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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CENTRO DE HUMANIDADES – CH 1 DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS – DLV DISCIPLINA: Língua Portuguesa Exercício 1 Nome: Maria Samara Costa Silva __ Faça os exercícios da seção 1-4, do livro de MACHADO, A.R.; LOUSADA, E.; ABREU- TARDELLI, L. S. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. Escreva as perguntas principais e apresente somente as respostas, de modo compreensível. SEÇÃO 1 1. Leia os resumos a seguir do artigo A cultura da paz de Leonardo Boff'. Mesmo sem ainda ter lido o texto mencionado, assinale o resumo que acredita ser o melhor resumo escolar / acadêmico. ( ) Resumo 1 Ele diz que a cultura dominante se caracteriza pela vontade de dominação da natureza e do outro. É possível superar a violência? Freud diz que é impossível controlar o instinto de morte. Boff diz que a evolução humana sempre esteve regida pela violência. Em segundo lugar, a cultura patriarcal instalou a dominação da mulher pelo homem e que a lógica de nossa cultura é a competição. Veja-se, por exemplo, o número de atos de violência contra a mulher em São Paulo. Precisamos opor a cultura da paz à cultura da violência. Onde buscar as inspirações para a cultura da paz? Somos seres sociais e cooperativos, temos capacidades de afetividade. O homem pode intervir no processo de evolução. Desde os tempos de César Augusto, os filósofos acham que o cuidado é a essência do ser humano. Gandhi, Dom Hélder Câmara e Luther King são figuras que deram exemplo de comportamento humano. Eu acho que todos nós devemos lutar pela paz. ( x ) Resumo 2 Leonardo Boff inicia o artigo "A cultura da paz" apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não. Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, nesse momento, é indispensável estabelecermos uma cultura da paz contra a da violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato de que os seres humanos são providos de componentes genéticos que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir dessas constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as potencialidades humanas para a paz, construindo a cultura da paz a partir de nós mesmos, tomando a paz como projeto pessoal e coletivo. ( ) Resumo 3 No artigo "A cultura da paz", Leonardo Boff defende a necessidade de construirmos a cultura da paz a partir de nós mesmos. O autor considera que isso é possível, uma vez que o homem é dotado de características genéticas especiais que lhe permitiriam vencer a violência. 2. Assinale as alternativas que justifiquem a escolha do melhor resumo dentre os três que foram dados. a. ( x ) correção gramatical e léxico adequado à situação escolar / acadêmica; b. ( ) seleção das informações consideradas importantes pelo leitor e autor do resumo; c. ( x ) seleção das informações colocadas como as mais importantes no texto original; d. ( x ) indicação de dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e título; e. ( x ) o resumo permite que o professor avalie a compreensão do texto lido, incluindo a compreensão global, o desenvolvimento das ideias do texto e a articulação entre elas; f. ( x ) apresentação das ideias principais do texto e de suas relações; g. ( ) comentários pessoais misturados às ideias do texto; h. ( x ) menção ao autor do texto original em diferentes partes do resumo e de formas diferentes; i. ( x ) menção de diferentes ações do autor do texto original (o autor questiona, debate, explica..); j. ( x ) texto compreensível por si mesmo; k. ( ) cópia de trechos do texto original sem guardar as relações estabelecidas pelo autor ou com relações diferentes. SEÇÃO 2 1. Observe a diagramação dos textos que seguem e o veículo em que foram divulgados e tente identificar a que gênero pertencem. Se tiver dúvida, leia os textos e observe expressões que indicam opinião/avaliação do autor. (5 ) resumos de filme (4 ) resumo (introdutório a artigo científico) ou abstract. (6 ) resumo de livro (1 ) crítica de filme (3 ) resenha crítica de livro (2 ) quarta capa (ou contracapa) de livro 2. Preencha a tabela, identificando as características da situação de produção dos textos 2, 3, 4, 5 e 6, conforme o exemplo. TEXTO 1 TEXTO 2 TEXTO 3 TEXTO 4 TEXTO 5 TEXTO 6 Autor Não explicitado Não explicitado Não explicitado Anna Rachel Machado Não explicitado Manuela Aquino . Função social do autor Jornalista especializado em cinema. Especialista em literatura e/ou divul- gação de livro Especiazad o em literatura. Pesquisador. Jornalista especializado em cinema. Jornalista especializa do em literature. Imagem que o autor tem de seu destinatário Destinatário que costuma ver filmes pela Tv a cabo. Freqüentador de livrarias amantes de romances que não conhece o livro. Destinatário interessado em literatura geral. Outros pesquisadores da área Destinatário que não viu um dos dois ou dois filmes Anteriores ao terceiro da serie e que se interessa por cinema. Destinatári o que não leu o livro. Locais e/ou veículos onde possivelment e o texto circulara Monet. A sua revista da net. Ed. Globo, fevereiro/200 4 O próprio livro. Revista Veja de 28 de Maio de 2003. The ESP Folha de S. Paulo Revista Historia de julho 2003 Momento possível da produção Imediatament e anterior à data de publicação Imediatament te anterior à edição do livro. Imediatame nte anterior à edição da Anterior à publicação do artigo. Na época do lançamento do terceiro filme Anterior à publicação da revista. revista Objetivo do autor do texto Dar Informações centrais mínimas sobre o filme e convencer o destinatário a assistir ao filme. Iniciar o leitor a comprar o livro. Iniciar o leitor a ler o livro. Dar informações centrais mínimas sobre as diferentes parte do artigo. Dar informações centrais mínimas sobre os dois filmes. Dar informaçõe s centrais mínimas sobre o livro 3. Qual a diferença entre o objetivo dos textos denominados de resumo dos demais? O objetivo dos resumos é apenas o de dar as informações centrais mínimas sobre os textos, enquanto o objetivo dos demais é convencer o leitor a ler/comprar o livro ou assistir ao filme, além de dar as informações. 4. Preencha o quadro, indicando algumas das características da situação de produção de um resumo escolar / acadêmico. Autor do resumo Aluno Destinatário Professor (que já conhece o texto a ser resumido) Local onde o texto circulará Escola Objetivo do autor do resumo Fornecer as ideias colocadas como sendo as mais importantes pelo autor do texto lido; mostrar uma compreensão do texto lido para ser avaliado posteriormente. SEÇÃO 3 1. Sumarize os períodos abaixo, quando possível. À medida que for fazendo cada exemplo, assinale no quadro o procedimento que você utilizou, preenchendo os parêntesis com as letras dos períodos correspondentes.(a) Apagamento de conteúdos facilmente inferíveis a partir de nosso conhecimento de mundo. (b ) Apagamento de sequências de expressões que indicam sinonímia ou explicação. (h ) Apagamento de exemplos. (d ) Apagamento das justificativas de uma afirmação. (g ) Apagamento de argumentos contra a posição do autor. (e ) Reformulação das informações, utilizando termos mais genéricos. (ex: homem, gato, cachorro mamíferos) ( f ) Conservação de todas as informações, dado que elas não são resumíveis. a. Maria era uma pessoa muito boa. Gostava de ajudar as pessoas. b. Discutiremos a construção de textos argumentativos, isto é, aqueles textos nos quais o autor defende determinado ponto de vista por meio do uso de argumentos, procurando convencer o leitor da sua posição. c. Não corra tanto com seu carro, pois, quando se corre muito, não é possível ver a paisagem e, além disso, o número de acidentes fatais aumenta com a velocidade. d. O principal suspeito do assassinato era o marido: era ciumento e não tinha um álibi, dado que afirma ter ficado rodando a casa para ver se a mulher se encontrava com o amante. e. De manhã, lavou a louça, varreu a casa, tirou o pó e passou roupa. À tarde, foi ao banco pagar contas, retirar talão de cheques e extrato e, à noite, preparou aula, corrigiu os trabalhos e elaborou a prova. f. O Iluminismo ataca as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime. g. A pena de morte tem muitos argumentos a seu favor, mas nada justifica tirar a vida de nosso semelhante. h. No resumo de uma narração, podem-se suprimir as descrições de lugar, de tempo, de pessoas ou de objetos, se elas não são condições necessárias para a realização da ação. Por exemplo, descrever um homem como ciumento pode ser relevante e, portanto, essa descrição não poderá ser suprimida, se essa qualidade é que determinará que o homem assassine sua esposa. Já a sua descrição como alto e magro poderá nesse caso ser suprimida. 2. Resuma os períodos abaixo ao mínimo, pensando que o seu destinatário é o seu professor e que ele vai avaliar a sua compreensão das ideias globais desses trechos. Use os procedimentos de sumarização já estudados. a) Com a evolução política da humanidade, dois valores fundamentais consolidaram o ideal democrático: a liberdade e a igualdade, valores que foram traduzidos como objetivos maiores dos seres humanos em todas as épocas. Mas os avanços e as conquistas populares em direção a esses objetivos nem sempre se desenvolveram de forma pacífica. Guerras, destituições e enforcamentos de reis e monarcas, revoluções populares e golpes de Estado marcaram a trajetória da humanidade em sua busca de liberdade e igualdade. (Clóvis Brigagão & Gilberto M. A. Rodrigues. 1988. Globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna). Ao longo da evolução da humanidade, dois objetivos maiores do homem consolidaram o ideal democrático: a liberdade e a igualdade. No entanto, a perseguição desses valores não se desenvolveu de forma pacífica. b) A cultura indígena é complexa, como a de qualquer outra sociedade. Seu grande diferencial, porém, que foge à regra geral de todas as outras, é a não-existência de desníveis econômicos. Na sociedade indígena não existem também normas estabelecidas que confiram a alguém as prerrogativas de mandante ou líder do núcleo populacional. Aquele que é chamado de cacique não tem privilégios de autoridade, tem somente os de conselheiro. Não é um escolhido, é ligado, até quando possível, a uma linhagem lendária. E, quando essa condição desaparece, passa a responder como conselheiro da aldeia aquele que pelo número de aparentados alcança essa posição mais respeitada ( ... ). (0. Villas-Bôas. 2000. A arte dos pajés. Impressões sobre o universo espiritual do índio xinguano. São Paulo: Globo. p. 25). A cultura indígena se diferencia de outras sociedades porque não apresenta desníveis econômicos nem normas que estabeleçam privilégios de mandante do grupo. A função de cacique é mais de conselheiro, e essa condição é dada àquele que tem urna linhagem lendária. c) Na linguagem comum e mesmo culta, ética e moral são sinônimos. Assim dizemos: "Aqui há um problema ético" ou "um problema moral". Com isso emitimos um juízo de valor sobre alguma prática pessoal ou social, se boa, se má ou duvidosa. Mas aprofundando a questão, percebemos que ética e moral não são sinônimos. A ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo, princípios e valores que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convicções. Dizemos, então, que tem caráter e boa índole. A moral é parte da vida concreta. Trata da prática real das pessoas que se expressam por costumes, hábitos e valores aceitos. Uma pessoa é moral quando age em conformidade com os costumes e valores estabelecidos que podem ser, eventualmente, questionados pela ética. Uma pessoa pode ser moral (segue costumes) mas não necessariamente ética (obedece a princípios). (http://www.leonardoboff.coml) Ética e moral, na verdade, não são sinônimos. A ética é uma parte da filosofia que considera concepções e valores que orientam pessoas e sociedades. A moral trata da prática real das pessoas que se expressam por costumes, hábitos e valores aceitos. SEÇÃO 4 1. Leia o texto ao lado: Percorrendo a casa Os dois garotos correram até a entrada da casa. – Veja, eu disse a você que hoje era um bom dia para brincar aqui – disse Eduardo. – Mamãe nunca está em casa na quinta-feira – acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado. – Eu não sabia que sua casa era tão grande – disse Marcos. – É, mas ela está mais bonita agora, desde que meu pai mandou revestir com pedras essa parede lateral e colocou uma lareira. Havia portas na frente e atrás e uma porta lateral que levava à garagem, que estava vazia, exceto pelas três bicicletas com marcha guardadas aí. Eles entraram pela porta lateral. Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade. Marcos queria ver a casa ... Então, Eduardo começou a mostrá-la pela sala de estar. Estava recém-pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som: o barulho preocupou Marcos. – Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio quilômetro daqui – gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme jardim. A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para brincar: os garotos foram para a cozinha, onde fizeram um lanche. Eduardo disse que não era para usar o lavabo, porque ele ficara úmido e mofado, uma vez que o encanamento arrebentara. – Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de selos e moedas raras – disse Eduardo, enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia três quartos no andar superior da casa. Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre trancado onde havia joias. O quarto de suas irmãs não era tão interessante, exceto pela televisão com o Atari. Eduardo comentou que o melhor de tudo era que o banheiro do corredor era seu, desde que um outro fora construído no quarto de suas irmãs. Não era tão bonito como o de seus pais, que estava revestido de mármore, mas para ele era a melhor coisa do mundo (traduzido e adaptado de j. Pitchert & R. Anderson. "Taking Different Perspectives on a Story", journal of Psychology, 1977, 69, In: A. Kleiman. 1989. Texto e leitor, Pontes Editores, Campinas). 2. Agora, releia o texto, levantando as características mais importantes da casa descrita, como se você fosse passá-las para três diferentes destinatários: para um possível comprador, para um assaltante,para seu professor. PARA UM POSSÍVEL COMPRADOR DA CASA PARA UM ASSALTANTE PARA SEU PROFESSOR Casa grande e arborizada jardim bem cuidado e grande parede revestida de pedra e com lareira e garagem com acesso interno à casa sala de estar recém-pintada casa isolada com lareira lavabo lateral Arbustos escondem a entrada da casa grande a porta lateral fica sempre aberta 3 bicicletas na garagem casa isolada lareira. Arbustos escondem a entrada da casa jardim bem cuidado e grande Casa grande e isolada Parede lateral revestida de pedras e com lareira portas na frente e atrás e porta lateral. 3. Compare as informações selecionadas para cada destinatário com as de um colega e discuta o porquê da seleção feita. As descrições devem ser adequadas ao objetivo de cada destinatário. Para um possível comprador, ocultam-se os problemas da casa ("encanamento arrebentado, lavabo úmido e mofado") e salientam-se as qualidades. Para o ladrão, mencionam-se as qualidades que dão a ideia de uma casa grande e cheia de riqueza, além de dicas para facilitar a entrada na casa ("porta lateral fica sempre aberta"). Para o professor, todas as informações são importantes, inclusive aquelas que não entraram nas descrições anteriores ("encanamento arrebentado, lavabo úmido e mofado", por exemplo).
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