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Módulo 3 Introdução à adaptação à mudança climática “One UN” Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn 1 Objetivos de aprendizagem 2 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn 2 Ao final deste Módulo, os participantes serão capazes de: 1. Explicar a importância da adaptação na preparação e no enfrentamento à mudança climática 2. Identificar os elementos-chave de uma avaliação de vulnerabilidade 4. Explicar as ligações entre a adaptação à mudança climática e o planejamento do desenvolvimento 3. Identificar opções de adaptação Visão geral Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática 3 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn 3 Visão geral Seção 1 Introdução à adaptação à mudança climática Seção 2 Realização de uma avaliação de vulnerabilidade Seção 3 Identificação e seleção de opções de adaptação Seção 4 Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento Seção 5 Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática Introdução à adaptação à mudança climática Seção 1 4 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A Seção 1 começa com uma definição de adaptação à mudança climática e de conceitos relacionados. Ela também destaca a importância da adaptação, ao apresentar os impactos da mudança climática em setores-chave e estimativas de custos globais. A seção apresenta, ainda, elementos-chave de um processo de adaptação, ao destacar dois parâmetros críticos para uma adaptação eficaz: a disponibilidade de dados e o engajamento das partes interessadas. 4 O que é adaptação à mudança climática? Fonte: PNUD e PNUMA-PEI 2001 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática 5 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A mudança climática pode ser mais rápida e pronunciada do que o esperado e ter impactos generalizados nos sistemas ecológicos, bem como em vários outros aspectos de nossas vidas e sistemas humanos. Os sistemas ecológicos, sociais e econômicos precisam se ajustar à mudança climática e a seus efeitos ou impactos esperados, a fim de minimizar os potenciais efeitos negativos. Esse “ajuste” por parte dos sistemas naturais e humanos é comumente referido como “adaptação”. Embora os impactos da mudança climática possam representar sérias ameaças à vida e à subsistência das pessoas, em particular nos países em desenvolvimento, a adaptação à mudança climática também pode resultar em cobenefícios não relacionados ao clima, como a promoção da aprendizagem social e sociedades mais resilientes. Fonte da definição: IPCC. Third Assessment Report, 2001. 5 “Adaptação à mudança climática refere- -se a ajustes nos sistemas humanos e naturais em resposta à variação climática presente ou futura, com o objetivo de minimizar os danos ou explorar oportunidades benéficas”. (Fonte baseada em: IPCC, 2001) Tipos de adaptação Tipo Ação Adaptação preventiva Adotar ações em preparação para a mudança climática Adaptação reativa Adotar ações quando os efeitos da mudança climática forem sentidos Fonte: IPCC 6 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Existem várias abordagens para a adaptação à mudança climática. As abordagens podem variar desde alteração das ameaças (por exemplo, construção de uma barragem para controle de inundações) até a prevenção de efeitos e impactos (por exemplo, introdução de culturas resistentes à seca), passando pela aceitação de perdas (quando uma medida de adaptação for muito dispendiosa). Em geral, é feita uma distinção entre dois grupos de opções de adaptação: adaptação preventiva ou reativa. Exemplos de adaptação preventiva incluem o desenvolvimento de novos códigos de construção para melhor proteger os assentamentos humanos. Exemplos de adaptação reativa incluem mudanças nas práticas agrícolas, como medidas de irrigação adicional em caso de secas. 6 Definições de conceitos relacionados 7 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A vulnerabilidade dos sistemas, incluindo sistemas humanos, geofísicos, biológicos e socioeconômicos às mudanças climáticas difere substancialmente entre as regiões e entre as populações dentro das regiões. A vulnerabilidade à mudança climática está relacionada ao grau em que as mudanças climáticas podem danificar ou prejudicar os sistemas naturais e humanos. Além da vulnerabilidade climática, os países têm diferentes capacidades de adaptação aos impactos da mudança climática. A resiliência é uma indicação da capacidade de um sistema de absorver as mudanças e está, portanto, intimamente relacionada ao conceito de capacidade adaptativa. Riscos climáticos referem-se à probabilidade de ocorrência dos impactos da mudança climática, como secas e inundações (UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 94; IPCC. Fourth Assessment Report: Annex I synthesis report, 2007; UNDP. Improving access, understanding and application of climate data and information, 2011). 7 Vulnerabilidade à mudança climática “O grau em que um sistema é suscetível a, e incapaz de lidar com, os efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo a variabilidade climática e extremos climáticos. A vulnerabilidade é uma função da natureza, da magnitude e da taxa da variação climática a que um sistema está exposto, a sua sensibilidade e a sua capacidade adaptativa”. (IPCC, 2007) Capacidade adaptativa “O conjunto de capacidades, recursos e instituições de um país ou região para implementar medidas de adaptação eficazes”. (IPCC, 2007) Risco climático “A combinação da probabilidade de ocorrência e das consequências de um evento adverso (por exemplo, ciclone tropical, seca, inundação)”. (UNDP, 2011) Resiliência “A capacidade de um sistema social ou ecológico de absorver perturbações, mantendo a mesma estrutura básica e modos de funcionamento, a capacidade de auto-organização, bem como a capacidade de adaptação ao estresse e à mudança”. (IPCC, 2007) Setores-chave afetados pela mudança climática 8 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A mudança climática na forma de temperaturas máximas mais elevadas, mudança nos padrões de precipitação, derretimento de neve e gelo, elevação do nível do mar, mudanças na frequência e na intensidade de eventos climáticos extremos etc. terá impacto sobre quase todos os setores sociais e econômicos. Por exemplo, é provável que tufões e furacões se tornem mais intensos no futuro, com graves impactos para o ordenamento territorial e a redução do risco de desastres. Estima-se que a média global da temperatura do ar na superfície aumente entre 1,1°C e 6,4°C até 2100, com consequências significativas para setores como agricultura, saúde, água, florestas etc (IPCC. Fourth Assessment Report, 2007). Para obter informações mais detalhadas sobre a ciência da mudança climática, incluindo tendências e impactos observados e projetados, ver Módulo 1. 8 Setores-chave Redução do risco de desastres Educação Energia Pesca Alimenta-ção e agricultura Silvicultura Saúde Infraes-trutura Conservação da natureza e ecossistemas Ordenamen-to territorial Turismo Transporte Resíduos Água Exemplos de como o aumento de temperatura afeta diferentes setores (I) *Significativo é definido aqui como mais do que 40%. Fonte:IPCC, 2007; usado em: UNDP, 2009, p. 17. 9 Média global da mudança de temperatura em relação a 1980-1999 (°C) Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática ÁGUA ECOSSISTEMAS Maior disponibilidade de água nos trópicos úmidos e latitudes mais altas Menor disponibilidade de água e aumento da seca em latitudes médias e latitudes baixas semiáridas Centenas de milhões de pessoas expostas ao aumento do estresse hídrico Até 30% das espécies sob crescente risco de extinção Extinções significativas em todo o planeta Aumento do branqueamento de corais Maior parte dos corais branqueados Mortalidade de corais generalizada Biosfera terrestre tende a ser uma fonte líquida de carbono como: 15% ~40% dos ecossistemas afetados Aumento na mudanças da distribuição de espécies e risco à vida selvagem Mudanças nos ecossistemas devido ao enfraquecimento da circulação thermohalin “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As tabelas a seguir fornecem exemplos de como diferentes níveis de aumento de temperatura afetariam diferentes setores. Mudança de temperatura, por exemplo, impactaria o setor hídrico (diminuição da disponibilidade de água em latitudes médias e baixas levando ao aumento do estresse hídrico para centenas de milhões de pessoas), bem como a conservação de ecossistemas (perda de espécies) (UNDP. Gender and Climate Change, 2009, p. 17). 9 Exemplos de como o aumento de temperatura afeta diferentes setores (II) ** Com base na taxa média de aumento do nível do mar de 4,2 milímetros/ano de 2000 a 2008. Fonte: IPCC, 2007, como usado em UNDP, 2009 p. 17. 10 Média global da mudança de temperatura em relação a 1980-1999 (°C) Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática ALIMENTOS COSTAS SAÚDE Impactos negativos complexos localizados sobre pequenos agricultores, agricultores e pescadores de subsistência Tendências de redução da produtividade de cereais em latitudes baixas Tendências de aumento de produtividade de alguns cereais em latitudes médias a altas Redução da produtividade de todos os cereais em latitudes baixas Redução da produtividade de cereais em algumas regiões Aumento dos danos provocados por enchentes e tempestades Aproximadamente 30% dos manguezais costeiros no mundo perdidos** Milhões de pessoas mais podem ser afetadas por enchentes costeiras todos os anos Aumento do fardo da desnutrição e das doenças diarreicas, cardiorrespiratórias e infecciosas Aumento da morbidade e mortalidade por ondas de calor, enchentes e secas Mudanças na distribuição de alguns vetores de doenças Ônus substancial sobre os serviços de saúde “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As temperaturas mais elevadas também terão impacto sobre o setor de alimentos e agricultura (diminuição da produtividade de cereais em baixas latitudes, aumento da produtividade de cereais em latitudes altas), gestão costeira (aumento dos danos causados por inundações e tempestades), bem como o setor da saúde (aumento da mortalidade por ondas de calor, com mudança da distribuição de vetores de doenças, como mosquitos) (PNUD. Gender and Climate Change, 2009, p. 17). 10 Estimativas de custos anuais de adaptação nos países em desenvolvimento, 2010-2015 Fonte: Reproduzido do IFAD 11 Fonte US$ bilhões por ano Banco Mundial (2006) 9 – 41 Stern (2006) 4 – 37 PNUD (2007) 86 – 109 UNFCCC (2007) 27 – 67 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As estimativas variam, mas há um consenso geral de que as necessidades de adaptação dos países em desenvolvimento são da ordem de bilhões de dólares por ano. Na Conferência de Mudança do Clima de 2009, em Copenhague, os doadores concordaram que US$ 100 bilhões por ano devem ser fornecidos até 2020. Além de considerar os custos da adaptação, também é importante considerar os custos de não tomar qualquer medida de adaptação ou de retardar uma resposta. Embora as ações de adaptação muitas vezes sejam dispendiosas, a inação ou o retardamento da ação pode causar danos graves e irreversíveis tanto para os sistemas naturais quanto humanos, com implicações financeiras que podem ser ainda mais graves. 11 Elementos-chave de um processo de adaptação 12 Fonte: Com base em UNFCCC 2011 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O primeiro elemento de qualquer iniciativa de adaptação é a observação de variáveis climáticas e não climáticas, socioeconômicas e ambientais. Essas variáveis podem, então, ser utilizadas para avaliar os impactos climáticos e as vulnerabilidades relacionadas. Com base nessa avaliação, as opções de adaptação podem ser selecionadas tendo em conta diferentes fatores, como custo-eficácia, potenciais cobenefícios e aceitação pública. Uma vez que uma atividade de adaptação ou ação é selecionada, ela precisa ser implementada. O monitoramento e a avaliação das ações de adaptação podem ajudar a dar um retorno para garantir que as atividades de adaptação sejam adequadas, eficazes e revisadas sempre que necessário (UNFCCC. Highlights of the Contribution of the Nairobi Work Programme: assessing climate change impacts and vulnerability, making informed decisions, 2011, p. 18, 29, 33, 36). 12 Observação Avaliação dos impactos climáticos e vulnerabilidade Seleção das opções de adaptação Implementação de medidas de adaptação Monitoramento e avaliação das ações de adaptação Dados necessários para uma adaptação efetiva 13 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A disponibilidade de dados climáticos e outros dados sobre o meio ambiente é vital para avaliar os impactos potenciais da mudança climática e planejar atividades de adaptação. Dados e cenários socioeconômicos também são importantes, pois fornecem informações sobre a vulnerabilidade e a capacidade de adaptação de determinada região ou país. Informações sobre políticas, planos e estratégias relevantes em vários níveis também são essenciais para garantir que as atividades de adaptação estejam alinhadas com outros processos de planejamento. Embora o planejamento eficaz da adaptação exija dados confiáveis e de alta qualidade, essas informações são, muitas vezes, de difícil acesso, especialmente nos países em desenvolvimento. No entanto, muito pode ser feito na forma de atividades “sem arrependimento”, ou seja, ações que fariam sentido com ou sem o impacto da mudança climática (UNFCCC. Highlights of the Contribution of the Nairobi Work Programme: assessing climate change impacts and vulnerability, making informed decisions, 2011, p. 18; UNDP; UNEP; GEF. National Communications Support Programme: Applying Climate Information for Adaptation Decision-Making, 2011, p. 22). Para informações mais detalhadas sobre os dados climáticos, ver Módulo 1. 13 Dados climáticos Dados meteorológicos locais e nacionais Previsões sazonais Projeções futuras a partir de modelos climáticos … Outros dados ambientais Cobertura florestal Recursos hídricos Biodiversidade … Dados socioeconômicos Dinâmica populacional Tendências de urbanização Previsões de desenvolvimento econômico Sexo e idade … Informações de planejamento Planos nacionais de desenvolvimento Planos de desenvolvimento subnacionais e municipais … Importância do engajamento das partes interessadas 14 Fonte: Rede IPA Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As partes interessadas desempenham um papel essencial na concepção e na implementação de atividades de adaptação. Elas podem, por exemplo, fornecer informações importantes sobre as circunstâncias locais e, assim, contribuir paraum planejamento mais eficaz. A participação efetiva das partes interessadas também pode melhorar a aceitação das decisões tomadas. Os principais interessados variam desde membros da comunidade, formuladores de políticas, pesquisadores e especialistas até organizações não governamentais. 14 Estudo de caso: iniciativas comunitárias de adaptação em Samoa Adaptação a inundações e elevação do nível do mar Proteção e conservação de manguezais, ecossistemas e recifes de coral Programas de conscientização da comunidade informam os atores locais sobre a conexão entre os ecossistemas, seus meios de subsistência e a mudança climática Fonte: Mecanismo de Aprendizagem de Adaptação do PNUD 15 Seção 1: Introdução à adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Pequenas comunidades tendem a ser as mais afetadas pelos impactos da mudança climática, e também as menos preparadas para lidar e se adaptar a eles. Projetos comunitários de adaptação procuram melhorar a resiliência das comunidades, e/ou dos ecossistemas dos quais dependem, aos impactos da mudança climática. Este slide apresenta um exemplo de um projeto comunitário de adaptação em Samoa apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, ou UNDP em inglês). (UNDP. Adaptation Learning Mechanism). 15 Realização de uma avaliação de vulnerabilidade Seção 2 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática 16 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A Seção 2 apresenta os elementos principais das avaliações de vulnerabilidade à mudança climática e explica a evolução dos métodos de avaliação ao longo do tempo. A seção também apresenta uma série de exemplos para ilustrar os diferentes componentes da vulnerabilidade. Há ênfase especial na vulnerabilidade de gênero. 16 Os componentes da vulnerabilidade Exposição Sensibilidade Capacidade adaptativa Impacto potencial Vulnerabilidade Fonte: MIDGLEY; DAVIES; CHESTERMAN, 2011, p. 3 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade 17 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Vários componentes contribuem para a vulnerabilidade climática. Tanto a exposição a fatores relacionados com o risco climático quanto o grau em que um sistema é afetado por um estímulo climático (“sensibilidade”) contribuem para os potenciais impactos que a mudança climática terá sobre um sistema. Por exemplo, se a mudança climática provocar fortes chuvas em determinada região (exposição) e as culturas tradicionalmente plantadas nessa região não forem resistentes a altas quantidades de precipitação (sensibilidade), então isso levará à diminuição da produtividade da cultura (impacto potencial). Se, no entanto, a capacidade adaptativa da região for muito alta (os agricultores são capazes de mudar para variedades de culturas mais resistentes), então a vulnerabilidade será reduzida, apesar de exposição e sensibilidade elevadas. Em suma, a vulnerabilidade climática é determinada pelos potenciais impactos das mudanças climáticas e a capacidade dos sistemas naturais e humanos de se adaptarem a isso. A vulnerabilidade pode ser identificada em diferentes níveis ou escalas (regional, nacional, local) para os diferentes setores (agricultura, água, saúde etc.) e para diferentes grupos da população (mulheres, crianças, população urbana pobre, trabalhadores rurais sem-terra etc.) (MIDGLEY, SJE.; DAVIES, R.A.G.; CHESTERMAN, S. Climate Risk and Vulnerability Mapping in Southern Africa: Status Quo (2008) and Future (2050), 2011, p. 3). 17 Novas perspectivas sobre vulnerabilidade e risco Exposição Sensibilidade Capacidade de Adaptação Impacto potencial Vulnerabilidade Fonte: IPCC. Climate Change 2014: impacts, adaptation and vulnerability, 2014. 18 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O relatório de 2014 do IPCC sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade destaca o conceito de riscos. Nessa perspectiva, a vulnerabilidade constitui um dos fatores que determinam o nível de risco para determinado local e grupo social. Os outros componentes de risco são a exposição e os perigos. Vulnerabilidade e exposição são em grande parte influenciadas por processos socioeconômicos. Perigos, por outro lado, devem-se principalmente à mudança no sistema climático. Os riscos climáticos são, portanto, dinâmicos, variando em escalas temporais e espaciais, e dependem de fatores econômicos, sociais, geográficos, demográficos, culturais, institucionais, de governança e ambientais. Estratégias de adaptação eficazes consideram estas dinâmicas e as inter-relações entre as vias de desenvolvimento socioeconômico e a vulnerabilidade e a exposição das pessoas (IPCC. Climate Change 2014: impacts, adaptation and vulnerability; summary for policymakers, 2014, p. 3). 18 Por que realizar uma avaliação da vulnerabilidade? As avaliações da vulnerabilidade ajudam a identificar quem são as pessoas mais vulneráveis, onde estão localizadas e quais os riscos que enfrentam. Elas são uma contribuição importante para o planejamento da adaptação. Fonte: WeAdapt 19 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Avaliar os diversos componentes que contribuem para a vulnerabilidade à mudança climática é uma parte importante, e um dos primeiros passos, do planejamento da adaptação. As avaliações de vulnerabilidade podem ajudar a 1) determinar a probabilidade de mudanças climáticas danificarem ou prejudicarem um sistema, e 2) possibilitar adaptações aos impactos da mudança climática. Eles fornecem, portanto, uma base para identificar as opções de adaptação mais adequadas. As avaliações de vulnerabilidade também são importantes, pois podem fornecer evidências das conexões entre clima e desenvolvimento, melhorar a compreensão de riscos e vulnerabilidades específicas em diferentes localidades, oferecer a oportunidade de capacitação, além de servir como uma análise de base para monitorar como os riscos podem ser influenciados por um clima que muda ao longo do tempo. 19 Variedade de ferramentas e métodos de avaliação 20 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) publica um compêndio de ferramentas e métodos disponíveis para ajudar os países a selecionar os melhores métodos disponíveis de acordo com suas circunstâncias nacionais específicas. O compêndio mais recente data de 2008 (UNFCCC Compendium). 20 Diversos métodos e ferramentas disponíveis Resumidos no compêndio da UNFCCC de métodos e ferramentas para avaliar os impactos da mudança climática e a vulnerabilidade a esses impactos Selecionar ferramentas/métodos de acordo com as circunstâncias nacionais Resumo das ferramentas e dos métodos de avaliação 21 ABORDAGEM CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS MOTIVAÇÃO OBJETIVOS MÉTODOS BASEADA EM IMPACTO Orientado pela pesquisa Identificar ações para reduzir os riscos Impactos biofísicos e socioeconômicos BASEADA EM VULNERABILIDADE Orientada pela pesquisa/tomada de decisão Identificar ações para reduzir a vulnerabilidade Indicadores de vulnerabilidade Riscos climáticos Análise de meios de subsistência Métodos narrativos BASEADA EM ADAPTAÇÃO Orientada pela pesquisa/tomada de decisão Identificar ações para melhorar a adaptação AVALIAÇÃO INTEGRADA Orientada pela pesquisa/tomada de decisão Identificar opções de políticas climáticas e econômicas globais Interações inter-setoriais GERENCIAMENTO DE RISCOS Orientado pela tomada de decisão Informar decisões de gestão de risco climático Métodos aplicados sob outrasabordagens Fonte: UNFCCC, 2011, p. 18 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As avaliações da vulnerabilidade à mudança climática variam muito, dependendo do escopo, do prazo e da cobertura geográfica da avaliação. Consequentemente, uma vasta gama de métodos e ferramentas tem sido desenvolvida e aplicada. Nas diversas abordagens, dados socioeconômicos e cenários são insumos importantes, além de informações climáticas. Um resumo das abordagens existentes e novas às avaliações da vulnerabilidade, seus métodos e suas ferramentas foi desenvolvido pela UNFCCC (2011). Todas as abordagens resumidas respondem a uma necessidade crescente de informações relevantes para as políticas, maior integração das contribuições das partes interessadas e tratamento robusto das incertezas nos processos de planejamento (UNFCCC. Assessing Climate Change Impacts and Vulnerability: making informed adaptation decisions, 2011). 21 Primeira geração de avaliações Fonte: UNFCCC, 2006, p. 103. 22 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As abordagens de avaliação evoluíram de estudos de primeira geração para estudos de segunda geração. As avaliações de primeira geração focaram mais em quais serão os impactos da mudança climática, em vez de na adaptação em si. As avaliações de impacto foram impulsionadas pelo objetivo de compreender as consequências de longo prazo e seguem uma “abordagem baseada em cenários”, muitas vezes derivadas de Modelos Climáticos Globais (Global Climate Models – GCMs). Esses cenários climáticos foram aplicados a modelos de ecossistemas ou a um componente do ambiente biofísico (nível do mar, zonas costeiras, montanhas etc.). Os resultados dessas avaliações foram, então, transferidos para a modelagem de impactos socioeconômicos e somente depois disso a adaptação foi considerada. Desde os estudos de primeira geração, a metodologia para as avaliações da vulnerabilidade e da adaptação passou por uma evolução significativa (UNFCCC. UNFCCC Handbook, 2006, p. 103; UNFCCC. Compendium on Methods and Tools to Evaluate Impacts of, and Vulnerability and Adaptation to, Climate Change, 2008, p. 2; CGE. Training Material: vulnerability and adaptation assessment, chapter 2). 22 Cenários climáticos Impactos biofísicos Impactos socioeconômicos Adaptações aos impactos Impactos residuais ou líquidos Ciência Climática Ciências Sociais Segunda geração de avaliações Fonte: UNFCCC, 2011, p. 19. 23 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A “segunda geração” de avaliações tem foco na questão de “como se adaptar” e não na modelagem dos impactos da mudança climática. A literatura recente destaca que os riscos da mudança climática não são unicamente circunstâncias geradas externamente ou alterações no sistema climático às quais as sociedades respondem, mas sim o resultado de complexas interações entre sociedades ou comunidades, ecossistemas e perigos decorrentes da mudança climática. A nova abordagem integra o conceito de vulnerabilidade ao realizar as avaliações e também distingue entre as vulnerabilidades atuais e futuras e as variáveis ambientais e socioeconômicas fundamentais. Esses tipos de avaliações integram de forma mais adequada fatores e dados socioeconômicos (pesquisas domiciliares, dados censitários) com as avaliações biofísicas e tendem, ainda, a abordar as preocupações de curto prazo (CGE. Training Material: vulnerability and adaptation assessment, chapter 2; UNFCCC. Assessing Climate Change Impacts and Vulnerability: making informed adaptation decisions, 2011). 23 Segunda Geração de Avaliações 2424 Fonte: UNFCCC 2006 p.103. 24 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A “segunda geração” de avaliações tem foco na questão de “como se adaptar” e não na modelagem dos impactos da mudança climática. A nova abordagem integra o conceito de vulnerabilidade ao realizar as avaliações e também distingue entre vulnerabilidades atuais e futuras. Esses tipos de avaliações integram fatores e dados socioeconômicos (pesquisas domiciliares, dados censitários) de forma mais adequada com as avaliações biofísicas e tendem, ainda, a abordar as preocupações de curto prazo (CGE. Training Material: vulnerability and adaptation assessment, chapter 2). 24 Vulnerabilidade – exemplo 1: alteração dos padrões de chuva em Kitui, Quênia 25 Informações adicionais: site do IPCC Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn As secas aumentaram em frequência e intensidade na África Oriental, onde secas frequentes ocorreram em cada década nos últimos 50 anos. O aumento da ocorrência de períodos secos prolongados afeta em particular o setor da agricultura sensível ao clima. A capacidade adaptativa na região é baixa devido à pobreza, ao acesso limitado às tecnologias, bem como a políticas e marcos institucionais deficientes. A combinação de alto impacto potencial e baixa capacidade de adaptação torna a região extremamente vulnerável à mudança e à variabilidade climáticas. O slide fornece um exemplo de mudança dos padrões de precipitação na região de Kitui, no Quênia (Site do IPCC; AMCEN. Addressing Climate Change Challenges in Africa: a practical guide towards sustainable development, 2011). 25 Impacto potencial (exposição) A zona árida de Kitui provavelmente receberá menos água no futuro As chuvas não são mais confiáveis e as secas podem durar mais tempo Impacto potencial (sensibilidade) Redução da produtividade das culturas devido à falta de sistemas de irrigação e culturas resistentes à seca Perda de renda e aumento da pobreza Capacidade adaptativa Viajar longas distâncias para recolher água potável não é viável Deslocar a população para outras áreas não é possível Ausência de tecnologia de irrigação eficaz Vulnerabilidade – exemplo 1: alteração dos padrões de chuva em Kitui, Quênia Caso Kitui, Quênia Exposição Alta Sensibilidade Alta Capacidade adaptativa Baixa Vulnerabilidade Alta Fonte: Ação da População: Condado de Kitui 26 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Exposição aos riscos relacionados com o clima e a sensibilidade às condições climáticas em Kitui é alta, enquanto a capacidade adaptativa é baixa. A vulnerabilidade à mudança e à variabilidade climáticas, portanto, é alta (POPULATION ACTION INTERNATIONAL. Population Dynamics, Environment, and Sustainable Development in Kitui County, 2014). 26 Vulnerabilidade – exemplo 2: gestão da zona costeira nos Países Baixos 27 Informações adicionais: site da OMM Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Projeta-se que o nível médio global do mar suba entre 0,09m e 0,88m acima do nível de 1990 até 2100. Esse aumento é devido, principalmente, à expansão térmica dos oceanos mais quentes combinada com o derretimento de glaciares. Espera-se que a elevação do nível do mar tenha efeitos severos sobre muitas áreas baixas. Alguns países são particularmente vulneráveis à elevação do nível do mar, como os pequenas Estados insulares em desenvolvimento (small-island developing states – SIDS). Outros têm maior capacidade adaptativa, tal como os Países Baixos (Site da OMM) 27 Impacto potencial (exposição) Os Países Baixos já estão abaixo do nível do mar O aumento do nível do mar cria riscos de inundação e erosão costeira Impacto potencial (sensibilidade) Os diques existentes já podem ter perdidosua eficácia contra o aumento do nível do mar A quebra dos diques resultaria em perda de terra, além de danos às culturas e aos hábitats Capacidade adaptativa Fundos disponíveis para implementar medidas de adaptação (por exemplo: aumento da altura das barragens) Habilidades e equipamentos disponíveis Vulnerabilidade – exemplo 2: gestão da zona costeira nos Países Baixos Caso Países Baixos Exposição Alta Sensibilidade Alta Capacidade adadaptativa Alta Vulnerabilidade Baixa Fonte: Wikipedia/Rens Jacobs 28 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A exposição aos riscos relacionados com o clima e a sensibilidade às mudanças das condições climáticas nos Países Baixos é alta. No entanto, a capacidade adaptativa também é alta. Portanto, a vulnerabilidade à mudança do clima é relativamente baixa. 28 Vulnerabilidade – exemplo 3: o caso das tempestades tropicais na Jamaica 29 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Ao longo das últimas décadas, as temperaturas da superfície do mar na maioria das bacias oceânicas tropicais aumentaram entre 0,25oC e 0,5oC. Alguns pesquisadores argumentam que o aquecimento dos oceanos tem causado um aumento substancial na probabilidade e na intensidade de ciclones tropicais, embora não haja consenso sobre essa questão. É provável que a intensidade dos ciclones tropicais aumente ainda mais se o clima continuar a aquecer, e países como a Jamaica têm tomado medidas para evitar danos potenciais (WMO. Statement on Tropical Cyclones and Climate Change. In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON TROPICAL CYCLONES, Nov. 2006). 29 Impacto potencial (exposição) O Caribe já está exposto a tempestades tropicais Projeta-se um aumento na intensidade e na frequência das tempestades Impacto potencial (sensibilidade) O aumento de tempestades intensas pode resultar em danos adicionais à população e ao meio ambiente natural e construído As áreas com edifícios mal construídos são particularmente sensíveis Capacidade adaptativa Tecnologia limitada para evitar danos Disponibilidade de mão de obra e alguns recursos financeiros Caso Jamaica Exposição Alta Sensibilidade Média Capacidade adaptativa Média Vulnerabilidade Média Vulnerabilidade – exemplo 3: o caso das tempestades tropicais na Jamaica 30 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A exposição aos riscos relacionados com o clima na Jamaica é alta, enquanto a sensibilidade e a capacidade de adaptação do país é média. Portanto, a vulnerabilidade às mudanças climáticas pode ser classificada como média. 30 Boas práticas de avaliação da vulnerabilidade à mudança climática 31 Fonte: Reproduzido da UNFCCC 2011 p. 27 ESCOPO Analisar os contextos naturais e sociais Determinar o foco e os resultados esperados SELEÇÃO DE MÉTODOS E FERRAMENTAS Selecionar métodos de acordo com os recursos e o tempo disponíveis QUALITATIVA E QUANTITATIVA Fazer uso de análise qualitativa e quantitativa Considerar as contribuições de comunidades indígenas e locais PRESENTE VERSUS FUTURO Analisar os padrões climáticos e socioeconômicas atuais e futuros ATORES Envolver as principais partes interessadas em todo o processo COLABORAÇÃO Examinar uma ampla gama de disciplinas Colaborar com diferentes especialistas TRANSPARÊNCIA Ter clareza sobre as premissas subjacentes do processo de avaliação e seus resultados Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A tabela resume algumas boas práticas e lições aprendidas no âmbito do Programa de Trabalho de Nairóbi sobre avaliações de risco climático e da vulnerabilidade (UNFCCC. Assessing Climate Change Impacts and Vulnerability: making informed adaptation decisions, 2011). 31 Vulnerabilidade de gênero à mudança climática Fonte: UnWomen Watch. Informações adicionais: site da UNFCCC 3232 Seção 2: Realização de uma avaliação de vulnerabilidade “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Embora os impactos da mudança climática afetem a todos, eles também reforçam as desigualdades existentes. Fatores que determinam e influenciam essas diferentes vulnerabilidades aos riscos relacionados com o clima incluem: etnia, classe socioeconômica, gênero, idade, bem como a experiência de migração e a falta de moradia. A vulnerabilidade de gênero não é determinada pela biologia, mas por estruturas sociais, instituições e sistemas de regras; portanto, as mulheres e as meninas são, muitas vezes, (nem sempre) mais vulneráveis devido ao fato de serem excluídas da tomada de decisões, sofrerem discriminação nos esforços de desenvolvimento e reconstrução, ou trabalharem em setores particularmente vulneráveis à mudança climática. No setor agrícola, por exemplo, as mulheres rurais nos países em desenvolvimento são as principais produtoras de alimentos básicos, um setor altamente exposto aos riscos climáticos, como secas e precipitação incerta. Em muitos países, a mudança climática significa que as mulheres e as meninas precisam andar mais para buscar água, especialmente na estação seca. Ainda hoje, as mulheres na África Subsaariana gastam 40 bilhões de horas por ano coletando água. Além disso, as mulheres contribuirão com muito do trabalho não remunerado envolvido no enfrentamento aos riscos climáticos por meio, por exemplo, da conservação do solo e da água, ou da construção de diques contra inundações. Por isso, é importante que questões de gênero sejam levadas em conta, tanto na adaptação de médio prazo quanto de longo prazo (UNDP. Gender and Climate Change, 2009, p. 3; IPCC. Emergent Risks and Key Vulnerabilities. In: IPCC. Climate Change 2014: impacts, adaptation and vulnerability, 2014, chapter 19). Informações adicionais A representação ineficiente das mulheres nos processos internacionais de tomada de decisões sobre mudança climática também contribui para agravar as desigualdades. A 18a Conferência das Partes (COP 18) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) (Doha, 2012), portanto, adotou a decisão de promover o equilíbrio entre os gêneros e melhorar a participação das mulheres durante as negociações da UNFCCC, bem como a representação das mulheres nos órgãos estabelecidos no âmbito da UNFCCC e do Protocolo de Quioto (Site da UNFCCC). 32 Identificação e seleção de opções de adaptação Seção 3 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática 33 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A Seção 3 apresenta, primeiramente, a gama de opções de adaptação disponíveis e, em seguida, discute diferentes métodos e critérios para a seleção da opção mais adequada. A seção também fornece uma perspectiva sectorial que destaca possíveis medidas de adaptação em uma série de setores-chave. 33 Gama de opções de adaptação: do foco na vulnerabilidade para o foco nos impactos Foco na vulnerabilidade Foco nos impactos Financiamento de desenvolvimento tradicional Financiamento novo e adicional para a adaptação Fonte: McGRAY et al., 200. Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação 34 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Após a realização de uma avaliação de vulnerabilidade, é importante identificar possíveis opções de adaptação. Uma variedade de opções está disponível, desde atividades de desenvolvimento tradicionais até medidas de adaptação mais específicas. Em uma extremidade do contínuo, o foco é direcionado para a vulnerabilidade. Aqui os esforços de adaptação são orientados para a vulnerabilidade e existe uma sobreposiçãocom o apoio ao desenvolvimento tradicional. No outro extremo, as atividades são voltadas para os impactos da mudança climática e têm mais “foco no impacto”. Essas atividades de adaptação estão fora do âmbito da ajuda ao desenvolvimento tradicional. O financiamento para as atividades à esquerda geralmente precisa ser obtido de fontes de financiamento do desenvolvimento tradicionais, ao passo que as atividades à direita podem se beneficiar mais facilmente de novas medidas de financiamento para adaptação. As atividades focadas na vulnerabilidade constituem, muitas vezes, a base da adaptação à mudança climática (WORLD RESOURCES INSTITUTE. A Continuum of Adaptation Activities: from development to climate change, 2009; McGRAY et al. CGE Training Materials V & A Frameworks Presentation, slide 50, 2007, p. 18). Informações adicionais O diagrama e a explicação acima dão uma indicação clara de que a adaptação não é algo que pode ser visto como separado do desenvolvimento. Muitas opções de adaptação estão ligadas a práticas de desenvolvimento sustentável, como manutenção de ecossistemas, gestão integrada de recursos hídricos e redução do risco de desastres. 34 Abordagem dos determinantes da vulnerabilidade As atividades visam a reduzir a pobreza e outros vetores não climáticos que tornam as pessoas vulneráveis Desenvolvimento de capacidade de resposta As atividades visam a construir sistemas robustos para a resolução de problemas Gerenciamento dos riscos climáticos As atividades visam a incorporar informações climáticas no processo de decisão Enfrentamento da mudança climática As atividades visam a abordar os impactos associados exclusivamente à mudança climática Exemplos de ações de adaptação com diferentes enfoques Fonte: Reproduzido de McGray et al 2007 35 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Esta tabela fornece exemplos dos diferentes focos das ações de adaptação (desde redução da vulnerabilidade até o enfrentamento dos impactos da mudança climática) explicados no slide anterior (McGRAY et al. CGE Training Materials V & A Frameworks Presentation, slide 51, 2007, p. 18). 35 Diferentes métodos para selecionar opções de adaptação Análise Contexto Vantagens/pontos fortes Desvantagens/pontos fracos Custo-benefício Custos e benefícios podem ser quantificados em termos monetários quando os dados necessários estão disponíveis A monetização permite a comparação quantitativa entre diferentes custos e benefícios Custos e benefícios não relacionados ao mercado (por exemplo, valores ecológicos e culturais), bem como aspectos distributivos, são difíceis de incluir Custo-efetividade Os objetivos das medidas de adaptação foram identificados e busca-se a opção de custo mais baixo Permite a realização de uma análise dos custos e dos benefícios não monetários, como serviços de saúde e ecossistêmicos Não consegue avaliar se a medida se justifica Multicritério Os dados não estão totalmente disponíveis, os fatores não são facilmente quantificados e os benefícios monetários podem ser apenas um dos muitos critérios utilizados Os critérios podem ser otimizados para atender prioridades nacionais e locais; permite o envolvimento das partes interessadas A falta de termos monetários pode enfraquecer o argumento econômico para justificar as medidas Fonte: UNFCCC, 2011, p. 31 36 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Dada a variedade de possíveis ações de adaptação, diferentes opções devem ser avaliadas e comparadas para assegurar que a melhor opção seja selecionada. Essa tabela identifica alguns dos métodos mais utilizados para avaliar opções de adaptação, incluindo custo-benefício, custo-eficácia, e análise multicritério (UNFCCC. Highlights of the Contribution of the Nairobi Work Programme, 2011, p. 31). Informações adicionais Uma análise adequada de diferentes opções de adaptação também é importante para evitar a duplicação de atividades e evitar a “má adaptação”. Um exemplo de má adaptação poderia ser um projeto agrícola que dá suporte à monocultura de uma cultura de alto valor, com o objetivo de maximizar a eficiência do sistema de irrigação, a produtividade e os rendimentos hídricos (“mais colheita por gota”), e, em última análise, aumentar a geração de renda. Embora tal projeto possa ser concebido tendo em conta os efeitos da mudança climática, ele diminuiria a capacidade adaptativa dos agricultores, tornando sua base de geração de renda mais volátil. No caso de uma má colheita, a renda dos agricultores seria muito afetada, ou seja, o impacto final do projeto seria maior vulnerabilidade aos riscos climáticos (WORLD BANK. Economic Evaluation of Climate Change Adaptation Projects, 2010, p. 5). 36 Gama de critérios para selecionar opções de adaptação Fonte: IISD; UNITAR; UNEP, 2009, p. 37 37 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Como mencionado no slide anterior, a análise multicritério analisa uma variedade de fatores que podem influenciar a seleção de uma opção de adaptação. Essa tabela fornece uma visão geral de possíveis critérios a serem considerados. Os critérios devem ser adaptados às circunstâncias nacionais/locais. Por exemplo, outros critérios podem ser adicionados, como “liderança política” e “contexto politico”. Também é importante ter em mente que, em vez de identificar uma melhor opção, o objetivo é desenvolver uma “carteira” de opções que podem ser implementadas no curto e no longo prazo (IISD; UNITAR; UNEP. IEA Training Material: vulnerability and climate change impact assessment for adaptation, 2009, p. 37). 37 Sustentabili-dade Cobenefícios com a mitigação Impactos ambientais Equidade Custos de implementação Eficácia Robustez Confiabilidade Risco e incerteza Urgência Grau de risco ou de impactos Precaução Oportunidade Benefícios secundários Opção “sem arrependi-mento” Janela de oportunidade Implementa-ção Aceitabilidade pública Fontes de financiamento Capacidades individuais e institucionais Exemplo de seleção de opções de adaptação Fonte: RANGER; GARBETT-SHIELS, 2011, p. 15. 38 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Neste gráfico, os resultados de dois estudos recentes sobre a adaptação ao risco de inundação na Guiana e em Moçambique ilustram a conexão entre a relação custo-benefício econômico e a robustez das medidas diante das incertezas climáticas, dois dos vários fatores importantes na escolha de uma opção de adaptação. Tanto Guiana quanto Moçambique têm sofrido danos causados por inundações e, de acordo com modelos climáticos, prevê-se que a mudança climática pode alterar o risco de inundações no futuro. “Opções duras de adaptação”, como sistemas de drenagem, foram o foco do estudo em Guiana, enquanto “opções leves de adaptação” foram exploradas no estudo em Moçambique, como a redução da vulnerabilidade social (RANGER; GARBETT-SHIELS. How Can Decision-Makers in Developing Countries Incorporate Uncertainty about Future Climate Risks into Existing Planning and Policymaking Processes? Policy Paper, p. 15, 2011) Informações adicionais No eixo vertical, os círculos azuis indicam os custos e os benefícios relativos das opções de gestão de inundações para a Guiana, e os círculo verdes aplicam-se a Moçambique. (Os círculos em cinza são ilustrativos e provêm de outros estudos de caso). As medidas na parte inferior da figura têm os maiores benefícios em relação a custos, enquanto as medidas no topo têm os menores benefícios relativos aos custos. Por exemplo, na Guiana, a melhoria das normasde construção traria melhores benefícios de redução de danos em relação aos custos do que a reforma do sistema de drenagem. Outro fator importante a considerar é a robustez das medidas de adaptação. A “robustez” mede a eficácia de uma medida em uma gama diversificada de cenários futuros plausíveis. O nível de robustez é mostrado no eixo horizontal e pode ser pensado como o risco da má adaptação. No lado esquerdo da figura estão as opções “sem arrependimento” (ou seja, alto grau de robustez), como sistemas de alerta precoce, melhor educação e atenção à saúde, que trazem fortes benefícios em qualquer clima. As opções que implicam em “mais arrependimento” (isto é, pouca robustez) são mostradas no lado direito e incluem sistemas de drenagem e defesas contra inundações, em que a escolha da medida (e os benefícios resultantes) depende mais de suposições hoje sobre o clima futuro. 38 Foco setorial – agricultura: exemplos de medidas de adaptação possíveis Desenvolvimento de culturas tolerantes/resistentes (à seca, salinidade, insetos/pragas) Diversificação de culturas Mudanças no uso e na aplicação de fertilizantes Mudanças nos períodos de plantio e colheita Manejo da água do solo Controle de erosão Desenvolvimento de sistemas de alerta precoce Medidas de política relacionadas, como subsídios, e treinamento e programas de extensão 39 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A mudança climática já tem um impacto significativo sobre a agricultura e se espera que tenha um impacto direto e indireto ainda maior na produção de alimentos. O aumento da temperatura média, mudanças nos padrões de chuva, maior variabilidade em padrões de temperatura e de chuva, mudanças na disponibilidade de água, frequência e intensidade dos “eventos extremos”, aumento do nível do mar e salinização, perturbações nos ecossistemas: tudo isso terá impactos profundos na agricultura, na silvicultura e na pesca. O slide mostra alguns exemplos de possíveis medidas de adaptação (FAO. Climate-Smart Agriculture Sourcebook, 2013). Informações adicionais A agricultura precisa abordar, simultaneamente, três desafios interligados: garantir a segurança alimentar por meio do aumento da produtividade e da renda, adaptar-se à mudança climática e contribuir para a mitigação da mudança climática. Para fazer face a esses três desafios interligados, é preciso que os sistemas alimentares se tornem, ao mesmo tempo, mais eficientes e resilientes, em todas as escalas, do campo ao nível global. Nesse contexto, a FAO forjou o conceito de “agricultura climaticamente inteligente” como um caminho a seguir para a segurança alimentar em um clima em mudança. 39 Foco setorial – água: exemplos de intervenções adaptativas possíveis Intervenções Institucionais/políticas Fornecimento de água potável para as comunidades costeiras para lidar com o aumento da salinidade devido à elevação do nível do mar (Bangladesh) Projeto de mobilização e gestão integrada dos recursos hídricos (Cabo Verde, Vanuatu) Implementação e gestão de associações de gestão hídrica (Madagascar) Contribuição para o melhor conhecimento dos regimes de água de superfície (Mauritânia) Fortalecimento institucional do setor de recursos hídricos (Serra Leoa) Técnicas Aproveitamento de águas pluviais (Butão, Burundi, Mali, Serra Leoa) Recarga de águas subterrâneas para poços de irrigação (Eritreia, Mauritânia) Uso de irrigação por inundação e irrigação por gotejamento e desenvolvimento de pastagens (Eritreia, Mauritânia) Estabilização da dinâmica dos rios e cursos de água (Burundi, Mauritânia, Moçambique) Infraestrutura de proteção costeira (Maldivas) Aumento da oferta de água (Camboja, Comores, Djibuti, Burquina Faso, Gâmbia, Guiné-Bissau, Kiribati, Maldivas, Mauritânia, Níger, Samoa, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Tanzânia, Tuvalu) Desenvolvimento e melhoria dos sistemas de irrigação de pequena escala e comunitários (Camboja, Etiópia, Guiné-Bissau, Ruanda) Mercado Projeto de adaptação de recursos hídricos (Kiribati) Fonte: ODI, 2009 40 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O Instituto de Desenvolvimento Ultramarino (Overseas Development Institute – ODI) realizou uma análise das intervenções planejadas no setor hídrico descritas nos Programas Nacionais de Ação de Adaptação (National Adaptation Programmes of Actions – NAPAs) dos países menos desenvolvidos. Quase todas as intervenções descritas nos NAPAs pretendem abordar a variabilidade interanual (como Butão, Burundi) ou eventos climáticos extremos (Kiribati). Há apenas algumas intervenções que visam a lidar com a mudança climática de longo prazo (incluindo Bangladesh e Maldivas). Poucas intervenções tentam abordar questões de acesso social e político. Projetos de abastecimento de água e irrigação no Camboja e na Eritreia visam a estabelecer comunidades de usuários de água. Outras, como em Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Lesoto, correlacionam a melhoria do acesso a investimentos em infraestrutura física. Soluções de baixa tecnologia, como testes de qualidade da água, filtração, hortas escolares e sistemas de captação de águas pluviais, para citar algumas, são igualmente importantes para se manter em mente ao considerar intervenções de adaptação (ODI. Adapting to Climate Change in the Water Sector: ODI background note, 2009). 40 Foco setorial – saúde: exemplos de medidas adaptativas possíveis Estabelecimento de sistemas de informação sobre mudança climática, meio ambiente e saúde Fortalecimento do alerta precoce: meteorológico e de doenças Tecnologia de baixo custo para tratamento de água usada em hospitais Educação e formação de profissionais nas áreas de meio ambiente e saúde 41 Informações adicionais no site da OMS Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A mudança climática tem múltiplas influências sobre a saúde humana. Impactos diretos incluem os efeitos do aumento das temperaturas e ondas de calor mais intensas e inundações. No entanto, impactos potencialmente maiores podem surgir de mecanismos indiretos. As temperaturas mais elevadas e um clima mais variável podem afetar a produção agrícola e a disponibilidade de alimentos, a oferta de água potável e o saneamento básico, bem como a propagação de doenças transmitidas por vetores e pela água. A Organização Mundial da Saúde (OMS, ou WHO em inglês) estima que a mudança climática já pode estar causando mais de 150.000 mortes por ano e se espera que esses riscos aumentem substancialmente no futuro. O slide apresenta possíveis medidas de adaptação para reduzir os riscos de saúde (WHO; WMO. Atlas of Health and Climate, 2011; WHO. Protecting Health from Climate Change, 2009; Site da OMS) 41 Documentário da OMS sobre mudança climática e saúde Documentário da OMS sobre adaptação à mudança climática para proteger a saúde humana nas regiões da Ásia e da Europa Central Link: www.youtube.com/embed/_AHwhn9IUOk?list=PLuaYSS3ezmQDuD5X1Zk9RaLXLuxoGmzoJ?autohide=1&rel=0 42 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O vídeo produzido pelo Escritório Regional da OMS para a Europa apresenta uma iniciativa para orientar a adaptação da saúde em sete países (Albânia, Cazaquistão, Quirguistão, Federação Russa, Tajiquistão, Macedônia e Uzbequistão). Cada país está respondendo com uma variedade de medidas de adaptação – desde água potável e saneamento básico a gestão de risco de eventos climáticos extremos. 42 Foco setorial – educação: exemplos de medidas adaptativas possíveis Análise de currículos para integrar questões sobre mudança climática Desenvolvimento de materiais de aprendizagem de qualidade relevantes Treinamento sobre mudança climáticapara professores e desenvolvedores de currículo Proteção das estruturas educacionais para lidar com os piores impactos da mudança climática e desastres 43 Seção 3: Identificação e seleção de opções de adaptação “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Em qualquer dia, mais de um bilhão de crianças vão à escola. A educação geral é o meio mais comum pelo qual as sociedades preparam os jovens para o futuro, incluindo um clima em mudança. Por isso, muitos países deram início à integração do tema da mudança climática nos currículos escolares, ao desenvolvimento de materiais de aprendizagem relevantes e à oferta de treinamento para os professores. Ao mesmo tempo, o setor da educação também é vulnerável aos impactos da mudança climática e as estruturas educacionais, como as escolas, precisam estar preparadas para eventos climáticos extremos (como tempestades), que podem tornar-se mais intensos no futuro, devido à mudança climática (UNICEF. Climate Change Adaptation and Disaster Risk Reduction in the Education Sector: resource manual, 2012). 43 Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento Seção 4 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática 44 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A Seção 4 fornece uma breve introdução às conexões entre adaptação à mudança climática e o desenvolvimento. Discute, ainda, as oportunidades para integrar a adaptação ao planejamento do desenvolvimento e destaca os desafios de implementação. São apresentadas informações mais detalhadas sobre os processos de planejamento da adaptação à mudança climática no Módulo 6, “Introdução ao planejamento para a mudança climática”. 44 Mudança climática – um desafio de desenvolvimento Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento 45 Fonte: UNDP; UNEP, 2011. “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A questão da mudança climática pode parecer remota em comparação com problemas imediatos, como a pobreza, as doenças e a estagnação econômica. No entanto, a capacidade de tratar com sucesso dessas prioridades centrais de desenvolvimento corre o risco de ser seriamente afetada pela mudança climática (UNDP; UNEP. Mainstreaming Climate Change Adaptation into Development Planning: a guide for practitioners, 2011). 45 Impacto potencial da mudança climática sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável (I) Fonte: Adaptado de: IIED, May 2015. 46 Objetivo Potencial impacto da mudança climática na consecução do objetivo Erradicar a pobreza extrema e a fome A mudança climática está afetando o patrimônio e os meios de subsistência de muitas pessoas pobres, por exemplo, saúde, acesso à água, habitação e infraestrutura. A mudança climática altera a segurança alimentar regional. Em particular na África, espera-se que a segurança alimentar piore. Promover a igualdade de gênero No mundo, especialmente em países em desenvolvimento, as mulheres estão desproporcionalmente envolvidas em atividades dependentes de recursos naturais, como a agricultura, que são particularmente vulneráveis à mudança climática. Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A mudança climática é um desafio de desenvolvimento que teve implicações diretas para a consecução de vários dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Agora é tratada em um objetivo específico dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os impactos negativos da mudança climática afetarão desproporcionalmente as pessoas e os países pobres, além de exacerbar as desigualdades. A mudança climática traz maior estresse hídrico e escassez e representa uma ameaça real para a segurança alimentar em muitos países da África, da Ásia e da América Latina. Por exemplo, as temperaturas mais altas na Ásia reduzem a produção de arroz. Outros impactos da mudança climática incluem a mortalidade relacionada com o calor, a disseminação de doenças transmitidas por vetores, como a malária e o acesso a recursos naturais. As tabelas a seguir ilustram uma lista incompleta de possíveis impactos da mudança climática sobre os ODS para os países menos desenvolvidos (IIED. Impact of climate change on Least Developed Countries: are the SDGs possible? Briefing, May 2015). 46 Impacto potencial da mudança climática sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável (II) Fonte: Adaptado de: IIED, May 2015. 47 Objetivo Potencial impacto da mudança climática sobre a consecução do objetivo Garantir vida saudável e bem-estar Os efeitos diretos da mudança climática incluem aumento da mortalidade relacionada com calor e doenças associadas com as ondas de calor. A mudança climática pode aumentar a prevalência de algumas doenças transmitidas por vetores (por exemplo, malária e dengue) e a vulnerabilidade a doenças propagadas pela água, alimentos ou doenças contagiosas (por exemplo, cólera e disenteria). Cidades e assentamen-tos humanos resilientes Em um mundo em rápida urbanização, os riscos relacionados à mudança climática para os assentamentos urbanos são mais altos. Eventos extremos danificam as habitações e afetam especialmente os assentamentos informais vulneráveis. Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn 47 A importância da integração da adaptação no planejamento do desenvolvimento 48 Estreita relação entre as questões de adaptação à mudança climática e as questões de desenvolvimento Para ser eficaz, a adaptação à mudança climática deve ser integrada nas políticas e nos processos de desenvolvimento existentes Considerações de adaptação também podem melhorar a qualidade das políticas e dos projetos de desenvolvimento e torná-los mais sustentáveis no longo prazo Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Os slides anteriores ilustraram a estreita relação entre a adaptação à mudança climática e o desenvolvimento. Embora em determinadas situações medidas de adaptação pontuais possam ser eficazes, na maioria dos outros casos, as medidas de adaptação precisam ser implementadas como parte de um conjunto mais amplo de medidas nos processos de desenvolvimento e nos ciclos de decisão existentes. Isso é conhecido como “mainstreaming” (integração). Por exemplo, respostas adaptativas aos riscos da mudança climática para a agricultura podem precisar ser incorporadas como parte das práticas agrícolas existentes, nos planos e nos projetos de irrigação e de desenvolvimento comunitário, como parte das políticas setoriais na agricultura, nas estratégias de assistência dos países doadores, bem como nas estratégias nacionais de desenvolvimento e redução da pobreza (OECD. Integrating Climate Change Adaptation into Development Cooperation, 2009; UNDP; UNEP. Mainstreaming Climate Change Adaptation into Development Planning: a guide for practitioners, 2011). 48 Pontos de entrada para integrar a adaptação no planejamento do desenvolvimento Fonte: Reproduzido do PNUD e PNUMA 2011 p 18 49 Nível de planejamento Pontos de entrada Governo nacional e ministérios intersetoriais Documento de estratégia de redução da pobreza Plano nacional de desenvolvimento Estratégia de desenvolvimento nacional baseada nos ODM Processo ou revisão nacional de alocação orçamentária (por exemplo, estrutura de despesas de médio prazo, revisão da despesa pública) Ministérios setoriais Estratégias setoriais, planos e políticas (por exemplo, plano do setor agrícola) Preparação dos orçamentos setoriais Análises das despesas públicas Autoridades subnacionais Políticas de descentralização Planos distritais Elaboração de orçamentos subnacionais Seção 4: Conectar adaptação e planejamento dodesenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Existem várias maneiras de integrar a adaptação no planejamento do desenvolvimento e é importante encontrar os pontos de entrada corretos. Os processos-chave incluem visões e estratégias nacionais de desenvolvimento de longo prazo (15-20 anos), bem como políticas nacionais e estratégias de redução da pobreza de curto prazo (3-5 anos). Tais documentos têm muito potencial para promover a adaptação em vários níveis, uma vez que definem o cenário para os planos e a legislação em âmbito nacional, além de planos e medidas políticas setoriais e subnacionais. Além de incluir considerações de adaptação nas estratégias e nas políticas, é importante garantir que os orçamentos e os programas de investimento prevejam financiamento adequado para a implementação (OECD. Integrating Climate Change Adaptation into Development Cooperation, 2009; UNDP; UNEP. Mainstreaming Climate Change Adaptation into Development Planning: a guide for practitioners, 2011). Informações mais detalhadas são apresentadas no Módulo 6 “Introdução ao planejamento para a mudança climática”. 49 Adaptação à mudança climática e estratégias de redução do risco de desastres Fonte: OXFAM, 2009, p. 5. 50 Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Um elemento importante do planejamento é vincular os esforços de adaptação às estratégias de redução do risco de desastres (RRD). Embora a RRD englobe desastres não relacionados ao clima, como terremotos, ela também aborda as catástrofes relacionadas ao clima, como inundações, secas, ciclones e tempestades – todos os riscos associados à mudança climática. Portanto, é importante, por exemplo, integrar os resultados das avaliações de riscos da mudança climática no processo de planejamento para a RRD. Dessa forma, melhorar os planos e os sistemas de RRD existentes (por exemplo, sistemas de alerta precoce e planos de emergência) também será relevante para a mudança climática (OXFAM. Introduction to Climate Change Adaptation, 2009). 50 Enfrentar o desafio da implementação 51 Orçamento e financiamento de medidas de adaptação à mudança climática Assegurar a coordenação geral por um órgão central Fortalecimento da coordenação multissetorial Capacitação de instituições e indivíduos em âmbito nacional, setorial e subnacional Integração da adaptação no sistema nacional de monitoramento Seção 4: Conectar adaptação e planejamento do desenvolvimento “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Para operacionalizar com sucesso a integração da adaptação, as seguintes medidas são relevantes: combinar as medidas de políticas de adaptação com dotações orçamentárias adequadas. Isso implica alavancar fontes de financiamento interno e externo; transferir as funções de coordenação geral para um órgão central com poder de convocação/poder de decisão junto aos ministérios (por exemplo, gabinete do presidente, Ministério do Planejamento etc.); fortalecimento da coordenação por meio de mecanismos intersetoriais (existentes ou recém-criados); colaboração com organismos nacionais, setoriais e subnacionais para construir sua capacidade de implementar medidas políticas para a adaptação. A implementação de medidas de adaptação em vários níveis pode, assim, beneficiar-se da participação de atores não governamentais; e integração de indicadores de adaptação no sistema nacional de monitoramento para acompanhar as tendências emergentes relacionadas à mudança climática, bem como para acompanhar a implementação e o impacto das políticas (UNDP; UNEP. Mainstreaming Climate Change Adaptation into Development Planning: a guide for practitioners, 2011). 51 Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática Seção 5 Módulo 3: Introdução à adaptação à mudança climática 52 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn A Seção 5 apresenta uma visão geral das iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática. 52 Apoio à adaptação: breve visão geral Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática 53 “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Este slide apresenta uma visão geral dos fluxos de trabalho de adaptação no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Eles serão discutidos em mais detalhe nos próximos slides. 53 Programa de Trabalho de Nairóbi Programas Nacionais de Ação de Adaptação (NAPA) Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) Mecanismo de Varsóvia para Perdas e Danos Marco de Adaptação de Cancún (CAF) Programa de Trabalho de Nairóbi 54 O Programa de Trabalho de Nairóbi dissemina conhecimento e informação sobre adaptação da maneira mais ampla possível por meio de uma variedade de produtos de conhecimento e publicações. Informações adicionais: Marco de Nairóbi e infográfico NWB Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O Programa de Trabalho de Nairóbi sobre Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação à Mudança Climática (Nairobi Work Programme on Impacts, Vulnerability and Adaptation to Climate Change – NWP) foi desenvolvido com o objetivo de ajudar todas as partes, especialmente os países em desenvolvimento, a melhorar sua compreensão dos impactos da mudança climática e da vulnerabilidade, bem como para auxiliá-los a aumentar sua capacidade de tomar decisões informadas sobre como se adaptar com sucesso à mudança climática. Ao fornecer informações sobre a gama de opções de adaptação disponíveis, o NWP auxilia as partes a planejar para a adaptação. A primeira fase do programa de trabalho foi implementada entre 2005 e meados de 2008. A segunda fase teve início em meados de 2008 e se estendeu até 2010. Durante 2010, as partes da UNFCCC decidiram continuar a trabalhar no âmbito do NWP. A COP 21 lança, então, o Portal do Conhecimento sobre Adaptação, sob a NWP. Áreas de trabalho do NWP incluem: Métodos e instrumentos Dados e observações Modelagem climática, cenários e modelagem climática regional (downscaling) Riscos relacionados ao clima e a eventos extremos Informações socioeconômicas Planejamento e práticas de adaptação Pesquisa Tecnologias para adaptação Diversificação econômica 54 Resultados esperados Aumento da capacidade em âmbito internacional, regional, nacional, setorial e local Melhor informação e aconselhamento à Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre Mudança do Clima Melhor divulgação e uso do conhecimento adquirido com atividades práticas de adaptação Maior cooperação entre as partes, organizações relevantes, empresas, sociedade civil e tomadores de decisão Maior contribuição das medidas de adaptação para o desenvolvimento sustentável Programas Nacionais de Ação de Adaptação (NAPAs) 55 Os NAPAs são processos realizados por cada país para identificar atividades que respondem a necessidades urgentes e imediatas dos países menos desenvolvidos (PMDs), a fim de reduzir sua vulnerabilidade. As etapas incluem: Síntese de informações Avaliação da vulnerabilidade e potenciais áreas de risco Identificação das principais medidas prioritárias de adaptação Informações adicionais: site da UNFCCC; site do GEF Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Os Programas Nacionais de Ação de Adaptação (National Adaptation Programmes of Action – NAPAs) proporcionam aos países menos desenvolvidos a oportunidade de identificar suas necessidades de adaptação urgentes e imediatas e priorizar suas atividades de adaptação. O objetivoé reduzir a vulnerabilidade à mudança climática, fortalecer sua capacidade e abordar as necessidades de adaptação mais urgentes, e, nesse contexto, um atraso causará aumento da vulnerabilidade ou dos custos em uma fase posterior. Os NAPAs são compilados no âmbito dos países e são flexíveis, orientados para a ação e baseados nas circunstâncias nacionais. Os NAPAs também podem servir de base para políticas e estratégias nacionais sobre mudança climática. Após submeter um NAPA à UNFCCC, um país menos desenvolvido (PMD) passa a ser elegível para financiamento ao abrigo do Fundo PMDs (Lesat Developed Countries Fund – Fund LDCs) para a implementação do NAPA. A partir de julho de 2013, US$ 774,9 milhões foram destinados ao Fundo PMDs. O recém-criado Fundo Climático Verde também apoiará os NAPAs. Desde 2015, 50 países prepararam e apresentaram seus NAPAs (Site da UNFCCC; Site do GEF). 55 Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) 56 Informações adicionais: site da UNFCCC Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O processo do Plano Nacional de Adaptação (National Adaptation Plan – NAP) permite que as partes avaliem os riscos climáticos e as vulnerabilidades, bem como planejem ações de adaptação. Os NAPs desenvolvem e complementam o planejamento de ad É oferecido apoio, por meio de orientações técnicas, estudos, aconselhamento, oficinas de treinamento, relatórios-síntese e compartilhamento de conhecimentos, aos países menos desenvolvidos, para auxiliar na formulação de planos de ação nacionais (Site da UNFCCC). 56 Objetivos do processo NAP: a) Reduzir a vulnerabilidade aos impactos da mudança climática por meio da construção de capacidade adaptativa e resiliência. b) Facilitar a integração da adaptação à mudança climática nas políticas, nos programas e nas atividades novas e existentes relevantes, em particular nos processos e nas estratégias de planejamento do desenvolvimento, em todos os setores relevantes e em diferentes níveis. Comparação dos processos NAPA e NAP Fonte: GSP, 2012. 57 Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Este slide traz uma comparação dos processos NAPA e NAP. Os NAPs podem ser vistos como uma evolução dos NAPAs, passando de um foco nas necessidades de adaptação urgentes/imediatas para uma perspectiva de longo prazo. Embora a maioria dos NAPAs tenha sido desenvolvida sob a liderança dos ministérios do Meio Ambiente, o processo NAP envolve os ministérios do Planejamento, das Finanças e ministérios setoriais para promover a integração da adaptação à mudança climática no planejamento do desenvolvimento. Enquanto os NAPAs são focados apenas nos países menos desenvolvidos (PMDs), o processo NAP abrange todos os países em desenvolvimento interessados (Draft NAP Global Support Programme (GSP). Submission to the GEF, 2012). 57 Programa de Trabalho sobre Perdas e Danos 58 Programa de trabalho relativamente novo, estabelecido em 2010 Objetivo: considerar abordagens para lidar com perdas e danos associados à mudança climática nos países em desenvolvimento vulneráveis Desafio: falta de evidência empírica sobre o escopo e a importância das perdas e dos danos associados à mudança climática Informações adicionais no site da UNFCCC. Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Compromissos e ações de mitigação existentes não são suficientes para prevenir os impactos perigosos relacionados à mudança climática. Portanto, os países em desenvolvimento estão conclamando um compromisso internacional para enfrentar perdas e danos. Nesse contexto, o Programa de Trabalho sobre Perdas e Danos foi criado em 2010 como parte do Marco de Adaptação de Cancún. Considera abordagens para lidar com perdas e danos associados aos impactos da mudança climática em países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos da mudança climática. As atividades no âmbito desse programa de trabalho são realizadas em três áreas temáticas. A Área Temática I avalia o risco de perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática. A Área Temática II analisa as diversas abordagens para lidar com tais perdas e danos. Além das perdas e dos danos associados aos efeitos adversos da mudança climática, também inclui impactos relacionados a eventos climáticos extremos e eventos de evolução lenta. A Área Temática IIII aborda o papel da UNFCCC no fortalecimento da implementação de abordagens para lidar com perdas e danos (Site da UNFCCC e UNU; CDKN; ACPC. Pushing the Limits: Pioneering Study Shows Evidence of Loss & Damage in Vulnerable Communities: fact sheet, 2013). 58 Mecanismo de Varsóvia para Perdas e Danos 59 Iniciativa relativamente nova criada pela COP 19, em 2013 Objetivo: promover a implementação de abordagens para lidar com perdas e danos associados à mudança climática nos países em desenvolvimento vulneráveis Desafio: falta de evidência empírica sobre o escopo e a importância das perdas e dos danos associados à mudança climática Informações adicionais no site da UNFCCC. Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn Compromissos e ações de mitigação existentes não são suficientes para prevenir os impactos perigosos relacionados à mudança climática. Portanto, os países em desenvolvimento estão conclamando um compromisso internacional para enfrentar perdas e danos. Como parte do Marco de Adaptação de Cancún, o Mecanismo de Varsóvia para Perdas e Danos é o órgão sob a Convenção que tem por objetivo fortalecer o conhecimento, a cooperação internacional e a implementação de abordagens para reduzir perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança climática, especialmente em países em desenvolvimento vulneráveis. As atividades sob o mecanismo de perdas e danos têm foco na melhoria do conhecimento sobre abordagens de gestão de risco, diálogo mais forte e sinergias entre as partes interessadas, além de promover ações e apoio por meio de financiamento, tecnologia e capacitação. Site da UNFCCC UNU, CDKN & ACPC (2013). Fact Sheet - Pushing the Limits: Pioneering Study Shows Evidence of Loss & Damage in Vulnerable Communities 59 Perdas e danos em Gâmbia 60 Link: https://www.youtube.com/embed/xu5YMyEK8QA?list=PLuaYSS3ezmQDuD5X1Zk9RaLXLuxoGmzoJ?autohide=1&rel=0 Entrevista com Dr. Sidat Yaffa sobre os resultados de um estudo de caso sobre perdas e danos em Gâmbia. Ver as outras entrevistas Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn O vídeo faz parte de uma série de 15 entrevistas com participantes da Conferência “Perspectivas sobre Perdas e Danos: Sociedade, Mudança Climática e Tomada de Decisão”, organizada pelo Instituto Universitário das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Segurança Humana (United Nations University Institute for Environment and Human Security – UNU-EHS) no campus da ONU em Bonn, Alemanha, de 25 a 27 fevereiro de 2013. 60 Marco de Adaptação de Cancún (CAF) 61 Objetivo do CAF: Reforçar a ação em matéria de adaptação, inclusive por meio da cooperação internacional e avaliação coerente das questões relativas à adaptação ao abrigo da Convenção. Cinco áreas do CAF: Implementação Apoio Instituições Princípios Envolvimento das partes interessadas Informações adicionais no site da UNFCCC. Seção 5 : Iniciativas internacionais para apoiar a adaptação à mudança climática “One UN “ Plataforma para Serviços de Treinamento em Mudança Climática: UN CC:Learn
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