Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Adaptações Celulares Frente a algum estresse fisiológico mais severo ou a algum estímulo patológico, a célula tenta, primeiramente, se adaptar para não lesar ou morrer (resposta celular). Se a adaptação não for suficiente, a célula pode lesar ou morrer. Maneiras de a célula reagir frente a algum estímulo: Alteração ambiental; ex.: alteração pH (como a metaplasia ocorrida no terço inferior do esôfago devido ao refluxo gástrico, causando o esôfago de Barrett). Agressão celular; ex.: vírus (como a infecção viral por HPV, que altera a morfologia celular e leva a uma displasia do colo uterino). Fatores hormonais; ex.: estrogênio (como a hiperplasia da mama e do útero durante a gravidez). Tipos de Adaptações Celulares Hiperplasia; Hipertrofia; Atrofia (Hipotrofia); Metaplasia; Displasia. Hiperplasia É caracterizada por aumento do número de células devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido, na forma de resposta adaptativa em células capazes de replicação. Caracteriza-se por: Aumento do órgão devido ao aumento do número de células; Envolve divisão celular (mitose) e, por isso, só ocorre em células lábeis e estáveis (populações capazes de sintetizar DNA, permitindo que ocorra a mitose). Pode ocorrer simultaneamente com a hipertrofia. Ex.: útero gravídico. A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. Em ambas as situações, a proliferação celular é estimulada por fatores de crescimento. 1. Hiperplasia Fisiológica Hormonal Provocada por desequilíbrio hormonal fisiológico. Ex.: mama, útero gravídico (simultânea à hipertrofia). Os hormônios atuam como fatores de crescimento e desencadeiam a transcrição de vários genes. Há o aumento da capacidade funcional de um tecido quando é necessário, por meio da estimulação hormonal. Ocorre em situações fisiológicas, como: o Proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade, gravidez e lactação; o Útero gravídico. 2. Hiperplasia Patológica Provocada por alteração hormonal patológica, que gera doenças. Sempre há um estímulo hormonal anormal, que promove um desequilíbrio hormonal. A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada pela estimulação excessiva das células alvo por hormônios ou fatores de crescimento em situações patológicas associadas ao desequilíbrio hormonal; Exemplos: a. Hiperplasia Nodular Benigna de Próstata (HNBP) Processo patológico geral de hiperplasia na próstata; É um crescimento tumoral benigno e resulta da hiperplasia do estroma e do tecido glandular em diferentes graus; pode desencadear sintomas urinários por compressão da uretra. Induzida por hormônio, neste caso androgênios; Ocorre com o envelhecimento do homem (↑ atividade da enzima 5-α-redutase); o Essa mudança ocorre normalmente, mas pode causar doença. A enzima 5-α-redutase converte a Testosterona em Di- hidrotestosterona (DHT). Di-hidrotestosterona (DHT), que é um derivado da testosterona, se associa a crescimento prostático; e possui efeito: o Autócrino: sobre as células estromais; o Parácrino: sobre as células epiteliais. DHT tem efeito mitogênico 10x mais potente no crescimento prostático do que a testosterona, pois se dissocia mais lentamente dos receptores androgênicos nucleares existentes nas células da próstata, estimulando a proliferação celular. Macroscopia: o Aumento da quantidade de estroma entre as glândulas, dando aspecto de “nódulos” de glândulas separados por estroma. Microscopia: o Proliferação, brotamento e pregueamento de glândulas prostáticas, algumas cisticamente dilatas; o É possível distinguir as duas camadas de células do epitélio de revestimento glandular: Interna: formada por células colunares; Externa: formada por células alongadas. b. Hiperplasia Endometrial Associada ao hiperestrinismo; É causada por um estímulo estrogênico persistente, não necessariamente excessivo, porém, não antagonizado pela progesterona, de modo que as glândulas passam a ser maiores, mais dilatas e mais próximas (retificadas), o estroma é menos abundante e há um maior número de camadas de epitélio. Hiperplasia nodular benigna de próstata (HNBP; /40x) Hiperplasia do componente estromal Hiperplasia do componente glandular Hiperplasia do componente glandular (pregueamento, brotamento, irregularidade e proximidade das glândulas prostáticas) (/100x). Hiperplasia do componente glandular (/100x). Glândulas com dupla camada de células Pode ser classificada em: o Simples: as glândulas são dilatadas ou císticas, com formato redondo e ligeiramente irregular e com ligeira alteração na relação glândula- estroma; sem projeções digitiformes (menor risco de câncer); o Complexa: há aglomeração glandular com menos estroma interposto e glândulas digitiformes (maior risco de câncer). As hiperplasias simples e complexa podem ser: o Típica: apresenta células sem displasia com núcleos semelhantes em tamanho, forma e cromatismo (reflete funcionamento). o Atípica: apresenta atipia citológica, ou seja, alteração no padrão nuclear e possui displasia. A hiperplasia endometrial só é considerada uma lesão pré- neoplásica se associada à displasia (Hiperplasia Atípica). As hiperplasias podem ser lesões pré-neoplásicas/ cancerizáveis quando associadas à displasia. O risco de progressão para neoplasia é cerca de: o Hiperplasia Típica Simples: 1% dos casos; o Hiperplasia Típica Complexa: 3% dos casos; o Hiperplasia Atípica Simples (também considerada neoplasia intraepitelial endometrial): 8% dos casos. o Hiperplasia Atípica Complexa: 29% dos casos. Hipertrofia É um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão, sem existirem células novas, apenas células contendo quantidade aumentada de proteínas estruturais e de organelas. Ela caracteriza-se por: Aumento do órgão pelo aumento do tamanho e do volume celular, sem que ocorra divisão celular (se deve ao aumento da síntese proteica); Aumento dos constituintes celulares devido ao aumento da síntese de componentes estruturais da célula (maior síntese de proteínas), mas sem tumefação; O órgão hipertrofiado não tem nenhuma célula nova, apenas células maiores; Ocorre em células lábeis, estáveis e permanentes (principal, pois não podem se dividir); o Ocorre independentemente da capacidade celular de sintetizar DNA, pois não se associa à mitose. Pode ocorrer concomitantemente à hiperplasia e, obviamente, ambas resultam em órgão aumentado (hipertrófico); As células capazes de se dividir (lábeis e estáveis) podem sofrer hiperplasia, hipertrofia ou Metaplasia; As células que não se dividem (permanentes) sofrem somente hipertrofia; Hiperplasia do endométrio, simples e sem atipia (/40x). A hipertrofia é causada por: a. Aumento da demanda funcional: Exemplos: o Coração: sobrecarga crônica por hipertensão; OBS: em sobrecarga aguda ocorreria insuficiência cardíaca. o Músculo de atletas: devido à sobrecarga de exercícios. As células musculares estriadas do coração e dos músculos esqueléticos (células permanentes) desenvolvem um grau acentuado de hipertrofia pois não podem se adaptar ao aumento de demanda através de divisões mitóticas e produção de mais células para dividir o excesso de trabalho. b. Estimulação hormonal específica: Exemplo: crescimento fisiológico do útero durante a gravidez; o Ocorre tanto por hipertrofia quanto por hiperplasia. A hipertrofia das células musculares lisas do miométrio é estimulada pelo estrogênio e leva a aumento da síntese de proteínas e do tamanho das células. Mecanismo da Hipertrofia Envolve a indução da expressão de vários genes e, consequentemente, a síntese de numerosas proteínasenvolvidas com resposta celular ao estresse, como: a. Em células cardíacas sobrecarregadas, mudança das proteínas contráteis (miosina) da forma adulta para a forma fetal ou neonatal: Ocasiona a mudança da expressão da cadeia pesada da α-miosina para β-miosina, nas células hipertróficas cardíacas; o Diminuindo a atividade da ATPase; o Diminuindo a degradação de ATP, gerando uma economia energética para a célula sobrecarregada. b. Reindução da expressão ventricular do gene para o hormônio Fator Natriurético Atrial (ANF), que: Aumenta a diurese; Diminui a Pressão Arterial (PA); Diminui o débito cardíaco; Diminui a sobrecarga. Atrofia/Hipotrofia É a diminuição do tamanho da célula e, quando em número suficiente de células, de todo o tecido ou órgão. Embora as células atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. Caracteriza-se pela diminuição do tamanho das células por perda de substância celular e de constituintes celulares, e, consequentemente, do tamanho do tecido; Os mecanismos bioquímicos responsáveis pela atrofia ainda não são totalmente conhecidos mas, provavelmente, afetam o equilíbrio entre a síntese e a degradação de proteínas; o O aumento na degradação proteica (proteólise) provavelmente desempenha importante papel; As principais causas da atrofia incluem: Diminuição de carga / do trabalho (atrofia por desuso). o Exemplo: após a imobilização de um membro fraturado; o Exemplo: paciente em repouso absoluto = atrofia muscular; Perda / Déficit da inervação local; o A lesão dos nervos causa uma rápida atrofia das fibras musculares inervadas por eles; Déficit nutricional / Nutrição inadequada; o A desnutrição proteico-calórica acentuada está associada ao uso dos músculos esqueléticos como fonte de energia após o esgotamento de outras reservas como o tecido adiposo; o Exemplo: caquexia = perda muscular acentuada; é comum em pacientes com câncer (possuem dificuldades em se alimentar). Déficit hormonal / Perda da estimulação endócrina; o Exemplo: redução de estimulação estrogênica após a menopausa = ocasiona atrofia fisiológica do endométrio, mama e epitélio vaginal; Redução / Déficit do suprimento sanguíneo. o Exemplo: na velhice há atrofia cerebral, pois a aterosclerose reduz seu suprimento sanguíneo, reduzindo a massa cerebral; Metaplasia É uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal), sensível a determinado estresse, é substituído por outro tipo celular adulto, capaz de suportar o ambiente hostil. É, portanto: A substituição de um tecido maduro por outro tecido maduro de mesma origem embrionária. Representa a substituição de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais resistentes e capazes de sobreviver ao ambiente adverso. Envolve divisão celular, por isso só ocorre em células capazes de sintetizar DNA (células lábeis e estáveis). Está relacionada à irritação crônica (física ou química) que desencadeia resposta inflamatória local, com liberação de mediadores (citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular) capazes de promoverem reprogramação de células tronco adultas que seguem uma nova linha de diferenciação celular. É uma lesão cancerizável / pré- neoplásica. o Se as influências que predispõem a metaplasia persistirem, podem induzir transformações malignas no epitélio metaplásico. o Se as agressões forem removidas, a metaplasia pode ser revertida. Mecanismo da Metaplasia A Metaplasia não resulta da alteração do fenótipo de uma célula já diferenciada, mas é o resultado de uma reprogramação de células-tronco existentes nos tecidos normais ou em células mesenquimatosas indiferenciadas no tecido conjuntivo. Citocinas, fatores de crescimento e elementos da MEC estimulam as células-tronco a seguirem outra linha de diferenciação celular mais resistente ao ambiente adverso. Tipos de Metaplasia Epitelial: o Escamosa: mudança do epitélio local para epitélio pavimentoso estratificado; pode ocorrer: No colo uterino, na correção do ectrópio funcional; Nos brônquios de fumantes; Na bexiga (devido à cistite, por exemplo); o Gástrica: pode ocorrer: No terço inferior do esôfago (esôfago de Barrett); Na porção inicial do intestino, devido ao esvaziamento gástrico muito rápido; o Intestinal: pode ocorrer: No esôfago: "metaplasia da metaplasia”; epitélio do esôfago é alterado para epitélio gástrico; No estômago: causado por gastrite crônica difusa associada à infecção por H. pylori; Mesenquimal: é geralmente uma reação a alguma alteração patológica e não uma resposta adaptativa ao estresse. o Óssea: conversão de fibroblastos em osteoblastos; presença de osso em reparo. a. Metaplasia Escamosa em Colo Uterino – Correção do Ectrópio Funcional O Ectrópio é a projeção do epitélio mucossecretor endocervical para a região ectocervical. O epitélio mucossecretor não é adaptado ao meio ectocervical (que possui epitélio originalmente escamoso), portanto, o organismo necessita realizar a correção por Metaplasia escamosa. A área de Metaplasia escamosa formada para corrigir o ectrópio funcional é chamada de Zona de Transformação (ZT). A região de metaplasia escamosa predispõe à infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). O vírus produz proteínas E6 (degrada p53) e E7 (degrada RB), cuja ação impede a parada do ciclo celular em células mutadas para reparar o DNA e impede a apoptose na impossibilidade de reparo. Isso é, então, capaz de provocar displasia de colo uterino, que, por sua vez, predispõe ao câncer de colo uterino. b. Metaplasia Escamosa de Brônquio de Paciente Fumante Transformação do epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio pavimentoso estratificado. c. Metaplasia glandular (Intestinal) no Esôfago: Esôfago de Barrett Inicia-se com o refluxo de conteúdo ácido do estômago para o esôfago (refluxo gastroesofágico, GE), que provoca uma alteração ambiental de pH (acidificação) no terço inferior do esôfago que, por sua vez, motiva a metaplasia glandular do epitélio escamoso do terço inferior do esôfago em um epitélio mais resistente ao meio ácido. Esse epitélio pode ser: Epitélio do tipo gástrico = colunar; Epitélio do tipo intestinal = com células caliciformes. A metaplasia glandular de tipo intestinal incompleta produz SULFOMUCINAS, mucinas ácidas que são carcinogênicas, por se tratarem de carcinógenos químicos, e que promovem risco Ectocérvice Endocérvice = ZT Transformação do epitélio pseudoestratificado ciliado do brônquio em pavimentoso estratificado (/100x) de neoplasias. Além disso, a metaplasia glandular de tipo intestinal completa produz SIALOMUCINAS, mucinas neutras. Somado à metaplasia de Barrett, pode ocorrer displasia. d. Metaplasia glandular (Intestinal) no Estômago com Gastrite Crônica associada ao Helicobacter pylori (HP) Causada por gastrite crônica difusa associada à infecção por H. pylori. Essa bactéria produz ureases e torna o pH do sítio de infecção mais alcalino/básico (pH mais semelhante ao do intestino do que ao do estômago). Assim, as glândulas gástricas vão sendo gradualmente substituídas pelo epitélio metaplásico intestinal (= atrofia), formando focos de metaplasia intestinal até se atingir uma gastrite atrófica (devido a alta redução do número de glândulas gástricas), que possui importante relação com câncer de estômago (de tipo intestinal). Assim como na metaplasia glandular de esôfago, a metaplasia intestinal no estômago incompleta produz SULFOMUCINAS (ácidas, carcinogênicas) e a completa produz SIALOMUCINAS (neutras). Metaplasia intestinal: estômago com gastrite crônica associada ao Helicobacter pylori (HP) (/400x) Metaplasia intestinal: estômago com gastrite crônica associada ao Helicobacter pylori (HP) (/200x) Metaplasia intestinal:estômago com gastrite crônica associada ao Helicobacter pylori (HP) (/100x) Células Caliciformes Células Caliciformes Displasia Trata-se de um distúrbio do crescimento e da maturação celular com alterações citológicas (volume, forma e desproporção núcleo/citoplasma) e arquiteturais (perda parcial no controle e na organização celular e alterações na diferenciação e maturação celular) intraepiteliais, envolvendo todo o epitélio (da camada basal à superfície). Todas as displasias são lesões pré- neoplásicas/cancerizáveis, pois comportam alterações genéticas e moleculares importantes no processo de carcinogênese. As displasias podem compor o epitélio de um tumor benigno, mas não necessariamente o compõem ou, até mesmo, o são. As áreas de displasias: Não necessariamente evoluem para o câncer; Podem ser reversíveis; São intraepiteliais, pois não rompem a membrana basal (não são invasivas); Podem associarem-se à metaplasia; Não tem poder de metástase; Tem risco de câncer associado quando progride sem tratamento, dependendo do grau da lesão (podem fazer parte da sequência para câncer); Na evolução de uma displasia, as células adquirem o potencial de degradar a membrana basal (por meio da secreção de Metaloproteinases) e invadir a profundidade do estroma, podendo atingir vasos sanguíneos e linfáticos e levar a disseminação. Quando isso ocorre, tem-se então uma neoplasia maligna, cujo principal critério é a capacidade de invadir localmente os tecidos. Entretanto, as áreas suscetíveis ao aparecimento do câncer não necessariamente evoluem para o câncer, na medida em que são reversíveis. Se forem restritas ao epitélio e não romperem a membrana basal, não serão invasoras e não terão poder de causar metástase. As hiperplasias e as metaplasias também podem ser lesões pré-neoplásicas, principalmente quando associadas à displasia (exceto a metaplasia intestinal incompleta, considerada pré-maligna). Metaplasia (associada à displasia ou não) e hiperplasia atípica com displasia podem desencadear alterações intraepiteliais que evoluirão para um carcinoma in situ (displasia grave), classificado pelo poder de invasão (da lâmina basal até a última célula invasora): Carcinoma minimamente invasor: até 3mm de profundidade. Carcinoma micro-invasor: até 5mm de profundidade ou 7mm de largura. Carcinoma invasor: mais de 5mm de profundidade ou mais de 7mm de largura. o Trata-se de um câncer invasor com invasão para a profundidade, pois invadiu a membrana basal, com poder invasor local para adjacências e que pode causar metástase à distância ao atingir vasos sanguíneos e linfáticos. Displasia severa na lesão escamosa intraepitelial de alto grau (carcinoma in situ) (/200x) a. Displasia no Colo Uterino A metaplasia do colo uterino, formadora da Zona de Transformação (ZT), predispõe à infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e este produz oncoproteínas. Classificação: Antigamente Displasia Leve Displasia Moderada Displasia Severa Ca in situ Depois NIC I NIC II NIC III Ca in situ Atualmente Lesão Escamosa Intraepitelial de Baixo Grau* Lesão Escamosa Intraepitelial de Alto Grau** Onde: Ca in situ = Carcinoma in situ NIC = Neoplasia Intraepitelial Cervical * = HPV cepas 6 e 11: 70% involui, 20% estaciona, 10% evolui ** = HPV cepas 16 e 18: Câncer de Colo de Útero As lesões de baixo grau caracterizam-se pela presença do coilócito, célula superficial ou intermediária com alterações citopáticas virais que demonstram a presença viral. São atipias evidentes: núcleos hipercromáticos, irregulares, “amassados”, com um halo claro ao redor, podendo ocorrer binucleação. Nas lesões de alto grau, o vírus foi incorporado ao genoma celular. A coilocitose diminui (quase não se vê o coilócito), indicando que o vírus não é capaz de se replicar em células menos diferenciadas. Observa-se, no entanto, as consequências da infecção viral alterando a citologia, arquitetura e maturação celular. b. Displasia relacionada ao Adenoma de Intestino Adenoma é um pólipo com displasia. Pode ser classificado macroscopicamente em séssil (sem haste) ou pediculado (com haste). Pode ser classificado histologicamente em: Tubular: o Mais de 70% do epitélio que reveste o pólipo é do tipo tubular; o São os mais comuns; o São pediculados; o São semelhantes a uma framboesa; Viloso: o Mais de 50% do epitélio que reveste o pólipo é do tipo viloso; o São mais raros; o São sésseis; o Áreas de displasia graves estão mais associadas às áreas vilosas; o Parecem uma couve-flor; Túbulo-viloso: o 20-50% do epitélio que reveste o pólipo é do tipo viloso e o resto é tubular. Lesão Escamosa Intraepitelial (Baixo Grau) Normal Lesão Escamosa Intraepitelial (Alto Grau) Coilócitos Macroscopia de adenoma intestinal pediculado Aspecto microscópico do adenoma pediculado de tipo tubular Displasia existente no adenoma intestinal (/200x) O risco de transformação do Adenoma em um Adenocarcinoma de Intestino está relacionado: Ao tamanho: o < 1,0cm – raro; o > 4,0cm – risco de 40%; Tempo de duplicação do adenoma: 10 anos. À gravidade da displasia: o Leve – (+); o Moderada – (++); o Grave – (+++). Ao tipo histológico: o Tubular – (+); o Túbulo-viloso – (++); o Viloso – (+++). c. Displasia relacionada ao Esôfago de Barrett O Esôfago de Barrett, independentemente do tipo, se somado à displasia, tem um risco aumentado de transformação maligna (adenocarcinoma de esôfago); Baixo Grau – epitélio glandular metaplásico com: o Núcleos orientados basalmente; o Núcleos não chegam à superfície luminal. Conduta: tratamento antirrefluxo e rebiópsia de 6 em 6 meses até normalizar. Alto grau – epitélio glandular metaplásico com: o Núcleos não orientados basalmente; o Núcleos que chegam à superfície luminal. Conduta: confirmar diagnóstico de esofagectomia; tem que ser preciso.
Compartilhar