Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA GERAL DA EMPRESA E EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 1. TEORIA GERAL DA EMPRESA 1.1. REGISTRO DE EMPRESA De acordo com o Art. 967 CC, é obrigatório o registro do empresário antes de dar início à exploração de seu negócio. O Registro de Empresa está estruturado na Lei n° 8.934/94 (LRE) 1.1.1. DEPARTAMENTO NACIONAL DE REGISTRO DO COMÉRCIO (DNRC) x JUNTA COMERCIAL Existe um sistema integrado por órgãos de 02 níveis diferentes. Um federal (DNRC) e outro estadual (Junta Comercial). O DNRC integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e é o órgão máximo do sistema. O DNRC fiscaliza as Juntas Comerciais, coordena os registros, expede normas e mantem atualizado o Cadastro Nacional de Empresas Mercantis, que é apenas um Banco de Dados de natureza estatística. Esse órgão não realiza qualquer registro, ele fiscaliza e coordena os registros. Já as Juntas Comerciais são órgãos estaduais e, essas sim, fazem registro. 1.1.2. REGISTROS NAS JUNTAS COMERCIAIS São 03 os atos de registro de empresa: a) Matrícula – nome da inscrição dos tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros e dos demais profissionais que atuam em atividades paracomerciais; b) Arquivamento – inscrição do empresário individual, constituição, dissolução e alteração contratual das sociedades empresárias, consórcios de empresas e aos grupos de sociedades. Também as declarações de ME e EPP. O CC no seu Artigo 968, §1° determina que os atos modificativos de inscrição sejam averbados à margem desses arquivamentos; e, c) Autenticações – instrumentos de escrituração, ou seja, autenticação dos livros comerciais e as fichas escriturais, dando, assim, regularidade aos documentos empresariais. (Art. 39, II, da LRE). 1.1.3. JUNTA COMERCIAL x CARTÓRIO DE REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS O novo Código Civil criou as figuras das sociedades simples a serem registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e as empresárias, para registro na Junta Comercial. (Código Civil, art. 1.1501). Sociedades simples são aquelas em que a atividade econômica é exercida, ordinariamente, pelos próprios sócios, surgindo daí uma vinculação entre eles e a atividade. São sociedades de menor porte em que não se percebe a atuação da empresa, desse organismo que os deixaria distanciados de sua atividade. Exemplos: escritórios de contabilidade, de representação, de corretagem de seguros, clínicas médicas, pequeno comércio, pequena indústria, artesãos, todos, enfim, que se encontrarem vinculados diretamente à sua atividade econômica. Essas são, em princípio, as sociedades simples. 1.1.4. CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE REGISTRO Irregularidade do exercício da atividade empresarial, importando: a) Ilegitimidade ativa para o pedido de falência e de recuperação judicial; b) Ineficácia probatória dos livros de registro; c) Responsabilidade ilimitada dos sócios 1 Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. 1.2. LIVROS COMERCIAIS *** ATENÇÃO ******** Todos os empresários estão sujeitos às 03 seguintes obrigações: a) Registrar-se no Registro de Empresa antes de iniciar suas atividades (Art. 967 CC); b) Escriturar regularmente os livros obrigatórios; e, c) Levantar balanço patrimonial e de resultado econômico de cada ano (CC, art. 1.179) ************************************** 1.2.1. EXCEÇÕES QUANTO À ESCRITURAÇÃO a) MEI’s – dispensados de escriturar os livros obrigatórios (CC, art. 9702 e 1.179, §2º3 e Estatuto da Micro e Pequena Empresa – LC 123/2006, art. 684) b) ME e EPP – não estão dispensados de escrituração, no entanto, caso sejam optantes pelo SIMPLES, poderão registrar em livro específico, chamado Livro-Caixa (Art. 26, §2º do Estatuto5). 1.2.2. ESPÉCIES DE LIVROS EMPRESARIAIS Livros empresariais – escrituração obrigatória ou facultativa; Livros do empresário – livros de outras natureza, não de direito empresarial, mas sim de direito tributário, trabalhista e previdenciária. 2 Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 3 Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. 4 Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto no § 1o do art. 18-A. 5 Art. 26. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a: § 2 o As demais microempresas e as empresas de pequeno porte, além do disposto nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão, ainda, manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira e bancária. Assim, livros empresariais são espécie de livros do empresário. 1.2.2.1. LIVROS EMPRESARIAIS OBRIGATÓRIOS 1.2.2.1.1. LIVRO EMPRESARIAL OBRIGATÓRIO COMUM Imposto a TODOS os empresários!! Pessoas físicas ou pessoas jurídicas!!! Apenas 01 – DIÁRIO – Art. 1.180 do CC6. 1.2.2.1.2. LIVROS EMPRESARIAIS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS Obrigação impostas a apenas determinada categoria de atividade empresarial. a) Registro de Duplicatas – empresários que emitem duplicatas; b) Entrada de Saída de Mercadorias; c) Registro de Ações Nominativas- S/A; d) Transferência de Ações Nominativas – S/A e) Atas de Assembleia Geral – S/A f) Presença de Acionistas – S/A Etc. 1.2.2.2. LIVROS EMPRESARIAIS FACULTATIVOS O empresário faz registro apenas para um melhor controle de sua atividade, cuja ausência não importa qualquer sanção. São eles, por exemplo: a) Livro-Caixa; b) Livro de Conta-Corrente 1.2.3. CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE ESCRITURAÇÃO OBRIGATÓRIA 6 Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. a) Falta de eficácia probatória – presumir-se-ão como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária em um processo judicial; b) Crime falimentar – art. 178 da Lei de Falência. *** ATENÇÃO ***** Os livros deverão ser mantidos até a prescrição das obrigações contidas neles (art. 1.194 do CC7) Após esse prazo, a sua inexistência ou mesmo irregularidade não acarretarão consequências. ************************************ 1.3. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 1.3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Não confundir com a empresa, está é a atividade empresarial desenvolvida seja no estabelecimento ou fora dele. “Estabelecimento é a base física da empresa” (Rubens Requião) Antes do CC/02, o estabelecimento era chamado de “fundo de comércio”, o CC atual é que trouxe a denominação de ESTABELECIMENTO, inclusive conceituando-o8 (Art. 1142 CC). Possui bens corpóreos e bens incorpóreos (marca, nome empresarial, patente, ponto comercial, direito de renovação compulsória do contrato locatício etc), por isso o valor econômico do estabelecimento é bem superior ao valor somadode cada bem corpóreo e seus componentes e, ainda suscetível de negociação no mercado empresarial, podendo ser objeto de negócio jurídico. (Art. 1.143 CC). O estabelecimento (tanto de um empresário individual quanto de uma sociedade empresária) pode ser alienado, ser objeto de usufruto ou 7 Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados 8 Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. arrendamento, desde que seja averbado na Junta Comercial, junto ao registro da empresa e publicado na imprensa oficial (Art. 1.144 CC9). A alienação de um estabelecimento empresarial é chamada de trespasse. Quem adquire o estabelecimento empresarial deverá arcar com todos os contratos firmados e, ainda: a) Fica responsável por todos os débitos anteriores à aquisição se regularmente contabilizados; b) O devedor primitivo (alienante) permanece solidariamente obrigado com o adquirente pelo prazo de 01 ano, a contar da publicação da transferência do estabelecimento quanto aos créditos vencidos e, quanto aos vincendos, também 01 ano após a data dos vencimentos (Art. 1.146 CC10); c) Nos 05 anos subsequentes ao trespasse, o alienante não poderá fazer concorrência com o adquirente, salvo com autorização expressa. No caso de usufruto ou arrendamento, o prazo é enquanto durar o contrato. (Art. 1.147 CC11) d) Quanto à cessão de créditos, o cessionário passa a ser o adquirente a partir da publicação da transferência. O devedor que, de boa-fé, paga a dívida ao alienante (cedente), fica dela exonerado (Art. 1.14912); 9 Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 10 Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 11 Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 12 Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. e) Além da sucessão empresarial, há sucessão trabalhista (Art. 448 da CLT) e sucessão tributária (Art. 133 do CTN), salvo se o estabelecimento foi adquirido através de leilão, caso em que a aquisição será originária; e, f) Sempre haverá o direito de ação regressiva. *** ATENÇÃO ***** As ME e EPP não estão obrigadas à publicação do TRESPASSE, de acordo com o Estatuto delas. ******************************* O Estabelecimento Empresarial é garantia dos credores, podendo estes executar esse patrimônio do empresário ou da sociedade. Assim ele não poderá ser alienado sem que a empresa conserve capital suficiente para cobrir o seu passivo, salvo se concordarem os credores de modo expresso em 30 dias a contar da notificação. A alienação de estabelecimento sem a concordância dos credores ou sem que a empresa fique com bens suficientes para solver seu passivo constitui ato de falência, podendo a mesma ser decretado pelo Juiz. A penhora do estabelecimento comercial, de acordo com o STJ (Súmula 45113), não é regra, mas é possível desde que não haja qualquer outros bens passíveis de constrição e que o mesmo não seja utilizado como residência da família do empresário. *** ATENÇÃO ***** “No trespasse, o estabelecimento empresarial deixa de integrar o patrimônio de um empresário (alienante) e passa para o de outro (adquirente). O objeto da venda é o complexo de bens corpóreos e incorpóreos envolvidos com a exploração de uma atividade empresarial. Já na cessão de quotas sociais de sociedade limitada ou na alienação de controle de sociedade anônima, o estabelecimento empresarial não muda de titular. Tanto antes como após a transação, ele pertencia e continua a 13 É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. pertencer à sociedade empresária. Essa, contudo, tem a sua composição de sócios alterada. Na cessão de quotas ou alienação de controle, o objeto da venda é a participação societária.” ************************************************ 1.3.2. AVIAMENTO É a capacidade do estabelecimento em gerar riqueza, lucro. “O aviamento existe no estabelecimento, como a beleza, a saúde ou a honradez existem na pessoa humana, a velocidade no automóvel, a fertilidade no solo, constituindo qualidades incindíveis dos entes a que se refere.” (Oscar Barreto Filho) É o todo produtivo capaz de gerar lucros. É valor agregado. Interessante notar que o aviamento, enquanto capacidade que uma empresa tem para gerar lucros e atrair a clientela, por não ser considerado bem, não faz parte do estabelecimento empresarial, não sendo elemento deste. É ele, uma característica ou um atributo do estabelecimento, todavia, não o integra, reafirme-se. É bem verdade que o aviamento é o fator mais importante para a determinação do preço do estabelecimento a ser pago pelo adquirente num contrato de trespasse (pois o interessado na aquisição do estabelecimento irá avaliar a sua capacidade de gerar lucro e atrair clientela), todavia, mesmo diante dessa importante característica, não pode ser considerado como objeto que integre a universalidade e, tampouco, confundir-se com ele. 1.3.3. PONTO COMERCIAL É o exato local onde se encontra o estabelecimento. Se o empresário está estabelecido em imóvel de sua propriedade, a sua proteção se faz de acordo de acordo com o as normas acerca de propriedade previstas no Código Civil. Se o empresário tem o estabelecimento em imóvel alugado, a proteção jurídica desse valor agregado (ponto comercial) deverá ser feita através da Lei da Locação Empresarial (Art. 55 da Lei da Locação). O locatário poderá pleitear a renovação compulsória do aluguel (Ação Renovatória) do imóvel que serve de seu estabelecimento quando: a) O locatário deverá ser empresário, excluindo os profissionais liberais, associações civis sem fins lucrativos e fundações; b) Locação deve ser contratada por tempo determinado de, no mínimo, 5 anos, admitida a soma dos prazos de contratos sucessivamente renovados por acordo amigável; c) O locatário deverá estar há 3 anos no mínimo no mesmo ramo de atividade à data da propositura da ação. 1.3.4. SHOPPINGS CENTERS Distinção entre o empresário de shopping do empreendedor imobiliário comum é a organização da distribuição da oferta de produtos e serviços centralizados em seu complexo, chamado de TENANT MIX. A preocupação do empreendedor imobiliário é somente o valor locatício de mercado do seu imóvel e a solvência do empresário, o de shopping, por sua vez, organiza o tenat mix, ou seja, ele fica atento ao mercado, ascensão e decadência de marcas, novidades tecnológicas, etc. De acordo com WASHINGTON DE BARROS, CÁIO MÁRIO e REQUIÃO, ocontrato é bem peculiar, porém não perde a característica locatícia. Características peculiares desse contrato: a) Para aumentar o valor do aluguel, pode-se auditar as vendas do lojista; b) Pode-se vistorias as instalações do lojista; c) O lojista paga uma prestação chamada res sperata ou seja, uma contribuição retribuitiva das vantagens de se estabelecer em shopping, já que possui clientela própria; d) O lojista deve se filiar à associação de lojistas, pagando mensalidade, especificamente para pagamento de publicidade; e, e) É usual o pagamento de aluguel em dobro no mês de dezembro. 1.3.5. OUTLET CENTER Contratos semelhantes aos de shopping, porém, aqui, há previsões contratuais de preços praticados inferiores aos de mercado e os contratos de aluguel são de prazos mais curtos. 1.3.6. INTERNET Não deve haver diferenciação entre o comércio através de lojas físicas e virtuais. Embora não tenhamos leis específicas, a doutrina explicita que o comércio pode ser virtual, mas os bens e serviços adquiridos são reais. De acordo com FABIO ULHOA COELHO, há 3 tipos de estabelecimentos virtuais: a) B2B (business to business) internautas são empresários e visam à compra de insumos; b) B2C (business to consumer) internautas são consumidores dos produtos vendidos pelo empresário na rede; e, c) C2C (consumer to consumer) onde os negócios são feitos de consumidores para consumidores, e que o dono do site apenas faz a intermediação. Exemplos: sites de leilão e de vendas. Contratos: B2B: natureza comercial; B2C: natureza consumeirista; e, C2C: natureza consumeirista entre o consumidor e o dono do site e entre os consumidores que vendem seus produtos de natureza civil. Domínios: Identifica o estabelecimento virtual na rede, tendo a mesma função que o título de estabelecimento. No Brasil, até 2005 os domínios eram registrados pela FUNDAÇÃO DE AMPARO Á PESQUISA (FAPESP), agora é feito junto ao NÚCLEO DE INFORMAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PONTO BR (NIC.br), que é uma associação civil de direito privado sem fins econômicos. 1.3.7. PROTEÇÃO DO TÍTULO DO ESTABELECIMENTO NÃO CONFUNDIR COM O NOME EMPRESARIAL!!!!! Regulado pela Lei de Propriedade Industrial, mais precisamente nos Artigos 195, V14, e 20915 da LPI (Lei n° 9.279/96) 1.4. NOME EMPRESARIAL Nome empresarial é o nome do empresário pessoa física (empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária ou EIRELI) utilizado para apresentar-se em suas relações. Nome empresarial não se confunde com TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (o que muitos chamavam de nome fantasia), tampouco com marca dos produtos comercializados. Pode haver coincidência, mas não são a mesma coisa. Firma: a essência dessa espécie de nome empresarial é o nome civil de um ou mais sócios. Caso não apareça o nome civil, não poderá ser firma. Na firma consta, no mínimo, um nome civil. Os nomes civis podem ser por extenso ou abreviados e havendo mais de um, se algum deles for omitido, deverá ser usada a expressão "& Cia" ou "e companhia" ao final da firma. Também pode haver combinação dos nomes civis com o ramo de atividade. 14 Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; 15 Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio. Denominação: nesse caso, a essência do nome empresarial é o objeto da empresa, ou seja, o ramo de atividade desenvolvida. Se não constar o ramo de atividade não poderá ser denominação. Aqui também pode haver a combinação da atividade desenvolvida com nomes civis. Sendo assim, percebe-se que não é sempre que podemos só de olhar para o nome empresarial, saber tratar-se de firma ou denominação. Por vezes é necessário olhar no contrato social. Certo é que se no nome empresarial não constar nome civil algum, não pode ser firma; e se não constar a atividade, não pode ser denominação. Ex: CANTINHO DO CHAPÉU PANAMÁ (título do estabelecimento) JOSÉ EDUARDO CHAPÉUS PANAMÁ LTDA. (nome empresarial – designa o objeto da sociedade e, no caso, portanto, é “denominação social”, já que “firma” é apenas o nome civil do empresário ou sócios. HAVANA (marca de chapéu panamá) MARCA é registrada, obrigatoriamente no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) NOME EMPRESARIAL: poderá ser, de acordo com o Artigo 1.155 CC16, firma ou denominação social (antiga “razão social”). Os Artigos 1.155 e 1.168 do CC tratam sobre o NOME EMPRESARIAL Observações: a) Nome empresarial não pode ser alienado; b) O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro; c) A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado, estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial; d) A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para 16 Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu. ***
Compartilhar