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ONCOLOGIA SÍNDROMES HEMATOLÓGICAS Exame Clínico no Paciente Hematológico ANEMIA Caracteriza-se por adinamia e taquicardia, que podem ser intensas ou não, dependendo do tempo de instalação da condição. Palidez da pele e escleróticas é característica. Baço aumentado: anemia de causa congênita (talassemia) e se associada ou não à linfoproliferação em doença onco-hematológica. Icterícia e a colúria: levam ao diagnóstico de anemia hemolítica. A associação entre anemia e dores musculares, articulares e abdominais aponta também para transtornos congênitos ou enzimáticos do glóbulo vermelho, como a deficiência de glicose-6- fosfatodesidrogenase, piruvatoquinase ou hemoglobinúria paroxística noturna, em associação com urina colúrica. OBS: exames laboratoriais complementares são importantes para o diagnóstico da causa de anemia. Nos casos de anemia por falência na produção de células da medula óssea, como na aplasia, os sintomas e sinais também são claros, mas é prevalente em jovens, ao contrário da anemia refratária ou mielodisplásica, mais comum em idosos. Sintomas digestivos como síndrome dispéptica, melena e enterorragia devem ser investigados. Tais sintomas apontam para perda sanguínea de causa gastroenterológica. Nas mulheres jovens, uma das causas mais comuns de anemia é a hipermenorreia. A cuidadosa anamnese, associada a exames complementares, pode esclarecer se a causa da perda sanguínea é algum problema ginecológico. As hemorragias crônicas levam a uma depleção dos depósitos de ferro, a qual pode se manifestar como alterações ou desvios do apetite (p.ex., vontade de comer gelo, terra, tijolo ou alimentos picantes), história de unhas facilmente quebradiças e de queda de cabelo. Doenças reumatológicas crônicas, como lúpus eritematoso e artrite reumatoide, costumam se associar à anemia. Os sintomas e sinais da doença reumatológica axiliam no diagnóstico final. DOENÇAS HEMORRÁGICAS Etiologia: congênitas (sangramento desde a infância) ou adquiridas (faixa etária mais velha). Defeito plaquetário/vascular: petéquias, equimoses e sangramentos nasais, bucais, gengivais e eventualmente urinários. É o que acontece na púrpura trombocitopênica imunológica e nas doenças congênitas plaquetárias e vasculares. Defeito de coagulação: hematoma, equimoses e sangramentos musculares, articulares, digestivos ou mesmo cerebrais. Podem ser devidos a hemofilias, doença de Von Willebrand, defeitos de fatores de coagulação, uso inadequado de anticoagulantes ou mesmo à coagulação intravascular disseminada. DOENÇAS TROMBÓTICAS Trombofilia: tendência que certos indivíduos apresentam para o desenvolvimento de tromboses, as quais podem ser venosas ou arteriais, adquiridas ou congênitas. Fatores associados ao desenvolvimento da trombose são: diabetes melito, tabagismo inveterado, infecções nas pernas tipo erisipela, hipertensão arterial, situações que propiciem estase vascular prolongada de MMII, como em viagens aéreas longas, gravidez e puerpério. Uso de ACO (especialmente os que contêm muito estrogênio), cirurgias, fraturas, traumas e insuficiência cardíaca congestiva associam-se a fenômenos tromboembólicos. CIVD: exemplo de ativação do sistema de coagulação que pode surgir em septicemias, cânceres e hipertensão portal. Nas leucemias, o quadro clínico manifesta-se por adinamia, febre, perda de peso e envolvimento do baço. A anemia é uma constante. Pode haver no entanto, envolvimento de diversos órgãos, com manifestações específicas. Os defeitos da coagulação sanguínea podem surgir nas leucemias. E as alterações podem se dar pela hemorragia ou com as tromboses. DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS (LINFOMAS) Os linfomas podem ser acompanhados de adinamia, febre contínua ou cíclica tipo Pel Ebstein, alternando dias com temperatura elevada com alguns dias afebris, perda de peso, prurido generalizado, especialmente após o banho, e sudorese noturna profusa que obriga o ONCOLOGIA paciente a trocar de roupa. No linfoma de Hodgkin, pode haver dor nos linfonodos ou áreas infiltradas pelo TU após a ingestão de álcool. Esses sintomas gerais permitem classificar os pacientes portadores de linfoma em ausência de sintomas, ou se existe perda de peso de mais de 10% nos últimos 6 meses ou febre não explicada de 38 graus ou sudorese noturna. Às vezes, surge anemia pela infiltração medular do linfoma, hemólise ou trombose por ativação do sistema de coagulação ou por compressão tumoral de vasos e órgãos. O envolvimento dos linfonodos é uma regra. Em geral, são indolores e insensíveis à palpação, são firmes, de consistência elástica e não aderidos a planos profundos. Os locais mais afetados são a região cervical seguida pela axilar. Porém, pode haver acometimento de todas as cadeias ganglionares, incluindo, por exemplo, as peritrocleares. O acometimento do baço, evidenciado por esplenomegalia, é frequente e, em geral, não é maciço. É possível palpar poucos centímetros abaixo do rebordo costal esquerdo. SINDROMES MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS Diagnóstico, sobretudo, por exames de rotina. O hemograma evidencia leucocitose com desvio à esquerda, anemia e plaquetopenia ou plaquetose. Se a leucocitose for intensa, com mais de 100.000 leucócitos por mm³, pode-se associar a sinais e sintomas de leucostase caracterizados por alterações do fundo de olho, torpor, dispneia devido à infiltração pulmonar bilateral e, eventualmente, priapismo. Esplenomegalia detectável ao exame físico, pode ser maciça e chegar até a cicatriz umbilical. Os sintomas de rubor facial crônico e dor nas extremidades, especialmente nos pés, associam-se aos diagnósticos de policitemia vera ou trombocitemia essencial. LEUCEMIAS AGUDAS Doenças com história curta (de 1 a 2 meses), caracterizada por sintomas decorrentes de: - Falência da medula óssea com síndrome febril secundária a neutropenia; - Cansaço; - Fraqueza devido à anemia; - Síndrome purpúrica com equimoses, petéquias, sangramento nasal e metrorragia por plaquetopenia intensa. MIELOMA MÚLTIPLO Dores e tumorações ósseas, fadiga e constatação de anemia sugerem o mieloma múltiplo, especialmente no paciente idoso. Outros sinais, como fratura óssea espontânea, hipercalcemia, insuficiência renal, hipergamaglobulinemia e proteinúria, são altamente característicos dessa moléstia. Essa doença pode ser acompanhada de sintomas e sinais de hiperviscocidade caracterizadas por sangramentos cutâneo-mucosos, anormalidade visuais e do fundo de olho (dilatação e segmentação das veias retinianas, hemorragias e papiledema) e alterações neurológicas (cefaleia, nistagmo, confusão e coma). ONCOLOGIA CA PEDIÁTRICO Os tumores dos pacientes infantojuvenil podem ser subdivididos em dois grandes grupos: • Tumores hematológicos, como as leucemias e os linfomas. • Tumores sólidos, como os do sistema nervoso central/cérebro, tumores abdominais (neuroblastomas, hepatoblastomas, nefroblastomas), tumores ósseos e os tumores de partes moles (rabdomiossarcomas, sarcomas sinoviais, fibrossarcomas), entre outros. O que dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato de sua apresentação clínica ocorrer por meio de sinais e sintomas inespecíficos que são comuns a outras doenças benignas mais frequentes na infância, manifestando-se por sintomas gerais, que não permitem a sua localização, como febre prolongada, vômitos, emagrecimento, sangramentos, adenomegalias generalizadas, dor óssea generalizada e palidez. Ou, ainda, por intermédio de sinais e sintomas de acometimento mais localizado, como cefaleias, alterações da visão, dores abdominais e dores osteoarticulares.Em alguns casos, estas dificuldades levam os pacientes a recorrerem à assistência médica várias vezes no decorrer das semanas, meses, sempre com a mesma queixa ou com o agravamento da situação que os levou a procurar a primeira vez um serviço de saúde, e o paciente pode ser diagnosticado em condições clínicas desfavoráveis, com muitas complicações que dificultam o tratamento e o seu resultado. - DIAGNÓSTICO PRECOCE O prognóstico do câncer na criança e no adolescente é influenciado positivamente por estratégias de diagnóstico precoce e continuidade do cuidado por meio do tratamento adequado no tempo oportuno. A sobrevida de pacientes com câncer depende principalmente da localização do tumor, da histologia, da sua biologia e do estadiamento da doença ao diagnóstico. Pacientes com doença localizada têm melhor prognóstico que aqueles com doença avançada. Os principais sinais de alerta em relação ao câncer infantil são: - Febre prolongada de causa não identificada; - Palidez inexplicada; - Perda de peso; - Dores nos ossos e nas juntas, com ou sem inchaços; - “caroço” em qualquer parte do corpo, principalmente na barriga; - Manchas roxas, sangramentos pelo corpo sem feridas; - Vômitos acompanhados de dor de cabeça, diminuição da visão ou perda de equilíbrio; - Crescimento do olho, podendo estar acompanhado de mancha roxa no loca. - POPULAÇÃO DE RISCO Para o diagnóstico precoce do câncer, o pediatra e/ou médico da ESF devem estar também atentos às crianças portadoras de malformações e síndromes clínicas que estão associadas a um maior risco de desenvolvimento de neoplasias. Algumas associações são observadas com mais frequência, tais como a ocorrência maior de leucemia em pacientes com síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) e a ocorrência de tumores de SNC e sarcomas em pacientes com neurofibromatose (doença de von Recklinghausen). Malformações do trato genitourinário, aniridia, hemi- hipertrofia, síndrome de Beckwith–Wiedemann (visceromegalias, defeitos do fechamento da parede abdominal, hipoglicemia neonatal) são exemplos de alterações associadas ao diagnóstico dos tumores de Wilms (nefroblastoma). O câncer pediátrico, comparativamente com o do adulto, tende a apresentar menores períodos de latência, crescer quase sempre rapidamente, ser geralmente invasivo e responder melhor à quimioterapia. Os tipos de câncer mais comuns na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. A história clínica – baseada principalmente na queixa principal – e o exame físico são os primeiros passos no processo de diagnóstico do câncer. A história familiar, a presença de doenças genéticas ou de doenças constitucionais, podem também auxiliar nas orientações para o diagnóstico. ONCOLOGIA LEUCEMIAS A leucemia aguda é o mais comum câncer na infância. Representa cerca de 30% do total de casos de câncer em pediatria. A leucemia é definida pela presença de mais de 25% de células hematopoiéticas malignas (blastos) no aspirado de medula óssea. As leucemias são as neoplasias mais comuns da infância, correspondendo a aproximadamente 28% de todos os tipos de câncer na faixa etária pediátrica. Associadas às outras neoplasias malignas da infância, são as doenças com maior índice de mortalidade no Brasil e nos demais países. A sobrevida global das crianças vem aumentando progressivamente e relaciona‐se sobretudo ao aperfeiçoamento constante dos protocolos de tratamento quimioterápico, bem como aos cuidados intensivos de suporte. Entre eles, destacam‐se o tratamento apropriado e precoce de infecções, indicações transfusionais precisas e cuidados de terapia intensiva. A etiologia ainda é desconhecida, mas existem fatores de risco diretamente relacionados às leucemias na infância: • radiação ionizante: exposição pré‐natal a radiografias, irradiação terapêutica; • agentes quimioterápicos: alquilantes e epipodofilotoxinas aumentam o risco para leucemia mieloide aguda; • condições genéticas: síndrome de Down (incidência 20 vezes maior), neurofibromatose tipo 1, síndrome de Klinefelter, síndrome de Kostmann, anemia de Fanconi; • tabagismo paterno e materno. As leucemias linfoides agudas (LLA) são as mais comuns, correspondendo de 75 a 80% dos casos, seguidas pelas leucemias mieloides agudas (LMA), entre 15 e 20%. A leucemias mieloides crônicas (LMC) são incomuns, variando de 2 a 5% na infância e adolescência. LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA (LLA) Epidemiologia: Acredita‐se que a incidência brasileira seja semelhante à norte‐americana, com cerca de 4.900 casos novos por ano. A faixa etária mais comum varia do 2º ao 4º ano de vida, sendo incomum no recém‐nascido. Há uma discreta predominância no sexo masculino. Patogenia: A LLA é uma neoplasia maligna com origem na medula óssea, decorrente de uma expansão clonal de células progenitoras, associada a mutações que inibem a apoptose. Em consequência à multiplicação desordenada de células anormais (linfoblastos), ocorre uma diminuição na produção de precursores de eritrócitos, leucócitos normais e plaquetas. A LLA resulta da proliferação descontrolada de linfócitos imaturos. A sua causa é desconhecida, e os fatores genéticos poderão desempenhar um papel importante. Os blastos leucêmicos, na maioria dos casos de LLA da infância, apresentam um antígeno na sua superfície celular, chamado de antígeno LLA comum (ALLAC). Esses blastos derivam de precursores de células B no início do seu desenvolvimento, chamados de precursores B da LLA. Menos comumente, os linfoblastos poderão se originar das células T ou das células B maduras. Manifestações Clínicas Os sinais e sintomas da LLA são decorrentes da infiltração neoplásica (linfoblastos) na medula óssea e da disseminação dessas células pela corrente sanguínea, para outros órgãos e sistemas. Geralmente, a evolução é de dias ou semanas, com piora gradativa ou mesmo súbita. A dor óssea é frequente, em geral ocorre em membros, principalmente inferiores, e pode tornar‐se muito intensa, impedindo a deambulação. Ocorre em qualquer horário, diurno ou noturno, e é de difícil controle com analgésicos habituais. Artralgias e eventualmente artrites, resultantes de infiltrações articulares, podem ser confundidas com doenças reumatológicas. Alguns pacientes podem apresentar dor em determinado segmento de coluna vertebral, geralmente toracolombar, e, à radiografia, pode ser observado colapso vertebral. ONCOLOGIA Pelo componente de medula óssea vermelha em diversos ossos durante a infância, mais de 50% das crianças com leucemia apresentam anormalidades no esqueleto, entretanto, esse fato ocorre em menos de 10% nos pacientes adultos. Embora o diagnóstico da doença seja feito por meio de punção de medula óssea, as lesões ósseas podem preceder os achados clínicos. A febre também é um sintoma muito prevalente e pode ocorrer em cerca de 50 a 60% dos casos, sendo uma manifestação relacionada à produção de citocinas pelas células normais ou leucêmicas. Frequentemente pode estar associada à infecção bacteriana, relacionada à neutropenia presente ao diagnóstico. Palidez, astenia, petéquias e equimoses também são sintomas comumente presentes ao diagnóstico. Exame Clínico No exame clínico, além da palidez, fenômenos hemorrágicos e febre, frequentemente são observadas hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalias generalizadas. Outros órgãos, como timo, rins, pele, ovários, testículos e sistema nervoso central (SNC), também podem ser acometidos. Cerca de 5 a 10% das crianças apresentam infiltração no SNC ao diagnóstico,porém raramente apresentam sintomas neurológicos como cefaleia, vômitos, distúrbios visuais ou crises convulsivas. Pacientes com subtipo L2 (linfoblasto da linhagem de células T) podem apresentar sintomas respiratórios, como tosse, taquipneia e dispneia, pela presença de massa (aglomerados de linfonodos) no mediastino. Não é uma situação comum, porém, torna‐se imprescindível a realização de radiografia de tórax nos pacientes que apresentem essa sintomatologia. O quadro clínico depende do grau de infiltração medular e da extensão da doença extramedular. A presença de dor em membros associada a mais de um parâmetro alterado no hemograma, sugere a presença de uma neoplasia maligna e não de doença reumatoide, mesmo na ausência de blastos no sangue periférico. O pediatra deve estar atento e evitar o uso de corticosteroide, já que esses medicamentos mascaram o quadro clínico, selecionam células leucêmicas resistentes e pioram o prognóstico desses pacientes. Sendo a principal neoplasia que acomete as crianças e adolescentes, possui um período de latência curto com história de surgimento dos sintomas em poucas semanas. As manifestações clínicas da leucemia aguda são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas (blásticas) da medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amígdalas, linfonodos (ínguas), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. Na presença de um ou mais dos sinais e dos sintomas a seguir, faz-se necessária a investigação por hemograma com diferencial realizada manualmente por profissional capacitado e que libere o resultado do exame para avaliação do médico solicitante em um período curto de tempo (24 horas): • Palidez cutâneo-mucosa. • Fadiga. • Irritabilidade. • Sangramentos anormais sem causa definida. • Febre. • Dor óssea, articular, generalizada. • Hepatoesplenomegalia. • Linfadenomegalia generalizada. • Aumento do baço (esplenomegalia). • Sinais decorrentes da trombocitopenia, tais como epistaxe (sangramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele). Com o resultado do hemograma em mão, sendo observadas alterações em duas ou mais séries (anemia e/ou leucopenia/leucocitose e/ou plaquetopenia), o paciente deve ser encaminhado para um serviço especializado em onco-hematologia pediátrica, em caráter de urgência, para ser submetido a exames diagnósticos, como o mielograma, e outros complementares, como radiografia de tórax e ultrassonografia de abdômen. O diagnóstico diferencial deve considerar a possibilidade de doenças infectocontagiosas, particularmente considerando-se a situação endêmica no País, além de outras endemias regionais, a partir da ONCOLOGIA situação epidemiológica das diferentes localidades. Ainda deve ser observada a ocorrência de sangramentos pela diminuição na produção de plaquetas (trombocitopenia). Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e nas articulações. Elas são causadas pela infiltração das células leucêmicas nos ossos. Dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação são causadas pelo comprometimento do sistema nervoso central (SNC). IMPORTANTE! São situações de risco de morte para o paciente, as quais indicam um encaminhamento rápido, em poucas horas, para tratamento emergencial: • Sinais de sangramento ativo: petéquias, epistaxe. • Plaquetopenia: contagem de plaquetas menor do que 20.000/mm3. • Leucocitose: leucócitos totais em quantidade maior que 50.000/mm3. • Anemia grave: hemoglobina menor do que 6,0 g/dL. - ACHADOS LABORATORIAIS O hemograma completo com contagem diferencial é o teste inicial mais útil, pois 95% dos pacientes com LLA apresentam uma diminuição de pelo menos um tipo celular (citopenia isolada): neutropenia, trombocitopenia ou anemia, com a maioria dos pacientes apresentando reduções em pelo menos duas linhagens celulares sanguíneas. Os blastos costumam ser rapidamente identificados nos esfregaços do sangue periférico de pacientes com contagens de leucócitos elevadas. O esfregaço do sangue periférico também mostra anormalidades nas hemácias, como as hemácias em forma de lágrima. O diagnóstico de LLA é estabelecido pelo exame da medula óssea, que mostra uma infiltração homogênea de blastos leucêmicos substituindo os elementos da medula óssea. A morfologia dos blastos no aspirado de medula óssea geralmente distingue a LLA da leucemia mieloide aguda (LMA). - EXAMES DE IMAGEM A radiografia de tórax poderá mostrar um alargamento do mediastino ou uma massa no mediastino anterior e compressão da traqueia, secundária à linfadenopatia ou à infiltração tímica, especialmente na LLA de célula T. O ultrassom abdominal poderá evidenciar um aumento do rim devido à infiltração leucêmica ou a uma nefropatia causada pelo ácido úrico, bem como a uma adenopatia intra-abdominal. Radiografias planas dos ossos longos e da coluna poderão mostrar desmineralização, elevação perióstea, linhas de interrupção do crescimento ou compressão de corpos vertebrais. Embora esses achados possam sugerir leucemia, eles não são diagnósticos. FATORES PROGNÓSTICOS O tratamento da LLA é direcionado de acordo com determinadas condições clínicas e biológicas, caracterizadas como fatores prognósticos: • Favoráveis: idade entre 1 e 9 anos; leucometria abaixo de 50.000/mm3; linfoblastos precursores de células B; hiperdi‐ ploidia > 50 cromossomos; ETV6-RUNX1; doença residual mínima após a terapia de indução < 0,01%. •Desfavoráveis: idade inferior a 1 ano e superior a 9 anos; leu‐ cometria acima de 50.000/mm3; linfoblastos precursores de células T; hipodiplidia < 44 cromossomos; BCR-ABL1 t(9;22) (q34;q11), Ph1; MLL-AF4 (rearranjos do 11q23); t(4;11) - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • artrite reumatoide juvenil; • trombocitopenia imune primária; • aplasia de medula óssea; • mononucleose infecciosa e outras infecções; • outras neoplasias: leucemia mieloide aguda, neuroblastoma, linfoma não Hodgkin, rabdomiossarcoma metastático; • histiocitose das células de Langerhans e síndromes hemofagocíticas. O diagnóstico diferencial, com base na história e no exame físico, inclui infecções crônicas pelo vírus Epstein- Barr (EBV) e citomegalovírus (CMV), levando à linfadenopatia, à hepatoesplenomegalia, à febre e à anemia. A existência de petéquias proeminentes e púrpura sugere um diagnóstico de púrpura trombocitopênica imune. Uma palidez significativa pode ser causada por eritroblastopenia transitória da infância, anemias hemolíticas autoimunes ou anemia aplástica. Febres e dores articulares, acompanhadas ou não de hepatoesplenomegalia e linfadenopatia, sugerem a ONCOLOGIA presença de artrite reumatoide juvenil (ARJ). O diagnóstico de leucemia geralmente se torna óbvio, uma vez que o hemograma revela citopenias múltiplas e blastos leucêmicos. Os níveis séricos de LDH poderão ajudar na distinção entre a ARJ e a leucemia, pois a LDH em geral se encontra normal na ARJ. Uma contagem elevada de leucócitos com linfocitose é típica de coqueluche; entretanto, neste caso, os linfócitos se apresentam maduros e a neutropenia raramente está presente. Tratamento Ao suspeitar ou diagnosticar um paciente com leucemia, o pediatra não deve prescrever corticosteroides, pois eles atuam na lise dos blastos, o que dificulta muito a análise futura do mielograma, retardando o diagnóstico em muitas ocasiões. As crianças com leucemia que recebem corticosteroides previamente ao diagnóstico são classificadas como alto risco e tratadas com protocolos mais agressivos de quimioterapia, consequentemente, com maiores riscosde complicações. Lembrar que as crianças com plaquetopenias, sem outras alterações do hemograma, em geral diagnosticadas como púrpuras trombocitopênicas, também não devem ser tratadas com corticosteroides antes de realizarem o mielograma. O tratamento específico para LLA consiste em quimioterapia. O progresso no tratamento da LLA na infância e na adolescência está baseado na terapia ajustada ao grupo de risco, com taxas de sobrevida livre de doença de 79 a 82%. O transplante de medula óssea (TMO) para esses pacientes é indicado em poucas situações, entre elas para as recidivas precoces. LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) Epidemiologia: A LMA é mais prevalente em crianças menores de 2 anos de idade e maiores de 10 anos, principalmente entre 15 e 20 anos. Não há diferenças em relação ao sexo e há uma maior incidência em negros, hispânicos e asiáticos. O subtipo M3 (leucemia promielocítica) é mais observado em hispânicos e latinos. Patogenia: A LMA decorre de alterações nas células precursoras hematopoéticas primitivas da medula óssea, resultando na expansão de células leucêmicas que não completam a diferenciação normal. Essas alterações são transformações clonais resultantes de rearranjos cromossômicos e mutações gênicas. Manifestações Clínicas O quadro clínico é decorrente do comprometimento infiltrativo da medula óssea por células leucêmicas (mieloblastos), com consequente diminuição das células progenitoras normais. Também pode estar associado ao comprometimento extramedular. Os sintomas mais frequentes são palidez, astenia e fenômenos hemorrágicos, geralmente com início súbito e piora gradativa. Pode haver febre secundária à infecção associada. A dor óssea ocorre com menos frequência. Os pacientes com subtipo M3 geralmente evoluem com hemorragia importante, por causa da associação com coagulação intravascular disseminada (CIVD) e fibrinólise secundária. A doença extramedular pode se manifestar como hipertrofia gengival, hepatoesplenomegalia, linfonodenomegalias, alterações de pele (lesões nodulares, avermelhadas ou purpúricas), comprometimento de SNC e, raramente, testicular. O sarcoma granulocítico ou cloroma geralmente se manifesta infiltrando a região orbitária ou periorbitária, causando ptose e raramente infiltrando ossos. - EXAMES COMPLEMENTARES O hemograma geralmente é sugestivo da doença, evidenciando anemia normocrômica normocítica, leucopenia e, mais frequentemente, leucocitose, associados a plaquetopenia e presença de mieloblastos. Cerca de 20% dos pacientes apresentam número de leucócitos acima de 100.000/mm3. Assim como na LLA, outras alterações laboratoriais devem ser avaliadas, podendo refletir o grau do excesso da proliferação e destruição das células leucêmicas. É importante também analisar os exames relacionados à coagulação, pois os tempos de trombina e tromboplastina parcial podem ser prolongados, além ONCOLOGIA da presença de hipofibrinogenemia, que é comum na leucemia promielocítica aguda. Caso o paciente tenha histórico de febre, também devem ser solicitadas hemoculturas, uroculturas e proteína C reativa. O mielograma, incluindo diferenciação morfológica, imunofenotipagem e citogenética, confirma o diagnóstico, bem como direciona o tratamento e correlaciona com o prognóstico. Análise do LCR para pesquisa da doença no SNC também deve ser realizada. A nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) aceita que a presença de, no mínimo, 20% de mieloblastos na medula óssea é suficiente para o diagnóstico da LMA, com algumas exceções. Segundo a classificação morfológica (FAB), os subtipos da LMA na infância e na adolescência são: • M0: indiferenciada ou com mínima diferenciação; • M1: mieloblástica aguda sem maturação; • M2: mieloblástica aguda com maturação; • M3: promielocítica aguda hipergranular; • M3v: promielocítica aguda variante microgranular; • M4: mielomonocítica; • M4Eo: mielomonocítica com eosinofilia; • M5a: monocítica aguda; • M5b: monocítica aguda com diferenciação; • M6: eritroleucemia; • M7: megacarioblástica. Diversos anticorpos monoclonais são utilizados em conjunto com a classificação morfológica orientando o diagnóstico, entre eles: CD34, HLA‐DR, CD13, CD14, CD15, CD33, CD65 e CD36. As alterações genéticas ocorrem em aproximadamente 75% dos casos e foram consideradas como fatores de risco na reclassificação da LMA pela OMS. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: • favorável: presença de t(8;21) (AML1/ETO), inv(16) (CBFβ/ MYH11) e t(15;17) (PML-RARA); • intermediário: +8, +21, 11q23 e pacientes com cariótipo normal; • desfavorável: cariótipo complexo (três ou mais anormalida‐ des citogenéticas distintas em um clone leucêmico), monos‐ somia 7, monossomia 5, del (5q) e cromossomo 3 anormal. Tratamento Os pacientes com LMA requerem terapia de suporte imediata, pois, em geral, necessitam de suporte transfusional, tratamento de infecções associadas e dos distúrbios metabólicos geralmente relacionados à hiperleucocitose. Apesar da evolução dos protocolos específicos de quimioterapia, o prognóstico desses pacientes ainda é reservado, com sobrevida livre de eventos variando de 25 a 50%. As principais causas de falhas no tratamento são a resistência aos quimioterápicos e a mortalidade relacionada ao tratamento. A terapia específica consiste em quimioterapia intensiva e, em geral, o sucesso do tratamento baseia‐se em vários ciclos com altas doses de citarabina após a remissão. As crianças com subtipo M3 também são tratadas com o ácido transretinoico (ATRA), o qual promove a diferenciação dos promielócitos. Elas têm um bom prognóstico, porém devem receber cuidados intensivos, pelo risco muito elevado de hemorragias, inclusive em SNC, podendo ser fatal. O transplante de célula‐tronco hematopoética (TCTH) pode ser efetivo para pacientes em recidiva e para o grupo desfavorável. LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA Epidemiologia: A LMC é uma doença muito rara na infância, correspondendo aproximadamente a 2 a 5% do total das leucemias. Mais de 80% dos casos são diagnosticados em maiores de 4 anos de idade e 60% depois dos 6 anos de idade, aumentando a incidência com a idade. Não há diferenças significativas entre os sexos e as etnias, e não foi estabelecido componente hereditário. A radiação ionizante tem sido relacionada a uma provável etiologia na LMC em adultos, porém, em crianças, ainda é inconclusivo. Patogenia: ONCOLOGIA Caracteriza‐se por ser uma doença mieloproliferativa, com hiperplasia mieloide na medula óssea, hematopoese extramedular e leucocitose com presença de precursores mieloides no sangue periférico. O marcador citogenético específico, cromossomo Philadel‐ phia (Ph), resulta da translocação recíproca entre os cromos‐ somos 9 e 22 t(9;22)(q34;q11), com fusão dos genes BCR-ABL. Está presente em cerca de 90 a 95% dos pacientes com LMC. Manifestações Clínicas e Alterações Laboratoriais A evolução da LMC ocorre em três fases: crônica, acelerada e blás‐ tica, com variações no quadro clínico e laboratorial dos pacientes. - Fase Crônica Nesta fase, em geral, os pacientes encontram‐se clinicamente estáveis por vários anos e têm uma evolução média de 3 a 4 anos. Alguns podem ser assintomáticos e a maioria pode ter sintomas inespecíficos, como astenia, cefaleia, perda de peso, sudorese e febrícula. Cerca de 70% dos pacientes apresentam esplenomegalia, podendo ter sintomas relacionados, como dor e aumento de volume abdominal. No hemograma, a hemoglobina pode variarde 8 a 12 g/dL, o número de leucócitos é muito elevado, geralmente acima de 50.000/mm3, com desvio nuclear à esquerda, sem blastos ou pequena porcentagem. As plaquetas são normais ou até mesmo aumentadas. Na fase crônica, a medula óssea é hipercelular, com hiperplasia das séries granulocítica e megacariocítica, frequentemente também com aumento de precursores mieloides, eosinófilos e basófilos. Nessa fase, mesmo no mielograma há pequena quantidade de blastos, geralmente em torno de 5%. - Fase Acelerada Pode ocorrer gradual ou abruptamente, com piora dos sintomas. Os pacientes não respondem bem à terapêutica convencional, e a fase tem duração média de 3 a 6 meses. Os sintomas acentuam‐se e são relacionados à anemia, podendo ocorrer fenômenos hemorrágicos e dor óssea. Geralmente, nessa fase, ocorre aumento da esplenomegalia, e o fígado pode também estar aumentado. No hemograma, é evidente a piora da anemia, o nú‐ mero de leucócitos geralmente aumenta, o número de blastos também aumenta e as plaquetas diminuem, permanecendo geralmente entre 50.000 e 100.000/mm3. No mielograma, observa‐se aumento dos blastos, entre 10 e 30%. - Fase Blástica Em geral, ocorre subitamente, com piora da sintomatologia, inclusive dos sintomas hemorrágicos. Além de hepatoesple‐ nomegalia, os pacientes também podem apresentar linfonodomegalias generalizadas. Nesta fase, não há resposta eficaz ao tratamento e geralmente os pacientes podem sobreviver no máximo até 6 meses. O hemograma revela anemia grave, leucocitose com aumento do número de blastos, podendo chegar até 30% ou mais. O número de plaquetas geralmente é menor que 20.000/mm3. Outras alterações laboratoriais incluem ácido úrico e desidrogenase lática, que geralmente estão aumentados na fase blástica. O mielograma confirma o diagnóstico, junto com a alteração característica da citogenética, a presença do cromossomo Ph. No mielograma, na fase blástica, os blastos aumentam acima de 30%. LINFOMAS Grupo heterogêneo de neoplasias MALIGNAS provenientes de linfócitos em diferentes estágios de maturação. De acordo com a OMS, se dividem em dois grandes grupos: linfoma de Hodgkin (LH) e os linfomas não Hodgkin (LNH). Representam a terceira causa de câncer em pediatria (Linfoma de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin), correspondendo a cerca de 15% das neoplasias em pediatria. LINFOMA DE HODGKIN Correspondem a aproximadamente 30% de todos os linfomas. ONCOLOGIA Pode atingir crianças e adultos, mas é mais comum nos jovens adultos (dos 15 aos 40 anos, geralmente dos 25 aos 30 anos) e pessoas acima dos 55 anos de idade. É raro antes dos 5 anos de idade, mas entre 10% e 15% dos casos ocorrem em adolescentes e crianças com menos de 16 anos de idade. O crescimento de linfonodos por mais de 2 semanas, associado ou não a quadros inflamatórios ou infecciosos, deve levantar alta suspeita para esta neoplasia. O acometimento das cadeias linfonodais cervicais, supraclaviculares e mediastinais ocorre em até 70% dos casos. O acometimento extranodal é pouco frequente. Sintomas sistêmicos, como febre, sudorese e perda de peso não são frequentes, porém significam maior agressividade da neoplasia. Epidemiologia: qualquer faixa etária, embora seja mais comumente encontrada em jovens dos 15 aos 40 anos, sobretudo entre 25 e 30 anos. Classificação: LH com predomínio linfocitário nodular e o LH clássico. OBS: Diferentemente dos LNH, nos quais se observa um acréscimo na incidência em indivíduos idosos e portadores do HIV, a incidência absoluta de LH não sofreu modificações nas últimas cinco décadas. Linfoma de Hodgkin Predominância Nodular (LHPLN) Difere dos outros por suas características clínicas, morfológicas e imunofenotípicas, assim como pelas células que o originam. Epidemiologia: representa 5% de todos os linfomas de Hodgkin e, geralmente, acomete linfonodos cervicais, axilares e inguinais. O mediastino, baço e a medula óssea raramente encontram-se infiltrados. Patogenia: as células neoplásicas têm origem em linfócitos B. Histologia: proliferação em arranjo nodular ou nodular e difuso de pequenos linfócitos e células dendríticas. Caracteristicamente são encontradas, de maneira isolada, células com núcleos grandes, multilobados e com citoplasma escasso, denominadas popcorn cells ou L&H (variante linfocítica-histiocítica da célula Reed- Sternberg). Imunofenotípico: as células neoplásicas expressam os antígenos CD20, CD79a, BCL6, CD45 e imunoglobulinas de cadeias pesada e leve. Pacientes em estágios precoces (I e II) apresentam muito bom prognóstico, com sobrevida global em torno de 10 anos de 80% dos casos. Estágios avançados apresentam prognostico desfavorável, e 3 a 5% dos casos evoluem para linfoma de grandes células B. Linfoma de Hodgkin Clássico Neoplasia linfoide composta por células mononucleares de Hodgkin e células multinucleares de Reed-Sternberg (RS) rodeadas por pequenos linfócitos, eosinófilos, neutrófilos, plasmócitos, fibroblastos e fibras de colágeno. Epidemiologia: compreende 95% de todos os casos de linfoma de Hodgkin com dois picos de incidência (distribuição etária bimodal): - entre 15 e 35 anos de idade; - indivíduos com mais de 50 anos de idade. Em geral, os pacientes apresentam antecedente de mononucleose infecciosa, tendo o vírus Epstein-Barr (EBV) sido implicado em sua patogênese. A imunodeficiência, como ocorre na infecção pelo HIV, predispõe ao aparecimento do LH associado ao EBV. Geralmente acomete os linfonodos cervicais (75% dos casos), mediastinais, axilares e para-aórticos. O acometimento extranodal é raro, ocorrendo em somente 15% dos pacientes. Mais de 50% dos pacientes apresentam doença localizada (estádios I e II). Infiltração esplênica ocorre em 20% dos casos, e da medula óssea, em 5% dos casos. Patogenia: as células neoplásicas derivam de uma célula B madura do centro germinativo e caracteristicamente expressam CD30 em quase 100% dos casos e CD15 em 75 a 85%. O linfoma de Hodgkin clássica está associado a hiperexpressão e a padrões anormais de citocinas e/ou seus receptores nas células RS. Essa expressão anômala provavelmente é responsável pela grande quantidade de células inflamatórias que constituem o tumor. Baseados nas características desse infiltrado reacional, quatro subtipos histológicos são descritos: 1. Esclerose nodular tipos 1 e 2; 2. Celularidade mista; ONCOLOGIA 3. Depleção linfocitária; 4. LH clássico tico em linfócitos. LINFOMA NÃO HODGKIN Representam um grupo diverso de neoplasias linfoides com patologia, célula de origem, história natural e resposta ao tratamento variada. Em pediatria, na maioria dos casos, os LNH estão incluídos no grupo de alto grau de malignidade e são agressivos. A idade de maior frequência da doença é variável com o tipo histológico do LNH. Epidemiologia: O linfoma de Burkitt acomete mais frequentemente a criança com menos de 10 anos de idade. No LNH Burkitt esporádico pode estar presente massa abdominal, dor abdominal, sinais de intussuscepção, alteração do hábito intestinal, náuseas e vômitos. No LNH Burkitt endêmico é comum o comprometimento das mandíbulas ou maxilas, mas pode também manifestar-se com massa abdominal. O linfoma linfoblástico compromete mais frequentemente as crianças acima de 10 anos de idade, sendo o mediastino acometido em 50-70% dos casos, geralmente com derrame pleural. Tosse, dispneia e desconforto respiratório grave por compressão direta das vias aéreas podem estar presentes, além de sinais de compressão da veia cava superior. LINFOMA X LEUCEMIA Uma das diferenças entre essas doenças está nos tipos de célulasanguínea que cada uma atinge. Para isso, antes é preciso saber que o sangue é composto por várias células diferentes, que são divididas entre glóbulos vermelhos (também conhecidos como hemácias), glóbulos brancos (que se subdividem em outros grupos) e plaquetas. Um linfoma é um câncer que acontece quando os linfócitos, que são um tipo específico de glóbulos brancos, se tornam malignos. Já na leucemia, pode ocorrer a malignidade dos linfócitos, mas também de outras células sanguíneas. Apesar de as duas doenças atingirem células do sangue, a leucemia e o linfoma surgem em lugares diferentes do nosso organismo. A leucemia é um tipo de neoplasia que se desenvolve na medula óssea, que é responsável por produzir as células do sangue. Já o linfoma se desenvolve dentro dos linfonodos, e dentro do sistema linfático, responsável por transportar o líquido dos tecidos (linfa) até os vasos sanguíneos.
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