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GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PUBLICO

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GESTÃO DE PESSOAS 
NO SETOR PÚBLICO
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1.
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© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida 
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou 
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Sueli de Fátima da Silva Ferraz
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Daniella Fernandes Haruze Manta
Flávia Mello Magrini
Hâmila Samai Franco dos Santos
Leonardo Ramos de Oliveira Campanini
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Dias, Renato Traldi
D541g Gestão de pessoas no setor público/ Renato Traldi Dias 
– Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
 170 p.
ISBN 978-85-522-1054-2
 1. Recursos humanos. 2. Administração de pessoal. 
I. Dias, Renato Traldi. Título. 
 CDD 300
Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
mailto:editora.educacional%40kroton.com.br?subject=
http://www.kroton.com.br/
Gestão de Pessoas no Setor Público 3
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Tema 01 – Provimento 05
Tema 02 – Vacância, remoção, redistribuição e substituição 28
Tema 03 – Remuneração, férias, licenças, afastamentos e concessões 45
Tema 04 – Tempo de serviço, direito de petição e vantagens 70
Tema 05 – Regime disciplinar 98
Tema 06 – Processo administrativo disciplinar 124
Tema 07 – Seguridade social 146
Tema 08 – Contratação temporária e disposições finais 174
GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO
4 Gestão de Pessoas no Setor Público
Apresentação da disciplina
O propósito desta disciplina de Gestão de Pessoas no Setor Público é de 
providenciar a você, aluno, informações sobre a figura do servidor público 
e seu posicionamento na Administração Pública, de modo que, munido 
desta base de conhecimento, você possa compreender como melhor ge-
rir esses indivíduos.
Serão estudadas diversas peculiaridades sobre o assunto, cobrindo os tó-
picos de: provimento; vacância, remoção, redistribuição e substituição; di-
reitos do servidor; vantagens; regime disciplinar; processo administrativo 
e penalidades; seguridade social; e contratação temporária.
Esta divisão dos conteúdos programáticos da disciplina não é arbitrária, 
pois segue a linha lógica dos títulos e capítulos da Lei nº 8.112/90, que 
dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, de 
suas autarquias e das fundações públicas federais.
Assim, é evidente que esta lei será o principal objeto de estudo da discipli-
na, porém não será o único, já que serão analisados dispositivos constitu-
cionais e de outras leis, normas, decretos e até decisões judiciais que te-
nham relação com os temas abordados. Contudo, ressalta-se que, apesar 
da grande presença de textos legais, serão explicados em detalhe todos 
os dispositivos referidos, de modo que o conteúdo possa ser facilmente 
compreendido por alunos que não sejam oriundos da área do Direito.
5 Gestão de Pessoas no Setor Público
TEMA 01
PROVIMENTO
Objetivos
• Estudar os aspectos peculiares e não imediatamen-
te aparentes de cada um dos requisitos básicos de 
investidura em cargos públicos.
• Compreender as diferenças existentes entre cada 
uma das formas de provimento de cargos públicos.
• Tomar conhecimento de aspectos gerais acerca dos 
conceitos de posse, exercício e estabilidade em rela-
ção aos servidores públicos.
6 Gestão de Pessoas no Setor Público
Introdução
Nesta aula você estudará sobre o tema do provimento de cargos públicos, 
que é o preenchimento de cargos por servidores, através de formas pre-
determinadas pelo artigo 8º da Lei nº 8.112/90.
Antes de abordar o tema do provimento propriamente dito, serão analisa-
das as peculiaridades de cada um dos requisitos básicos para investidura 
em cargo público, como nacionalidade, nível de escolaridade e aptidões 
necessárias. Estes requisitos, já se adianta, compõem apenas um rol míni-
mo, de modo que pode-se exigir mais de um candidato ao cargo público 
por meio de lei.
Após a introdução destes requisitos básicos, serão analisadas as diversas 
formas de provimento presentes na lei, que compõem um rol exaustivo 
– ou seja, não pode haver outras formas além destas – e que aparecem 
em número inferior ao que se tinha antigamente, pois foram revogados 
os provimentos nas formas de ascensão e transferência. Assim, os tipos 
restantes abordados serão: a nomeação, a promoção, a readaptação, a 
reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução.
Por fim, serão abordados os conceitos de posse, exercício e estabilidade, 
para que você tome conhecimento e compreenda a definição legal, preci-
sa, desses termos que são importantes para a temática.
1. Requisitos básicos para investidura em cargo 
público
Em termos de requisitos básicos para a investidura em cargo público, a 
Lei nº 8.112/90, que “dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públi-
cos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais” traz 
em seu artigo 5º um elenco de requisitos mínimos, ou seja, um elenco 
não exaustivo. Não exaustivo, pois o legislador deixou explícito, já no § 1º 
Gestão de Pessoas no Setor Público 7
deste artigo, que as atribuições particulares, únicas, a cada cargo podem 
justificar a exigência de mais requisitos que sejam estabelecidos por outras 
leis. Portanto, pode-se exigir mais do que aqui previsto, mas não menos.
Ademais, o § 2º do artigo 5º determina que serão reservadas até 20% das 
vagas de concursos públicos para pessoas portadoras de deficiência, ou 
seja, 20% tratam-se do percentual máximo para isto. Neste caso, o legis-
lador fez bem ao deixar em aberto a questão da definição exata de quem 
pode ser considerado portador de deficiência, já que isto é algo que muda 
com relativa frequência de acordo com as sensibilidades da sociedade; 
assim, a matéria acaba por ser disciplinada em decreto – podendo, desta 
forma, ser mais fácil e rapidamente alterada do que se a definição esti-
vesse contida no texto daquela lei – juntamente com a possibilidade de se 
estabelecer um percentual mínimo de vagas.
PARA SABER MAIS
Se você tiver interesse em saber mais sobre as especificida-
des da temática portadores de deficiência, pode conferir o 
Decreto nº 3.298/99 (com alterações feitas pelo Decreto nº 
5.296/04), que dispõe sobre o tema; o artigo 4º elenca diver-
sas categorias do que se enquadra como deficiência e o § 1º, 
do artigo 37, estabelece que devem ser reservadas, no mí-
nimo, 5% das vagas de concursos públicos para candidatos 
portadores de deficiência.
Por fim, o § 3º daquele artigo faz menção à possibilidade de universidades 
e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais utilizarem-se 
das disposições da Lei nº 8.112/90 para prover seus cargos com professo-
res, técnicos e cientistas estrangeiros, se não tiverem métodos específicos 
próprios de fazê-lo.
Feita esta ilustração inicial, passa-se, então, para explicação quanto às pe-
culiaridades de cada requisito básico para investidura em cargo público, 
seguindo a ordem do elenco do artigo 5º.
8 Gestão de Pessoas no Setor Público
1.1. Nacionalidade brasileira
Não é permitida a investidura de estrangeiros em cargos públicos;contu-
do, é importante que se ressalte que ambos os brasileiros natos e os na-
turalizados são considerados como possuindo nacionalidade brasileira, já 
que, salvo casos excepcionais previstos na Constituição Federal, eles são 
tratados como iguais perante ela e todas as normas infraconstitucionais – 
conforme o disposto no § 2º do artigo 12 da Constituição Federal.
De acordo com o artigo 12, alínea I, são considerados brasileiros natos os 
nascidos: a) no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que não es-
tejam a serviço de seu país; b) no estrangeiro, de pai ou mãe de nacionali-
dade brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil; c) no 
estrangeiro de pai ou mãe de nacionalidade brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de 
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Para os brasileiros naturalizados, a alínea II daquele mesmo artigo estabe-
lece somente dois casos: a) os que, na forma da lei, adquiram nacionalidade 
brasileira, sendo que para originários de países de língua portuguesa basta 
apenas residência por um ano ininterrupto no Brasil e idoneidade moral; b) 
os estrangeiros residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos 
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
A característica de idoneidade moral, vale notar, é um requisito subjetivo 
que envolve análise do caráter e reputação do indivíduo, que geralmente 
é presumida a todos que não tenham comprovada ausência dela.
EXEMPLIFICANDO
Um exemplo claro de falta de idoneidade moral é o de uma 
pessoa que comprovadamente cometeu crime hediondo. É 
possível até mesmo, aliás, pensar em caso que não tenha sido
Gestão de Pessoas no Setor Público 9
1.2. Gozo dos direitos políticos
A ideia de gozo dos direitos políticos não se limita à possibilidade de votar 
para eleger um candidato político, ela se estende à ideia de elegibilidade 
do indivíduo.
o indivíduo condenado pelo crime devido a problemas proces-
suais – ou seja, não da matéria do caso – e que, por isso, ainda 
possa ser considerado como não moralmente idôneo para fins 
de obtenção de nacionalidade brasileira. Este último seria caso 
um pouco controverso, mas, devido à subjetividade da análise 
do requisito de idoneidade moral, é possível que ocorra.
PARA SABER MAIS
Se você tiver interesse em saber mais sobre este tema da ele-
gibilidade, pode conferir as disposições da Lei Complementar 
nº 64/90, que “Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da 
Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de ces-
sação, e determina outras providências”. Vale notar que ela 
teve seu texto alterado pela Lei Complementar nº 81/94 e de-
pois pela Lei Complementar nº 135/2010, esta última sendo a 
chamada “Lei da Ficha Limpa”.
Contudo, apesar desta exigência do artigo 5º, “em rigor de verdade não 
parece em princípio ser necessário o pleno gozo dos direitos políticos a 
qualquer cidadão como indispensável à sua investidura em cargo público” 
(RIGOLIN, 2012, p. 64). Basta que o indivíduo não tenha os seus direitos 
políticos cassados para que preencha este requisito.
Assim, um analfabeto poderia, em tese, candidatar-se para cargo público, 
pois sua condição de inelegibilidade não decorre de cassação de direitos 
políticos. Todavia, vale ressaltar que dificilmente um analfabeto preen-
cherá outros requisitos, como o de nível mínimo de escolaridade.
10 Gestão de Pessoas no Setor Público
1.3. Quitação com as obrigações militares e eleitorais
A quitação das obrigações militares verifica-se quando se presta o servi-
ço militar obrigatório ou se obtém dispensa do mesmo – evidentemente, 
apenas os homens. A prova desta quitação se dá na forma de certificado 
de dispensa ou certificado de reservista.
Já quanto às obrigações eleitorais, tem-se o preenchimento do requisito 
quando o cidadão votou em todas as eleições relativas a onde está re-
gistrado como eleitor, que ocorreram desde que atingiu dezoito anos de 
idade, ou, pelo menos, que tenha justificado o voto no caso de não com-
parecimento às urnas. Evidentemente, comprova-se esta quitação com os 
comprovantes de todas aquelas respectivas votações e justificativas.
Vale notar, todavia, que apesar da obrigação de voto para os maiores de 
dezoito anos disposta na alínea I do § 1º do artigo 14 da Constituição 
Federal, a alínea II determina que o voto passe a ser facultativo a partir 
dos setenta anos de idade e que o é também para os analfabetos e os que 
têm entre dezesseis e dezoito anos de idade.
1.4. Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo
Apesar de frequentemente se resumir à noção de graus de escolaridade, 
como “1º grau completo”, “2º grau completo” ou “curso superior comple-
to”, não se limita este requisito necessariamente a isto. 
Esta exigência é de uma aptidão mínima para o exercício do cargo público 
que será preenchido. Ela pode ser mais específica que um mero nível de 
escolaridade, contendo limites também por áreas, como, por exemplo, 
curso superior em biologia completo ou curso de mestrado completo em 
alguma área de engenharia.
Trata-se, contudo, de um requisito de tipo que poderá ser comprovável 
por meio de diplomas, já que a análise de habilidades mais específicas 
para o cargo se dá por outras vias – por exemplo, provas escritas em âm-
bito de concurso público.
Gestão de Pessoas no Setor Público 11
1.5. Idade mínima de dezoito anos
O requisito da idade mínima de dezoito anos não requer explicação. 
Contudo, há uma ressalva interessante que se pode fazer, que é quanto 
à idade de candidatura e investidura de candidato para cargo público. 
Conforme o disposto na decisão do Recurso Extraordinário 184.425, in-
terposto junto à segunda turma do Supremo Tribunal Federal, em 1996, 
em que foi relator o Ministro Carlos Velloso, o requisito de idade mínima 
de dezoito anos contido na Constituição refere-se à data de investidura 
no cargo público, não à candidatura para o mesmo. Assim, é possível que 
um indivíduo se candidate com dezessete anos de idade e seja investido 
no cargo público, devido ao fato de ter feito dezoito anos entre a data de 
candidatura e a de investidura.
LINK
Se você tiver interesse em procurar decisões do Supremo 
Tribunal Federal sobre qualquer tema, pode o fazer pelo 
link a seguir, utilizando-se de expressões temáticas como 
“aptidão física” e “idade” no campo de palavras chave. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pesquisa Avançada de 
Processos. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/juris 
prudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp>.
Acesso em: 7 jul. 2018.
1.6. Aptidão física e mental
Este requisito de aptidão física e mental não se trata de ampla exclusão 
de portadores de deficiência – até porque, como já se mencionou, há, in-
clusive, exigência de reserva de certo percentual de vagas para este públi-
co –, mas sim de exclusão única e tão somente daqueles cujas faculdades 
mentais e físicas específicas prejudicariam significativamente o exercício 
do cargo público que se pretende preencher.
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp
12 Gestão de Pessoas no Setor Público
Também não se trata aqui de comparação da aptidão física e mental dos 
que se candidatam a um cargo público, mas meramente de comprovação, 
através de critérios técnicos e científicos da suficiência mencionada; o que 
se dá por meio de inspeção médica oficial, conforme o disposto no artigo 
14 da Lei nº 8.112/90.
1.7. Outros requisitos
Como se mencionou, além dos requisitos básicos delineados pelo artigo 
5º da Lei nº 8.112/90, pode-se demandar outros requisitos previstos em 
leis e regulamentos que as complementem.
Não há muitas limitações explícitas quanto a estas exigências adicionais, 
contudo é lógico que estas não podem se exceder de forma irrazoável e 
evidente que,muito menos, sejam estabelecidas de modo a contrariar 
disposições constitucionais e infraconstitucionais sobre discriminação ra-
cial, religiosa, de gênero etc. Ademais, quanto à ideia de razoabilidade, 
julga-se que, por exemplo, as exigências devem ser oriundas de particula-
ridades relativas ao cargo público cuja investidura se regulamenta.
2. Formas de provimento de cargo público
O termo “provimento” refere-se à ideia de preenchimento ou ocupação 
de cargos públicos pelas hipóteses enumeradas no artigo 8º – e tão so-
mente por elas – da Lei nº 8.112/90 (RIGOLIN, 2012).
Assim, passa-se para a explicação de cada uma das hipóteses do referido 
artigo, que possibilitam o preenchimento de cargos públicos.
2.1. Nomeação
A nomeação, disciplinada pelo artigo 9º da Lei nº 8.112/90, é forma origi-
nária de provimento de qualquer cargo público (RIGOLIN, 2012). Por meio 
Gestão de Pessoas no Setor Público 13
dela, um indivíduo pode ser investido em um cargo de caráter efetivo – 
quer se trate de cargo isolado ou de carreira – ou em um cargo em comis-
são – comumente chamado de “cargo de confiança”.
Nos casos de cargos de carreira ou isolados, a nomeação efetiva do indi-
víduo no cargo público, que então entrará em período de estágio proba-
tório. Ainda, conforme o disposto no artigo 10, ele já deverá ter passado 
em concurso público de provas ou de provas e títulos.
A forma precisa do concurso público estará disciplinada pela lei ou regu-
lamento referente ao cargo específico que se pretende preencher, mas, 
conforme o artigo 11, terá sempre a forma de provas ou de provas e tí-
tulos e poderá ser realizado em duas etapas. Ademais, o artigo estabele-
ce que deve haver pagamento de inscrição, quando indispensável para o 
custeio do concurso – salvo hipóteses explícitas de isenção.
O artigo 12 determina também que os concursos terão validade máxima 
de dois anos, com possibilidade de prorrogação por período igual ao ini-
cial – portanto, se for de um ano, será prorrogável por mais um ano e, se 
for de dois anos, será prorrogável por mais dois anos. Ainda, o § 2º des-
te artigo determina que não poderá ser aberto novo concurso enquanto 
houver candidatos aprovados em concurso cujo prazo de validade ainda 
não expirou.
Embora esteja presente na Lei nº 8.112/90, esta determinação quanto à 
necessidade de se realizar concurso público origina-se no inciso II do arti-
go 37 da Constituição Federal que, inclusive, deixa explícito que esta exi-
gência não se estende para os cargos em comissão.
Não faria sequer sentido haver exigência de concurso público para cargos 
em comissão devido à sua própria natureza, que é a de cargos que são de 
livre nomeação e exoneração; ou seja, indivíduos podem ser nomeados 
livremente para estes cargos por aqueles que têm competência para fazê-
-lo, mas também não há nenhuma garantia de estabilidade para o cargo. 
Exemplos clássicos destes cargos em comissão são os de Ministros e de 
diretores de autarquias.
14 Gestão de Pessoas no Setor Público
Por fim, a nomeação pode ocorrer por meio de dois tipos de atos: porta-
rias e decretos. Via de regra, ela se dá por meio das primeiras, mas em 
casos específicos de altos cargos de grande importância deve ocorrer por 
meio de decreto, que é ato de competência exclusiva dos chefes de poder 
executivo – o presidente, os governadores e os prefeitos.
2.2. Promoção
Promoção é um fenômeno exclusivo para cargos de carreira. É a investi-
dura de um indivíduo em um novo cargo, da mesma carreira e necessaria-
mente superior, previsto em um plano de carreira preestabelecido.
Leis específicas, referentes aos inúmeros cargos de carreira existentes, 
disciplinam a possibilidade de que a promoção possa ocorrer, a periodici-
dade com que ocorre, as condições e requisitos particulares necessários 
para que um servidor seja candidato para a promoção, bem como quem 
vai realizá-la e todas as outras regulamentações. Por fim, vale ressaltar 
que, muitas vezes, este regulamento adota o nome de regimento de pro-
moções (RIGOLIN, 2012).
Um exemplo de promoção é a que existe no caso de procuradores cuja 
carreira prevê diversas categorias de procurador e cuja promoção pode 
se dar “por merecimento” ou “por antiguidade”. Assim, verifica-se que 
uma promoção pode se dar até mesmo por meio de vias alternativas e 
não necessariamente por somente uma via.
2.3. Readaptação
A readaptação, disciplinada pelo artigo 24 da Lei nº 8.112/90, é uma hi-
pótese de provimento em que um servidor público, após sofrer limitação 
significativa em sua capacidade física ou mental – verificada em inspeção 
médica –, é investido em um cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação do indivíduo.
Gestão de Pessoas no Setor Público 15
Em primeiro lugar, é importante que se ressalte que não há menção al-
guma quanto à necessidade de a limitação física ou mental ter origem 
relacionada à função que o servidor público exercia e, por uma questão 
de justiça e razoabilidade, deve ser feita interpretação favorável aos indi-
víduos objetos deste artigo para crer que o legislador não pretendeu fazer 
esta restrição quanto à origem da limitação.
Ademais, a intenção do legislador de conferir benefícios adequados àque-
le que se encontra em situação penosa ficou ainda mais clara após o ad-
vento da nova redação do § 2º do artigo, que determina que o cargo para 
o qual se readapta o servidor público limitado deve ser tão similar ao 
anterior quanto possível – consideradas as limitações, evidentemente –, 
com atribuições afins, habilitações e nível de escolaridade exigidos simi-
lares e até mesmo equivalência de vencimentos – o que não poderia ser 
diferente, já que não se trata de promoção e as leis trabalhistas não per-
mitem a redução salarial para cargo similar.
Ainda, é possível até que o servidor continue a exercer suas atribuições 
como excedente até que abra vaga para que seja investido efetivamente 
no novo cargo.
Por fim, é evidente que, se ele for julgado incapaz para exercer suas atri-
buições pela inspeção médica, não poderá haver readaptação e ele deve-
rá ser aposentado por invalidez – conforme o § 1º – e, a partir daí, aplicam-
se as devidas disposições legais referentes à previdência.
2.4. Reversão
Conforme o disposto no artigo 25 da Lei nº 8.112/90, a “reversão é o retor-
no à atividade de servidor aposentado” e o artigo prevê somente dois ca-
sos em que isto pode ocorrer; porém, nenhum deles permite a reversão 
de aposentado que já tiver completado setenta anos de idade, devido à 
proibição presente no artigo 27. Ademais, o § 1º também deixa claro que a 
reversão só ocorre com relação ao cargo anterior que o aposentado ocu-
pava, não obstante a possibilidade de que este tenha sido transformado.
16 Gestão de Pessoas no Setor Público
O primeiro, da alínea I, é aquele em que junta médica oficial declare in-
subsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez, ou seja, que a 
causa que gerou a aposentadoria não mais persiste. Vale notar que isto 
é um direito do servidor, pois a insubsistência dos motivos que ocasiona-
ram a aposentadoria por invalidez resultará – com as devidas ressalvas e 
depois de realizados os respectivos procedimentos legais – na cessação 
da concessão de benefícios de aposentadoria, portanto o indivíduo ne-
cessitará novamente de trabalho, já que não mais poderá depender da 
aposentadoria.
Não há delimitação dos casos que se encaixam nesta hipótese, mas po-
dem-se imaginar situações em que, por exemplo, uma doença que im-
pedia o servidor de continuar a exercer suas atribuições foi curada ou 
suficientemente reduzida por meio de medicamentos ou procedimentos 
médicos que antes não existiam, fazendo com que a doença que era con-
siderada incurável passe a ser tratável. Outro exemplo poderia ser o de 
deficiência física que, por meio de avanços tecnológicos, passa a não ser 
mais tratada como caso de invalidez, como parece ser a tendência com 
relação à produção de membros sintéticos cada vez melhores, quepos-
sam substituir membros amputados com movimentos suficientemente 
precisos para o retorno a cargos que demandem o uso desses membros.
O outro tipo de reversão é o da alínea II do artigo 25, que se refere à pos-
sibilidade de reversão em caso de interesse da administração – que, pre-
sume-se, não seja interesse qualquer, desprovido de motivação razoável 
–, caso sejam preenchidas todas as exigências previstas no artigo; qual 
seja: de que a) o indivíduo tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria 
tenha sido voluntária; c) o servidor, quando estava investido no cargo an-
teriormente à aposentadoria, tinha estabilidade; d) o indivíduo não esteja 
aposentado do cargo há mais de cinco anos; e) haja cargo vago.
Vale notar, contudo, quanto à alínea “e” deste inciso, que o § 3º prevê a 
possibilidade de o indivíduo exercer suas atribuições como excedente até 
que surja vaga para o cargo.
Gestão de Pessoas no Setor Público 17
Do mais, os § § 2º e 6º são redundantes ao que já existe em outras legisla-
ções e na Constituição e não têm nenhum efeito prático e o § 4º assegura 
ao servidor a reversão também de todos os benefícios que ele tinha quan-
do antes ocupava o cargo, com a correspondente cessação do recebimen-
to de proventos da aposentadoria.
Quanto ao § 5º, que estabelece regras diferenciadas para o cálculo de pro-
ventos de aposentadoria do servidor revertido no cargo, é dispositivo que 
deve ser ignorado, pois se trata de conteúdo de lei infraconstitucional que 
tenta disciplinar de forma diversa sobre matéria tratada pela Constituição.
2.5. Aproveitamento
O aproveitamento, conforme o disposto no artigo 30 da Lei nº 8.112/90, 
envolve o retorno à atividade de servidor em situação de disponibilidade, 
o que ocorre mediante a investidura em cargo de atribuições e vencimen-
tos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Vale notar que o aproveitamento, de acordo com o texto do artigo, é 
obrigatório, o que significa que há dever do Estado de realizar o aprovei-
tamento quando surgir vaga compatível com as exigências delineadas. 
Assim sendo, deduz-se também que ele “prevalece sobre qualquer outra 
forma de provimento de cargo público” (RIGOLIN, 2012, p. 138).
Ademais, fala-se em investidura em cargo de atribuições compatíveis, não 
necessariamente similares, pois não faria sentido haver cargo similar a 
um considerado desnecessário – que é uma das causas de extinção de 
cargo que pode gerar a disponibilidade, como se verá.
A disponibilidade é situação em que um servidor público está inativo, 
esperando ser aproveitado, enquanto recebe remuneração proporcio-
nal ao seu tempo de serviço. Os dois casos gerais que podem ocasio-
nar a disponibilidade estão previstos nos § § 2º e 3º do artigo 41 da 
Constituição Federal.
18 Gestão de Pessoas no Setor Público
O primeiro prevê caso em que a demissão de um servidor estável tenha 
sido invalidada por sentença judicial e ele retorne ao seu cargo original, 
fazendo com que o ocupante da vaga tenha de ser imediatamente apro-
veitado ou posto em disponibilidade.
Já o segundo refere-se a caso em que o cargo do servidor público foi extin-
to ou simplesmente declarado como desnecessário – ressalte-se, o cargo 
foi declarado desnecessário, não o servidor especificamente –, o que tam-
bém coloca o servidor em situação de disponibilidade se não puder ser 
imediatamente aproveitado.
Por fim, o artigo 32 determina, salvo em caso de doença comprovada por 
junta médica oficial, sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibili-
dade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, que é o mesmo 
da posse – sobre a qual se falará mais adiante –, de trinta dias contados 
da publicação do ato de provimento.
2.6. Reintegração
Prevista no artigo 28 da Lei nº 8.112/90, a reintegração refere-se à reinves-
tidura de servidor estável no mesmo cargo que anteriormente ocupava 
– com todas as vantagens que possuía –, ou em cargo resultante de sua 
transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
trativa ou judicial.
Se aquele cargo tiver sido extinto, o servidor público ficará em disponibili-
dade, de acordo com o disposto no § 1º e com a remuneração menciona-
da anteriormente quanto à disponibilidade.
Contudo, se o cargo estiver provido, o novo ocupante retornará ao car-
go de origem, se for o caso, senão será aproveitado em outro cargo ou 
posto em situação de disponibilidade, conforme o disposto no § 2º. Estas 
possibilidades seguem o que já se mencionou sobre aproveitamento e 
disponibilidade.
Gestão de Pessoas no Setor Público 19
2.7. Recondução
Por fim, a recondução é, conforme o artigo 29 da Lei nº 8.112/90, o retor-
no do servidor estável ao cargo que anteriormente ocupava. Pode ocorrer 
por dois motivos: inabilitação – ou, acrescenta-se, desistência – em está-
gio probatório quando o servidor estiver se investindo em outro cargo 
ou reintegração do ocupante anterior do cargo em que ele está – que é a 
hipótese que se mencionou como “retorno” no parágrafo acima.
Diferentemente do caso anterior, de reintegração, se o cargo de ori-
gem encontrar-se provido, este servidor será aproveitado em outro – 
ou seja, não é o novo ocupante que deixará o cargo. Evidentemente, 
se não puder haver aproveitamento imediato, incorrerá na situação 
prevista nos artigos referentes a ele, portanto será o servidor posto em 
disponibilidade.
ASSIMILE
Para fins de assimilação ressalta-se novamente que o servi-
dor em disponibilidade recebe remuneração proporcional 
ao seu tempo de serviço e que ele deverá ser aproveitado 
imediatamente assim que abrir vaga em cargo adequado, 
tendo isto prioridade em relação a qualquer outro tipo de 
provimento.
3. Posse
Conforme o artigo 13 da Lei nº 8.112/90, a posse se dá pela assinatura, 
por parte do servidor, do termo de posse, em que constam todas as atri-
buições, deveres, responsabilidades e direitos do cargo ocupado – que, 
salvo exceções, não podem ser alterados unilateralmente.
20 Gestão de Pessoas no Setor Público
É este ato exclusivo à nomeação – como informa o § 4º –, pois as demais 
formas de provimento não requerem assinatura de termo. Ademais, ele 
poderá ser realizado por meio de procurador com procuração específica 
para fazê-lo, segundo a permissão do § 3º.
O § 1º estabelece um prazo de 30 dias da data de publicação do ato de 
provimento no Diário Oficial da União para que isso ocorra, contagem 
esta que exclui o dia da publicação para, em verdade, começar a partir do 
encerramento deste dia. Contudo, em caso de servidor público em licença 
ou afastado, a contagem só começará após o término da licença ou afas-
tamento, de acordo com o § 2º.
Já o § 5º determina que o servidor deve apresentar declaração dos bens 
e valores que constituem o seu patrimônio e declaração que informe a 
Administração sobre o exercício de cargo, emprego ou função pública; o 
que é feito como forma de coibir o peculato (RIGOLIN, 2012), que se refere 
a crime de desvio de bens ou valores por parte de funcionário público que 
utiliza de sua função para fazê-lo.
O § 6º só ressalta que a não observação do prazo do § 1º tornará o ato de 
provimento sem efeito, o que, vale notar, é desnecessário, pois o mesmo 
ocorreria se o parágrafo não existisse.
Por fim, o artigo 14 meramente aponta a necessidade de realizar inspe-
ção médica oficial em tempo anterior à posse, para que seja verificado o 
cumprimento do requisito básico de aptidão física e mental para o cargo.
4. Exercício
O artigo 15 e § § da Lei nº 8.112/90 determina que o exercício é 
o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou função de 
confiança, que, para o primeiro, deve se iniciar em até quinze dias contados 
da data de posse, sob pena de exoneração e, para o segundo, inicia-se de 
imediato no dia da publicação do ato de designação – exceto se estiver de 
licença ou afastado –, sob pena do ato ser tornado sem efeito.
Gestão de Pessoas no Setor Público 21
Qualquer que seja a forma do exercício, cabe à autoridade competente 
doórgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor 
dar-lhe exercício, ou seja, cabe a ele ou ela dar atribuições que o servidor 
deve desempenhar.
Ademais, o início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício de-
vem ter devido registro, conforme o disposto no artigo 16, e o artigo 17 
deixa claro que a promoção de um servidor não deve interromper a con-
tagem de seu tempo de exercício.
Quanto ao servidor que passará a ter exercício em outro município, o ar-
tigo 18 estabelece um prazo mínimo de dez dias e máximo de trinta para 
que ele retome o efetivo desempenho de suas atribuições; ressalvadas 
as hipóteses de licença e afastamento, em que, novamente, o prazo será 
contado do seu final.
O artigo 19 e § § trazem delineamentos sobre a jornada de trabalho, de-
terminando que deve ser respeitada a duração máxima de oito horas por 
dia, totalizando quarenta horas semanais e o mínimo de seis horas por 
dia. Além disso, ressaltam que o cargo em comissão tem funcionamento 
diferenciado, podendo ser convocado em momento que houver interes-
se da Administração e que leis especiais podem estabelecer jornadas de 
trabalho diferenciadas para certas profissões que assim demandam pela 
sua própria natureza, como é o caso dos médicos plantonistas.
Por fim, o artigo 20 determina os fatores que, para determinar a aptidão 
e capacidade do servidor para o cargo, serão considerados no período de 
24 meses de estágio probatório, sua assiduidade, disciplina, capacidade 
de iniciativa, produtividade e responsabilidade – fatores estes que, evi-
dentemente, têm certo grau de subjetividade.
Vale notar, contudo, que o § 1º determina que a avaliação de desempe-
nho do servidor já será submetida para a autoridade quatro meses antes 
deste período se encerrar e que os parágrafos seguintes determinam que 
há alguns casos em que este servidor pode receber licença ou ser afas-
tado – suspendendo, com isto, o período de estágio probatório – e que, 
se não aprovado ao final, o servidor será exonerado ou reconduzido ao 
cargo anterior.
22 Gestão de Pessoas no Setor Público
5. Estabilidade
Os artigos 21 e 22 da Lei nº 8.112/90 tratam da estabilidade, que é condi-
ção em que o servidor público, estável, só poderá perder o cargo por meio 
de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo 
disciplinar.
Apesar de o artigo 21 determinar que são necessários apenas dois anos 
de efetivo exercício para obter esta condição, ele contradiz o que está con-
tido no artigo 41 da Constituição Federal, que determina que este tempo 
é de três anos; portanto, o dispositivo é inconstitucional.
Por fim, o artigo 22 meramente reproduz as duas hipóteses dos incisos I 
e II do § 1º do artigo 41 da Constituição Federal, ignorando a hipótese de 
perda de cargo do inciso III. Este problema, contudo, ainda não é grave, 
pois esta última hipótese ainda não pode ser aplicada, já que tem de ser 
regulamentada por lei complementar que ainda não existe.
Para melhor compreender e fixar os conceitos aprendidos nesta 
aula, reflita sobre diversos casos reais de preenchimento de cargos 
públicos para determinar em quais das formas de provimento eles 
se encaixam.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
6. Considerações finais
• O rol de requisitos básicos necessários para a investidura em cargos 
públicos não é opcional nem exaustivo, devendo o candidato preen-
cher todos os requisitos, mas podendo ser feitas maiores exigências 
dele, além destas.
• Por outro lado, a lista de formas de provimento de cargos públi-
cos enumerada pelo artigo 8º da Lei nº 8.112/90 é sim exaustiva, de 
modo que não pode haver outras formas além das ali previstas.
Gestão de Pessoas no Setor Público 23
• Cada forma de provimento aplica-se a um caso muito específico, de 
modo que não deve haver confusão entre elas.
• Há que se ter cuidado com a leitura de alguns artigos da Lei nº 
8.112/90, como no caso dos artigos que tratam da estabilidade, pois 
há contradições com relação à Constituição Federal, fazendo com que 
os referidos dispositivos devam ser considerados inconstitucionais.
Glossário
• Provimento: é o termo que se refere ao preenchimento ou ocu-
pação de cargos públicos pelas únicas vias possíveis, que são os 
casos estudados, enumerados no artigo 8º da Lei nº 8.112/90.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. Levando em consideração o que foi estudado com relação 
à forma de provimento de promoção, pode-se afirmar que: 
a) é forma de provimento para cargos de carreira ou iso-
lados, que investe o servidor em um novo cargo, neces-
sariamente superior. Ademais, é disciplinada por leis 
específicas, referentes aos inúmeros cargos existentes.
b) é forma de provimento para cargos de carreira ou isola-
dos, que investe o servidor em um novo cargo, necessa-
riamente superior. É disciplinada exclusivamente pelas 
disposições da Constituição Federal e da Lei nº 8.112/90.
c) é forma de provimento exclusivo para cargos de carreira, 
que investe o servidor em um novo cargo, superior ou em 
nível paralelo, de acordo com um plano de carreira pre-
estabelecido. Ademais, é disciplinada por leis específicas, 
referentes aos inúmeros cargos de carreira existentes.
24 Gestão de Pessoas no Setor Público
d) é forma de provimento exclusivo para cargos de car-
reira, que investe o servidor em um novo cargo, ne-
cessariamente superior, de acordo com um plano de 
carreira preestabelecido. É disciplinada exclusivamente 
pelas disposições da Constituição Federal e da Lei nº 
8.112/90.
e) é forma de provimento exclusivo para cargos de car-
reira, que investe o servidor em um novo cargo, neces-
sariamente superior, de acordo com um plano de car-
reira preestabelecido. Ademais, é disciplinada por leis 
específicas, referentes aos inúmeros cargos de carreira 
existentes.
2. “A readaptação e a reversão são similares no sentido de 
que ambas envolvem o retorno de servidores aposenta-
dos a cargos públicos, mas não são formas de provimento 
idênticas PORQUE a primeira envolve o retorno do servi-
dor devido à insubsistência da causa de sua aposentadoria 
e a segunda envolve o retorno do servidor por interesse 
da Administração”. 
Analisando as duas afirmações acima, conclui-se que:
a) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifi-
ca a primeira.
b) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda 
não justifica a primeira.
c) a primeira afirmação é verdadeira, mas a segunda é 
falsa.
d) a primeira afirmação é falsa, mas a segunda é verdadeira.
e) as duas afirmações são falsas.
Gestão de Pessoas no Setor Público 25
3. Considerando-se o que foi estudado com relação às formas 
de provimento de reintegração e de recondução, pode-
se perceber uma importante distinção entre o tratamento 
que elas dão ao servidor público, no sentido de que:
a) em caso do cargo que o servidor público anteriormente 
ocupava estar provido, na recondução, o novo ocupan-
te deixará o cargo e será aproveitado, mas, para a rein-
tegração, infelizmente, a lei não previu solução para 
este problema.
b) em caso do cargo que o servidor público anteriormen-
te ocupava estar provido, na recondução, quem deixa-
rá o cargo e será aproveitado é o novo ocupante, mas, 
na reintegração, o novo ocupante permanece, sendo o 
servidor que tenta retornar quem será aproveitado.
c) em caso do cargo que o servidor público anteriormente 
ocupava estar provido, na reintegração, quem deixará 
o cargo e será aproveitado é o novo ocupante, mas, na 
recondução, o novo ocupante permanece, sendo o ser-
vidor que tenta retornar quem será aproveitado.
d) em caso do cargo que o servidor público anteriormente 
ocupava estar provido, na reintegração, ele será trata-
do como excedente, mas, na recondução, o novo ocu-
pante permanece, sendo o servidor que tenta retornar 
aproveitado.
e) em caso do cargo que o servidor público anteriormente 
ocupava estar provido, na reintegração, o novo ocupan-
te deixará o cargo e será aproveitado, mas, na recondu-
ção, o novo ocupante permanece, sendo o servidorque 
tenta retornar tratado como excedente.
26 Gestão de Pessoas no Setor Público
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso 
em: 7 jul. 2018.
. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 
24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. 
Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. 
Acesso em: 7 jul. 2018.
. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L8112cons.htm>. 
Acesso em: 7 jul. 2018.
. Lei complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. Estabelece, de acordo com 
o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e 
determina outras providências. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/lcp/Lcp64.htm>. Acesso em: 7 jul. 2018.
. Supremo Tribunal Federal. Recurso extraordinário 184.425. Segunda Turma, 
Rel. Min. Carlos Velloso, Brasília, 12 jun. 1998.
. Supremo Tribunal Federal. Pesquisa Avançada de Processos. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp>. 
Acesso em: 7 jul. 2018.
RIGOLIN, I. B.. Comentários ao regime único dos servidores públicos civis: Lei n. 
8.112, de 11-12-1990. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Gabarito – Tema 01
Questão 1 – Resposta: E
As duas primeiras alternativas estão incorretas logo de início, pois 
afirmam que a promoção pode ocorrer em cargos isolados, o que 
é absurdo, já que, por definição, eles não fazem parte de uma car-
reira dentro da qual o servidor pode ser promovido para um cargo 
superior. A segunda alternativa também está incorreta pelo mesmo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L8112cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp64.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp64.htm
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/pesquisarProcesso.asp
Gestão de Pessoas no Setor Público 27
motivo que torna a quarta alternativa incorreta, que é devido à afir-
mação de que a promoção é disciplinada apenas pela Constituição 
e a Lei nº 8.112/90, o que não é verdade e seria até inviável, dado o 
grande número de carreiras diferentes que precisam de regulamen-
tação própria. Por fim, a terceira alternativa também está incorre-
ta, pois afirma que a promoção pode investir um servidor em car-
go não superior, o que é falso e vai contra a própria ideia do termo 
“promoção”.
Questão 2 – Resposta: E
A primeira afirmação é falsa, pois a readaptação não consiste no re-
torno de um servidor já aposentado. A segunda afirmação também é 
falsa, pois os casos listados não correspondem aos dois provimentos 
mencionados; são dois casos de reversão que nada têm a ver com a 
readaptação.
Questão 3 – Resposta: C
A primeira alternativa está incorreta, pois descreve a solução da rein-
tegração para a recondução e afirma que a lei não dá solução para 
caso que, em verdade, dá. Já a segunda afirmativa está incorreta, 
pois estão trocados os termos reintegração e recondução. Por fim, 
as duas últimas alternativas estão incorretas por mencionar a ideia 
de “excedente”, que só ocorre nos casos de readaptação e reversão.
Gestão de Pessoas no Setor Público 28
TEMA 02
VACÂNCIA, REMOÇÃO, 
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Objetivos
• Tomar conhecimento de todas as hipóteses das quais 
decorrem a vacância de cargos públicos.
• Compreender os conceitos de remoção, redistribui-
ção e substituição.
• Estudar os problemas inerentes à redação de alguns 
dos dispositivos legais que tratam dos institutos da 
vacância, remoção, redistribuição e substituição.
Gestão de Pessoas no Setor Público 29
Introdução
Nesta aula você estudará os conceitos de vacância, remoção, redistribui-
ção e substituição, bem como as normas que regulamentam estes institu-
tos; que serão explicadas de modo a serem compreendidas por leigos na 
área do Direito.
De início será abordada a temática da vacância, que pode decorrer de 
diversas hipóteses delineadas no texto da Lei nº 8.112/90. Algumas des-
tas correspondem às formas de provimento, que já foram explicadas em 
detalhes na aula específica sobre o assunto; outras correspondem a fe-
nômenos novos que serão analisados; mas, algumas dessas hipóteses 
referem-se a institutos que serão mencionados de modo relativamente 
menos detalhado, pois constituem objeto de estudo de aulas posteriores.
Após a vacância, será estudada a ideia de remoção, que em um primeiro 
momento pode parecer constituir forma de provimento não prevista no 
artigo 8º da Lei nº 8.112/90, mas que, em verdade, disto não se trata.
Em seguida, você aprenderá sobre redistribuição, que é um instituto cujos 
dispositivos legais, infelizmente, não têm uma redação muito boa e que, des-
ta forma, causam alguns problemas que apontaremos ao longo do texto.
Por fim, se falará da substituição, que é um importante instituto, apesar 
de só haver dois curtos artigos na Lei nº 8.112/90 que tratam dele.
1. Vacância
Vacância é a característica de um cargo público considerado como vago, 
ou seja, não ocupado por um servidor público, e que, portanto, pode ser 
preenchido por meio de uma das hipóteses de provimento listadas no 
artigo 8º da Lei nº 8.112/90. Acrescenta-se até que deve ser preenchido o 
cargo público vago, pois se não há razão para ser extinto é evidente que 
há, então, motivo para o cargo existir e, consequentemente, há atribuições 
importantes a ele ligadas que devem ser cumpridas por um ocupante.
O artigo 33 da Lei nº 8.112/90 é o que enumera em cada um de seus in-
cisos as hipóteses das quais decorre a vacância e este rol é considerado 
30 Gestão de Pessoas no Setor Público
como exaustivo, de modo que não há outras possibilidades fora das lista-
das para que seja vago um cargo público.
Posto isto, passa-se, então, para a análise de cada uma das hipóteses que 
ocasionam a vacância, presentes no referido artigo.
1.1. Exoneração
Como se verifica com a observância do inciso seguinte ao que lista a exo-
neração, que traz a demissão como causa de vacância de cargo público, 
estes dois fenômenos não se confundem.
Aliás, é importante que se ressalte que a ideia de exoneração em si não 
tem sequer caráter negativo, pois o primeiro dos casos de exoneração 
para servidores em cargos efetivos é, inclusive, aquele que se dá por pedi-
do do servidor. Assim, por meio de mero pedido o servidor público pode 
ser exonerado, deixando seu cargo vago. E diferentemente não poderia 
ser, já que ninguém pode ser forçado a ocupar cargo público e desempe-
nhar as atribuições que a ele correspondem contra a sua vontade; por-
tanto, enquanto permanece o servidor no cargo, permanecerá também 
sempre a possibilidade de pedir sua exoneração.
Há, contudo, ainda mais dois casos de exoneração para servidores em 
cargos efetivos, que são os que se dão de ofício. “De ofício” é uma expres-
são legal originária do latim ex officio, que se refere a um ato que se reali-
za em virtude do cargo – ou seja, do ofício – que se ocupa.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos de atuação “de ofício” encontram-se frequente-
mente no dia-a-dia da Administração e no Judiciário, pois au-
toridades administrativas variadas e juízes tendem, devido 
ao cargo que possuem, ter amplas oportunidades para atua-
rem de ofício, utilizando-se dos poderes que decorrem exa-
tamente dos cargos que ocupam para fazer demandas, por 
exemplo, de indivíduos envolvidos em processos judiciais ou 
administrativos, sem precisarem consultar terceiros.
Gestão de Pessoasno Setor Público 31
Assim, o cargo aqui mencionado é o da autoridade administrativa, que, no 
primeiro caso de exoneração de ofício, deve exonerar o servidor que não 
satisfaz as condições do estágio probatório.
ASSIMILE
Lembre-se: para ser aprovado em estágio probatório, o servi-
dor deve, ao longo de um período de 24 meses, demonstrar 
aptidão e capacidade para o desempenho do cargo, sendo 
avaliado pelos quesitos de assiduidade, disciplina, capacida-
de de iniciativa, produtividade e responsabilidade – confor-
me o disposto no artigo 20 da Lei nº 8.112/90.
Quanto a esta forma de exoneração, Rigolin traz uma boa explicação para 
o fato de que não se trata de penalização, ao afirmar que, assim como 
a reprovação em um concurso qualquer, a reprovação em estágio pro-
batório atesta “apenas que o servidor foi insuficientemente hábil para o 
desempenho das atribuições do seu cargo, sem com isso envolver alguma 
culpabilidade do servidor” (RIGOLIN, 2012, p. 144).
Além desta última há também a exoneração de ofício de servidores em 
cargo efetivo por motivo de perda do prazo para entrar em exercício, que 
é o prazo de quinze dias contados da posse – salvo exceções – definido no 
§ 1º do artigo 15 da Lei nº 8.112/90.
Vale ressaltar que ambos os casos de exoneração de ofício são hipóteses 
que tratam de atos vinculativos por parte da autoridade administrativa, 
ou seja, se verificadas aquelas circunstâncias, não meramente pode ser 
exonerado o servidor, mas deve ser. Contudo, há que se notar que, dado 
o maior grau de subjetividade na avaliação dos fatores do estágio proba-
tório em comparação com a objetiva averiguação do não cumprimento 
do prazo para exercício, o caráter vinculativo mostra-se mais importante 
no segundo caso.
32 Gestão de Pessoas no Setor Público
Deste modo, é possível debate quanto à suficiência de fatores como assi-
duidade ou capacidade de iniciativa de um servidor em estágio probató-
rio, o que faz com que a obrigatoriedade de exonerá-lo fique dependente 
deste julgamento da autoridade; mas o não cumprimento daquele prazo 
é praticamente indebatível e, consequentemente, a obrigatoriedade de se 
exonerar o servidor, no caso, também é.
As duas últimas hipóteses referem-se à exoneração daqueles que ocupam 
cargos em comissão e a dispensa da função de confiança, e se dão por 
meio de juízo da autoridade competente ou pedido do próprio servidor.
O primeiro caso decorre da própria natureza dos cargos e funções trata-
dos, que determina que são cargos e funções de confiança em que a au-
toridade pode investir alguém e remover do cargo ou conferir e remover 
funções conforme seu interesse e confiança referente àquele servidor.
Já o segundo caso, por fim, é um que decorre do mesmo fato que se men-
cionou ao se falar da possibilidade de servidor em cargo efetivo deixar o 
cargo por meio de simples pedido de exoneração. Simplesmente, não se 
pode forçar alguém a ocupar um cargo público em comissão ou exercer 
função de confiança contra a sua vontade.
1.2. Demissão e aposentadoria
A demissão, como se mencionou anteriormente, difere da exoneração. 
Ela é uma das formas de penalidade disciplinar listada no rol do artigo 
127 da Lei nº 8.112/90, que ocorre em razão de uma ou mais das situa-
ções enumeradas pelo artigo 132 da mesma lei.
Já a aposentadoria é a garantia de inatividade e remuneração ao servidor 
público que ocorre por motivo de invalidez, por se completar setenta anos 
de idade ou voluntariamente segundo o disposto nas alíneas do inciso III 
do artigo 186 da Lei nº 8.112/90.
Ambas, evidentemente, ocasionam a vacância dos respectivos cargos pú-
blicos dos servidores demitidos ou aposentados. São tópicos complexos 
que serão abordados em maiores detalhes nas aulas específicas sobre 
penalidades e seguridade social.
Gestão de Pessoas no Setor Público 33
1.3. Promoção e readaptação
São duas das hipóteses de provimento já tratadas em aula anterior sobre 
aquele tema. Como em ambos os casos os respectivos servidores públi-
cos investem-se em cargos novos – na promoção, cargo superior, e, na 
readaptação, cargo compatível com a limitação adquirida pelo servidor –, 
é evidente que os cargos antigos que eles deixam para trás ficarão vagos.
1.4. Posse em outro cargo inacumulável
São considerados como inacumuláveis quaisquer combinações de cargos 
públicos remunerados que não as explicitamente previstas no rol de exce-
ções do inciso XVI do artigo 37 da Constituição Federal. Assim, em termos 
de cargos públicos, só podem ser acumulados: a) dois cargos de profes-
sor; b) um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou c) dois 
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com profissões.
Vale notar que, de acordo com o inciso XVII, esta proibição “abrange au-
tarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, 
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo 
poder público”.
É, aliás, exatamente devido a esta vasta proibição de acumulação de car-
gos que se exige para a posse a apresentação de declaração que informe 
a Administração sobre o exercício de outro cargo, emprego ou função pú-
blica; pois, tendo conhecimento disto e verificando não se tratar de caso 
excepcional, a Administração informará o servidor que ele deverá solicitar 
exoneração de seu cargo anterior, se quiser se investir no novo, o que, 
consequentemente, resultará na vacância do cargo que ele ocupava.
1.5. Falecimento
Não há muito o que dizer sobre esta hipótese de vacância. Simplesmente, 
atestado oficialmente o falecimento de um servidor público, restará 
vago o cargo que ele ocupava, podendo, então, ser preenchido por outro 
ocupante.
34 Gestão de Pessoas no Setor Público
2. Remoção
O artigo 36 da Lei nº 8.112/90 define remoção como sendo “o desloca-
mento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 
com ou sem mudança de sede”. Assim, trata-se de mera mudança de lo-
calidade do servidor, que terá o mesmo cargo, trabalhando para o mes-
mo órgão, porém em outro lugar.
Pode, por exemplo, o diretor de uma universidade ser removido do campus 
de um município para o de outro, ou até de um campus para outro dentro 
do mesmo município, de modo que sequer interessa a análise da distância.
A remoção tem três modalidades descritas nos incisos do artigo menciona-
do e a primeira delas é a que se dá de ofício, por interesse da Administração. 
Como já mencionado, a expressão “de ofício” implica ato que se dá em 
virtude de um cargo ocupado. Ou seja, a autoridade administrativa – que 
varia dependendo da entidade para a qual o servidor trabalha –, no caso, 
tem autoridade decorrente do cargo ocupado para determinar a remoção 
do servidor, independentemente da vontade dele, satisfazendo os inte-
resses da Administração através daquele ato administrativo.
PARA SABER MAIS
Se você tiver interesse em se aprofundar no tema mais geral 
dos atos administrativos pode conferir a classificação deles 
– quanto à natureza da atividade, do conteúdo, quanto aos 
destinatários etc. – contida em capítulo específico sobre isto 
na obra Direito Administrativo de Gasparini (2012).
Já a segunda modalidade é a que se inicia com pedido do servidor, que 
por qualquer motivo deseje ser deslocado. Contudo, é necessário deferi-
mento pela autoridade administrativa deste pedido que, embora consti-
tua ato simples, efetivamente faz com que a remoção fique condicionada 
ao critério da Administração.
Gestão de Pessoas no Setor Público 35
Todavia, na terceira modalidade isto não ocorre, pois se trata de caso em 
que o mero pedido de deslocamento para outra localidade do servidor 
gera a sua remoção, independentemente do interesse da Administração.
Evidentemente, são limitadas as condições em que isto pode ocorrer, pois 
se trata de caso extremo em que a vontade de um servidor público preva-
lece sobre a da Administração.
Assim, de acordo com as alíneas do inciso III do artigo 36, isto ocorre apenas: 
quando o servidor acompanha cônjuge ou companheiro,também servidor 
público, deslocado no interesse da Administração: por motivo de saúde – 
comprovado por junta médica oficial – do servidor, cônjuge, companheiro 
ou dependente que viva às suas expensas; ou em caso em que o servidor 
seja aprovado em processo seletivo interno, realizado devido à existência 
de número excessivo de interessados em remoção para certa localidade.
Vale notar que, embora a alínea “c”, que define este último caso, mencio-
ne “vagas”, não se trata de “cargo vago” – afinal, a remoção não é forma 
de provimento –, mas sim de “vaga de remoção”. É evidente que um órgão 
ou entidade pública não pode aceitar um número elevado de pedidos 
de deslocamento nem pode receber muitos servidores deslocados, caso 
contrário haveria, respectivamente, falta e excesso de servidores; deste 
modo, limita-se o número de pedidos que serão aceitos e realiza-se pro-
cesso seletivo interno para determinar quais servidores terão seus pedi-
dos de remoção deferidos.
3. Redistribuição
A redistribuição é regida pelo artigo 37 da Lei nº 8.112/90, cuja redação 
atual, infelizmente, gera alguns problemas. Trata-se de fenômeno de des-
locamento de um cargo, ocupado ou vago, de provimento efetivo – ou 
seja, não do servidor, como é o caso da remoção – para outro órgão ou 
entidade do mesmo Poder.
36 Gestão de Pessoas no Setor Público
O primeiro dos problemas mencionados encontra-se logo no caput do ar-
tigo, que determina que para que possa ocorrer a redistribuição é neces-
sária “prévia apreciação do órgão central do SIPEC”, embora só o Executivo 
e as autarquias federais a ele se submetam. Rigolin (2012) oferece duas 
interpretações alternativas para esta questão, preferindo a primeira: ou, 
dos três Poderes, só o Executivo poderá realizar redistribuição, ou não se 
deve dar atenção para esta parte do caput.
PARA SABER MAIS
Conforme o artigo 24, inciso II do Decreto nº 9.035/17, atu-
almente, o órgão central do SIPEC é a Secretaria de Gestão 
de Pessoas. Se você tiver interesse em saber mais sobre este 
órgão, pode conferir os outros incisos do artigo que determi-
nam as suas competências.
Passa-se para os incisos do artigo que delineiam seis preceitos que de-
vem ser observados ao redistribuir um cargo.
O primeiro, do interesse da Administração, implica que não são conside-
rados os interesses do servidor – se houver, pois o cargo pode estar vago.
Os preceitos do segundo ao quinto são problemáticos, pois sugerem que 
deve haver várias formas de equivalência e manutenção de característi-
cas, o que não faz nenhum sentido, já que não se fala de criação de cargo 
novo, mas de redistribuição de cargo existente. Como pode ser feita aná-
lise equivalência de um cargo com ele mesmo? Aliás, se as características 
do cargo forem alteradas, será caso de transformação ou reclassificação, 
não de redistribuição. Portanto, estes preceitos podem ser ignorados, 
pois sempre serão cumpridos.
Gestão de Pessoas no Setor Público 37
Já o último preceito, do inciso VI, tem utilidade, pois determina que o car-
go redistribuído deve ser compatível com as finalidades do órgão ou enti-
dade para o qual foi deslocado. É um dispositivo que pretende evitar que 
órgãos e entidades se descaracterizem com os cargos que os compõem 
formando um conjunto desorganizado de cargos sem relação lógica uns 
com os outros.
Quanto aos § § do artigo, o § 1º meramente determina que a redistribui-
ção ocorre de ofício e que serve para ajustar a força de trabalho às neces-
sidades dos serviços.
O § 2º determina que o SIPEC deve trabalhar em conjunto com os órgãos 
e entidades envolvidos na redistribuição – o que incorre no mesmo pro-
blema já mencionado do caput –, ou seja, os órgãos de onde são desloca-
dos os cargos e para onde vão.
O § 3º é outro problemático, primeiro, porque fala em redistribuição do 
servidor, que não existe; segundo, porque fala sobre extinção e declaração 
de desnecessidade de cargo público, o que não tem relação com redistri-
buição; e terceiro, porque só repete o que está disposto na Constituição, 
que determina que o servidor, nestes casos, será posto em disponibilida-
de até que possa ser aproveitado – assunto já estudado em aula anterior.
O § 4º traz a última estranheza daquele único artigo sobre redistribuição 
da Lei nº 8.112/90, pois dá mais determinações para o inexistente “servi-
dor que não for redistribuído” – novamente, a redistribuição é de cargos, 
não servidores – e para aquele colocado em disponibilidade, criando a 
possibilidade de serem “mantidos sob responsabilidade do órgão central 
do SIPEC”, tendo “exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até 
seu adequado aproveitamento”.
Por fim, vale notar que leis específicas podem trazer vedações à redistri-
buição, como é o caso da Lei nº 10.871/04, cujo parágrafo único do artigo 
6º veda a redistribuição para Agências Reguladoras.
38 Gestão de Pessoas no Setor Público
4. Substituição
A substituição é disciplinada pelo artigo 38 da Lei nº 8.112/90, que determi-
na que servidores em cargo ou função de direção ou chefia e aqueles em 
cargo de Natureza Especial deverão ter substitutos – incluindo, de acordo 
com o artigo 39, os “titulares de unidades administrativas organizadas em 
nível de assessoria”. Estes substitutos estarão indicados em regimento in-
terno, mas se dele não constar, deverão ser previamente designados pelo 
dirigente máximo do órgão ou entidade.
Quanto a esta definição, primeiro, é preciso ressaltar o fato de que não é 
necessária a ocupação de cargo de direção ou chefia para que decorra a 
obrigação de substituto, bastando que haja atribuições que configurem 
função de direção ou chefia de modo adicional a um cargo que não tem 
essa natureza específica.
Segundo, é preciso definir o que são exatamente os cargos de Natureza 
Especial, pois a Lei nº 8.112/90 não o faz. Infelizmente, é algo de difícil 
LINK
Se você tiver interesse, pode conferir no site governamental 
um resumo de uma grande quantidade de portarias, normas 
técnicas, notas informativas e ofícios do órgão central do 
SIPEC, bem como outras leis, que juntos trazem detalhes mui-
to específicos sobre o tema das redistribuições. BRASIL. Portal 
do Servidor – Governo Federal. Seção II – Da Redistribuição. 
Disponível em: <https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pes 
soas/lei-8112-anotada/titulo-ii-do-provimento-vacancia- 
remocao-redistribuicao-e-substituicao/capitulo-iii-2013-da-
-remocao-e-redistribuicao/secao-ii-da-redistribuicao>. 
Acesso em: 3 jul. 2018.
https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/lei-8112-anotada/titulo-ii-do-provimento-vacancia-remocao-redistribuicao-e-substituicao/capitulo-iii-2013-da-remocao-e-redistribuicao/secao-ii-da-redistribuicao
https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/lei-8112-anotada/titulo-ii-do-provimento-vacancia-remocao-redistribuicao-e-substituicao/capitulo-iii-2013-da-remocao-e-redistribuicao/secao-ii-da-redistribuicao
https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/lei-8112-anotada/titulo-ii-do-provimento-vacancia-remocao-redistribuicao-e-substituicao/capitulo-iii-2013-da-remocao-e-redistribuicao/secao-ii-da-redistribuicao
https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/lei-8112-anotada/titulo-ii-do-provimento-vacancia-remocao-redistribuicao-e-substituicao/capitulo-iii-2013-da-remocao-e-redistribuicao/secao-ii-da-redistribuicao
Gestão de Pessoas no Setor Público 39
definição precisa devido ao fato de a legislação sobre eles ser esparsa; 
assim, basta que se compreenda que se tratam de cargos em comissão 
cuja natureza é explicitamente definida como Natureza Especial nas leis 
que os regem.
Exemplos da menção explícita desta natureza podem ser verificados na 
Lei nº 13.502/17 que, além de extinguir três cargos de Natureza Especial 
com o artigo 73, transformou através do artigo 75 outros oito cargos de 
Natureza Especial em novos cargos do mesmo tipo, todos eles sendo car-
gos de Secretário-Executivo ou Secretário Especial de vários Ministérios, da 
Secretaria-Geral da Presidência da República e da CasaCivil da Presidência 
da República.
Voltando ao assunto próprio da substituição, nota-se que o § 1º do artigo 
38 determina que, nos casos de afastamento ou impedimento do titular 
do cargo ou de vacância, o substituto assumirá automática e cumulativa-
mente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício daquele cargo ou 
função para o qual foi designado a substituir. Contudo, se acumular dois 
cargos, ele não poderá acumular a remuneração de ambos – lembre-se, a 
proibição do artigo 37, XVI, da Constituição Federal é especificamente vol-
tada para a acumulação remunerada –; portanto, deverá optar pela que 
corresponde a um deles.
O § 2º determina que, nos casos de afastamento ou impedimento do titu-
lar que se estender por mais de trinta dias consecutivos, o substituto fará 
jus a uma retribuição “pelo exercício do cargo ou função de direção ou 
chefia ou de cargo de Natureza Especial”, proporcional aos dias de efetiva 
substituição que excedem aquele período.
Aqui, o legislador foi novamente descuidado, pois ao mencionar que em 
um dos casos esta retribuição é “pelo exercício do cargo”, isto se conside-
ra como vencimento, portanto como constituinte de remuneração – como 
se verá em aula seguinte. Isto pode gerar caso de acumulação remunera-
da de cargo se o servidor tiver optado por manter a remuneração do seu 
cargo original, ao invés daquela do cargo em que substitui o titular. De tal 
40 Gestão de Pessoas no Setor Público
forma, acredita-se nesta situação o servidor será novamente chamado a 
fazer opção entre uma das duas remunerações, a do cargo de origem e a 
da retribuição do § 2º.
Por fim, embora se trate de assunto que será estudado em aula posterior, 
vale notar que a retribuição que se justifica “pelo exercício de função de 
direção ou chefia” não compõe remuneração – conceito definido no artigo 
41 da Lei nº 8.112/90 – por não se encaixar na definição de vencimento e 
nem ser vantagem pecuniária de caráter permanente.
Considerando o que foi estudado nesta aula, leia os artigos de lei 
mencionados e reflita sobre os problemas apontados na redação de 
alguns deles. Pense em como eles poderiam ter sido melhor redigi-
dos para evitar confusões e conflitos.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
5. Considerações finais
• A vacância, que é a característica do cargo público vago, pode decor-
rer de certas formas de provimento, de penalidades e até outras 
circunstâncias especiais.
• A remoção envolve o deslocamento de servidor, não cargo, e não com-
põe forma de provimento, já que o servidor continua no mesmo cargo. 
Ele meramente passa a exercer suas atribuições em outro local.
• A redistribuição consiste no deslocamento de um cargo, não de um 
servidor, pois pode até ocorrer em caso de cargos vagos.
• A substituição acontece automaticamente nos casos delineados e 
implica na substituição do servidor titular, quer em termos de sua 
função ou cargo. Em caso de cargo, há acumulação, porém esta acu-
mulação não deve ser remunerada, para que não seja contrariado 
dispositivo constitucional.
Gestão de Pessoas no Setor Público 41
Glossário
• Caput: termo em latim usado em Direito para se referir ao enun-
ciado de um artigo de lei, ou seja, o texto que vem logo após o 
número do artigo e que antecede os parágrafos, incisos e alíneas.
• Ex officio: termo em latim cujo equivalente em português é “de ofí-
cio”. Refere-se a um ato que se realiza em virtude do cargo ocupado.
• SIPEC: Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. De acordo com o material estudado, as três modalidades 
de exoneração de cargo público efetivo dão-se:
a) A pedido do servidor; a juízo da autoridade competen-
te; e de ofício, quando não satisfeitas as condições do 
estágio probatório.
b) A pedido do servidor; de ofício, quando, tendo tomado 
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo es-
tabelecido; e a juízo da autoridade competente.
c) A pedido do servidor; de ofício, quando, tendo tomado 
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo es-
tabelecido; e de ofício, quando não satisfeitas as condi-
ções do estágio probatório.
d) A pedido do servidor; a pedido do servidor, quando, 
tendo tomado posse, ele não entrar em exercício no 
prazo estabelecido; e de ofício, quando não satisfeitas 
as condições do estágio probatório.
e) A juízo da autoridade competente; a pedido do servi-
dor, quando, tendo tomado posse, ele não entrar em 
exercício no prazo estabelecido; e de ofício, quando 
não satisfeitas as condições do estágio probatório.
42 Gestão de Pessoas no Setor Público
2. “O inciso II do artigo 37 da Lei nº 8.112/90, que determina 
que, em caso de redistribuição, deve haver equivalência de 
vencimentos é desnecessário PORQUE, essencialmente, 
está demandando que haja equivalência de vencimentos 
de um cargo com ele mesmo”.
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
a) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justi-
fica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda 
não justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, mas a segunda é 
falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, mas a segunda é 
verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.
3. De acordo com o material estudado, as hipóteses de remo-
ção em que o servidor se desloca a seu pedido, indepen-
dentemente do interesse da Administração, conforme a 
presente redação do artigo 36, inciso III, da Lei nº 8.112/90: 
a) São indeterminadas, de modo que as hipóteses são 
analisadas caso a caso.
b) São três e elas estão contidas em rol exaustivo, de modo 
que podem ser aceitas hipóteses além das listadas.
c) São três e elas estão contidas em rol expansivo, de modo 
que podem ser aceitas hipóteses além das listadas.
d) São três e elas estão contidas em rol expansivo, de 
modo que não podem ser aceitas hipóteses além das 
listadas.
e) São três e elas estão contidas em rol exaustivo, de modo 
que não podem ser aceitas hipóteses além das listadas.
Gestão de Pessoas no Setor Público 43
Referências Bibliográficas
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comissão. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
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Reguladoras, e dá outras providências. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.
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dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios; altera a Lei no 13.334, de 
13 de setembro de 2016; e revoga a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, e a Medida 
Provisória no 768, de 2 de fevereiro de 2017. Brasília. Disponível em: <http://www.pla 
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GASPARINI, D. Direito Administrativo. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
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44 Gestão de Pessoas no Setor Público
Gabarito – Tema 02
Questão 1 – Resposta: C
A modalidade de exoneração que se dá a juízo da autoridade com-
petente refere-se aos cargos em comissão, não aos cargos públicos 
efetivos, portanto é modalidade incorreta. Ademais, as supostas mo-
dalidades de pedido do servidor condicionadas à não entrada em 
exercício no prazo estabelecido ou à não satisfação das condições 
de estágio probatório não fazem sentido, pois são hipóteses em que 
a exoneração se dará, na verdade, por via da autoridade administra-
tiva, de ofício, ao verificar estas circunstâncias problemáticas. Assim, 
só resta uma alternativa em que estão listadas todas as modalidades 
corretas de exoneração de cargo público efetivo.
Questão 2 – Resposta: A
De fato, ambas as afirmações são verdadeiras e a segunda justifica 
a primeira. Como a redistribuição consiste no deslocamento de um 
cargo de um órgão ou entidade para outro do mesmo Poder, o cargo 
permanece inalterado; do contrário, não seria caso de redistribuição, 
mas de transformação ou reclassificação do cargo.
Questão 3 – Resposta: E
A primeira alternativa está incorreta, pois não são indeterminadas 
as hipóteses nem poderiam ser, já que se trata de caso que deve 
ser mantido como excepcional, que é o que ignora por completo os 
interesses da Administração. Ademais, as alternativas que mencio-
nam rol “expansivo” ou que afirmam que podem ser aceitas mais 
hipóteses além das três listadas também estão incorretas, pois o rol 
é exaustivo, o que significa exatamente que só devem ser aceitas as 
hipóteses listadas.
Gestão de Pessoas no Setor Público 45
TEMA 03
REMUNERAÇÃO, FÉRIAS, LICENÇAS, 
AFASTAMENTOS E CONCESSÕES
Objetivos
• Compreender a diferença entre termos como remu-
neração, vencimento e retribuição, bem como outros 
que têm conceito legal específico, possivelmente dife-
rente do uso cotidiano.
• Tomar conhecimento das regras que regulamentam 
os institutos da remuneração, férias e concessões 
referentes aos servidores públicos.
• Estudar individualmente cada um dos vários casos 
delineados pela Lei nº 8.112/90 para licenças e afas-
tamentos dos servidores públicos.
46 Gestão de Pessoas no Setor Público
Introdução
Nesta aula você estudará alguns dos direitos do servidor público que es-
tão disciplinados sob o título III da Lei nº 8.112/90 que trata “dos direitos 
e vantagens”.
Vale ressaltar que não serão examinados nesta aula todos os direitos do 
título III, pois, devido à extensão do conteúdo, alguns deles serão estuda-
dos junto com o que aquela lei chama de “vantagens” do servidor.
Desta forma, a presente aula começará com a análise dos conceitos acer-
ca da remuneração do servidor público, que é um tópico que envolve tam-
bém o de vencimentos.
Após isto, serão vistas as peculiaridades acerca das férias do servidor, 
que é um dos tópicos mais simples desta aula, mas que não deixa de ser 
importante.
Em seguida, serão estudados as licenças e os afastamentos, que são os dois 
assuntos mais complexos da aula, pois abrangem diversas formas e casos, 
sendo que cada um deles comporta uma série de exceções específicas. Vale 
notar, inclusive, que a própria definição do que são licenças e afastamentos 
é um tema complexo, tanto que o próprio legislador que criou e alterou a 
Lei nº 8.112/90 parece fazer confusão entre os dois institutos.
Por fim, a aula se encerrará com a análise das concessões que se faz ao 
servidor público para que ele possa, por exemplo, aproveitar seu dia de 
casamento ou se recuperar emocionalmente da morte de um conhecido.
1. Remuneração
Logo de início é preciso ressaltar o que aqui já se faz evidente: que ven-
cimento e remuneração, apesar de serem termos comumente usados 
como sinônimos, não o são.
Conforme o disposto no artigo 40, da Lei nº 8.112/90, vencimento nada mais 
é que a retribuição pecuniária – ou seja, retribuição relativa a dinheiro –, com 
valor fixado em lei, que se obtém devido ao exercício de um cargo público.
Gestão de Pessoas no Setor Público 47
É o vencimento, aliás, no caso dos servidores em cargo efetivo, parte que 
compõe a remuneração, conforme o artigo 41; sendo a outra parte com-
posta pelas vantagens pecuniárias de caráter permanente – portanto, não 
temporárias – estabelecidas em lei. As vantagens serão o foco específico 
de outra aula, mas já se adianta que constituem as parcelas de retribuição 
pelo trabalho do servidor que não configurem vencimento.
Esta remuneração referente aos cargos efetivos é irredutível, por força 
do § 3º daquele mesmo artigo; portanto, remuneração não é somente o 
vencimento. Ademais, através do § 5º determinou-se também que ela não 
poderá ter valor inferior ao salário mínimo, determinação que se estende 
até para os cargos em comissão.
Importante se faz ressaltar a distinção entre cargos efetivos e em comis-
são, pois a disciplina da remuneração dos servidores investidos em fun-
ção ou cargo em comissão é feita pelos § § 1º e 2º, que determinam, por 
via de remetimento ao artigo 62, que eles terão também retribuição pelo 
exercício de seus cargos, mas que a composição de sua remuneração é 
definida por leis específicas, e via o § 1º do artigo 93, que em casos de ces-
são de um servidor de um órgão ou entidade para que ele possa exercer 
função ou cargo em comissão em outro, será este último o encarregado 
da remuneração do servidor.
Merece atenção especial também o § 4º do mesmo artigo, que determi-
na que os vencimentos – não remuneração – de cargos de atribuições 
iguais ou meramente assemelhadas devem ser equivalentes, por questão 
de isonomia, ou seja, de tratamento igual perante a lei. Destarte, ainda há 
margem para diferenciações por meio de vantagens adquiridas por ser-
vidores por diversos motivos específicos a cada um deles. Ademais, vale 
notar que este § menciona que deve haver isonomia até entre cargos de 
Poderes distintos; porém, por mais admirável que seja esta última parte 
do § 4º, na prática trata-se de “utopia absolutamente fantasiosa, sem o 
menor lastro de factibilidade” (RIGOLIN, 2012, p. 166).
48 Gestão de Pessoas no Setor Público
Muda-se agora do tema dos benefícios e garantias referente à remunera-
ção para o do seu limite. Apesar de ter sido definido pelo artigo 42, o que 
vale é o que está no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal, cuja 
redação é até posterior à do artigo da Lei nº 8.112/90, que reflete inteira-
mente o texto antigo da Constituição – e deixa em evidência o problema 
em haver dispositivos deste tipo inútil em legislação.

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