor 
eficiência do gasto público e da gestão dos processos de trabalho, 
considerando a visão sistêmica doórgão. (CNJ, 2015) 
 
Logo, verifica-se que o PLS-PJ deve ser utilizado como parte do planejamento 
estratégico do órgão judiciário, e que suas práticas de sustentabilidade se coadunam 
com a necessária eficiência da atividade pública (princípio e dever constitucional6). 
(CNJ, 2015) 
 
A referida Resolução instituiu para o PLS-PJ indicadores mínimos para 
avaliação do desempenho ambiental e econômico para aplicação nos órgãos do 
Poder Judiciário (artigo 11). (CNJ, 2015) 
 
A Resolução 201/2015 apresenta 2 anexos: o primeiro traz indicadores 
mínimos para avaliação do desempenho ambiental e econômico do PLS-PJ, enquanto 
o segundo traz sugestões de práticas de sustentabilidade, racionalização e consumo 
consciente quanto à aquisição de materiais e à contratação de serviços. (CNJ, 2015) 
 
6 De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37: “A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. 
(BRASIL, 1988) 
29 
 
 
Ademais, a Resolução 201/2015 traz também sugestões de iniciativas para a 
Administração Pública Federal na elaboração dos PLS-PJ (artigo 20): (CNJ, 2015) 
• Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG), desenvolvido no âmbito da 
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão (SOF/MP); 
• Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), 
coordenado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 
Energético do Ministério de Minas e Energia (SPE/MME); 
• Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), coordenada pela 
Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério 
do Meio Ambiente (SAIC/MMA); 
• Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida no âmbito da Secretaria-Executiva 
do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (SE/MDS); 
• Projeto Esplanada Sustentável (PES), coordenado pelo Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da SOF/MP, em articulação 
com o Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia e 
Ministério do Desenvolvimento Social; 
• Contratações Públicas Sustentáveis (CPS), coordenada pelo órgão central 
do Sistema de Serviços Gerais (SISG), na forma da Instrução Normativa 1, 
de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria da Logística e Tecnologia da 
Informação (SLTI/MP). 
 
Outrossim, segundo a Resolução (artigo 9°), o CNJ deve publicar anualmente, 
por intermédio do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), o Balanço 
Socioambiental do Poder Judiciário, com a consolidação das informações dos 
relatórios de acompanhamento do PLS-PJ de todos os órgãos e conselhos do Poder 
Judiciário, acerca dos indicadores mínimos para avaliação de desempenho ambiental 
e econômico dos tribunais. (CNJ, 2015) 
 
Desta forma, como todos os balanços anuais são publicados na internet (no 
site do CNJ), qualquer pessoa pode acessar, de modo que o cidadão pode 
acompanhar os avanços do órgão judiciário. (CNJ, 2015) 
30 
 
 
2.4.3.3. Critérios de sustentabilidade nos procedimentos de contratação de 
serviços na Administração Pública 
 
A Instrução Normativa nº 5, de 26/05/2017, dispõe sobre as regras e diretrizes 
do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta7 no 
âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. (BRASIL, 
2017) 
 
De acordo com a norma (artigo 1°), critérios e práticas de sustentabilidade 
devem ser observados nas contratações de serviços para a realização de tarefas 
executivas sob o regime de execução indireta, por órgãos ou entidades da 
Administração Pública Federal (direta ou indireta, incluindo autarquias, empresas 
públicas). (BRASIL, 2017) 
 
2.4.3.3.1. Princípios de sustentabilidade nas licitações 
 
Tendo em vista que a Administração Pública é a tutora da coletividade, 
cuidando do interesse e das coisas públicas, então ao utilizar o dinheiro público, ela 
está usando algo que não é dela e para o benefício do coletivo. Portanto, ela não pode 
usar esse dinheiro da forma como ela quiser, ela precisa utilizar da forma que a lei 
determina correta e observando a necessária moralidade. Para tanto, é necessário 
haver licitação a fim de haver aquisição de bens ou contratação de serviços pelo Poder 
Público. (DI PIETRO, 2017) 
 
A licitação “é um procedimento obrigatório que antecede a celebração de 
contratos pela Administração Pública”, cuja razão de existir “reside no fato de que o 
Poder Público não pode escolher livremente um fornecedor qualquer, como fazem as 
empresas privadas”. (MAZZA, 2013, p. 445) 
 
Assim, a Administração está obrigada “à realização de um processo público 
para seleção imparcial da melhor proposta, garantindo iguais condições a todos que 
 
7 Execução direta é a realizada pela própria Administração Pública. Execução indireta é a realizada por 
terceiros contratados pela Administração. 
31 
 
queiram concorrer para a celebração do contrato”. Assim, o autor define licitação como 
“o procedimento administrativo pelo qual entidades governamentais convocam 
interessados em fornecer bens ou serviços, assim como locar ou adquirir bens 
públicos, estabelecendo uma competição a fim de celebrar contrato com quem 
oferecer a melhor proposta”. (MAZZA, 2013, p. 445) 
 
De acordo com o artigo 3° da Lei nº 8.666/1993: 
 
“A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e 
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento 
objetivo e dos que lhes são correlatos.” (BRASIL, 1993) 
 
A redação original deste dispositivo legal não falava de desenvolvimento 
sustentável. Porém, em 15/12/2010 foi promulgada a Lei n° 12.349, que inseriu no art. 
3º da Lei n° 8.666/93 a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como um 
terceiro objetivo do procedimento licitatório. (BRASIL, 1993) 
 
Neste contexto, em 05/06/2012 surgiu o Decreto nº 7.746, que regulamentou o 
art. 3º da Lei nº 8.666/93, estabelecendo critérios e práticas para a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração 
pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais 
dependentes, instituindo a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na 
Administração Pública (CISAP). (BRASIL, 2012) 
 
Assim, dita o artigo 2° do Decreto nº 7.746/2012 que “na aquisição de bens e 
na contratação de serviços e obras, a administração pública federal direta, autárquica 
e fundacional e as empresas estatais dependentes” devem adotar “critérios e práticas 
sustentáveis nos instrumentos convocatórios”. São considerados critérios e práticas 
sustentáveis, dentre outras (artigo 4°): (BRASIL, 2012) 
a) baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; 
b) preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem 
local; 
c) maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia; 
32 
 
d) maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local; 
e) maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; 
f) uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; 
g) origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos 
serviços e nas obras; e 
h) utilização de produtos florestais madeireiros e não madeireiros 
originários de manejo florestal sustentável ou de reflorestamento. 
 
Além disso, dispõe o artigo 5° do Decreto que a Administração Pública Federal 
(direta ou indireta, incluindo autarquias, empresas públicas) pode exigir paraa 
aquisição de bens que estes sejam constituídos por material renovável, reciclado, 
atóxico ou biodegradável, entre outros critérios de sustentabilidade. (BRASIL, 2012) 
 
Quanto à contratação de obras e serviços de engenharia, o artigo 6° do Decreto 
dispõe que o projeto deve ser elaborado “de modo a proporcionar a economia da 
manutenção e operacionalização da edificação e a redução do consumo de energia e 
água, por meio de tecnologias, práticas e materiais que reduzam o impacto ambiental”. 
(BRASIL, 2012) 
 
Em seu artigo 9°, o Decreto instituiu a Comissão Interministerial de 
Sustentabilidade na Administração Pública (CISAP), vinculada à Secretaria de Gestão 
do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, com a “finalidade de 
propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística sustentável no 
âmbito da administração pública federal” (direta ou indireta, incluindo autarquias, 
empresas públicas). (BRASIL, 2012) 
 
À CISAP compete (artigo 11) propor: normas para elaboração de ações de 
logística sustentável; regras para a elaboração dos Planos de Gestão de Logística 
Sustentável; critérios e práticas de sustentabilidade nas aquisições, contratações, 
utilização dos recursos públicos, desfazimento e descarte; estratégias de 
sensibilização e capacitação de servidores para a correta utilização dos recursos 
públicos e para a execução da gestão logística de forma sustentável; ações para a 
divulgação das práticas de sustentabilidade; coordenar a implementação de ações de 
logística sustentável; dentre outras ações. (BRASIL, 2012) 
33 
 
3. METODOLOGIA 
 
A fim de realizar a análise e compreensão do objeto de estudo, a partir da 
pesquisa bibliográfica e do estudo de caso, examinou-se formas de exteriorização do 
desenvolvimento sustentável nos modelos de gestão da Administração Pública, com 
vistas às suas organizações, consideradas estas como instituições ou entidades com 
objetivo de realizar ações de interesse social – tal como as empresas privadas o são, 
mas com vistas a atingir alguma finalidade pública. 
 
Para abordar o tema, este trabalho trouxe inicialmente o histórico da questão 
da sustentabilidade e das discussões acerca dos problemas ambientais. Depois, 
abordou-se os conceitos de meio ambiente e de sustentabilidade, bem como seu 
tratamento perante o sistema jurídico-legal. Após, abordou-se o papel do Poder 
Público no desenvolvimento sustentável do país por meio de sua gestão das 
organizações públicas, apresentando-se alguns modelos de administração (como o 
A3P e o Plano de Logística Sustentável do Poder Judiciário). Por fim, foram estudados 
dois tribunais – como representantes de organizações públicas – para averiguar neles 
a aplicação da problemática adotada. 
34 
 
4. RESULTADOS 
 
4.1. Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) 
 
4.1.1. Histórico do tribunal 
 
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) foi instituído pela 
Constituição da República de 1988 (artigo 27, parágrafo 6º, do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias). 
 
Referido tribunal cuida das ações judiciais na região de São Paulo e Mato 
Grosso do Sul que não forem de competência da Justiça Comum (Tribunal de Justiça 
dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul). (TRF3, 2017) 
 
Segundo o sítio eletrônico do tribunal, o TRF3 cuida atualmente de mais de 
50% dos processos federais do país. (TRF3, 2017) 
 
Está sediado desde 1999 na avenida Paulista, n° 1842, Bela Vista, São 
Paulo/SP. (TRF3, 2017) 
 
4.1.2. Gestão sustentável 
 
De acordo com o sítio eletrônico do tribunal, o TRF3 possui “Gestão 
Socioambiental”. (ADEG TRF3, 2017a) 
 
A referida gestão faz parte das atribuições da Assessoria de Desenvolvimento 
Integrado e Gestão Estratégica – ADEG, criada pela Resolução CATRF3R nº 8, de 05 
de fevereiro de 2016. (ADEG TRF3, 2017a) 
 
A chamada “Gestão Socioambiental”, ainda de acordo com o sítio eletrônico da 
organização, “compreende o desenvolvimento de ações visando a sensibilizar e 
conscientizar magistrados, servidores, estagiários e terceirizados para adoção de 
práticas sustentáveis e consumo consciente”. (ADEG TRF3, 2017a) 
 
35 
 
Para tanto, a instituição “realiza campanhas, apoia eventos e elabora 
mensalmente boletim, com informações sobre questões socioambientais”. (ADEG 
TRF3, 2017a) 
 
4.1.2.1. Planejamento estratégico 
 
O Planejamento Estratégico do tribunal, válido de 2015 a 2020, trata de 
questões atinentes à sustentabilidade. Um exemplo delas é o aperfeiçoamento na 
gestão de custos. (ADEG TRF3, 2015) 
 
Segundo o planejamento, o aperfeiçoamento na gestão de custos “requer o 
estabelecimento de uma cultura de redução de desperdício de recursos públicos”, a 
fim de “assegurar o direcionamento dos gastos para o atendimento das necessidades 
prioritárias e essenciais dos órgãos da Justiça”. (ADEG TRF3, 2015, p. 16) 
 
Assim, para “otimizar os custos operacionais”, o tribunal tem como objetivo 
“buscar a racionalização na aquisição e na utilização dos bens e dos serviços, por 
meio de ações conjuntas dos órgãos da Justiça Federal, atendendo aos princípios 
constitucionais da Administração Pública”. (ADEG TRF3, 2015, p. 16) 
 
Para tanto, explicita as seguintes iniciativas: “programa de sustentabilidade”; 
“plano anual de aquisição e de contratação”; e “plano de obras”. (ADEG TRF3, 2015, 
p. 16) 
 
4.1.2.2. Plano de logística sustentável do TRF3 
 
Outra prática de sustentabilidade disposta no Planejamento Estratégico do 
TRF3 consiste no objetivo de possibilitar a consecução do Plano de Logística 
Sustentável do tribunal, tendo a responsabilidade ambiental como um de seus valores 
e como um de seus macrodesafios o “aperfeiçoamento na gestão de custos”. (ADEG 
TRF3, 2015, p. 16) 
 
O Plano de Logística Sustentável do TRF3 (PLS-JF3R) foi instituído na Justiça 
Federal da Terceira Região pela Resolução PRES n° 45/2016, com fundamento na 
36 
 
Resolução CNJ nº 201/2015, sendo um instrumento de gestão que tem por objetivo 
contribuir para o “equilíbrio do meio ambiente, por meio da utilização racional e 
sustentável dos recursos afetos ao nosso cotidiano”. (ADEG TRF3, 2017a) 
 
A ADEG é responsável por acompanhar e analisar a execução do Plano de 
Logística Sustentável. (ADEG TRF3, 2017a) 
 
Desde 2016, o TRF3 trabalha para a implementação de práticas sustentáveis 
a partir do Plano de Logística Sustentável (PLS-JF3R), tendo em vista que foi instituído 
neste ano pela Resolução PRES n° 45/2016, conforme já mencionado anteriormente. 
(ADEG TRF3, 2015) 
 
Conforme se observa no PLS-JF3R, o tribunal: (TRF3, 2016a) 
• é signatário da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), 
adotando-a em sua gestão; 
• marcou sua presença na Conferência Rio+20, assinando o “Protocolo 
Interinstitucional de Planejamento e Ações Integradas” que propunha 
ações por parte de órgãos públicos para preservação ambiental; 
• elaborou o Manual de Utilização Racional de Recursos Naturais e 
Materiais de Consumo para conscientização de seu corpo funcional nas 
práticas diárias; 
• realizou diversas ações de capacitação e sensibilização, com cursos e 
eventos; 
• realizou programas de qualidade de vida, como o “programa de 
preparação para a aposentadoria”, que atendeu aproximadamente 150 
servidores em encontros com temas acerca de aspectos do 
envelhecimento e da fase de aposentadoria; 
• realizou diversas contratações sustentáveis, desenvolvendo e 
institucionalizado o Manual de Licitações Sustentáveis da 3ª Região; 
• implantou indicadores para monitorar as atividades da organização e a 
avaliação dos efeitos das práticas do tribunal sobre o meio ambiente 
(como papel, água envasada, copos descartáveis, energia elétrica etc.), 
com metas e planos de ação. 
37 
 
 
4.1.2.3. Outras práticas, programas e projetos 
 
O tribunal também realiza práticas, ações, projetos, programas e campanhas 
alémdos que estão dispostos no PLS-JF3R. 
 
Dentre eles, pode-se citar: 
1) Projeto “Campanha Solidária”: Com data de início estimada em 10/10/2017 
e data de término estimada para 10/10/2020, a partir da justificativa de que 
o TRF3 possui função social a ser cumprida por meio de ações de cidadania, 
o escopo do projeto foi promover campanhas solidárias para atender 
instituições que solicitam doações. (JF3R, 2018a) 
2) Projeto “Eficiência Energética”: Tendo em vista que foram recomendadas 
pelo CNJ (através da Resolução CNJ nº 201, de 3 de março de 2015) 
práticas de sustentabilidade, racionalização e consumo consciente quanto 
à aquisição de materiais e à contratação de serviços, com o escopo de 
proporcionar economia e redução dos gastos com energia elétrica e 
manutenção, bem como a diminuição da quantidade de lâmpadas trocadas, 
o projeto consistiu na troca das lâmpadas fluorescentes por LEDs nos 
imóveis próprios da Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo, de 
08/08/2017 a 09/02/2018. (JF3R, 2018b) 
3) Projeto “Regulamentação do fornecimento de cópias em mídia digital”: 
Justificado na necessidade de fornecimento de documentação em mídia 
digital para “oferecer à sociedade civil serviço célere e eficiente de acesso 
às informações processuais produzidas ou custodiadas pelo TRF3”, o 
tribunal regulamentou o fornecimento de cópias de autos processuais em 
mídia digital, alinhando-se estrategicamente com busca da satisfação do 
usuário/cidadão, a agilização dos trâmites judiciais, o macrodesafio de 
aperfeiçoamento na gestão de custos e com o objetivo de otimização dos 
custos operacionais. (JF3R, 2018c) 
4) Elaboração e difusão da “Cartilha dos Agentes Multiplicadores”, buscando 
incentivar o corpo funcional do tribunal a divulgarem e incentivarem uns aos 
outros na mudança de hábitos relativos à sustentabilidade. (CGAJF3R, 
2018) 
38 
 
5) Realização do “Concurso Cultural de Fotografia – Olhar sobre 
Sustentabilidade” em 2016, incentivando o corpo funcional a apresentar 
fotos que representassem a preservação e proteção ao meio ambiente. 
(CGPGA3R, 2018) 
6) Realização, todos os anos, desde 2015, dos eventos “Virada Sustentável” 
ou “Semana do Meio Ambiente”, com a apresentação de palestras e oficinas 
sobre a questão ambiental, bem como a realização de atividades com a 
contribuição de todos os funcionários para ações como: substituição das 
lixeiras individuais por ilhas de lixeiras de coleta seletiva setoriais, coleta de 
lixo eletrônico, pilhas e baterias, feira de trocas de livros, recolhimento de 
eletrônicos para descarte, mostra arte com sucata e desfile com roupas 
recicladas. (CGA3R, 2016, 2017, 2018, 2019) 
 
4.2. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) 
 
4.2.1. Histórico do tribunal 
 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), assim como todos os 
tribunais estaduais do país, funda sua existência na Constituição Federal de 1988 em 
seu artigo 92, inciso VII. (BRASIL, 1988) 
 
O TJ-SP atua no processamento e julgamento de todos os casos judiciais que 
não forem federais, trabalhistas, eleitorais ou militares. A maioria dos processos que 
tramitam no tribunal são ações cíveis de direito do consumidor, direito de família, 
cobranças, indenizações, falências e ações criminais. (STI TJSP, 2019a) 
 
De acordo com os dados do tribunal, os processos que nele tramitam 
correspondem a 26% de todo o Poder Judiciário brasileiro, sendo considerado até 
mesmo o maior tribunal do mundo com relação ao número de processos. (STI TJSP, 
2019a) 
 
A sede do tribunal, também denominada Palácio da Justiça, está localizada na 
Praça da Sé, na cidade de São Paulo/SP. O prédio foi construído em 1933, tendo sido 
39 
 
tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e 
Turístico (Condephaat) em 1981. (STI TJSP, 2019a) 
 
4.2.2. Gestão sustentável 
 
4.2.2.1. Planejamento estratégico 
 
O Planejamento Estratégico do TJ-SP, em vigor de 2015 a 2020, bem como 
seu correspondente Mapa Estratégico, encontram-se disponíveis no sítio eletrônico 
do tribunal. (SEPLAN, TJ-SP, 2015a) 
 
Referido planejamento traz 5 grandes áreas de temas estratégicos, dentre as 
quais estão “orçamento”, “gestão de pessoas”, “infraestrutura e tecnologia”, “eficiência 
operacional” e “responsabilidade social e ambiental”. Cada área possui objetivos e 
metas específicos, além de indicadores e perspectivas. (SEPLAN, TJ-SP, 2015a, p. 
16) 
 
Para o tema estratégico “responsabilidade social e ambiental”, determina o 
planejamento que o objetivo é “estabelecer programas de sustentabilidade”. 
(SEPLAN, TJ-SP, 2015a, p. 16) 
 
Outrossim, o planejamento define a meta de “executar 100% do Plano de 
Sustentabilidade”. (SEPLAN, TJ-SP, 2015a, p. 37) 
 
Vale ressaltar que o planejamento entende que a sustentabilidade contempla 
não apenas a dimensão ecológica, mas também a econômica – com “combate ao 
desperdício, controle rigoroso de licitações e de obras públicas” –, a social, ensejando 
a proteção do trabalhador, a “jurídicopolítica”, que “exige a adaptação do regime 
administrativo, especialmente na contratação e na prática de atos administrativos” e, 
por fim; a “dimensão ética da sustentabilidade”, para “materializar o compromisso das 
atuais gerações sem prejudicar as futuras gerações. (SEPLAN, TJ-SP, 2015a, p. 37) 
 
Neste ensejo, o planejamento também abarca a sustentabilidade ao trazer 
outras metas classificadas nos demais temas estratégicos, mas que se coadunem 
40 
 
com uma gestão sustentável, por exemplo, a meta de tramitar digitalmente 100% dos 
processos até 31/12/2020, pois além de trazer economia ao tribunal, esta meta 
também reduz a quantidade de papel, tendo aspectos ecológicos. (SEPLAN, TJ-SP, 
2015a, p. 14) 
 
Como justificativa da meta de executar 100% do plano de sustentabilidade, o 
planejamento registra que: 
 
Diante do grande porte do Tribunal de Justiça de São Paulo, tornar-se uma 
organização sustentável poderá minimizar os impactos negativos em relação 
às dimensões supramencionadas. Adiciona-se a isso a Resolução CNJ nº 
201, de 3 de março de 2015, que dispõe sobre a criação e competências das 
unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder 
Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS-
PJ). (SEPLAN, TJ-SP, 2015a, p. 37) 
 
Assim, o planejamento possui viés voltado ao desenvolvimento sustentável. 
 
4.2.2.2. Plano de logística sustentável 
 
O Plano de Logística Sustentável do TJ-SP (PLS-TJSP) determinou como sua 
visão “ser reconhecido como um tribunal sustentável”, definindo 4 objetivos com 13 
metas a serem mensuradas por indicadores específicos, a fim de alcançar tal intento. 
(SEPLAN, TJ-SP, 2015b, p. 10) 
 
Dentre os objetivos estão: (SEPLAN, TJ-SP, 2015b) 
a) o uso eficiente de insumos e materiais (com metas de redução de consumo 
de papel e copos descartáveis); 
b) a gestão eficiente de documentos, energia elétrica, água e esgotos, 
resíduos e telefonia (com metas de redução de consumo e implantação de 
coleta seletiva); 
c) a elevação da qualidade de vida no ambiente de trabalho, considerando 
medidas para promover um ambiente físico de trabalho saudável, 
confortável, seguro e ergonômico (com metas para inclusão de servidores 
com deficiência e para obtenção de participação dos servidores em ações 
de qualidade de vida); 
41 
 
d) a sensibilização e capacitação dos agentes públicos em temas de 
sustentabilidade (com meta para realização de 2 ações de capacitação por 
semestre para promover a conscientização do corpo funcional). 
 
4.2.2.3. Outras práticas, programas e projetos 
 
Além do especificado pelo planejamento estratégico e pelo PLS-TJSP, o 
tribunal também realiza outras práticas, com alinhamento no desenvolvimento 
sustentável. 
 
Dentre elas, uma das mais proeminentes é a competição “TJ Sustentável”, que 
consiste num jogo realizado

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