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1 PLANEJAMENTO DE RISCO E CORTE SENAI GOIÁS 2 3 Diariamente, docentes e alunos utilizam-se das informações contidas nos materiais didáticos para transformá-las em conhecimentos, ampliar suas experiências, embasar e enriquecer sua vida profissional. O material didático torna-se, então, importante elemento no processo ensino-aprendizagem. O SENAI de Goiás, com o objetivo de oferecer melhor material didático para seus alunos, conta com o apoio de outros Departamentos Regionais que disponibilizam seus recursos instrucionais no Banco de Recursos Didáticos do Departamento Nacional. Dessa forma, este material pode beneficiar alunos em todo o país. Este Departamento Regional manifesta o seu agradecimento aos docentes da Unidade Ítalo Bolonha que desenvolveram e disponibilizaram este material didático. Gerência de Educação Profissional 4 5 Presidente do Conselho Regional do SENAI/GO Pedro Alves de Oliveira Diretor Regional do SENAI/GO Paulo Vargas Diretor de Educação e Tecnologia Manoel Pereira da Costa Gerente de Educação Profissional Ítalo de Lima Machado Coordenação Técnica Moacir Cândido Silva Revisão Linguística Fernanda Marques de Oliveira Revisão Técnica Organização e Ilustração: Uldanci Delmiro Cardoso da Silva, Ângela Maria, Luciano Praxedes, Claudinei Soares de Sousa, Mônica Rodrigues, Hélia Maria de Farias. Participação na revisão do conteúdo: Uldanci Delmiro Cardoso da Silva. Coordenação do vestuário: Hélia Maria de Farias. Trabalho padronizado, conforme normas do Núcleo de Material Didático – DR/GO. 6 7 Sumário 9 1. Apresentação 9 1.1. A seção de corte 9 1.2. Programação 10 1.3. Custo 10 1.5. Qualidade 13 2. As atribuições dos profissionais da seção de corte 15 3. Ferramentas para o corte 15 3.1. Máquina de faca vertical 17 4. Máquina de disco ou faca circular 19 5. Serra de fita ou fita circular 21 6. Sistema de corte automático 23 7. Tipos de moldes 23 7.1. Moldes 23 7.2. Moldes simétricos 24 7.3. Moldes assimétricos 29 8. Tipos de tecidos 31 9. Tipos de enfestos 31 9.1. Enfesto único e enfesto par 33 9.2. Enfesto com enfestadeira manual 36 9.3. Enfesto de malha 39 10. Planejamento do encaixe 39 10.1. Convencional 39 10.2. Miniaturizado 39 10.3. Computadorizado 41 11. Riscos marcadores matrizes para corte 42 11.1. Riscos normais 44 11.2. Riscos atravessados 47 12. Tipos de encaixes Pág. 8 47 12.1. Encaixe par 47 12.2. Encaixe ímpar 48 12.3. Encaixe par e ímpar 49 12.4. Encaixe em tecido xadrez e listrado 51 13. Frequência 55 14. Gasto médio por peça 57 15. Frequência máxima 59 16. Percentual de reajuste do pedido 61 18. Desperdício do corte 61 18.1. Tipo de desperdício 62 18.2. Características dos moldes 65 19. Empacotamento e etiquetagem 66 19.1. Tipos de etiquetagem 69 20. Controle de qualidade no corte 69 20.1. A inspeção 73 21. Cálculos dos desperdícios 75 22. Talão de pedidos 77 23. Formulário de preparação da ordem de fabricação 81 24. Planejamento de risco sem reajuste 85 25. Planejamento de risco com reajuste de 10% 87 Referências 9 1. Apresentação 1.1. A seção de corte A seção de corte é, sem dúvida alguma, a mais importante de todo o sistema produtivo de uma fábrica de roupas. Quanto maior o porte da empresa, maiores serão as quantidades de materiais processados e consequentemente maiores poderão ser as perdas desnecessárias de material e qualidade. Em qualquer tipo de empresa, os moldes componentes de uma vestimenta, precisam ser riscados e cortados para que posteriormente, por meio das operações de costura, sejam unidos, formando uma peça tridimensional - a roupa. Essas atividades, em escala industrial, precisam ser feitas, reunindo certa quantidade de roupas que serão processadas de uma só vez. Dentre as razões que apontamos para tornar esta seção a mais importante, podemos citar: Programação. Custos. Qualidade. 1.2. Programação A seção de corte na fábrica de roupas trabalha como se fosse um órgão programador para as demais seções de costura. As atividades realizadas por essa seção, tais como risco, enfesto, corte das peças, separação e preparação dos pacotes, são tarefas que consomem um tempo considerável, geralmente durando horas, bastante diferente das operações de costura, que consomem, às vezes, fração de minuto. Dessa forma, faz-se com que a seção de costura consuma em pouco tempo a quantidade de produção, que muitas vezes o corte levou horas para processar. Como é necessário haver um perfeito equilíbrio entre o trabalho produzido pelo corte e o consumido pela costura, torna-se necessário que a seção de costura deverá consumir, para evitar que haja interrupções no processo de produção. Se a seção de corte não conseguir fornecer as quantidades de peças necessárias a todas as seções de costura, haverá certamente um desequilíbrio na programação da fábrica. Isso acarretará a falta de serviço em alguma seção, parando-a por algum tempo e comprometendo, dessa forma, as metas estabelecidas. Para evitar tal descompasso entre essas duas seções, recomenda-se que o corte trabalhe com certo estoque de material cortado, para ser entregue à costura. Porém, esses estoques devem ser criteriosamente estabelecidos, visto que, hoje em dia, os estoques de material cortado representam um grande investimento de recursos e também deve ser 10 lembrado o quanto representa o custo da matéria-prima no custo final do produto. Há quem recomende que o corte trabalhe com pelo menos meio dia de sua produção na frente da costura. 1.3. Custo Mão de obra: os níveis salariais da seção de corte são normalmente mais elevados que do resto da fábrica. Ela deve ser constantemente balanceada e controlada para reduzir ou eliminar o desperdício de tempo nas atividades do corte. Matéria-prima: os materiais representam cerca de 50 a 60% do custo da massa de roupas produzidas e são os componentes de valores mais altos no custo final da peça. Para ter uma ideia do grau de importância que tem o custo na seção de corte, basta considerar o volume total de recursos consumidos para a produção de certa quantidade de roupas, cerca de 50% deste total foi consumido na compra de tecido. O consumo excessivo de tecido, causado pela falta de um planejamento detalhado junto aos enfestos e cortes mal feitos, pode causar sérias perdas para a empresa e aumento dos custos, com a consequente redução dos lucros. Na maioria das vezes, a atenção dos gerentes se volta unicamente para as economias conseguidas na seção de costura, sem perceberem que os ganhos são muito mais significativos no corte. É preciso lembrar que no corte são produzidos praticamente todos os desperdícios de tecido e, por menor que seja a economia de tecido, isso se traduz em maiores ganhos para a empresa. Portanto, é muito importante o acompanhamento dos riscos, dos enfestos e cortes efetuados, a fim de controlar e reduzir o consumo de tecido. Ainda é comum, principalmente em empresas pequenas, encontrar um único operador, o cortador, realizando todas as atividades, do corte, do risco, do enfesto, sem a mínima noção da responsabilidade sobre o maior ou o menor percentual de desperdício a alcançar, realizando encaixes de alto custo sem planejamento anterior, enfestos mal feitos e dispendiosos e corte de qualidade inferior. E, o que é pior, desmotivados, sem nenhum treinamento e recebendo salários irrisórios. 1.5. Qualidade Outra razão fundamental para mostrar o efeito da seção de corte no processo produtivo é a qualidade. A maior parte dos valores comerciais de qualidade de um produto nasce de um corte bem feito. Parase obter um corte de qualidade, é necessário principalmente dispor de uma equipe de profissionais especializados, devidamente treinados e motivados, para produzirem com qualidade. 11 No mercado competitivo de roupas, produtos com a mesma especificação, será certamente a qualidade o fator motivador das vendas. Devemos lembrar que até há algum tempo, o consumidor costumava aceitar a qualidade dos produtos que lhe era imposta como sendo a ideal, quase sempre sem reclamar. Atualmente, com a Lei do Consumidor em plena vigência, os consumidores já começam a exigir melhor qualidade nos produtos que compram por meio de reclamações nos pontos de consumo, ou mesmo com a devolução das peças defeituosas. As empresas são, então, obrigadas a reporem as peças defeituosas. Isso não só desgasta a imagem da empresa, como também aumenta os seus custos. Como principais valores comerciais de qualidade, podemos citar: Caimento (a roupa vestir bem). Medidas que não excedam às tolerâncias especificadas. Tonalidade. Casamento de listras. Casamento de bordas e piques de costura. Tudo isso depende do corte. Se considerarmos novamente as razões apresentadas, veremos como é importante na fabricação de roupas. De fato, podemos afirmar que o nível de realização das operações de corte é o fator chave para o bom funcionamento de uma fábrica de roupas. Estrutura de uma seção de corte: A estrutura típica mais comumente encontrada nas fábricas é a apresentada no organograma acima em que, muitas vezes, o riscador realiza o estudo do encaixe em tamanho natural, na própria seção de corte pouco antes do enfesto ser cortado. Em fábricas menores, há apenas uma pessoa realizando todas as atividades, ou seja, essa pessoa, normalmente chamada de cortador, faz o encaixe, o risco, o enfesto e o corte, determinando ela própria a melhor utilização do tecido. Além disso, são ainda responsáveis 12 pela requisição do tecido do almoxarifado, preenchimento de formulários de controle e, às vezes, até pelo transporte do material. Porém, seguindo tendência mais moderna e, o que ocorre nas fábricas maiores, isso não deve acontecer, pois se o cortador fizer tudo, ele certamente não estará fazendo da melhor maneira, com rendimento e qualidade. Recomenda-se, então, que haja profissionais especializados em cada uma das atividades produtivas da seção. Apresentamos, a seguir, as razões para que se tenham especialistas: Para que possam ser treinados mais facilmente em sua atividade específica. É mais fácil e rápido treinar uma pessoa em apenas uma atividade do que em um conjunto delas. Para que possam ser controlados mais facilmente em sua atividade. Para que possam aumentar sua eficiência. Para que possam usar menos equipamentos e, portanto, a quem se possa fornecer o melhor. Também para que o profissional não venha ser sobrecarregado com varias funções ao mesmo tempo. 13 2. As atribuições dos profissionais da seção de corte Supervisor do corte: Recebe a ordem de fabricação (O.F.) do setor de planejamento. Estabelece a sequência e prioridades de trabalho de seção. Programa e controla o trabalho da seção. Executa o balanceamento do trabalho. Controla a qualidade. Treina e “retreina” o seu pessoal. Controla a produção. Motiva o pessoal. Mantém a ordem e a disciplina. Encarregado do corte: Substitui o supervisor nas suas ausências. Emite e controla as ordens de enfestamento. Distribui a carga de trabalho da seção. Efetua o controle da produção. Preenche formulários. Controla a qualidade. Controla o fornecimento e organiza o manuseio do material. Enfestador: Enfesta o tecido manualmente, com carrinho ou máquina. Controla a qualidade do tecido que está enfestando. Elimina os defeitos durante o enfestamento. Preenche formulários de enfestamento - ordem de enfesto. Coloca cópia do risco em cima do enfesto e prende-o. Auxilia o cortador. Cortador: Corta as peças riscadas. Checa a qualidade periodicamente para corrigir condições deficientes de corte. Faz marcações: piques e furos nos blocos cortados. Marca cada bloco, identificando-os com seus tamanhos correspondentes. 14 Separador (Empacotador): Faz o etiquetamento das peças de cada bloco: manual ou com máquina. Divide os pacotes de acordo com a cor e tonalidade. (lotes) Conta as peças e amarra os pacotes. Prepara as etiquetas de pacote. Inicia o preenchimento do controle de pacote. Auxiliar (Atendente): Com a ordem de enfesto, prepara: tecido, entretela, cópia do risco, carro de transporte de material. Prepara todo o material necessário ao corte. Apanha o material requisitado no almoxarifado. Coloca todo o material próximo à mesa do enfesto. Transporta pacotes prontos para a seção de costura. Transporta as máquinas de corte de uma mesa para outra. A função do atendente é evitar que o enfestador e o cortador percam tempo à procura de material. 15 3. Ferramentas para o corte 3.1. Máquina de faca vertical Essa é a máquina mais comum usada na seção de cor das indústrias de confecção. Chama-se máquina de faca porque sua lâmina tem as características normais de uma faca, trabalha em movimento constante de vai e vem no vertical. A máquina de faca é constituída das seguintes partes: 1 – Alça 7 – Base 2 – Tomada 8 – Roldanas 3 – Motor 9 - Protetor da faca 4 – Interruptor 10 – Faca 5 – Manopla 11 - Conjuntos de afiador 6 - Suportes da faca 12 – Alavanca Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d 16 Devemos chamar a atenção para o protetor da faca. É uma peça localizada na parte frontal da máquina, acompanhando a mesma direção da faca. Possui uma alavanca que, acionada com o dedo indicador da mão direta, libera o protetor e regula sua altura. O protetor tem três funções: Protege as mãos da lâmina. Fixa o enfesto. Serve de guia para o corte. 17 4. Máquina de disco ou faca circular Essa máquina executa o corte por meio de uma lâmina em forma de disco. É usada para enfesto pequeno e de preferência para riscos de linha reta. No uso dessa máquina, deve- se tomar o cuidado de segurar bem firme o enfesto e a máquina, pois ela, devido ao sistema de corte por rotação, tende a puxar o tecido para si. A máquina de disco é constituída das seguintes partes: 1. Motor com rolamentos lacrados 2 Braço balanceado 3. Chave de ligação 4. Terminal de ligação 5. Protetor do disco 6. Vedação dos rolamentos 7. Afiador 8. Base Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d O procedimento é igual ao da máquina de faca, com a diferença de o protetor ser móvel. Mantenha a mão sempre paralela ao disco. 18 19 5. Serra de fita ou fita circular As serras de fita são dispostas geralmente na extremidade da mesa de estendida. Após ter sido efetuado o enfesto e o risco cortam-se o material com uma máquina e lâmina circular ou vertical. As diferentes seções são levadas manualmente para a mesa da serra fita, na qual são cortadas segundo o traçado, possibilitando um melhor corte dos cantos. A serra fita é constituída das seguintes partes: 1. Mesa de trabalho. 2. Lâmina de fita. 3. Volantes ou polias. 4. Proteção. 5. Motor. Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d 20 21 6. Sistema de corte automático Os sistemas CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacture, que quer dizer Planejamento Auxiliado por Computador e Manufatura Auxiliada por Computador) estão em grande desenvolvimento e serão obrigatórios no futuro. Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d Com esse sistema, reduz-se o desperdício, aumenta-se a produtividade e executa-se um corte de qualidade superior. A velocidadede corte é variável, dependendo da resistência do material. Por exemplo, um enfesto de 20 cm de altura pode cortado a 10 m/min. Luvas protetoras metálicas Figura 2 Fonte: google – megacostura.com.br São luvas feitas em malha de aço, para cinco ou três dedos, com a finalidade de proteger as mãos do operador de máquina de corte, sem prejudicar a mobilidade e eficiência. http://www.megacostura.com.br/ecommerce_site/arquivos6734/arquivos/1317544766_1.jpg http://www.megacostura.com.br/ecommerce_site/arquivos6734/arquivos/1317544766_1.jpg 22 23 7. Tipos de moldes 7.1. Moldes São peças em cartolina ou papel que procuram representar, por meio de medidas próprias, as formas do corpo humano. Eles compõem, assim, um conjunto de peças de papel ou cartolina que, unidas pela costura, servem de guia para o corte de um tecido. Para o programador de risco e corte, os moldes são examinados e executados pela obediência a dois critérios básicos, a saber: Moldes Simétricos. Moldes Assimétricos. Que vêm a ser esses dois tipos de moldes? 7.2. Moldes simétricos Quando as diferentes partes de um molde servem de maneira igual para os lados direito e esquerdo do corpo humano, dizemos que ele é simétrico. No exemplo ao lado, você pode observar uma modelagem de calça que, por serem simétricos, os moldes do lado direito servem para o lado esquerdo, desde que invertidos, ou vice- versa. Assim, moldes simétricos são aqueles que servem para cortar peças em tecidos que vestem de maneira igual os dois lados do corpo humano (direito e esquerdo), porém, separadamente, ou seja, um molde para o lado esquerdo e outro igual, mas invertido, para o lado direito. 24 Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d Observação: moldes simétricos permite riscar peças pela metade (0,5), completas (1 – 2 - 3...) e fracionária (1,5 – 2,5...), se espelhar o molde podemos usar o enfesto único ou par, se não espelhar o molde só podemos usar o enfesto par. 7.3. Moldes assimétricos Quando o molde, que serve para vestir o lado esquerdo do corpo, não é exatamente igual e inverso ao que serve para vestir o lado direito (ou vice-versa) dizemos que ele é assimétrico, ou seja, um lado diferente do outro. No exemplo a seguir, você pode observar uma modelagem de camisa e poderá também notar que os moldes das duas frentes não são exatamente iguais. Já o molde das costas, por não estar dividido em duas partes, mas por ser uma peça única, é também, para efeito de programação de risco, assimétrico. 25 Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d Portanto, moldes assimétricos são aqueles que servem para cortar peças em tecidos, que só se prestam a vestir um único lado do corpo (o direito ou esquerdo), porém, formando peça única ou que apresente algum detalhe no lado direito, que seja diferente do lado esquerdo ou vice-versa. Observação: moldes assimétricos permitem riscar peças só completas (1 – 2 – 3...) e o enfesto usado é só o único. Para o correto posicionamento dos moldes na confecção do risco marcador (matriz), você precisará conhecer algumas técnicas, umas relacionadas com as indicações escritas sobre os moldes, outras com o tipo de tecidos a ser cortado, e outras, ainda com o tipo de modelagem. Modelagem assimétrica de camisa Como você pode ver, a modelagem traz sempre, por escrito, as seguintes referências básicas: Nome da parte da peça (frente esquerda, costas, etc.). Tamanho da peça (T.2 - tamanho 2). 26 Quantidade de vezes que a parte aparece (1x = 1 vez; 2 x = 2 vezes, etc.). Sentido do fio. Referência. Figura 3 Fonte: SENAI-GO, s/d 27 Modelagem simétrica de calça Figura 4 Fonte: SENAI-GO, s/d Atenção: Normalmente, esses nomes vêm escritos na própria parte. Você, por certo, notou que entre as indicações escritas diretamente sobre as partes dos moldes, existe, entre outras, a palavra “fio” que sempre acompanha uma linha reta. 28 Que significa essa palavra “fio”, afinal de contas? A que ela se refere? Qual a utilidade dessa indicação? É o que você vai aprender em seguida, recordando, com isso, as noções de trama e urdimento no setor de tecelagem e de colunas e carreiras, no setor de malharia. Fio de urdimento É aquele que, no tecido corre no sentido do seu comprimento. Fio de trama É aquele que, no tecido, corre no sentido da sua largura. Figura 5 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Colunas São sequências de malhas, que se vão superpondo uma às outras em sentido vertical. Carreiras São sequências de malhas dispostas lado a lado no sentido horizontal do tecido. 29 8. Tipos de tecidos Para efeito de posicionamento dos moldes de uma peça sobre um tecido que deva ser cortado, de acordo com eles, é necessário classificar esse tecido quanto à sua aparência. Seja qual for o tecido ele pode: Mudar de cor ou tonalidade, quando examinado visualmente de ângulos diferentes; Manter inalterada sua cor ou tonalidade, independente do ângulo de onde esteja sendo observado; Mudar de tonalidade, de acordo com o sentido para onde forem deslocados os seus pelos; Ter direito e avesso; Não ter direito ou avesso. Observação: Você deverá levar em consideração essas diferentes características, a fim de efetuar um planejamento de risco preciso e adequado para cada tipo de tecido. Ficou, portanto, bem claro que o posicionamento dos moldes sobre um tecido, para efeito de risco, e posterior corte dependerá sempre do tipo de tecido que vai ser usado. Na indústria de vestuário, as características de um tecido podem apresentar-se isoladamente ou estarem combinadas entre si. Veja no quadro a seguir, como essa terminologia e esse simbolismo estão começando a ser empregados na indústria do vestuário. Tabela 1 Fonte: SENAI-GO, s/d Tipo de tecido Descrição Símbolo Sem sentido com direito e avesso Visto de qualquer ângulo tem a mesma cor e tonalidade Sem sentido e sem direito e avesso Visto de qualquer ângulo ou face tem a mesma cor e tonalidade Com sentido e com direito e avesso Visto de ângulos diferentes muda de cor e tonalidade Com pé e com direito e avesso Estampas, desenhos e escritos voltados para o mesmo lado, o toque modifica o tom, de acordo com a inclinação dos pelos e barrados e degradê. 30 31 9. Tipos de enfestos Denomina-se enfesto a operação pela qual o tecido é estendido em camadas completamente planas e alinhado nas bordas, a fim de serem cortadas em pilhas. Para se processar o enfestamento, é necessário levar em conta as características dos moldes e dos tecidos que serão processados. Os enfestos podem ser de dois tipos: Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d Qual a diferença entre ambos e qual a importância desse conhecimento? 9.1. Enfesto único É aquele em que todas as folhas do tecido a ser cortado serão sobrepostas com a mesma face (direito e avesso) voltada para o mesmo lado. Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d Observação: tanto faz, no enfesto único, que as folhas do tecido estejam com seus lados direitos para cima ou com seus lados voltados para baixo. O que não pode ocorrer é que existam, na pilha de folhas, alguns lados direitos para cima e outros para baixo. Existe, no entanto, uma forma fácil de evitar, na prática, que ocorra essa superposição desordenada de folhas de tecidos. Basta que, na hora de fazer um enfesto único, você corte as ENFESTO 32 folhas do tecido exatamente como ilustrado na figura acima, ou seja, sem retirar o rolo de tecido da sua posição inicial e puxando sempre o tecido na direção da seta. Em resumo, para execução de um enfesto único você precisa: Ter sempre a mesma face do tecido voltada para a mesma direção. Cortar sempre o tecido no sentido transversal à sua saída do rolo. Três diferentestipos de tecidos, já por você estudados, prestam-se para o enfesto único. Aqui estão eles: na coluna A, com face direita voltada para cima e, na coluna B, com a face direita voltada para baixo. Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Observação:No enfesto único, se a modelagem for simétrica, temos que espelhar o molde, ou seja, (riscar o lado direito e lado esquerdo da peça). Se for assimétrica, o molde já vem o lado direito e o lado esquerdo. Enfesto par O tecido ficará folhas de tecidos faces direitas frente a frente com direitas, no mesmo enfesto haverá faces esquerdas frente a frente com esquerdas.O motivo de tal coisa acontecer poderá ser facilmente compreendido pela ilustração a seguir: No enfesto único, se a modelagem for simétrica, temos que espelhar o molde, ou seja, riscar o lado direito e o lado esquerdo da peça. Se for assimétrica, no molde já vem o lado direito e o lado esquerdo. 33 Enfesto par O tecido ficará folhas de tecidos faces direitas, frente a frente com direitas, no mesmo enfesto haverá faces esquerdas frente a frente com esquerdas. O motivo de tal coisa acontecer poderá ser facilmente compreendido pela ilustração a seguir: Figura 3 Fonte: SENAI-GO, s/d Figura 4 Fonte: SENAI-GO, s/d 9.2. Enfesto com enfestadeira manual É utilizado no caso das fabricações em série. Pode ser feito por meio do carrinho enfestador, da enfestadeira para tecido plano e da enfestadeira para tecido tubular. O carrinho enfestador tem as seguintes características: É indicado para tecidos planos, como popeline, jeans ,brim, plástico, etc. 34 Figura 5 Fonte: SENAI-GO, s/d A enfestadeira para tecido tubular tem as seguintes características: Pode ser alimentada em fraldas ou em canudos. Enfesta até sete polegadas de altura (meia-malha, moleton e jérsei). Mantém a uniformidade no alinhamento lateral e longitudinal do enfesto. Enfesta face a face com dobras. Figura 6 Fonte: SENAI-GO, s/d 35 E se o tecido tiver sentido ou pé, como se processo o enfesto par? 1ª Fase Figura 7 Fonte: SENAI-GO, s/d 2ª Fase Figura 8 Fonte: SENAI-GO, s/d Seja o enfesto de que tipo for, o número máximo de folhas permitido para sua colocação na máquina de corte vai depender da espessura de cada folha do tecido e da capacidade da mencionada máquina. Observação: No enfesto não se usa modelagem assimétrica, só modelagem simétrica. Na hora de riscar o molde, podemos espelhar o molde, ou não, dependendo do jeito que economizar melhor o tecido. ENFESTO ENFESTO 36 9.3. Enfesto de malha Os dois métodos acima descritos podem ser aplicados na malha. Se a malha está aberta, coloca-se uma folha de cada vez, e se a malha for tubular, colocam-se duas folhas por cada passagem, direito com direito e avesso com avesso, o que permite colocar meios modelos simétricos na borda da malha, como mostra a figura. Figura 9 Fonte: SENAI-GO, s/d Todas as malhas e meia-malha deverão passar por um período de descanso após seu desfraldamento, de no mínimo, 24 horas. Isso evitará o encolhimento ou outro tipo de alteração nas medidas de comprimento e largura das peças cortadas. 37 Exercícios 1. As figuras abaixo ilustram os tipos de enfesto. Marque com um “X” o tipo a que elas correspondem. Rolo de tecido Rolo de tecido 1ª Fase Rolo de tecido 2ª Fase Rolo de tecido 38 B A C D E F G 2. Os símbolos abaixo ilustram os tipos de enfesto. Marque “X” o tipo a que eles correspondem. H I J 39 10. Planejamento do encaixe 10.1. Convencional Trabalha-se com os moldes no tamanho normal, tendo como parâmetro a largura do tecido. O planejamento é desenvolvido sobre uma folha de tecido ou uma folha de papel equivalente. 10.2. Miniaturizado Feito com moldes em miniatura, feita com aparelho pantógrafo numa escala de 1 : 5 para moldes de peças grandes (calças, camisa paletó, jaleco, etc.) e 1 : 3 para moldes de peças pequenas (calcinha, biquíni). Esse estudo, feito no setor de planejamento, facilita a visão do trabalho a ser desenvolvido. 10.3. Computadorizado É o melhor modo de planejar o encaixe, ótimo aproveitamento do tecido, agilidade na obtenção do risco, além de podermos gravar na memória do computador todos os encaixes desejados. 40 41 11. Riscos marcadores Matrizes para corte São folhas de papel com a largura e o comprimento úteis das folhas do enfesto, sobre as quais são transportados os contornos e marcações de diferentes moldes, correspondentes a diferentes tamanhos e/ou modelos distintos que se repetem uma, ou várias vezes, para fins de colocação sobre o enfesto e posterior corte. Assim, os riscos marcadores podem ser classificados, quanto ao tipo de tecido, em: Riscos Normais: o fio do molde segue o fio urdimento na tecelagem ou o fio colunas na malharia. Riscos Atravessados: o fio do molde segue o fio trama na tecelagem ou o fio-carreira na malharia. Observação: No caso de lingerie, que na maioria das vezes usamos tecidos com muita elasticidade, deve-se observar o sentido do fio dos tecidos, ou seja, em que sentido o tecido tem maior elasticidade (horizontal ou vertical). Se a elasticidade do tecido for maior na horizontal (de ourela a ourela), então, o molde deve ficar posicionado de maneira a ficar de pé no comprimento do tecido, como indica a seta interna. Elasticidade horizontal (de ourela a ourela) _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ____________________________ Posição do molde _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Ourela Ourela E l a s t i c i d a d e E R E E e 42 Exemplo: 11.1. Riscos normais O símbolo indica que o risco será feito para tecido sem sentido. Conclusão: as partes dos moldes, mesmo aqueles que correspondam a um mesmo tamanho, podem ser riscadas em qualquer sentido, porém, obedecendo sempre à direção indicada de “fio”, dada no molde, deverá ficar na direção do fio urdimento ou colunas. Exemplo Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Ourela E l a s t i c i d a d e 43 Importante: Observe como as partes do tamanho 50, por exemplo, encontram-se riscadas ora num sentido, ora noutro, no risco acima. O símbolo indica que o risco será feito para tecido com sentido. Conclusão: As partes dos moldes de um mesmo tamanho deverão ser riscadas sempre no mesmo sentido, enquanto a(s) de outro(s) tamanho(s) em sentido contrário, porém, sempre obedecendo à indicação de “fio”, dada no molde, deverá ficar na direção do fio urdimento ou colunas. Exemplo Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Importante: Observe como as partes do tamanho 40, por exemplo, encontram-se riscadas em sentido oposto. O símbolo indicaque será feito para tecido com pé. Conclusão: Todas as partes, de todos os tamanhos, participantes de um mesmo risco marcador deverão, obrigatoriamente, ser riscadas no mesmo sentido, porém, sempre obedecendo à indicação de “fio”, dada no molde, deverá ficar na direção do fio urdimento ou colunas. 44 Exemplo Figura 3 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Importante: Observe como todas as partes dos diferentes tamanhos se encontram fielmente riscadas no mesmo sentido e como não existe nenhuma riscada em sentido oposto. 11.2. Riscos atravessados O símbolo indica que o risco será feito para tecido sem sentido. Conclusão: as partes dos moldes, mesmo as que correspondem a um mesmo tamanho, podem ser riscadas em qualquer sentido, porém, neste tipo de risco, a indicação de “fio”, dada no molde, deverá ficar na direção do fio de trama (ou carreira). Exemplo Figura 4 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d 45 Importante: observe como, no risco acima, o tamanho 44, por exemplo, encontra-se riscado tanto de cabeça para cima como de cabeça para baixo, porém, com a indicação de “fio” disposta em sentido contrário ao do urdimento (ou coluna, se fosse tecido de malha). O símbolo indica que o risco será feito para tecido com pé. Conclusão: todas as partes de todos os tamanhos de um mesmo risco marcador deverão obrigatoriamente, ser riscadas no mesmo sentido, porém, neste tipo de risco, a indicação de “fio” deverá ficar na direção do fio trama (ou carreira). Exemplo Figura 5 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Veja, este tipo de risco é usado para os chamados “degradê” ou barrados, ou seja, para aqueles que apresentam mudanças de tonalidades ou de tamanho de estampa no sentido de sua largura. Tecido “dégradé” com variação do tamanho da estampa. 46 Exercícios 1. Dados três tipos de riscos normais, identifique-os quanto ao tipo de tecido cada um deles na letra A e qual enfesto deverá usar para cortar cada matriz na letra B 47 12. Tipos de encaixes 12.1. Encaixe par São peças riscadas, todas completas. (1 – 2 – 3...). O encaixe é par quando distribuímos sobre o tecido todas as partes que compõem um modelo. Esse é o tipo de encaixe é obrigatório em moldes assimétricos e o enfesto usado só o único. Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Observação: No caso da modelagem ser simétrica, se for cortar no enfesto único, tem que espelhar o molde, se for cortar no enfesto par, podemos espelhar o molde ou não, o que aproveitar melhor o tecido. Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d 12.2. Encaixe ímpar São peças riscadas todas pela metade (0,5). Esse tipo de encaixe só pode ser usado para moldes simétricos. No encaixe ímpar, distribuímos sobre o tecido apenas metade dos moldes. Por exemplo, no caso de uma camisa (simétrica), colocamos só um lado da frente, só 48 uma manga, metade das costas (dobrando o molde), etc. O tecido está dobrado ou tubolar. No caso das calças, vai riscar só uma frente e uma costa etc. Para cortar um encaixe ímpar, só se pode usar o enfesto par e modelagem simétrica. Figura 3 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Figura 4 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d 12.3. Encaixe par e ímpar São peças riscadas pela metade (0,5), completas (1-2-3...) ou fracionárias (1,5- 2,5...) todas na mesma matriz. Apenas faz encaixe par e ímpar só com moldes simétricos e o enfesto somente o par. Esse processo é bastante utilizado, quando há o setor de trabalho com grande produção diária, pois ganha-se tempo em todas as operações: no encaixe, no risco, no enfesto e no corte. Figura 5 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d 49 12.4. Encaixe em tecido xadrez e listrado As folhas de tecido devem ser dispostas de tal modo que as listras e xadrez fiquem acasaladas, isto é, emparelhadas, para dar melhor qualidade à peça cortada. Às vezes, somos obrigados a deixar um espaço para posterior acasalamento. Outras vezes, o riscador verifica possibilidades de acasalamento no próprio encaixe, como, por exemplo, uma camisa, na qual é possível encaixar uma frente com a outra, como se fosse uma peça inteiriça (somente abriríamos ao meio). Figura 6 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Exercícios 1. Marque com F ou V as afirmações abaixo, conforme elas sejam falsas ou verdadeiras. a) ( ) O encaixe ímpar se caracteriza por ser proveniente de uma modelagem simétrica. b)( ) O encaixe par só pode ser feito com modelagem assimétrica. c) ( ) O encaixe ímpar só pode ser feito com modelagem simétrica. d) ( ) Com a modelagem é assimétrica, só podemos fazer o encaixe ímpar. e) ( ) No encaixe par e ímpar, podemos cortar no enfesto únicos. f) ( ) No encaixe par e ímpar, podemos usar modelagem assimétrica. 2. A seguir, você tem apresentados quatro riscos em tecido plano. Indique para cada um deles: a) O tipo de encaixe. b) O tipo de modelagem. c) O tipo de tecido. d) O tipo de enfesto. 50 51 13. Frequência Frequência é a quantidade de vezes em que um determinado tamanho se repete num risco marcador. A frequência é indicada, na ordem de risco, ao jeito de uma fração ordinária, em que o numerador é representado pela grade de tamanhos e o denominador por um número indicador da quantidade de vezes em que os tamanhos se repetiam no risco marcador. Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Veja a seguir, três diferentes riscos marcadores, acompanhados de suas respectivas frequências. 52 Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d 53 Exercícios 1. Apresentamos dois tipos de encaixes; escreva na grade os respectivos tamanhos, e a frequência correspondente: 54 55 14. Gasto médio por peça É o comprimento de tecido que se consome, em média, para riscar uma peça completa. Sempre que você fizer um risco marcador encaixe/matriz completo, quaisquer que ele seja, é natural e lógico que ocorram um determinado consumo ou gasto de tecido por peça. Como calcular o gasto médio? Aplique esta fórmula: asto médio omprimento do risco marcador Somat rio das frequ ncias Pense... Como, porém, há tecidos com larguras maior ou menor, o consumo do comprimento de tecido necessário ao risco marcador encaixe/matriz irá variar na seguinte proporção: Proporção Quanto maior a largura do tecido, menor será o comprimento deste para o risco de uma peça. Quanto menor a largura do tecido, maior será o comprimento deste para o risco de uma peça. Suponha que um risco marcador encaixe/matriz de 1,48 m de largura por 5,50 m de comprimento, você registra a existência da seguinte frequência: 38 40 44 50 1,5 2 1 0,5 Some, em primeiro lugar, as frequências: 1,5 + 2 + 1 + 0,5 = 5 O que significa o número 5 que você obteve? Significa que 5 é a quantidade total de tamanhos completos que entraram no mencionado risco marcador – encaixe / matriz. Agora, conhecido o somatório das frequências (5), você só precisará dividir o comprimento do seu risco marcador (5,50m) por esse somatório, ou seja: , , m Consequentemente: 1,10m = Gasto Médio de Tecido por peça 56 No entanto: Pense... Para manter inalterada a frequência do exemplo em estudo, usando-se tecido com menor largura, haverá necessidade de maior comprimento, com evidente aumento do gasto médio. Exercícios 1. Calcule o gasto médio correspondentea um risco marcador de calças em que foram riscadas três (3) peças, tamanho 38, duas e meia (2,5) peças, tamanho 40 e uma (1) peça, tamanho 50, tendo esse risco atingido o comprimento de 6,50 m. 2. Complete as afirmações abaixo, com a palavra que lhes dará sentido correto: a) Calcula-se o Gasto Médio, dividindo o comprimento do Risco Marcado Matriz pela ____________________________ das frequências. b) A noção do gasto médio corresponde ao _______________________ de tecido que se consumiu para riscar uma peça. c) Quanto __________________________ for a largura do tecido, menor será o comprimento deste para o risco de uma peça. d) Quanto __________________________for a largura do tecido, maior será o comprimento deste para o risco de um peça. 57 15. Frequência máxima É a quantidade máxima de vezes que diferentes tamanhos de um modelo podem estar contidos num mesmo risco, levando em consideração o comprimento útil da mesa de corte. Como calcular a frequência máxima? Bastará que você divida o comprimento útil para enfesto da mesa de corte pelo gasto média da peça. O resultado dessa divisão fornecerá a frequência máxima. Qual, portanto, é a regra? requ ncia máxima omprimento til da mesa de corte asto médio Importante: conhecido o gasto médio e a frequência, você também poderá calcular o comprimento do risco marcador – encaixe / matriz. Exercícios 1. Sabendo que o comprimento útil para o enfesto de uma mesa de corte é de 14,0 m e que o gasto médio do artigo a ser cortado é 1,05 m. Calcule a frequência máxima do mencionado artigo para planejar e fazer o risco marcador / matriz. 2. Assinale com F ou V as afirmações abaixo, conforme elas sejam falsas ou verdadeiras: a) ( ) Quando se leva em conta a quantidade máxima de vezes em que determinados tamanhos de peças podem participar de um mesmo risco marcador, diante do comprimento útil da mesa de corte, você está calculando a frequência máxima por modelo no mencionado risco. b) ( ) Acha-se a frequência máxima, multiplicando o comprimento útil para enfesto da mesa de corte pelo gasto médio da peça. c) ( ) Frequência máxima é para saber quantas vezes cada tamanho ou modelo vai caber riscada na mesa toda. 58 d) ( ) Caso seja necessário reduzir, num risco marcador, a frequência máxima, a redução pode ser feita. 3. Sabendo-se que o comprimento útil para enfesto de uma mesa de corte é 15,0 e que o gasto médio do artigo a ser cortado é 0,60, calcule frequência máxima do mencionado artigo para planejar e fazer o risco marcador. 59 16. Percentual de reajuste do pedido Em todas as indústrias do vestuário, quase como regra, há uma quantidade conhecida, por ser mais ou menos constante de peças encomendadas que, ao final da fabricação, saem defeituosas. São peças que foram mal cortadas, que saíram com tonalidades diferentes, que foram confeccionadas com tecido defeituoso, etc., e que, por isso, são separadas do lote de peças perfeitas, jamais chegando à mão do cliente que as encomendou. A essas peças convencionou-se dar o nome genérico de peças não de 1ª. Que são, portanto, peças não de 1ª. Peças não de 1ª São peças de qualidade inferior, por apresentarem diferentes defeitos de fabricação. A reunião dessas peças deficientes compõe um percentual médio e constante, que varia de fábrica para fábrica, em função de maior ou menor atuação do seu setor de controle de qualidade. Atenção: a maior ou menor atuação do setor de controle de qualidade depende de uma série de fatores internos e próprios de cada fábrica, o que não significa, portanto, que quanto maior seja o percentual de peças não de 1ª, pior seja o desempenho do mencionado setor. Consequentemente, cada fábrica conhece o seu percentual de peças não de 1ª podendo, portanto, saber com antecedência a quantidade aproximada das que não sairão perfeitas da linha de fabricação. Pense... Cada fábrica, de posse desse conhecimento, pode usar esse percentual para justar os diferentes pedidos que recebe, de modo a fabricar com exatidão as quantidades pedidas pelos clientes. De que forma se aplica esse percentual? Em primeiro lugar, precisa saber que esse cálculo é aproximado e, de maneira alguma, rígido, exigindo muita atenção e vivacidade. Vejamos um exemplo: Se a quantidade pedida de um determinado tamanho são 95 peças e o percentual de peças, não de 1ª da fábrica, é de 10%, no seu Formulário de Planejamento de Risco, você deverá registrar 105 peças (95 + 9,5 = 104,5 ou 105, com arredondamento). Dissemos que você deveria registrar 105 peças, porque a verdadeira quantidade você só conhecerá depois de assimilar alguns critérios: 60 Lançar no formulário de planejamento de risco um percentual menor de reajuste do que o previsto, desde que o(s) tamanho(s) por ele atingido(s) não seja(m) de grande saída. Lançar no formulário de Planejamento de Risco um percentual maior de reajuste do que o previsto, desde que o(s) tamanho(s) por ele atingido(s) seja(m) de muita saída. Exercício 1. Marque com F ou V as afirmações abaixo, conforme elas sejam falsas ou verdadeiras: a) ( ) Nas indústrias do vestuário, a quantidade de peças produzidas com defeitos é um fato conhecido. b) ( ) Todas as peças defeituosas recebem o nome de peças não de 1ª. c) ( ) O percentual de peças não de 1ª é igual para todas as fábricas. d) ( ) Lançar no formulário de planejamento de risco um percentual maior de reajuste do que o previsto, desde que o(s) tamanho(s) por ele atingido(s) seja(m) de muita saída e) ( ) O percentual de reajuste pode ser arredondado para mais ou para menos. Atenção: Além das criadas ferramentas de trabalho, você precisará, para ter bom êxito, usar outra, de muita importância, que já nasceu com você e que ninguém poderá lhe ensinar: a vivacidade. 61 18. Desperdício do corte Todas as partes do material que não entram na constituição final da peça são chamadas de desperdício. 18.1. Tipo de desperdício Desperdício de planejamento Decorre da dificuldade para o planejador de escolher sempre as melhores soluções na preparação das ordens do corte Desperdício de encaixe Partes do tecido que se encontram entre os moldes que não se encaixam perfeitamente. Esse tipo de desperdício é tecnicamente muito interessante para estudo. Ele está ligado diretamente a dois fatores: as características dos moldes e dos encaixes. Um molde quase nunca é uma peça perfeitamente quadrada ou retangular, que se encaixa dentro do tecido, ele apresenta curvas, quinas, concavidades e convexidade que influem sobre as possibilidades de encaixá-los dentro da menor área retangular possível. Desperdício básico Proveniente da qualidade dos materiais, tais como, defeito variação de largura, extremidades das peças rasgadas ou manchadas, etc. Desperdício de enfesto Surge devido à falta de habilidades ou descuido do enfestador. Qualquer desperdício que possamos evitar é lucro para a empresa. As características do encaixe (risco) são a largura e o número de moldes ou de tamanhos riscados juntos, dentro de uma seção (risco). Observação: O desperdício é menor, em termos percentuais, quanto maior tamanho contiver o encaixe (dentro de um limite). Quanto maior o número de moldes mais possibilidades de troca. O desperdício diminui quando aumenta a largura do encaixe. Também diminui quando aumenta o número de tamanhos riscados ou, mais precisamente, o número de tamanhos riscados. 62 O fato de aumentar a largura, diminuindo o desperdício é relativo, já que, às vezes, um aumento de 10 cm na largura poderia não comportar nenhuma peça da nossa modelagem (ou modelo). Causas de desperdício e soluções possíveis Condições do tecido. Característica dos moldes. Encaixe. Planejamento. Enfesto. Reposições. Condição do tecido O nível de qualidade, as diferenças de tonalidade, dentro dos mesmos lotes, e as variações de largura de uma peça para outra são causas importantes de desperdício, que podem ser evitados por meio de um sistema de revisão e armazenamento adequado. 18.2. Características dos moldes Encaixe O desperdício diminui quando aumenta a largura do encaixe e também quando se eleva o número de moldes riscadores Também influencia bastante o número de moldes grandes, que se encaixam dentro da largura útil do tecido. O conhecimento desses fatores, associado às técnicas de encaixes, com moldes miniaturizados, com ou sem assistência do computador, permite reduzir consideravelmente o desperdício nessa área. Planejamento Possibilita ou não as situações favoráveis ou desfavoráveis ao bom aproveitamento do material. Devem-se planejar: Os encaixes com dimensões adequadas. Tecidos com larguras homogêneas. Misturas adequadas de tamanhos, etc. 63 Enfesto Depende da habilidade do operador e ocorre essencialmente: Nas pontas. Nas emendas (de peça para peça ou defeito cortado). Na borda reta do enfesto. Esse tipo de desperdício é mais fácil de controlar, permanece dentro das normas. O controle das emendas e, muitas vezes, esquecidos. O operador corta as sobras excessivas nas pontas, dando a falsa impressão de um enfesto perfeito. Reposições As reposições podem constituir uma das áreas mais importantes de desperdício. Na maioria das indústrias de confecção, existe a tendência de responsável pela costura atribuir seus problemas ao setor de corte e o responsável pela sala de corte, atribuindo o desperdício com as peças estragadas ao pessoal do colega de trabalho. O controle de desperdício de material envolve a participação efetiva de técnicos de bom nível geral e matemática. 64 65 19. Empacotamento e etiquetagem Pacote Integral Consiste em reunir num mesmo pacote todas as partes componentes de um produto. Usado quando se trabalha com produtos não padronizados, quantidades diárias indefinidas, reduzido o número de operações. Pacote desmembrado Consiste em reunir em pacotes diferentes as partes componentes de um mesmo produto. Exemplo: pacote para frente, outro para costas, outro para gola, etc.… Usado quando se trabalha com produtos padronizados, quantidades diárias de produção definida, grandes operações. Etiquetagem Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d É o ato de codificar, com etiquetadoras ou carimbos, as partes cortadas das peças, de acordo com o tamanho, tonalidade, direito e avesso e outras indicações, para orientar os trabalhos na confecção. A etiquetagem pode ser feita: Manualmente com giz: a empacotadora com giz marcador marca a peça de cima e de baixo do pacote. Máquina de etiquetar Soabar: etiqueta costurada ou grampeada. Depois que as peças estiverem cortadas em pilhas, elas devem ser identificadas e separadas adequadamente para facilitar o manuseio durante as operações de costura. 66 O corte é feito, misturando-se várias cores, mas depois estas devem ser separadas novamente para evitar mudanças contínuas e excessivas da linha de costura. A tonalidade é outro problema. Dois rolos de tecidos da mesma cor têm tonalidades ligeiramente diferentes, o que só se nota quando são colocados juntos. Algumas vezes, isso acontece até com as peças cortadas do princípio e do fim do mesmo rolo. Portanto, temos que nos certificar que todas as peças de uma mesma vestimenta venham da mesma camada de tecido. Para evitar qualquer mistura, cada parte da vestimenta é identificada em ordem sequente, por meio de máquina de etiquetar ou carimbos. Esta identificação (etiqueta) deve conter tamanho, ordem de fabricação e número da peça. Após todas as partes terem sido destacadas do enfesto, iniciar a etiquetagem, fazendo o devido acerto dos dígitos (tamanho e código de tonalidade), colocando a etiqueta no avesso e fora do alcance das costuras. Os códigos selecionados nos dígitos deverão ser utilizados até que todas as peças do conjunto sejam etiquetadas. Dessa maneira, economiza-se tempo, sem mudanças desnecessárias de código e diminui-se a probabilidade de erros. Durante esse trabalho, deve-se aproveitar a disposição das peças para conferir qualitativa e quantitativamente o corte, verificando se todas as partes componentes foram cortadas devidamente. 19.1. Tipos de Etiquetagem Por peça Consiste em identificar peça por peça de um corte. É usada quando não há repetição de cores no enfesto. Nesse caso, selecionam-se no visor da etiquetadora os dígitos relacionados aos tamanhos das peças, como por exemplo, 40, 41, 44 etc. Por lote Consiste em identificar apenas o pacote do qual várias peças fazem parte. Usada quando há repetição de cores no enfesto. Nesse caso, os dígitos selecionados são relativos ao número da cor do lote e aos tamanhos das peças, como por exemplo: 01 40 – em que 01 é o número do lote e 40 é número do tamanho da peça. 67 Por peças e por pacotes Consiste em identificar cada peça e cada pacote. Usada quando se encontra mudança de cor na mesma peça de tecido ou quando há muitas repetições de cores. Nesse caso, todas as folhas devem ser etiquetadas, com etiquetas que contenham o número a que se refere a sua posição no enfesto e o tamanho do molde. Esse tipo de enfesto ocorre muito em aproveitamento de pontas ou quando se vai cortar em grandes quantidades, porém, com peças de tecidos de pouca metragem, que obriga aumentar as repetições. Carimbos e marcadores Figura 2 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Após a operação de etiquetagem, já podemos começar a separar as pilhas em pacotes. A quantidade de peças num pacote depende de uma série de fatores. Vejamos alguns: Quantidade cortada por tamanho e cor na ordem de fabricação: já que não devemos misturar as peças de tamanhos diferentes. Tipo de artigo: peso e volume. O pacote poderá ter a sua qualidade especificada pelo talão do pacote feito pela programação. Os pacotes devem ser completos (contendo todas as partes do artigo) ou divididos em diversos de acordo com o sistema de fabricação utilizado na confecção. Para se obter um encaixe perfeito e necessário: Conhecer o sentido do fio das partes componentes dos moldes e colocar sobre o enfesto de maneira que aproveite o máximo todo espaço do tecido. A disposição dos moldes feita de maneira econômica e os indícios de desperdícios são os menores. O tipo de encaixe é adequado ao tipo de molde, ao tipo de tecido. 68 69 20. Controle de qualidade no corte É um método de inspeção, análise e ação corretiva, aplicado no processo de fabricação, visando atingir e manter o desejável nível de qualidade. São inspecionados: as matérias-primas, os produtos em fabricação, os produtos finais e os equipamentos. Todas as causas e defeitos são investigados e analisadas as reações dos receptores dos produtos acabados. Pelo controle de qualidade, podemos controlar uma produção no nível mais econômico possível. É imprescindível o controle de qualidade na seção de corte, pois todo o processo produtivo se inicia nele, pois nas fases anteriores de produção de desenhos, modelagem e montagem de protótipo e até mesmo mostruários eram em pequenas quantidades. Qualquer uma das fases de trabalho no setor de corte, enfesto, encaixe, risco, corte, etiquetagem, separação e embalagem, se desenvolvidas sem qualidade, poderá causar atrasos na produção e danos materiais que resultarão em prejuízos. E a melhor maneira de garantir a qualidade e a inspeção 20.1. A inspeção É o processo de medida, exame teste ou verificação da unidade de produto, segundo as normasespecificadas. Unidade de produto e o item inspecionado para a classificação, quanto à qualidade. A unidade de produto pode ser um simples artigo, um par um subconjunto um conjunto, um componente, um produto acabado, um comprimento, uma área, um volume, uma quantidade, etc. No setor de corte, todas as fases de trabalho devem ser inspecionadas. Os pontos observados em cada uma dessas fases. Fatores de inspeção Na seção de corte: todas as fases de trabalho devem ser inspecionadas. Os pontos observados em cada uma dessas fases são: No encaixe A modelagem deve estar completa. Todas as partes que compõem o modelo devem estar presentes, com as informações necessárias voltadas para cima. A média de consumo de tecido prescrita deve ser respeitada. Os tipos de encaixe devem estar condizentes com os tipos de modelo e tecido. Todos os moldes devem ter a linha indicadora do fio paralelo à ourela. 70 No risco As linhas devem ser únicas, sem formação de bifurcação, degraus ou rabiscos. Todas as marcações devem ser obedecidas, como piques, aberturas, posicionamento dos bolsos, etc. As margens de segurança nas extremidades do risco devem estar marcadas no sentido da largura. As dimensões originais dos moldes devem ser mantidas após seu contorno com lápis, caneta ou giz. No enfesto O esquadrejamento da primeira folha do enfesto deve ser feito em papel, com precisão. Os acessórios (grampos, prendedores de enfesto, garras ou barras) devem ser colocados cuidadosamente, respeitando o esquadrejamento. O tipo de enfesto deve estar adequado ao tipo de molde ou de tecido. Uniformidade no acerto de ourelas e nas extremidades dobradas ou cortadas no enfesto. Separação de tonalidades. A variação na largura das camadas de tecido enfestado não deve ser frequente e nem mostrar diferenças muito acentuadas. Quantidade de folhas de tecido no enfesto. Colocação e fixação do risco marcador sobre o enfesto, que deve estar bem estendido, sem rugas ou dobras. No corte Observação dos piques, aberturas e marcações feitas manualmente ou à máquina. Uniformidade das medidas de todas as peças cortadas, da primeira à última folha do bloco de enfesto (todas devem ter as mesmas medidas do molde riscado). Profundidade dos piques. Verificação de todas as peças, uma a uma, com reposição imediata das partes com defeitos de corte ou tecido. Na separação e embalagem A montagem dos lotes deve ser de forma adequada ao uso do setor a que se destinam. A amarração deve ser firme e bem feita para que não se percam as partes pequenas. A ficha de identificação do pacote deve fornecer informações suficientes para sua utilização posterior. 71 Na etiquetagem As partes componentes do modelo devem estar uma ao lado da outra, com a mesma numeração, num esquema que facilite a etiquetagem. A codificação deve evitar que haja mistura de partes provenientes de peças de tecido diferentes ou de tamanhos diferentes. As etiquetas devem ser colocadas, pelo avesso, em local visível sem atrapalhar a costura. 72 73 21. Cálculos dos desperdícios Aplique esta fórmula: eso das perdas x eso do tecido consumido Exemplo: foram adquiridos 300 kg de malhas para fabricar 1.800 blusinhas. Após terem feito o corte, os retalhos foram pesados e obtivemos 9kg. Qual o percentual de desperdício? g x g g g de desperdício Exercícios 1. Foram adquiridos 15.500 kg de malhas para fabricar 100 camisetas. Após terem feito o corte, os retalhos foram pesados e obtivemos 2.650 kg. Qual o percentual de desperdício? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2. Após realizar o corte de 300 bermudas jeans, as peças cortadas foram pesadas, obtivemos 24.000 kg e os retalhos pesaram 3.500 kg. Qual o percentual de desperdício? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3. Adquiri 10 peças de tecidos. Pesando-as, ainda embaladas, obtive 220.000 kg. Depois de enfestado todo o tecido, pesei as embalagens e obtive 2.500 kg. Pesei os retalhos após o corte, obtive 20.000kg. Calcule o percentual de desperdício? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 74 4. Calcule o desperdício de um corte em que a matriz pesou 0,390 kg. Foi colocado no enfesto 50 folhas de tecido e os retalhos pesaram 1,300 kg. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5. Calcule o desperdício de um corte no qual a matriz foi feita em papel, medindo 3,95 m. Pesando um retalho de 3,68 m, encontramos 1.200 kg. No enfesto, colocamos 53 folhas de tecido, após o corte os retalhos foram pesados e obtivemos 8.150 kg. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 75 22. Talão de pedidos O pedido que você acabou de ver vai ser estudado passo a passo, a fim de que não restem dúvidas. Figura 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d O que é que você nota no impresso preenchido que acaba de ser apresentado? Observe: O pedido do cliente indica 4 (quatro) modelos diferentes (Alfa, Beta, Delta e Gama). Sabe-se, pela Referência idêntica em todos os modelos (15 L), que o tecido a ser usado é o mesmo. 76 A Grade de Tamanhos indica as quantidades por manequim (34, 36,38, 40,42, 44, 46, 48, 50 e 52) e por cores (azul, verde, limão e rosa), bem como o total geral por cor e por modelo. Todos os modelos têm a mesma data de entrega. Cada modelo tem a indicação do seu preço unitário de venda ao cliente. Se você entendeu tudo que havia no pedido do cliente, é preciso agora, passar todas essas informações, porém de outra forma ordenada, para outro formulário, que, desta vez, será preenchido por você mesmo. Sempre aproveitando o caso concreto que está sendo estudado, passemos à próxima etapa. 77 23. Formulário de preparação da ordem de fabricação O formulário em estudo serve para receber o transporte do pedido por cor e modelo. Assim, você terá de preencher tantos desses formulários quantos sejam os modelos pedidos e suas respectivas cores. Portanto: Pense... Como no caso em estudo, o cliente pediu quatro modelos em quatro cores, você deverá preparar 16 formulários (4 x 4= 16), uma para cada cor de modelo. Aqui tem você o formulário de preparação da ordem de fabricação ainda em branco. MOD: REF: COR: TECIDO: LARG: Nº do pedido 0 1 2 3 4 5 6 Total PP P M G GG2 4 6 8 10 12 14 16 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 Tabela 1 Fonte: SENAI-GO, s/d SENAI-GO, s/d Pense... Numa fábrica de confecção de vestuário, você não teria, apenas, um pedido para transportar para o formulário de preparação da ordem de fabricação. Na verdade, há dezenas, centenas deles. Portanto, embora os pedidos possam ser muitos – e, na prática o são – o processo de transporte para o formulário de preparação da ordem de fabricação é sempre o mesmo, ou seja: 78 Agrupar cada modelo por cor e tamanho, realizando, ao final, a soma de todas as quantidades, a fim de saber o número de peças da mesma cor para cada modelo. Com os conhecimentos e noções até aqui apresentados, você já pode, diante de 2 ou mais pedidos, fazer o seu transporte para o formulário de preparação da ordem de fabricação. Vamos ver se você já domina essa técnica? Faça o exercício a seguir. Na verdade, ela se repetirá, seja qual for a quantidade de modelos (Alfa, Beta, Gama, Delta, etc.), de cores (azul, verde, limão, rosa, etc.), ou tamanhos (36, 38, 40, etc.), que o pedido do cliente contenha. Assim, cada modelo terá um formulário específico indicando seu total por cor. A soma das cores de cada modelo indicará quantos deles, naquela cor, precisarão ser fabricados dentro dos respectivos tamanhos. No entanto, atenção, é possível e quase sempre acontece, existirem na expedição da fábrica, peças já prontas que sobraram de ordens de fabricação anteriores, seja por desistência ou cancelamento do cliente, seja porque ultrapassaram o prazo de entrega estipulada pelo fabricante. Assim, você deverá, depois de somadas, no seu formulário, as cores dos respectivos modelos e tamanhos, consultar a expedição sobre essas peças que sobraram e, obtidas as quantidades ali existentes, abatê-las do seu total. No seu formulário de ordem de fabricação, você verificou que há necessidade de fabricar 200 modelos Beta, na cor limão, tamanho 36. Após consultar a expedição, você é informado de que ali existem 50 modelos Beta na cor limão e no tamanho 36. Logo, você só precisará mandar fabricar 150. Esse abatimento será feito por você na sua ordem de fabricação. Eis um exemplo teórico: 79 Assim sendo, tente, agora, fazer sozinho o exercício a seguir: Exercícios 1. Na preparação de uma ordem de fabricação, você verifica que é preciso fabricar, dentre outros, 180 modelos Gama na cor verde, no tamanho 44 (1ª / 2ª pedidos) e 115 modelos Gama (1ª / 2ª pedidos) na cor verde, tamanho 36. Consultando a Expedição, você é informado que existem 45 modelos gama na cor verde, tamanho 44 e 9 modelos Gama na cor verde, tamanho 36. Escreva, no formulário abaixo, o subtotal de todos os tamanhos, o desconto e o total geral de todos eles. MOD: REF: COR: TECIDO: LARG: Nº do pedido 0 1 2 3 4 5 6 Total PP P M G GG 2 4 6 8 10 12 14 16 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 7893 - - 60 70 90 88 100 80 50 45 20 603 8002 - - 55 65 85 120 80 75 48 40 22 590 Subtotal Desconto: Total Geral Se você não teve a menor dificuldade em fazer, com êxito, o exercício acima, já pode chegar ao ponto central da sua aprendizagem, que é a Programação de Risco e Corte. Vamos, então, fazer uma pequena pausa e, depois, continuar a sua aprendizagem. 2. Na elaboração de uma ordem de fabricação, você verifica que é preciso fabricar as quantidades que se encontram indicadas no respectivo formulário “A”. Consultada a expedição, esta informa que existem, para o modelo Beta Vermelho, as quantidades registradas na tabela B. Indique no formulário “A”, o subtotal, o desconto e o total geral de todos os tamanhos. 80 MOD: REF: COR: TECIDO: LARG: Nº do pedido 0 1 2 3 4 5 6 Total PP P M G GG 2 4 6 8 10 12 14 16 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 4856 12 30 88 100 45 58 118 69 30 50 600 7895 6 42 12 15 5 19 5 96 10 100 310 Subtotal Desconto: Total Geral 81 24. Planejamento de risco sem reajuste Exercícios 1. Abaixo, você tem vários formulários de planejamento de risco, apenas preenchidos com as quantidades pedidas para cada tamanho, e a modelagem é simétrica. Faça o planejamento de risco correspondente, apresentando a menor quantidade de risco possível. Frequência máxima - 8 n° folhas do enfesto - 20 reajuste - 0% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT PEDIDO 20 60 100 70 50 50 20 10 10 390 REAJUSTE Frequência máxima: 4 nº de folhas do enfesto: 40 reajuste 0% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT PEDIDO 20 100 150 90 80 20 50 10 10 530 REAJUSTE 82 Frequência máxima: 12 nº de folhas do enfesto: 80 reajuste 0% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT PEDIDO 150 520 740 470 280 150 120 120 120 2.670 REAJUSTE Frequência máxima: 10 nº de folhas do enfesto: 60 reajuste 0% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT PEDIDO 120 370 480 400 170 150 110 90 90 1.980 REAJUSTE 83 Frequência máxima - 12 n° de folhas do enfesto - 80 reajuste 0% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT PEDIDO 140 520 740 460 280 2.140 REAJUSTE A partir de agora, você irá aprender a fazer o seu planejamento de risco com números não redondos (ou “picados”), que são os mais comuns na prática fabril. Além desses números não redondos, você passará a utilizar, numa etapa posterior, o já conhecido, mas ainda não aplicado, percentual de reajuste do pedido. O bom êxito do seu planejamento, com esses novos elementos, vai depender de todas as noções teóricas que você já aprendeu nos módulos anteriores desta série e da prática obtida na feitura de Planejamento de Riscos com números redondos. Comecemos, portanto, como sempre, com um caso concreto em que, numa primeira etapa, você deva fazer um planejamento de risco, relativo a apenas uma cor, porém, com pedidos de tamanhos, cujos números, ora são redondos (inteiros), ora são redondos (“picados”), para um artigo R , referência KL, na cor 01, de modelagem simétrica. Desafio: faça um planejamento de risco com 3 riscos marcadores, o pedido não vai fechar, haverá sobras. 84 FREQ. 4 Nº FOLHAS: 50 FREQ. 6 Nº FOLHAS: 40 Risco Mod: RD REF: XL COR: 01 Risco Mod: REF: COR: Cód N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT Cód N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOT Pedido 9 48 115 76 60 44 47 25 10 434 Pedido 13 54 158 84 51 18 20 13 13 424 Reajuste Reajuste85 25. Planejamento de risco com reajuste de 10% Frequência máxima: 8 nº de folhas do enfesto: 60 reajuste 10% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOTA L PEDIDO 29 145 275 161 143 100 74 30 28 985 REAJUSTE Frequência: 10 Nº de folhas do enfesto: 80 reajuste: 10% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOTA L PEDIDO 142 527 696 461 288 2.114 REAJUSTE 86 Frequência: 10 Nº de folhas do enfesto: 60 reajuste: 10% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOTA L PEDIDO 477 398 168 138 85 1.266 REAJUSTE Frequência: 12 Nº de folhas do enfesto: 70 reajuste: 10% RISCO MOD: X REF.: X COR: 01 CÓD N FLS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 TOTA L PEDIDO 279 422 571 605 219 2.096 REAJUSTE 87 Referências CARR, Harold e LATHAM, Bárbara (1998). The Techonology of Clothing Manufacture: Núcleo de Publicações (CEETIQT), Editora BSP Prorfessional Books. Revista Costura Industrial, Julho de 1978. Programação de Risco e Corte - Módulos Instrucionais SENAI / CETIQT. Paulo Dis Nazareth. Apostila: A Seção de Corte, SENAI / CETIQT. Cícero Ataualpa nobre de Almeida, 1989. ALMEIDA, Cícero A. N. de. A seção de corte. COOKLIN, Gerry. Introdução à fabricação de roupas. PICKEN, Mary Brook. Livro de Costura Singer. SOUZA, Sidney Cunha de. Introdução à tecnologia da modelagem industrial. BARNES, Ralph. Estudos de Movimentos e Tempos.
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