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Ralfo Félix Miguel Ambrete Resumo caso do Rio Negro Licenciatura em Estatística e Gestão de Informação 4° Ano Universidade Licungo Extensão Beira 2020 Ralfo Félix Miguel Ambrete Resumo caso do Rio Negro Licenciatura em Estatística e Gestão de Informação Trabalho de Investigação Operacional a ser entregue ao departamento de Matemática e Estatística, para fins de classificação. Docente: Prof. Dr. Pedro Mateus Universidade Licungo Extensão Beira 2020 O Caso do Rio Negro O nosso país possui uma bonita região atravessada pelo rio negro o qual permite o desenvolvimento de importantes atividades turísticas (pesca, navegação, praias fluviais). Infelizmente o nível de poluição do rio tem aumentado ao longo dos últimos anos, oque suscita o protesto das entidades ligadas ao turismo fluvial, aos grupos defensores do ambiente e a população em geral. Todavia o problema da poluição do rio e complexo porque parece ser devido a um importante complexo agroindustrial (SUPERTERRA Lda.) localizada na proximidade de um pequeno aglomerado o qual por possuir tecnologias antigas, descarrega elevadas cargas poluentes nos caudais do rio. Esta empresa emprega 420 residentes e que serão desempregados se a fabrica fechar. O Município de Beira-Serra cansado de esperar, encentou negociações diretas com o complexo tendo ambos decidido contratar um jovem engenheiro com boa formação em investigação operacional para analisar o problema e equacionar soluções. Este jovem Eng. Luís Bela Vida, começou por analisar a situação da fabrica podendo obter importantes conclusões: O complexo Agroindustrial tem basicamente duas linhas de produtos A e B produzidos por mês, 20 toneladas de A e 80 toneladas de B onde a sua capacidade de produção máxima e de 100 toneladas/mês. Infelizmente estas produções geram um caudal de aguas residuais elevado e bastante poluído em matérias orgânicas, o qual é responsável pela “morte” do rio no período de menor caudal (verão) que deixa de poder suportar as referidas atividades de lazer (banho, pescas e etc.). O indicador de presença de material orgânico mais utilizado e o CBO5 (Carência Bioquímica de Oxigénio para o período de 5 dias) em termos de significado mede a quantidade de oxigénio dissolvido na agua necessária a oxidação bioquímica da referida matéria orgânica por parte de uma cultura de microrganismos a temperatura de 20 ͦ C e com um período de incubação de 5 dias. Compreende se assim que o problema seja mais grave no período de verão, para os quais a capacidade de ressecção do rio não ultrapassa os 210mg/l de CBO5 no caudal de aguas residuais. Com efeito eh esta carga poluente máxima compatível com um nível mínimo de 5mg/l de oxigénio dissolvido no rio, que se julga necessário para evitar os indesejáveis níveis de poluição. A Analise do sistema de produção permitiu concluir que cada tonelada produzida de A eh responsável por uma carga de 0.7mg/l de CBO5 e cada tonelada de B por 3.5mg/l. Caudal residual não depende de solução de produção para os volumes de produção em jogo. Apos obter esses resultados o Eng. Luís procurou identificar os lucros relativos as duas linhas de produção, o que foi difícil pois o sistema contabilístico era bastante deficiente, concluindo que: a. Existe uma despesa de 280.000 contos por mês mesmo que não haja produção; b. Sem contar com esse encargo, o lucro obtido por tonelada de A ou de B eh de 2000 ou de 4000 contos respetivamente. Atendendo aos problemas de poluição já apresentados, a empresa encomendou um projeto de construção de um sistema de tratamento das suas aguas residuais tendo se concluído que as cargas passavam a 0.6 3.0mg/l para A e B respetivamente. Porem os custos fixos mensais aumentaram de 20.000 contos unitário reduzir-se-ia de 20%, o que foi considerado uma exorbitância. Perante esses dados e esta analise, o município informou a empresa de que deveria respeitar o limite de 210mg/l pelo que teria de reduzir as suas produções já que: 20*0.7+80*3.5=294mg/l Excede tal máximo: Recomendou que adotassem uma produção de A=x e B=4x de modo a não excederem 210mg/l, isto é: 0.7x+3.5Xx=210 Donde se obtêm x=14.3, isto é: A-14.3 t/mês B-57.2 t/mês Infelizmente a empresa explicou que esta solução daria prejuízo, porque: L=2000*14.3+4000*57.2-280000=-22600 c/mês Os responsáveis recusaram, acrescentaram ainda que a alternativa de introduzir o sistema adicional de tratamento também não era viável uma vez que: 0.6x+3.0*4x=210 Permite obter x=16.7 ou seja L=16.7*1600+66.8*3200-300000=-59840 c/mês O que ainda seria mais prejudicial. Formulação A primeira questão que e importante esclarecer diz respeito ao domínio da realidade que vai ser modelado (sistema), o que requer estabelecer fronteiras do modelo. Neste caso a apresentação feita pelos intervenientes aponta para um sistema definido pelo complexo superterra Lda., fonte dos problemas em analise. Uma vez definidas as fronteiras, há que esclarecer quais os fluxos e as relações de troca entre o sistema e o meio envolvente, os quais podem incluir componentes determinísticos, incertos ou aleatórios. Sugere agora a necessidade de identificar as principais variáveis decisórias, os constrangimentos a satisfazer e os atributos que julgamos relevantes para comparar as alternativas possíveis. O Eng. Luís Bela Vida eh de opinião que: i. As principais variáveis de decisão são as quantidades produzidas mensalmente de A e B para x1 e x2; ii. As restrições devem incluir as limitações produtivas e os condicionamentos ambientais iii. Elegeu se para atributo de comparação o lucro mensal obtido pela superterra Lda. Entendeu ser crucial explorar o espaço das soluções possíveis resultantes desta formulação a fim de resolver o problema de modo equilibrado e viável. A formulação obtida foi a seguinte: Situação atual Objetivo: Max (em 103 contos) Z=2x1+4x2-280 Restrição ambiental: 0.7x1+3.5x2<=210 Restrição de produção: x1+x2<=100 Com x1,x2>=0 Situação com tratamento Objetivo: Max (em 103 contos) Z=1.6x1+3.2x2-300 Restrição ambiental: 0.6x1+3.0x2<=210 Restrição de produção: x1+x2<=100 Com x1,x2>=0 Oque corresponde. Z=300-280=203 Ou seja, ao contrario do que havia sido referido, e possível estabelecer um plano lucrativo de produção para o período critico dos meses de verão respeitando a limitação ambiental. O lucro 20.000 contos/mês e menor do que o atual 800000 contos/mês, mas esta contenção será necessária durante os meses secos de verão. Com efeito gera uma carga poluente de 294 g/l excede o limite em 84 unidades sendo uma solução que maximiza. Em resumo este excesso de 84 g/l por mês e substituível por 60.000 contos. Como eh evidente, o declive de F mantem se agora, para a decisão respeitadora da solução mais viável ‘C’ teremos: 0.6𝑥1 + 3𝑥2 = 210 𝑥1 + 𝑥2 = 100 Obtendo: 𝑥1 = 37.5 𝑥2 = 62.5 F=-100.000 contos. O Eng. Luís Bela Vida propôs a não instalação do sistema de tratamento, mas sim a alteração do plano de produção passando a x1=50 e x2=50 para os meses de verão. Ficou em duvidas sobre o que deveria recomendar quanto a perda de 60.000 contos/mês (80.000-20.000) durante o referido período, porquanto A solução encontrada não é ótima, isto porque consoante os referidos: A empresa esta obrigada a respeitar a limitação ambiental pelo que, na verdade, não devera receber qualquer compensação; Todavia, existindo uma linha de subsídios para combate a poluição por parte das indústrias, será razoável subsidiar esta substituição? Acrescenta ainda a dificuldade de tais subsídiospoderem apoiar a despesa de instalação de sistemas de tratamento, mas não a redução de lucros! Ora se se procurar perceber este subsídio, ele cobrira 50% do custo fixo mensal do sistema (20.000 contos/mês), pelo que esta alternativa continuara a não ser atraente (felizmente, não acontece o contrario, pois de outra forma a empresa iria adotar esse sistema embora fosse uma solução globalmente pior).
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