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Caderno de Direito Empresarial I (Letícia Morais Pereira)

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1 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
Direito Empresarial 
Prof. Julio Bordoni 
Bibliografia: 
Direito Empresarial Esquematizado - 7ª Ed. 2017 
Ramos, André Luiz Santa Cruz 
Elsevier/Método 
 
Manual de Direito Comercial - Direito de Empresa - 28ª Ed. 2016) 
Fábio Ulhoa Coelho 
RT 
 
Manual de Direito Empresarial - 7ª Ed. 2017 
Negrão, Ricardo 
Saraiva 
 Avaliação: 
Questionário com 30 a 45 questões que serão levadas para casa e destas questões, serão retiradas 7 ou 8 para compor 
a prova. 
 
Rio, 15/02/17 
Aula 1 
 
Notas: 
O direito empresarial trata de sociedades, RCPJ, junta comercial, ou seja, assuntos que não estão no nosso 
dia-a-dia. 
Eike Batista, Antônio Hermirio de Moraes e Silvio Santos não são empresários. Se eles morrerem, a EBX, a 
Votorantim e o SBT não deixarão de existir. 
O direito empresarial distingue a pessoa física, que emana sua vontade à pessoa jurídica, e seu patrimônio 
da pessoa jurídica em si e seu patrimônio. 
A Lojas Americanas não é uma empresa, mas sim, um estabelecimento. A empresa é apenas seu objeto social. 
➢ O empresário exerce a empresa através de um estabelecimento. 
➢ A Companhia Siderúrgica Nacional exerce sua atividade de siderurgia através da siderúrgica. 
➢ A Cimento Votorantim S/A exerce sua atividade industrial de fabricação de cimento através de suas 
indústrias. 
➢ A Netshoes Ltda. exerce sua atividade de compra e venda de materiais esportivos através de seu site 
na internet. 
Companhia Siderúrgica Nacional → empresário 
Atividade → siderurgia 
Estabelecimento → O que é usado para a produção da empresa. 
Empresa é a atividade, não o estabelecimento comercial. 
Empresário não é pessoa física, é quem atua em nome próprio. 
Obs.: Há alguns casos raros de empresário individual. 
http://www.saraiva.com.br/manual-de-direito-empresarial-7-ed-2017-9416078.html
2 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“[...] distinção entre empresa (atividade econômica organizada) e empresário (pessoa que exerce atividade 
econômica organizada). ” 
 Sociedades 
 PJ 
 Eireli (empresas individuais de responsabilidade limitada) 
Empresário Individual 
 PF 
 MEI (microempreendedor individual) 
 
A teoria da personalização se une a teoria da responsabilidade limitada. 
A personalização e um meio de separar a figura dos sócios A e B do empresário C. 
C é uma pessoa, é personalizado. A pessoa jurídica, embora seja uma ficção, ela existe e espraia efeitos no 
mundo físico. A PF se apalpa, é do mundo físico, a PJ não, mas é capaz de direitos e obrigações, tem vontades 
próprias emanadas na figura dos sócios, faz tudo em nome próprio e espraia efeitos no mundo físico 
Companhia => “cum panis”, aqueles que repartem o pão 
 
 Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“A grande diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por ser uma pessoa 
jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a integram. Assim, os bens particulares dos 
sócios, em princípio, não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais 
(nesse sentido, confira-se o disposto no art. 1.024 do Código Civil). O empresário individual, por sua vez, não goza dessa 
separação patrimonial, respondendo com todos os seus bens, inclusive os pessoais, pelo risco do empreendimento. 
Sendo assim, pode-se concluir que a responsabilidade dos sócios de uma sociedade empresária é subsidiária (já que 
primeiro devem ser executados os bens da própria sociedade), enquanto a responsabilidade do empresário individual 
é direta”. 
Obs.: Na prática, na justiça do trabalho, isso não será respeitado e o patrimônio individual será afetado. 
 
CC/2002 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, 
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao 
seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do 
Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei 
específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12441.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12441.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
3 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
 
 Simples 
 Sociedades Empresarial 
 Fundações (não nos interessam, não tem finalidade lucrativa) 
 Associações (não nos interessam, não tem finalidade lucrativa) 
 PJ Entidades religiosas (não nos interessam, fins caritativos) 
 Entidades políticas sindicais (não nos interessam) 
 Eireli (empresa individual de responsabilidade limitada) - Novidade 
(Art. 980 - A, CC/2002) 
 
CC/2002 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da 
totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior 
salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
 
Onde se registram: 
Associação beneficente – RCPJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas) 
Fundação – RCPJ 
Sociedade de empresários – Junta Comercial 
Eireli – Junta Comercial 
 
✓ Quem é empresário se registra na Junta Comercial. 
✓ Quem não é empresário, registra no RCPJ. 
 
Em relação às cooperativas, há 2 possibilidades: por força da Lei nº 8.934/94, as cooperativas seriam 
registradas na junta comercial, mas o Código Civil diz que as cooperativas são forçosamente reconhecidas 
como sociedade simples, com registro no RCPJ. Assim, as cooperativas têm dois locais de registro possíveis. 
 
FASES DO HOMEM ECONÔMICO 
1ª Fase da economia: troca, escambo. Troca de coisa por coisa. 
2ª Fase da economia: economia monetária. Troca decoisa por moeda. 
Obs.: No meio entre uma e outra, tinha um produto que sobressaía, o boi e o sal. 
3ª Fase da economia: Os bancos surgem na figura dos Templários, que promoviam a troca de moedas 
pagamento era feito por cartas por uma linha de comunicação – lettera di cambi ou letra de cambio. As cartas 
tinham valor de moeda. O sistema de credito foi criado a base da fé. Ninguém duvidava do valor das cartas 
dos templários. Não havia a figura do empréstimo com juros, já que a usura é pecado, segundo a Igreja. Os 
templários cobravam apenas pelo câmbio. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12441.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12441.htm#art3
4 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
 
O Estado é a corporificação da burguesia. Quando a nobreza e o clero perdem a força na Idade Média, a 
burguesia ascende e surgem os burgos através das corporações de ofícios. O direito é visto de forma 
corporativista. Há então a primeira fase da regulamentação doe direito comercial, que é de auto-
regulamentação. 
As feiras hoje em dia são bastante organizadas, sofrem fiscalização, passam pelo controle da Vigilância 
Sanitária, tem a disposição de barracas arranjada s e assim era na época das corporações de ofícios. As regras 
nesta época eram próprias. Não havia o Estado na concepção que existe hoje. 
Na segunda fase, Napoleão cria o Código Comercial Napoleônico que definia comerciante como aquele que 
pratica atos de comércio. Havia uma lista que enquadrava os comerciantes. Foi criada a Teoria dos Atos de 
Comércio que foi abraçada pelo Código Comercial Brasileiro de 1850. 
 
 Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“A mercantilidade, antes definida pela qualidade do sujeito (o direito comercial era o direito aplicável aos 
membros das Corporações de Ofício), passa a ser definida pelo objeto (os atos de comércio) ”. 
 
Em 1942 surge a Teoria da Empresa que consiste em dizer que empresário é aquele que pratica atividade 
mercantil de produzir bens e serviços lícitos à população em geral com habitualidade com intuito de fins 
lucrativos. O Brasil só adotou a Teoria da Empresa em 2001. 
 
 Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“Para a teoria da empresa, o direito comercial não se limita a regular apenas as relações jurídicas em que ocorra 
a prática de um determinado ato definido em lei como ato de comércio (mercancia). A teoria da empresa faz com que 
o direito comercial não se ocupe apenas com alguns atos, mas com uma forma específica de exercer uma atividade 
econômica: a forma empresarial. Assim, em princípio qualquer atividade econômica, desde que seja exercida 
empresarialmente, está submetida à disciplina das regras do direito empresarial”. 
 
É necessário que haja todos os elementos: habitualidade, objeto lícito, intuito lucrativo, profissionalidade, 
produção organizada de bens e serviços. 
O que qualifica o empresário é a atividade (aquilo que ele faz) e não o registro. 
O artigo 966 do Código Civil define a figura do empresário e o seu Parágrafo Único trata da sociedade simples. 
 
CC/2002 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa. 
 
Dois médicos dermatologistas se unem para prestar serviço. Trata-se, portanto, de uma sociedade simples, 
já que a atividade é de caráter intelectual. Contratam uma secretária e um office boy para colaborar com a 
atividade (mão de obra só é elemento de empresa quando se ganha dinheiro com ela, não retornam lucro, 
5 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
apenas apoiam a atividade). Se esses médicos desejarem, porém, ampliar o atendimento e contratam 
fisioterapeuta, massagista, nutricionista, deixam de ser sociedade simples e passam a ser sociedade 
empresarial. 
Obs.: São elementos de empresa: capital, mão de obra e tecnologia 
A doutrina hoje considera escritórios de advocacia sociedades empresarias, porque contratam advogados 
para ter retorno financeiro. Aquela mão de obra é elemento de empresa, portanto. 
 
 Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
 “Do conceito de empresário estabelecido no art. 966 do Código Civil, [...] podemos extrair as seguintes 
expressões, que nos indicam os principais elementos indispensáveis à sua caracterização: a) profissionalmente; b) 
atividade econômica; c) organizada; d) produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Da primeira expressão destacada, pode-se extrair o seguinte: só será empresário aquele que exercer 
determinada atividade econômica de forma profissional, ou seja, que fizer do exercício daquela atividade a sua profissão 
habitual. Quem exerce determinada atividade econômica de forma esporádica, por exemplo, não será considerado 
empresário, não sendo abrangido, portanto, pelo regime jurídico empresarial. 
 Ao destacarmos a expressão atividade econômica, por sua vez, queremos enfatizar que empresa é uma 
atividade exercida com intuito lucrativo. Afinal, conforme veremos, é característica intrínseca das relações empresariais 
a onerosidade. Mas não é só à ideia de lucro que a expressão atividade econômica remete. Ela indica também que o 
empresário, sobretudo em função do intuito lucrativo de sua atividade, é aquele que assume os riscos técnicos e 
econômicos dela. 
A terceira expressão destacada – organizada – significa, como bem assinala a doutrina, que empresário é aquele 
que articula os fatores de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia). No mesmo sentido, diz-se que o 
exercício de empresa pressupõe, necessariamente, a organização de pessoas e meios para o alcance da finalidade 
almejada. [...] essa ideia fechada de que a organização dos fatores de produção é absolutamente imprescindível para a 
caracterização do empresário vem perdendo força no atual contexto da economia capitalista. Com efeito, basta citar o 
caso dos microempresários, os quais, não raro, exercem atividade empresarial única ou preponderantemente com 
trabalho próprio. Pode-se citar também o caso dos empresários virtuais, que muitas vezes atuam completamente 
sozinhos, resumindo-se sua atividade à intermediação de produtos ou serviços por meio da internet. 
Por fim, a última expressão destacada demonstra a abrangência da teoria da empresa, em contraposição à 
antiga teoria dos atos de comércio, a qual, como visto, restringia o âmbito de incidência do regime jurídico comercial a 
determinadas atividades econômicas elencadas na lei. Para a teoria da empresa, em contrapartida, qualquer atividade 
econômica poderá, em princípio, submeter-se ao regime jurídico empresarial, bastando que seja exercida 
profissionalmente, de forma organizada e com intuito lucrativo. Sendo assim, a expressão produção ou circulação de 
bens ou de serviços deixa claro que nenhuma atividade econômica está excluída, a priori, do âmbito de incidência do 
direito empresarial. E mais. Além de denotar a abrangência da teoria da empresa, a expressão em análise também nos 
permite concluir que só restará caracterizada a empresa quando a produção ou circulação de bens ou serviços destinar-
se ao mercado, e não ao consumo próprio. 
[...] 
O art. 966 do Código Civil, ao conceituar empresário como aquele que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada, não está se referindo apenas à pessoa física (ou pessoa natural) que explora atividade 
econômica, mas também à pessoa jurídica. Portanto, temos que o empresário pode ser um empresário individual 
(pessoa física que exerce profissionalmenteatividade econômica organizada) ou uma sociedade empresária (pessoa 
jurídica constituída sob a forma de sociedade cujo objeto social é a exploração de uma atividade econômica organizada). 
Quando se está diante de uma sociedade empresária, é importante atentar para o fato de que os seus sócios não são 
empresários: o empresário, nesse caso, é a própria sociedade, ente ao qual o ordenamento jurídico confere 
personalidade e, consequentemente, capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. Assim, pode-se dizer que 
expressão empresário designa um gênero, do qual são espécies o empresário individual (pessoa física) e a sociedade 
empresária (pessoa jurídica) ”. 
6 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
Rio, 22/02/17 
Aula 2 
OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO 
1ª) Registrar-se (Art.967 CC) 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, antes do início de sua atividade. 
 
Obs.: empresário, contudo, não é apenas aquele que é registrado, já que a teoria é subjetiva. Assim, é possível 
haver o empresário irregular, como por exemplo alguém que abre uma pizzaria nos fundos da sua casa. Ele 
reúne as qualidades de empresário e apesar de não ser registrado, é empresário. O objeto da pizzaria é lícito. 
No caso de produto ilícito, não há a possibilidade de se considerar como atividade empresarial. Não se pode 
confundir a obrigação do empresário em registrar-se da própria qualidade de empresário. 
 
 Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“... conforme disposto no Enunciado 199 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil, a inscrição do 
empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização”. 
 
É comum haver no início uma sociedade comum, prevista no art. 986 do Código Civil, que não deve ser 
confundida com a sociedade irregular. Naquele caso ainda não foi praticado seu objeto social, isto é ramo da 
atividade. É quando se está preparando, contratando, comprando máquinas, por exemplo, para 
posteriormente exercer sua atividade. Ainda não há personalidade jurídica, ainda estão sendo tomadas 
certas providências necessárias. 
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em 
organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, 
as normas da sociedade simples. 
 
A sociedade só se torna irregular quando os sócios realizarem o objeto social, ou seja, a atividade. 
O registro do empresário (Art. 967, CC/2002) - está previsto na Lei 8934/94 – Lei de Registro Público das 
Empresas Mercantis. 
CC/2002 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, antes do início de sua atividade. 
 
 Registro Público das Empresas Mercantis 
 L. 8934 -> SINREM 
 (Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis) 
 
 Juntas comercias DNRC 
 (DREI) 
 
DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio 
DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração 
Obs.: Na lei ainda está como DNRC, porém, hoje o nome correto é DREI. 
 
7 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
O registro do empresário é feito, consoante o art. 967, no Registro Público das Empresas Mercantis − Lei 
8.934/94 − o Registro Público funciona da seguinte forma: SINREM (Sistema Nacional de Registro de 
Empresas Mercantis), composto pelos seguintes órgãos: DNRC (Departamento Nacional de Registro do 
Comércio), atual DREI; e as Juntas Comerciais. 
 
O empresário deve levar seu ato constitutivo (o Contrato Social ou o Estatuto) à Junta Comercial para 
registrar-se. O ato constitutivo do empresário é a composição com as cláusulas essenciais do empresário, 
aquilo que a lei exige. Pode ser o contrato social, ou estatuto (quando se tratar de S/A). 
Ato Constitutivo é o gênero em que são espécies: contrato social e estatuto. 
CC/2002 
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com 
certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do 
§ 1o do art. 4o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014) 
III - o capital; 
IV - o objeto e a sede da empresa. 
§ 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do 
Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários 
inscritos. 
§ 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela 
ocorrentes. 
§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas 
Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, 
no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, 
de 2008) 
§ 4o O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 
18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer exigência para o início de 
seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o 
empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do 
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2o da mesma 
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
§ 5o Para fins do disposto no § 4o, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura 
autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e 
regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. (Incluído pela 
Lei nº 12.470, de 2011) 
 
Art. 968, I 
Atenção! O nome aqui não é o da pessoa física, mas sim o nome empresarial. 
 O nome jurídico é diferente de como ela se apresenta, por exemplo, a Coca-Cola tem como nome jurídico 
Rio de Janeiro Refrescos Ltda. 
O nome social não é o nome do sócio, mas sim o nome da empresária. A empresária é a Lojas Americanas. 
Nome é gênero que se divide em duas espécies: razão social e denominação 
 
 razão social ou firma 
Nome 
 denominação 
 
S/A é sempre denominação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art4%C2%A71i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art4%C2%A71i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art18a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art18a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12470.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12470.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12470.htm#art4
8 | P á g i n a p a o l a _ c u n h a 2 0 0 0 @ y a h o o . c o m . b r 
 
 
 Nome jurídico ≠ título do estabelecimento ≠ marcaNome empresarial é o nome de batismo, aquele que vem na nota fiscal. 
Título do estabelecimento é como a empresa se apresenta ao público, é o nome fantasia. 
Marca identifica produtos e serviços, diferenciando-os no mercado, identificando-os por sinais distintivos 
nominativos - palavras escritas ou pronunciadas ou figurativas - sinais ou logos 
 
Obs.: as empresas podem usar nomes distintos ou o mesmo nome. 
A Junta Comercial que vai receber o nome empresarial. Sua função é primordialmente cartorial, de controle 
documental. 
A RCPJ é o registro civil das pessoas jurídicas. As sociedades simples, as associações, os sindicatos, as igrejas 
vão se registrar no RCPJ. 
As cooperativas podem registrar-se em ambos. 
 
 
Art. 968, III 
O capital neste artigo trata-se do capital social, que é a contribuição inicial que o sócio entrega para a 
formação daquela pessoa jurídica. Não é necessariamente dinheiro. 
 
Fazer a promessa é subscrever, e no momento em que a personalidade é registrada e o sócio entrega o que 
prometeu, está-se integralizando o capital. O resultado da integralização é que a responsabilidade do sócio 
some, a sociedade passa a responder sozinha. No contrato social, há a subscrição, já que ainda não há 
sociedade empresarial. 
 
Integralizar o capital é a promessa de entrega, a subscrição. No momento do registro é entregue o 
prometido. A responsabilidade social, ou seja, do sócio, desaparece. A sociedade responde sozinha. 
 
O objeto é a atividade e precisa ser definido. Não é possível se debruçar sobre todos os ramos. 
 
O capital social é estático, ele não muda; o patrimônio é que é oscilante. É apenas quanto o que cada um 
colocou no começo da sociedade. Mas a sociedade pode pedir para aumentar o capital social através de 
uma alteração na Junta. 
 
Obs.: Para bancos, pelo menos metade do capital social tem que ser integralizado; em relação à atuação no 
mercado financeiro, venda de ações, ver art. 19, §6º Lei 6.385/76 − Lei da Comissão de Valores Mobiliários. 
 
Art. 968, IV 
O objeto é a atividade, é o ramo da atividade, e ele tem que ser definido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Rio, 08/03/2017 
 
Aula 3 
 
 
OBRIGAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS (CONT.) 
 
RPEM (Registro Público das Empresas Mercantis) -> Lei 8934/94 
 
 SINREN 
Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis 
 ↓ 
 DNRC (DREI) 
DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio 
DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração 
 ↓ 
 Juntas comerciais 
 
O sistema operacional dos registros públicos foi criado pela lei 8934/94 e criou o SINREM, que é formado 
pelo DNRC, que hoje é chamado de DREI, e abaixo tem-se as juntas comerciais. 
 
O empresário deverá levar o ato constitutivo (estatuto ou contrato social) à junta comercial para registro. 
 
 
Atenção!!! 
Clubes, associações têm estatutos, mas serão registrados no RCPJ. 
Apenas sociedades empresariais são registradas na Junta Comercial. 
Sociedades não empresariais, como sindicatos, partidos políticos, sociedades simples, serão registrados no 
RCPJ. 
 
Obs.: A cooperativa por força da lei 8934/94 seria registrada na junta comercial, mas pelo Código Civil, é 
equiparada a sociedade simples, que é registrada no RCPJ. 
 
 
O empresário rural tem a faculdade de se registrar, ou seja, se ele não quiser se registrar, não é considerado 
irregular. 
 
 
Todos têm acesso às informações que estão disponíveis na JUCERJA de qualquer atividade empresarial. Os 
dados são sigilosos, mas o registro é público. A escrituração é sigilosa. 
 
 
 
 
A constituição das sociedades empresariais tem 3 fases históricas: 
 
1ª) Concessão real (alvarás) 
2ª) Autorização 
3ª) Regulamentação 
 
 
 
 
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Lei 9.934/94 
Art. 32. O registro compreende: 
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e 
administradores de armazéns-gerais; 
II - O arquivamento: 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas; 
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; 
d) das declarações de microempresa; 
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; 
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes 
auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
 
 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
 “Matrícula é um ato de registro praticado pela Junta que se refere a alguns profissionais específicos, os 
chamados auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais. Nesse caso, a Junta funciona, grosso modo, como órgão regulador da profissão. 
 O arquivamento é o ato de registro que diz respeito, basicamente, aos atos constitutivos da sociedade 
empresária, da EIRELI ou do empresário individual. 
Quanto ao arquivamento dos atos constitutivos das cooperativas nas Juntas Comerciais, conforme previsão 
constante da parte final da alínea “a” do dispositivo legal transcrito acima, estabeleceu-se uma interessante polêmica 
sobre o tema após a entrada do Código Civil de 2002. É que as cooperativas são consideradas sociedades simples por 
determinação legal (art. 982, parágrafo único, do Código Civil), submetendo-se, em tese, ao registro no Cartório de 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, e não nas Juntas Comerciais (art. 1.150 do Código Civil). Todavia, o art. 18 da Lei 
5.764/1971 (Lei do Cooperativismo) e a regra citada no parágrafo anterior preveem que as cooperativas devem ser 
registradas nas Juntas Comerciais”. 
 
Dissolução -> Liquidação -> Extinção 
Dissolução: decisão de acabar. 
Liquidação: transformar bens de toda natureza, de toda ordem em dinheiro. 
 
Consórcio é uma união de sociedades empresariais. Não tem personalidade jurídica. Muito usado na área 
pública, em obras, por exemplo, já que a expertise passa por vários ramos. São várias atividades empresarias 
no empenho para que a obra seja concluída. 
 
Grupos de sociedades são sociedades que pertencem a uma holding, por exemplo, o Grupo Votorantim. Vem 
com o nome empreendimentos e participações. A holding é aquela que encabeça a sociedade. A holding pura 
não pratica atividade específica, só detém o controle, tem a maior participação do grupo. As outras empresas 
são as subsidiárias. 
 
Obs.: Se 100% do capital pertencer a holding, ela é chamada de subsidiária integral. 
 
A figura das sociedades estrangeiras não existe mais. As transnacionais optam hoje por se nacionalizar. 
 
 
- Regime jurídico tributário 
 
Lua nova ltda.me (sociedade limitada com regime jurídico tributário de microempresa) 
Lua nova ltda.epp (sociedade limitada com regime jurídico tributário de empresa de pequeno 
porte) 
Lua nova ltda. (sociedade limitada) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm
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Os livros precisam ser autenticados para ter validade de documento. 
 
DNRC, atualmente DREI, equaliza tudo que diz respeito ao comércio no âmbito federal, trabalhando com 
instruções normativas de forma a planificar no território nacional. 
 
Obs.: As Juntas Comerciais são órgão estatais. 
 
A junta comercial tem subordinaçãohierárquica híbrida, ou seja, ela se subordina tanto à União quanto ao 
Estado. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado: 
“...a autenticação é ato de registro que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros 
empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. A autenticação é um requisito extrínseco de regularidade na 
escrituração...” 
 “Destaque-se que, segundo o disposto no art. 1.154 do Código Civil, o ato sujeito a registro não pode ser oposto 
a terceiros antes do cumprimento das formalidades exigidas, salvo se houver prova de que o terceiro o conhecia”. 
 
Etapas do Registro: 
Matrícula dos agentes 
Arquivamento dos documentos 
Autenticação dos documentos de escrituração 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado : 
“No seu art. 1.º, a referida lei estabelece as finalidades do registro de empresa: “I – dar garantia, publicidade, 
autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; 
II – cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações 
pertinentes; III – proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento. 
No seu art. 3.º, por sua vez, a Lei 8.934/1994 cria o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas 
Mercantis), sistema que regula o registro de empresa no Brasil. Esse sistema é composto por dois órgãos: “I – O 
Departamento Nacional de Registro do Comércio [DNRC], órgão central do SINREM, com funções supervisora, 
orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo; II – As Juntas Comerciais, 
como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro”. Atualmente, onde a lei menciona 
o DNRC, deve-se substituir pelo DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração), órgão disciplinado pelo 
Decreto 8.001/2013, que integra a estrutura da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. 
As Juntas Comerciais são responsáveis pela execução e administração dos atos de registro. São órgãos locais, 
que integram estrutura administrativa dos Estados-membros. Cada unidade federativa possui uma Junta Comercial, 
segundo disposição constante do art. 5.º da lei. 
A doutrina costuma destacar que as Juntas Comerciais, por fazerem parte da estrutura administrativa dos 
Estados, mas se sujeitarem, no plano técnico, às normas e diretrizes baixadas pelo DREI, órgão central do SINREM e que 
integra a estrutura administrativa federal, possuem uma subordinação hierárquica híbrida. No plano técnico, as Juntas 
se submetem ao DREI, enquanto, no âmbito administrativo, elas se submetem à administração estadual: “as juntas 
comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao 
DREI, nos termos desta lei” (art. 6.º da Lei 8.934/1994). Apenas a Junta Comercial do Distrito Federal se submete, tanto 
técnica como administrativamente, ao DREI, conforme preceitua o art. 6.º, parágrafo único, da Lei 8.934/94”. 
Lei 8.934/94 
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua 
jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei. 
Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC. 
 
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Rio, 15/03/2017 
Aula 4 
 
PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL 
 
Nome X Título de estabelecimento X Marca 
 
✓ Nome é o elemento identificador do empresário 
✓ Título do estabelecimento identifica o estabelecimento 
✓ Marca identifica produtos e/ou serviços 
 
Estes nomes podem ser idênticos ou totalmente diferentes. 
 
O nome tem uma característica diferente. O nome não é um bem. 
Obs.: bem é aquilo que tem valoração econômica e pode ser material ou imaterial 
 
CC/2002 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado : 
 “[...]’nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual, empresa individual de responsabilidade 
Ltda. – EIRELI, as sociedades empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas 
pertinentes’ (art. 1.º, caput, da IN/DREI 15/2013) ’. 
 Como sinal distintivo que identifica o empresário no exercício de sua atividade, o nome empresarial possui 
duas funções relevantes, uma de ordem subjetiva – de individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente da 
atividade empresarial – e outra de ordem objetiva – de lhe garantir fama, renome, reputação etc. 
É preciso tomar cuidado, todavia, para não confundir o nome empresarial com alguns outros importantes elementos 
de identificação do empresário, tais como a marca, o nome de fantasia (também chamado por alguns de título de 
estabelecimento ou insígnia), o nome de domínio e os chamados sinais de propaganda”. 
A marca está LPI, que é a Lei nº 9.279/96, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade 
industrial. 
Nome é o que vem na nota fiscal. 
O nome é um identificador do empresário e pode ser de dois tipos: denominação ou razão social ou firma. 
Título de estabelecimento é elemento fantasia ou nome fantasia e é como o empresário se apresenta ao 
público. 
O estabelecimento pode ser virtual. 
Assim como o nome, o título de estabelecimento também é protegido na junta comercial. 
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O título de estabelecimento pode ser igual, como no caso das Lojas Americanas ou diferente como no caso 
do Itaú Unibanco S.A, cujo título de estabelecimento é Itaú. 
Porém há também produtos com a marca Itaú, como por exemplo, a Itaú Personnalité. 
No ato de constituição, será feita uma busca prévia no sentido de averiguar se outro empresário já utiliza o 
nome em questão. 
 
Nome empresarial → Encontra-se na nota fiscal. 
Título de estabelecimento → Como o empresário se apresenta ao público 
Marca → Registrada no INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
 “ Como sinal distintivo que identifica o empresário no exercício de sua atividade, o nome empresarial possui 
duas funções relevantes, uma de ordem subjetiva – de individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente da 
atividade empresarial – e outra de ordem objetiva – de lhe garantir fama, renome, reputação etc.” 
“A marca é um sinal distintivo que identifica produtos ou serviços do empresário (art. 122 da Lei 9.279/1996). Sua 
disciplina está adstrita ao âmbito do direito de propriedade industrial e será oportunamente analisada. ” 
 
Em princípio, o título de estabelecimento pode ser alienado. Sua proteção encontra-se na Lei 8.934/1994 
que dispõe sobre o registro público de empresas mercantis e atividades. 
 
CC/2002 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária. 
 
O nome e o título de estabelecimento são protegidos na junta comercial. É necessário que se faça uma 
busca prévia para averiguar se já é utilizado. 
INPI que é uma autarquia nacional que protege a marca, que é um bem do empresário. 
Obs.: contrato de franquia e os contratos logiciários (softwares) também são reguladas pela INPI. 
A marca é um bem e não pode ser alienado. 
 
 Denominação 
 Nome 
 
 Razão social 
 
Nome é o gênero cujas espécies são denominação, razão social ou firma. 
A razão social e afirma têm sua formação através dos nomes dos sócios. 
O nome segue o princípio da especialidade. 
O nome serve para proteger a concorrência. 
 
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwicmcn89IPTAhWCjJAKHfiXCxcQFghZMAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.itau.com.br%2Frelacoes-com-investidores%2Fgovernanca-corporativa%2Fitau-unibanco-sa&usg=AFQjCNEQLghnhVWsBzBGl1YtbStFRBj6uAhttps://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiD8svm9YPTAhWGvZAKHbkYDmoQFggyMAE&url=https%3A%2F%2Fwww.itau.com.br%2Fpersonnalite%2Finvestimentos%2Fprevidencia%2Frentabilidade%2F&usg=AFQjCNGDm9OgIdWtQuaaXD-HoqZdrBZXyQ&bvm=bv.151325232,d.Y2I
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiAyoa294PTAhUDS5AKHWxyB0MQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.inpi.gov.br%2F&usg=AFQjCNEyv6jC6uAC26Bo3te4WGgq1fKprw
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Obs.: Na firma não é necessário colocar o objeto social. 
 
- S/A só pode ser denominação 
- Ltda. Pode ser ambas, denominação ou razão social. 
- Eireli pode usar ambas 
- Nome coletivo só pode ser razão social ou firma. 
- Comandita simples apenas firma. 
 
O nome segue o princípio da especialidade. Pode haver nomes iguais para ramos distintos. 
EX: Padaria Dois Irmãos, Mercearia Dois Irmãos, Borracharia Dois Irmãos etc. 
O nome serve para proteger a concorrência, portanto, se eles não concorrem, podem ter o mesmo nome. 
CC/2002 
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se 
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
 
O nome está ligado ao nome do sócio, como, por exemplo, Julio Bordoni S.A. Quando se utiliza o nome de 
alguém conhecido, segue o princípio da veracidade, ou seja, é possível utilizá-lo se é seguidor desta pessoa, 
porém há de se ter cuidado quando ainda não é nome de domínio público, como no caso de uma 
homenagem, no entanto, isso já faz parte de direito autoral. 
Denominação deve indicar o ramo de atividade. Se for, porém, razão social, não é necessário indicar o 
ramo. 
Ex: Lua Nova transportadora S.A (denominação) 
 Julio Bordoni Ltda. 
 
O nome próprio em razão social é uma homenagem. 
Obs.: As Sociedades Anônimas nascem por investimento. 
 
O estabelecimento encontra-se disposto no art. 1.142 do Código Civil 
CC/2002 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
O nome de fantasia, por sua vez, é a expressão que identifica o título do estabelecimento. Grosso modo, está 
para o nome empresarial assim como o apelido está para o nome civil. Muitas pessoas possuem apelidos e atendem 
por essa expressão nas suas relações informais com amigos e parentes, mas nas relações formais, obviamente, sempre 
se identificam com o seu nome civil. Assim também ocorre com os empresários: nos contratos ou nos documentos 
públicos, por exemplo, o empresário sempre se identificará com o seu nome empresarial, não obstante se identificar 
para seus consumidores por meio de panfletos, dos uniformes dos funcionários ou do layout do estabelecimento 
mediante o seu nome de fantasia. 
 
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O estabelecimento pode ser virtual. 
Ponto ≠ Estabelecimento 
Ponto – lei 8245/91, Lei de locações. 
Ponto é local físico. 
O estabelecimento é um complexo de bens que se utiliza para exercer a atividade incluindo o ponto. É um 
bem formado por um complexo de bens 
O estabelecimento é o sobrevalor que ele representa. 
Quanto custa para montar uma padaria? 
R$ 1.000.000 
Por quanto esta padaria será vendida? 
R$ 5.000.000 
Sobrevalor: R$ 4.000.000 
O sobrevalor ou valor agregado indica o que revela o estabelecimento, este complexo de bens gerando 
lucratividade. 
Ao organizar o estabelecimento empresarial, o empresário agrega um sobrevalor aos bens reunidos, ou seja, 
enquanto esses bens são mantidos articulados em função da empresa, o conjunto alcança, no mercado, um 
valor superior à simples soma de cada um desses bens em separado. Em outras palavras, corresponde às 
perspectivas da rentabilidade da empresa nele explorada pelo empresário. Esse sobrevalor agregado ao 
estabelecimento empresarial é também chamado de aviamento ou fundo de comércio. 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
 “No de Oscar Barreto Filho, autor da mais completa obra sobre o tema no Brasil, “é o complexo de bens, 
materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante [hoje empresário] para a exploração 
de determinada atividade mercantil [hoje empresa]”. Trata-se, em suma, de todo o conjunto de bens, materiais ou 
imateriais, que o empresário utiliza no exercício da sua atividade. ” 
“[...] o local em que o empresário exerce suas atividades – ponto de negócio – é apenas um dos elementos que compõem 
o estabelecimento empresarial, o qual, como visto, é composto também de outros bens materiais (equipamentos, 
máquinas etc.) e até mesmo bens imateriais (marca, patente de invenção etc.). ” 
“[...] embora estabelecimento, empresa e empresário sejam noções que não se confundem, são conceitos que se inter-
relacionam, podendo-se dizer, pois, que o estabelecimento, como complexo de bens usado pelo empresário no 
exercício de sua atividade econômica, representa a projeção patrimonial da empresa ou o organismo técnico-
econômico mediante o qual o empresário atua. ” 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Rio, 22/03/17 
Aula 5 
 
OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO (CONT.) 
2ª) Escrituração (Art. 1.179 do CC) 
A segunda obrigação do empresário é a escrituração. 
CC/2002 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
Obs.: Onde se lê empresário, leia-se empresário individual, embora não fosse necessária esta distinção, já 
que as sociedades empresárias abarcam os empresários individuais. 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“[...] os empresários devem manter um sistema de escrituração contábil periódico, além de levantar, todo ano, 
dois balanços financeiros: o patrimonial e o de resultado econômico. 
A escrituração se assenta nos livros. Sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme que 
correspondam com documentação − princípio da uniformidade e princípio da documentalidade (todo 
lançamento, toda escrituração que se faz na contabilidade precisa ter um documento explicativo daquele 
lançamento). 
Outro princípio que orienta a escrituração é que o livro é sigiloso. O princípio do sigilo é no sentido de guardar 
a expertise do empresário. A exceção a esse princípio é o acesso a pedido do agente fazendário (fiscal 
tributário e previdenciário), ou seja, nem mesmo o juiz, em princípio, tem acesso ao livro. Há, porém, algumas 
exceções previstas no Código Civil. 
 
CC/2002 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, 
poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou 
não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária 
para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de 
outrem, ou em caso de falência. 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar 
que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da 
sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estas nomeadas, para deles se extrair o que 
interessar à questão. 
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“Embora a lei fale apenas em livros, os instrumentos de escrituração são: a) livros; b) conjunto de fichas ou folhas 
soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d) microfichas extraídas a partir de microfilmagem por computador”. 
 
 
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Classificação dos livros: 
 
 comum 
 obrigatório 
 especial 
Livro facultativo 
 
 fiscal 
 
O livro tem uma característica específica, que é o valor probandi, mas para isso ele tem que ser autenticado 
na Junta Comercial. O empresário, ao abrir um livro, deverá autenticá-lo na Junta. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“[...] para que os livros façam prova a favor do empresário é preciso que eles estejam regularmente escriturados, 
conforme disposição do art. 418 do novo Código de Processo Civil: “Os livros empresariais que preencham os requisitos 
exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários” 
O livro obrigatório comum (porque é uma exigência comum a todos os empresários) é o Diário (exigência do 
art. 1.180 do CC). Todas as movimentações precisam constar no Diário. A exceção a esta regra é o MEI, que 
não precisa de Diário (LC 123/06). 
CC/2002 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas 
no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço 
patrimonial e do de resultado econômico. 
 
Há também os livros obrigatórios especiais, que são os livros exigidos em leis que não são obrigatórios a 
todos (por ex., art. 19 da Lei 5.474/68 − o livro de duplicata é obrigatório para quem quer emitir duplicata; 
art. 100 da Lei das 6.404/76 − as S.A. tem que ter os livros listados neste artigo). 
Lei 5.474/68 
Art . 19 “caput”. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o vendedor a ter e a 
escriturar o Livro de Registro de Duplicatas. 
 
Lei 6.404/76 
Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, 
revestidos das mesmas formalidades legais: 
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (Redação dada pela Lei nº 
9.457, de 1997) 
a) do nome do acionista e do número das suas ações; 
b) das entradas ou prestações de capital realizado; 
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia; 
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações; 
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as 
ações ou obste sua negociação. 
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que 
deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes; 
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias 
Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos números I e 
II deste artigo; 
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
V - o livro de Presença dos Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de 
Diretoria; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9457.htm#art1
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O livro facultativo é no sentido de ser facultado ao empresário levar à autenticação qualquer livro que ele 
queira (ex. livro de inventário, livro-caixa ou qualquer livro que o empresário quiser inventar). 
O livro fiscal é colocado por alguns autores como autônomo, mas em verdade ele é um livro obrigatório 
especial. Todo livro fiscal é obrigatório. Ex: LALUR é um livro fiscal (Livro de Apuração de Lucro Real). 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“A doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do Código 
Civil). O livro Diário também pode ser substituído pelo livro Balancetes Diários e Balanços quando o empresário adotar 
o sistema de fichas de lançamentos (art. 1.185 do Código Civil). Sendo o Diário o único livro obrigatório comum, são 
facultativos os livros Caixa, no qual se controlam as entradas e saídas de dinheiro, Estoque, Razão, que classifica o 
movimento das mercadorias, Borrador, que funciona como um rascunho do diário, e o Conta corrente, que é usado 
para recebem essa qualificação os livros que o empresário escritura em razão do disposto na legislação empresarial”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 6 
 
OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO (CONT.) 
3ª) Obrigação do empresário: levantar balanço 
- Balanço econômico e balanço patrimonial 
CC/2002 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“Outra obrigação legal imposta a todo empresário, seja ao empresário individual ou à sociedade empresária, é a 
necessidade de “seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus 
livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico” (art. 1.179 do Código Civil). Enfim, os empresários devem manter um sistema de escrituração 
contábil periódico, além de levantar, todo ano, dois balanços financeiros: o patrimonial e o de resultado econômico”. 
 
ESTABELECIMENTO 
CC/2002 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária. 
Obs.: Norma autentica ou interpretação autêntica é aquela que se presta definir alguma coisa 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“Trata-se, em suma, de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no exercício 
da sua atividade”. 
”Assim sendo, o estabelecimento não se confunde com a empresa, uma vez que esta, conforme visto, corresponde a 
uma atividade. Da mesma forma, o estabelecimento não se confunde com o empresário, já que este é uma pessoa física 
ou jurídica que explora essa atividade empresarial e é o titular dos direitos e obrigações dela decorrentes. Mas, embora 
estabelecimento, empresa e empresário sejam noções que não se confundem, são conceitos que se inter-relacionam, 
podendo-se dizer, pois, que o estabelecimento, como complexo de bens usado pelo empresário no exercício de sua 
atividade econômica, representa a projeção patrimonial da empresa ou o organismotécnico-econômico mediante o 
qual o empresário atua”. 
 Corpóreo 
 Incorpóreo “Netshoes” 
Bem formado 
 
por um complexo de bens. 
 
 universalidade Fato 
 de bens 
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Estabelecimento é um bem formado por um complexo de bens. 
Natureza jurídica do estabelecimento: universalidade de bens de fato. 
É de fato porque é determinada pela vontade do empresário e não por determinação legal. 
CC/2002 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, 
tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor 
econômico. 
 
Bens são representativos de patrimônio e podem demandar ou demandar, como no caso das quase pessoas 
e precisam de uma gestão específica que tem direitos a defender e podem ser demandados. 
Obs.: Quase pessoas (espólio, massa falida, condomínio) 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
Universalidade, segundo a doutrina, é um conjunto de elementos que, quando reunidos, podem ser concebidos 
como coisa unitária, ou seja, algo novo e distinto que não representa a mera junção dos elementos componentes. 
Segundo a doutrina civilista, o que distingue a universitas iuris da universitas facti é o liame que une as coisas 
componentes de uma e de outra universalidade: na universalidade de direito, a reunião dos bens que a compõem é 
determinada pela lei (por exemplo: massa falida, espólio); na universalidade de fato, a reunião dos bens que a compõem 
é determinada por um ato de vontade (por exemplo: biblioteca, rebanho). 
 
Estabelecimento não tem personalidade jurídica. 
 
Trespasse é o contrato de alienação do estabelecimento. 
 
O estabelecimento é marcado por um sobrevalor. 
 
Padaria com todos os bens → R$ 1.000.000 
Valor de trespasse da padaria → R$ 3.500.000 
Sobrevalor→ R$ 2.500.000 – propensão de gerar lucro (aviamento) + ideia + o quanto a coletividade está 
acostumada com aquele estabelecimento + quantidade de clientes 
 
Obs.: Ninguém tem direito à clientela A clientela é fator indicativo de sucesso, mas não é alienado. 
Há 2 princípios que fundamentam essa afirmativa 
- Livre concorrência 
- Livre iniciativa 
 
A clientela faz parte do mundo jurídico, porém é objeto do ramo do direito econômico 
 
Obs.: Os franceses utilizam o termo fundo de comércio, que é parecido com estabelecimento, os italianos 
criaram o termo aviamento, estão ligadas a capacidade de lucratividade, está ligado à clientela e integram o 
sobrevalor. 
 
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O que é alienado não é a empresa (empreendimento), mas sim o estabelecimento, o bem, que é o que pode 
ser valorado. 
 
O estabelecimento pode ser formado por bens corpóreos e incorpóreos. 
Bens imateriais: aviamento, já que a clientela pode aumentar ou diminuir, embora componha o 
estabelecimento. 
Bens materiais: máquinas, mercadorias, veículos. 
 
O estabelecimento não se confunde com a pessoa jurídica. O estabelecimento é um bem da pessoa jurídica. 
Lua Nova Transportadora Ltda. é a empresária e o estabelecimento lhe pertence. 
 
É possível se desfazer de um estabelecimento havendo dividas? 
Há duas hipóteses: 
1) Se há mais bens para garantir o pagamento aos credores, sim 
2) Se não há outros bens para garantir o pagamento aos credores, deve-se notificar os credores sobre 
a alienação. 
 
Cláusula de gatilho de restabelecimento, que significa voltar a concorrer. 
CC/2002 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista 
neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
 
O restabelecimento pode ocorrer apenas após 5 anos. Este artigo do Código Civil está ligado ao direito de 
concorrência, por esta razão, não se considera restabelecimento se o alienante se instala em bairro diverso. 
A cláusula tem âmbito territorial de aplicação 
Se tratar-se de estabelecimento virtual, o alienante deverá aguardar o prazo contratual ou, na falta deste, o 
prazo de 5 anos. 
 
Notas do Livro Direito Empresarial Esquematizado 
“O art. 1.147 do Código Civil positivou no direito empresarial brasileiro a chamada cláusula de não concorrência 
(também conhecida como cláusula de não restabelecimento ou cláusula de interdição da concorrência): “não havendo 
autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos 
subsequentes à transferência”. 
“[...] mesmo na ausência de cláusula contratual expressa, o alienante tem a obrigação contratual implícita de não fazer 
concorrência ao adquirente do estabelecimento empresarial”. 
“ Essa obrigação implícita imposta ao alienante é uma decorrência lógica da aplicação do princípio da boa-fé objetiva às 
relações contratuais”. 
 
 
 
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Aula 7 
1. Para qualificação do empresário a história se divide em três momentos. Elenque-os e explique-
os. 
A primeira fase é a de corporações de ofício, que nasce com a ascensão da burguesia na Idade Média e é uma 
fase de autorregulamentação, já que não havia ainda nenhuma participação “estatal” e que surge da 
necessidade de se formar uma tutela para reger as relações entre os seus membros. Nesse período de 
formação do direito comercial, brotam seus primeiros institutos jurídicos, como os títulos de crédito (letra 
de câmbio), as sociedades (comendas), os contratos mercantis (contrato de seguro) e os bancos. 
Na segunda fase, da Teoria dos Atos do Comércio, Napoleão cria o Código Comercial Napoleônico que definia 
comerciante como aquele que pratica atos de comércio. O subjetivismo deu lugar ao objetivismo dos atos 
legais e as condutas passaram a ser analisadas com o que era estipulado nas regras. 
Em 1942 surge a Teoria da Empresa que consiste em dizer que empresário é aquele que pratica atividade 
mercantil de produzir bens e serviços lícitos à população em geral com habitualidade com intuito de fins 
lucrativos. O Brasil só adotou a Teoria da Empresa em 2001. 
2. Qual a diferença entre o empresário e a empresa? 
O empresário é quem atua em nome próprio nome e exerce a atividade através do estabelecimento. Está 
definido no art. 966 do Código Civil. É quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços, portanto é necessário que haja todos os elementos: 
habitualidade, objeto lícito, intuito lucrativo, profissionalidade, produção organizada de bens e serviços. 
Empresa é a atividade econômica organizada 
3. Qual a especificidade em relação ao registro em se tratando de empresário rural? 
O empresário rural, segundo o Código Civil, tem a faculdade de se registrar junto à Junta Comercial, ou seja, 
se ele não desejar se registrar, não é considerado irregular. Aquele que exerce atividade econômica rural 
optar por não se registrar não será considerado empresário, para os efeitos legais. Em contrapartida, se ele 
optar por se registrar, será considerado empresário para todos os efeitos legais, com os mesmos direitos, 
obrigações e benefícios. 
4. Quais as três principais obrigações do empresário? Explique-as sucintamente. 
1ª) Registrar-se (Art.967 CC) - O empresário deve levar seu ato constitutivo (o Contrato Social ou o Estatuto)à Junta Comercial para registrar-se. a inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito 
delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização. 
2ª) Escrituração (Art. 1.179 do CC) - Os empresários devem manter um sistema de escrituração contábil 
periódico. 
3ª) Levantar balanço (Art. 1.179 do CC) – Anualmente serão feitos dois balanços financeiros: o patrimonial e 
o de resultado econômico. 
 
 
 
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5. Quais as espécies de empresário? 
Empresário Individual e Sociedade Empresarial. Os empresários individuais são pessoas naturais que 
exercem sua atividade econômica individualmente, sem a colaboração de sócios e se subdividem-se em 
empresários individuais, cuja responsabilidade é ilimitada, e as Eireli – empresas individuais de 
responsabilidade limitada, em que a responsabilidade é restrita ao valor do capital integralizado. 
 
6. O que se entende por empresa em seu sentido jurídico? 
 
 
7. Qual o papel da matrícula na junta comercial? 
Matrícula é um ato de registro praticado pela Junta que se refere a alguns profissionais específicos, os 
auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais. Nesse caso, a Junta atua como órgão regulador da profissão. 
 
8. Qual o papel do arquivamento? 
O arquivamento é o ato de registro que diz respeito, basicamente, aos atos constitutivos da sociedade 
empresária, da EIRELI ou do empresário individual. 
 
9. Qual o papel da autenticação? 
A autenticação dá valor probatório aos livros e demais documentações do empresário. Trata-se de ato de 
registro que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros empresariais) e dos 
agentes auxiliares do comércio. 
10. Como se organiza o registro público das empresas mercantis no Brasil? 
O Registro Público das Empresas Mercantis no Brasil se estrutura através do SINREM – Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis, ligado diretamente a primeira obrigação do empresário que é inscrever-se 
juntos ao órgão de registro competente. 
O SINREM é formado por dois órgãos: o DREI, antigo DNRC, em nível federal, que tem como função controle 
técnica das Juntas Comerciais, e as Juntas Comerciais em nível estadual, que têm como principal função a 
execução dos atos de registro das empresas. 
11. Quais são as espécies de livros empresariais? Explique-os. 
- Livro obrigatório comum, que é uma exigência comum a todos os empresários, e trata-se do Diário (Art. 
1.180 do CC). A exceção a esta regra é o MEI, que não precisa de Diário (LC 123/06); 
 - Livros obrigatório especiais, que são os livros exigidos em leis que não são obrigatórios a todos, por 
exemplo, o livro de duplicata é obrigatório apenas para quem quiser emitir duplicata; 
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- Livro facultativo, que tratam da faculdade de o empresário poder levar à autenticação qualquer livro que 
ele queira (ex. livro de inventário, livro-caixa, livro de estoque etc.). 
- Livro fiscal, que é colocado por alguns autores como autônomo, mas que na verdade se trata de um livro 
obrigatório especial. 
12. Qual a única exceção legal a escrituração do diário? 
A exceção a esta regra é o MEI – Microempresário individual, que não precisa de Diário (LC 123/06). 
 
13. Explique os princípios abaixo indicados que orientam os livros: 
 
1. Documentalidade: Por este princípio, entende-se que toda escrituração que se faz na 
contabilidade precisa ter um documento explicativo daquele lançamento. 
 
2. Uniformidade: A ordem cronológica de dia, mês e ano deve ser observada. 
 
3. Sigilo de acesso: Tal princípio tem o sentido de guardar a expertise do empresário, todos os 
segredos empresariais que podem fazer a diferença no produto final, na qualidade, no preço 
dos produtos. 
 
14. Quais as exceções administrativas ao princípio do sigilo dos livros? 
A exceção a esse princípio é o acesso a pedido do agente fazendário (fiscal tributário e previdenciário), no 
exercício da fiscalização tributária, e em virtude de ordem judicial, podendo ser a exibição total ou parcial 
conforme cada caso. 
 
15. Qual a diferença entre o empresário estrangeiro e o empresário nacional? 
 
O empresário estrangeiro sofre certas limitações em relação ao empresário nacional. Para desenvolver 
atividades realizadas por estrangeiros no Brasil, é necessária uma autorização dada pelo Governo Federal. , 
ou seja, a para explorar as atividades no território nacional, a sociedade estrangeira, tem duas opções: a 
primeira é submeter-se ao processo de pedido de autorização e a segunda é constituir uma sociedade 
anônima nacional e tornar-se acionista. 
16. Qual a estrutura orgânica da junta comercial? 
Segundo o disposto no art. 9.º da Lei 8.934/1994, a Junta Comercial se organiza da seguinte forma: 
Presidência, como órgão diretivo e representativo; Plenário, como órgão deliberativo superior; Turmas, como 
órgãos deliberativos inferiores; Secretaria-Geral, como órgão administrativo; Procuradoria, como órgão de 
fiscalização e de consulta jurídica. 
 
17. Qual o prazo que a lei confere para que seja providenciado o arquivamento e, em caso de perda 
deste prazo qual a consequência? 
 
De acordo com o artigo 36 da Lei 8.934/94 os documentos deverão ser apresentados na Junta dentro de 30 
dias contados da sua assinatura, cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento. Decorrido este prazo, o 
arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. 
 
 
 
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18. Qual a novidade no ordenamento jurídico com a inserção da Eireli? 
Antes da criação da figura da EIRELI, quando uma pessoa queria exercer atividade empresarial, havia apenas 
a figura do microempreendedor individual (MEI) que, responde com seu patrimônio pessoal por eventuais 
compromissos decorrentes da atividade empresarial. A EIRELI surge com as mesmas regras das sociedades 
limitadas: somente o patrimônio social da empresa garantirá os débitos decorrentes de sua atividade (dívidas 
fiscais, trabalhistas, cíveis). 
 
 
19. Como deve ser formado o capital social da Eireli? 
A constituição de capital deve ser feita por uma única pessoa e não pode ser inferior a 100 salários mínimos. 
20. Quais as espécies de nome empresarial? Explique-as. 
O Código distingue duas espécies de nome empresarial: firma e denominação. 
A firma ou razão social é espécie de nome empresarial, formada por um nome civil – do próprio empresário, 
no caso de firma individual, do titular, no caso de EIRELI, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. 
Tem a faculdade de trazer indicado o ramo de atividade. 
A denominação, que pode ser usada por certas sociedades ou pela EIRELI pode ser formada por qualquer 
expressão linguística e a indicação do objeto social é obrigatória. 
 
21. Aponte as espécies de nomes cabíveis para os tipos societários abaixo apontados: 
 
1. Sociedade limitada Ltda Firma ou denominação. 
2. Sociedade anônimo S/A Apenas denominação. 
3. Eireli Firma ou denominação 
 
22. Diz-se que o nome empresarial é orientado pelo princípio da especialidade. O que significa tal 
afirmativa? 
O nome segue o princípio da especialidade para proteger a concorrência. É possível, portanto, haver nomes 
iguais para ramos distintos. 
23. Explique o princípio da veracidade dos nomes empresariais. 
O nome empresarial não poderá conter nenhuma informação falsa. Sendo a expressão que identifica o 
empresário em suas relações como tal, é imprescindível que o nome empresarial só forneça dados 
verdadeiros àquele que negocia com o empresário. Quando se utiliza o nome de alguém conhecido, segue o 
princípio da veracidade, ou seja, é possível utilizá-lo se é seguidor destapessoa, porém há de se ter cuidado 
quando ainda não é nome de domínio público, como no caso de uma homenagem, no entanto, isso já faz 
parte de direito autoral. 
 
24. Pessoa jurídica pode constituir uma Eireli? Justifique 
Não, a EIRELI só pode ser constituída por pessoa natural (enunciado 468 Conselho de Justiça Federal). Cria 
uma pessoa jurídica, é um novo ente jurídico personalizado e não é uma sociedade. Essa nova pessoa jurídica 
criada terá personalidade jurídica distinta daquele que a forma. 
 
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25. A Eireli poderá resultar da concentração das cotas. Explique como se opera tal fenômeno. 
A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de 
outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal 
concentração. 
26. Se observarmos um problema que assole um caso que esteja previsto envolvendo a Eireli, onde 
buscaremos uma solução complementar. 
A Lei 12.441/2011 é a lei que regula a Eireli, porém no Código Civil há artigos que tratam dessa modalidade 
e também instruções normativas etc. 
27. Qual o defeito da expressão sociedade unipessoal? Justifique 
Não há, no direito brasileiro, a possibilidade de se formar sociedade por um sócio apenas. A a pluralidade de 
sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981 do Código Civil). 
28. O que se entende por sociedade de propósito específico (SPE)? 
A SPE não é tipo societário, mas sim, apenas uma possibilidade legal que terá um objeto limitado, um único 
propósito específico, um único empreendimento. Após o término do propósito específico se exaure a 
sociedade através da dissolução, liquidação e extinção. 
29. É possível uma sociedade anônima simples? Justifique 
 
Não. Sociedade simples não é empresarial ( artigo 966 CC/02) , é exercida , por exemplo, por atividade é de 
caráter intelectual. Já a sociedade anônima há capital dividido entre ações e tem a responsabilidade de seus 
sócios ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas. Logo, devido as divisões de ações e 
não exercer atividade intelectual a S.A não pode ser simples. 
30. É possível a sociedade simples adotar um tipo próprio da sociedade empresarial? Justifique 
Sim, ao começar explorar mão de obra, obter lucro, passar a não somente exercer atividade intelectual ou 
de prestação de serviço, podem passar a ser um tipo de sociedade empresária. 
31. O que se entende por sociedade em comum? 
Sociedade em comum é aquela cujos atos constitutivos ainda não foram inscritos no registro público, sendo 
assim uma sociedade não personificada. Estão previstas no Art. 986 do Código Civil e se regem por normas 
próprias e subsidiariamente pelas regras da Sociedade Simples. Neste tipo de sociedade os sócios respondem 
solidariamente e ilimitadamente pelas dívidas contraídas em nome da sociedade; o patrimônio da sociedade 
é de titularidade de todos os sócios, constituindo um patrimônio especial. Não devem ser confundidas com 
sociedades irregulares, pois ainda não exercem seu objeto social e estão apenas executando os passos 
preparatórios. 
32. O que se entende por estabelecimento? 
O estabelecimento encontra-se disposto no art. 1.142 do Código Civil. Trata-se de um bem formado por um 
complexo de bens materiais e imateriais utilizado pelo empresário para exercer determinada atividade. 
 
 
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33. Qual a natureza jurídica do estabelecimento? Explique 
O estabelecimento comercial, de acordo com a doutrina majoritária, é considerado uma universalidade de 
fato formada por bens materiais e imateriais, uma vez que é formada por um complexo de bens cuja 
finalidade é determinada pela vontade do empresário, diferentemente do que ocorre na universalidade de 
direito, que é composta por um complexo de bens cuja finalidade é determinada por lei, como, por exemplo, 
a herança e a massa falida. 
34. O que se entende por trespasse? 
Trespasse é o nome dado pela doutrina para o contrato de alienação do estabelecimento comercial. O 
contrato de trespasse produzirá efeitos entre as partes (alienante e adquirente) mesmo que não seja 
averbado na junta comercial, contudo para que venha a produzir efeitos perante terceiros deverá ser 
averbado na Junta Comercial e publicado na imprensa oficial, conforme disciplina o art. 1.144 do Código Civil. 
35. No silêncio do contrato de trespasse, qual o prazo de restabelecimento do alienante? 
O art. 1147 do Código Civil, estabelece a cláusula de não concorrência, atendendo ao princípio da boa-fé 
objetiva às relações contratuais e evitando a concorrência desleal, estabelece que, não havendo dispositivo 
contratual, o restabelecimento não pode ocorrer antes de decorridos 5 anos. A cláusula tem âmbito 
territorial de aplicação. Esta cláusula aplica-se também a estabelecimento virtual. 
36. Quando o adquirente é responsável pela sucessão no caso de trespasse? 
 
Ocorrido o trespasse do estabelecimento, o seu adquirente responderá pelos débitos pendentes, anteriores 
à transferência, ligados àquele estabelecimento, desde que estejam regularmente contabilizados. 
O alienante, continuará, com relação aos créditos vencidos, responsável solidariamente, pelo prazo de um 
ano. Tal prazo, todavia, será contado de maneiras distintas a depender do vencimento da dívida em questão: 
tratando-se de dívida já vencida, o prazo é contado a partir da publicação do contrato de trespasse 
37. Quais os balanços são obrigatórios ao empresário? 
Os balanços obrigatórios são o balanço econômico e balanço patrimonial, que, segundo o art. 1.179 do 
Código Civil, devem ser levantados anualmente. 
38. Por que se afirma que a responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária? 
A responsabilidade dos sócios de uma sociedade empresária, subsidiária, já que devem ser executados 
inicialmente os bens da própria sociedade, enquanto o empresário individual não goza dessa separação 
patrimonial, respondendo com todos os seus bens, inclusive os pessoais, pelo risco do empreendimento, 
possuindo responsabilidade direta. 
39. Qual o erro da expressão "sociedade limitada"? 
A palavra limitada. Porque passa a ideia de quotas limitadas. Na verdade, a responsabilidade dos sócios é 
que é limitada, e eles respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
 
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Rio, 12/04/17 
Aula 7 (continuação) 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
Propriedade intelectual é aquilo que o homem acresce através da inteligência ao meio em que ele vive e 
decorre do direito intelectual. 
O direito intelectual é o gênero. O que o homem cria, o faz pela arte, pela técnica ou com interesses 
industriais. 
A propriedade intelectual é dividida em dois grandes ramos: o direito de autor e a propriedade industrial. 
Quando a criação se dá pela arte ou pela técnica, o ramo que trata dessa questão é o direito autoral, que não 
é objeto de estudo do direito empresarial. 
A diferença entre os ramos da propriedade intelectual é a natureza do ato criativo. O direito autoral tem seu 
reconhecimento pelos órgãos de controle meramente declaratório. Por exemplo, se um indivíduo cria uma 
música e alguém a grava sem sua autorização afirmando ser o autor, o criador da obra, apesar de não a ter 
levado a registro, se comprovar a autoria por algum meio, é suficiente para garantir o reconhecimento. 
Na propriedade industrial, o ato é constitutivo. Quem registra primeiro é o dono da criação. 
A Constituição trata a propriedade industrial como um direito temporal. 
CRFB/88 
Art. 5.º, XXIX. “a lei assegurará aos autores dos inventos industriais privilégio temporário para sua 
utilização, bem como proteção às

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