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Apostila Cortador - Via Rápida

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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o
2
Cortador
2
Cortador
v e s t u á r i o
emprego
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Rodrigo Garcia
Secretário
Nelson Baeta Neves Filho
Secretário-Adjunto
Maria Cristina Lopes Victorino
Chefe de Gabinete
Ernesto Masselani Neto 
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
CTP, Impressão e Acabamento 
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
 
Geraldo Biasoto Jr.
Diretor Executivo
Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo
Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Equipe Técnica
Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e 
Laís Schalch 
Textos de Referência
Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina, 
Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva
Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e 
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, 
Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda 
Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame 
Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia 
Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, 
Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo 
Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, 
Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, 
Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov
Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, 
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e 
Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Denise Pollini, Gabryelle T. Feresin, José Luis Hernández Alonso, Luís André do Prado, Maria Isabel 
Branco Ribeiro, Star Think Uniforms, SENAC São Paulo, Sergio Bertucci e Wan Chi Ming
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
CTP, Impressão e Acabamento 
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
 
Geraldo Biasoto Jr.
Diretor Executivo
Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo
Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Equipe Técnica
Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e 
Laís Schalch 
Textos de Referência
Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina, 
Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva
Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e 
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, 
Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda 
Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame 
Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia 
Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, 
Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo 
Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, 
Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, 
Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov
Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, 
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e 
Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa 
Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional 
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio 
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo 
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou 
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. 
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. 
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência 
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para 
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores 
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho 
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação 
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a 
realização de sonhos ainda maiores.
 
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, 
Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)
Neste Caderno, você continuará aprendendo sobre a ocupação de cortador, discu-
tindo, compartilhando e colocando em prática novos saberes indispensáveis para o 
exercício dessa ocupação.
No Caderno 1, você conheceu a história da moda e sua relação com o vestuário, 
além dos ambientes de trabalho e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
usados pelos profissionais dessa área. É chegada a hora de mergulhar no conheci-
mento específico indispensável para a ocupação de cortador: como cortar e lidar 
com os diferentes tipos de tecido. 
Na Unidade 5, você aprenderá quais as diferenças entre tecidos planos – que serão 
nosso foco nesse curso – e tecidos de malharia; aprenderá também como manusear 
o tecido para que o modelo, quando estiver pronto, não apresente defeitos.
A Unidade 6 explicará de que são constituídos os tecidos e como são fabricados, 
apresentando os diferentes tipos de fio. 
A Unidade 7 tratará das etapas do trabalho do cortador, do encaixe dos moldes e dos 
cuidados na hora de riscá-los no tecido, continuando a falar dos equipamentos e 
materiais necessários para realizar o corte perfeito. Além disso, a organização do tra-
balho da área de corte em empresas será apresentada nesta Unidade.
Na Unidade 8, você vai aprender os cuidados e as maneiras de dobrar o tecido, 
observando as especificações recebidas da área de modelagem. Para isso, é preciso 
que você trabalhe com medidas e fórmulas de cálculo matemático, aprendendo a 
utilizar os equipamentos necessários e interpretar os moldes, de modo a evitar erros 
e desperdício na hora do corte.
Na Unidade 9, veremos como cortar tecidos manualmente, utilizando alguns tipos 
de tesoura e outros materiais. Conheceremos, ainda, os tipos de máquina de corte 
mais usados na confecção e aprenderemos a manuseá-los corretamente.Também 
abordaremos outra particularidade importante das responsabilidades do cortador: 
separar, etiquetar e organizar os lotes que serão encaminhados para a área de costura. 
Na Unidade 10, você verá como se organiza o trabalho de um profissional autôno-
mo, ou seja, aquele que deseja trabalhar por conta própria. 
Por fim, na Unidade 11, além de fazer ou aperfeiçoar seu currículo e preparar-se 
para uma entrevista de emprego, você verificará o que aprendeu nesse curso com 
base no que já sabia, e o que, em sua opinião, precisará ainda aprender.
Boa sorte!
Sum á ri o
Unidade 5
9
Com os teCidos à mão
Unidade 6
17
do que e Como são feitos os teCidos
Unidade 7
29
o trabalho do Cortador: enCaixe e risCo
Unidade 8
47
o trabalho do Cortador: enfesto
Unidade 9
61
o trabalho do Cortador: Corte e separação
Unidade 10
71
trabalhando por Conta própria
Unidade 11
77
revendo seus ConheCimentos
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via 
Rápida Emprego: vestuário: cortador, v.2. São Paulo: SDECT, 2013.
 il. - - (Série Arco Ocupacional Vestuário)
 ISBN: 978-85-65278-71-3 (Impresso) 
978-85-65278-79-9 (Digital)
 1. Ensino profissionalizante 2. Vestuário - Qualificação técnica 3. Cortador – Roupa: 
Confecção I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. 
Série.
CDD: 371.425
646.4
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 9
unida d e 5
Com os tecidos à mão
Conhecer os tecidos com que trabalhará é fundamental quan-
do se vai cortar e montar uma peça. 
Nesta Unidade, vamos falar sobre tecidos, com o foco em seu 
manuseio, pois, antes de aprofundar o assunto das estruturas e 
aprender como cortar cada tipo de tecido, há alguns aspectos 
que precisam ser conhecidos e que ajudarão no trabalho.
Malharia e tecido plano
Existem dois tipos de tecido: a malharia e o tecido 
plano. 
A malha é um tecido flexível, que pode ser de fibra de 
algodão ou artificial/sintética. A tecedura da malha pode 
ser executada com um só fio na horizontal ou com uma 
série de fios longitudinais, obedecendo a um determi-
nado processo no entrelaçamento. Pertence ao grupo de 
tecidos de fios não perpendiculares. 
Todas as técnicas apresentadas no 
material deste curso se referem a 
tecidos planos.
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10 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
A malharia pode ser retilínea, circular ou de urdume, e cada tipo apresenta um 
comportamento diferente na hora do corte. Na malha de urdume, os fios são laçados 
lado a lado e o tecido apresenta uma elasticidade que segue o sentido do compri-
mento e, por essa razão, deve ser cortado com o molde no sentido de sua largura. 
Nas malharias circular e retilínea, a trama é produzida pelo entrelaçamento de um 
fio único, e o que as diferencia é a forma de uma, que é circular, e a da outra, aber-
ta. Nesses tipos de malha, a elasticidade ocorre no sentido da largura, portanto, ela 
deve ser cortada com o molde colocado no sentido do comprimento.
Já o tecido plano é composto de dois fios que se entrelaçam formando um ângulo 
reto em relação à ourela – espécie de acabamento do tecido que corresponde à 
parte que foi presa ao tear, nas duas extremidades –, um na horizontal, chamado de 
trama, e outro na vertical, chamado de urdume (ou teia). Uma característica do 
tecido plano é que ele não estica, e talvez por isso mesmo seja considerado o mais 
clássico, aquele usado para roupas mais formais, sofisticadas e elegantes.
Urdume é um grupo de fios dispostos verticalmente no tear e paralelos à ourela. Trama é um fio 
horizontal, perpendicular à ourela. Viés é a diagonal em relação à ourela.
 
 
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 11
Sentido dos fios e direção do corte
Em geral, os cortadores lidam com grandes volumes 
de tecido e têm de prepará-los para o corte. Nesse mo-
mento, é sempre importante checar as características 
de fabricação, pois, por mais que o tipo seja conhecido, 
há diferenças entre fabricantes e você deve estar aten-
to à composição de cada tecido para planejar o sentido 
de seu corte.
Assim que estiver com um tecido em mãos, você poderá, 
pela ourela, verificar o sentido dos fios: urdume, trama 
ou viés; e poderá, então, escolher a direção dos cortes 
que for mais adequada ao tecido e às peças de vestuário 
que serão montadas.
Observar o sentido do fio do tecido é muito importante no momen-
to de cortá-lo, pois um equívoco nessa hora poderá dar maior ou 
menor volume à peça.
Você sabia?
Falamos que duas retas 
são perpendiculares 
quando elas se cruzam, 
formando, em sua inter- 
secção, um ângulo reto 
(de 90°).
Já duas retas ou segmen-
tos de reta são paralelos 
quando eles mantêm a 
mesma distância um do 
outro (são equidistantes) 
em toda a sua extensão. 
Não há nenhum ponto em 
que se encontram. 
Por exemplo: o tecido cortado seguindo o urdume – ou o fio reto no 
sentido vertical – dará menor volume à peça.
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Fio reto
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Corte em fio reto.
12 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
As possibilidades de corte variam de acordo com o posicionamento dos fios do te-
cido. A maioria das peças é cortada no fio reto, pois isso possibilita que o caimento 
da roupa seja firme e não crie volume indesejável. 
O corte no sentido da trama provoca o efeito oposto: a roupa tende a ficar mais vo-
lumosa. Já o corte enviesado deixa a roupa mais flexível, com um caimento mais leve.
A depender do tipo de roupa, o corte do tecido pode ser feito em mais de um senti-
do. Por exemplo, pode-se cortar a parte superior de um vestido no fio reto, de modo 
que a peça fique mais ajustada, e a saia enviesada ou no fio atravessado, de modo que 
ganhe mais volume.
Conhecendo melhor os tecidos
É muito importante que você conheça os principais tipos de tecido, pois disso de-
pende um corte adequado e correto. 
Tecidos de malha, por exemplo, podem deformar quando você coloca sobre eles o 
molde para realizar o corte. Por isso, antes de cortá-los, você deve deixar que repou-
sem sobre a mesa por algumas horas, ou um dia, dobrando-os algumas vezes, como 
mostra a imagem a seguir. Isso deixará os fios mais soltos, evitando que se deformem.
Corte em fio enviesado.Corte em fio atravessado.
O corte no sentido da trama – ou o fio do tecido 
colocado na posição atravessada ou perpendicular 
à ourela – dará à roupa um caimento armado.
A roupa cortada no sentido diagonal (enviesado), 
sempre tendo a ourela como referência, dará 
maior elasticidade à peça e um caimento dife-
renciado à roupa.
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Fio atravessado
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 13
Atividade 1
ExErcitE o cortE dE tEcidos
1. No laboratório de costura, vamos exercitar cortes de tecidos planos nos fios reto, 
atravessado e enviesado. O objetivo dessa atividade é que você perceba as diferen-
ças quando se corta o tecido no sentido do urdume, da trama e do viés.
 Faça testes em dupla, usando diferentes tipos de tecido, sob orientação do monitor.
2. Anote, a seguir, suas percepções sobre esse trabalho.
Tecidos de malha em processo de descanso.
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14 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Ainda antes do corte
Quando compramos tecidos em lojas especializadas, estes são cortados por vende-
dores. Você já reparou que, geralmente, eles fazem um pequeno corte na ourela e 
depois rasgam o tecido? 
Muitas vezes, esses trabalhadores não recebem orientações claras sobre a melhor 
forma de cortar os tecidos e sobre os problemas que podem decorrer do corte ina-
dequado. Assim, por praticidade, picotam uma das extremidades do tecido e o 
rasgam, puxando por uma das pontas.Para o vendedor, é um jeito fácil e prático de cortar o tecido, mas isso deixa as 
beiradas desiguais, e é necessário corrigi-las.
Esse acerto – chamado “realinhamento da trama” – é, portanto, a primeira coisa a 
fazer antes de iniciar o corte.
Para tanto, acompanhe os seguintes passos:
1. Utilizando uma tesoura de cortador ou alfaiate, corte a ourela.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 15
2. Selecione um fio da trama próximo à ourela e puxe-o.
3. Novamente utilizando uma tesoura de cortador ou alfaiate, com muito cuidado, 
corte o tecido até a outra ourela, ao longo do fio puxado.
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Verifique sempre se a trama e o urdume estão perpendiculares. Caso não estejam, 
significa que o tecido sofreu algum tipo de distorção na fábrica.
16 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Faça o teste: sobre uma mesa plana, estique o tecido dobrado, unindo as ourelas. 
Se o tecido apresentar rugas, você deve fazer o seguinte: 
1. Estique o tecido, alinhando os fios.
2. Em seguida, passe a ferro.
3. Faça o teste novamente e observe o alinhamento dos fios.
Esse procedimento é extremamente importante, pois caso os fios não estejam ali-
nhados, o corte ficará comprometido e haverá perda de tecido.
Cuidados extras: é comum que os tecidos fabricados com fibra natural encolham 
após a primeira lavagem. Assim, antes de cortá-los, deixe-os de molho apenas em 
água e, após algumas horas, coloque-os para secar.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 17
unida d e 6
Do que e como são feitos 
os tecidos
Conhecer do que são feitos e como são produzidos os tecidos é 
fundamental para quem quer trabalhar na indústria da moda. 
Nesta Unidade vamos falar sobre os tipos de fibra, o pro-
cesso de tecelagem e as principais estruturas dos tecidos 
planos, o que complementará o assunto da Unidade anterior 
e trará uma boa base para o trabalho com corte.
Para fabricar tecidos, as matérias-primas utilizadas são filamen-
tos ou fibras, também chamados materiais têxteis. Esses fila-
mentos ou fibras são utilizados na produção de fios, que, por 
sua vez, serão usados na fabricação de tecidos ou de linhas para 
costura, rendas, bordados etc.
Entende-se por têxtil todas as matérias que podem ser usadas 
para fiar e tecer, e que reúnam as seguintes qualidades: resistên-
cia, comprimento, plasticidade e flexibilidade.
As fibras usadas para fazer tecidos podem ser naturais ou arti-
ficiais/sintéticas. As fibras naturais são as de origem animal, 
vegetal ou mineral. São encontradas na natureza, quase prontas 
para fiar e tecer, e contêm características próprias: conforto, boa 
absorção de calor e umidade. 
Já as fibras artificiais ou sintéticas são produzidas pela indústria, 
por ação química ou mecânica, em processos que transformam 
certas matérias-primas em fios adequados para tecer.
Vamos ver detalhadamente, a seguir, os diferentes tipos de fibra.
18 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Fibras naturais
Fibras de origem animal
As fibras de origem animal são consideradas as mais ricas e valorizadas da indústria 
têxtil. No entanto, apesar de servirem de base para a fabricação de alguns tecidos, 
não são utilizadas na maioria deles. 
Elas podem ser divididas em dois grupos:
1. As que são extraídas e fabricadas de pelos de animais domésticos e selvagens, 
como:
•	 a lã extraída de ovelhas e carneiros;
•	 os pelos extraídos de cabras, camelos, lhamas, vicunhas, alpacas, coelhos, lontras 
etc.;
•	 os cabelos e as crinas.
2. As que são extraídas e fabricadas de filamentos de insetos e aracnídeos, como:
•	 a seda chamada de natural, produzida com filamentos retirados dos casulos de 
bichos-da-seda que viviam originalmente na região norte da China;
Casulos de bichos-da-seda.
•	 a seda produzida por outros tipos de inseto da família das borboletas e mariposas 
(lepidópteros). Embora também seja bastante utilizado na indústria de costura, 
trata-se de um tipo de seda considerado inferior à produzida pelo bicho-da-seda;
•	 os fios ou filamentos produzidos com teias de certas espécies de aranhas. As fê-
meas das Nephila madagascariensis produzem um fio de tom dourado e brilhante 
que dá origem a uma seda característica da região de Madagascar.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 19
Fibras de origem vegetal
As fibras de origem vegetal se dividem em quatro grupos, de acordo com as partes 
da planta de onde são extraídas:
1. Fibras extraídas de sementes: algodão e paina.
2. Fibras extraídas de caules e raízes: cânhamo, juta, rami etc.
3. Fibras extraídas de folhas: ráfia, buriti, alfa, sisal ou agave, gravatá, abacaxi, 
entre outras.
4. Fibras extraídas de frutos: por exemplo, coco.
Aranha produzindo a teia. Roupa feita com a seda de Madagascar.
Linho.
Linhaça repassada em cama de pregos para remover as cascas 
de palha, como parte do processo de produção do linho.
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20 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Fibras de origem mineral
Essas fibras, extraídas de minerais, podem ser dos seguintes tipos: 
1. Lã de vidro ou fios de vidro.
2. Fios metálicos (brocados, rendas e bordados).
Brocado de seda.Amianto anfibólio ou tremolito fibroso.
Fibras artificiais ou sintéticas
As fibras artificiais ou sintéticas, como já dito, são criadas na indústria com a trans-
formação de matérias-primas em fios para tecer. Elas se dividem em três grupos:
1. Fibras produzidas com celulose, matéria-prima de origem vegetal, como o raiom 
ou a seda artificial, rayoncut ou algodão artificial.
2. Fibras produzidas com proteínas animais ou vegetais, como as lãs artificiais.
3. Fibras compostas de substâncias minerais, como o náilon, os filamentos de vidro 
e, mais atuais, as fibras derivadas da reciclagem de garrafas PET.
Viscose.
Tecido de poliéster e fibras de náilon atadas formando uma 
rede em trama, ampliado 40 vezes.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 21
Como reconhecer as fibras utilizadas em 
cada tecido
Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela 
aparência, identificar as fibras que compõem determina-
do tecido. Mas nem sempre isso é possível.
Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição 
das fibras é aproximá-las do fogo, provocando sua com-
bustão ou queima. Esse processo requer muito cuidado. 
É preciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar 
uma das pontas, segurando-o pela outra. 
Mas por que esse processo permite identificar a compo-
sição das fibras? Porque a velocidade da queima varia 
conforme a origem da fibra.
As fibras de origem animal queimam com certa dificul-
dade, sem produzir chamas. Além disso, durante a quei-
ma, é possível sentir um cheiro de cabelo queimado 
(experimente queimar um pedacinho de lã 100%). 
As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do que 
as de origem animal. Pegam fogo com mais facilidade, che-
gando a produzir chama e cinzas, mas sem deixar cheiro.
As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa 
razão, costumavam ser utilizadas para a confecção de 
roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em 
que há risco de incêndio. 
As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapi-
damente, mas produzem pouca chama. Quando derretem, 
em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante 
a plástico queimado.
A fabricação dos tecidos
Vimos, até agora, algumas indicaçõessobre as matérias-
-primas que servem para a fabricação dos tecidos: quais 
os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los.
Lembre-se de ter um recipiente no 
qual você possa jogar o pedaço de 
tecido e interromper a queima.
Você sabia?
O uso do amianto – fibra 
de origem mineral – é 
polêmico, pois foi consi-
derado cancerígeno pela 
Organização Mundial da 
Saúde (OMS) e pela Orga-
nização Internacional do 
Trabalho (OIT).
No Brasil, encontra-se em 
discussão no Supremo 
Tribunal Federal a perma-
nência ou não da Lei fe-
deral nº 9.055, de 1º de 
junho de 1995, que auto-
riza o uso controlado do 
amianto crisotila.
Fonte: BANIR o amianto: longa luta 
em defesa da vida. O Engenheiro, 
FNE. Edição 128, jan. 2013. 
Disponível em: <http://www.fne.org.
br/fne/index.php/fne/jornal /
edicao_128_ jan_13/banir_o_
amianto_longa_luta_em_defesa_
da_vida>. Acesso em: 18 jan. 2013.
22 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Mas esse é só o começo de um processo com várias etapas, sendo as primeiras a 
extração ou obtenção/produção das fibras e a transformação delas em fios, processo 
chamado fiação. Com a obtenção dos fios, inicia-se o processo de tecelagem – o 
entrelaçamento dos fios que dá origem aos tecidos.
Atividade 1
tEcElagEns dE ontEm E dE hojE
1. Você verá a seguir imagens de fábricas de tecidos ou tecelagens. A primeira é de 
meados do século XX (20) em São Paulo, e a segunda, uma tecelagem atual.
Fábrica antiga de tecidos.
Tecelagem atual.
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Em dupla, comparem as duas imagens e respondam:
a) Que mudanças vocês podem perceber nos equipamentos e maquinários? Há se-
melhanças entre as duas imagens?
b) Nas duas imagens, vemos operários no ambiente de trabalho. O que cada uma 
delas diz sobre o trabalho que eles fazem?
2. No laboratório de informática, usem a internet para buscar informações sobre as 
primeiras indústrias têxteis do Estado de São Paulo:
•	 Quando foram criadas? 
•	 Onde estavam localizadas? 
•	 Quem eram os trabalhadores? 
•	 Como era a jornada de trabalho? 
24 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Essas são apenas algumas das perguntas que vocês poderão responder. Busquem 
levantar outras informações.
3. Façam um cartaz com os resultados da pesquisa para apresentar à classe.
Processo de tecelagem e a estrutura dos tecidos
A base para a fabricação dos tecidos é o entrelaçamento dos fios. Todos os tecidos fa-
bricados em tear plano – os tecidos planos, que abordamos na Unidade 5 – são produ-
zidos pelo entrelaçamento de dois tipos de fio: os do urdume e os da trama. 
Tear plano.
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O padrão do entrecruzamento do urdume e da trama define o tipo de estrutura de 
um tecido plano, como, por exemplo, a do tafetá, da sarja e do cetim, havendo uma 
que foge à regra: a do jacquard (fala-se “jacar”). 
Conhecer as estruturas do tecido é de grande utilidade para quem vai trabalhar com 
o corte ou a modelagem de peças. Há várias razões para isso. Com base no conheci-
mento sobre sua composição, você poderá escolher o tecido certo para cada modelo, 
pois saberá se o escolhido vai dar, ou não, o movimento esperado à peça, ou até mesmo 
o caimento esperado à roupa. Isso fará de você um profissional mais qualificado.
Outra boa razão para você ter essa informação é que a forma de manusear os tecidos 
e os acabamentos que poderão ser feitos também variam de acordo com a estrutura. 
Tecidos mais finos e delicados, por exemplo, exigem cuidados especiais, e o conhe-
cimento de suas características será importante para determinar o modelo, o tipo 
de acabamento e os equipamentos adequados para lidar com eles.
Veja, a seguir, como são as principais estruturas de tecido com as quais vai trabalhar.
Tipos de estrutura dos tecidos planos
Estrutura tela ou tafetá
Esse tipo de tecido apresenta uma estrutura básica, considerada a mais simples 
entre as demais. Ela se caracteriza por ter um fio da trama passando por cima do 
fio do urdume e o seguinte passando por baixo, como na imagem apresentada a 
seguir. 
O tecido é classificado conforme é trançado e segundo a resistência dos fios. Exem-
plos: tafetá, musselina, voal, percal. 
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26 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Estrutura sarja
Também considerada básica, nessa estrutura, o fio da trama, 
em vez de passar por um fio do urdume, passa por dois na 
primeira carreira. Na segunda, vai repetir o processo, come-
çando, porém, um fio da trama depois de onde começou na 
primeira. Esse processo se repete sucessivamente, avançando, 
a cada carreira, um ponto do urdume, o que, ao final, dará 
a impressão de uma estria em diagonal.
Estrutura cetim
A estrutura cetim também se caracteriza por ter o nú-
mero de pontos tomados diferente do número de pon-
tos deixados. Mas, se comparado com a sarja, o núme-
ro de pontos deixados é maior e pode variar. 
Quanto maior o número de pontos deixados, maior será 
a leveza do tecido e menor sua resistência.
O próprio cetim é o exemplo mais conhecido desse tipo 
de estrutura.
Ponto tomado: Aquele em 
que o fio do urdume passa 
por cima do fio da trama.
Ponto deixado: Aquele em 
que o fio do urdume passa 
por baixo do fio da trama.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 27
Estrutura jacquard
Na estrutura jacquard, o modo de entrelaçamento dos 
fios do urdume e da trama forma desenhos. Estes são 
realizados na própria composição do tecido, por meio do 
controle dos fios. 
Conheça os tecidos
Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamen-
to do urdume e da trama, bem como as estruturas bá-
sicas desse entrelaçamento. Com base nelas ou com 
pequenas modificações no modo de entrelaçamento dos 
fios (as diferentes combinações de pontos tomados e 
deixados), são muitas as possibilidades de tessitura e de 
tecidos resultantes.
Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de 
tecido, com características semelhantes, mas que nem 
sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma 
qualidade, dependendo do tipo de fibra, de sua origem 
e do processo de fabricação.
Por essa razão, é muito importante que você pesquise 
tecidos – seja em revistas especializadas, lojas, manuais, 
blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à 
mão para quando tiver dúvidas sobre sua natureza e suas 
características.
Tessitura: Textura de um 
tecido.
Para conhecer diferentes tipos de 
tecido, acesse o site Teciteca Virtual, 
da Universidade do Estado de Santa 
Catarina (Udesc).
Disponível em: <http://www.teciteca.ceart.
udesc.br/index.php?option=com_content&view
=category&layout=blog&id=1&Itemid=5>. 
Acesso em: 10 jan. 2013.
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28 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Atividade 2
Faça sEu mostruário dE tEcidos
Esta é uma atividade que você começará agora, mas que 
vai se prolongar durante todo o curso e poderá, até mes-
mo, continuar depois de seu encerramento.
A proposta é que você crie seu próprio mostruário de 
tecidos e possa utilizá-lo quando estiver exercendo a 
ocupação. Para isso, use o modelo de ficha indicado a 
seguir. 
Você pode fazer as fichas com papel-cartão ou cartolina, 
pois assim garantirá que elas tenham maior durabilidade.
Além disso, deverá guardá-las em ordem alfabética – de 
A até Z –, de acordo com o nome principal do tecido. 
Dessa maneira, será mais fácil encontrar a ficha que pre-
cisa no momento de consultá-la.
Não se prenda totalmente aos nomes 
dados aos tecidos, pois eles podem 
variar de um fabricante para outro.
(nome principal do tecido) 
(outros nomes dados para o mesmo tecido)
Amostra 
(cole aqui um pequeno 
pedaço de tecido)
Composição: Fabricante: 
Fibras de origem:( ) animal
( ) vegetal
( ) mineral
( ) artificial ou sintética
Fornecedor: 
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 29
unida d e 7
O trabalho do cortador: 
encaixe e risco
Pelas características da ocupação de cortador, que são dadas 
pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e que 
estudamos na Unidade 3 do Caderno 1, os cortadores, em 
geral, são contratados pelas indústrias de confecção (tema 
tratado na Unidade 10).
Mais especificamente, os cortadores trabalham em setores 
ou departamentos de preparação ou de corte. É a área res-
ponsável por receber os moldes da equipe de modelagem, 
realizar todos os procedimentos relacionados ao corte e, na 
sequência, encaminhar as peças cortadas para a área de 
costura, de onde vão, posteriormente, para a venda.
Nesta Unidade, veremos como se organiza o corte de tecidos 
nessas empresas, as etapas do trabalho e alguns de seus prin-
cipais procedimentos.
Na área ou departamento de corte, o trabalho é dividido 
em etapas, e podem-se identificar cinco grandes funções: 
encaixe, risco, enfesto, corte e separação ou preparação. 
Vamos ver cada uma delas em detalhes, mas, antes disso, é 
importante que você saiba como chegam os pedidos para a 
área de corte.
Ordem de fabricação
Para dar origem à produção de um conjunto de peças de 
vestuário, as empresas de confecção recebem pedidos de 
clientes e os organizam em uma ficha chamada ordem de 
fabricação. 
As ordens de fabricação podem seguir dois critérios: valor do 
faturamento ou quantidade de peças a serem fabricadas.
30 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Moldes são peças de papel – em geral, usa-se papel kraft, também conhecido como papel pardo ou 
manilha – que reproduzem partes das peças de roupa. Fazê-los requer um trabalho minucioso, que se 
inicia com o estilista, ao pensar no modelo, no caimento e no movimento que a roupa deve ter. Em se-
guida, o modelista, olhando as ideias do estilista, é capaz de colocar no papel as medidas e a forma com 
que os tecidos devem ser cortados para obter o resultado esperado.
Modelo desenhado pelo estilista.
Molde elaborado com base no modelo idealizado pelo estilista.
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Atividade 1
rEcEbEndo um pEdido
1. Organizem-se em grupo e imaginem que hoje é um dia de trabalho em uma 
grande confecção.
2. Vocês receberão uma ordem de fabricação. Ela chega aos trabalhadores por meio 
de uma ficha. Analisem-na a seguir, observando atentamente as informações que 
ela contém.
ORDEM DE FABRICAÇÃO Nº 
_________________________
REFERÊNCIA MODELO DATA VISTO
EMISSÃO CORTE
Nº 
PEDIDO
NOMENCLATURA 
DO TECIDO
ANEXAR 
AMOSTRA DE 
TECIDO
TIPO GRADE DE TAMANHOS
x PP P M G GG TOTAL DE 
PEÇAS 
CORTADAS
2 4 6 8 10 12 14 16
34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
01
PREVISTO 10 5 15 10 5 45
REAL
02
PREVISTO 5 5 5 5 5 25
REAL
03
PREVISTO 5 10 10 10 5 40
REAL
TOTAL DE PEÇAS POR GRADE _________
PREVISTO 20 20 30 25 15 110
REAL
3. Respondam:
a) A ficha contém todas as informações necessárias para iniciar o processo de pro-
dução?
32 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
b) Ajudem a gerência a fazer dessa ficha um instrumento mais adequado de traba-
lho. O que vocês incluiriam nela? O que retirariam?
4. Agora, cada grupo deve apresentar o resultado da análise da ficha. Terminadas 
as apresentações, verifique se as respostas dadas pelo grupo foram suficientes ou 
se faltou alguma informação. 
A leitura atenta da ordem de fabricação
Olhando a ficha apresentada na atividade anterior, um trabalhador da área de 
corte poderá identificar qual é o pedido e em que ordem deverá proceder. Por 
exemplo:
1. Pedido no 1: produção de 10 peças PP, 5 peças P, 15 peças M, 10 peças G e 5 
peças GG. Total de peças: 45.
2. Pedido no 2: produção de 5 peças PP, 5 peças P, 5 peças M, 5 peças G e 5 peças 
GG. Total de peças: 25.
3. Pedido no 3: produção de 5 peças PP, 10 peças P, 10 peças M, 10 peças G e 5 
peças GG. Total de peças: 40.
Apenas quando os pedidos estão organizados em ordens de fabricação eles seguem 
às demais áreas da confecção para dar início à produção das peças. Especificamen-
te para a área de corte, a ordem de fabricação informa a sequência em que as peças 
deverão ser cortadas e quais devem ser cortadas simultaneamente (alinhamento 
vertical).
Mas esse conjunto de informações ainda é insuficiente para os cortadores. Por essa 
razão, uma segunda ficha será preenchida antes de cortar as peças: a ficha de corte. 
Falaremos sobre essa ficha mais adiante, depois de conhecermos as primeiras etapas 
do trabalho do cortador.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 33
Encaixe
O encaixe é a primeira etapa do trabalho dos cortado-
res. Ele consiste, basicamente, no estudo do posiciona-
mento dos moldes, recebidos da área de modelagem, de 
modo que haja o melhor aproveitamento dos tecidos no 
momento do risco.
Os moldes servem de base para o corte dos tecidos. As 
medidas informadas no papel geralmente já levam em 
consideração uma margem suficiente para a costura.
O número de moldes para fazer uma mesma peça de 
vestuário varia bastante, a depender do tipo de roupa e 
dos detalhes do modelo. 
Veja um exemplo a seguir.
Nem todas as confecções inserem a 
margem de costura no molde, por 
isso é muito importante ficar 
atento a esse detalhe quando 
planejar o encaixe. 
Para fazer esse colete jeans foram utilizados quatro moldes.
Colete jeans.
Costas
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Fio
Fio
Frente
2x tecido
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Bolso
2x tecido
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Lateral
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Fio
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34 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Também a depender do modelo de vestuário, os moldes 
podem ser simétricos, quando o lado esquerdo é igual 
ao lado direito; ou assimétricos, quando os dois lados 
são diferentes.
O encaixe do molde no tecido é de 
extrema importância, por isso fique 
atento a todos os procedimentos, o 
que evitará desperdício de tecido e 
perda no momento de definir o preço 
de venda.
Todo cuidado é pouco!
Moldes assimétricos.
Moldes simétricos.
Uma vez recebidos os moldes da área de modelagem 
da confecção, a função do cortador é estudar e in-
dicar como deve ser o posicionamento correto desses 
moldes. Esse estudo se chama “encaixe”, porque se 
trata justamente de encaixar os moldes de forma 
adequada, cuidando para que não haja desperdício 
de tecido.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 35
Considerando que, em qualquer processo de corte, é provável haver algumas 
sobras de tecido, caberá também ao cortador estudar essas sobras, visando o 
seu reaproveitamento para o corte de novas peças. Imagine uma pessoa em-
brulhando um livro para dar de presente. A depender de como se posiciona o 
livro no papel de embrulho, a sobra de papel será maior ou menor, possibili-
tando ou não usá-la para outro fim, certo? Aqui acontece o mesmo. Se os 
moldes forem bem posicionados, as sobras poderão ser aproveitadas.
Outra preocupação do cortador, nesse momento, é estar atento às informações 
contidas no molde, considerando o sentido dos cortes. Alguns moldes devem ser 
dispostos no tecido de forma inclinada (diagonal), outros de forma horizontal, e 
outros, ainda, de forma vertical.
Há várias maneiras de executar o encaixe:
Encaixe par: é assim chamado quando todos os moldes que compõem o modelo 
precisam estar contidos no estudo e distribuídos sobre o tecido ou papel. O encai-
xe par é utilizado quando a peça a ser cortada possui moldes assimétricos; ou seja, 
um lado é diferente do outro.
Encaixe ímpar: esse tipo de encaixe é utilizado quando os moldes são simé-
tricos, ou seja, um lado é igual ao outro. Nesse caso, pode-se utilizar apenas 
o lado direito ou esquerdo da peça como referência para o corte do tecido. Por 
exemplo, quando uma camiseta com molde simétrico vai ser cortada, podem 
ser posicionados parao corte apenas os moldes do lado direito (frente e costas). 
Também pode ser posicionado o molde de somente uma das mangas.
Exemplo de encaixe com moldes dispostos na horizontal.
36 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Encaixe par e ímpar (também chamado misto): esse procedimento é muito 
utilizado na produção em grande escala. Nesse tipo de encaixe, o cortador po-
siciona moldes de diferentes peças. Por exemplo: uma bata sem mangas e golas 
de outra peça; ou pode alternar um molde de numeração 46 com outro de 
numeração 36.
Encaixes com sentido obrigatório: são usados em duas situações, conforme indi-
caremos a seguir:
•	 devido ao modelo – é usado sempre que o modelo tem algum detalhe ou quando 
as partes que compõem o lado direito são diferentes das partes que compõem o 
lado esquerdo. Para evitar problemas, devem-se sempre seguir as orientações 
descritas pelo departamento de criação e pelo modelista, que, em geral, estabele-
cem qual lado do tecido deve ficar sob o molde;
•	 devido ao tecido – existem tecidos que exigem o encaixe de todos os moldes em 
determinado sentido para não haver diferenças entre as partes do modelo depois 
de costuradas. Isso acontece, por exemplo, no caso de tecidos estampados, com 
brilho, e de tecidos como o veludo, a camurça, a pelúcia e o plush.
Encaixe de tecidos listrados e xadrezes: esse é um grande desafio para o 
cortador, pois o encaixe perfeito fará as linhas se encontrarem no momento da 
costura.
Observe as figuras a seguir: estilo ou erro de corte?
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 37
Planeje o encaixe
Vimos até agora as diferentes maneiras ou técnicas de 
fazer um encaixe, que devem seguir orientações passadas 
pelas áreas de criação e modelagem.
Ainda de acordo com essas orientações, o cortador po-
derá fazer o planejamento do encaixe, seja ele tradicional 
ou computadorizado.
O planejamento tradicional (também conhecido como 
convencional) é usado para a produção em pequena 
escala. Nessa situação, usa-se o molde em tamanho 
natural. 
Já o planejamento computadorizado é utilizado so-
mente nas confecções que contam com mais recursos 
tecnológicos e software apropriado. Os moldes são intro-
duzidos na memória de um computador com o auxílio 
de uma mesa digitalizadora. Observando-os na tela do 
monitor, o trabalhador pode remanejar os moldes até 
obter o melhor encaixe (desperdício mínimo). 
Ao fazer o planejamento 
tradicional, sempre 
desconte a ourela ao projetar o 
encaixe do tecido.
Você sabia?
Já existe um equipamento 
que fotografa moldes e os 
digitaliza automaticamen-
te. Esse equipamento é 
muito utilizado por em-
presas que associam o 
molde de papel aos digi-
talizados.
No laboratório de infor-
mática, você poderá fazer 
uma pesquisa sobre esse 
assunto com o auxílio do 
monitor.
Estudo de encaixe em computador.
O sistema computadorizado (sistema CAD, do inglês 
computer-aided design) apresenta muitas vantagens. Uma 
delas é a velocidade com que se pode montar um estudo 
de encaixe aproveitando o máximo de tecido, com os mol-
des na posição que se desejar. Além disso, o sistema tem 
a capacidade de registrar todos os moldes já executados. 
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38 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Atividade 2
ExErcitE a prática dE EncaixEs
1. Em trio e utilizando moldes de diferentes peças disponíveis no laboratório de 
costura, façam os estudos a seguir. Utilizem, para cada estudo, pelo menos dois 
moldes completos de peças de vestuário. O objetivo é fazer o melhor encaixe.
a) Estudo de encaixe par, com moldes assimétricos.
b) Estudo de encaixe ímpar, com moldes simétricos.
2. Apresentem para a classe os estudos realizados. A proposta é que cada trio analise o 
seu próprio trabalho, tendo como parâmetro os trabalhos dos demais. O monitor 
comentará cada um dos estudos e dará dicas para tornar os encaixes mais adequados.
3. Se necessário, refaçam o estudo até que o trio esteja satisfeito com os resultados.
Risco
Existem diferentes maneiras de transferir o desenho dos moldes para o tecido, que 
variam de acordo com a confecção. Vamos ver algumas delas.
Risco manual sobre o papel
Nesse método, o estudo de encaixe é transferido para o papel e depois afixado ao 
tecido, evitando, em caso de erro, que um pedaço de tecido seja desperdiçado. No 
momento do corte, a folha do estudo de encaixe e o tecido são cortados juntos, ou 
o corte é feito contornando as bordas dos moldes.
Quando for reproduzir o estudo de encaixe, é muito importante seguir as determi-
nações especificadas na ordem de fabricação (como os tamanhos das peças a serem 
produzidas) e nos moldes, considerando todos os detalhes das peças.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 39
Risco manual sobre o tecido, utilizando giz 
ou lápis de alfaiate
Trata-se de uma das técnicas mais antigas de risco, her-
dada da prática dos alfaiates e das costureiras, mas, ain-
da hoje, utilizada por muitas confecções. Nesse método, 
o estudo do encaixe poderá ser transferido para o tecido 
riscando-se os contornos dos moldes, os quais precisam 
estar pregados ao tecido. Para fazer esse tipo de risco, 
tenha à mão os materiais necessários e separe os moldes 
(modelos e tamanhos), considerando a ordem de fabri-
cação das peças e o estudo do encaixe.
Procure sempre fazer o risco no 
tecido com material próprio para esse 
fim, para que não haja perigo de 
manchá-lo.
Para tecidos delicados ou muito 
coloridos, contorne o caminho do 
molde com alfinetes, marcando, 
depois, com giz esse caminho.
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Molde básico de saia, afixado em tecido.
40 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Risco manual com carretilha e papel-carbono
Essa técnica é utilizada para marcar tecidos finos e opa-
cos. O papel-carbono deve ser colocado com cuidado 
sobre o avesso do tecido para não manchá-lo, e, por cima 
dele, o molde. 
Isso feito, a carretilha deve ser passada seguindo o molde, 
que ficará impresso no tecido.
Plotters: Impressoras pró-
prias para desenho, utiliza-
das para a reprodução de 
projetos de arquitetura, es-
tudos gráficos, mapas etc. 
com alta qualidade.
Você poderá fazer várias 
cópias dos moldes e dos 
estudos de encaixe com 
papel-carbono, o que 
possibilita utilizar apenas 
um molde ou estudo e 
arquivar os demais. 
Como fazer? 
1. Intercale uma folha de 
risco e uma de papel-carbo-
no. Repita o procedimento, 
ao menos, duas vezes. 
2. Siga o estudo de encai-
xe que realizou e distribua 
os moldes no papel. 
3. Risque ou carretilhe os 
encaixes com firmeza, a 
fim de obter outras cópias.
Risco automatizado com uso de plotters
Nesse método, os riscos são feitos em computador e im-
pressos no papel. 
Não é mais preciso ser uma grande indústria para usar 
esse sistema. As de porte pequeno e médio também já 
o empregam. 
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 41
Tanto o giz como o lápis de alfaiate são indicados para marcar tecidos finos e delicados, pois as marcas 
saem facilmente e possibilitam fazer os riscos do lado direito do tecido, diferentemente de quando se usa 
papel-carbono e carretilha, que produzem marcas difíceis de sair, mesmo depois de lavar. Você deve es-
colher as cores de acordo com o tecido, ou seja, usar a cor branca para tecidos coloridos, e vermelho, 
verde ou amarelo, que são as mais usadas, para marcar tecidos brancos ou de cores claras.
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42 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Fixação dos encaixes
Para garantir a fixação dos moldes ou estudos de encaixe, você poderá usar:
•	 spray fixador ou cola spray temporária para tecido – deve ser aplicado em toda a extensão do papel 
e, depois da secagem (aproximadamente 1 minuto), afixado sobre o enfesto, que você verá na Uni-
dade 8;
•	 alfinete – método de fixação não recomendado para tecidos de malha;
•	 fita adesivadupla face – é um método mais barato do que o spray e pode ser utilizado tanto para te-
cidos planos como para tecidos de malha.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 43
Passo a passo – risco com giz ou lápis de alfaiate 
1. Organize a mesa de corte. Distribua o tecido sem formar dobras ou ondulações.
2. Lembre-se do estudo de encaixe e organize os moldes de forma a aproveitar o 
máximo do tecido. Atente-se, porém, para o sentido da trama, pois dependen-
do da forma como a peça for cortada, o caimento será diferente, conforme 
visto na Unidade 5. Fixe bem cada um dos moldes com alfinetes e, com um 
giz de alfaiate, vá contornando os moldes com riscos.
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3. Riscado o tecido, ele estará pronto para ser cortado.
Embora ainda seja muito utilizado, esse método apresenta algumas desvan-
tagens, como o tempo que se leva para fazer a marcação, a falta de precisão 
e a possibilidade de essa marca ser apagada, caso se passe a mão com força 
sobre ela. 
Nas confecções de médio e grande porte, o estudo de encaixe geralmente é 
pregado ou colado diretamente no tecido e os dois são cortados juntos. Mas 
aprender esse método é essencial, pois ele ainda é muito utilizado em peque-
nas confecções.
Atividade 3
pratiquE riscos
1. Com os dois estudos de encaixe realizados na atividade anterior, pratique riscos, 
de acordo com os seguintes métodos:
a) risco manual sobre o papel, utilizando caneta esferográfica;
b) risco manual sobre o tecido, utilizando giz de alfaiate;
c) risco manual com carretilha e papel-carbono.
2. Converse sobre os resultados de seus trabalhos e de seus colegas, apontando as 
dificuldades encontradas. Assim, vocês poderão aprender uns com os outros e 
aprimorar as técnicas de risco.
Atividade 4
na Fábrica dE tEcidos...
1. Leia a letra da canção “Três apitos”, de Noel Rosa, que fala de uma moça que 
trabalha em uma fábrica de tecidos. Se possível, ouça a canção pela internet.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 45
Três apitos (1933)
Noel Rosa
Quando o apito 
Da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê.
Você que atende ao apito 
De uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé com agasalho
Nem no frio você crê...
Mas você é mesmo 
Artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz réclame de você.
Nos meus olhos você lê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens a você.
Sou do sereno 
Poeta muito soturno
Vou virar guarda-noturno
E você sabe por quê
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos pra você.
46 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
2. Com base na canção, em grupo, discutam:
a) Como vocês acham que são as condições de trabalho nas confecções?
b) O controle sobre o trabalho é forte ou fraco? Por quê?
c) Quais são os aspectos positivos e os negativos do trabalho em uma confecção?
d) A música os inspirou para...
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 47
unida d e 8
O trabalho do cortador: 
enfesto
O enfesto é a colocação das camadas de tecido, umas 
sobre as outras, de modo que fiquem prontas para o corte. 
Ele também é conhecido, nas confecções, como “sanduí-
che”, “colchão” ou “estendida”.
Essa “arrumação” dos tecidos é feita sobre a mesa de cor-
te, que deve ter a largura maior do que a do tecido que 
será enfestado e a superfície perfeitamente lisa. Caso 
contrário, o tecido não ficará completamente esticado, o 
que pode gerar defeito nas peças após o corte.
Antes de iniciar o enfesto, você deve cobrir uma parte da 
mesa de corte com papel kraft ou pardo. Mais especifi-
camente, você deverá forrar a parte da mesa que corres-
ponde à metragem indicada no estudo de encaixe já 
aprovado, que é também a metragem dos tecidos que 
serão enfestados.
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Você sabia?
O termo enfestado, nes-
te Caderno, refere-se à 
colocação das camadas de 
tecido, ou enfesto. Mas há 
também a expressão teci-
do enfestado, que é um 
tecido de largura dupla.
48 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Mas você pode estar se perguntando: Por que os tecidos 
devem ser enfestados sobre um pedaço de papel? 
Esse procedimento não é obrigatório, porém, evita o 
contato do tecido com a mesa (o que pode sujá-lo) e 
torna mais fácil o manuseio das folhas de tecido. E, prin-
cipalmente: o papel é mais firme que o tecido e evita que 
este entre na coluna da máquina de corte vertical, prin-
cipalmente os tecidos finos como seda, crepe e tactel.
Além disso, como o forro de papel terá a exata metragem 
do estudo do encaixe, não há necessidade de fazer mar-
cações adicionais para indicar as medidas do enfesto. 
Caso se faça a opção de não utilizar o papel, essas mar-
cações devem ser efetuadas na própria mesa, com a in-
dicação – por desenho ou usando fitas adesivas – do 
comprimento e da largura do enfesto.
Marcada a metragem do enfesto (comprimento e largu-
ra), a próxima etapa, ainda anterior à colocação das folhas 
de tecido sobrepostas, é a identificação da quantidade de 
folhas a serem enfestadas.
Esse número ou quantidade de camadas de tecido varia 
de acordo com o pedido contido na ordem de fabricação, 
com o modelo das peças de vestuário a serem cortadas 
ou, ainda, com a espessura do tecido. Trata-se de uma 
informação que está contida em uma ficha, chamada 
ficha de corte. Falamos sobre ela no início da Unidade 7, 
mas sem explicar quais suas características e sua utilida-
de, o que será visto a seguir.
Ficha de corte
Você se lembra da ordem de fabricação? Ela informa para 
a área de corte a sequência em que as peças deverão ser 
cortadas e quais devem ser cortadas simultaneamente 
(alinhamento vertical). Já a ficha de corte traz as infor-
mações adicionais que possibilitam o desenvolvimento 
do trabalho dessa área.
Não se deve puxar as duas pontas 
do tecido sobre a mesa de corte 
no momento de sobrepor as 
camadas. Se isso for feito, causará 
danos no corte e na confecção 
da peça final, pois o tecido ficará 
enviesado ou enrugado.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 49
Veja a seguir um modelo desse tipo de ficha:
Ficha de corte nº 
Modelo: Data: / / 
Nome: Período: 
Artigo: Largura do tecido: Tipo de encaixe: 
Detalhamento:
Tamanho
Cor/quantidade Total
Antes de dar continuidade ao estudo sobre o uso da ficha, é preciso relembrar alguns 
conceitos da matemática, que serão muito úteis nessa nova ocupação que você está 
aprendendo.
Sistema de medidas
As unidades de medida já são parte do nosso dia a dia, e muitas vezes as utilizamos 
sem nos dar conta: compramos ¼ de queijo, um metro de tecido, calculamos a 
parte do nosso salário que é paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) etc.
50 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Atividade 1
o quE é mEdir?
1. Responda as perguntas a seguir e depois converse com um colega, comparan-
do suas respostas.
a) O que medimos no posto de saúde? Como medimos?
b) O que medimos em um cômodo da casa? Como medimos?
c) O que é medido na conta de luz? De que forma?
d) O que medimos e contamos na cozinha quando seguimos a receita de um 
prato? Como e com quais instrumentos?
2. As respostas dadas foram semelhantes? Troquem ideias sobre o que é medir.
A necessidade de medir
Esse conjunto de situações vistas na Atividade 1 apresenta uma ampla diversi-
dade, mas em todas elas há algo em comum: para resolvê-las, é preciso medir 
ou contar alguma coisa:
•	 em um cômodo de casa, medimos o comprimento e a altura de uma parede;
•	 em um livro qualquer, podemos medir o comprimento, a largura e a altura; 
mas também contamos o número de páginas;
•	 em uma caixa de ovos, contamos quantostêm; mas também podemos medir 
o comprimento da caixa, sua largura e sua altura.
Contar e medir estão presentes em quase todas as áreas de trabalho e situações 
da vida: na construção, no comércio, na confecção, na indústria etc.
Medir é um ato tão comum em nosso cotidiano que fica difícil imaginar um 
tempo ou um lugar em que não se meça algo. Se olharmos para o passado da 
humanidade, perceberemos que contar e medir fazem parte da vida do ser hu-
mano desde as épocas mais remotas.
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 51
Quando o homem primitivo deixou de viver como nômade e passou a se fixar, 
dedicou-se às atividades agrícolas. Com o passar do tempo e o aumento da pro-
dução, ele notou que poderia trocar com o vizinho o que não conseguia consumir. 
Foi quando surgiu a necessidade de haver um sistema de medidas que fosse aceito 
entre as partes para facilitar as trocas. Tomaram-se, então, como referência de 
medida, as partes do corpo humano, como palmos, polegadas etc. A partir daí, e 
ao longo da história, esses parâmetros foram sendo substituídos por outros, como 
réguas, balanças etc. Depois de alguns acordos entre países sobre a adoção de um 
padrão comum de medida, desde 1960 está em vigor o Sistema Internacional de 
Unidades (SI), que vale para inúmeros países, entre eles o Brasil.
Unidades e instrumentos de medida
Para cada situação, escolhemos a unidade e o instrumento de medida mais apro-
priados. Isso nos faz perceber que, para medir algo de modo que todos entendam e 
aceitem, precisamos adotar um padrão, ou seja, uma só unidade de medida. Ao 
escolher a unidade de medida, devemos pensar se ela é adequada àquilo que dese-
jamos medir. 
A unidade-padrão para medir nossa altura, por exemplo, no Brasil, é o metro; mas, 
mesmo assim, precisamos de unidades menores do que o metro.
Para facilitar e padronizar as medições, foi criado o sistema métrico decimal – mé-
trico porque utiliza o metro como unidade-padrão, e decimal porque as unidades 
derivadas do metro são obtidas por meio de divisões de dez:
•	 metro – unidade fundamental do sistema legal de medidas (símbolo: m), mas 
também se chama metro o objeto que serve para medir;
•	 centímetro – unidade de comprimento equivalente à centésima parte do metro 
(símbolo: cm);
•	 milímetro – unidade de comprimento que equivale à milésima parte do metro 
(símbolo: mm).
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Cada centímetro contém dez milímetros.
52 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Observe. Quando, por exemplo, falamos em medir a altura de uma pessoa:
•	 a grandeza é o comprimento;
•	 a unidade de medida ou unidade-padrão é o metro;
•	 a medida é o número expresso nessa unidade.
Medir é, portanto, comparar grandezas de mesma espécie, ou seja, verificar uma 
medida, tendo por base uma escala fixa.
A despeito de todos os avanços tecnológicos, a fita métrica continua sendo a ferramenta fundamental 
para a tomada de medidas.
Entendendo a ficha de corte
Retomando o preenchimento das fichas, a depender de como se organiza o trabalho 
em cada confecção, você poderá receber a ficha de corte já preenchida ou terá de 
preenchê-la. De qualquer forma – seja para preencher adequadamente a ficha, seja 
somente para interpretá-la corretamente –, é necessário que você conheça todo o 
processo descrito.
É importante saber que o estudo de encaixe:
•	 indicará o número de peças a serem distribuídas no tecido. Lembre-se de que não 
necessariamente os moldes serão da mesma peça; por exemplo, poderão ser apenas 
de um lado da blusa. A distribuição dos moldes ocorre de forma a melhor apro-
veitar o tecido e, por essa razão, você poderá distribuir peças diferentes para o 
corte na mesma folha do tecido;
•	 fornecerá a medida do risco, isto é, aquela que se situa entre a direção do fio e o 
comprimento do risco;
•	 determinará a quantidade de tecido a ser usada para cada peça, ou seja: tome a 
medida do risco e divida-a pela quantidade de peças a ser distribuída por folha 
e, assim, obterá a quantidade necessária.
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Atividade 2
ExErcitE o uso dE Fórmulas 
1. Com a ajuda de uma calculadora, calcule o consumo 
médio de tecido por peça em metro. Antes de iniciar, 
anote a fórmula que você vai utilizar e, em cada exer-
cício, anote as etapas para chegar ao resultado final.
a) Comprimento do risco = 10 m.
Número de peças riscadas = 9 peças.
Consumo médio por peça = 
b) Comprimento do risco = 8 m.
Número de peças riscadas = 9 peças.
Consumo médio por peça = 
2. Calcule, agora, o consumo total de tecido, conside-
rando os seguintes dados:
•	 comprimento do risco = 14 m;
•	 quantidade de peças que devem ser produzidas = 120 
camisas;
•	 número de camisas indicado no estudo de encaixe 
aprovado (ou peças riscadas) = 4.
Note, nesse caso, que você precisará utilizar duas fórmu-
las para concluir o exercício. Anote essas fórmulas e as 
etapas percorridas para chegar ao resultado final. Quan-
do acabar, confira o resultado com a classe.
Para calcular o consumo médio 
de tecido por peça, utilize 
a seguinte fórmula:
comprimento do risco ÷ número 
de peças riscadas
E, para calcular o consumo 
total de tecido, você poderá usar 
uma das duas fórmulas:
comprimento do risco × número 
de folhas do enfesto
ou
consumo médio de tecido por peça × 
total de peças a serem produzidas
Você sabia?
Algumas confecções uti-
lizam na ficha de corte um 
campo no qual já se en-
contram as informações 
sobre os cálculos feitos 
nessa atividade.
54 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Métodos de enfesto
Ainda antes de mostrar de que forma, na prática, faz-se o enfesto, é importante que 
você conheça as diferentes possibilidades de organizar as camadas de tecido. A es-
colha de qual método utilizar depende basicamente:
•	 das características do tecido – se ele tem direito e avesso, por exemplo, ou se a 
trama tem um dado sentido que determine o lado do corte;
•	 dos modelos – se há ou não simetria.
Há três métodos principais de enfesto:
•	 enfesto par (também chamado “zigue-zague” ou “acordeão”): é um tipo de 
enfesto em que as folhas do tecido são dispostas, alternadamente, direito com 
direito e avesso com avesso, condizente com um movimento de vai e volta do 
tecido. Esse tipo de enfesto é feito com rapidez, mas só pode ser utilizado 
quando for indiferente, para a peça do vestuário, o tecido ser cortado pelo lado 
direito ou avesso;
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•	 enfesto ímpar (também chamado enfesto único): as folhas de tecido são dis-
postas todas em uma só posição, sempre com o mesmo lado (direito ou avesso) 
para cima. Trata-se de um processo mais demorado já que, depois que cada 
folha é enfestada, se volta para a extremidade de origem para enfestar a próxi-
ma. Deve-se usar obrigatoriamente esse tipo de enfesto quando os moldes são 
assimétricos;
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No momento do enfesto, é fundamental que o cortador saiba distin-
guir o lado direito do lado avesso do tecido. Veja, a seguir, como se 
pode fazer essa distinção:
•	 pelo brilho do tecido – tecidos sedosos apresentam um brilho 
maior no seu lado direito do que no avesso, principalmente quan-
do são observados próximos da luz;
•	 pela ourela – o nome do fabricante pode aparecer de duas formas 
na ourela: estampado ou bordado. Quando o nome do fabrican-
te vem estampado, o lado da estampa é o avesso. Quando o 
nome do fabricante vem bordado, esse lado é o direito;
•	 por meio do tato – o lado mais liso de um tecido é o lado direi-
to; o lado mais áspero é o avesso;
•	 pela observação do entrelaçamento dos fios – na maior parte 
dos tecidos, o fio do urdume é visível no lado direito e os fiosda 
trama são mais aparentes no avesso. Você poderá usar uma 
lente de contar fios ou lupa conta-fios para identificá-los;
•	 por meio da estampa – geralmente, as estampas dos tecidos 
são mais fracas no lado avesso, já que as tintas utilizadas, nor-
malmente, não ultrapassam o tecido.
Além desses três métodos, há situações que exigem outros 
tipos de enfesto específicos. Uma dessas situações é o 
enfesto de malhas. Embora a disposição das folhas pos-
sa obedecer qualquer uma das ordenações anteriores, no 
caso das malhas tubulares, devem-se colocar duas folhas 
de tecido a cada vez.
•	 enfesto direito com direito em sentidos opostos: 
trata-se de um tipo de enfesto no qual as folhas de 
tecido são todas dispostas na mesma posição (ou seja, 
com o mesmo lado para cima, como no enfesto ímpar), 
mas em sentidos contrários. O corte de veludo, por 
exemplo, exige o uso desse tipo de enfesto, pois tecidos 
que apresentam essa textura demandam cuidados ex-
tras para o corte, caso contrário, depois de costuradas, 
as partes de uma mesma peça têm aparência diferente.
Em caso de dúvida, consulte sempre 
o encarregado do setor!
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56 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Outra situação específica diz respeito ao enfesto com altura variável ou em 
escada, também conhecido como enfesto escalonado, que é usado quando o 
estudo de encaixe prevê o corte de quantidades diferentes de cada peça.
É possível fazer uma associação entre os tipos de molde, tipos de encaixe e métodos 
de enfesto mais comuns (par ou ímpar), utilizados para a maioria dos tecidos.
Dessa forma, os moldes simétricos, aqueles relativos à mesma peça de uma roupa, 
como frente e costas de uma camiseta ou punhos de uma manga, permitem qualquer 
tipo de enfesto. Já os moldes assimétricos, que são aqueles que, como o próprio nome 
diz, se referem a moldes que têm medidas diferentes, só permitem o encaixe par e 
o enfesto ímpar, também chamado único.
Como enfestar
Definido o método de enfesto adequado a cada caso, e considerando o estudo de 
encaixe, o risco e as indicações da folha de corte, você poderá, agora sim, iniciar o 
trabalho de enfesto.
Mas como fazer isso? Há basicamente três formas: 
•	 manualmente;
•	 com uma enfestadeira manual;
•	 com uma enfestadeira automática.
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 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 57
No primeiro caso – enfesto manual (sem o uso de enfestadeira) –, são necessárias 
duas pessoas para manipular o tecido, que é trazido, folha por folha, de uma extre-
midade da mesa para o local do enfesto.
Para facilitar o trabalho, é utilizado um desenrolador de tecidos, que fica fixado à 
mesa, acoplado por meio de dois suportes laterais.
Conforme o tecido vai sendo puxado, ele deve ser preso com a utilização dos cha-
mados grampos de enfesto, compostos de quatro fixadores – um para cada ponta 
do tecido enfestado – e duas barras que servem de apoio ao enfesto. Os grampos 
garantem que as folhas sejam mantidas umas sobre as outras, sem que se movimen-
tem. Algumas empresas utilizam, ainda, objetos diversos como peso na ponta dos 
enfestos. Seu tamanho varia de acordo com o volume do enfesto.
Ilustração de uma mesa de enfesto manual.
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No enfesto manual, a superfície de referência “oficial” do enfestador é a parede, que forma um ângulo 
de 90° com a mesa de corte.
Quando são poucas as camadas de tecido enfestadas – isto é, o volume do enfesto 
não ultrapassa 15 cm a 20 cm –, esse tipo de grampo pode ser substituído por 
prendedores com molas, que abrem e fecham, ajustando-se à altura das folhas.
Usando grampos ou prendedores, é muito importante, do momento do enfesto ao 
momento do corte, que todas as folhas sejam mantidas alinhadas e sem se movi-
mentar. Uma boa forma de garantir o alinhamento é fazê-lo por meio das ourelas, 
mantendo-as umas sobre as outras.
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Embora o enfesto feito manualmente seja ainda comum em confecções de pequeno 
porte, ele não é um método recomendado para o enfesto de malhas, pois há risco de 
deformação do tecido. As malhas, aliás, requerem cuidado especial no momento de 
 Co r t a d o r 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 59
enfestar: se a tensão usada ao puxar ou prender o tecido 
for excessiva, ela pode ficar esticada, desfigurada. Por 
outro lado, se a tensão for muito fraca, haverá sobras de 
tecido nas camadas.
Máquinas enfestadeiras
Falamos até aqui do enfesto feito manualmente e sem 
o auxílio de enfestadeiras. Nas confecções maiores, 
porém, o mais comum é encontrarmos esse trabalho 
sendo feito com o auxílio dessas máquinas. Elas pos-
sibilitam que o enfesto seja feito de forma bem mais 
rápida e melhor, já que as camadas de tecido ficam 
mais esticadas e alinhadas.
Há enfestadeiras manuais e automáticas.
As enfestadeiras manuais operam transportando as ca-
madas de tecido para o local adequado, por meio de uma 
espécie de carrinho que corre sobre a mesa. Além disso, 
fazem o alinhamento das ourelas e acertam as extremi-
dades do enfesto. Existem enfestadeiras manuais para 
tecidos planos ou tubulares. 
As enfestadeiras automáticas podem ser programadas 
e utilizadas para qualquer tipo de tecido. Além do trans-
porte das camadas e alinhamento das pontas, elas cortam 
automaticamente as extremidades do tecido.
Durante o enfesto, não se esqueça de 
realizar a inspeção têxtil, ou seja, 
observar se há problemas nos 
tecidos: fios soltos, manchas, 
sujeiras, pequenos furos etc. Caso os 
encontre, lembre-se de substituir as 
peças após o corte.
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Enfestadeira automática.
60 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Atividade 3
praticando o EnFEsto
1. Em dupla, façam o enfesto de quatro metros de tecido plano, tipo algodãozinho, 
com as seguintes características:
a) molde simétrico de saia reta tamanho 40;
b) enfestadeira manual;
c) enfesto ímpar.
2. Agora, se possível, pratiquem o enfesto com as mesmas características em 
enfestadeira automática.
3. Com base no resultado, avaliem em qual dos métodos vocês sentiram mais difi-
culdade e repitam o procedimento.
4. Registre em seu caderno essa experiência. Relate como foi o trabalho da dupla, 
se sentiram muita dificuldade, se solicitaram a ajuda do monitor, quantas vezes 
tiveram de repetir o processo para alcançar um resultado satisfatório, se precisa-
rão treinar mais etc.
Depois do enfesto
Após colocar todas as camadas de tecido umas sobre as outras (procedimento 
conhecido como “enfestar” ou “estender”), o cortador deve colocar o estudo de 
encaixe (também chamado “risco marcador”), realizado anteriormente, sobre o 
enfesto.
O risco, nesse momento, deve ficar bem fixado. Caso contrário, os cortes ficarão 
desiguais. 
Ainda antes de iniciar o corte, uma das atividades do responsável pelo enfesto é a 
produção de um relatório no qual deve constar a quantidade de peças que será 
cortada por cor e tamanho e de pacotes que serão enviados à produção. Trata-se 
do preenchimento completo da ficha de corte, sobre a qual falamos no início da 
Unidade. Antes de continuar, reveja a ficha e, se você tiver dúvidas sobre como 
preenchê-la, procure saná-las com o monitor.
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unida d e 9
O trabalho do cortador: 
corte e separação
Feito o enfesto, chegamos, enfim, à hora do corte. Nesse mo-
mento, cabe ao trabalhador:
•	 contar o número de folhas e conferir a grade de tamanhos na 
ordem de fabricação;
•	 rechecar se está tudo de acordo, antes de iniciar o processo;
•	 efetuar o corte das peças;
•	 informar para a área de planejamento da empresa o consumo 
total de tecido;
•	 devolver as sobras de tecido à área de almoxarifado, que guar-
da as matérias-primas das confecções, bem como os materiais 
de consumo que a empresa utiliza na produção;•	 liberar as peças cortadas para a área de preparação, que fará 
a montagem e costura das peças de vestuário.
Mas como se dá o processo de corte?
Há, basicamente, duas possibilidades: corte manual e corte 
mecanizado. Vamos ver a seguir cada um desses métodos.
Corte manual
O corte manual é aquele realizado com tesouras e indica-
do apenas para pequenos volumes de peças, quando se 
enfesta duas ou três folhas de tecido de cada vez.
Ele é usado, principalmente, quando se vai fazer uma peça- 
-piloto (modelo para as demais peças) ou em oficinas de 
costura que produzem poucas peças de cada modelo.
Para o corte manual, você poderá usar tesouras de dife-
rentes tipos. Veja algumas delas a seguir.
Não use a tesoura de tecido para 
cortar os moldes de papel, pois ela 
perderá o fio de corte.
62 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Tesoura de corte ou tesoura de alfaiate
Facilita o processo de cortar o tecido seguindo o molde, pois seu pegador é um 
pouco mais elevado que as lâminas.
Tesoura comum
Apresenta tamanho menor que a de alfaiate. Essa tesoura deve ter um bom corte e, 
de preferência, deve ser grande, pois isto facilita o trabalho. 
Tesoura de picotar ou zigue-zague
Essa tesoura é indicada para cortar tecidos muito finos, como a seda e outros 
semelhantes, pois impede que eles desfiem. É também indicada para cortar teci-
dos muito grossos, difíceis de cortar com outro tipo de tesoura, como o vinil e 
semelhantes.
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Tesoura microsserrilhada 
Essa tesoura, apesar de parecer uma tesoura comum, quando observada com as 
lâminas abertas, tem serrinhas menores que as da tesoura de picotar. É melhor para 
cortar os tecidos muito finos e leves como a seda, o voal etc.
Tesoura para arremate
Essa é uma tesoura indispensável para o cortador, pois facilita a tarefa de dar aca-
bamento em cortes de tecidos e roupas.
Como cortar
1. Dependendo da parte dos moldes que você vai cortar, antes de começar o traba-
lho, verifique se o tecido precisa ser dobrado.
2. Apoie os moldes sobre o lado avesso do tecido.
3. Prenda os moldes no tecido com alfinetes. Cuidado para não deixar os alfinetes 
perto das bordas dos moldes, para não cortá-los e correr o risco de estragar a 
lâmina da tesoura ou da faca da máquina de corte.
4. Risque o tecido com o giz de alfaiate ou outro material apropriado, fazendo dois 
riscos: o primeiro rente ao molde e outro com as margens da costura, se for o caso.
5. Segure o molde com uma das mãos para garantir que o risco está sendo feito o 
mais próximo possível das bordas.
6. Corte o tecido seguindo o risco das margens de costura, seja com a tesoura apro-
priada ou com a máquina de corte, com cuidado para não deformar o tecido.
7. Ao cortar, tome os cuidados necessários para evitar acidentes, conforme explica-
do na Unidade 4 do Caderno 1.
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Atividade 1
pratiquE o cortE
1. Utilizando os tecidos riscados na Atividade 3 da Unidade 7, corte-os com o tipo 
de tesoura adequada e tomando os cuidados necessários.
2. Compartilhe com os colegas suas impressões, dificuldades e facilidades ao reali-
zar a atividade.
Corte mecanizado ou com o uso de máquinas
Nessa modalidade de corte, o cortador deve estar particularmente atento à utiliza-
ção do maquinário adequado para fazer os diferentes tipos de corte. É sobre isso 
que falaremos a seguir, apresentando os diferentes tipos de máquina de corte e suas 
principais características.
Máquina de corte vertical
Trata-se da máquina mais comumente usada para cortes em confecções, podendo 
utilizar facas de seis, oito ou dez polegadas. 
Para evitar que a peça fique com as marcas do risco, sempre corte do lado de dentro do risco.
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É utilizada, em geral, para o corte de grandes quantidades de tecido; ou seja, para 
enfestos altos, com muitas folhas. Ela permite cortar qualquer tipo de enfesto, e faz 
cortes retos ou em curvas.
A indústria de confecção emprega prioritariamente a faca comum, pois é a mais 
indicada para o corte de tecidos.
Usando a máquina de corte vertical
Para operar esse tipo de máquina, você deve segurar a manopla, mantendo o pole-
gar próximo ao botão de liga-desliga. Desse modo, você poderá desligá-la a qualquer 
momento e de forma rápida.
Lembre-se: todo o cuidado é pouco sempre que operamos máquinas ou ferramentas 
com capacidade cortante. É preciso conhecer bem os riscos e saber preveni-los, 
evitando, dessa forma, acidentes de qualquer natureza.
Enquanto uma de suas mãos segura a manopla, a outra deve ficar apoiada sobre o en-
festo, próximo ao local onde o corte estiver sendo feito, para ajudar a orientá-lo.
Ao terminar o corte, desligue a máquina, certificando-se de que o movimento da 
faca cessou por completo. Em seguida, desconecte-a da tomada. Assim, mais uma 
vez, você estará prevenindo acidentes e contribuindo para a redução do consumo 
de energia elétrica.
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66 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o Co r t a d o r 2
Máquina de disco (ou de lâmina redonda) 
Por ter a lâmina em forma de disco, esse tipo de máquina é usado, principalmente, 
para situações em que o corte deve se dar em linha reta e para enfestos pequenos. 
Para operar esse tipo de máquina, deve-se segurar a manopla com uma das mãos e 
manter a outra sobre o enfesto, da mesma forma como foi visto na máquina de 
corte vertical. Nesse caso, porém, você deverá colocar um pouco mais de força para 
manter a máquina e o enfesto na posição desejada, pois a rotação do disco pode 
puxar o tecido, tirando-o do lugar.
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Fusionadeira a frio/quen-
te: equipamento utilizado 
para fusionar tecidos sin-
téticos a fim de evitar 
deslizamento de partes 
pequenas das peças cor-
tadas. Indica-se o uso 
dessa máquina para tac-
tel, poliéster e tecidos fi-
nos. É indicado também 
para o posicionamento de 
bolsos, em vez da técnica 
de risco manual, feita com 
giz de alfaiate. 
Por razões de segurança, lembre-se 
de manter suas mãos longe da serra 
de fita, e verifique se o bloco do 
enfesto está devidamente preso.
Uma de suas vantagens em relação 
às outras máquinas é facilitar o corte 
de cantos. Além disso, ela realiza o 
corte de pequenas peças, tais como 
lingerie (fala-se “langerri”) e biquínis. 
Isso porque a largura da faca não 
ultrapassa 2 cm.
Há também um tipo de máquina mais leve e própria 
para cortar pequenas quantidades de tecido, conhecida 
como máquina de corte tipo “bananinha”.
Máquina de serra de fita 
Diferentemente das anteriores, esse tipo de máquina fica 
fixada em um dos lados da mesa de enfesto e opera com 
uma lâmina circular ou vertical.
A mesa da máquina de serra de fita é fixa, só as peças 
encaixadas para o corte são movimentadas pelo cortador. 
Ela possui furos aos quais é acoplado um sistema pneu-
mático, que funciona liberando ar para a mesa e, dessa 
forma, reduzindo o atrito dos “blocos de corte” com a 
mesa, facilitando sua movimentação sobre a superfície. 
É também por esse motivo que usamos o papel kraft no 
enfesto: sua superfície lisa faz o bloco deslizar ainda mais 
facilmente sobre a mesa.
Os tecidos enfestados e riscados deverão ser levados até 
o local onde está a máquina de serra de fita. Para fazer 
isso, use ambas as mãos. Antes, divida o enfesto em par-
tes menores (chamamos blocos) e prenda-as com grampos 
próprios ou fusione-as com máquina própria para esse 
fim. Dessa forma, você garantirá que as folhas de tecido 
sejam mantidas umas sobre as outras, sem se deslocar e 
evitando cortes errados.
Máquina de cortar a laser 
Trata-se de um tipo de máquina mais sofisticado, ope-
rado sem auxílio manual. O encaixe, nesse caso, é feito 
por meio de um software – sistema CAD – e o enfesto é

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