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TRF3
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO
Pós-edital
FINANÇAS PÚBLICAS
FINANÇAS PÚBLICAS
Livro Eletrônico
MANUEL PIÑON
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado 
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – 
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, 
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – 
AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do 
Brasil) em 1998.
MANUEL PIÑON
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado 
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – 
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, 
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – 
AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do 
Brasil) em 1998.
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FINANÇAS PÚBLICAS
Finanças Públicas
Prof. Manuel Piñon 
Finanças Públicas .......................................................................................7
1. Finanças Públicas e Orçamento Na CF/1988 ...............................................7
1.1. Aspectos Introdutórios ..........................................................................7
1.2. Atividade Financeira do Estado ...............................................................8
1.3. Embasamento Constitucional do Direito Financeiro/Orçamentário .............12
1.4. Competência para Legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento Público ...14
1.5. Finanças Públicas e Orçamento Público – Artigos 163 a 169 da CF/1988 ....17
1.6. Orçamento Público – Conceitos Adicionais .............................................34
1.7. Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária ................................45
Resumo ...................................................................................................50
Mapas Mentais .........................................................................................52
Questões Comentadas em Aula ..................................................................54
Questões de Concurso ...............................................................................59
Gabarito ..................................................................................................86
Gabarito Comentado .................................................................................87
Anexo .................................................................................................. 144
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Finanças Públicas
Prof. Manuel Piñon 
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
Seja bem-vindo ao Curso de Direito Constitucional II (parte referente às 
Finanças Públicas e ao Orçamento Público) para o cargo de analista judiciá-
rio do concurso do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) 2019.
Estudar para um concurso como o da TRF-3 não é tarefa das mais fáceis. Esse 
concurso apresenta um elevado grau de dificuldade em suas provas, além do alto 
nível dos candidatos. Por isso, torna-se necessária uma preparação com planeja-
mento e muita disciplina.
A preparação do candidato hoje em dia não deve se limitar à simples leitura do 
material. O nível de preparação dos concorrentes não permite mais que você seja 
aprovado em algum certame apenas livrando a nota de corte. É necessário fazer a 
diferença em todas as matérias.
Nessa linha, buscaremos aqui detalhar todo o conteúdo programático da maté-
ria, numa linguagem simples e objetiva, sem, contudo, ser superficial.
Nosso curso atenderá tanto ao concurseiro do nível mais básico, ou seja, aquele 
que está vendo a matéria pela primeira vez, como também aquele mais avançado, 
que deseja fazer uma revisão completa e detalhada da matéria.
Além disso, resolveremos aqui muitas questões da FCC, de tal forma que 
você ficará bastante afiado na matéria, ao ponto de chegar à prova com bastante 
segurança.
Antes de iniciar os comentários sobre o funcionamento do nosso curso, gostaria 
de fazer uma breve apresentação pessoal.
Sou Administrador de Empresas com especialização em Finanças pela Fundação 
Getúlio Vargas-FGV e auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, aprovado no con-
curso nacional de 2009/2010.
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Atuei inicialmente na Área de Arrecadação e Administração Tributária, passando 
pelo setor de Planejamento e Controle da Atividade Fiscal até chegar à atividade de 
Fiscalização propriamente dita.
Porém, antes de tomar posse no meu atual cargo, eu já o havia exercido ante-
riormente entre 1999 e 2001. É que fui aprovado no concurso de para auditor-fiscal 
da Receita Federal (na época AFTN) de 1998, e, após 2 anos de exercício na ativida-
de de fiscalização de empresas da Região Norte do país, recebi e aceitei um convite 
para voltar a trabalhar na iniciativa privada em minha cidade: Salvador.
Após alguns anos na área privada, vivendo momentos de alta satisfação alter-
nados com momentos de insatisfação, resolvi voltar a estudar para concursos pú-
blicos em 2006.
Essa fase foi muito difícil. Eu tinha uma jornada dura, mas tinha que ser discre-
to, já que trabalhava e estudava muito, mas sem “poder dar muita bandeira” dessa 
dupla jornada.
Sei que muitos de vocês vivem situações parecidas, mas acreditem que essa 
situação é transitória.
No meu caso, fui recompensado com a aprovação para o cargo de Analista de 
Finanças e Controle (AFC) da Controladoria Geral da União (CGU) no ano de 2008.
Entretanto, mesmo já trabalhando em bom cargo e com um excelente ambiente 
de trabalho na CGU, eu não me acomodei.
Continuei com meus estudos rumo ao sonho de voltar a ser auditor-fiscal da 
Receita Federal, que, como já dito, pode ser realizado com a aprovação no concurso 
de 2009/2010.
É isso, meu(minha) amigo(a)!
Espero dividir com você a experiência adquirida ao longo da minha preparação, 
pois sei exatamente o que se passa “do outro lado”: as angústias, as expectativas, 
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as dificuldades, mas também os sonhos. Não se esqueça que são os sonhos que 
nos movem.
Acredite e se esforce ao máximo.
Esse é o segredo!
Feitas as apresentações iniciais,passemos à proposta do nosso curso.
Aula Conteúdo
1
Finanças Públicas
Finanças Públicas. Normas Gerais.
2
Orçamento Público
Dos Orçamentos
3
Rota Final
Rota Final
Ao final dessa aula quero ver tanto eu quanto você com uma sensação boa, de 
que estamos no caminho certo. 
Como diria Mahatma Gandhi:
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, 
não existirão resultados”.
Então, vamos nessa!
Prof. Manuel Piñon.
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Finanças Públicas
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FINANÇAS PÚBLICAS
1. Finanças Públicas e Orçamento Na CF/1988 
1.1. Aspectos Introdutórios
O estudo das Finanças Públicas pode ser visto pela ótica de servir para via-
bilizar a execução das funções inerentes ao Estado, contribuindo para aprimorar 
o planejamento, a organização, a direção, o controle e a tomada de decisões dos 
gestores públicos em cada uma dessas fases.
Em outras palavras, podemos dizer que as Finanças Públicas, também deno-
minada de Economia do setor Público, aborda os aspectos relativos atividades 
de obtenção e aplicação de recursos para o custeio dos serviços públicos e para o 
atendimento das necessidades sociais. 
Nesse contexto, podemos dizer que as Finanças Públicas são o ramo do es-
tudo econômico em que se situa o Governo, responsável pela aplicação de 
políticas que visem o contínuo aumento do bem-estar da população.
Ressalte-se que, no âmbito das finanças públicas, a sua análise precisa levar em 
conta que as decisões políticas são tomadas com objetivos políticos, muitas vezes 
contrariando, na prática, a direção que lava ao objetivo de maximizar o bem-estar 
da população.
No que diz respeito ao seu objeto, podemos dizer que o seu principal foco é 
o estudo da atividade fiscal, sendo o Orçamento Público, em verdade, o seu 
principal instrumento, por meio do qual o governo retira recursos da sociedade, 
sobretudo pela via da tributação sobre a renda, o patrimônio e o consumo, alocan-
do-os nas áreas selecionadas. 
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Finanças Públicas
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Podemos dizer ainda, no âmbito econômico, que as finanças públicas têm 
como objetivo principal corrigir as falhas de mercado, atingindo objetivos es-
pecíficos como melhorar a oferta de bens públicos, estimular a concorrência da 
oferta, estimular atividades que tragam benefícios sociais e desestimular as que 
tragam prejuízos sócias, manter bom nível de emprego, dentre outros.
Já no âmbito jurídico, a CF/1988 em seu artigo 170 (a seguir reproduzido), de-
fine os objetivos específicos da economia do setor público, que estão intimamente 
aos objetivos específicos relacionados no parágrafo anterior:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre ini-
ciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e presta-
ção; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19/12/2003)
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
1.2. Atividade Financeira do Estado
As Finanças Públicas e o Direito Financeiro têm como objeto de estudo a 
Atividade Financeira do Estado (AFE), que, por sua vez, engloba quatro ele-
mentos que estão intimamente ligados:
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Direito Financeiro
Atividade Financeira do Estado
Receita
Pública
Despesas
Públicas
Orçamento
Público
Crédito
Público
1) Obter Receita Pública (orçamentária);
2) criar o Crédito Público (empréstimo público);
3) gerenciar ou gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária Anual);
4) despender recursos (gastar) – executar a Despesa Pública (orçamentária).
Para melhor visualização da Atividade Financeira do Estado, veja:
GERIR
OBTER
GASTAR
CRIAR
Orçamento/planejamento
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Receita
Despesa
Crédito
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É importante destacar que a disciplina jurídica é normativa e prática, enquanto 
o estudo das finanças públicas é especulativo, já que, como dito, muitas vezes con-
trariando, na prática, a direção que lava ao objetivo de maximizar o bem-estar da 
população, decisões políticas são tomadas com objetivos políticos distintos dessa 
finalidade.
A maneira pela qual o Estado intervém no processo econômico é dependente 
da série de instrumentos que este dispõe, de forma a financiar as suas atividades.
Em outras palavras, o estudo da ciência das finanças públicas, tem por objeto 
conhecer como o “dinheiro circula” nas mãos do Estado, ou seja, como ele 
arrecada e gasta seus recursos de acordo com as leis orçamentárias e correlatas.
Lembrando o saudoso Mestre Aliomar Baleeiro, que nos disse que a atividade 
financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro 
indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a ou-
tras pessoas de direito público.
Assim, podemos “destrinchar” essa ideia em três partes:
1) o Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo obter 
recursos (receita pública) para poder despendê-los (despesa pública) 
na aplicação de seus fins. 
2) Além disso, nem sempre os recursos obtidos são suficientes, por isso o Esta-
do precisa criá-los (crédito público) para que os mesmos sejam capazes de 
atender todos os dispêndios. 
3) Por fim, toda essa atividade deve ser gerenciada (ORÇAMENTO PÚBLI-
CO). 
Importante destacar que, no que diz respeito à extensão da atividade financeira do 
Estado, o STF já manifestou posição no sentido de que os Tribunais de Contas têm 
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competênciapara fiscalizar empresas públicas e sociedades de economia mista, 
independente da exigência de dano ao Erário (MS n. 25.092 e MS n. 25.181). 
Muita gente também confunde os ramos do Direito 
Financeiro/Orçamentário (que estuda as Finanças Pú-
blicas e o Orçamento Público) e Direito Tributário, e 
os examinadores gostam de colocar pegadinhas nesse 
sentido.
Na verdade, existe uma linha tênue entre o Direito Fi-
nanceiro e o Direito Tributário, uma vez que ambos 
pertencem ao Direito Público e atuam na obtenção de 
receitas pelo Estado.
Existe autonomia para cada um deles, conforme previsão constitucional, mas 
na prática o Direito é um só e essa classificação em ramos é apenas didática. Na 
realidade, existe forte ligação entre os ramos e entre os seus dispositivos legais, 
como veremos ao longo do curso.
No caso das receitas derivadas, como é o caso dos tributos, se de um lado, o 
Direito Tributário regulamenta as suas respectivas alíquotas, bases de cálculo e 
hipóteses de incidência, de outro, o Direito Financeiro, por seu turno, cuida da 
aplicação desses tributos como instrumento de financiamento de despesas públi-
cas. Pode-se notar, portanto, o viés da grande diferença entre esses dois ramos do 
Direito.
Pode-se afirmar ainda que cabe ao Direito Financeiro disciplinar e regular a 
atividade financeira do Estado, exceto o que se refere à tributação, que é da alçada 
do Direito Tributário. 
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Podemos dizer que, de certo modo, o estudo das Finanças Públicas e o Direito 
Financeiro são mais abrangentes que o Direito Tributário, já que enquanto o Direito 
Financeiro estabelece normas relativas à arrecadação da receita, à gestão orça-
mentária e do crédito público e ao dispêndio público (despesa), o Direito Tributário 
regulamenta apenas a receita derivada, coercitiva, imposta por lei, que é o tributo. 
Além disso, não é da competência de o Direito Tributário regular a forma como 
a receita tributária será aplicada no financiamento das políticas públicas em prol 
da coletividade, assunto afeto ao Direito Financeiro. Na verdade, quem abarca a 
decisão do Estado sobre a aplicação dos recursos arrecadados com os tributos é o 
Direito Financeiro e não o Direito Tributário.
1.3. Embasamento Constitucional do Direito Financeiro/
Orçamentário
O tema Finanças Públicas, o Orçamento Público e o Direito Financeiro 
encontram sua “gênese normativa” na Constituição Federal de 1988 (CF/1988), 
especialmente entre os artigos 163 e 169. Em sua prova, com certeza, teremos 
questões retiradas deles e nessa aula vamos explorá-los ao máximo.
Mas, além da letra da CF/1988, as Finanças Públicas e Orçamento Público 
têm sustentação na Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro, Lei n. 4.320/1964, 
também conhecida como lei do orçamento público, que é uma lei originalmente 
ordinária, federal, porém de abrangência nacional, vinculando todos os entes polí-
ticos, quais sejam União, Estados, DF e Municípios. 
A CF/1988 além de destinar um capítulo para tratar das finanças públicas, recep-
cionou a Lei n. 4.320/1964 atribuindo-lhes status de Lei Complementar.
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Reserva de Lei Complementar
Repare que o artigo 165, § 9º, da CF/1988 estabelece a competência de lei 
complementar para:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organiza-
ção do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
Raciocine comigo: se a CF é de 1988 e antes dela já vigorava Lei n. 4.320/1964, 
aprovada pelo Congresso Nacional por maioria simples, em processo legislativo de 
lei ordinária, então estamos diante de uma inconsistência constitucional.
Em verdade, essa incongruência deve-se ao fato de que a CF/1988 exige lei 
complementar para tratar de exercício financeiro e dos instrumentos do Plano 
Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária 
Anual (LOA). 
Assim, contrariando a previsão da CF/1988, a lei que regulamentou o exercí-
cio financeiro, período durante o qual o Estado realiza a sua atividade financeira, 
arrecadando receitas e executando despesas, é a Lei n. 4.320/1964, editada e 
publicada como originalmente como lei ordinária.
Entretanto, não se pode afirmar, que pelo fato de ser uma lei pretérita à CF/1988, 
que inaugurou um novo ordenamento jurídico no Brasil a partir daquele ano, e que 
vai de encontro à norma do art. 165, § 9º, I, foi automaticamente revogada com 
a publicação da Lei Maior.
A Lei n. 4.320/1964 não foi revogada, mas sim recepcionada como se 
Lei Complementar fosse. ASSIM, de acordo com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal (ADI n. 1726), a Lei n. 4.320/1964 foi recepcionada com o 
status de lei complementar perante o texto constitucional de 1988, apesar 
da sua forma originária de lei ordinária.
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Em suma, a Lei n. 4.320/1964 é uma lei formalmente ordinária, aprovada por 
meio de processo legislativo ordinário, quórum de deliberação parlamentar maioria 
simples, e materialmente complementar, pois a matéria de que ela trata é de lei 
complementar, com fulcro no art. 165, § 9º, I, da CF/1988.
Desse modo, pelo fato de a Lei n. 4.320/1964 ter sido recepcionada pelo atual 
ordenamento jurídico brasileiro, ditado pela Carta Magna de 1988, com status de 
lei complementar, somente poderá ser alterada por uma lei federal de mes-
ma matéria, e lei complementar.
Mesmo sendo uma lei formalmente ordinária e materialmente complementar, a Lei 
n. 4.320/1964 somente poderá ser alterada, desde a vigência da atual Constitui-
ção, por uma lei complementar tanto quanto à forma e quanto à matéria.
Guarde que o Direito Financeiro estabelece, portanto, além do crédito público, re-
gras relativas a Orçamento público, Receita pública e Despesa pública.
É importante deixar claro que o tema Finanças Públicas e Orçamento Público 
não é normatizado apenas pela CF/1988 e pela Lei n. 4.320/1964, pois a Lei Com-
plementar n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) também tem relevante 
importância.
1.4. Competência para Legislar sobre Direito Financeiro e 
Orçamento Público
É importante registrar que a competência para legislar sobre Direito Finan-
ceiro e Orçamento Público é concorrente da União, Estados e Distrito Federal, 
como define o artigo 24, I e II; e §§ 1º a 4º da CF/1988. Veja:
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á 
a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competên-
cia suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei es-
tadual, no que lhe for contrário.
Veja essa linha de raciocínio na sequência dos parágrafos do inciso II artigo 24 
da CF/1988, especialmente o que revela o 4º:
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a esta-
belecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia 
da lei estadual, no que lhe for contrário.
Note que o dispositivo normativo acima não faz menção aos municípios, mas 
existe a possibilidade de dispor sobre temas próprios e específicos de direito finan-
ceiro, conforme disposição expressa do art. 30, II, CF/1988. Confira:
Art. 30. Compete aos Municípios:
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Nessa pegada, a doutrina, embora não de modo pacífico, tem aceito que 
existe competência também para os Municípios, com base no art. 30, I, da CF/1988.
Sempre é bom lembrar que, no âmbito da competência concorrente, cabe à 
União estabelecer normas gerais, e aos Estados, DF e Municípios suplementar o que 
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foi estabelecido pela União. Em verdade, a norma geral já foi editada pela União 
desde 1964. Trata-se da Lei n. 4.320/1964, lei federal de normas gerais de direito 
financeiro, de abrangência nacional, vinculando, portanto, todos os entes políticos.
É importante deixar claro novamente que, no âmbito da legislação concor-
rente, cabe à União legislar sobre normas gerais de direito financeiro (art. 24, § 
1º, CF/1988), e o Estado/DF mantém competência suplementar (art. 24, § 2º, 
CF/1988), tendo os municípios a prerrogativa constitucional de suplementar a le-
gislação federal e estadual, no que couber, conforme já explanado (art. 30, II, 
CF/1988) e com apoio da Doutrina, embora não pacífica.
E se não houvesse legislação federal, o que não é o caso, o Estado teria compe-
tência legislativa plena (art. 24, § 3º, CF/1988), o que significaria a possibilidade 
jurídica de editar lei de normas gerais de direito financeiro para atender a suas 
peculiaridades?
Sim! 
Se ligue!
Mas como dito antes, não é o caso, pois a União já estabeleceu as Normas Ge-
rais (Lei n. 4.320/1964).
Entretanto, é importante deixar claro que mesmo diante dessa possibilidade, se 
depois sobrevier a lei federal, posterior à edição da lei estadual de normas gerais 
de direito financeiro, as normas contrárias da lei estadual de normas gerais terão 
a sua eficácia suspensa, sendo válidas apenas as disposições normativas que não 
contrariarem as federais editadas, pois a superveniência de lei federal sobre nor-
mas gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrária (art. 24, § 
4º, CF/1988).
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1.5. Finanças Públicas e Orçamento Público – Artigos 163 a 
169 da CF/1988
Como já reforçamos, as finanças públicas e o orçamento público (Direi-
to Financeiro) encontram sua “gênese normativa” na Constituição Federal 
de 1988, especialmente entre os artigos 163 e 169. 
Caro(a) aluno(a), é importante que quando estiver estudando essa matéria, 
esteja com as legislações pertinentes em mãos para fazer as devidas anotações na 
própria lei, caso tenha esse hábito. No anexo dessa aula reproduzimos esses 
artigos para o seu deleite. 
A leitura de “lei seca” é muito importante, sendo fundamental na Constituição 
Federal de 1998 ler os artigos 163 a 169. Vamos reproduzi-los com grifos nos-
sos, intercalando os artigos com questões de prova de concursos anterio-
res que cobraram a sua literalidade.
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS
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Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais en-
tidades controladas pelo Poder Público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguar-
dadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvi-
mento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusiva-
mente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao 
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, 
com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público 
e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os 
casos previstos em lei.
Questão 1 (FCC/ANALISTA/PREFEITURA DE RECIFE/2019) A respeito do que 
estabelece a Constituição Federal sobre as Finanças Públicas, 
a) o banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacio-
nal, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
b) a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pela 
Casa da Moeda. 
c) é permitido ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos 
ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade, ainda que não seja instituição 
financeira. 
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d) as disponibilidades de caixa da União poderão ser depositadas em qualquer ins-
tituição financeira oficial, ressalvados os casos previstos em lei. 
e) a lei ordinária disporá, dentre outros assuntos, sobre a fiscalização financeira da 
Administração pública direta e indireta.
Letra a.
Note que no artigo 164, § 2º, da CF/1988 fica claro que:
o banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com 
o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Ou seja, o BACEN pode, sim, comprar e vender títulos de emissão do Tesouro 
Nacional como instrumento a ser usado no âmbito da execução da política mone-
tária, de modo a regular a oferta de moeda em circulação no mercado, a taxa de 
juros e exercer o controle da inflação.
De modo completamente diferente, temos no § 1º do desse mesmo artigo a uma 
proibição para que o BACEN financie o Tesouro Nacional com recursos públicos, já 
que é o Banco Central quem guarda as disponibilidades da União na conta única do 
Tesouro Nacional. 
Em suma, guarde que as operações com títulos públicos emitidos pelo Tesouro 
Nacional somente podem ser realizadas no chamado mercado secundário, usando 
assim os títulos negociáveis já emitidos pelo Tesouro Nacional com contraparte ex-
clusivamente de instituições financeiras.
�b) Errada. Já que o BACEN é titular da competência para emitir moeda, sendo a 
casa da moeda uma mera contratada do BACEN para a sua execução física.
�c) Errada. Já que o BACEN é proibido de conceder, direta ou indiretamente, em-
préstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja insti-
tuição financeira. 
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�d) Errada. Já que, conforme a literalidade do parágrafo 3º do artigo 164 da nossa 
Carta Magna:
as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Es-
tados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público 
e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os 
casos previstos em lei.
e) Errada. Já que esse é um tema com reserva de Lei Complementar (veja o artigo 
163, V, da nossa CF/1988).
Questão 2 (FCC/ANALISTA/TCE-CE/2015) A Constituição Federal estabeleceu al-
gumas regras relacionadas com as atividades do Banco Central do Brasil. De acordo 
com o texto constitucional,
I – a competência da União para emitir moeda será exercida concorrentemente 
pelo Banco Central do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
II – é vedado ao Banco Central do Brasil conceder, direta ou indiretamente, em-
préstimos ao Tesouro Nacional.
III – é autorizado ao Banco Central do Brasil conceder, indiretamente, emprésti-
mos a órgão ou entidade que não seja instituição financeira, nos termos de 
lei complementar.
IV – o Tesouro Nacional poderá comprar e vender títulos de emissão do Banco 
Central do Brasil, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de 
juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV. 
b) I e III. 
c) II. 
d) III e IV 
e) IV.
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Letra c.
Vamos julgar os itens e marcar a alternativa correspondente.
I - Errada. Já que o artigo 164 da CF/1988 define que a competência da União 
para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
II - Correta. “Cara crachá” com o § 1º do artigo 164. Confira:
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Te-
souro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
III - Errada. Já que existe vedação nesse sentido no artigo 164 da CF/1988.
IV - Errada. Já que o Banco Central pode comprar e vender títulos de emissão do 
Tesouro Nacional no intuito de regular a oferta de moeda/taxa de juros.
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as dire-
trizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital 
e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da adminis-
tração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro sub-
sequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações 
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras 
oficiais de fomento.
Questão 3 (FCC/TÉCNICO/TST/2017) Em uma situação de crise fiscal, um dos 
efeitos mais sentidos é a queda da arrecadação tributária, fato que atinge todas 
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as esferas de poder dos entes federativos. Diante dessa situação, a Administração 
promoveu a alteração da legislação tributária por meio da lei orçamentária anual. 
Essa medida contrariou formalmente a Constituição Federal que determina que
a) o instrumento de planejamento correto para dispor acerca dessa espécie de al-
teração é o Plano Plurianual. 
b) deficit de arrecadação não é fundamento legal para essa alteração. 
c) o instrumento de planejamento correto para dispor acerca dessa espécie de al-
teração é a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
d) a alteração na legislação tributária somente seria possível no caso de criação de 
novo tributo. 
e) o instrumento de planejamento correto para dispor acerca dessa espécie de al-
teração é o Demonstrativo da Execução Orçamentária.
Letra c.
Conforme dispõe o artigo da CF a seguir reproduzido, o instrumento de planeja-
mento correto para dispor acerca dessa espécie de alteração é a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. 
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priorida-
des da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício 
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá so-
bre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das 
agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, 
relatório resumido da execução orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição 
serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso 
Nacional.
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§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades 
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamen-
te, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações insti-
tuídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado 
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, 
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano 
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo 
critério populacional.
Questão 4 (FCC/TÉCNICO/TST/2017) Considere:
I – O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas 
e mantidas pelo Poder Público.
II – O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indi-
retamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Conforme estabelecido na Constituição Federal, uma das funções desses orçamen-
tos, compatibilizados com o Plano Plurianual, é
a) estabelecer benefícios fiscais aos entes federativos com menor arrecadação. 
b) promover o orçamento sustentável dos órgãos da Administração direta e indi-
reta da União. 
c) priorizar a alocação de verbas a fundos e fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público. 
d) indicar parâmetros para o estabelecimento de metas fiscais. 
e) reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
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Letra e.
Guarde que uma das funções do PPA em conjunto com o orçamento fiscal e de in-
vestimentos (LOA) é reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério 
populacional, conforme determina o § 7º do artigo 165 da CF/1988:
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano 
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, 
segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e 
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de cré-
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação 
de receita, nos termos da lei.
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organiza-
ção do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e 
indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos 
que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumpri-
mento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, 
para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentá-
rias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir 
a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 100, de 2019) 
Questão 5 (FCC/PROCURADOR/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/2012) A Cons-
tituição Federal fixa a competência legislativa em matéria de finanças públicas, 
determinando que será disposto especificamente por lei complementar
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a) o plano plurianual e as diretrizes orçamentárias. 
b) as normas gerais sobre finanças públicas. 
c) a lei orçamentária anual. 
d) a abertura de crédito suplementar. 
e) a abertura de crédito extraordinário.
Letra b.
A resposta dessa questão está no que dispõe o § 9º do artigo 165 da CF/1988. 
Confira com grifos nossos.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a 
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei or-
çamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração 
direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de 
fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão 
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pa-
gar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto 
nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, 
de 2019).
Repare que os assuntos de que deve tratar a lei complementar no artigo 165 su-
pracitado referem-se a normas gerais sobre finanças públicas.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao 
orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Con-
gresso Nacional, na forma do regimento comum.
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Questão 6 (FCC/TÉCNICO/TRT-21/2017) A Constituição Federal, ao tratar dos 
projetos de lei para os instrumentos de planejamento orçamentário, estabelece que 
devem ser apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Essa norma cons-
titucional abrange, expressamente, a Lei Orçamentária Anual, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias, o Plano Plurianual e os projetos de lei referentes a
a) restos a pagar.
b) gastos com assistência social.
c) créditos adicionais.
d) suprimento de fundos.
e) dívida ativa.
Letra c.
O caput do artigo 166 da CF/1988 dispõe:
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orça-
mento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congres-
so Nacional, na forma do regimento comum. 
Assim, serão somados todos os deputados e senadores (com um voto para cada, 
claro) dentro do mesmo lugar (Congresso Nacional) para apreciar e votar esses 
projetos de lei, modo típico da forma do regimento comum das duas Casas.
§ 1º Caberá auma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas 
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e se-
toriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orça-
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mentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de 
suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá pa-
recer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso 
Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifi-
quem somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação 
de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; 
ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprova-
das quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para 
propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a 
votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Questão 7 (FCC/ANALISTA/TST/2017) A Constituição Federal dita a tramitação 
de projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei 
Orçamentária Anual e créditos adicionais e dispõe que
a) cabe ao Senado examinar e emitir parecer sobre esses projetos. 
b) as emendas devem ser apresentadas no Plenário das duas casas do Congresso 
Nacional e serão apreciadas na Comissão Mista permanente de Senadores e Depu-
tados. 
c) o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para 
propor modificação nos projetos enquanto não iniciada a votação, na Comissão 
mista, da parte cuja alteração é proposta. 
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d) as emendas aos projetos somente podem ser aprovadas com a indicação dos 
recursos necessários, requisito dispensado no caso de despesa para educação e 
saúde. 
e) a anulação de despesa não é considerada fonte de recursos para fins de apro-
vação de emendas.
Letra c.
De acordo com parágrafo 5º do artigo 166 da nossa Carta Magna, 
o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor 
modificação nos projetos enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte 
cuja alteração é proposta. 
�a) Errada. Na verdade, a emissão de parecer cabe a comissão mista permanente 
de Senadores e Deputados (CMO).
�b) Errada. Na verdade, as emendas são apresentadas na Comissão mista.
�d) Errada. Inexiste a exceção para despesas com educação e saúde.
e) Errada. Sim, é admitida a anulação de despesa para emendas.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento 
anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos 
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
Embora exista previsão constitucional, ainda não existe regulamentação em Lei 
Complementar, valendo os prazos do artigo 35 do ADCT (Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias).
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§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o dispos-
to nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei or-
çamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, con-
forme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica 
autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite 
de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no 
projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será 
destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional 
n. 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto 
no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 
2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. 
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se 
refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois dé-
cimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme 
os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar 
prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também 
às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de 
parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um 
por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo 
não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem téc-
nica. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os ór-
gãos de execução deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamen-
tárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos das 
programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução 
dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, 
de 2019) 
I – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
II – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
III – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da progra-
mação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito 
Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo desti-O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HELENA MARIA DOS SANTOS SILVA - 70141794461, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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natário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins 
de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias pre-
vistas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados para fins de cumprimento da 
execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da recei-
ta corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das 
emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para 
as programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de 
Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 
100, de 2019) 
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá re-
sultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de 
diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo 
poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre 
o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 100, de 2019). 
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obriga-
tório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igua-
litária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. 
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) 
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem so-
bre o início de investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício finan-
ceiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de emenda 
pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do 
empreendimento.(Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019). 
De acordo com a Jurisprudência do STF, a proposta de emenda orçamentária 
feita no âmbito do Poder Legislativo não viola a competência do Poder Execu-
tivo de iniciar os projetos de leis orçamentárias (ADI n. 1050 MC/SC). 
O artigo 167 será estudado no tópico 1.7. desta aula (vedações constitucionais em 
matéria orçamentária).
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Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os 
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 
20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 
165, § 9º. 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de car-
gos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão 
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração 
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só po-
derão ser feitas: 
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de des-
pesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; 
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a 
adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os re-
passes de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
que não observarem os referidos limites. 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o 
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e 
funções de confiança; 
II – exoneração dos servidores não estáveis. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para 
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o 
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um 
dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto 
da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização 
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado 
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou asse-
melhadas pelo prazo de quatro anos. 
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do 
disposto no § 4º.
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Questão 8 (FCC/ANALISTA/TCE-AP/2012) Para a concessão de vantagem ou au-
mento de remuneração dos servidores públicos da administração pública direta 
NÃO é necessário
a) obediência aos limites com despesa com pessoal fixados na Lei de Responsabi-
lidade Fiscal. 
b) prévia dotação orçamentária suficiente para atender os acréscimos às projeções 
da despesa com pessoal. 
c) abertura de crédito extraordinário para custear este aumento de despesa impre-
visível e urgente. 
d) autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias. 
e) respeitar o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal 
inativo.
Letra c.
Vamos analisar as alternativas e escolher a errada! Se ligue! O examinador quer 
a errada!
�a) Correta. Já que está em conformidade com o caput do artigo 169 da CF/1988. 
Confira:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
A Lei Complementar no caso é a LRF, LC n. 101/2000.
�b) Correta. Já que está em conformidade com o § 1º, inciso I, do artigo 169 da 
CF/1988. Confira:
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§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de car-
gos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão 
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administraçãodireta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só po-
derão ser feitas: 
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de des-
pesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
�c) Errada. Já que não é possível fazer a abertura de crédito extraordinário com o 
fito de custear aumento de remuneração ou vantagem dos servidores, tendo em 
vista a sua natureza de urgência e imprevisibilidade. Lembre-se do § 3º do artigo 
167 da CF/1988:
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a 
despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção in-
terna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
�d) Correta. Já que está em conformidade com o § 1º, inciso II, do artigo 169 da 
CF/1988. Confira:
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de car-
gos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão 
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração 
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só po-
derão ser feitas: 
[...]
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
e) Correta. Já que, em conformidade com o caput do artigo 169 da CF/1988, res-
peitar o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo 
para que seja possível conceder vantagem ou aumento de remuneração dos servi-
dores públicos da administração pública direta.
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A ideia aqui foi lhe dar uma visão geral dos artigos da CF/1988 que tratam das 
Finanças Públicas e do Orçamento Público. Durante o curso esses artigos serão 
constantemente relacionados à teoria e à resolução de questões.
1.6. Orçamento Público – Conceitos Adicionais
1.6.1. Definições Iniciais
Nosso objetivo agora é avançar um pouco mais no tema Orçamento Público, 
também chamado de “orçamentos anuais”, mas que tecnicamente falando, é a 
LOA (Lei Orçamentária Anual). 
Podemos dizer que a LOA ou Orçamento Público é, em verdade, um proces-
so contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos financeiros para 
determinado período (um ano), os planos e programas de trabalho do go-
verno.
Em outras palavras, é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecada-
ção de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano 
e o Poder Legislativo lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas 
destinadas ao funcionamento da máquina administrativa.
Note que o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza (te-
mos um sistema misto), por certo período, e em pormenor, a execução das des-
pesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados 
pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já 
criadas em lei.
De modo mais direto podemos dizer que o Orçamento do Estado é o ato 
contendo a aprovação prévia das Receitas e Despesas Públicas para um 
período determinado.
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1.6.2. Orçamento Autorizativo x Impositivo
É importante deixar registrado que, no Brasil, o orçamento público é, em rela-
ção às despesas discricionárias, autorizativo, e não impositivo, ou seja, a fixação 
de despesas é uma mera sugestão ou previsão de gastos, sem que haja o 
dever legal de executá-los. 
Em verdade, em nossa pátria, a realização de uma despesa pública (gasto públi-
co) está, portanto, condicionada à disponibilidade financeira de receitas arrecada-
das durante o exercício financeiro (1º de janeiro a 31 de dezembro, conforme art. 
34, Lei n. 4.320/1964).
Nesse sentido, nossa Carta Magna determina que o Poder Executivo publique, 
até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução 
orçamentária.
Ainda de acordo com a CF/1988 em seu artigo 168 “os recursos correspon-
dentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e 
especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério 
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 
20 de cada mês”. 
A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam 
ficar sem o correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da 
receita, anualmente, o Presidente da República tem publicado um decreto de con-
tingenciamento, bloqueando recursos, que passam a não estar disponíveis para 
empenho até segunda ordem.
Com a entrada da Emenda Constitucional (EC n. 86/2015), apelidada de 
“EC do orçamento impositivo”, tornou obrigatória a execução da programação 
orçamentária relativa às emendas individuais à LOA por parte dos con-
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gressistas, sendo que tais emendas serão aprovadas até 1,2% da Receita Corren-
te Líquida (RCL) prevista no projeto de LOA encaminhado ao Congresso Nacional.
Registre-se que esse apelido não corresponde à realidade, uma vez que apenas 
uma pequena fatia da LOA passou a ser de execução obrigatória, divergindo assim 
do conceito doutrinário de orçamento impositivo, aquele em que a aprovação da Lei 
obriga o Executivo a executar a LOA de forma mais amarrada.
De qualquer forma, guarde que a EC n. 86/2015 tornou impositiva apenas 
emendas individuais dos parlamentares, mas não trouxe qualquer novida-
de em relação às chamadas emendas de bancadas, aquelas que são apresenta-
das, por exemplo, por parte de uma bancada de determinado Estado da Federação.
Apenas com a promulgação da EC n. 100/2019, é que as emendas de bancada 
também passaram a ser obrigatórias (limite para a execução de 0,8% em 
2020 e, a partir de 2021, de 1% da RCL) e houve a revogação dos incisos I a IV 
do § 14, que tratavam das medidas a serem tomadas em caso de impedimento de 
ordem técnica que inviabilizassem a execução das emendas.
Ainda de acordo com a nova redação de nossa Carta Magna trazida pela EC n. 
100/2019, quando as emendas impositivas resultarem em transferências 
obrigatórias a Estados e Municípios, os recursos transferidos não integram 
a RCL dos entes destinatários.
Além dessas novidades, a EC n. 100/2019, em seu § 17 do artigo 165, dispôs 
acerca dos restos a pagar no âmbito do orçamento impositivo, determinan-
do que os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas 
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nos § 11 e 12 (emendas impositivas individuais e de bancada) poderão ser 
considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 
0,6% (seis décimos por cento) da RCL realizada no exercício anterior, para 
as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco 
décimos por cento), para as programações das emendas de bancada.
Atente, portanto, ao fato de que metade das emendas impositivas (0,6% 
e 0,5%, respectiva dos 1,2% para as emendas individuais e do 1% para as 
emendas de bancada) podem ser destinadas para o pagamento de restos 
a pagar.
Mas guarde que as emendas impositivas podem ser contingenciadas, de 
acordo com os ditames da LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ainda temos o § 19 do artigo 165 que dispôs acerca do critério equitativo 
para execução das emendas, definindo como equitativa a execução das pro-
gramações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais 
e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, 
independentemente da autoria.
Em suma, guarde o seguinte: Emendas individuais impositivas – tra-
zidas pela EC n. 85 – tem como limite para execução de 1,2% da RCL, e 
Emendas de bancada impositivas – trazidas pela EC 100/2019 tem como 
limite para a execução de 1% da RCL a partir de 2021, sendo em 2020 esse 
limite de 0,8% da RCL.
Ainda falando das chamadas emendas impositivas, a partir do 3º ano da pro-
mulgação, ou seja, em 2022, até o último exercício de vigência do regime 
de teto de gastos públicos (EC n. 95), o limite para a execução das emen-
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das impositivas de bancada será o montante do exercício anterior corrigi-
do pela inflação.
Lembre-se deque a EC n. 95, também chamada de “PEC dos Gastos”, que 
estabeleceu o “Novo Regime Fiscal” trazendo no artigo 111 do ADCT da nossa 
CF/1988 que:
Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do 
Novo Regime Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 11 do art. 166 da 
Constituição Federal corresponderão ao montante de execução obrigatória para o exer-
cício de 2017, corrigido na forma estabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
Mastigando essa informação para você, o que a “PEC dos Gastos” trouxe à baila 
foi que a partir de 2018 até o fim do Novo Regime Fiscal, a aprovação e execução 
das emendas individuais de execução obrigatória terão como limite o valor do exer-
cício anterior acrescido do IPCA de 12 meses.
O chamado novo Regime Fiscal também inovou ao constitucionalizar os famo-
sos “restos a pagar”, uma vez que, até então, os resíduos passivos relativos às 
despesas empenhadas e ainda não pagas dentro do mesmo ano, só tinha previsão 
em legislação infraconstitucional, determinando que os restos a pagar podem ser 
considerados, até o limite de 0,6% da RCL do ano anterior, para fins de cumprimen-
to da execução financeira obrigatória de emendas individuais.
1.6.3. Natureza Jurídica do Orçamento
É importante deixar registrado que o orçamento público embora tenha formato 
de lei, sendo aprovado como tal, o STF decidiu que o orçamento público, no Bra-
sil, é lei apenas em sentido formal.
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Assim, em relação à sua natureza jurídica, é bom deixar registrado que o orça-
mento público embora tenha formato de lei, sendo aprovado como tal, a doutrina 
dominante, embora não pacífica, é a de que o orçamento público, no Brasil, é 
lei em sentido formal. 
Esse é o posicionamento do STF atualmente, para a Magna Corte, o or-
çamento público, no Brasil, é lei em sentido formal. Entretanto, no que diz ao 
controle abstrato de constitucionalidade de uma lei orçamentária, o STF entende 
que é possível sim (ADI n. 4048 e n. 4049).
Quando mencionamos o sentido formal da LOA é que temos uma lei que tem 
“cara”, ou “forma” de lei, sendo formalmente aprovada pelo Poder Legislativo. A 
LOA pode ser chamada de lei de efeitos concretos, sendo apenas lei quanto à 
forma (aprovada pelo Legislativo), mas não quanto à matéria.
Em contraste, uma lei em sentido material é aquela norma que tem abstra-
ção e generalidade, não tendo destinatário certo. É um conjunto de hipóteses 
normativas abstratas, como por exemplo, o Código Penal Brasileiro, tipifica o crime 
de furto, elenca explicitamente o tipo penal como “subtrair coisa alheia móvel”, 
especificando as penalidades para quem comete o ilícito, não mencionando quem 
será penalizado. Qualquer pessoa, em regra, que subtrair coisa alheia móvel de 
terceiro, estará cometendo o crime, não tendo a lei destinatário certo. É uma nor-
ma genérica, portanto. Assim sendo, o Código Penal é uma lei em sentido material.
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1.6.4. Outros Aspectos Relevantes do Orçamento
Quem elabora e executa o orçamento Público no Brasil? É apenas o Poder Exe-
cutivo? O que você acha?
Na realidade, todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas pro-
postas orçamentárias, porém, quem executa a maior parte das despesas 
públicas é o Poder Executivo, mesmo porque essa é a sua principal função.
Basicamente, em termos de elaboração da proposta orçamentária, genericamen-
te falando, funciona da seguinte forma: todos os Poderes (Executivo, Legislativo, 
Judiciário e mais o Ministério Público), e demais órgãos (Unidades Orçamentárias) 
elaboram as suas propostas orçamentárias e encaminham para o Poder Executivo 
(Ministério da Economia que absorveu o antigo MPOG – Planejamento, Or-
çamento e Gestão), que faz a consolidação de todas as propostas e encaminha um 
projeto de Lei de Orçamento ao Congresso Nacional.
Nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo, pode 
ser encaminhada diretamente ao Congresso Nacional. Essa competência é priva-
tiva do Presidente da República (inciso XXIII do art. 84 da CF).
O famoso doutrinador Alexandre de Moraes, agora Ministro do STF, descreve 
que a iniciativa das leis orçamentárias é exclusiva e obrigatória para Estados e 
Municípios e ainda argumenta que se trata de iniciativa legislativa vinculada, uma 
vez que deverá ser remetida ao Congresso Nacional no tempo estabelecido pela 
própria Constituição Federal (In: Direito Constitucional. 16. ed., p. 594).
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