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PONTOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
1. Legitimidade para propor as ações do Controle de Constitucionalidade 
• Todas as ações do controle concentrado 
• Não é norma de reprodução obrigatória 
• Ação objetiva: tem legitimados, mas não partes. 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide 
Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V - o Governador de Estado; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Para que as confederações sindicais e as entidades de classe possam propor 
ADI e ADC, o STF exige o cumprimento dos seguintes requisitos: 
a) a caracterização como entidade de classe ou sindical, decorrente da 
representação de categoria empresarial ou profissional; 
b) a abrangência ampla desse vínculo de representação, exigindo-se que a 
entidade represente toda a respectiva categoria, e não apenas fração dela; 
c) o caráter nacional da representatividade, aferida pela demonstração da 
presença da entidade em pelo menos 9 (nove) estados brasileiros; e 
d) a pertinência temática entre as finalidades institucionais da entidade e o 
objeto da impugnação. 
STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
19/10/2020 (Info 995). 
 
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• Pertinência Temática: São aqueles que somente podem propor ADI e ADC contra leis ou 
atos normativos que tratem sobre matérias que digam respeito às funções ou objetivos 
do órgão ou entidade. O autor especial terá que provar o seu interesse específico no 
julgamento daquela ação. Terá que ser provada a pertinência temática entre a norma 
impugnada e os objetivos do autor da ação. Mesa de Assembleia Legislativa ou da 
Câmara Legislativa do DF; Governador de Estado/DF; Confederação sindical; Entidade 
de classe de âmbito nacional. 
 
• O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em 
sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido 
ajuizada pelo respectivo Governador. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do 
próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88). Os Estados-
membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em 
sede de controle concentrado de constitucionalidade. 
 
2. Controle Preventivo: 
• Mandado de segurança contra projeto de lei supostamente inconstitucional 
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de 
constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, 
determinando seu arquivamento? Em regra, não. 
Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da 
propositura: 
a) proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; 
b) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com 
violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo. STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. 
orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013 (Info 711). 
 
3. Objeto ADI 
1) As espécies normativas primárias do art. 59, CRFB: emendas, leis complementares, leis 
ordinárias, deis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. 
Cuidado!!! O STF entendia que se a espécie normativa primária for de efeito concreto não 
caberia ADI por falta de generalidade e abstração, que é ínsito à ADI. 
Ex: Resolução da Câmara dos Deputados que aprova processo contra o PR (art. 51,I). 
CONTUDO, o STF entende que cabe ADI em face de normas orçamentárias, ainda que ela seja 
de efeito concreto. 
2) Resoluções ou deliberações administrativas de Tribunais. 
3) Regimento Interno dos Tribunais desde que possuam caráter autônomo. 
4) Regimento Interno das Casas do Poder Legislativo 
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5) Atos Estatais de conteúdo derrogatório, ou seja resoluções normativas que incidem sobre 
atos de caráter normativos. Exemplo: são atos do Poder executivo com força normativa, como 
uma Portaria do MTE que visa alterar a CLT. 
6) Resolução do Conselho Interministerial de Preço. 
7) Decretos autônomos do art. 84, VI, CRFB. Neste caso, estaríamos diante de um decreto que 
usurpa diretamente à Constituição. 
8) Resoluções do TSE. 
9) Tratados Internacionais e Convenções Internacionais: 
9.1) TI que não dispõe sobre direitos humanos – lei ordinária e cabe ADI 
9.2) TI que trata de direitos humanos e passou pelo procedimento do art. 5º,§ 3º - EC e cabe ADI 
9.3) TI versa sobre DH e não passou pelo procedimento do art. 5º,§ 3º - norma supralegal – cabe 
ADI. 
10) Decretos do PR de promulgação de tratados e convenções internacionais 
11) Lei Distrital no exercício da competência Estadual do Distrito Federal. 
12) Resoluções do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público. 
 
Uma lei que tenha destinatários determináveis continua possuindo caráter abstrato e 
geral e pode ser impugnada por meio de ADI 
Direito Constitucional Controle de constitucionalidade Objeto da ADI 
O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato 
e geral, tampouco a transforma em norma de efeitos concretos. STF. 1ª Turma. RE 
1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 (Info 955). 
 
Não cabe ADI: 
1) Lei ou ato normativo de efeito concreto, a exceção das normas orçamentárias. 
2) Contra norma constitucional originária. 
3) Leis ou ato normativos anteriores à CRFB/88. Cabe ADPF ou o controle difuso na forma 
incidental. 
4) Contra lei ou ato normativo já revogado. 
5) Contra decretos regulamentadores do art. 84, IV, CRFB. Trata-se de ilegalidade e não 
inconstitucionalidade. 
6) Respostas às consultas do TSE. 
7) Contra Convenção Coletiva de Trabalho, porque somente vincula as partes que estão na 
convenção. 
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8) Lei Municipal, ainda que contrarie norma estadual de reprodução obrigatória da CRFB/88. 
Caberá ADI estadual e depois RE. 
9) Lei Distrital no exercício da competência Municipal. 
10) Matéria interna corporis do Poder Legislativo. Exemplo: interpretação do regimento interno 
de uma das casas. 
11) Normas com eficácia exaurida no ordenamento. 
12) Leis declaradas inconstitucionais em decisão definitiva pelo STF. 
13) Súmulas e Súmulas Vinculantes. 
14) Contra atos normativos privados: contratos e contratos administrativos. 
 
Conversão da MP em lei antes que a ADI proposta seja julgada 
Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP 
é convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto 
e poderá ser conhecida e julgada. Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em 
prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a convalidação ("correção") de 
eventuais vícios existentes na norma, razão pela qual permanece a possibilidade de o 
STF realizar o juízo de constitucionalidade. Neste caso, ocorre a continuidade 
normativa entre o ato legislativo provisório (MP) e a lei que resulta de sua conversão. 
Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de a ação ser julgada, houvea conversão na Lei nº 8.866/94. Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá 
peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o aditamento da ação. STF. 
Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). 
 
Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e julgamento da ação sem 
comunicar este fato ao STF 
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja 
revogado antes do julgamento da ação? Regra: haverá perda superveniente do objeto 
e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). 
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso 
fique demonstrado que houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada 
de forma proposital a fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse 
os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306). 
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato 
impugnado foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, 
como não houve desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há 
obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF). 
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Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado 
previamente que houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será 
possível reconhecer, após o julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada. 
STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824). 
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 
845). 
 
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