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UNIDADE VI-A educação no seculo XX

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Responsável pelo Conteúdo: 
Profa Esp Débora Cabrera Novaes 
 
Revisão Textual: 
Profa Vera Lidia de Sa Cicaroni. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A unidade aborda fatos importantíssimos, nos aspectos políticos, culturais e 
educacionais, da história da Educação no Brasil. 
Entre eles está a volta dos exilados políticos ao país, o que despertou novamente a 
preocupação com a Educação e a retomada das discussões que, durante o período da 
Segunda República, ficaram estagnadas. 
Esta unidade também destaca a importância da mobilização da sociedade pelas Diretas 
Já e da conquista da democracia, que propiciou a volta dos movimentos sociais e dos partidos 
extintos após o Golpe Militar. 
Dentro desse contexto, ressalta a necessidade da formação do educador que seja capaz 
de pôr em prática uma nova educação, proposta pela pedagogia histórico-crítica, que nascia 
naquele momento. 
 A Educação No Século XX: Ditadura Militar, Nova 
República e os Desafios Contemporâneos da 
Educação e da Pedagogia nos Dias Atuais 
Chegamos à nossa última unidade, na qual abordaremos assuntos 
relacionados aos aspectos políticos e educacionais do nosso país Em 
primeiro lugar apresentaremos o período da Segunda República, 
abordando, ainda, um período de autoritarismo dentro do Regime 
Militar, mas mostraremos um momento histórico intenso e importante, 
no qual a participação efetiva da sociedade brasileira afastou o regime 
militar do poder e instituiu a democracia tão almejada pelo povo 
brasileiro. Vamos verificar que a educação permanece vinculada aos 
interesses políticos, porém algumas conquistas importantes foram 
alcançadas, como a discussão dos currículos escolares, especificações 
como a interdisciplinaridade e os temas transversais, bem como a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 e a LDBEN 9394/96. 
Apresentaremos alguns ilustres educadores brasileiros e suas 
contribuições para o cenário educacional do país e, por fim, 
trabalharemos com os aspectos atuais da educação brasileira. 
 
6 
 
 
 
 
 
 
A Pedagogia histórico-crítica, a Constituição Federal e a LDBEN 9394/96 
 
O contexto histórico apresentado nesta unidade mostra a ruptura do regime autoritário 
e o reestabelecimento da democracia no país. 
Na área da Educação, algumas conquistas são alcançadas, entre elas a retomada da 
disciplina de Filosofia nos currículos escolares e uma nova visão pedagógica, apoiada na 
Pedagogia histórico-crítica que prioriza um saber construído histórica, social e culturalmente, 
em que cada indivíduo produz a sua própria cultura e a sua história, ou seja, um saber de 
produção individual. Desenvolve-se, então, um respeito pelo saber de cada um. Outro aspecto 
muito importante, dentro desse contexto é que o trabalhado realizado dentro das escolas 
públicas promove maior conscientização das classes menos favorecidas sobre a importância 
do respeito mútuo. 
Outra conquista do período é a Constituição Federal de 1988, que trata, em seu 
Capítulo III, Seção I, da Educação. Os seus artigos 205 a 214 estabelecem a educação como 
direito de todos e dever do Estado e da família. Dispõem, também, que a Educação deve ser 
promovida e incentivada por toda a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Após um longo período de discussão foi aprovada, no Governo do Presidente 
Fernando Henrique Cardoso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que 
teve como relator Darcy Ribeiro. 
A LDBN 9394/96apresenta, no seu TÍTULO II, os Princípios e Fins da Educação 
Nacional, especificados nos seguintes artigos: 
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais 
de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições; II - 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à 
tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do 
ensino público; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão 
democrática do ensino público; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da 
experiência extraescolar; XI - a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
Nesse contexto é muito importante a atuação de alguns educadores e intelectuais no 
cenário da Educação brasileira. 
 
7 
Darcy Ribeiro, além se ser o relator da LDBEN 99394/96, destaca-se principalmente 
por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia. 
A visão antiautoritária de Maurício Tragtenbergé o guia de toda a sua atuação como 
intelectual. 
Moacir Gadotti dá continuidade ao trabalho de Paulo Freire, a quem denomina 
“Mestre Maior", o qual ensina que "mudar é difícil, mas é possível e urgente". 
Dermeval Saviani é filósofo da educação, fundador de uma pedagogia dialética que 
denominou Pedagogia histórico-crítica. Preocupa–se com o alcance político da ação 
pedagógica enquanto estratégia de construção da contra ideologia, sem, no entanto, confundir 
esta ação com uma ação propriamente política. 
Segundo a Pedagogia histórico-crítica, cada indivíduo produz a sua própria cultura e a 
sua própria história. A Pedagogia histórico-crítica proporciona ao aluno absorver o 
conhecimento como processo de sua própria produção. 
Guiomar Namo de Mello, relatora do Parecer das Diretrizes Curriculares Nacionais para 
o Ensino Médio, participou também da elaboração das Diretrizes Curriculares da Educação 
Profissional e das Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da 
Educação Básica em Nível Superior. 
Marilena Chauí é reconhecida não só pela produção acadêmica, mas também pela 
participação efetiva no contexto do pensamento e da política brasileira. Seu livro, um Convite 
à Filosofia, tornou-se uma introdução surpreendente ao filosofar e é referência praticamente 
obrigatória para o Ensino Médio. 
Magda Soares coloca como seu principal foco de atenção a questão do letramento e 
aponta a diferença entre alfabetizar e letrar. Segundo sua visão, é de grande importância 
alfabetizar em um contexto em que a leitura e a escrita tenham sentido para o aluno. 
A educação nos dias atuais deve voltar sua atenção para os avanços tecnológicos e exercer a 
liberdade de experimentar novas metodologias, novos pensamentos educacionais, novas 
possibilidades. 
 
8 
 
 
A Educação No Século XX: Ditadura Militar, Nova República e os Desafios 
Contemporâneos da Educação e da Pedagogia nos Dias Atuais 
 
 
Dentro desse contexto, a educação brasileira precisava de uma reformulação. Teve 
início, então, um momento de intensa discussão a respeito da redemocratização do ensino e 
da democratização do País, em busca da retomada da educação idealizada na Primeira 
República, ou seja, uma educação leiga, gratuita e pública. 
Sendo assim, na década de 70, educadores brasileiros iniciaram um trabalho voltado a 
uma nova visão da Educação sob a orientação do que se chamou de “pedagogia histórico-
crítica”. 
 Por volta de 1980, os nossos intelectuais exilados por causa do Regime Militar 
começaram a retornar ao Brasil, uma vez queo regime autoritário entrava em declínio. 
Os educadores iniciaram um processo de retomada dos currículos escolares, 
principalmente dentro do que chamavam de educação popular. Entre esses educadores, 
alguns devem ser destacados: Darcy Ribeiro, Maurício Tragtenberg, Moacir Gadotti, Guiomar 
Namo de Mello e Dermeval Saviani. 
Nesse momento a sociedade lutava em busca da liberdade e de sua identidade 
nacional, criando um dos movimentos históricos mais importantes do país e que acabou, de 
vez, com o autoritarismo militar: o movimento conhecido como “Diretas Já”. 
O primeiro Presidente do Brasil eleito através do voto direto, após a ditadura militar, foi 
Tancredo Neves, porém, em virtude de sua morte, quem assumiu a liderança do país foi o seu 
vice José Sarney. 
Em virtude desse fato histórico, os movimentos sociais e os partidos extintos por causa 
do Regime Militar voltaram a fazer parte do cenário político brasileiro. 
Na Unidade V falamos sobre um momento da história 
que compreende a Segunda República (1946-1964) e 
demos ênfase à elaboração da Primeira LDBEN 
(4024/61) e ao período autoritário (1964-1985), em que 
se deu a promulgação da Segunda LDBEN 5692/71, a 
qual reduziu a continuidade da educação no ensino 
superior, uma vez que priorizava o Ensino Médio voltado 
à profissionalização. Em decorrência dessa Lei, o fracasso 
escolar começou a se instalar na educação. 
 
9 
Dentro da educação, tornou-se importante o curso de Magistério, já que o Brasil 
apresentava um quadro de fracasso escolar, e, assim sendo, era imprescindível concentrar 
esforços na formação de professores. Foram, então, criados os CEFAMS (Centros Específicos 
de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério). 
Em 1988, surgiu outro evento histórico muito importante para os novos rumos do país: 
a promulgação da nova Constituição brasileira, Carta Magna do Estado, que contém normas 
sobre a formação dos poderes públicos, sobre os 
direitos e deveres dos cidadãos, etc. A Constituição brasileira foi aprovada no dia 27 de julho 
de 1988 e promulgada no dia 05 de outubro de 1988. Seu principal objetivo era democratizar 
a sociedade brasileira e consolidar a ruptura com a Ditadura Militar. 
Em 1990, a Conferência de Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtien, na 
Tailândia, aprovou a Declaração Mundial de Educação para Todos. 
Em 1995, o Ministério da Educação empenhou-se na elaboração dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs) e, em 1996, com a reformulação da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, foi aprovada a LDBEN 9394/96. O Presidente da República escreveu: 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei. 
Com essa reformulação, os currículos escolares passaram a especificar os temas 
transversais (ética, orientação sexual, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural) a serem 
aplicados no ensino e a estabelecer a necessidade da interdisciplinaridade, trabalho 
interessantíssimo que insere a educação em um contexto extremamente atual, dentro de uma 
visão global do ensino em que todas as disciplinas são complementares entre si. 
É importante conhecer a trajetória de alguns educadores que trouxeram grandes 
contribuições para a educação brasileira. Um deles é Darcy Ribeiro (1922 — 1997), 
antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco sobre a questãoindígena e 
sobre a educação de um modo geral no país. 
Participou, juntamente com o amigo Anísio Teixeira, da defesa da escola pública, da 
discussão de Lei de Diretrizes e Bases da Educação e da criação da Universidade de Brasília, 
no início dos anos sessenta. Foi Diretor de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas 
Educacionais do MEC (1957-1961); presidente da Associação Brasileira de Antropologia; 
Ministro da Educação e Chefe da Casa Civil do Governo João Goulart. Porém, com o golpe 
militar de1964, teve os direitos políticos cassados e exilou-se, retornando ao Brasil em 1976, 
quando voltou a se dedicar à educação e à política. Foi eleito vice-governador do Estado do 
Rio de Janeiro em 1982, pelo partido PDT.Também foi o idealizador da Universidade 
Estadual do Norte Fluminense. Publicou vários livros, muitos deles sobre os povos indígenas. 
Darcy Ribeiro acumulou vários cargos, como o de Secretário de Estado da Cultura e 
Coordenador do Programa Especial de Educação. Criou, planejou e dirigiu, no governo de 
Leonel Brizola, a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um projeto 
pedagógico visionário e revolucionário no Brasil, que tinha como base a Escola Parque criada 
 
10 
 
por Anísio Teixeira. Criou também a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa 
Laura Alvim e o Sambódromo, onde colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar, 
também, como uma enorme escola primária. Os centros (CIEP) prestavam assistência em 
tempo integral às crianças, proporcionando, inclusive, atividades recreativas e culturais para 
além do ensino formal, concretizando os projetos idealizados por Anísio. Pode-se dizer que, 
muito antes de os políticos de direita incorporarem o discurso referente à importância da 
Educação para o desenvolvimento brasileiro, Darcy e Leonel Brizola já divulgavam estas 
ideias. 
Em 1990, foi eleito senador da República, função que exerceu defendendo vários 
projetos, entre eles uma lei dos transplantes que tornou possível usar órgãos dos mortos para 
salvar os vivos. Publicou, pelo Senado Federal, a Revista Carta, na qual os principais 
problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos. 
Colaborou para a criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo. 
Viveu em vários países da América Latina, conduzindo programas de reforma universitária. 
Foi professor de Antropologia da Universidade Oriental do Uruguai; assessor do presidente 
Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. 
Diante de tudo o que realizou, ainda tinha uma mágoa profunda: dizia que havia 
somado mais fracassos em sua vida do que vitórias. Tinha a frustração de não ter conseguido 
alfabetizar todas as crianças brasileiras e de não ter, em sua luta, conseguido salvar os índios. 
Sua morte, após um lento processo de luta contra um câncer, foi anunciada em 1992 e 
comoveu todo o Brasil em torno de sua figura. 
Outronome de destaque nesse cenário é o do polêmico Maurício Tragtenberg (1929-
1998).Neto de imigrantes judeus fixados no interior do Rio Grande do Sul, iniciou sua 
aprendizagem em português, espanhol, esperanto e russo. Frequentou o grupo escolar em 
Porto Alegre, mas não foi além da terceira série do curso primário.Após a morte precoce do 
pai, transferiu-se com sua mãe para São Paulo, onde, ainda jovem, começou a trabalhar. 
Maurício falava de sua formação, que se deu de forma bastante interessante,com muito 
humor.Dizia que ela se concretizara em um bar, na Rua Ribeiro de Lima, frequentado por 
trabalhadores de várias origens que ali estabeleciam relações sociais e políticas. 
Filiou-se ao PBC (Partido Barsileiro Comunista), mas foi expulso com base em um 
artigo que proibia ao militante contato direto ou indireto com trotskistas ou com a obra de 
Leon Trótsky, autor por ele lido e relido. O trotskismo é uma doutrina marxista baseada no 
pensamento político e revolucionário do ucraniano Leon Tróstky. 
Maurício atribuía seu interesse político à sua origem; dizia que sua condição de judeu 
dentro da sociedade levou-o ao interesse precoce pela política; interesse esseque o remeteu à 
leitura de obras de autores como PlínioSalgado, Tasso da Silveira e outros. 
 
11 
Passou a frequentar cursos aos finais de semana, fornecidos pelo PSB (Partido 
Socialista Brasileiro), ganhando seu primeiro livro de nível universitário, a História Econômica 
e Social da Idade Média, de Henri Pirenne. 
Trabalhou no Departamento das Águas de São Paulo, onde adquiriu experiência 
prática com a burocracia, diante da qual ficou indignado por conhecer de perto o jogo de 
interesses que a envolvia, como, por exemplo, a distribuição de cargos por apadrinhamento. 
Posteriormente, inspirando-se em Max Weber, criticou essa burocracia em seu livro Burocracia 
e Ideologia. 
Nesse período de sua vida, frequentava a Biblioteca Municipal Mário de Andrade, onde 
lhe foi possível ler o que lhe interessava e discutir assuntos diversos com um grupo de 
intelectuais que também frequentavam a biblioteca, entre eles, Antônio Cândido, que o 
convenceu a prestar vestibular na USP. 
No meio acadêmico, Tragtenberg ficou conhecido como autodidata, o que era apenas 
parcialmente verdadeiro, embora ele próprio costumasse alardear, provocativamente, o seu 
"primário incompleto". Ficou conhecido como autodidata, pelo simples fato de não ter uma 
formação acadêmica, mas elaborou, em 150 dias, uma monografia que foi aprovada pelo 
Prof. João da Cruz Costa, permitindo, assim, que ele prestasse o vestibular e ingressasse na 
Universidade de São Paulo (USP). 
Por seu espírito rebelde e senso de humor frequentemente sarcástico, mas, sobretudo, 
por sua profunda generosidade intelectual, deixou publicados, pelo menos,oito livros e 
inúmeros artigos em jornais e revistas de grande circulação no país, abrangendo diversos 
assuntos como educação, política, sociologia, história e administração. 
Através de uma crítica incisiva ao modelo pedagógico burocrático, Tragtenberg chegou 
à teoria da Pedagogia Libertária, que se expressa pelo questionamento de toda e qualquer 
relação de poder estabelecida no processo educativo e das estruturas que proporcionam as 
condições para que essas relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares. 
Outra importante figura no cenário educacional é Moacir Gadotti, seguidor de Paulo 
Freire. 
Nasceu na cidade de Rodeio, no ano de 1941. Foi professor titular da Faculdade de 
Educação da Universidade de São Paulo (USP) desde 1991. 
Atualmente é Diretor do Instituto Paulo Freire em São Paulo. Gadotti é licenciado em 
Pedagogia e Filosofia, Mestre em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo (PUC-SP), Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e 
Livre Docente pela Unicamp. 
Discípulo de Paulo Freire, tem contribuído de forma significativa para a reflexão 
sobre a educação em geral. 
 
12 
 
Moacir Gadotti, além de amigo pessoal de Paulo Freire, foi 
também Chefe de Gabinete, quando Freire assumiu a Secretaria da Educação, na Prefeitura 
comandada por Luiza Erundina.Dessa amizade nasceu uma nova esperança para a educação 
brasileira, pois eram dois educadores totalmente comprometidos com a educação, 
principalmente com a educação de jovens e adultos. Ambos manifestavam a esperança de 
que é possível acabar com a opressão, com a miséria e com a ignorância, transformando o 
mundo em um lugar mais justo para se viver. 
Gadotti aposta na educação como parte integrante da formação daqueles que precisam 
ser libertos da opressão: os oprimidos e os que com eles lutam. Não se pode acreditar em um 
discurso que fale dos oprimidos, sem mostrar que há um mundo possível e mais justo. 
Utilizando a expressão de Paulo Freire, Gadotti acredita que existe, de um lado, 
uma educação da reprodução da sociedade, uma educação comoprática da domesticação e, 
no outro extremo, uma educação contemplada como transformação, 
uma educação como prática da libertação. 
O professor deve caminhar lado a lado com a transformação da sociedade; ele não é 
um ente abstrato, ausente, mas, sim, uma presença atuante, participante e dirigente, que 
organiza, concretiza a ideologia da classe que representa esperança. 
Pela educação, é possível mudar o mundo, a começar pela sala de aula, pois grandes 
transformações não sedão apenas como resultantes dos grandes gestos, mas também a partir 
de iniciativas cotidianas, simples e persistentes. 
Portanto, não há excludência entre o projeto pessoal e o coletivo: ambos se completam 
dialeticamente. 
Gadotti aponta algumas categorias expressas na práxis pedagógica, como: 
cidadania; planetariedade; sustentabilidade; virtualidade; globalização; 
transdisciplinariedade. 
Dermeval Saviani, pedagogo e filósofo, nasceu em Santo Antônio de Posse, em 25 de 
dezembro de 1943. 
Estudou no Seminário de Aparecida, em São Paulo, onde concluiu, em 1962, o Curso 
Colegial; fez parte do movimento Juventude Operária Católica (JOC), envolvendo-se em 
todas as transformações que estavam acontecendo no período em que se processava a 
renúncia de Jânio Quadros. 
Continuou os estudos de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São 
Bento da PUC/SP, que era um reduto de estudantes burgueses. Trabalhava, naquela época, 
no Banco Bandeirantes e vivenciou profundas mudanças na sociedade, causadas pelo Golpe 
Militar em 1964. 
 
13 
Deixou o Banco e foi lecionar Filosofia em escolas públicas. Ainda no ano de 1966, 
passou a trabalhar em um órgão da Secretaria da Educação de São Paulo. Em 1967 foi 
professor do Curso de Pedagogia da PUC/SP e ajudou a criar os Cursos de Mestrado e 
Doutorado em Filosofia da Educação nessa Instituição. 
Em 1970 foi lecionar na recém-criada Universidade Federal de São Carlos, onde 
ajudou a implantar, em 1976, o Mestrado em Educação, em convênio com a Fundação 
Carlos Chagas. 
Concluiu, em 1971, o Doutorado em Filosofia da Educação, na área de Ciências 
Humanas, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Bento, da PUC/SP. 
Em 1978 retornou como professor da PUC/SP e ajudou a criar o Doutorado em 
Educação nessa Instituição. Em 1979 ajudou a criar a ANDE – Associação Nacional de 
Educação. Foi o fundador da ANPED e do CEDES. 
Em 1986 concluiu a Livre Docência em História da Educação, na área de Ciências 
Humanas, na Faculdade de Educação da UNICAMP. Em 1988 participou da elaboração de 
um anteprojeto da LDBEN 9394/960- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Atualmente é professor na UNICAMP, está envolvido com diversos projetos educacionais e de 
pesquisa. 
Dermeval Saviani sempre defendeu, de forma sistemática e intransigente, a escola 
pública; sempre se preocupou em analisar a prática educacional inserida num processo 
político social, mas sempre com uma visão de organização, do pensar sobre a ação e sob uma 
perspectiva de globalidade. 
A Pedagogia histórico-crítica está pautada em algumas reflexões sobre o conceito de 
educação e de escola que implicam questões como a identificação das formas desenvolvidas 
em que se expressa o saber objetivo, produzido historicamente, reconhecendo as condições 
de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências 
atuais de transformação. 
Para Saviani, a educação é a apropriação do conhecimento, que se adquire através da 
transmissão para os educandos. O educador acredita na liberdade da sociedade através do 
desenvolvimento e da capacidade dos indivíduos de se organizarem em busca da harmonia 
comum. 
Neste contexto histórico é necessário também conhecer a atuação de Guiomar Namo 
de Mello e sua importância para a educação brasileira. 
Guiomar formou-se em Pedagogia, pela USP, no ano de 1966; fez mestrado e 
doutorado em Educação na PUC/SP entre os anos de 1976 e 1980, e pós-doutorado no 
Institute of Education da LondonUniversity em 1991-1992. 
Trabalhou durante dez anos em escolas públicas estaduais; iniciou sua carreira como 
professora de ensino superior na PUC-SP, onde, de 1969 a 1985, respondeu pelas cadeiras 
 
14 
 
de Psicologia Escolar e Psicologia Social, ministrando aulas de Psicologia Social, para cursos 
de pós-graduação, e de Metodologia de Pesquisa e Teorias da Educação Escolar, para o curso 
de graduação em Educação. 
Trabalhou como professora visitante na UNICAMP, na Universidade Federal de São 
Carlos e na Universidade Federal de Minas Gerais. 
Paralelamente à sua atividade docente, trabalhou mais de 10 anos como Pesquisadora 
na Fundação Carlos Chagas. No Departamento de Pesquisas Educacionais, dedicou-se ao 
estudo da educação como política pública, coordenando um grupo de pesquisadores que, a 
pedido da FINEP(Financiadora de Estudos Projetos), realizou a primeira análise abrangente 
da educação básica brasileira no período de 60 a 80. Em 1982 foi nomeada Secretária 
Municipal de Educação de São Paulo, cargo que ocupou até o final do mandato do Prefeito 
Mario Covas, em 1985. 
Na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo liderou a implementação de 
inovações gerenciais e pedagógicas entre as quais se destacam: a proposta pedagógica das 
Escolas Municipais de Primeiro Grau e de Educação Infantil; a reestruturação da carreira do 
magistério municipal, com mecanismos de incentivos para que os professores permanecessem 
na docência; o Regimento Escolar que criou os Conselhos de Escola, abrindo espaço para a 
participação das famílias e comunidades na gestão escolar. Essas inovações – juntamente com 
outras experiências desse período – serviram de inspiração para a Constituinte de 1988 e para 
as reformas educacionais dos anos 90. 
Em 1986 elegeu-se Deputada Estadual de São Paulo. 
No Legislativo Paulista foi Presidente da Comissão de Educação e coordenou os 
trabalhos de elaboração da Constituição do Estado de São Paulo na área de políticas sociais e 
educação. Nesse período foi, ainda, assessora para assuntos educacionais do Senador Mário 
Covas, líder da Constituinte Nacional. 
Em 1990 e 1991 foi consultora no processo de preparação de projetos do Banco 
Mundial de Investimento em Educação na região Nordeste e no Estado de Minas Gerais. De 
1992 a 1996 viveu no exterior, o primeiro ano em Londres, para concluir seu Pós-Doutorado, 
e os seguintes em Washington, onde trabalhou como Especialista Senior em Educação no 
Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento. 
Em ambas as instituições gerenciou ou assessorou a preparação de projetos de 
investimento do setor público em educação na Argentina, no Paraguai, Equador, Uruguai e 
Bolívia. 
Em 1997 regressou ao Brasil para assumir a Direção Executiva da Fundação Victor 
Civita, uma organização sem fins lucrativos mantida pelo Grupo Abril que se dedica a 
publicações especializadas para professores de educação básica. 
 
15 
Nessa posição vem exercendo a Direção Editorial da revista Nova Escola e de outras 
publicações especializadas entre as quais se destaca a Ofício de Professor. 
Em 1997 foi nomeada pelo Presidente Fernando Henrique para o cargo de 
Conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE) -Câmara de Educação Básica. 
De 1998 a 2000 deu consultoria a vários projetos educacionais entre os quais se 
destacam: a implementação da reforma curricular do Ensino Médio na SEMTEC (Secretaria 
de Educação Média e Tecnológica)/MEC; o projeto do Centro de Referência em Educação 
Governador Mário Covas, na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo; a elaboração 
da proposta do MEC para reforma curricular dos cursos de formação de professores em nível 
superior, no MEC. 
Guiomar Namo de Mello é educadora, pesquisadora, ex-secretária municipal da 
educação da cidade de São Paulo, ex-deputada estadual, assessora de projetos de reforma 
educacional no Brasil e no exterior. 
Hoje atua como diretora da EBRAP – Escola Brasileira de Professores. A EBRAP é uma 
empresa dedicada a estudos, iniciativas e projetos na área de educação inicial e continuada de 
professores da educação básica. 
Guiomar presta consultoria para a empresa na área de projetos de formação inicial de 
professores da educação básica em nível superior, presenciais e a distância. Alguns projetos 
educacionais em andamento são: 
 
 Grupo Pitágoras: produção de material para cursos de formação de professores da 
educação básica; 
 Secretaria Municipal de Educação de São Paulo: um estudo da gestão pedagógica 
das escolas municipais; 
 Sistema de Ensino COC: revisão dos materiais de alunos e professores que estão 
sendo utilizados junto a escolas de redes municipais, em várias regiões do Estado de 
São Paulo e do país. 
 Secretaria de Educação do Estado de São Paulo: reelaboração da proposta 
curricular de 5ª a 8ª série e de ensino médio; formulação da política de Educação 
Profissional da Secretaria. 
 
Outro ícone da educação brasileira é Marilena de Sousa Chauí. 
Nasceu no dia 4 de setembro de 1941, em Pindorama, São Paulo. Filha do jornalista Nicolau 
Chauí e da professora Laura de Souza Chauí. É casada com o historiador da Unicamp 
Michael Hall. 
Marilena iniciou seus estudos no Grupo Escolar de Pindorama, interior paulista, onde 
realizou o curso primário. Ela deu sequência à sua formação secundária no Colégio Nossa 
 
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Senhora do Calvário, na cidade de Catanduva, concluindo-a no Colégio Estadual Presidente 
Roosevelt, na capital. É graduada em Filosofia, Especialista em Licenciatura, Mestre e Doutora 
em Filosofia. 
Já foi Secretária Municipal da Cultura na cidade de São Paulo durante o mandato da 
ex-prefeita Luiza Erundina (1988-1992), porém saiu frustrada com os limites da ação 
administrativa e preferiu concentrar as atenções na vida acadêmica. 
Em uma entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido em 1999, 
Marilena expôs seu pensamento demonstrando seu descontentamento com a política. 
Eu, efetivamente, sou uma intelectual. Sendo uma intelectual, eu considero 
que a melhor maneira de se participar da atividade política é através de 
intervenções públicas, debates, polêmicas, participação nas atividades de 
discussão do partido, mas eu não tenho nenhuma vocação para atividade 
administrativa. Foi um sacrifício para mim, foi muito complicado, foi muito 
difícil e não é o meu lugar. 
Marilena é Presidente da Associação Nacional de Estudos Filosóficos do século XVII, 
Doutora Honoris Causa pela Universidade de Paris VIII e Doutora Honoris Causa pela 
Universidad Nacional de Córdoba, da Argentina. 
Atualmente ela desenvolve, dentro da Faculdade de Filosofia da USP, uma pesquisa 
que recebe o nome de A elaboração espinosana de uma ciência dos afetos – ruptura com a 
tradição da contingência e afirmação da necessidade. 
Em sua obra é possível encontrar temas como ideologia, cultura, universidade pública, 
entre outros. 
Expressa seu pensamento a respeito da Filosofia da seguinte forma: 
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se 
não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes 
estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da 
cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas 
artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa 
sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática 
que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer 
que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes que os seres humanos são 
capazes. (Marilena Chauí) 
Marilena Chauí é, sob vários aspectos, uma das personalidades mais admiráveis dopaís, pois a formação de nossos Departamentos de Filosofia deriva da linha de atuação da 
pensadora. 
Sua ativa participação nas discussões sobre os rumos da Educação brasileira atesta a 
continuidade do seu engajamento, que vai além dos muros da USP, onde leciona há mais de 
40 anos. 
 
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Na sua visão, o Estado deve encarar a Educação como um investimento social e 
político e não sob o prisma de gasto público. 
Magda Becker Soares é outra educadora de destaque no panorama da Educação no 
Brasil. Mineira de Belo Horizonte, graduada em Letras Neolatinas e doutorada em Didática 
pela Universidade Federal de Minas. Atualmente é membro da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação, membro do Comitê Assessor do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Conselheira da Communitee Economique 
Europeen e professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais. 
Sua experiência com a Educação está ligada à área de Ensino-Aprendizagem, Língua 
Portuguesa e Linguística Aplicada. 
Em um artigo publicado no jornal Diário do Grande ABC, em 29 de agosto de 2003, 
ela destaca que letrar é mais que alfabetizar; é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto 
no qual a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. 
Explica que, ao olharmos historicamente para as últimas décadas, podemos observar 
que o termo alfabetização, sempre entendido, de uma forma restrita, como aprendizagem do 
sistema de escrita, foi ampliado; já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que 
isso para ir além da alfabetização funcional (denominação dada à alfabetização das pessoas 
que sabem ler e escrever, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). 
O aluno precisa saber fazer uso das atividades de leitura e escrita e envolver-se com 
elas. Magda defende que, para a adaptação adequada ao ato de ler e escrever, “é preciso 
compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. 
Para compreender o que é letramento, basta ler o seguinte poema de Magda Soares: 
O que é letramento? 
Letramento não é um gancho 
 em que se pendura cada som enunciado, 
não é treinamento repetitivo 
de uma habilidade, 
nem um martelo 
quebrando blocos de gramática. 
Letramento é diversão, 
é leitura à luz de vela 
ou lá fora, à luz do sol. 
 São notícias sobre o presidente, 
O tempo, os artistas da TV 
e mesmo Mônica e Cebolinha 
nos jornais de domingo. 
É uma receita de biscoito, 
uma lista de compras, recados colados na geladeira, 
um bilhete de amor, 
telegramas de parabéns e cartas 
 
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de velhos amigos. 
é viajar para países desconhecidos, 
sem deixar sua cama, 
e rir e chorar 
com personagens, heróis e grandes amigos. 
E um atlas do mundo, 
sinais de trânsito, caças ao tesouro, 
manuais, instruções, guias, 
e orientações em bulas de remédios, 
para que você não fique perdido. 
Letramento é, sobretudo, 
um mapa do coração do homem, 
um mapa de quem você é, 
e de tudo que você pode ser. 
 
Alfabetização = ação de ensinar/aprender a ler e a 
escrever. 
Letramento = estado ou condição de quem não apenas 
sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais 
que usam a escrita. 
 
Após a apresentação do contexto da Educação Brasileira nos períodos que 
compreendem a Primeira República, a Segunda República e a Nova República, é possível 
concluir que a educação sempre esteve envolvida por interesses políticos, apesar dos esforços 
dos intelectuais brasileiros e das políticas públicas que poderiam servir para consolidar a nossa 
educação. No entanto, podemos dizer que houve conquistas e que estamos caminhando para 
alcançar efetivamente a educação tão almejada por nossos educadores. 
Voltando o olhar para os dias atuais, assistimos, com a chegada dos avanços 
tecnológicos, ao surgimento de uma nova sociedade, que exige uma educação voltada para a 
tecnologia. Dessa forma a mídia e a Internet, entre outras ferramentas, tornam-se agentes não 
só de informação, mas também de educação. Um dos aspectos mais importantes nesse 
quadro é o papel do educador, que, por exigência de sua posição no cenário educacional, 
deve estar constantemente atualizado. Tanto nas escolas públicas, quanto nas particulares, os 
alunos não apresentam mais os comportamentos de submissão relatados nas unidades 
estudadas; pelo contrário, além de trazerem consigo uma bagagem histórica e cultural, trazem 
também a informação. Por isso, o educador deve incorporar ao seu trabalho as ferramentas 
que propagam as informações e usá-las de acordo com a sua concepção de educação. 
A luta por uma escola democrática conseguiu resultados positivos, mesmo que muita 
coisa ainda esteja apenas no papel, pois a sociedade brasileira precisa ainda aprender a fazer 
uso pleno da democracia. 
 
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Vivemos uma época em que a educação, além de ser considerada universal e um 
direito de todos, também deve ser continuada, reflexiva e crítica. Percebemos, então, que os 
nossos educadores não lutaram em vão, pois conquistamos o direito e o dever de um trabalho 
docente crítico, reflexivo e criativo. Dessa forma faz-se necessária a formação do pedagogo 
reflexivo, sempre aberto e disposto a lutar pela concretização dos ideais pelos quais lutaram e 
ainda lutam os educadores brasileiros interessados em uma educação libertadora capaz de 
transformar e humanizar a sociedade brasileira, já tão sofrida. 
 
 
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Para complementar seus estudos, segue abaixo a indicação de dois artigos, dois 
documentários e uma referência bibliográfica. Não se esqueça de que é muito importante a 
leitura das obras originais. 
 
LIBANEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a 
pedagogia crítico-social dos conteúdos. 3.ed. São Paulo: Loyola, 1986. 
149 p. (Coleção Educar, 1). 
 
 
 
Artigos 
SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Rev. Brasileira 
de Educação, nº 25, Rio de Janeiro, jan/abr.2004. Disponível em: 
<www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf> Acessado em: 1º/ago/12. 
CHAUÍ, M; NOGUEIRA, M. A. O pensamento político e a 
redemocratização do Brasil. nº 71. São Paulo: Lua Nova, 2007, p.173-
228. ISSN 0102. Disponível em: <http://ref.scielo.org/5nncmc>. Acessado 
em: 1º/ago/12. 
 
Documentários 
Documentário Moacir Gadotti – Acessado em: 1º/ago/12. 
http://www.youtube.com/watch?v=buQTp9qqVT0 
Maurício Tragtenberg – Acessado em: 1º/ago/12. 
http://www.dailymotion.com/video/x7e3ew_mauricio-tragtenberg-ensinando-
a-pr_school 
 
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ARANHA, M.L. A história da educação e da pedagogia: Geral e Brasil.3ª ed. São Paulo: 
Moderna, 2006. 
BRANDÃO. C. R. O que é educação. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2005. 
GUIRALDELLI Junior, P. História da educação. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2000. 
LIBANEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos 
conteúdos. 3ª ed. São Paulo: Loyola, 1986. 149 p. (Coleção Educar, 1). 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira: Organização escolar. 18ª ed. 
Campinas: Autores Associados, 2003. 
ROMANELLI, O. O. História da educação no Brasil. 27 ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 
XAVIER, M. E.S.P. História da educação: A escola no Brasil. São Paulo, FDT, 1994. 
 
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