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DAEM – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL MECÂNICA ENSAIO DE IMPACTO CAMILA SILVA FRANCIELE ALMEIDA LUÍS CERQUEIRA SALVADOR 2016 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA I ENSAIO DE IMPACTO O comportamento dúctil-frágil dos materiais pode ser mais amplamente caracterizado por ensaios de impacto. A carga nesse ensaio é aplicada na forma de esforços por choque (dinâmicos), sendo o impacto obtido por meio da queda de um martelete ou pêndulo, de uma altura determinada, sobre a peça a examinar. A principal aplicação desse ensaio refere-se à caracterização do comportamento dos materiais, na transição da propriedade dúctil para frágil como função da temperatura, possibilitando a determinação da faixa de temperaturas na qual um material muda de dúctil para frágil. O ensaio de impacto é largamente utilizado nas indústrias naval e bélica, e, em particular, nas construções que deverão suportar baixas temperaturas. Como resultado do ensaio, obtém-se a energia absorvida pelo material até a fratura. Figura 1. Ilustração esquemática do ensaio de impacto. Tipos de ensaio de impacto e dimensões do corpo de prova Os ensaios mais conhecidos são denominados Charpy e Izod, dependendo da configuração geométrica do entalhe e do modo de fixação do corpo de prova na máquina. Figura 2. Ensaio Charpy Figura 3. Ensaio Izod No ensaio Charpy, que foi o utilizado na aula prática, o corpo de prova tem um entalhe central e é apoiado em ambas as extremidades. O impacto se dá no centro conforme Figura 2. Na figura abaixo estão as formas e dimensões em milímetros dos corpos de prova usados no ensaio de Impacto Charpy. Utilizamos no experimento o corpo de prova Charpy tipo A. Figura 4. Corpos de prova para ensaio de impacto Charpy. Há padrões especiais (sem entalhe) para materiais como ferro fundido, como pode-se ver no último corpo de prova representado acima. Resultados e conclusões A seguir, tem-se o registro da condição inicial do equipamento e da energia desenvolvida pelo sistema, que equivale a energia absorvida pelo corpo de prova: Figura 5. Mostrador do equipamento usado no ensaio de impacto. Considerando o desvio, temos então uma variação de energia: ∆𝑈 ≅ 6,2 − 0,1 = 6,1 𝑘𝑝𝑚 Após a quebra do corpo de prova, foi analisado o tipo de fratura de acordo com a formação e propagação de trincas: Figura 6. Corpo de prova após o ensaio de impacto. O tipo de fratura por cisalhamento - referente ao material dúctil - possui extensa deformação plástica na vizinhança da trinca e o processo prossegue de maneira lenta (trinca estável). Além disso, mais energia de deformação é necessária pois geralmente são mais tenazes. Por outro lado, fraturas por clivagem – referente à materiais frágeis - gera trincas que se espalham de maneira extremamente rápida com muita pouca deformação plástica (trinca instável) e o processo ocorre repentinamente e catastroficamente, como consequência da espontânea e rápida propagação de trincas. A superfície da fratura por clivagem possui elevada refletividade e aparência brilhante, enquanto que a superfície da fratura dúctil (composta de pequeníssimas cavidades, simples) absorve a luz incidente, tendo como consequência, aparência escura. Com base nisso, nota-se que o corpo apresentou poucos pontos brilhantes se comparado aos demais, ou seja, a fratura por clivagem está em menor proporção que a fratura por cisalhamento. Tal característica leva-nos a conclusão de que trata-se de um material que tende mais à ductilidade do que à fragilidade. A seguir, registro da fratura de três corpos de prova variados (o corpo de prova já analisado é o do meio): Figura 7. Comparação dos corpos de prova após o Ensaio de Impacto. Levando em conta o mesmo modo de análise, da esquerda para a direita, há um aumento gradativo da presença de pontos brilhantes. Logo, chegamos à conclusão de que os corpos estão dispostos, da esquerda para a direita, em ordem crescente de fragilidade. E o corpo de prova analisado anteriormente está em nível intermediário se comparado aos demais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MSPC – Informações Técnicas. Disponível em: <http://www.mspc.eng.br/ciemat/ensaio130.shtml> Acesso em: 12 de março de 2016 CALLISTER, William e RETHWISCH, David. Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012. Ensaio de dureza e de impacto – Moodle USP do Stoa. Disponível em: <http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/212016/mod_resource/content/1/Aula%20 3-Dureza%20e%20Impacto%20IEM.pdf> Acesso em: 12 de março de 2016
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