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PUERICULTURA Profª Drª Adriana Aparecida Delloiagono de Paula PUERICULTURA • É o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento infantil. • Busca analisar o processo de crescimento, o desenvolvimento físico e motor, a linguagem, a afetividade e a aprendizagem cognitiva da criança. • Possibilita detectar precocemente distúrbios psicomotores, nutricionais ou de crescimento. • Através da observação atenta ao histórico de desenvolvimento da criança, é possível diagnosticar falhas ou atrasos do desenvolvimento em áreas específicas, e intervir assim que essas alterações forem detectadas. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO • Garantir o cuidado às crianças com maior probabilidade de adoecer e morrer: • RISCO HABITUAL: Toda criança que não apresentar condições ou patologias de risco. • RISCO INTERMEDIÁRIO: • Filhos de mãe negra e indígena; • Filhos de mãe com menos de 15 anos ou mais de 40 anos; • Filhos de mães analfabetas ou com menos de 3 anos de estudos; • Filhos de mães com menos de 20 anos com 1 (um) filho morto anteriormente; • Filhos de mães com menos de 20 anos e mais de 3 partos; • Filhos de mães que morreram no parto/puerpério. • ALTO RISCO: • Asfixia grave (APGAR < 7 no 5.º minuto de vida); • Baixo peso ao nascer; • Desnutrição grave; • Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados; • Presença de doenças de transmissão vertical (toxoplasmose, sífilis, HIV) • Triagem neonatal positiva ACOMPANHAMENTO PUERICULTURA • Até o 5º dia visita domiciliar à mãe e bebê • Verificar estado geral da criança: sucção, icterícia, sinais de perigo? Coto umbilical, desidratado, secreções, temperatura, freq. respiratória, etc). • Consulta de acompanhamento do bebê deve acontecer até o 10º dia após o parto na UBS/ ESF: • avaliar a carteira da criança – testes de triagem realizados? Normais? Aplicadas vacinas? Orientar a procura da UBS para continuar a IMUNIZAÇÃO. • Devem acontecer 8 consultas no 1º ano de vida: • mensal até o 6º mês; • trimestral do 6º ao 12º mês (no 9º e 12º mês) • No 2º ano: semestral • A partir do 3º ano de vida: 1 consulta por ano (próximas ao mês do aniversário). ACOMPANHAMENTO PUERICULTURA IDENTIFICAÇÃO DO RN • Antecedentes Familiares • Antecedentes Obstétricos • Gestação • Trabalho de Parto • Puerpério • Anotações no Cartão da Gestante referente ao nascimento: • Parto • Rotinas de cuidados Hospitalares... • Nitrato de prata - Vitamina K - Tempo de laqueadura definitiva do cordão - número de vasos do cordão • Apgar APGAR TRIAGEM NEONATAL • Teste do pezinho • Teste do olhinho • Teste de coraçãozinho • Teste da orelhinha TESTE DO PEZINHO • Deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. • Através da gota de sangue coletada do calcanhar do bebê, pode ser apontada, precocemente, a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, a fibrose cística, a anemia falciforme e outras hemoglobinopatias. • Não pode ser realizada ainda na maternidade, logo após o nascimento, pois para o diagnóstico da fenilcetonúria é necessário que a criança já tenha sido amamentada, pois no teste é verificada a taxa de uma enzima presente no sangue e que é responsável pela quebra de uma proteína do leite. • Fenilcetonúria = doença rara, congênita e genética, na qual a pessoa nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas de um aminoácido chamado fenilalanina. Se não for tratada, a fenilcetonúria pode causar danos cerebrais, deficiência intelectual, sintomas comportamentais ou convulsões. O tratamento inclui uma dieta rigorosa com limitação de proteínas. TESTE DO PEZINHO TESTE DO OLHINHO • É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. • A criança não nasce sabendo enxergar, ela vai aprender assim como aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do olho precisam estar normais, principalmente as que são transparentes. • O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. TESTE DO OLHINHO TESTE DO CORAÇÃOZINHO • Oximetria de Pulso = Teste do Coraçãozinho. • É uma excelente ferramenta de triagem neonatal para rastrear Cardiopatias Congênitas Críticas. TESTE DO CORAÇÃOZINHO TESTE DA ORELHINHA • A triagem neonatal auditiva ou o teste da orelhinha possibilita a identificação precoce de possíveis perdas auditivas nos recém- nascidos. • Esse exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz. • É um exame feito, geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê, é indolor, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos. TESTE DA ORELHINHA DADOS ANTROPOMÉTRICOS • Peso ao nascer: • Normal: 2.500 - 4.000g • Baixo Peso (BP): < 2.500g • Muito Baixo Peso (MBP): < 1.500g • Pré-Termo Extremo (PTE): < 28 semanas e < 1.000g DADOS ANTROPOMÉTRICOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS • Estatura ao nascer: • Normal: 45-53cm DADOS ANTROPOMÉTRICOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS • Perímetro Cefálico (PC) • Normal: 33-36cm (média de 35cm) DADOS ANTROPOMÉTRICOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS • Perímetro Torácico (PT) • Normal: 30-33cm (2-3cm menor que o PC) • Perímetro Abdominal (PA) – variável (+/- o PC) DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR SINAIS VITAIS • PA = Verificações de rotina : • Quando uma criança com mais de 3 anos de idade se encontra em uma instalação médica. Com recomendação de aferição pelo menos uma vez por ano • FC = • Em crianças menores de 2 anos de idade a ausculta do pulso apical apresenta maior facilidade de ausculta. • Em crianças maiores de 2 anos pode ser realizada a ausculta do pulso apical ou a palpação dos pulsos periféricos. FREQUÊNCIA CARDÍACA • Verificação da FC por ausculta do Pulso Apical • Identifique o local da ausculta, palpando a parede torácica para determinar o Ponto de Impulsão Máxima (PIM), pois é aproximadamente nessas locais, conforme a idade da criança, em que melhor se pode auscultar os ruídos do coração. • Em crianças menores de 7 anos de idade – ligeiramente à esquerda da linha média da clavícula e o quarto espaço intercostal. • Em crianças maiores de 7 anos de idade – à esquerda da linha média da clavícula e o quinto espaço intercostal. FREQUÊNCIA CARDÍACA • Ponto de Impulsão Máxima (PIM) FREQUÊNCIA CARDÍACA • Interpretação de valores: • Utiliza-se uma tabela com a faixa normal de variação/idade FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA • Avaliação e Registro: • Para avaliar a FR consulte as normas relacionadas com a faixa etária da criança. • Avalie e registre coloração, FR, ritmo, profundidade da respiração, presença de desconforto respiratório, posição mais confortável, nível de atividade, alterações em relação a medições anteriores e respostas às intervenções. TEMPERATURA • Valores e Faixas Normais: DOR • Instrumentos de avaliação da dor adequado para o nível de desenvolvimento (escalas validadas e confiáveis). • Deve ser usado o mesmo método de avaliação para verificar o resultado do tratamento. DOR Os recém-nascidos reagem à dor com alterações comportamentais, fisiológicas, bioquímicas e hormonais. • Principais respostas comportamentais: • Alteração da expressão facial • Choro • Estado de sono e alerta • Movimentação dos braços e pernas • Principais respostas fisiológicas: • Alteração da frequência cardíaca • Alteração da frequência respiratória • Alteração da pressão arterial • Alteração da saturação de oxigênio DOR • A Escala de NIPS (Neonatal Infant Pain Scale) tem 6 indicadores de dor, avaliados de 0-2 pontos.Trata-se de uma escala de avaliação rápida, que pode ser utilizada em recém- nascidos a termo e prétermo. Uma pontuação igual ou maior a 4 indica presença de dor. ** Em recém-nascidos entubados não se avalia choro e a pontuação de expressão facial é dobrada. DOR • A escala de avaliação de dor FLACC foi desenvolvida em 1997, com base em parâmetros comportamentais, destinada à utilização dos profissionais da saúde, visando contribuir para a prática clínica na avaliação da dor em crianças não verbais ou com prejuízo da fala, impedidas de relatar sua dor. HIGIENE • Coto Umbilical (sem sinais flogísticos) • Banho (verificar e orientar) • Troca de fralda (verificar e orientar) OUTRAS OBSERVAÇÕES/ ORIENTAÇÕES • Sono: Deve dormir de 16 a 20 horas • Evacuações: Amarelo pastoso; em número variável • Mecônio- material fecal de cor esverdeada bastante escura, produzida pelo feto e normalmente é expelida nas primeiras 12 horas após o nascimento. OUTRAS OBSERVAÇÕES/ ORIENTAÇÕES • Sol: Exposição antes das 10hs e após as 16hs, iniciando com 5 minutos e aumentando gradativamente conforme os dias até 15 minutos. • Situação Vacinal • Calendário Vacinal do Ministério da Saúde para 2020 Idade Vacinas Ao nascer – BCG (dose única) – Hepatite B 2 meses – Pentavalente 1ª dose (Tetravalente + Hepatite B 2ª dose) – Poliomielite 1ª dose (VIP) – Pneumocócica conjugada 1ª dose – Rotavírus 1ª dose 3 meses – Meningocócica C conjugada** 1ª dose 4 meses – Pentavalente 2ª dose (Tetravalente + Hepatite B 2ª dose) – Poliomielite 2ª dose (VIP) – Pneumocócica conjugada 2ª dose – Rotavírus 2ª dose 5 meses – Meningocócica C conjugada 2ª dose 6 meses – Pentavalente 3ª dose (Tetravalente + Hepatite B 3ª dose) – Poliomielite 3ª dose (VIP) – Influenza (1 ou 2 doses anuais; de 6 meses a menores de 6 anos) 9 meses – Febre Amarela**** 1ª dose 12 meses – Pneumocócica conjugada reforço – Meningocócica C conjugada reforço – Tríplice Viral 1ª dose 15 meses – DTP 1º reforço (incluída na pentavalente) – Poliomielite 1º reforço (VOP) – Hepatite A (1 dose de 15 meses até 5 anos) – Tetra viral (Tríplice Viral 2ª dose + Varicela) – Influenza (1 ou 2 doses anuais; de 6 meses a menores de 6 anos) 4 anos – DTP 2º reforço (incluída na pentavalente) – Poliomielite 2º reforço (VOP) – Varicela atenuada (1 dose) – Febre amarela reforço 5 anos – Pneumocócica 23: 1 dose para população indígena https://pebmed.com.br/veja-novas-recomendacoes-para-vacinacao-contra-influenza-em-criancas/ https://pebmed.com.br/sarampo-saiba-mais-sobre-prevencao-diagnostico-e-tratamento-dessa-doenca/ ALIMENTAÇÃO • Dez Passos para a Alimentação Saudável de crianças menores de 2 anos: • PASSO 1 – Dê somente o leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. • PASSO 2 – A partir dos 6 meses, introduza de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. • PASSO 3 – Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno. • PASSO 4 – A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. • PASSO 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. ALIMENTAÇÃO • Dez Passos para a Alimentação Saudável de crianças menores de 2 anos: • PASSO 6 – Ofereça à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. • PASSO 7 – Estimule o consumo diário de frutas, legumes e verduras nas refeições. • PASSO 8 – Evite açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Use sal com moderação. • PASSO 9 – Cuide da higiene no preparo e manuseio dos alimentos. Garanta o seu armazenamento e conservação adequados. • PASSO 10 – Estimule a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação. ALIMENTAÇÃO SAÚDE BUCAL • A puericultura odontológica deverá ser iniciada nos primeiros dias de vida da criança, aproveitando-se a consulta programada para até 10 dias após o nascimento. • Aos 6 meses é que os dentes decíduos (de leite) começam a erupcionar. Pode haver retardo na erupção, o que não deve ser preocupante até os 12 meses. Se não ocorrer a erupção após esse período, é necessário investigar pois existe a possibilidade (rara) de ocorrer anadontia (ausência dos dentes). • A criança pode nascer com dentes (dentes natais) ou vir a tê-los no primeiro mês (dentes neonatais). Nestes casos há necessidade de extração, porque a inserção é apenas na gengiva o que pode prejudicar a amamentação e existir o risco de aspiração dos dentes para o pulmão. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Sufocação • pode ocorrer enquanto a criança está dormindo, quando seu rosto fica encoberto pelo lençol, travesseiro ou outro objeto macio. • As grades do berço também podem ser uma ameaça causando mortes por estrangulamento e sufocação. • Quando as crianças estão na fase de descobrir o mundo com a boca, ainda podem se engasgar com partes e/ou brinquedos pequenos, comidas e outros objetos miúdos. • As crianças devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do peito com lençol ou manta presos embaixo do colchão e os bracinhos para fora. • Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios quando a criança estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Envenenamento • Crianças com até dois anos de idade correm maior risco de um envenenamento não intencional. • Produtos de limpeza e medicamentos são riscos significativos. • Bebês podem se envenenar respirando a fumaça de cigarros. • Antes de comprar plantas, verifique se são seguras para as crianças. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Queimaduras • A maioria das queimaduras com crianças, especialmente entre as idades de seis meses e dois anos, é causada por comidas quentes e líquidos derramados na cozinha. • A água quente da pia e da banheira é também responsável por muitas queimaduras em crianças; essas tendem a ser mais graves e cobrem uma porção maior do corpo do que as ocasionadas por outros líquidos quentes. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Quedas • Entre os principais responsáveis por quedas com bebês estão os móveis, as escadas e os andadores. Este último é responsável por mais acidentes que qualquer outro produto infantil destinado a crianças de 5 a 15 meses. • A maior parte das lesões resulta de quedas em escadas ou simplesmente de tropeços quando estão no andador. • Mantenha uma mão na criança, enquanto troca as fraldas. • Não deixe a criança sozinha em mesas, camas ou outros móveis. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Afogamento • grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. • Na faixa etária até dois anos, mesmo vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. • A primeira causa de afogamento com crianças é a falta de supervisão, geralmente por questão de segundos. PREVENÇÃO DE ACIDENTES • Veículos automotores • Em uma colisão, uma cadeirinha de segurança instalada e usada corretamente reduz em 71% o risco de uma criança morrer. SINAIS DE VIOLÊNCIA / MAUS TRATOS REFERÊNCIAS MS OBRIGADA!
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