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O que é amostra? Como defini-la? Antes de executar uma pesquisa de campo, primeiro é preciso definir o universo a ser estudado. O universo de uma pesquisa são todas aquelas pessoas que possuem características necessárias para responder as perguntas, por exemplo, se for um questionário em relação a um produto, o universo são todas as pessoas que consomem aquele item, e se for uma pesquisa eleitoral, são todos os eleitores de uma região. Assim, a amostra pode ser definida dentro do universo como “os indivíduos que responderam à pesquisa”. É através desses indivíduos seleccionados que iremos tirar conclusões válidas para todo o grupo em estuado. O que é amostra probabilística? Para que pesquisas de mercado, sondagens e pesquisas de opinião sejam efectivas é preciso que um público específico seja seleccionado. Nessa selecção é possível que haja interferência ou não do entrevistador, assim diferimos as amostras probabilísticas e não probabilísticas. Amostra probabilística é a qual todos os indivíduos do universo têm uma chance igual de responder a pesquisa, ou seja, probabilidade fixa e maior que zero. Esse método busca a imparcialidade do entrevistador na busca de seus entrevistados. Temos como exemplo as pesquisas feitas em domicílios que são aleatoriamente seleccionados, não deixando a escolha nas mãos do entrevistador. Para que seja efectiva, se tem como pré-requisito da amostra probabilística, uma listagem de todos os indivíduos do universo a ser pesquisado. Em alguns tipos de pesquisa pode ser fácil obter essa lista, como uma lista de contactos de em uma empresa a partir da colecta de dados no ato da compra ou cadastros de clientes de um hotel ou clube. Porém, pode se tornar difícil obter esses dados em algumas situações, como por exemplo, uma lista actualizada de todos os eleitores de uma região. Amostragem aleatória simples [Probabilística] A amostra aleatória simples é um dos métodos de amostra probabilística mais utilizados. Nessa forma de amostragem, os indivíduos de uma população têm uma chance igual ou maior que zero de serem selecionados para a compor a amostra. Ela é chamada de amostra aleatória simples pois, a seleção de elementos é feita em forma de sorteio, dessa forma, não há critério ou filtro no processo de amostragem. Como utilizar a amostra aleatória simples Para entendermos melhor esse processo de amostragem vamos imaginar uma pesquisa de opinião que será realizada em um bairro qualquer. Essa pesquisa deve ser feita com 20 domicílios, mas o bairro possui 200. Assim, para se obter uma amostra com 20 endereços, um sorteio entre os 200 endereços do bairro deve ser feito, dessa maneira, todas as moradias têm a mesma chance de participar da pesquisa. Quando universo é pequeno, não se torna necessário o uso de um computador com um software estatístico para selecção de uma amostra, portanto, pesquisas de mercado de empresas com muitos clientes ou pesquisas de opinião que necessitam de uma amostragem muito extensa, o uso de recursos digitais para o sorteio se torna essencial. Amostragem sistemática [Probabilística] A amostra sistemática, assim como a amostra aleatória simples, é um método de amostra probabilística que seleciona indivíduos dentro de uma população já determinada. Contudo, há um factor matemático de selecção que as diferencia. Na amostra sistemática os elementos do universo a ser pesquisado são divididos em grupos numericamente iguais, assim, após essa segmentação é definido um “ponto de partida”, de modo a estabelecer um número que se repetirá, em sequência, dentro de todos os grupos determinados, até que toda a amostragem seja seleccionada. Como realizar uma amostra sistemática O critério para a selecção de uma amostra soluciona no problema de representatividade da amostra aleatória simples. Por exemplo, em uma pesquisa realizada em um bairro, podemos dividir 500 moradias em 50 grupos, para obter uma amostragem com 50 residências, dessa maneira, a cada 10 domicílios 1 pesquisa será realizada. Amostragem estratificada [Probabilística] A amostra estratificada é uma técnica de amostra probabilística que é realizada em duas etapas. Esse tipo de amostragem separa a população em grupos e subgrupos, buscando assim, uma amostra mais representativa. Para realizar uma amostra estratificada apenas dois passos são necessários. Primeiro, deve-se dividir a população em grupos distintos. Esses grupos devem ser segmentados com características da população que auxiliem o tema estudado, podendo ser idade, sexo, trabalho, nível de escolaridade, entre outros. Depois de distribuir a população nesses grupos, são utilizadas outras formas para eleger os entrevistados dentro de cada grupo, podendo adoptar critérios aleatórios ou não. Assim, para seleccionar uma amostra de forma não enviesada podemos utilizar a amostra aleatória simples ou sistemática. Dessa forma, a principal vantagem da amostra estratificada, em relação aos outros métodos de amostragem, é o aumento da representatividade que ela gera por possibilitar uma estratificação do universo. Isso ocorre, pois, a divisão de grupos realizada na primeira etapa permite que as diferentes respostas ou opiniões possíveis em uma pesquisa possam aparecer de forma proporcional e representativa. Por esse motivo, ela é um bom tipo de amostragem para pesquisas de opinião que possuem grandes populações com diferentes qualidades. Amostragem por conglomerados [Probabilística] Diferente das amostras probabilísticas anteriormente apresentadas, que seleccionam primeiro o indivíduo, a amostra por conglomerados tem como fase inicial a selecção de um grupo (cidade ou estado em um país) para compor a amostragem. Como realizar uma amostra por conglomerados Desse modo, a amostra é realizada em mais de uma etapa, assim como a amostra estratificada. No primeiro estágio, os grupos (ou conglomerados) são definidos. Assim, somente no último estágio os indivíduos que participarão da entrevista serão sorteados. O número de etapas a que uma mostra por conglomerados deve conter, varia com o tipo de pesquisa e o quanto o universo estudo deve ser dividido de forma a auxiliar o estudo, quanto maior e mais heterogénea uma população, mais divisões se tornam necessárias. Um exemplo de uso de amostra por conglomerados é em pesquisas eleitorais. Normalmente essas pesquisas são realizadas em três etapas. Primeiro os municípios são seleccionados de acordo com a sua grandeza, ou seja, a sua selecção é proporcional à medida de seu tamanho (ou importância). Na segunda etapa, os sectores censitários também são incluídos de forma proporcional. Por fim, na terceira etapa, os eleitores são sorteados dentro de cada um dos segmentos escolhidos. O que é amostra não probabilística? Muitas vezes não é possível obter uma lista de o universo a ser pesquisa. Esse é o caso por exemplo de todos os habitantes de uma cidade, ou dos consumidores de um determinado produto. São em situações como essas, que percebemos que se torna quase impossível obter um método 100% probabilístico, por não dispor de uma lista completa e actualizada da população em estudo. Assim, a amostra não probabilística é aquela em que a colecta é baseada em critérios definidos previamente, em que nem todos o universo tem a mesma chance de ser entrevistado, mas que no final o trabalho de campo o resultado seja representativo e passível de extrapolação. Um exemplo de aplicação de uma amostra não probabilística são as pesquisas eleitorais. Neste tipo de levantamento, o procedimento mais comum é uma amostragem por cotas, em que as entrevistas são baseadas em um perfil já conhecido da população. Amostragem por conveniência [Não-Probabilística] Amostras por conveniência, como o próprio nome já sugere, são um tipo de amostra que não exige tanto critério na pré-seleção do públicoa ser pesquisado, ou seja, o universo da pesquisa não precisa estar totalmente definido para que essa seja efetuada. Para exemplificar, podemos imaginar um pesquisador que vá em um lugar público, como uma praça, e lá mesmo faz a sua pesquisa, sem muito critério de controle com o perfil da amostra. Assim, a seleção passa a será penas com pessoas que passaram por lá, foram abordadas e concordaram em responder a pesquisa. Quando se deve usar a amostra por conveniência? Por não tem muito critério na seleção de perfis a serem entrevistados, a amostra por conveniência pode gerar um resultado enviesado. Como no exemplo dado acima, uma pesquisa realizada em uma praça na cidade, provavelmente não comportará todo o universo necessário em uma pesquisa. Dessa forma, amostras por conveniência devem utilizadas em pesquisas que buscam conclusões gerais, com um perfil exploratório como o pré-teste de questionários, ou nas quais, não haja uma certeza prévia do perfil de seus respondentes. Amostragem por julgamento [Não-Probabilística] Na amostra por julgamento, a escolha dos respondentes é feita partir do julgamento do pesquisador. Assim, o pesquisador busca por indivíduos que possuem características definidas previamente para sua amostra. Na aplicação de pesquisas com amostragem por julgamento, as pessoas podem ser selecionadas por suas características visuais, por frequentarem algum lugar que interessa a amostra ou até pessoas que têm comportamentos que se encaixam às características pré- selecionadas. Dessa forma, a amostra por julgamento, assim como a amostra por conveniência, tem uma função mais exploratória em uma pesquisa de opinião ou mercado. Ela pode ser utilizada para pesquisas menores, ou como um pré-pesquisa para outras que buscarão dados mais aprofundados. Amostragem por cotas [Não-Probabilística] A amostra por cotas, é uma forma de amostragem muito utilizada em pesquisas de mercado, eleitorais e de opinião pública. Ela é uma amostra que, por meio de cotas, seleciona proporcionalmente pessoas com semelhantes características de uma população. Para efetuar esse tipo de amostragem, deve-se primeiramente segmentar o universo estudado em características. Por exemplo, dividir a população de uma cidade em cotas como idade, sexo e escolaridade. Depois disso, os pesquisadores devem escolher características, nessa população, que sejam relevantes para a pesquisa. Assim, o último quesito a ser considerado é o da proporcionalidade, se 40% da população de uma cidade é empregada e 60% não é, e essa característica for importante para o estudo, essa proporcionalidade deve ser respeitada na amostragem. A precisão dos resultados em amostra por cotas é dada a partir da quantidade de cotas selecionadas para a pesquisa. Desta maneira,quanto maior o número de variáveis em uma amostragem mais confiável será o resultado. Entretanto, é preciso estar atento ao fato que cada cota adicionada em uma pesquisa tem um comportamento multiplicador nas variáveis já existentes,assim quanto maior a quantidade de cotas, mais lenta e cada uma pesquisa pode se tornar. Não há um parâmetro pré-estabelecido de quantas ou quais características de um universo devem ser selecionadas em uma amostragem, mas normalmente elasse diferem de acordo com o tipo de pesquisa que será realizada. Em pesquisas de mercado, as variáveis mais utilizadas são relacionadas a renda e ao consumo dos entrevistados, como renda familiar mensal, posse de bens, classe socioeconômica e estado civil. Já em pesquisas de eleitorais e de opinião pública, são utilizadas variáveis como gênero, faixa etária, local de domicílio e escolaridade. Amostragem bola de neve [Não-Probabilística] A amostragem bola de neve, por ser uma técnica de amostragem não-probabilística, também é feita quando não há um universo definido para a pesquisa. Ela recebe esse nome, pois a última pessoa entrevistada indica ou convida uma próxima para participar do questionário, fazendo com que a amostragem se comporte como uma bola de neve, representando um carácter acumulativo na hora das escolhas dos respondentes. Essa amostragem, pode ser uma boa técnica para encontrar subgrupos ou segmentos de uma população que são desconhecidos ou dificilmente encontrados, como por exemplo, minorias e pessoas que possuem um comportamento ilegal ou socialmente estigmatizado. Nesse tipo de amostra, mesmo não tendo um universo definido, é importante que o pesquisador tenha um molde mínimo da amostragem a ser utilizada, de forma que exista um controle da diversificação da amostra dês da primeira pessoa indicada.
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