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1 Fábio Duarte – Medicina – P3 FISIOLOGIA DO CRESCIMENTO – RESUMO Ao longo da vida, quatro períodos são críticos para o crescimento somático (final) do indivíduo: Período embrionário Maior taxa de crescimento de toda a vida. Nessa fase, os hormônios responsáveis pelo crescimento são diferentes dos hormônios pós- natal. Primeiros anos após o nascimento Ocorre uma diminuição gradativa da velocidade de crescimento. Infância Com pico de crescimento por volta dos 6-7 anos. Estirão da puberdade Recebe forte influência dos esteroides sexuais e posterior fusão de cartilagens de crescimento. Também é importante salientar o balanço gordura-massa magra durante as idades. A tendência é que o bebê tenha mais gordura e esses níveis de gordura diminuam com o passar do tempo, ao passo que a massa muscular aumenta. Por fim, nota-se que os meninos possuem mais massa magra que as meninas. Crescimento intrauterino e seus hormônios Diversos fatores influenciam no crescimento do feto, desde nutrição à tabagismo. Os hormônios produzidos pela placenta também influenciam no metabolismo materno e no seu comportamento. Alguns dos fatores que contribuem para a formação da placenta são: a invasão do trofoblasto placentário (células endodérmicas) e o aumento do fluxo sanguíneo. Esses são essenciais para que haja a produção de hormônios. Além disso, a placenta também mantém o equilíbrio de glicocorticoides entre a mãe e o feto. Eixo hormônio de crescimento IGF intrauterino Estudos indicam que o GH não tem suma importância no crescimento intrauterino. O crescimento durante a vida intrauterina se dá devido a influência das somatomedinas (fatores de crescimento semelhantes a insulina). Duas somatomedinas são importantíssimas: Somatomedina A ou IGF2 = possui mais influência no período pré-natal. Não é totalmente regulado pelo GH, pois sofre influência de outros fatores de crescimento. Somatomedina C ou IGF1 = destaca-se principalmente no período pós-natal. Sua síntese é regulada pelo GH. Insulina Fetal A influencia da insulina no crescimento fetal é diretamente proporcional. Isso é nítido quando a mãe é hiperglicêmica e, em resposta a isso, o feto produz muita insulina. O resultado final é um crescimento exacerbado. Da mesma forma que um déficit de produção insulinêmica gera diminuição do crescimento. Hormonios tireoidianos A tiroxina (T4) é o principal hormonio secretado pela tireóide, mas a triiodotironina (T3) é a forma ativa, originando-se, principalmente, da retirada de um iodo da molécula de tiroxina nos tecidos- alvo. Os hormonios tireoidianos agem no metabolismo, sendo necessários para o desenvolvimento intrauterino normal do SNC e do esqueleto (mas não para crescimento corpóreo). Glicocorticoides São essenciais para o desenvolvimento dos órgãos fetais e apresentam efeito dose- dependente, ou seja, em altas concentrações pode causar efeitos deletérios no feto. Dessa forma, como em grávidas a concentração de cortisol é de 5-10 vezes maior (em relação ao feto) existe uma enzima especial que evita sua transposição pela barreira placentária, o nome dela é 11-beta-HSD. Crescimento pós-natal 2 Fábio Duarte – Medicina – P3 Hipotálamo regulador O hipotálamo é o principal centro regulador hormonal do nosso corpo, ele regula a produção/inibição de certos hormônios através dos fatores de estimulação/inibição, por exemplo: fator de liberação do hormônio de crescimento hipotalâmico (GHRF), que estimula a secreção de GH. Destaca-se também os neurotransmissores, produzidos na porção basal mediana do hipotálamo: norepinefrina, dopamina e serotonina. Os neurônios que contêm norepinefrina e dopamina estimulam a síntese de GHRF, promovendo a produção de GH. Dessa forma, o funcionamento do hipotálamo é fundamental para o crescimento, tanto é que anormalidades nessa estrutura levam a patologias. Tais como: hipotireoidismo hipotalâmico, puberdade precoce/atrasada, hipogonadismo, baixa estatura, etc. GH e IGFs A produção do GH ocorre na hipófise anterior de forma pulsátil, principalmente à noite e durante o sono. Alguns fatores interferem na sua produção, tais como: prática de esportes, sono, alimentação, nutrição e esteroides sexuais. O GH exerce seu efeito através dos fatores de crescimento insulina-smile (IGF), principalmente IGF1 e IGF2 (proteínas- hormônios). Esses fatores circulam no plasma acoplados a proteínas séricas chamadas IGFBP. Os IGFs são sintetizados no fígado, sob estímulo do GH, ou seja, GH está sendo secretado receptores estimulam a produção dos IGFs no fígado. Por isso desordens hepáticas podem afetar o crescimento da criança. Obs: o IGF1 está diretamente ligado com o GH. o IGF2 diminui com a diminuição do GH, porém não aumenta com seu aumento. O crescimento linear pós-natal é resultado da ação do GH e do IGF-1. O IGF1 atua na placa de crescimento levando a proliferação e hipertrofia. Enquanto o GH atua na diferenciação celular. Hormônios tireoidianos Vale salientar que os hormônios tireoidianos são importantíssimos, uma vez que atuam na estimulação do GH e sobre a epífise, proporcionando sua diferenciação. Além disso, aumentam a mineralização óssea e maturação do SNC. O hipotireoidismo é a principal causa de baixa estatura de origem endócrina. Glicocorticoides Os glicocorticoides estimulam o crescimento de modo agudo, porém a exposição prolongada a esses hormônios diminui a produção do GH e a sensibilidade dos órgãos efetores a ele. Insulina As ações da insulina vão além de estimular o influxo de glicose. A insulina é o hormônio mais anabólico do corpo humano, com efeitos importantes na síntese proteica e na estimulação da síntese de macromoléculas em tecidos como cartilagens e ossos. A insulina também pode promover o crescimento por diminuir os níveis de IGFBP-1 e estimular a produção de triiodotironina (T3) e IGF1, aumentando os níveis de IGF1 livre. Esteroides sexuais Os esteroides sexuais (androgênios e estrogênios) também atuam de modo duplo: atuam diretamente no GH e agem diretamente na placa de crescimento. O fechamento das epífises é por ação do estrogênio. A testosterona é o principal andrógeno circulante. Ela promove o estirão, pois é um potente agente anabólico que acelera o crescimento linear e o ganho de peso, estimulando a síntese proteica muscular. Considerações finais Conclui-se que, no período pós-natal, o GH e os hormônios tireoidianos são fundamentais para o crescimento linear. No entanto, o principal hormônio efetor do crescimento pós-natal é o IGF1. Cuidado com a pegadinha: o GH e o hormônio tireoidiano produzido pelo feto NÃO influência no seu crescimento. -- Tem um estudo bem legal feito em ratos hipofisectomizados e pancreatectomizados que 3 Fábio Duarte – Medicina – P3 mostra a associação entre insulina e o GH promovendo o crescimento, ao passo que individualmente o crescimento não é significativo.
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