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Questões sobre Língua e Cultura Brasileira

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LÍNGUA PORTUG
UESALÍNGUA PORTUG
UESA
2
QUESTÃO 01
Perto do Abaeté tem um nego mandingueiro
Descendente dos Malês, povo nobre e guerreiro
Faz dali o seu terreiro
Na roda de Capoeira ou orando ao Deus Allah
Veste branco às sextas-feiras
Usa xale e patuá
(seu avô era um Alufá)
Esse nego um dia fez revolta
A Revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
O canto de apear o boi
(foi o Malê que trouxe)
E se você vestir um abadá
(foi o Malê que trouxe)
O misticismo e a superstição
(foi o Malê que trouxe)
A moda de viola do Sertão
(foi o Malê que trouxe)
Tapas, Haussás, baribas
Negos e mandingas
A Revolta dos Malês foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
“Revolta dos Malês”, de Rafael Pondé.
A canção “Revolta dos Malês”, de Rafael Pondé, 
revela uma série de contribuições da cultura africana à 
sociedade brasileira. O texto também apresenta palavras 
advindas de línguas trazidas pelas mulheres e homens 
que foram forçados a vir para a América para serem 
escravizados. Ao fazer uso de um léxico que incorpora 
palavras de origem africana, o artista
A	 apresenta a religião islâmica como principal 
adversária dos escravos que lutavam pela liberdade.
B	 destaca que a inferioridade deste conjunto de palavras 
as condena ao esquecimento e ao ostracismo.
C	 promove o empoderamento da cultura trazida pelo 
europeu, tornando as contribuições indígenas e 
africanas desimportantes.
D	 evidencia a pobreza da cultura trazida pelos 
africanos, pois a identifica apenas no universo 
folclórico, principalmente no carnavalesco.
E	 resgata a memória e a ancestralidade afro-brasileiras 
que colaboraram para diferenciar a língua portuguesa 
do Brasil da falada em Portugal.
QUESTÃO 02
Nisto de manifestações populares, o mais difícil é 
interpretá-las. Em geral, quem a elas assiste ou sabe 
delas ingenuamente as interpreta pelos fatos como se 
deram. Ora, nada se pode interpretar pelos fatos como 
se deram. Nada é como se dá. Temos que alterar os 
fatos, tais como se deram, para poder perceber o 
que realmente se deu. É costume dizer-se que contra 
fatos não há argumentos. Ora só contra fatos é que há 
argumentos. Os argumentos são, quase sempre, mais 
verdadeiros do que os fatos. A lógica é o nosso critério 
de verdade, e é nos argumentos, e não nos fatos, que 
pode haver lógica.
PESSOA, Fernando. A ilusão política das grandes manifestações populares. In: _____. 
Alguma prosa. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p. 213.
O ponto de vista defendido pelo texto se apoia
A	 nos fatos levados em conta por si próprios.
B	 na falta de fatos suficientes para julgar.
C	 nos participantes das manifestações.
D	 na interpretação dos fatos à luz do contexto.
E	 na tese de que contra fatos não há argumentos.
3
QUESTÃO 03
EXCERTO I
“Esta [língua tupi] é mui branda, a qualquer nação 
fácil de tomar (...): carece de três letras, convém saber, 
não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de 
espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei 
e desta maneira vivem desordenadamente sem terem 
além disto conta nem peso, nem medida.”
Pero de Magalhães Gandavo – cronista português do séc. XVI. 
História da província de Santa 
Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.
EXCERTO II
“Ora sabereis que a sua riqueza de expressão 
intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e 
escrevem noutra. (...) Nas conversas, utilizam-se os 
paulistanos dum linguajar bárbaro e multifário, crasso 
de feição e impuro no vernáculo, mas não deixa de 
ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas 
vozes do brincar. (...) Mas se de tal desprezível língua 
se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo 
que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, 
e surge o Homem Latino, de Lineu exprimindo-se numa 
outra linguagem (...), que, com imperecível galhardia, se 
intitula: língua de Camões!”
Mário de Andrade. Macunaíma, cap. IX — “Carta pras Icamiabas”, 1928.
Assinale a alternativa que contém a asserção correta 
sobre os excertos anteriores.
A	O comentário do cronista sobre a língua e a 
cultura indígena contém uma ironia carregada de 
preconceito. Ao contrário disso, não há ironia cultural, 
só linguística, no que Macunaíma diz da língua 
portuguesa.
B	O cronista colonial observa a ausência de três letras 
na língua indígena, F, L e R, para concluir daí, sem 
nenhuma ironia, o estado de desordem em que 
viviam os aborígines. Também não há ironia no que 
Macunaíma diz da língua portuguesa.
C	A visão do colonizador português, contida no excerto 
I, é idêntica à do colonizado, expressa no excerto II. 
Ambos se igualam na compreensão que revelam das 
diferenças linguísticas e culturais.
D	A ironia do colonizador (excerto I) desmerece a língua 
e a cultura indígena. A ironia do índio Macunaíma 
(excerto II) ridiculariza a colonização cultural dos 
brasileiros, quando escrevem numa suposta “língua 
de Camões”, latinizada e pomposa, que o próprio 
Macunaíma parodia em sua carta.
E	O texto de Gandavo mostra uma compreensão da 
cultura indígena incomum para a sua época, ao 
tratá-la com respeito e seriedade, sem nenhum traço 
de ironia. O mesmo não se pode dizer do texto de 
Macunaíma: carregada de humor e de deboche, sua 
carta não permite nenhum conhecimento acerca da 
cultura brasileira.
4
QUESTÃO 04
O termo Foco equivale ao ponto de concentração 
do ator. O nível de concentração é determinado pelo 
envolvimento com o problema a ser solucionado. 
Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: o 
Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, que 
nesse caso é a corda imaginária. A dupla de jogadores 
no palco mobiliza toda sua atenção e energia para dar 
realidade à corda. Quando a concentração é plena, a 
dupla sai do jogo com toda evidência de ter realmente 
jogado o Cabo de Guerra - sem fôlego, com dor nos 
músculos do braço etc. A plateia observa em função do 
Foco.
KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.
De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso do 
foco da cena teatral permite
A	 transformar um objeto imaginário em um objeto 
concreto, produzindo sobre o espectador uma 
sensação igual à que ele teria em um espetáculo de 
mágica.
B	 produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento 
dos atores, imagens e/ou situações capazes de 
ativar seu imaginário e seu conhecimento de mundo.
C	 provocar efeito físico no ator, o que lhe confere 
a certeza de que seu corpo foi trabalhado 
adequadamente para a produção da cena.
D	 acionar no ator a atenção a múltiplas ações que 
ocorrem concomitantemente, tornando-o mais 
disponível para a atuação em cena.
E	 determinar uma única leitura da ação proposta, 
explicitando qual entendimento o espectador deve 
ter da cena.
QUESTÃO 05
D
iv
ul
ga
çã
o
R
ep
ro
du
çã
o
Por intertextualidade entende-se a relação de um 
texto com outro preexistente. A intertextualidade pode 
apresentar funções diferentes, as quais dependem 
diretamente dos textos e contextos em que ela é 
inserida, ou seja, das diversas situações e propósitos 
comunicativos. Analisando as relações textuais 
estabelecidas entre os textos não verbais apresentados, 
percebe-se que a relação intertextual entre ambos 
representa 
A	 uma paródia.
B	 uma paráfrase.
C	 um pastiche.
D	 um plágio.
E	 um epílogo.
5
QUESTÃO 06
Linhagem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins.
ASSUMPÇÃO, Carlos de. Linhagem. In: QUILOMBHOJE (Org.). Cadernos Negros: os 
melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje, 1998. p. 31
É possível estabelecerrelações entre o texto literário 
e o momento de sua produção, situando aspectos do 
contexto histórico, social e político. Com base nisso, 
pode-se inferir que o sujeito poético desse poema
A	 se situa na esfera de um ser envolvido com uma 
religiosidade de matriz católica, apostólica e romana.
B	 aparece como uma figura multifacetada, que tende a 
acentuar tanto a igualdade quanto a diferença entre 
ele e Zumbi.
C	 é fruto de um nascimento predestinado, que 
tem como objetivo de vida a preservação de sua 
individualidade.
D	 herda uma condição adversa, mas tem consciência 
de que nasceu para alterar a ordem encontrada.
E	 assume uma posição coletiva com ideal de 
pacificação social e imposição de uma crença mítica.
QUESTÃO 07
Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de 
vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser 
aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa 
aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil 
de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de 
pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá 
asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser 
brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: 
qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? 
São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da 
sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio 
dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês 
olhem para a gente como seres humanos, como pessoas 
que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser 
tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o 
Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil 
com vocês.
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. 
Rio de Janeiro: Garamond, 2000. (adaptado)
Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, 
a norma padrão da língua portuguesa é empregada com 
a finalidade de
A	 demonstrar a clareza e a complexidade da nossa 
língua materna.
B	 situar os dois lados da interlocução em posições 
simétricas.
C	 comprovar a importância da correção gramatical nos 
diálogos cotidianos.
D	mostrar como as línguas indígenas foram 
incorporadas à língua portuguesa.
E	 ressaltar a importância do código linguístico que 
adotamos como língua nacional.
6
QUESTÃO 08
TEXTO I
As mulheres são metidas em um trabalho inteiramente 
maquinal, no qual só se lhes pede rapidez. Quando 
digo maquinal, nem imagine que seja possível sonhar 
com outra coisa enquanto se trabalha, e muito menos 
refletir. Não. O trágico dessa situação é que o trabalho é 
maquinal demais para fornecer assunto ao pensamento 
e, além disso, impede qualquer outro pensamento. 
Pensar é ir menos depressa; ora, há normas de rapidez 
estabelecidas por burocratas sem piedade e que é 
preciso cumprir, para não ser despedido. (…)
TEXTO II
O mistério da fabricação
É claro, o operário ignora o uso de cada peça: 1) a 
maneira como se ajusta às outras; 2) a sucessão das 
operações por que passa; 3) o uso final do conjunto. 
Mas tem mais: a relação de causas e efeitos no interior 
do próprio trabalho não é apreendida. Não há nada de 
menos instrutivo que uma máquina (…).
WEIL, Simone. A condição operária e outros estudos sobre a opressão. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 68 e 96.
Esses excertos descrevem as condições de trabalho em 
uma fábrica no início do século XX. Indique o elemento 
que faz parte do processo de trabalho fabril, conforme 
descrito pela autora.
A	Sem o pensamento criativo, não há desenvolvimento 
da indústria.
B	 	O desconhecimento da técnica pelos trabalhadores é 
um obstáculo para a produção fabril.
C	A crescente ignorância do trabalhador dificulta a 
mecanização.
D	A maior produtividade resulta no desenvolvimento de 
novas técnicas.
E	A crescente mecanização aumenta a ignorância do 
trabalhador.
QUESTÃO 09
A escrita é uma tecnologia intelectual que vem 
auxiliar o trabalho biológico. E como uma nova memória, 
situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela não é mais 
necessário reter todos os relatos – este auxiliar cognitivo 
vem, portanto, relativizar a memória para que a mente 
humana possa desviar sua atenção consciente para 
outros recursos e faculdades.
Se é arriscado associar diretamente o surgimento 
da ciência ao da escrita, podemos, de qualquer forma, 
afirmar que a escrita deu impulso e desempenhou 
um papel fundamental na construção do discurso 
científico. O distanciamento possibilitado pela grafia no 
papel traz o registro das experiências e das hipóteses, 
o conhecimento especulativo, o documentário de 
comprovações, a compilação de teorias e de paradigmas 
em torno dos quais as comunidades científicas vão se 
agrupar.
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. 
Porto Alegre: Artmed, 2002.
O advento da escrita como tecnologia intelectual está 
diretamente ligado a uma série de mudanças na forma de 
pensar e de construir o conhecimento nas sociedades. 
A partir do texto, constata-se que, na elaboração do 
discurso científico, a escrita
A	 determinou de que modo a sociedade científica 
deveria se organizar para avançar.
B	 possibilitou que os pesquisadores se distanciassem 
de informações presentes na memória.
C	 permitiu que fossem documentados conceitos e 
saberes advindos de experiências realizadas.
D	 facilitou que as informações ficassem armazenadas 
igualmente na memória e no papel.
E	 consentiu que a atenção dos homens se desviasse 
para os saberes antigamente inalcançáveis.
7
QUESTÃO 10
Embora particularidades na produção mediada pela 
tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso não 
significa que as pessoas estejam escrevendo errado. 
Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem 
ao suporte utilizado: “O contexto é que define o registro 
de língua. Se existe um limite de espaço, naturalmente, 
o sujeito irá usar mais abreviaturas, como faria no papel”, 
afirma um professor do Departamento de Linguagem e 
Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso 
considerar a capacidade do destinatário de interpretar 
corretamente a mensagem emitida. No entendimento 
do pesquisador, a escola, às vezes, insiste em ensinar 
um registro utilizado apenas em contextos específicos, 
o que acaba por desestimular o aluno, que não vê 
sentido em empregar tal modelo em outras situações. 
Independentemente dos aparatos tecnológicos da 
atualidade, o emprego social da língua revela-se muito 
mais significativo do que seu uso escolar, conforme 
ressalta a diretora de Divulgação Científica da UFMG: 
“A dinâmica da língua oral é sempre presente. Não 
falamos ou escrevemos da mesma forma que nossos 
avós”. Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem 
os principais usuários das novas tecnologias, por meio 
das quais conseguem se comunicar com facilidade. A 
professora ressalta, porém, que as pessoas precisam 
ter discernimento quanto às distintas situações, a fim de 
dominar outros códigos.
SILVAJR., M. G.; FONSECA, V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012. (adaptado)
Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de 
informação e de comunicação, usos particulares da 
escrita foram surgindo. Diante dessa nova realidade, 
segundo o texto, cabe à escola levar o aluno a
A	 interagir por meio da linguagem formal no contexto 
digital.
B	 buscar alternativas para estabelecer melhores 
contatos on-line.
C	 adotar o uso de uma mesma norma nos diferentes 
suportes tecnológicos.
D	 desenvolver habilidades para compreender os textos 
postados na web.
E	 perceber as especificidades das linguagens em 
diferentes ambientes digitais.
QUESTÃO 11
Leia tirinha a seguir.
I. A primeira interpretação da frase está correta 
devido à não utilização da vírgula, o que reforça o título 
da tirinha.
II. Independentemente do uso ou não da vírgula, 
ambas as interpretações da frase são equivocadas 
quanto à intencionalidade da letra, pois não consideram 
o teor metafórico da canção à qual se referem. 
III. A intertextualidade da tirinha reserva uma crítica 
à falta de conhecimento gramatical por partedas novas 
gerações.
Considerando as intencionalidades da canção, é correto 
o que se afirma em
A	 I, somente.
B	 II, somente.
C	 III, somente.
D	 I e II, somente.
E	 I, II e III.
8
QUESTÃO 12
De Caio Fernando Abreu. 
Disponível em: <http://conexaobuenosaires.wordpress.com/tag/caio-fernando-abreu/>. 
Acesso em: 31 maio 2019.
É próprio da escrita de Caio Fernando Abreu apreciar a 
visão labiríntica da existência. No poema acima, essa 
apreciação é expressa por meio da linguagem
A	 prosaica, porém expressiva no uso de metáforas 
para definir o cotidiano do eu lírico.
B	 referencial, para criticar o excesso de formalismo da 
poesia brasileira contemporânea.
C	 denotativa, para evidenciar a oposição entre ilusão e 
beleza na concepção do olhar.
D	 rebuscada de neologismos que valorizam elementos 
próprios do mundo moderno.
E	 hiperbólica, para identificar a preocupação do poeta 
com a temática da ausência da memória.
QUESTÃO 13
 
Pa
w
el
 K
uc
zy
ńs
ki
Ilustração do artista polonês Paweł Kuczyński.
A composição da imagem anterior manifesta uma figura 
de linguagem caracterizada pela oposição ideológica de 
elementos não coexistentes, chamada
A	 antítese.
B	metonímia.
C	 catacrese.
D	 paradoxo.
E	 hipérbato.
9
QUESTÃO 14
TEXTO I
É praticamente impossível imaginarmos 
nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em 
embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além 
de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre 
devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando 
em contato com outras substâncias, o plástico não as 
contamina; ao contrário, protege o produto embalado. 
Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos 
plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o 
peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato 
que, infelizmente, não é aproveitado, visto que, em todo 
o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando 
comparado ao total produzido, ainda é irrelevante.
Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6. (adaptado)
TEXTO II
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. 
Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando 
enchentes. São encontradas até no estômago de 
tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos 
por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são 
gratuitas para os consumidores, mas têm um custo 
incalculável para o meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo 
Consciente.
Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas, 
predominantemente, estratégias argumentativas que
A	 atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.
B	 apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de 
animais.
C	 orientam o leitor a respeito dos modos de usar 
conscientemente as sacolas plásticas.
D	 intimidam o leitor com as nocivas consequências do 
uso indiscriminado de sacolas plásticas.
E	 recorrem à informação, por meio de constatações, 
para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas 
plásticas.
QUESTÃO 15
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece na mídia um discurso de 
exaltação das novas tecnologias, principalmente 
aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. 
Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, 
“maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o 
mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os 
em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse 
motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o 
“futuro” tão festejado. Todavia, não podemos reduzir-nos 
a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou 
de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, 
certamente, e controle, sem sombra de dúvida. 
Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de 
dependência mútua com os veículos de comunicação, 
que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada 
dossiê pessoal transformado em objeto público de 
entretenimento. Não mais como aqueles acorrentados 
na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, 
por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista 
com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos 
quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. 
Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. 
Acesso em: 1 mar. 2013. (adaptado)
Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa 
criar uma base de orientação linguística que permita 
alcançar os leitores e convencê-los com relação ao 
ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a 
escolha das formas verbais em destaque objetiva
A	 criar relação de subordinação entre leitor e autor, já 
que ambos usam as novas tecnologias.
B	 enfatizar a probabilidade de que toda população 
brasileira esteja aprisionada às novas tecnologias.
C	 indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje 
as pessoas são controladas pelas novas tecnologias.
D	 tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que 
ele manipula as novas tecnologias e por elas é 
manipulado.
E	 demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade 
por deixar que as novas tecnologias controlem as 
pessoas.
10
QUESTÃO 16
O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns 
casos, até mesmo exige – a participação de diversos 
autores na sua construção, a redefinição dos papéis de 
autor e leitor e a revisão dos modelos tradicionais de 
leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se 
estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento 
de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da 
comunicação e a aquisição de informação de maneira 
cooperativa.
Embora haja quem identifique o hipertexto 
exclusivamente com os textos eletrônicos, produzidos 
em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele não 
deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma 
organizacional que tanto pode ser concebida para o 
papel como para os ambientes digitais. É claro que o 
texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no 
papel, são praticamente inviáveis: a conexão imediata, 
a comparação de trechos de textos na mesma tela, o 
“mergulho” nos diversos aprofundamentos de um tema, 
como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos.
RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. 
Porto Alegre: Artmed, 2002.
Considerando-se a linguagem específica de cada 
sistema de comunicação, como rádio, jornal, TV, internet, 
segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como 
um(a)
A	 elemento originário dos textos eletrônicos.
B	 conexão imediata e reduzida ao texto digital.
C	 novo modo de leitura e de organização da escrita.
D	 estratégia de manutenção do papel do leitor com 
perfil definido.
E	modelo de leitura baseado nas informações da 
superfície do texto.
QUESTÃO 17
Leia a tirinha a seguir.
Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/156273528909/tirinha-original>. 
Acesso em: 31 maio 2019.
O texto verbal da tirinha apresenta dois termos de 
pronúncia semelhante, mas de grafias e significados 
diferentes: “incomum” e “em comum”. Sobre a 
constituição desses termos, é possível afirmar que
A	 “em comum” apresenta grafia inadequada, pois não 
se pode separar prefixo e radical.
B	 em “incomum”, têm-se o adjetivo “comum” acrescido 
do prefixo de valor negativo “in”.
C	 “em comum” quer dizer conjuntamente e é uma 
variante de “incomum”, que tem mesmo significado.
D	 “incomum” apresenta prefixo de valor negativo e 
significa “o que não pode ser feito conjuntamente”.
E	 tanto em “incomum” quanto em “em comum” têm-se 
vocábulos simples acrescidos de afixos de valor 
negativo.
11
QUESTÃO 18
A magia do futebol
SÃO PAULO – O futebol é mágico. Tem o dom 
de fazer pessoas inteligentes defenderem posições 
que, dificilmente, sustentariam em outros campos de 
atividade. Refiro-me à decisão da Conmebol de punir o 
Corinthians, excluindo sua torcida de todas as partidas 
da Libertadores. À primeira leitura, essa pode parecer 
uma sanção razoável, diante da enormidade que foi a 
morte do garoto boliviano atingido por um sinalizador 
disparado pelas hostes corintianas na últimaquarta-feira, 
em Oruro. A esmagadora maioria dos comentaristas que 
li aprovou a medida. Pessoalmente, tenho medo da 
lógica que sustenta o código de punições da Conmebol 
e de outras confederações – que se apoiam numa ética 
puramente consequencialista, na qual só o que importa 
são os resultados das ações. Tudo o que produza mais 
bem do que mal fica inapelavelmente autorizado. Para 
evitar novas mortes e disciplinar o mau comportamento 
das torcidas organizadas, torna-se lícito fechar os portões 
do estádio para corintianos, mesmo que isso prejudique 
os jogadores e milhares de simpatizantes do time, 
que não fizeram nada de errado. Não sou um inimigo 
do consequencialismo. Ao contrário, tenho grande 
simpatia por ele, notadamente na bioética. Mas não 
podemos perder de vista que, em estado puro, ele leva a 
paradoxos. Numa visão estritamente consequencialista, 
o Estado pode deter um criminoso, ameaçando matar 
sua família, e o médico pode sacrificar um paciente 
saudável para, com seus órgãos, salvar a vida de cinco 
pessoas na fila do transplante.
Hélio Schwartsman. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/colunas/
helioschwartsman/1236682-a-magia-do-futebol.shtml>. Acesso em: 1o mar. 2013.
O jornalista Hélio Schwartsman procurou expor uma 
ideia acerca da violência nos estádios de futebol, 
em decorrência das torcidas organizadas. Quanto à 
sequência textual apresentada, a tese apresentada pelo 
colunista se baseia na ideia de que
A	 concorda plenamente com a ação do estado de 
punir o time do Corinthians, proibindo quaisquer 
manifestações de torcedores.
B	 aceita que as punições impostas pela Conmebol são 
suficientes diante da problemática da violência nos 
estádios.
C	 a violência nos estádios de futebol não 
necessariamente se encontra atrelada à presença de 
torcidas organizadas.
D	mantém um equilíbrio quanto ao que pensa, pois, 
embora não concorde com a violência nos estádios, 
acredita que certas punições são exageradas.
E	 sempre que existirem punições elas devem também 
devem pensar no nível em que vão atingir os 
torcedores não membros de torcidas organizadas.
12
QUESTÃO 19
A revista TPM no 40 (p. 58) convidou a atriz Alinne 
Moraes para servir de guia aos jornalistas paulistanos 
“nas areias escaldantes das praias cariocas”. Como 
diz o texto, Alinne, “pra virar uma carioca autêntica, só 
falta deixar de chamar padaria de padoca”. Vejamos 
um dos passeios que a atriz recomenda a quem vai ao 
Rio de Janeiro: Mesmo sendo longe da minha casa, 
sempre que posso vou ao Cine Odeon, no Centro, 
para uma sessão de cinema. Lá, tudo é especial: a 
pipoca parece mais caseira, o cinema tem cara de 
cinema, as poltronas são fofinhas, tudo com aquele 
glamour que só as coisas antigas têm. Se você estiver 
com fome antes ou depois da sessão, aproveite que 
lá dentro tem uma filial do “Ateliê Culinário”, um dos 
meus restaurantes prediletos. Peça uma das quiches 
com salada. Se estiver frio, vá de chocolate quente. 
Coisas simples que lá são super bem feitas. Por 
que o Odeon é meu cinema preferido? Sabe quando 
a gente sente saudades do que você não viveu? 
É meio isso: lá eu tenho essa sensação. Gosto de 
coisas que me remetem ao passado. Sou um pouco 
assim com tudo.
Como ocorre com qualquer texto, esse foi escrito com 
determinados objetivos: toda comunicação tem uma 
determinada função. Nesse sentido, a análise do texto 
anterior permite concluir que
A	 ocorre no texto apenas a função referencial da 
linguagem: o enunciador dá informações sobre o Rio 
de Janeiro de forma objetiva, usando uma linguagem 
informal.
B	 há no texto apenas a função apelativa, como se 
percebe nos trechos “aproveite”, “peça”: a atriz 
quer convencer o leitor a visitar o Rio, usando 
uma linguagem informal para criar um efeito de 
aproximação com o público, como nos trechos 
“fofinha” e “super bem feitas”.
C	 a única função da linguagem presente no texto 
é a emotiva, como se nota por meio da relação 
emocional entre a atriz e o espaço descrito: o efeito 
de subjetividade está presente no uso de uma 
linguagem despojada, mais próxima do leitor, e de 
termos como “saudades”, “preferido”, “tenho essa 
sensação”.
D	 no texto, estão presentes as funções referencial, 
apelativa e emotiva. A linguagem utilizada é, 
predominantemente, informal, de acordo com os 
trechos “fofinha” e “super bem feitas”. A construção 
“que me remetem ao passado”, contudo, apresenta 
maior formalidade.
E	 há no texto três funções: a referencial, a emotiva e 
a apelativa. Como se trata de um texto jornalístico, 
apenas a função referencial deveria ter sido 
explorada, para criar uma impressão de objetividade 
no relato. A linguagem, também, deveria ser mais 
formal.
13
QUESTÃO 20
Devemos dar apoio emocional específico, 
trabalhando o sentimento de culpa que as mães têm de 
infectar o filho. O principal problema que vivenciamos 
é quanto ao aleitamento materno. Além do sentimento 
muito forte manifestado pelas gestantes de amamentar 
seus filhos, existem as cobranças da família, que 
exige explicações pela recusa em amamentar, sem 
falar nas companheiras na maternidade que estão 
amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior 
desafio. Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O que 
é isso? É substituir o seio materno por amor, oferecendo 
a mamadeira, e não o peito!
PADOIN, S. M. M. et al. (Org.). Experiências interdisciplinares em Aids: interfaces de uma 
epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006. (adaptado)
O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de 
gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio 
ao drama de mães que não devem amamentar seus 
recém-nascidos, observa-se um recurso da língua 
portuguesa, presente no uso da palavra “mamadeirar”, 
que consiste
A	 na manifestação do preconceito linguístico.
B	 na recorrência a um neologismo.
C	 no registro coloquial da linguagem.
D	 na expressividade da ambiguidade lexical.
E	 na contribuição da justaposição na formação de 
palavras.
QUESTÃO 21
R
ep
ro
du
çã
o
O Google fez uma homenagem, na sua página 
principal, ao 125o aniversário de nascimento do maior 
maestro e compositor da música erudita do Brasil, 
Heitor Villa-Lobos. Ele, que também é conhecido como 
um revolucionário que provocou um “rompimento” com 
a música acadêmica no Brasil, compôs mais de mil 
obras. Relacionando as tecnologias de comunicação e 
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao 
conhecimento que elas produzem, pode-se inferir que
A	 apesar de registrada na memória individual de muitos 
brasileiros, a música de Heitor Villa-Lobos ainda 
sofre com o descaso de grande parte da população. 
B	 a construção da obra de Heitor Villa-Lobos reflete 
a busca por um estilo inovador e singular, capaz de 
captar as nuances do Brasil.
C	 a obra de Heitor Villa-Lobos é atemporal e não 
há limites para o seu diálogo com o mundo musical 
pós-moderno.
D	 as novas tecnologias procuram recriar espaços 
artificiais de memória que muito têm auxiliado na 
construção da memória da nação.
E	 a massificação da obra de Heitor Villa-Lobos 
desqualifica sua produção e o transforma em um 
adereço banal da Pop Art.
14
QUESTÃO 22
A crítica de arte clássica e, com mais estreiteza, 
neoclássica tomou a obediência à perspectiva como 
critério regulador da correção pictórica. Um quadro 
pintado fora das leis da perspectiva geométrica seria 
um quadro errado. A Arte Moderna, pós-impressionista, 
relativizou o sentido da perspectiva, assim como a música 
atonal do século XX deixou de pautar-se pelo sistema de 
tonalidade vigente entre os séculos XVII e XIX. Por outro 
lado, a arte medieval (bizantina e gótica) desconheceu 
a perspectiva; quanto à pintura greco-romana, não há 
elementos cabais para afirmar que a tenha ignorado 
totalmente. Assim, o problema é histórico-formal e pode 
colocar-se nestes termos: Há uma relação significativa 
entre modos de compor e períodos culturais?
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 43.
Analisando o conceito de Artedurante os séculos 
de desenvolvimento social, encontram-se diferentes 
formas de manifestações artísticas que utilizam 
variadas técnicas, ou ainda divergem em características 
específicas. Segundo o texto, o conceito de certo e 
errado em Arte
A	 está relacionado aos pontos divergentes dos estilos 
bizantino e gótico.
B	 possui uma vinculação com as mudanças da música 
atonal do século XX.
C	 está mais ligado ao pictórico do que a outras 
manifestações artísticas.
D	 é relativo, porque não existe ligação comprovada 
entre perspectiva e arte greco-romana.
E	 varia, porque existe uma relação temporal entre 
diferentes manifestações artísticas.
QUESTÃO 23
A Jovem Guarda foi um movimento que entreteve 
a juventude brasileira, com diversos programas de 
televisão, shows pelo país e dezenas de discos gravados, 
entre LPs e compactos. Além disso, foi com a Jovem 
Guarda que se consolidou uma música específica para o 
consumo jovem. Foi uma das primeiras grandes vendas 
de discos nacionais como reflexo da beatlemania e a 
invasão do rock britânico nos Estados Unidos.
SOUSA, Rainer. Jovem Guarda. Brasil Escola. 
Disponível em: <http://www.brasilescola.com>. Acesso em: 24 mar. 2016.
Mesmo tendo adquirido um espaço marcante entre os 
jovens brasileiros das décadas de 1960 e 1970, a turma 
do iê-iê-iê foi tachada como alienada, pois
A	 não expressava um ideal politizado em suas letras, 
restringindo-se apenas a apresentar os modismos 
juvenis da época.
B	 criticava a Bossa Nova, apresentando inovações 
musicais provocativas, como o uso da “fala cantada”.
C	 apresentou um apoio explícito aos membros 
da Tropicália, mostrando ao Brasil uma postura 
exclusivamente direitista.
D	 usou da postura idealizada dos jovens da época, a 
fim de subverter a juventude brasileira com ideais 
falsos.
E	manteve fiel ao ideal do movimento hippie, 
apresentando a liberdade acima de tudo, por meio 
de letras complexas.
15
QUESTÃO 24
Mostra homenageia centenário do mestre Vitalino
Exposição será aberta nesta sexta (12), no Museu 
de Arte Popular, em Recife. O público poderá conferir 
32 peças do artista, além de obras dos seguidores: Zé 
Caboclo, Manuel Eudócio, Zé Rodrigues, entre outros.
No ano do centenário de um dos maiores mestres 
da arte em barro, Vitalino Pereira dos Santos, o mestre 
Vitalino, a Prefeitura de Recife vai aproveitar os festejos 
juninos para homenagear o artesão reconhecido pelo 
rigor estético próprio, com uma exposição no Museu 
de Arte Popular. A mostra, intitulada “Vitalinos”, será 
inaugurada nesta sexta-feira. Durante a exposição, o 
público poderá conferir 32 peças do artista, além de 
obras de Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Zé Rodrigues, 
entre outros seguidores do mestre que formou uma 
verdadeira escola de ceramistas. 
Reconhecendo as diferentes funções da arte e do 
trabalho da produção dos artistas em seus meios 
culturais, podemos inferir que a obra de Mestre Vitalino
A	 desvincula-se do universo popular, pois dedica-se a 
um público erudito de Recife.
B	 refere-se a um trabalho tridimensional realizado com 
argila queimada, técnica que caracteriza a cerâmica.
C	 representa a “Vaquejada”, festa cultural nordestina 
em que o boi é sacrificado como prenda para o pai 
da noiva.
D	 é figurativa e tem como matéria-prima a terra, 
caracterizando-se como manifestação rupestre no 
que se refere à simplificação das formas e temáticas.
E	 notabilizou-se por constituir figuras inspiradas nas 
crenças eruditas, em cenas do universo rural e urbano 
e no imaginário da população do sertão nordestino.
QUESTÃO 25
CARAVAGGIO. Deposição de Cristo. 1601-1604. 1 original de arte, óleo sobre tela, 
300 cm × 203 cm. Pinacoteca do Vaticano.
O jogo de luz e sombra dessa obra de Caravaggio 
revela a
A	 influência do Barroco na produção do artista.
B	 dicotomia clássica vivida pelo homem renascentista.
C	 busca por elementos que dessem verossimilhança à 
cena pagã.
D	 falta de interesse pela perspectiva, dado que essa 
contraposição confere volume à obra.
E	 intenção do artista de fugir dos cânones 
greco-romanos de composição estética.
16
QUESTÃO 26
O juramento dos Horácios (1784), de Jacques-Louis David.
O CONTEXTO DA CENA
O quadro O juramento dos Horácios retrata um 
tema histórico da Roma Antiga. As cidades de Roma 
e Alba estavam em guerra e um acordo definiu que a 
disputa seria resolvida por um combate mortal entre 
três homens de cada lado. Os romanos enviaram os 
trigêmeos Horácios, e os albanos enviaram os trigêmeos 
Curiácios. O vencedor e único sobrevivente foi um dos 
Horácios, que, ao chegar a Roma, descobriu que sua 
irmã Camila (a mulher do meio) estava noiva de um dos 
Curiácios. Enraivecido, matou-a. Foi condenado à morte, 
mas conseguiu revogação da pena. A cena retrata o 
momento em que os três irmãos Horácios juram ao pai 
lealdade à República.
O resgate à cultura greco-romana caracterizou o 
neoclassicismo nas artes plásticas. Neste movimento 
estético, é possível notar
A	 a busca da mitologia como forma de idílio bucólico 
conforme apresenta a pintura de Jacques-Louis 
David.
B	 o jogo Wz x Sombra identificador do conflito 
existencial pelo qual passava a burguesia.
C	 a representação de temas da cultura antiga em busca 
de racionalidade, equilíbrio e valorização das formas 
humanas na arte.
D	 a identificação de pintores como Jacques-Louis 
David na busca da hipertrofia da forma, do exagero 
que também era comum na arte sacra.
E	 a presença de temas heroicos como uma forma de 
fuga, de evasão da realidade cotidiana.
QUESTÃO 27
 
R
ep
ro
du
çã
o
A imagem acima, do aclamado fotógrafo brasileiro 
Sebastião Salgado, mostra que as fotografias sempre 
devem ser lidas com atenção e acuidade. A opção de 
colocar, no primeiro plano, figuras humanas provoca no 
espectador uma atitude de
A	 questionamento sobre a hostilidade da natureza.
B	 admiração pela beleza do cenário.
C	 surpresa pelo jogo de luz e sombra.
D	mobilização para combater as injustiças sociais.
E	 reflexão sobre desamparo e fragilidade.
17
QUESTÃO 28
Dança na escola: uma educação pra lá de física
Movimentos ritmados, acompanhando uma música, 
ajudam a despertar a consciência corporal da garotada
Paulo Araújo (novaescola@fvc.org.br)
 
Ka
rin
e 
Ba
si
lio
Primeiros passos: com as típicas sombrinhas, turma 
de Educação Infantil aprende frevo na escola Espaço 
Brincar, em São Paulo.
Dançar é uma das maneiras mais divertidas e 
adequadas para ensinar, na prática, todo o potencial 
de expressão do corpo humano. Enquanto mexem 
o tronco, as pernas e os braços, os alunos aprendem 
sobre o desenvolvimento físico. Introduzir a dança na 
escola equivale a um tipo de alfabetização. “É um ótimo 
recurso para desenvolver uma linguagem diferente da 
fala e da escrita, aumentar a sociabilidade do grupo e 
quebrar a timidez”, afirma Atte Mabel Bottelli, professora 
da Faculdade Angel Viana e da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro. E o melhor: o trabalho pode ser feito com 
turmas de todas as idades e de forma interdisciplinar, 
envolvendo as aulas de Artes e de Educação Física.
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/199/ 
danca-escola-educacao-pra-la-fisica>. Acesso em: 31 mar. 2019.
Diante do exposto, é possível perceber que a dança
A	 desenvolve a consciência corporal, mas limita os 
movimentos.
B	 auxilia as atividades artísticas, mas desvia o foco das 
atividades físicas.
C	 educa os movimentos do corpo e desenvolve a 
motricidade do indivíduo.
D	 contribui para o aumento dos problemas 
psicomotores.
E	 corrige problemas de postura, mas não interfere na 
respiração.
18
QUESTÃO 29
TEXTO I
Os Retirantes, Cândido Portinari.
TEXTO II
O que desejava... An! Esquecia-se. Agora se recordava da viagem que tinha feito pelo sertão, a cair de fome. As 
pernas dos meninos eram finas como bilros, sinhá Vitória tropicava debaixo do baú de trens. Na beira do rio haviam 
comido o papagaio, que não sabia falar. Necessidade. Fabiano também não sabia falar. Às vezes largava nomesarrevesados, por embromação. Via perfeitamente que tudo era besteira. Não podia arrumar o que tinha no interior. 
Se pudesse... 
[...] Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que segurava era a família. Vivia preso como novilho amarrado 
ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe 
amolecia o corpo era a lembrança da mulher e dos filhos. Sem aqueles cambões pesados, não vergaria o espinhaço 
não, sairia dali como onça faria uma asneira.
[...] Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinhá Vitória dormia mal 
na cama de varas. Os meninos eram brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão 
invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 119. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 36
Cândido Portinari e Graciliano Ramos, recorrendo a distintas manifestações artísticas, respectivamente, pintura e 
literatura, retrataram a realidade dos retirantes em época de seca. Com base na leitura da imagem e do texto, é 
correto afirmar que
A	 pintor e escritor, independentemente de uma posição temporal e de um lugar social, oferecem uma interpretação 
da sociedade brasileira que acentua as mudanças no mundo do trabalho no campo.
B	 os dois artistas representam com imparcialidade o trabalhador rural brasileiro de suas épocas, sem intenção de 
problematizar a relação capital-trabalho.
C	 as duas obras oferecem uma compreensão plena sobre o mundo do trabalhador rural, sendo excludentes em 
suas narrativas, uma vez que a pintura representa uma situação fictícia que rompe com o passado.
D	 o texto supera a interpretação anterior do pintor, eliminando o valor e a necessidade dela para se compreender 
o mundo do trabalho no campo.
E	 em ambos os textos, está presente a ideia de degenerescência, ou seja, os personagens vão perdendo, em meio 
ao sofrimento, aquilo que os identifica como humanos. No quadro, os aspectos físicos. No texto, a capacidade 
de falar.
19
QUESTÃO 30
STUCKERT, R. Palácio da Alvorada. 
Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 28 abr. 2010.
Rompendo com as paredes retas e com a geometrização 
clássica acadêmica, os arquitetos modernistas 
desenvolveram seus projetos graças também a um 
momento de industrialização e modernização do Brasil. 
Observando a imagem apresentada, analisa-se que
A	Niemeyer projetou os edifícios de Brasília com a 
intenção de impor a arquitetura sobre a natureza, 
seguindo os princípios da arquitetura moderna.
B	 o Palácio da Alvorada, em Brasília, na posição 
horizontal permite fazer uma integração do edifício 
com a paisagem do cerrado e o horizonte, um 
conceito de vanguarda para a arquitetura da época.
C	Niemeyer projetou o Palácio da Alvorada com colunas 
de linhas quebradas e rígidas, com o propósito de 
unir as tendências recentes da arquitetura moderna, 
criando um novo estilo.
D	 os prédios de Brasília são elevados e sustentados 
por colunas, deixando um espaço livre sob o edifício, 
com o objetivo de separar o ambiente externo do 
interno, trazendo mais harmonia à obra.
E	Niemeyer projetou os edifícios de Brasília com 
espaços amplos, colunas curvas, janelas largas e 
grades de proteção, separando os jardins e praças 
da área útil do prédio.
20
QUESTÃO 31
Resenha do livro As meninas, de Lygia Fagundes Telles
 
D
iv
ul
ga
çã
o
No livro de Lygia Fagundes Telles As Meninas, a autora traça o perfil e conta a história de três moças: Lorena 
Vaz Leme, Lia de Melo Schultz e Ana Clara. As três garotas, que são discussão central do livro, vivem no pensionato 
“Nossa Senhora de Fátima” e, apesar das diferenças, são boas amigas. Lorena é uma moça rica e sonhadora, 
conhecedora de bons livros, música e arte. É sempre muito solícita com as amigas e passa toda a narrativa a 
sonhar com um telefonema do doutor Marcus Nemesius, homem mais velho e casado; porém, esse telefonema 
nunca acontece. Lia, conhecida também como “Lião”, é o oposto de Lorena. Ela é forte e determinada, possui ideias 
revolucionários e almeja dias melhores para seu país (Brasil). Já Ana Clara é uma moça com menos condições que 
as outras amigas; filha de pai desconhecido e mãe prostituta, sempre sofreu muito na vida. Está noiva de um médico 
rico, no qual enxerga a solução de seus problemas em relação a dinheiro, mas paralelamente a esse noivado, Ana 
mantém um romance secreto com Max, o homem que ela realmente ama, e por causa dele acaba se envolvendo 
com drogas e se torna uma dependente. Ana estuda Psicologia e sonha em ter seu próprio consultório para atender 
à burguesia da cidade.
Disponível em: <http://fabio-marques.blogspot.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2012.
Buscando-se identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização 
dos sistemas de comunicação, pode-se perceber que a resenha anterior apresenta a seguinte preocupação:
A	 elaborar um resumo criativo que supere as qualidades estilísticas do autor do texto literário.
B	 erigir uma visão abrangente da obra por meio de um relato carregado de traços de pessoalidade do leitor.
C	 construir um texto crítico capaz de salientar os aspectos simbólicos negativos da obra de arte literária.
D	 nortear o julgamento de valor da obra de arte literária, estabelecendo novos parâmetros para sua leitura.
E	 edificar uma visão geral da obra de arte literária, procurando se desvencilhar dos traços de pessoalidade.
21
QUESTÃO 32
GONSALES, Fernando. Folha de S.Paulo, 14 dez 2010.
A tirinha anterior exemplifica que as histórias em 
quadrinhos constituem um gênero textual
A	 em que prevalece a ausência de interação nos 
propósitos comunicativos, como se vê no terceiro 
quadrinho.
B	 cuja sucessão cronológica é dispensável para 
percepção do processo narrativo, como se vê em 
toda a tira.
C	 em que, geralmente, há equilíbrio entre os elementos 
verbais e os não verbais utilizados, como se pode 
perceber em toda a tira.
D	 no qual se utilizam elementos gráficos, como o negrito 
no último quadrinho, para destacar as intenções do 
autor.
E	 em que a imagem pouco contribui para facilitar a 
compreensão da mensagem textual, como se vê no 
primeiro quadrinho.
QUESTÃO 33
Posso mandar por e-mail?
Atualmente, é comum “disparar” currículos na 
internet com a expectativa de alcançar o maior número 
possível de selecionadores. Essa, no entanto, é uma 
ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber 
seu currículo e se a vaga é realmente indicada para 
seu perfil, sob o risco de estar “queimando o filme” com 
um futuro empregador. Ao enviar o currículo por e-mail, 
tente saber quem vai recebê-lo e faça um texto sucinto 
de apresentação, com a sugestão a seguir:
Assunto: Currículo para a vaga de gerente de 
marketing
Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva 
e gostaria de me candidatar à vaga de gerente de 
marketing. Meu currículo segue anexo.
Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010. (adaptado)
O texto integra um guia de modelos e técnicas de 
elaboração de textos e cumpre a função social de
A	 divulgar um padrão oficial de redação e envio de 
currículos.
B	 indicar um modelo de currículo para pleitear uma 
vaga de emprego.
C	 instruir o leitor sobre como ser eficiente no envio de 
currículo por e-mail.
D	 responder a uma pergunta de um assinante da 
revista sobre o envio de currículo por e-mail.
E	 orientar o leitor sobre como alcançar o maior número 
possível de selecionadores de currículos.
22
QUESTÃO 34
Disponível em: <http://pt-br.facebook.com/pages/RoxTirinhas/179243268777864>. 
Acesso em: 2 fev. 2012.
A tirinha leva à conclusão de que seu criador
A	 usa recurso verbais destoantes dos não verbais na 
composição da tira.
B	 faz uso dos recursos típicos desse gênero textual 
para tecer críticas a respeito do isolamento virtual.
C	 apresenta o “internetês” como o código mais 
adequado para uma conversa entre locutor e 
interlocutor.
D	 apresenta o virtualcomo meio responsável pelas 
uniões conjugais contemporâneas.
E	 admite ser o recurso verbal inferior ao não verbal.
QUESTÃO 35
Segurança exige tempo
As estatísticas sobre a criminalidade em São 
Paulo, relativas a janeiro, divulgadas pela Secretaria 
da Segurança Pública, devem ser consideradas de 
dois ângulos. Se comparadas com igual período do 
ano passado, o aumento da criminalidade continua 
preocupante, tanto na capital como em todo o estado. 
Esta é uma realidade a ser enfrentada sem subterfúgios. 
Mas, se elas forem comparadas com dezembro do ano 
passado, embora os números continuem elevados, há 
uma clara desaceleração em seu ritmo de crescimento. 
Este é também um dado da realidade, igualmente 
importante, que não pode deixar de ser levado em conta. 
O aumento dos homicídios dolosos, em comparação 
com janeiro de 2012, ficou muito próximo na capital 
e no estado, respectivamente de 16,7% e 16,9%. 
Tiveram também forte aumento na capital outros crimes, 
especialmente o latrocínio – um dos que mais assustam 
a população –, com 114% (de 7 para 15 ocorrências), os 
estupros (23,4%), roubos diversos (10,3%), roubos de 
carro (10,1%), roubos a banco (42,9%), furtos diversos 
(13,8%) e furtos de veículos (16,8%). No estado, os 
latrocínios cresceram 61%; os roubos diversos, 9,3%; 
e roubo de carros, 18,7%. Há alguns dados positivos 
como a queda das lesões corporais na capital (4,9%) 
e a de roubos de cargas tanto na capital (2,4%) como 
no estado (1,55%). O mais importante no que se 
refere à redução de crimes é a de extorsões mediante 
sequestro, crime também muito temido pelos paulistas. 
Segundo os dados levantados pela Secretaria, ela foi 
de 36,26% nos últimos 12 meses, o que não é nada 
desprezível. Embora a situação seja sem dúvida grave, 
como se vê, há pelo menos um sinal animador que 
também merece destaque. Quando a comparação dos 
homicídios dolosos de janeiro é feita com dezembro do 
ano passado, na capital e no estado, fica evidente que 
o ritmo de crescimento desse crime teve significativa 
diminuição. Respectivamente de 37% e 21,36%.
 O Estado de S. Paulo. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 1o mar. 2013.
O texto defende uma série de ideias acerca do aumento 
dos índices de violência em São Paulo e a demanda de 
tempo para sanar tal situação. Tal defesa de pontos de 
vista se faz por meio do gênero textual
A	 expositivo.
B	 argumentativo.
C	 descritivo.
D	 epistolar.
E	 injuntivo.
23
QUESTÃO 36
Os anúncios fazem parte de uma campanha do 
Governo Federal que expõe os efeitos do alcoolismo no 
trânsito.
O emprego dos recursos verbais e não verbais nesse 
gênero textual adota como uma das estratégias 
persuasivas
A	 evidenciar o descaso das pessoas com os bens 
materiais na sociedade contemporânea.
B	 indicar com precisão a quantidade de álcool que 
pode desencadear um acidente.
C	 apontar para o aspecto escatológico e pouco 
educativo das campanhas do Ministério da Saúde.
D	mostrar a relação direta entre o uso de álcool e os 
acidentes de trânsito.
E	 indicar que os que mais sofrem as consequências do 
alcoolismo são os pedestres.
QUESTÃO 37
Fim: um belo começo
Em seu romance de estreia, Fim, Fernanda Torres 
parte das derradeiras horas de cinco personagens para 
narrar suas histórias, dando ênfase às que viveram 
juntos, e tratando-as com a devida humanidade, mas 
também com muito humor. Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto 
e Ciro conheceram-se na praia, foram companheiros 
de farra no Rio de Janeiro dos gloriosos e tumultuados 
anos 1960 [...]. Na época, os então trintões curtiam os 
anos do desbunde feito adolescentes desbundados 
e, principalmente, desmiolados, como se para eles 
a vida fosse terminar ali, no dobrar da esquina. [...] 
Torres pratica um humor refinado que se vale da fina 
ironia, do sarcasmo, do cinismo para, na perfeita 
avaliação do escritor Sérgio Rodrigues na contracapa do 
livro, “transformar histórias noturnas de velhice humana 
numa ensolarada comédia carioca de costumes”. Esse 
é o aspecto mais fascinante da obra: individualmente, as 
cinco histórias são banais, desgraciosas, por vezes até 
sombrias; vistas na perspectiva de um conjunto, ganham 
brilho e leveza, pois se completam para compor a crônica 
de uma época que começa nos anos do desbunde [...].
FACCIOLI, Luiz Paulo. Fim: um belo começo. Gazeta do Povo, jan. 2014. Disponível em: 
<http://rascunho.gazetadopovo.com.br/>. Acesso em: 27 jan. 2015.
Com base na leitura do texto proposto, é possível 
defini-lo como
A	 uma crítica literária, por se tratar de uma análise 
pessoal de determinado produto: o livro Fim, de 
Fernanda Torres.
B	 uma sinopse, já que apresenta detalhes da trama 
citada, Fim, situando o leitor sobre elementos de seu 
enredo.
C	 um artigo de opinião, pois o autor expõe seu 
pensamento acerca de um tema bastante atual: os 
devaneios da juventude.
D	 uma crônica sobre a juventude libertina no Rio de 
Janeiro, tendo como exemplo as personagens do 
livro de Fernanda Torres.
E	 uma notícia, tendo como principal componente do 
lide o lançamento do livro Fim, de Fernanda Torres.
24
QUESTÃO 38
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da 
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe 
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo 
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá 
outras providências.
BRASIL. Presidência da República. Lei no 11 340. Brasília, DF, 7 ago. 2006.
A clareza inerente ao gênero lei manifesta-se no alto 
grau de formalidade da linguagem empregada. Essas 
características são expressas na estruturação do texto 
por meio
A	 da intensa presença de hipérbatos e hipérboles.
B	 de vocábulos empregados com valor denotativo.
C	 da despreocupação com a coerência e com a coesão.
D	 de um número significativo de substantivos 
compostos.
E	 da abundante presença de palavras de sentido 
figurado.
QUESTÃO 39
Natureza-morta
A charge anterior propõe uma crítica acerca do 
desmatamento no Brasil. Para isso, o chargista Angeli 
procurou
A	 aliar os signos verbal e não verbal e as possibilidades 
semânticas da língua portuguesa, a fim de dar 
nova significação a expressões usuais em outros 
contextos.
B	 promover a ideia de sinonímia entre expressões 
linguísticas, a fim de apresentar as inúmeras 
limitações que uma imagem pode impor a uma 
expressão.
C	 denotar o conceito de “natureza-morta” por meio de 
uma representação artística da morte, para reforçar 
o real sentido da expressão.
D	 denunciar a ideia de morte como consequência do 
crescente desmatamento, por meio de propostas 
linguísticas de antonímia.
E	 expor parodisticamente o desmatamento, tendo no 
humor o conceito linguístico ideal para expressar 
uma crítica explícita ao problema.
25
QUESTÃO 40
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, 
dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, 
crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro 
em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço 
de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. 
Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a 
tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, 
perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, 
Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino 
e o matricula na escola pública, única que frequentou o 
autodidata Machado de Assis.
Disponível em: <http://www.passeiweb.com>. Acesso em: 1o maio 2009.
Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros 
textuais, o texto citado constitui-se de
A	 fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter 
realista, relativos à vida de um renomado escritor.
B	 representações generalizadas acerca da vida de 
membros da sociedade por seus trabalhos e vida 
cotidiana.
C	 explicaçõesda vida de um renomado escritor, com 
estrutura argumentativa, destacando como tema 
seus principais feitos.
D	 questões controversas e fatos diversos da vida de 
personalidade histórica, ressaltando sua intimidade 
familiar em detrimento de seus feitos públicos.
E	 apresentação da vida de uma personalidade, 
organizada sobretudo pela ordem tipológica da 
narração, com um estilo marcado por linguagem 
objetiva.
QUESTÃO 41
CAPÍTULO PRIMEIRO 
DO TÍTULO
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho 
Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui 
do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. 
Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da 
Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A 
viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem 
inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu 
estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; 
tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e 
metesse os versos no bolso. 
— Continue, disse eu acordando. 
— Já acabei, murmurou ele. 
— São muito bonitos. Vi-lhe fazer um gesto para 
tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; 
estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim 
nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro.
Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Dentre as características básicas do texto literário, 
aquela que fica mais evidente no capítulo lido é a
A	 subjetividade, pois predominam o modo de pensar e 
o estilo do narrador.
B	 função estética, evocada pela beleza dos versos 
apresentados pela personagem.
C	 ficcionalidade, considerando que é clara a ideia de 
que a situação contada não é verossímil.
D	 conotação, pois a maioria das palavras desvia-se do 
sentido denotativo e assumem outras significações.
E	 plurissignificação, pois há diversos sentidos no 
trecho, e o leitor pode extrapolar os limites do que 
está sendo dito.
26
QUESTÃO 42
Os inocentes do Leblon
Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe emigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo 
ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.
Carlos Drummond de Andrade
Em Drummond, considerando-se o contexto histórico da 
poesia “Os inocentes do Leblon”, a consternação do eu 
lírico em relação à possível chegada de “um grama de 
rádio” no texto se relaciona, provavelmente,
A	 à excessiva busca de civilização pela sociedade 
brasileira.
B	 ao aumento das importações de produtos eletrônicos 
para o mercado do país.
C	 ao risco radioativo, cada vez mais evidente no mundo.
D	 aos crescentes crimes de contrabando sem vigilância.
E	 à imposição da cultura norte-americana aos 
brasileiros.
27
QUESTÃO 43
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e 
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem 
mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te 
ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de 
visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa. 
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes 
do movimento modernista brasileiro. Com seus 
poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou 
poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua 
poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e 
o particular, como se percebe claramente na construção 
do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista 
os procedimentos de construção do texto literário e as 
concepções artísticas modernistas, conclui-se que o 
poema acima
A	 representa a fase heroica do modernismo, devido ao 
tom contestatório e à utilização de expressões e usos 
linguísticos típicos da oralidade.
B	 apresenta uma característica importante do gênero 
lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados 
históricos.
C	 evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a 
sua comunidade, por intermédio de imagens que 
representam a forma como a sociedade e o mundo 
colaboram para a constituição do indivíduo.
D	 critica, por meio de um discurso irônico, a posição de 
inutilidade do poeta e da poesia em comparação com 
as prendas resgatadas de Itabira.
E	 apresenta influências românticas, uma vez que trata 
da individualidade, da saudade da infância e do 
amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos 
pomposos.
28
QUESTÃO 44
Leia com atenção:
“Efetivamente, a representação de Guernica – no 
espírito de muita gente que não tem mais o cuidado de 
saber exatamente de onde isto surgiu – é um quadro 
de Picasso. Observei, em Paris, a forma como Picasso 
foi solicitado a dar explicações sobre sua obra e, 
depois, vi o nome Guernica aparecendo seguidamente 
na imaginação das pessoas. Guernica tornou-se a 
representação de um fato preciso. O fato preciso está 
esquecido, a representação continua. Admito totalmente 
que isto tenha uma certa importância, mas devemos 
estar atentos, pois esses jovens, que sabiam que 
Guernica é um quadro de Picasso, não conheciam 
o fato político que o gerou. Ora, tratasse da primeira 
manifestação daquilo que foi o grande drama da Europa 
dos anos 30 e 40.”
VILAR, Pierre. História e representação. In: D’ALESSIO, Marcia Mansur. Reflexões sobre o 
saber histórico. São Paulo: UNESP, 1998. p. 30.
Pode-se entender que o texto faz uma crítica
A	 à pretensão e incompetência da arte em se dedicar 
a temas políticos.
B	 ao desconhecimento do local onde foi encontrado o 
quadro de Picasso após a guerra.
C	 ao violento massacre de Guernica, ocorrido durante 
a Guerra Civil Espanhola.
D	 à ignorância das pessoas que nunca conseguiram 
entender o que Picasso pintou.
E	 à maior importância dada ao quadro Guernica do que 
ao episódio ocorrido em Guernica.
29
QUESTÃO 45
TEXTO I
Formosa
Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera a rosa purpurina;
Formosa, qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno e a firma rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;
formosa, qual se a natureza e a arte,
dando as mãos em seus dons, em seus
louvores,
jamais soube imitar no todo ou em parte;
mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
MONTEIRO, Maciel. In: FARACO, Sérgio (Org.). Livro dos sonetos: 1500-1900 (poetas 
portugueses e brasileiros). Porto Alegre: L&PM, 1996.
TEXTO II
Cantada
Você é mais bonita que uma bola prateada
de papel de cigarro
Você é mais bonita que uma poça d’água
límpida
num lugar escondido
Você é mais bonita que uma zebra
que um filhote de onça
que um Boeing 707 em pleno ar
Você é mais bonita que um jardim florido
em frente ao mar em Ipanema
Você é mais bonita que uma refinaria da 
Petrobras de noite
mais bonita que Ursula Andress
que o Palácio da Alvorada
mais bonita que a alvorada
que o mar azul-safira da República 
Dominicana
Olha,
você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana
GULLAR, Ferreira. Dentro da noite veloz.
Os poetas Maciel Monteiro, do século XIX, e Ferreira 
Gullar, do século XX, escolhem o mesmo tema para 
compor seus poemas: a beleza da mulher amada. No 
entanto, o distanciamento temporal dos dois autores 
revela uma grande diferença nas maneiras de olhar a 
figura feminina e de construir seus textos. Essa diferença 
reside no fato de Maciel Monteiro
A	 escolher uma forma tradicional, construindo um ideal 
distanciadode beleza e Ferreira Gullar criar certo 
humor ao aliar a figura feminina ao contexto político 
a qual pertence.
B	 eleger elementos considerados de alto valor, como a 
natureza e a arte, para compor a imagem feminina e 
Ferreira Gullar utiliza imagens consideradas menores 
que, ao invés de enaltecer, acabam diminuindo a 
beleza da mulher.
C	 usar vocabulário raro para mostrar o caráter divino 
da beleza feminina e Ferreira Gullar preferir termos 
coloquiais para mostrar que a beleza feminina pode 
ser revelada na banalidade.
D	 seguir regras redigidas de métrica e rima para 
enaltecer a figura feminina e Ferreira Gullar preferir a 
liberdade formal para construir a imagem distanciada 
da beleza da mulher amada.
E	 utilizar recursos de linguagem incomuns para compor 
a forma poética que escolhe a fim de enaltecer 
a mulher amada e Ferreira Gullar ser coerente à 
liberdade formal para descrever sua figura feminina.
30
QUESTÃO 46
 Contam no cais da Bahia que quando morre um 
homem valente vira estrela no céu. Assim foi com 
Zumbi, com Lucas da Feira, com Besouro, todos 
os negros valentes. Mas nunca se viu um caso de 
uma mulher, por mais valente que fosse, virar estrela 
depois de morta. Algumas, como Rosa Palmeirão, 
como Maria Cabaçu, viraram santas nos candomblés 
de caboclo. Nunca nenhuma virou estrela. Pedro Bala 
se joga n’água. Não pode ficar no trapiche, entre os 
soluços e as lamentações. Quer acompanhar Dora, 
quer ir com ela, se reunir a ela nas Terras do Sem Fim 
de Yemanjá. Nada para diante sempre. Segue a rota 
do saveiro do Querido-de-Deus. Nada, nada sempre. 
Vê Dora em sua frente, Dora, sua esposa, os braços 
estendidos para ele. Nada até já não ter forças. Boia 
então, os olhos voltados para as estrelas e a grande 
lua amarela do céu. Que importa morrer quando se 
vai em busca da amada, quando o amor nos espera? 
Que importa tampouco que os astrônomos afirmem que 
foi um cometa que passou sobre a Bahia naquela noite? 
O que Pedro Bala viu foi Dora feita estrela, indo para o 
céu. Fora mais valente que todas mulheres, mais valente 
que Rosa Palmeirão, que Maria Cabaçu. Tão valente 
que antes de morrer, mesmo sendo uma menina, se 
dera ao seu amor. Por isso virou uma estrela no céu. 
Uma estrela de longa cabeleira loira, uma estrela como 
nunca tivera nenhuma na noite de paz da Bahia.
Capitães da areia, de Jorge Amado.
Pode-se afirmar corretamente que a atitude de Pedro 
Bala após a morte de Dora (descrita no texto) se 
compara com a de
A	 Leonardo Pataca, de Memórias de um sargento de 
milícias, que tenta correr atrás de sua esposa após 
ela o abandonar.
B	Brás Cubas, de Memórias póstumas de Brás Cubas, 
que quase entra em estado de depressão devido à 
morte de Marcela.
C	 Jacinto, de A cidade e as serras, que procura 
desculpas em aspectos metafísicos para justificar os 
problemas que ocorrem na sua casa.
D	Piedade, de O cortiço, que acaba tomando atitudes 
inconsequentes após a perda de seu marido, 
Jerônimo.
E	Fabiano, de Vidas secas, que fica imaginando o 
destino do papagaio que teve de matar, para saciar 
sua fome.
QUESTÃO 47
Capítulo LIV — A pêndula
Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; 
estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. 
Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu 
perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; 
esse tiquetaque soturno, vagaroso e seco parecia dizer 
a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. 
Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois 
sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim: 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-
lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e 
eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. 
Invenções há, que se transformam ou acabam; as 
mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e 
perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol 
frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber 
a hora exata em que morre.
Naquela noite não padeci essa triste sensação 
de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias 
tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, 
à semelhança de devotas que se abalroam para ver 
o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes 
perdidos, mas os minutos ganhados.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. 
(fragmento)
O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas 
revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada 
com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio 
desconstrói certos paradigmas românticos, porque
A	 o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em 
seus encontros adúlteros.
B	 como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a 
inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo.
C	 na contagem das horas, o narrador metaforiza o 
desejo de triunfar e acumular riquezas.
D	 o relógio representa a materialização do tempo 
e redireciona o comportamento idealista de Brás 
Cubas.
E	 o narrador compara a duração do sabor do beijo à 
perpetuidade do relógio.
31
QUESTÃO 48
TEXTO I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias ?
NETO, J. C. de M. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994. (fragmento) 
TEXTO II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, 
transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como 
o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. 
A autoapresentação do personagem, na fala inicial 
do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais 
se define, menos se individualiza, pois seus traços 
biográficos são partilhados por outros homens.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.
Com base no trecho de “Morte e vida severina” (texto I) 
e na análise crítica (texto II), observa-se que a relação 
entre o texto poético e o contexto social a que ele faz 
referência aponta para um problema social expresso 
literariamente pela pergunta: “Como então dizer quem 
fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta 
expressa no poema é dada por meio da
A	 descrição minuciosa dos dados biográficos do 
personagem-narrador.
B	 construção da figura do retirante nordestino.
C	 representação, na figura do personagem-narrador, 
de outros Severinos que compartilham sua condição.
D	 apresentação do personagem-narrador como uma 
projeção do próprio poeta, em sua crise existencial.
E	 descrição de Severino, que, apesar de humilde, 
orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
32
QUESTÃO 49
A pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! 
Criança! não verás nenhum país como este! Olha 
que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, 
aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a 
transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que 
vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os 
ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão 
de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde 
impera, Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa 
terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata 
a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a 
fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e 
enriquece! Criança! não verás país nenhum como este: 
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se 
com um projeto ideológico em construção na Primeira 
República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse 
projeto, na medida em que
A	 a paisagem natural ganha contornos surreais, como 
o projeto brasileiro de grandeza.
B	 a prosperidade individual, como a exuberânciada 
terra, independe de políticas de governo.
C	 os valores afetivos atribuídos à família devem ser 
aplicados também aos ícones nacionais.
D	 a capacidade produtiva da terra garante ao país a 
riqueza que se verifica naquele momento.
E	 a valorização do trabalhador passa a integrar o 
conceito de bem-estar social experimentado.
QUESTÃO 50
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: 
esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e 
depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
No romance Grande sertão: veredas, o protagonista 
Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do 
trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se 
aproxima de um(a)
A	 diário, por trazer lembranças pessoais.
B	 fábula, por apresentar uma lição de moral.
C	 notícia, por informar sobre um acontecimento.
D	 aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras.
E	 crônica, por tratar de fatos do cotidiano.
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RESOLUÇÕES
Resolução 01
Resposta correta: E
O léxico trazido pelos africanos tornou singular a língua 
portuguesa escrita e falada no Brasil. Assim como exemplos 
dados no texto, palavras como caçamba e moleque ajudam 
a perceber o quanto a memória e a ancestralidade linguística 
permanecem vivas entre os brasileiros.
Resolução 02
Resposta correta: D
O trecho em questão afirma que qualquer dado não pode ser 
analisado isoladamente; somente com a compreensão dos 
argumentos, do contexto em que o referido fato se deu, é que 
podemos chegar a total compreensão de um fato, contrariando 
a máxima popular de que contra fatos não há argumentos.
Resolução 03
Resposta correta: D
O texto de Pero de Magalhães Gandavo expressa a visão do 
colonizador português acerca da língua e da cultura dos índios 
do Brasil no século XVI, uma visão limitada por preconceitos 
eurocêntricos; no fragmento de Macunaíma, Mário de Andrade, 
através da opinião de um índio sobre a língua e a cultura dos 
brasileiros do início do século XX, mostra que incorporaram, 
na escrita, a visão dos colonizadores portugueses. Há ironia 
em ambos os casos, mas os objetos ironizados são invertidos, 
de modo que a aproximação dos dois fragmentos revela "a 
condição humana como fenômeno diverso e complexo", tal 
como propõe a habilidade 18 formulada pelo ENEM.
Resolução 04
Resposta correta: B
Como "A plateia observa em função do Foco", conforme 
encerra o texto, as situações criadas, com base no imaginário 
e no conhecimento de mundo dos espectadores, produzem 
efeitos similares aos reais em quem assiste.
Resolução 05
Resposta correta: A
A paródia é um processo criativo pelo qual o artista constrói 
sua obra a partir de outras preexistentes (livros, filmes, músicas, 
quadros etc.); em geral, mas não obrigatoriamente, apresenta 
efeitos cômicos e/ou satíricos. Há a preocupação de não se 
descaracterizar totalmente a obra da qual se origina, a fim de 
que a relação intertextual seja percebida pelo leitor.
Resolução 06
Resposta correta: D
No poema "Linhagem", por meio do verso "Eu sou descendente 
de Zumbi", o poeta evoca uma ancestralidade que tem a ver 
com a trajetória de batalhas dos afrodescendentes no Brasil. 
Uma trajetória cujas raízes remontam a Palmares e ao guerreiro 
que melhor simbolizou a trajetória do quilombo, e que 
atualmente consta do panteão oficial dos heróis brasileiros.
Resolução 07
Resposta correta: B
O autor, ao afirmar para o público que busca utilizar a 
linguagem desse mesmo público, pretende colocar os dois 
lados da interlocução na mesma posição.
Resolução 08
Resposta correta: E
Os textos referem-se claramente a uma característica do 
processo da Revolução Industrial: o embrutecimento dos 
trabalhadores, resultante de sua alienação do processo 
produtivo.
Resolução 09
Resposta correta: C
O “registro das experiências e das hipóteses, o conhecimento 
especulativo, o documentário de comprovações”, trecho do 
texto, comprova que a documentação de ideias e experiências 
foi uma das grandes vantagens do advento da escrita.
Resolução 10
Resposta correta: E
Na questão, o aluno deve identificar, pela análise de suas 
linguagens, as tecnologias da comunicação e infor mação. 
O texto espera que o aluno compreenda que cabe à escola 
levar o aluno a perceber as peculiaridades das linguagens em 
diferentes ambientes digitais.
Resolução 11
Resposta correta: B
Não há crítica à falta de conhecimento gramatical quanto ao 
uso da vírgula, muito menos com relação às novas gerações. O 
que está explícito na tirinha é uma interpretação equivocada, 
mesmo em diferentes situações de uso da vírgula, com relação 
à intencionalidade discursiva presente na letra da canção 
citada. Na letra, o eu poético revela, nos versos, a ideia 
metafórica de que a pessoa a qual ele se dirige está sozinha, 
fria, "na geladeira". Na primeira frase, há utilização da vírgula, 
o que torna a afirmativa I incorreta.
Resolução 12
Resposta correta: A
Caio faz uso de uma linguagem simples para descrever o 
cotidiano e as angústias envoltas no tecido complexo da 
memória.
Resolução 13
Resposta correta: D
O paradoxo é identificado quando os elementos gráficos 
ou textuais não correspondem à lógica ou ao senso comum. 
Nele, dois sentidos se fundem em uma mesma ideia, criando 
um efeito de contradição. Na imagem, esse recurso aparece 
na mistura entre símbolos associados à guerra e à paz. É 
importante lembrar que o paradoxo é diferente da antítese, 
pois nessa última predominam ideias opostas que não causam 
uma estranheza de sentido, como “estou acordado e todos 
dormem”.
Resolução 14
Resposta correta: E
O texto I apresenta as vantagens de se usar o plástico, embora 
alerte o leitor para o uso consciente desse material. Já o texto 
II tenta dissuadir o leitor de usar o plástico.
34
RESOLUÇÕES
Resolução 15
Resposta correta: D
Com a utilização das formas verbais na 1a pessoa do plural, 
o autor tem a intenção de mostrar que o leitor também tem 
participação tanto no ato de manipular quanto ao fato de 
serem manipulados pelas tecnologias.
Resolução 16
Resposta correta: C
A questão trata de hipertexto, o qual vem auxiliar o ser humano 
na questão da aquisição e assimilação do conhecimento. O 
candidato deve perceber que a hipertextualidade se configura 
como um novo modo de leitura e de organização da escrita.
Resolução 17
Resposta correta: B
Enquanto a expressão “em comum” significa “conjuntamente”, 
o vocábulo “incomum” significa “algo que não é comum” e 
constitui-se do adjetivo “comum” com o prefixo de sentido 
negativo “in”.
Resolução 18
Resposta correta: D
A tese do autor, embora um tanto equilibrada, acaba 
determinando a ideia de que as punições aos torcedores 
corinthianos são exageradas.
Resolução 19
Resposta correta: D
A função referencial, a apelativa e a emotiva estão presentes 
no texto. A primeira pode ser percebida pelo seguinte dado: 
o texto dá informações a quem não é do Rio sobre um lugar 
(o referente) que vale a pena conhecer, descrevendo-o para 
o leitor. A segunda, por sua vez, mostra-se claramente no 
segundo parágrafo: Alinne Moraes dá conselhos usando a 
forma imperativa (“aproveite”, “peça”). Quanto à terceira, 
revela-se por meio da relação emocional da atriz com o 
espaço: nota- -se a presença da primeira pessoa (“meu”) e de 
palavras e expressões com maior teor subjetivo (“preferido”, 
“saudades”, “tenho essa sensação”). O texto apresenta o tom 
de uma conversa informal. O trecho “que me remetem ao 
passado”, contudo, é mais formal do que o restante do texto, 
que é marcado predominantemente por termos como “é meio 
isso”, “fofinhas” etc.
Resolução 20
Resposta correta: B
A possibilidade que a língua portuguesa tem de transformar 
praticamente qualquer palavra em verbo por meio da 
colocação de um sufixo faz com que seja comum a criação de 
neologismos facilmente entendidos.
Resolução 21
Resposta correta: D
R
ep
ro
du
çã
o
Na questão, é preciso relacionar as tecnologias de comunicação 
e informação

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