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Ações constitucionais - Cível - Aula 6 - FINAL (Unidade II)

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TEORIA E PRÁTICA 
DAS AÇÕES 
CONSTITUCIONAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pós-Graduação “lato sensu” 
Profa. Flávia Campos Pereira Grandi 
Pós-Graduação “lato sensu” | Teoria e Prática das Ações constitucionais 
Profa. Flávia Campos Pereira Grandi 
 
 
 
UNIDADE II 
 
PROCEDIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
AULA 6 
 
1 SENTENÇA 
 
 O art. 13 da Lei 12.016/09, ao tratar da decisão do mandado de segurança 
determina que, concedido o mandado, o juiz deverá comunicar a decisão, de ofício, à 
autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada: 
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do 
oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de 
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica 
interessada. 
 
 A partir dessa comunicação, conta-se o prazo para os recursos cabíveis. 
 Com relação à sentença, vale chamar atenção para o art. 25 da Lei 12.016/09, 
que afirma não ser cabível, no mandado de segurança, a condenação em honorários 
advocatícios. Tal previsão busca, segundo alguns autores, garantir o acesso ao 
remédio constitucional. No entanto, o dispositivo sofre diversas críticas na doutrina, 
tendo em vista que é incompreensível porque não seria possível a cobrança de 
honorários em troca do trabalho desenvolvido. 
Como disserta Daniel Neves, “meu entendimento é de uma simplicidade 
franciscana: o advogado do vencedor exerceu seu trabalho no mandado de segurança 
e por isso deve ser recompensado” (NEVES, 2017, p. 205). 
 
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1.1 EFEITOS 
 Sabe-se que o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança, 
ou seja, não é possível que seu objeto principal seja o pedido de pagar quantia certa. 
Nesse sentido a Súmula 269 do STF. Ocorre que é pacífico o entendimento de que é 
possível, em um mandado de segurança, que, como consequência da anulação de um 
ato ilegal, seja aplicada à Fazenda Pública a obrigação de pagamento, como por 
exemplo, o pagamento de vantagens a um determinado servidor público. Vejamos o 
art. 14, §4º, Lei 12.016/09: 
Art. 14, §4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias 
assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor 
público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal 
somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar 
da data do ajuizamento da inicial. 
 
 Vale ressalvar que, de acordo com a lei, o pagamento tratado no dispositivo 
legal em análise deve se referir a prestações que se vencerem a contar do ajuizamento 
da ação. Com relação aos valores pretéritos, a Súmula 271 do STF determina que 
deverão ser cobrados administrativamente ou pela via judicial: 
Súmula 271, STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos 
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados 
administrativamente ou pela via judicial própria. 
 
A doutrina critica tal exigência, tendo em vista que se mostra excessivamente 
não eficiente a necessidade de, após a decisão do mandado de segurança, propor 
nova ação judicial, de cobrança, com relação aos valores pretéritos. O STJ possui, da 
mesma forma, algumas decisões nesse sentido: 
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO 
DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE AVERBAÇÃO DE 
TEMPO DE SERVIÇO. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. ATO 
ILEGAL DA AUTORIDADE COATORA. MANDADO DE 
SEGURANÇA. POSSIBILIDADE DE EFEITOS PATRIMONIAIS 
RETROATIVOS. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS 
DESPROVIDO. 1. O ato da autoridade impetrada, que não 
acolheu o pedido de averbação de tempo de serviço para fins de 
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concessão de aposentadoria, se afigurou como ilegal, ante a 
existência de prova pré-constituída do preenchimento dos 
requisitos para concessão do benefício, produzida por meio de 
justificação judicial. 2. Não encontra respaldo a pretensão da 
Autarquia de que as prestações em atraso devem ser buscadas 
em ação própria, diversa do presente Mandado de Segurança, 
porquanto não seria razoável que o segurado ingressasse 
novamente em juízo para cobrar diferenças relativas a período 
anterior à data do ajuizamento do mandamus, porquanto os 
efeitos financeiros se afiguram como consequência lógica do ato 
impugnado. 3. Agravo Regimental do INSS desprovido. (STJ, 
AgRg do Ag 920.172/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 
j. 19/08/2009). 
 
1.2 RECURSO 
 Em seguida, no art. 14, a Lei 12.016/09 afirma que caberá apelação da sentença 
que nega ou concede o mandado de segurança. A mesma ideia está presente no art. 
1.009, CPC, que determina que da sentença caberá apelação. 
 Por outro lado, quando o mandado de segurança for denegado e for de 
competência originária de tribunais, caberá, conforme art. 18 da LMS, recurso 
especial, recurso extraordinário ou recurso ordinário: 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância 
pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente 
previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
 
Vale ressaltar que o cabimento dos referidos recursos se encontram, 
respectivamente, nos arts. 102, III da CR/88 (recurso extraordinário), art. 105, III, da 
CR/88 (recurso especial) e arts. 102, II, a, 105, II, b, e art. 1.027, do CPC (recurso 
ordinário). 
Ainda, o referido art. 18 não citou o cabimento dos embargos de declaração. 
Mesmo que não expressamente previstos na Lei do mandado de segurança, não há 
dúvidas do seu cabimento nos casos do art. 1.022, CPC, também com relação à 
decisão do MS. 
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Em relação à legitimidade recursal, o art. 14, §2º, Lei 12.016/09 determina que 
“estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer”. Tal previsão ratifica o 
entendimento doutrinário de que a autoridade coatora não seria o sujeito passivo do 
mandado de segurança, porque, se o direito de recorrer é estendido, por previsão 
legal, ao coator, significaria dizer que é a pessoa jurídica que tem a legitimidade 
recursal primária, ou seja, que é considerada parte propriamente dita do mandamus, 
visto que não é necessário que a lei estenda a ela o direito de recorrer, pois possui a 
legitimidade naturalmente. 
Como visto ao se analisar a legitimação do mandado de segurança, seria este o 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça: o legitimado passivo seria a pessoa 
jurídica, tendo a autoridade coatora apenas a função de prestar informações. 
Mandado de segurança. Recurso especial interposto por 
prefeito municipal. Impossibilidade. Legitimidade recursal de 
pessoa jurídica de direito público. Precedentes. Agravo 
regimental improvido. (STJ, AgRg no Ag 1.068.039/SC, Rel. 
Min. Nilson Naves, j. 20/11/2008). 
 
 Para o STJ, a autoridade coatora teria legitimidade recursal como assistente 
litisconsorcial ou terceiro, até mesmo como uma forma de se garantir para eventual 
responsabilidade pessoal: 
 
PROCESSO CIVIL – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – 
MANDADO DE SEGURANÇA LIMINAR: ATAQUE VIA 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – LEGITIMIDADE PARA 
RECORRER. 1. Tem legitimidade para recorrer, no mandado de 
segurança, em princípio, o órgão público, e não o impetrado, 
que age como substituto processual da pessoa jurídica na 
primeira fase do writ. 2. Ao impetrado faculta-se, não obstante, 
a possibilidade de recorrer como assistente litisconsorcial ou 
como terceiro, apenas a fim de prevenir sua responsabilidade 
pessoal por eventual dano decorrente do ato coator, mas não 
para a defesa deste ato em grau recursal, a qual incumbe à 
pessoa jurídica de direito público,por seus procuradores 
legalmente constituídos. 3. Embargos de divergência conhecido, 
mas improvido. (STJ, EResp, 180.613/SE, Rel. Min. Eliana 
Calmon, j. 17/11/2004). 
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2 COISA JULGADA 
 
Antes de se analisar a coisa julgada, vale ressaltar as formas de decisão 
possíveis no mandado de segurança, se concessiva ou denegatória. 
 Isso porque, no caso de denegação, é possível que a sentença seja terminativa 
ou definitiva. Será definitiva quando julgar o mérito, com a denegação da ordem; ou 
terminativa, quando extinguir o mandado de segurança sem julgar o mérito. 
 No caso de denegação sem julgamento do mérito, a decisão não faz coisa 
julgada material, assim, será possível, conforme a lei e o entendimento do STJ, que o 
impetrante renove o pedido, desde que dentro do prazo decadencial de 120 dias: 
Art. 6º, § 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro 
do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o 
mérito. 
 
 No mesmo sentido, antes mesmo da nova Lei do Mandado de Segurança, já 
entendia o Superior Tribunal de Justiça: 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE 
SEGURANÇA. RENOVAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. 
OBSERVÂNCIA. NECESSIDADE. RECURSO ESPECIAL 
CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. É possível a renovação de 
mandado de segurança quando a decisão denegatória não lhe 
houver apreciado o mérito. Necessário, todavia, que o writ seja 
impetrado no prazo de 120 dias, contado do ato impugnado. 2. 
Hipótese em que o ato impugnado no segundo mandamus é o 
mesmo que aquele combatido no primeiro: o indeferimento das 
inscrições, em razão da ausência de certificado de conclusão no 
curso de Licenciatura Plena, nos termos da norma contida na 
Instrução Especial 1/98, reguladora do concurso. Assim, 
quando da impetração do presente mandado de segurança, já 
havia escoado o prazo decadencial, cuja contagem teve início 
com a publicação de referida instrução. 3. Recurso especial 
conhecido e improvido. (STJ, Resp 622.638/SP, Rel. Min. 
Arnaldo Esteves Lima, j. 01/03/2007). 
 
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 Haverá julgamento de mérito sempre que o julgador apreciar o direito 
material. Neste sentido, o STJ: 
PROCESSUAL CIVIL – DENEGAÇÃO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA ANTERIORMENTE IMPETRADO – 
REDISCUSSÃO DA MATÉRIA NA VIA ORDINÁRIA – 
IMPOSSIBILIDADE – COISA JULGADA MATERIAL – 
PRECEDENTES. Ocorrência de coisa julgada material na 
hipótese, pois, ao se denegar o mandado de segurança 
impetrado anteriormente pelo recorrente, adentrou no mérito 
da questão, o que impede sua rediscussão na via ordinária. 
Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no Resp 645.400/RJ, 
Rel. Min. Humberto Martins, j. 09/09/2008). 
 
 Assim, de acordo com o STJ, ainda que a sentença indique que houve extinção 
sem julgamento do mérito, se se comprovar que a decisão adentrou o mérito, ou seja, 
no direito material, não será possível a renovação do remédio constitucional. 
 Ainda, a lei afirma, no art. 19, que a decisão ou acórdão que denegar o 
mandado de segurança, sem julgar o mérito, não impede o requerente de se utilizar 
de uma ação própria para pleitear seus direitos, afinal, mais uma vez, não faz coisa 
julgada material. 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem 
decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os 
seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
 
 Da mesma forma, a previsão da Súmula 304, STF: 
Súm. 304, STF. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa 
julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria. 
 
 Assim, por exemplo, se o juiz entende que não está comprovado o direito 
líquido e certo violado, ele pode extinguir o mandado de segurança sem julgamento 
do mérito, não fazendo, assim, coisa julgada material. Pode, nesse caso, o impetrante 
ajuizar um processo de conhecimento para a defesa do direito. 
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 Com relação aos efeitos patrimoniais da decisão concessiva ou denegatória do 
mandado de segurança, será cabível o ajuizamento de ação própria. Porém, vale 
chamar a atenção para o fato de que, quando a decisão julga o mérito, a coisa julgada, 
nesse caso, vinculará o juiz em uma eventual ação: 
Ocorre, entretanto, que, havendo decisão de mérito transitada em julgado no 
mandado de segurança, concessiva ou denegatória, deve-se trabalhar com a 
eficácia positiva da coisa julgada, o que vincula o juiz no processo 
conhecimento condenatório à decisão proferida no mandado de segurança já 
protegida pela coisa julgada material (NEVES, 2017, p. 211). 
 
 Por fim, vale destacar a hipótese em que a decisão do mandado de segurança é 
denegatória e o impetrante, para burlar a coisa julgada, ajuíza ação no procedimento 
comum. Nesse caso, o impetrante pode acreditar que, alterando o polo passivo, 
deixando de lado a autoridade coatora e incluindo a pessoa jurídica de direito 
público, estar-se-ia impedindo a coisa julgada. Ocorre que devemos chamar a 
atenção para o fato de que, ao se analisar os dois processos, faz-se um exame das 
partes do sentido material, ou seja, considera-se que a parte é a mesma, não 
afastando o argumento da coisa julgada. Da mesma forma o contrário, quando já se 
ajuizou a ação ordinária e busca-se agora a pretensão por mandado de segurança: 
MS. LITISPENDÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA. No mandado de 
segurança, alega-se o direito adquirido e a conivência da 
legislação local para buscar a anulação de edital elaborado pela 
unidade federada de alienação do imóvel funcional ocupado 
pelo ora recorrente e, com isso, permitir sua venda direta sem 
qualquer procedimento licitatório. Sucede que esse pedido já foi 
deduzido, de igual modo, em ação ordinária da qual justamente 
decorre o citado edital, visto que nela se rejeitou o pleito e se 
cassou a liminar, o que possibilitou ao ente federado praticar os 
atos relativos à licitação. Daí a razão de o Tribunal a quo 
corretamente reconhecer a litispendência, que, conforme a 
jurisprudência do STJ, não é descaracterizada pela circunstância 
de o polo passivo do MS ser ocupado pela autoridade indicada 
como coatora e, na ação ordinária, figurar como réu a própria 
pessoa jurídica de direito público à qual pertence o impetrado 
no writ. Precedentes citados: REsp 866.841-RJ, DJe 7/11/2008; 
RMS 11.905-PI, DJ 23/8/2007, e AgRg no REsp 932.363-RJ, DJ 
30/8/2007. RMS 29.729-DF, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 
9/2/2010. (Inf. 422, STJ) 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RMS29729
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2.1 REEXAME NECESSÁRIO 
 
 O art. 14, §1º, da Lei do mandado de segurança prevê que quando a decisão do 
mandamus for concessiva, será necessário o duplo grau de jurisdição. 
Art. 14, § 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente 
ao duplo grau de jurisdição. 
 
 Com relação a tal previsão, vale ressaltar o fato de que a Lei 12.016/09 não 
restringe o reexame necessário tal qual o faz o Código de Processo Civil. O CPC, ao 
tratar da remessa necessária em ações do procedimento comum, prevê que: 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução 
fiscal. 
§3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito 
econômico obtido na causa for de valorcerto e líquido inferior a: 
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e 
fundações de direito público; II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os 
Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito 
público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e 
respectivas autarquias e fundações de direito público. 
 
 Percebe-se que, diferente do CPC, a lei do mandado de segurança não traz tal 
previsão. Surge, assim, na doutrina, a dúvida se tais restrições devem ou não ser 
aplicadas no mandado de segurança. 
 Conforme entendimento do STJ e também da doutrina do direito público, 
tendo em vista que a lei especial não trouxe tais vedações, não há que se aplicar o 
artigo do CPC, portanto, todas as decisões concessivas do mandado de segurança 
devem ser objeto de reexame necessário, independentemente do valor. 
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 Terminamos, aqui, nossas aulas sobre o mandado de segurança individual. 
Como visto, é um importante instrumento para a defesa dos direitos que venham a 
ser violados por atos ilegais ou com abuso de autoridade. Apesar da divergência 
doutrinária acerca de diversos pontos na matéria, não existe dúvidas de que é um 
remédio muito utilizado, visto que possibilita a defesa dos direitos referidos acima 
de uma forma, em princípio, mais célere que as outras ações judiciais. 
 
REFERÊNCIAS 
ARAÚJO, José Henrique Mouta. Mandado de segurança. Salvador: JusPODIVM, 2015. 
 
CÂMARA, Alexandre Freitas. Manual do mandado de segurança. São Paulo: Atlas, 2013. 
CUNHA, Leonardo José Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. São Paulo: Dialética, 
2007. 
GOMES JÚNIOR, Luiz Manoel et al. Comentários à Lei do Mandado de Segurança: Lei n. 
12.016 de 7 de agosto de 2009. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. Salvador: Juspodivm, 
2017.

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