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Livro_Quimica Geral II

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Fiel a sua missão de interiorizar o ensino superior no estado Ceará, a UECE, como uma ins� tuição que par� cipa do Sistema Universidade Aberta do Brasil, vem ampliando a oferta de cursos de graduação e pós-graduação 
na modalidade de educação a distância, e gerando experiências e possibili-
dades inovadoras com uso das novas plataformas tecnológicas decorren-
tes da popularização da internet, funcionamento do cinturão digital e 
massifi cação dos computadores pessoais. 
Comprome� da com a formação de professores em todos os níveis e 
a qualifi cação dos servidores públicos para bem servir ao Estado, 
os cursos da UAB/UECE atendem aos padrões de qualidade 
estabelecidos pelos norma� vos legais do Governo Fede-
ral e se ar� culam com as demandas de desenvolvi-
mento das regiões do Ceará. 
Q
uí
m
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a 
G
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al
 II
9 788578 26 5670
ISBN 978-85-78265-67-0
Química
Química
Fernando Nobre Furtado
Química Geral II
U
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ComputaçãoQuímica Física Matemá� ca PedagogiaArtes Plás� cas
Ciências 
Biológicas
Geografi a
Educação 
Física
História
9
12
3
Sônia Maria Oliveira Costa
Jane Eire Silva Alencar de Menezes
2a Edição
Fortaleza
2016
Química Orgânica I
Química
ComputaçãoQuímica Física Matemática PedagogiaArtes Plásticas
Ciências 
Biológicas
Geografia
Educação 
Física
História
9
12
3
Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE
Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi – Reitoria – Fortaleza – Ceará
CEP: 60714-903 – Fone: (85) 3101-9893
Internet: www.uece.br – E-mail: eduece@uece.br
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Copyright © 2016. Todos os direitos reservados desta edição à UAB/UECE. Nenhuma parte deste material poderá 
ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autori-
zação, por escrito, dos autores.
Presidenta da República
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Ministro da Educação
Mendonça Filho
Presidente da CAPES
Abilio Baeta Neves
Diretor de Educação a Distância da CAPES 
Carlos Cezar Modernel Lenuzza
Governador do Estado do Ceará
Camilo Sobreira de Santana
Reitor da Universidade Estadual do Ceará
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Vice-Reitor
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Pró-Reitor de Pós-Graduação
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Coordenadora Adjunta UAB/UECE
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Diretor do CCT/UECE
Luciano Moura Cavalcante
Coordenação da Licenciatura em Química
Evanise Batista Frota
Coordenação de Tutoria e Docência em Computação
Solange de Oliveira Pinheiro
Editor da EdUECE
Erasmo Miessa Ruiz
Coordenadora Editorial
Rocylânia Isidio de Oliveira
Projeto Gráfico e Capa
Roberto Santos
Diagramador
Francisco Oliveira
Conselho Editorial
Antônio Luciano Pontes
Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes
Emanuel Ângelo da Rocha Fragoso 
Francisco Horácio da Silva Frota
Francisco Josênio Camelo Parente
Gisafran Nazareno Mota Jucá
José Ferreira Nunes
Liduina Farias Almeida da Costa
Lucili Grangeiro Cortez
Luiz Cruz Lima
Manfredo Ramos
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Marcony Silva Cunha
Maria do Socorro Ferreira Osterne
Maria Salete Bessa Jorge
Silvia Maria Nóbrega-Therrien
Conselho Consultivo
Antônio Torres Montenegro (UFPE)
Eliane P. Zamith Brito (FGV)
Homero Santiago (USP)
Ieda Maria Alves (USP)
Manuel Domingos Neto (UFF)
Maria do Socorro Silva Aragão (UFC)
Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça (UNIFOR)
Pierre Salama (Universidade de Paris VIII)
Romeu Gomes (FIOCRUZ)
Túlio Batista Franco (UFF)
Editora Filiada à
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Sistema de Bibliotecas
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho
Lúcia Oliveira – CRB-3/304
Bibliotecário
F992q Furtado, Fernando Nobre
Química geral II / Fernando Nobre Furtado. - 2. ed. - 
Fortaleza : EdUECE, 2016. 
209 p. - 20,0cm x 25,5cm. (Química)
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-7826-567-0
1. Química. 2. Fundamentos de química. I. Título. II. Série. 
CDD: 540
Sumário
Apresentação .....................................................................................................7
Capítulo 1 – Estudo das Reações Químicas .................................................9
Reação química ....................................................................................................11
Como representar a reação química? .................................................................12
Principais tipos de reações químicas ..................................................................21
Capítulo 2 – Cálculos estequiométricos ......................................................29
Conceitos e definições .........................................................................................31
Estudo das leis experimentais envolvendo massas e volumes .........................32
A. Leis das massas ...............................................................................................32
B. Leis volumétricas...............................................................................................35
Organização da Matéria .......................................................................................36
I. Dados sobre o elemento químico .....................................................................36
Determinação da unidade de massa atômica (u) ...............................................38
II. Dados sobre as substâncias simples e compostas ........................................38
III. Cálculo do volume molar .................................................................................40
IV. Cálculo estequiométrico ou cálculo com a equação química ......................40
Recomendações no uso da equação química ...................................................41
Capítulo 3 – Soluções .....................................................................................49
Natureza da solução .............................................................................................51
Como duas substâncias formam uma mistura homogênea? ............................52
Qual a definição de solubilidade? .......................................................................53
O balanço energético no processo de dissolução ..............................................53
O balanço da espontaneidade e da desordem ...................................................55
Como podemos classificar as soluções? ............................................................56
Efeito da temperatura sobre a solubilidade .........................................................57
Efeito da pressão sobre a solubilidade ................................................................59
Formas de expressar a concentração ................................................................59
Como preparar uma solução com determinada concentração? .......................61
Como proceder a diluição de uma solução? ......................................................62
As propriedades físicas da substância pura........................................................63
Estudo das propriedades coligativas das soluções ............................................65
Qual o motivo para o abaixamento da pressão de vapor?.................................66
Como quantificar o abaixamento da pressão de vapor? ...................................67
Capítulo 4 – Cinética química ........................................................................77
Qual o campo de estudo da cinética química? ...................................................79
Como realizar a reação? ......................................................................................80
Como determinar a equação da velocidade da reação? ...................................80
Já conhecemos a equação da velocidade? .......................................................83
Areação pode ser classificada segundo sua cinética? .....................................83
Quais os fatores que influem com maior intensidade na
velocidade da reação?..........................................................................................87
Utilização dos fatores na equação da velocidade ..............................................91
Estudo do mecanismo da reação ........................................................................99
Cálculo da energia de ativação ......................................................................... 102
Uso do catalisador na reação química ............................................................. 103
Capítulo 5 – Equilíbrio Químico ..................................................................113
Natureza qualitativa do equilíbrio .......................................................................115
O que muda quando o equilíbrio ocorre em solução? .................................... 123
Qual a relação entre a Keq (reação gasosa) e Kc (reação em solução)?..... 124
Estudo do deslocamento do equilíbrio químico ............................................... 125
Equilíbrio químico heterogêneo......................................................................... 129
Equilíbrio de ácido e base em solução aquosa ............................................... 131
Capítulo 6 – Estudo dos gases ................................................................... 139
Estado gasoso .................................................................................................... 141
Variáveis usadas no estudo dos gases ............................................................ 142
Estudo das leis empíricas dos gases ............................................................... 145
Lei de Boyle ........................................................................................................ 146
Lei de Charles .................................................................................................... 147
Lei de Avogrado .................................................................................................. 148
Estudo da mistura gasosa ................................................................................. 150
Teoria cinética dos gases ideais ....................................................................... 152
Estudo da difusão e da efusão das moléculas gasosas ................................. 154
Estudo dos gases sem as simplificações estabelecidas 
para o modelo de gás ideal ............................................................................... 156
Capítulo 7 – Eletroquímica .......................................................................... 165
Estudo dos conceitos de oxidação e redução ................................................. 169
Construção de pilhas e baterias ........................................................................ 169
Reações espontâneas e equação de Nernst ................................................... 175
Como calcular o trabalho da pilha? .................................................................. 177
Como mudar a carga da pilha? ......................................................................... 177
Como aumentar a diferença de potencial? ...................................................... 177
Química Geral II 5
Como calcular o tempo de funcionamento? .................................................... 178
Quais os tipos especiais de pilhas? .................................................................. 178
Como aproveitar a reação de oxidação e redução não
espontânea inversa da reação da pilha? .......................................................... 181
Eletrodo inerte .................................................................................................... 184
Eletrodo ativo ...................................................................................................... 185
Eletrodeposição metálica .................................................................................. 186
Exercício complementar .................................................................................... 187
Estudo da célula de combustível ...................................................................... 187
Exercícios complementares .............................................................................. 188
Aulas práticas ..................................................................................................... 193
Uab/uece - 1ª aula prática de química geral .................................................... 195
UAB/UECE - 2ª AULA PRÁTICA DE QUÍMICA GERAL................................. 199
UAB / UECE - 3ª AULA PRÁTICA DE QUÍMICA GERAL............................... 202
Pressão de vapor d’água e a lei de dalton das pressões parciais .................. 202
Questionário ....................................................................................................... 205
Questionário da 1ª aula prática de química geral ............................................ 207
TITULO: ANÁLISE DE RESULTADOS EXPERIMENTAIS ............................. 207
QUESTIONÁRIO DA 2ª AULA PRÁTICA DE QUÍMICA GERAL ................... 208
TÍTULO: Espectro de um salto eletrônico ......................................................... 208
QUESTIONÁRIO DA 3ª AULA PRÁTICA ......................................................... 209
Título: reação química e cálculo estequiométrico ............................................ 209
Sobre o autor ................................................................................................. 210
Apresentação
Entender a estrutura da matéria através do estudo do átomo e de suas ligações 
foi a tarefa realizada no decorrer de nosso estudo no Manual de Química I.
Agora é a hora de aprofundarmos o conhecimento estudando as trans-
formações da matéria, chamadas de reações químicas, como elas são re-
presentadas, quais as condições em que acontecem e quais os principais 
tipos. Aprenderemos também como fazer o balanceamento da equação com 
determinação de seus coeficientes.
O capítulo dois aborda as primeiras leis científicas da Química, chama-
das de leis ponderais. No transcorrer das aulas e dos estudos serão apresen-
tados a representação da substância usando a fórmula química, a massa mo-
lar como unidade de matéria, o número de Avogadro e o volume molar e ainda 
usaremos a equação química para realizar os cálculos estequiométricos.
No capítulo três será realizado um estudo mais detalhado sobre as so-
luções a fim de conhecer sua natureza, o processo de solubilização e solubi-
lidade e os efeitos da temperatura e da pressão sobre a solubilidade. Ao final 
dessa etapa do estudo você será capaz de definir novas unidades de concen-
tração e citar as propriedades coligativas das soluções.
É importante lembrar que o curso não tem como objetivo formar o quí-
mico industrial, logo os objetivos no quarto capítulo continuam relacionados 
a reação química, não se estendendo para além disso. Nesse capítulo você 
será levado a aprender como determinar a equação da velocidade da reação 
ou lei de ação das massas, conhecer e entender os métodos de determina-
ção da ordem da reação, a teoria das colisões e elaborar uma proposta de 
mecanismo. A equação de Arrhenius para cálculo da energia de ativação será 
discutida e você será desafiado(a) a propor o uso de um catalisador, visando 
tornar a reação mais rápida.
Ao estudar o equilíbrio químico no quinto capítulo, exercitaremos a ca-
pacidade de compreender e interpretar qualitativamente esse tipo de equilíbrio 
por meio do conhecimento do que é um quociente reacional e uma constante 
de equilíbrio. Você aprenderá também sobre o equilíbrio em solução aquosa 
(ácido e base) e conhecerá o princípio de Henri Lê Châtelier, que trata do 
deslocamento do equilíbrio. O objetivo é que você compreenda que muitas 
reações não se completam, pois, ao formar os produtos,esses reagem entre 
si e retornam à situação inicial de reagentes.
O sexto capítulo apresenta o estudo sobre a matéria no estado gaso-
so, usando modelos experimentais e a quantificação dos valores por meio 
de equações matemáticas. Dentre os objetivos desse capítulo estão os de 
leva-lo(a) a conhecer as variáveis usadas para descrever o comportamento 
de gases, compreendendo suas leis empíricas e estabelecendo um modelo 
de gás ideal, com as simplificações adotadas. É importante também que você 
fique atento para reconhecer uma mistura gasosa, refletir sobre a teoria ciné-
tica dos gases, conceituar o que seja difusão e efusão dos gases e conhecer 
os desvios dos gases reais e a equação de estado para os gases reais.
A eletroquímica é o assunto abordado no sétimo capítulo e nele você 
compreenderá que eletroquímica é o estudo das reações químicas que ocor-
rem com a produção ou o consumo de trabalho elétrico. Vamos aprender os 
conceitos básicos de oxidação e redução e entender como a reação de oxi-
dação e redução pode ser aproveitada para produzir eletricidade em um dis-
positivo chamado pilha ou bateria. Você aprenderá também sobre a equação 
de Nernst para cálculo da diferença de potencial de uma pilha e conhecer 
as principais pilhas e baterias comerciais, bem como as leis de Faraday e as 
aplicações da eletrólise.
Parece muita coisa, não é?! 
Mas não se preocupe. As aulas teóricas estão também associadas a 
exercícios e aulas práticas, como apresentado no oitavo e nono capítulos. Isto 
vai potencializar sua capacidade de aprendizagem e contribuir para o cresci-
mento de sua compreensão sobre o fantástico mundo da Química.
Boa sorte e bons estudos!
Atenciosamente,
O autor
Estudo das Reações Químicas
Capítulo 1
Química Geral II 11
Objetivos
Conhecer, neste capítulo, as transformações químicas da matéria, que são as 
reações químicas, no que se refere aos seguintes aspectos:
•	 a maneira de representar as reações químicas; 
•	 as condições em que as reações acontecem; 
•	 o balanceamento da equação com determinação de seus coefi cientes;
•	 os principais tipos de reações químicas.
Introdução
No manual de Química Geral I, estudamos o átomo e as ligações químicas 
visando entender a estrutura da matéria.
Reação química
Mergulhando uma lâmina de zinco em uma solução de sulfato de cobre, obser-
vamos que, após o tempo de dez a quinze minutos, existe um material escuro 
depositado sobre a lâmina de zinco e parte dele já sedimentada no fundo do 
recipiente. O fenômeno observado é uma reação química. Os materiais iniciais - 
zinco e sulfato de cobre - reagem e se transformam em cobre e sulfato de zinco.
Figura 01 – Reação do zinco com o sulfato de cobre. O zinco, mais reativo que o co-
bre, desloca-o do sulfato, fi cando o zinco combinado e o cobre na forma de metal. O 
fenômeno é uma reação química, pois a matéria muda em sua estrutura.
FURTADO, F. N.12
Como representar a reação química?
A simbologia usada para representar a reação química é chamada de equa-
ção química. A equação química deve conter informações que permitam a 
qualquer outro estudioso do assunto reproduzir a reação. Vejamos algumas 
informações que devem estar na equação química.
a) Reagentes e produtos
A equação representa um fenômeno dinâmico; logo deve mostrar um 
sentido de fl uxo. O fl uxo dinâmico tem sentido normal dos reagentes para os 
produtos; logo podemos chamar o reagente de estado inicial (1); e o produto, 
de estado fi nal (2). Essa defi nição será útil quando estivermos estudando a 
variação de energia da reação. A seta que dá o sentido de fl uxo vai dos rea-
gentes para os produtos.
As substâncias, tanto os reagentes como os produtos, serão re-
presentadas pelas suas fórmulas químicas.
b) Estado físico das substâncias
As substâncias sólidas terão, do lado direito de sua fórmula, a letra s, 
entre parênteses; os líquidos, a letra l; os gases, a letra g; as soluções aquo-
sas, as letras aq; no desprendimento gasoso, seta para cima; e no precipi-
tado, seta para baixo.
c) As quantidades de cada substância
As quantidades serão expressas em número de mols, usando-se de 
preferência números inteiros na frente da fórmula química, como coefi ciente 
da fórmula, signifi cando o número de mols usado como reagente ou obtido 
como produto. O número de mols pode ser transformado em massa, usando-
-se a relação n = m/ MM, em que n é o número de mols; m é a massa; e MM 
é a massa molar da substância. No caso de substâncias gasosas, supondo-
-se condições não muito severas, podemos considerar o gás com compor-
tamento ideal e usar a equação dos gases ideais, fazendo n = (PV)/(RT), 
em que n é igual ao produto da pressão pelo volume, dividido pelo produto 
da constante dos gases ideais pela temperatura absoluta. Quando temos a 
equação sem os coefi cientes, dizemos que a equação é qualitativa. Quando 
temos a equação com os coefi cientes, dizemos que a equação é quantita-
tiva e está ajustada. A determinação dos coefi cientes é chamada de balan-
ceamento, pois usa leis experimentais, como a conservação da matéria ou a 
conservação das cargas elétricas.
Química Geral II 13
Dependendo do tipo de reação, os métodos de balanceamento mais 
utilizados são:
c.1) o método das tentativas
A partir da equação qualitativa, deve-se utilizar a lei da conservação da 
matéria para igualar a quantidade de um elemento químico como reagente à 
quantidade dele como produto. Este é o método mais usado e adequado para 
todos os tipos de reação.
Ex: Dada a equação qualitativa a seguir, determine seus coefi cientes.
Al(OH)3 (s) + H2SO4 (aq) Al2(SO4)3 (aq) + H2O (l)
Para facilitar o uso do método, vamos estabelecer algumas re-
gras:
I. Dar preferência ao elemento ou radical (grupo de átomos que fi cam 
juntos como reagente e como produto) que está presente apenas uma vez 
em cada membro da equação;
II. No caso de dois ou mais casos que satisfaçam a primeira regra, 
nossa preferência deve ser pelo que tem maiores índices;
III. Selecionado o elemento ou radical, transpor o índice de um membro 
para ser coefi ciente no outro membro, tornando igual o número de átomos do 
elemento ou radical nos dois termos da equação (conforme a lei da conser-
vação da matéria).
No exemplo, o Al e o SO4 atendem a primeira regra. Não mencionamos 
o S porque estaríamos rompendo o radical. De acordo com a segunda regra, 
devemos escolher o SO4, com os índices 1 e 3, que são maiores que os índi-
ces 1 e 2 do Al. Na execução, o índice 3 do radical SO4 vai ser coefi ciente do 
ácido sulfúrico, e o índice 1 do SO4 vai ser coefi ciente do sulfato de alumínio. 
O enxofre já fi ca ajustado, pois está incluído no radical sulfato. O próximo 
elemento será o alumínio, que já tem sua quantidade fi xada como produto. 
Colocamos, então, o coefi ciente 2 no hidróxido de alumínio.
O coefi ciente da água pode ser calculado pelas quantidades de hidro-
gênio ou de oxigênio, no termo dos reagentes. Usando o hidrogênio, temos 
12H como reagente; logo o coefi ciente da água deve ser 6, pois 6 x 2 = 12. 
Usando o oxigênio e excluindo o oxigênio do sulfato, que já está balanceado, 
temos 6 O no hidróxido de alumínio; logo teremos de ter 6 como coefi ciente 
da água. A equação ajustada fi ca: 
2 Al(OH)3 (s) + 3 H2SO4 (aq) Al2(SO4)3 (aq) + H2O (l)
c.2) o método algébrico
Usa-se a lei da conservação da matéria e forma-se uma equação algé-
brica para cada elemento ou radical, empregando a igualdade de quantidade 
FURTADO, F. N.14
do elemento ou radical como reagente e como produto. As incógnitas são os 
coefi cientes da equação química. É o método dos que gostam de Álgebra.
Ex: Dada a equação qualitativa a seguir, determine seus coefi cientes.
Cr2O3 (s) + HNO3 (aq) Cr(NO3)3 (aq) + H2O (l)
Adotaremos os seguintes coefi cientes: x para o óxido de cromo; 
y para o ácido nítrico; z para o nitrato de cromo, e h para o coefi ciente 
da água. Cada elemento ou radical vai fornecer uma equação algébri-
ca. Vamos desprezar o uso do NO3
– como radical,pois o nitrogênio e o 
oxigênio serão utilizados separadamente. O fato não muda o número 
de equações algébricas. Cada elemento químico produz uma equa-
ção e o sistema de equações fi ca com 4 incógnitas e 4 equações:
Para o cromo: 2x = z
Para o oxigênio: 3x + 3y = 9z + h
Para o hidrogênio: y = 2h
Para o nitrogênio: y = 3z 
Verifi camos ser o sistema indeterminado, pois possui várias soluções. 
O melhor modo, então, é arbitrar valor para uma das incógnitas, fi xando, 
deste modo, uma solução. A escolha da incógnita e o valor a ser arbitra-
do devem ocorrer onde outra incógnita possa ser de imediato calculada e, 
se possível, com valor inteiro. No nosso exemplo, vamos fi xar z = 1. Com 
esse valor, teremos y = 3; com y, podemos calcular h = 3/2 e, fi nalmente, 
x = ½. Multiplicando-se os valores por 2, obteremos valores inteiros que, 
substituindo-se na equação, resultará em:
Cr2O3 (s) + 6 HNO3 (aq) 2 Cr(NO3)3 (aq) + 3 H2O (l)
c.3) o método do número de oxidação
Usa-se a lei da conservação das cargas elétricas no inicio do 
balanceamento e conclui-se com a lei da conservação da matéria. O 
método só pode ser usado quando ocorre oxidação e redução.
Para que este método e o seguinte sejam bem entendidos, devemos 
revisar conceitos estudados no primeiro manual de Química Geral sobre o 
que seja oxidação e redução.
Oxidação é o fenômeno no qual um elemento químico, representado 
por seu átomo, perde elétrons;
Redução é o fenômeno no qual um elemento químico, representado 
por seu átomo, ganha elétrons;
Número de oxidação é a quantidade de carga do elemento químico, 
após ter realizado oxidação ou redução. Por exemplo: o átomo que perdeu 
Química Geral II 15
dois elétrons fi cou com duas cargas positivas em excesso; logo seu número 
de oxidação é +2; 
Oxidante é o elemento ou substância que provoca oxidações através 
de sua redução;
Redutor é o elemento ou substância que provoca reduções através de 
sua oxidação.
Regras para o cálculo do número de oxidação
•	 O número de oxidação de um elemento químico isolado ou substância 
simples é zero;
•	 O número de oxidação do oxigênio é –2, exceto nos peróxidos (O2)
–2 onde 
é –1 e nos superóxidos (O2)
–1 onde é –½;
•	 O número de oxidação do hidrogênio é +1, exceto nos hidretos onde é –1;
•	 O número de oxidação dos metais alcalinos (grupo 1) é +1; dos metais al-
calinos – terrosos (grupo 2) é +2; e dos halogênios em compostos binários 
é –1;
•	 Em uma molécula neutra, a soma dos números de oxidação dos elemen-
tos multiplicados pelos índices é sempre igual a zero. Por exemplo: H3PO4 
(ácido fosfórico), então ∑NOX = (+1x3) + (+5x1) + (–2x4) = 0;
•	 Em um íon ou radical, a soma dos números de oxidação dos elementos 
multiplicados pelos índices é sempre igual à carga do íon ou radical. Por 
exemplo: (NO3)
– radical nitrato, então ∑NOX = (+5x1) + (–2x3) = –1;
•	 Nas ligações covalentes, o número de oxidação é calculado como a carga 
com que o átomo fi caria, se as ligações fossem desfeitas e os elétrons 
fi cassem com o elemento mais eletronegativo.
Por exemplo: 
 
Os valores da eletronegatividade são: Cl = 3,0; O = 3,5. Como o oxigê-
nio é o mais eletronegativo, teremos o cálculo do NOX do Cl = 3x (+2) + 1x 
(+1) = + 7.
Com os conceitos de oxidação e redução bem conhecidos, podemos 
entender o método do número de oxidação.
Ex: Dada a equação qualitativa:
FURTADO, F. N.16
P (s) + HNO3 (aq) + H2O (l) H3PO4 (aq) + NO (g)
Determine os coefi cientes pelo método do número de oxidação.
O primeiro passo é verifi car se na reação ocorreram oxidação e re-
dução de elementos químicos. Verifi camos a existência de oxidação ou re-
dução, através da variação do número de oxidação de cada elemento como 
reagente e como produto.
Aplicando as regras, teremos:
 0 +1+5–2 –1 –2 +1 +5 –2 +2 –2
P + HNO3 + H2O H3PO4 (aq) + NO (g)
Os números em cima das fórmulas representam o número de oxidação 
de cada elemento. Verifi camos a variação do número de oxidação do P e do N. 
No caso de não existir variação do número de oxidação, não podemos aplicar 
o método, devendo ser usado o método das tentativas ou o método algébrico.
O segundo passo é calcular a oxidação e a redução ocorrida. O ele-
mento P perdeu elétrons, e o N ganhou elétrons. A perda de elétrons é cal-
culada multiplicando-se a variação do número de oxidação pelo número de 
átomos; logo teremos: ∆ NOX = 5, número de átomos = 1, resultando oxidação 
= 5x1 = 5. O ganho de elétrons é calculado do mesmo modo; logo teremos: ∆ 
NOX = 3, número de átomos = 1, resultando redução = 3x1 = 3.
O terceiro passo é usar a conservação das cargas para fazer a igual-
dade entre as cargas ganhas e as cargas perdidas. Para que o número de 
cargas ganhas seja igual ao número de cargas perdidas, devemos achar o 
mínimo múltiplo comum de 3 e 5, que se obtém multiplicando-se 3 por 5 e 
5 por 3, o que corresponde a colocar o número cinco como coefi ciente da 
substância em que ocorreu ganho de cargas (HNO3) e colocar o número 
três como coefi ciente da substância em que ocorreu perda de cargas (P). A 
conservação das cargas determina os coefi cientes do P e do HNO3.
O quarto passo é usar a conservação da matéria para determinar os 
outros coefi cientes. Como temos 5 N nos reagentes, deveremos ter também 
5 N nos produtos; logo o coefi ciente do NO será 5; como temos 3 P nos rea-
gentes, deveremos ter também 3 P nos produtos, logo o coefi ciente do H3PO4 
será 3. Resta calcularmos o coefi ciente da água, que pode ser feito pela 
igualdade de átomos de H ou de O. Vamos usar os dois caminhos para fi xar o 
conhecimento de que o resultado será sempre o mesmo. Como os produtos 
estão defi nidos, temos 9H no total; logo, para que possamos ter nove H nos 
reagentes, o coefi ciente da água deve ser 2. Usando o O, verifi camos a exis-
tência de 3x4 + 5x1 = 17 O nos produtos; logo, para ter 17 O nos reagentes, 
devemos ter o coefi ciente 2 na água (15 + x = 17). A equação ajustada fi ca:
3 P (s) + 5 HNO3 (aq) + 2 H2O (l) 3 H3PO4 (aq) + 5 NO (l)
Química Geral II 17
c.4) método do íon – elétron 
Usa-se a igualdade de cargas, desta vez, carga existente nos íons e radicais. 
Antes, devemos consolidar conceitos já estudados sobre íons e suas 
soluções. Uma substância é chamada de eletrólito quando se dissolve e pro-
duz uma solução que conduz uma corrente elétrica. Como a corrente é um 
fl uxo de cargas, somente a solução que contém íons conduz a eletricidade. 
Quando o solvente é a água, os eletrólitos são sais, ácidos e outras substân-
cias que, em água, se dissociam em íons. 
A solubilidade, que está ligada ao conceito de interações entre soluto 
e solvente, terá seu estudo feito na 3ª unidade. Então, a análise da solubili-
dade ou da precipitação não será feita neste momento. A solubilidade será 
conhecida como dado do exercício. A solução de um eletrólito é chamada 
de solução eletrolítica. Muitas reações são realizadas em solução eletrolíti-
ca. Elas são chamadas de reações iônicas e sua representação é feita por 
uma equação iônica. Para reações em solução aquosa, a equação iônica 
deve ser balanceada pelo método do íon-elétron, também conhecido como 
método da semirreação. No método, a equação iônica é separada em duas 
semirreações, uma de oxidação e outra de redução. A diferença deste méto-
do para o da oxidação e redução é que este método não usa a variação do 
número de oxidação para realizar a igualdade de cargas. O método é mais 
lento, mas é mais seguro para evitar erros.
Ex: Dada a reação entre o KMnO4 e o H2SO3 em meio ácido, represen-
tada por sua equação qualitativa:
KMn4O4 (aq) + H2SO3 (aq) K2SO4 (aq) + MnSO4 (aq) + H2SO4 (aq) + H2O 
(l)
utilize o método na equação iônica e reescreva a equação molecular no fi nal 
do balanceamento.
A equação iônica simplifi cada visa retirar as espécies que não partici-
pam da reação, são apenas espectadoras da reação iônica:
MnO4
– (aq) + H2SO3 SO4
2– (aq) + Mn2+ (aq)O H2SO3 aparece na forma molecular dando a informação do meio 
ácido.
O primeiro passo é identifi car as duas semirreações de oxidação e 
redução e ajustar os átomos que oxidaram ou reduziram.
Redução: 
Oxidação: 
O segundo passo é balancear o oxigênio de cada semirreação, adi-
cionando H2O:
FURTADO, F. N.18
MnO4
- Mn²+ + 4 H2O
H2SO3 + H2O SO4²
- 
O terceiro passo é balancear o hidrogênio de cada semirreação, adi-
cionando H+;
MnO4
- + 8H+ Mn²+ + 4 H2O
H2SO3 + H2O SO4²
- + 4 H+
O quarto passo é balancear as cargas de cada semirreação, 
adicionando elétrons onde existir excesso de cargas positivas.
Na semirreação de redução, temos sete cargas positivas no 1º mem-
bro e apenas duas cargas positivas no 2º membro. Para obter a igualdade de 
cargas, colocamos cinco elétrons no 1º membro:
MnO4
- + 8H+ + 5e- Mn²+ + 4 H2O
Na semirreação de oxidação, temos duas cargas positivas sobrando 
no 2º membro. Para obter a igualdade de cargas, colocamos dois elétrons 
no 2º membro:
H2SO3 + H2O SO4²
- + 4 H+ + 2e- 
O quinto passo é igualar o número de elétrons adicionado nos dois 
membros das semirreações, pois, como no método da oxidação e redução, 
o número de elétrons perdidos deve ser igual ao número de elétrons ganhos. 
No 1º membro, adicionamos 5 elétrons e, no 2º membro, adicionamos 2 elé-
trons. O mínimo múltiplo comum entre 2 e 5 é 10; logo devemos multiplicar a 
semirreação dos dois elétrons por 5 e a dos cinco elétrons por 2;
2 MnO4
- + 16 H+ + 10e- 2 Mn²+ + 8 H2O
5 H2SO3 + 5 H2O 5 SO4²
- + 20H+ + 10e- 
O sexto passo é somar as duas semirreações para obter a equação 
iônica balanceada e simplifi cada. Simplifi car signifi ca cortar as espécies que 
aparecem nos dois membros.
2 MnO4
– + 5 H2SO3 2 Mn
2++ 5 SO4
2– + 4 H+ + H2O
Para facilitar o entendimento, reescrevemos a equação na forma mo-
lecular:
2 MnO4
– + 5 H2SO3 2 Mn
2++ 5 SO4
2– + 4 H+ + H2O
Quando a reação acontece em meio básico, podemos seguir o mesmo 
roteiro, desde que o H+ que aparece seja neutralizado por igual número de 
OH-, lançado nos dois membros da equação.
Exemplo:
Determine os coefi cientes da equação que representa a reação do CN- 
com o CrO4²
- em meio básico.
Química Geral II 19
KCN (aq) + K2CrO4 KCNO (aq) + KCr(OH)4 (aq) + KOH (aq)
O potássio é um íon espectador; o hidróxido, o íon que informa o meio 
básico.
Usando a equação iônica simplifi cada, podemos fazer:
CN - + CrO4 
2- CNO - + Cr(OH)4
O primeiro passo é identifi car as duas semirreações de oxidação e 
redução e ajustar os átomos que oxidaram ou reduziram.
Oxidação: CN– CNO- (N de -5 passou para -3 no íon 
cianato)
Redução: CrO4²
– Cr(OH)4
- (Cr de +6 passou para +3).
O segundo passo é balancear o oxigênio de cada semirreação, usan-
do água.
CN- + H2O CNO
- 
CrO4²
- Cr(OH)4
-
O terceiro passo é balancear o hidrogênio de cada semirreação, 
usando H+:
CN- + H2O CNO
- + 2H+
Para evitar a presença do H+, vamos usar a equação de ionização da 
água, que ocorre normalmente em meio aquoso: 
2 H+ + 2 OH- 2 H2O.
Somando e simplifi cando, teremos: 
 
CN- + 2 OH- CNO- + H2O 
Observe que a ionização da água aparece com os íons no primeiro 
membro para, na simplifi cação, o termo 2H+ desaparecer.
Adotando o mesmo procedimento para a outra semirreação, teremos:
CrO4²
- + 4 H+ Cr(OH)4
- 
4 H2O 4 H
+ + 4 OH-
Somando e simplifi cando:
 
CrO4²
- + 4 H2O Cr(OH)4
- + 4 OH- 
O quarto passo é balancear as cargas de cada semirreação, adicio-
nando elétrons onde existir excesso de cargas positivas.
CN– + 2 OH– CNO- + H2O + 2e
-
CrO4²
- + 4 H2O + 3e
- Cr(OH)4
- + 4 OH- 
FURTADO, F. N.20
O quinto passo é igualar o número de elétrons nos dois membros 
das semirrreações. Do mesmo modo, o número de elétrons perdidos deve 
ser igual ao de elétrons ganhos. No segundo membro da 1ª semirreação, 
adicionamos 2 elétrons e, no primeiro membro da segunda semirreação, adi-
cionamos 3 elétrons. O MMC entre 2 e 3 é seis; logo devemos multiplicar a 
1ª por 3 e a 2ª por 2:
3 CN- + 6 OH- 3 CNO- + 3 H2O + 6 e
- 
2 CrO4²
- + 8 H2O + 6 e
- 2 Cr(OH)4
- + 8 OH- 
O sexto passo é somar as duas semirreações e obter a equa-
ção iônica balanceada e simplifi cada:
3 CN– + 2 CrO4²
– + 5 H2O 3 CNO
- + 2 Cr(OH)4
– + 2 OH–
Vamos reescrever a equação na forma molecular:
3 KCN (aq) + 2 K2CrO4 (aq) + 5 H2O 3 KCN (aq) + 2 
KCr(OH)4 (aq) + 2 KOH (aq)
d) As condições em que ocorre a reação:
Para reproduzir a reação em qualquer outro local, devemos ter conheci-
mento das condições em que ela foi realizada. Essas condições essenciais de-
vem ser informadas na própria equação química usando-se certas convenções:
•	 O aquecimento sem controle efetivo de temperatura: para informar a 
necessidade de aquecimento, usamos o símbolo ∆, sobre a seta que sepa-
ra os dois membros da equação;
•	 A temperatura: determinadas reações ocorrem com temperatura bem 
defi nida; nestes casos, uma temperatura menor ou maior pode impedir 
a realização da reação. A temperatura deve ser esclarecida em graus 
centígrados ou em graus Kelvin, abaixo da seta da equação química;
•	 A pressão: pelas mesmas razões da temperatura, a pressão deve ser es-
clarecida em atmosferas, abaixo da seta da equação química;
•	 O meio ácido: o meio ácido tem efeito semelhante ao catalisador. O ácido 
pode ser representado pelo H+, em cima da seta da equação química;
•	 O meio básico: o meio básico pode ser representado pelo OH-, em cima 
da seta da equação química;
•	 O catalisador: as reações lentas podem ocorrer de modo mais rápido com 
o uso do catalisador. Esse deve ser representado por seu símbolo ou sua 
fórmula química, em cima da seta da equação química;
•	 A energia envolvida: o calor da reação é expresso pela variação de 
energia ∆E, ou pela variação de entalpia ∆H, seja a reação realizada em 
volume ou pressão constantes. Quando o calor é negativo, a reação é 
exotérmica e indica que o calor foi liberado ou, ainda, que a energia dos 
Química Geral II 21
produtos é menor que a energia dos reagentes. Quando o calor é positivo, 
a reação é endotérmica (necessita de calor para ocorrer) e indica que o 
calor foi absorvido ou, ainda, que a energia dos produtos é maior que a 
energia dos reagentes. Essa informação é vital para decidir se o reator, 
onde a reação vai ocorrer, deve ser refrigerado ou aquecido. A variação é 
expressa em KJ (quilo joule) ou Kcal (quilo caloria) logo após a equação;
•	 A reação reversível: na realização da reação, medimos o seu rendimen-
to; quando esse é muito baixo, em torno de 50%, já temos um indicativo 
de que a reação não se completa, ou seja, produtos são formados e rea-
gem entre si retornando à situação de reagentes, até que seja atingido um 
equilíbrio em que a velocidade de formação dos produtos se torna igual 
à velocidade de formação dos reagentes. Na equação, esse equilíbrio é 
representado por dupla seta;
•	 A reação fotoquímica: certas reações são aceleradas ou promovidas pela 
ação da luz. A fotossíntese, que é uma importante reação, necessita de luz 
e clorofi la para ocorrer. Para representar, usamos o símbolo λ em cima da 
seta da equação química.
Exemplo de reação química e a representação por sua equação química:
CH4(g) + 2 O2(g) 
 CO2(g) + 2 H2O(l); ∆H = -890 KJ
 T = 298K
 P = 1atm
Principais tipos de reações químicas
Como existem milhões de substâncias conhecidas, elas podem reagir entre si 
em milhões de reações químicas. Nesse momento, seria conveniente organi-
zar as reações em seus tipos principais para facilitar o entendimento dos que 
iniciam o estudo das reações químicas.
Vamos dividir as reações em tipos do seguinte modo:
• reações de síntese ou combinação: quando duas substâncias se 
combinampara formar uma terceira, o produto é uma única substância.
Ex: CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(s)
Observação: Algumas reações podem pertencer a mais de um tipo 
descrito, como é o caso a seguir: 2 Na(s) + Cl2(g) 2 NaCl(s), 
que é uma reação de síntese e também de oxidação e redução, como vamos 
ver em seguida. O fato não torna inválido o estudo por tipo, pois o objetivo 
de facilitar o entendimento continua válido, e podemos dizer que o enquadra-
mento ocorre no tipo principal.
• reações de análise ou decomposição: quando um único reagente dá ori-
gem a dois ou mais produtos.
FURTADO, F. N.22
Ex: CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
•	reações de troca simples ou deslocamento simples: em geral, ocorrem 
quando um elemento ou substância simples reage com uma substância 
composta e desloca o elemento menos reativo que estava combinado.
O tipo deve ser estudado em dois casos:
1º caso: o elemento é um metal e, nesse caso, o metal mais reativo des-
loca o menos reativo. A escala de reatividade dos metais será melhor entendida 
no estudo da Eletroquímica, através dos potenciais de eletrodos. No presente 
estudo, a reatividade deve ser entendida como uma possibilidade de reação 
com um ácido binário produzindo hidrogênio. Começando pelos mais ativos, 
teremos os metais alcalinos e alcalinos terrosos; metais de transição simples; o 
hidrogênio; os metais nobres (que são menos reativos que o hidrogênio).
Retomemos o exemplo dado no início da unidade:
Ex: Zn(s) + Cu(SO4) (aq) Zn(SO4) (aq) + Cu (s).
A reação acontece, pois o zinco é mais reativo que o cobre, ocorrendo 
a troca simples ou o deslocamento simples.
2º caso: a substância simples é formada por um não-metal e, nesse 
caso, o não-metal mais reativo desloca o não-metal da substância composta. 
A escala de reatividade dos não-metais está ligada à escala de eletronegativi-
dade em que quanto mais eletronegativo, mais reativo.
Ex: Cl2 (g) + H2S (g) 2 HCl (g) + S (s).
A reação acontece, pois o cloro é mais eletronegativo (mais reativo) que 
o enxofre, ocorrendo a troca simples ou o deslocamento simples.
•	 reações de troca dupla ou deslocamento duplo: é o caso em que duas 
substâncias compostas, em geral sais em solução aquosa, trocam ânions 
e cátions, formando novas substâncias com formação de precipitado. Essa 
é uma reação que pode ser chamada de reação em solução aquosa, rea-
ção de precipitação ou reação iônica.
Ex: CaCl2 (aq) + Na2CO3 (aq) CaCO3 + 2. NaCl (aq).
A reação iônica pode ser representada pela equação iônica simplifi cada:
Ca2+ (aq) + CO3
2– (aq) CaCO(s)
•	 reações ácidas – base, de neutralização ou em solução aquosa: a rea-
ção envolve transferência de próton entre os reagentes.
Ex: HCN (aq) + KOH(aq) KCN(aq) + H2O(l).
A reação ocorre com a neutralização do ácido pela base e pode ser 
chamada de reação de neutralização. Nesse tipo, a reação iônica simplifi ca-
da diz como ocorre a neutralização. Considerando o ácido totalmente disso-
ciado, podemos fazer:
Química Geral II 23
H+ (aq) + OH– (aq) H2O (l).
•	 reações de oxidação – redução: a reação envolve a transferência de elé-
trons entre as substâncias envolvidas.
∆
Ex: 2 KClO3(s) 2 KCl(s) + 3 O2(g).
MnO2
•	 reações de combustão: é a reação em que um dos reagentes é chama-
do de combustível, sendo o fornecedor de carbono, hidrogênio ou outros, 
e o outro reagente é chamado de comburente, sendo o fornecedor de 
oxigênio. A reação é sempre exotérmica e libera energia térmica.
Ex: CH4 (g) + 2 O2 (g) CO2 (g) + 2 H2O (g). ∆H = -802,3 KJ.
Exercícios Complementares
Verifi que seu entendimento do assunto, observando os exercícios resol-
vidos. Em seguida, resolva os que agora são propostos:
Exercício 01
Dada a equação qualitativa da reação do Cr2O7
2- com o Fe2+ em meio 
ácido:
H2Cr2O7 (aq) + FeCl2 (aq) + HCl (aq) CrCl3 (aq) + FeCl3 
(aq), determine os coefi cientes pelo método do íon – elétron.
Solução: Os íons Cl – e H + são espectadores, logo a equação iônica fi ca:
Cr2O7
2- + Fe 2+ Cr3+ + Fe3+
1º passo: Identifi car as semirreações de oxidação e redução e igualar 
os átomos envolvidos.
Redução: Cr2O7
2- 2 Cr3+ (dois átomos de cromo em cada 
lado);
Oxidação: Fe2+ Fe3+
2º passo: Balancear o oxigênio de cada semirreação, adicionando H2O.
Cr2O7
2- 2 Cr 3+ + 7 H2O;
Fe2+ Fe 3+
3º passo: Balancear o hidrogênio, adicionando H +.
Cr2O7
2- + 14 H+ 2 Cr3+ + 7 H2O;
Fe2+ Fe3+
4º passo: Balancear as cargas, adicionando elétrons.
Cr2O7
2- + 14 H+ + 6e- 2 Cr3+ + 7H2O
Fe2+ Fe3+ + 1e-
FURTADO, F. N.24
5º passo: Balancear os elétrons adicionados.
Cr2O7
2- + 14 H+ + 6e- 2 Cr3+ + 7 H2O;
6 Fe2+ 6 Fe3+ + 6 e-
6º passo: Somando-se as duas semirreações, temos:
Cr2O7
2- + 14 H+ + 6 Fe2+ 2 Cr3+ + 6 Fe3+ + 7H2O;
Voltando para a equação molecular, temos:
H2Cr2O7 (aq) + 6 FeCl2 (aq) + 12 HCl (aq) 2 CrCl3 (aq) + 6 
FeCl3 (aq) + 7 H2O (l)
Exercício 02
Dada a equação qualitativa da reação do MnO4 - com o SO3 2-, em 
meio básico, determine os coefi cientes pelo método do íon – elétron.
Verifi que a possibilidade de realizar o cálculo dos coefi cientes, de forma 
mais rápida, utilizando o método da oxidação e redução.
KMnO4 (aq) + K2SO3 (aq) MnO2 (s) + K2SO4 (aq) + KOH (aq).
Solução: Passando para a forma de equação iônica, temos:
MnO4
– (aq) + SO3
2- (aq) MnO2 (s) + SO4
2- (aq). 
Observação: A reação envolve a precipitação do óxido de manganês. 
1º passo: Defi nir as espécies que oxidaram e reduziram, balancean-
do o número de átomos.
MnO4
- MnO2 (Mn de +7 passou para +4)
SO3
2- SO4
2- (S de +4 passou para +6)
2º passo: Balancear o oxigênio, adicionando H2O.
MnO4
– MnO2 + 2 H2O
SO3
2– + H2O SO4
2-
3º passo: Balancear o hidrogênio, adicionando H+, e neutralizar com 
OH- nos dois membros da semirreação.
MnO4
- + 4 H+ + 4 OH- MnO2 + 2H2O + 4 OH
-
SO3
2- + H2O + 2 OH
- SO4
2- + 2 H+ + 2 OH-
4º passo: Balancear as cargas de cada semirreação, adicionando elétrons.
MnO4
- + 2 H2O + 3e
- MnO2 + 4 OH
-
SO3
2- + 2 OH- SO4
2- + H2O + 2e
-
5º passo: Balancear os elétrons nos dois membros das semirreações.
2 MnO4
- + 4 H2O + 6e
- 2 MnO2 + 8 OH
-
3 SO3
2- + 6 OH- 3 SO4
2- + 3 H2O + 6e
-
Química Geral II 25
6º passo: Somando-se as duas semirreações, obtemos a equação ba-
lanceada:
2 KMnO4 (aq) + 3 K2SO3 (aq) + H2O(l) 2 MnO2(s) + 3 K2SO4 (aq) + 2 KOH(aq).
Vamos realizar o cálculo dos coefi cientes, usando o método da oxidação e 
redução.
KMnO4 (aq) + K2SO3 (aq) MnO2 (s) + K2SO4 (aq) + KOH (aq).
O método do íon-elétron adiciona água, hidrogênio e hidróxido, confor-
me a necessidade. O método da oxidação e redução deve iniciar com todas 
as espécies participantes. Devemos então colocar água (não podemos usar 
o H+, pois o meio é básico) no primeiro membro da equação para explicar 
a ocorrência de hidrogênio no segundo membro. Com a adição de água, a 
equação fi ca:
KMnO4 (aq) + K2SO3 (aq) + H2O (l) MnO2 (s) + K2SO4 (aq) + KOH 
(aq).
1º passo: Verifi car se ocorreu variação do número de oxidação dos 
elementos.
 +7 +4 +4 +6
KMnO4 (aq) + K2SO3 (aq) + H2O(l) MnO2 (s) + K2SO4 (aq) + KOH (aq)
O NOX do Mn passou de +7 para +4, ocorrendo redução, e o NOX do 
S passou de +4 para +6, ocorrendo oxidação.
2º passo: Calcular a oxidação e a redução ocorrida. A oxidação é cal-
culada multiplicando-se a variação do NOX pelo número de átomos. Do mes-
mo modo, calculamos a redução.
Oxidação: 2x1=2 
Redução: 3x1=3
3º passo: Para que o número de cargas ganhas seja igual ao número 
de cargas perdidas, devemos achar o mínimo múltiplo comum de 2 e 3. No 
caso, o número de cargas perdidas 2 (oxidação) será usado como coefi ciente 
da substância onde ocorreu redução (cargas ganhas), e o 3 será usado como 
coefi ciente da substância onde ocorreu oxidação (cargas perdidas).
2 KMnO4 (aq) + 3 K2SO3 (aq) + H2O(l) MnO2 (s) + K2SO4 (aq) + KOH (aq)
Devemos terminar o balanceamento pelo método das tentativas, que é 
baseado na lei da conservaçãoda matéria. Como nos reagentes temos dois 
Mn, devemos ter dois Mn também nos produtos; logo o coefi ciente do MnO2 é 
2. O mesmo raciocínio deve ser usado para o enxofre, que leva o coefi ciente 3 
para o sulfato de potássio. Resta usar o potássio para concluirmos que o coe-
fi ciente do KOH é 2, e usar o número de hidrogênio nos produtos para concluir 
que o coefi ciente da água é 1. A equação balanceada fi ca:
FURTADO, F. N.26
2 KMnO4 (aq)+ 3 K2SO3 (aq)+ H2O(l) 2 MnO2 (s)+ 3 K2SO4 (aq)+ 2 KOH (aq)
Qual foi a melhor opção de método?
Cada método tem suas vantagens e desvantagens, por isso devemos 
limitar nossas conclusões aos seguintes pontos:
a) Quando a reação é iônica, o método mais indicado é do íon-elétron, 
que, como o próprio nome indica, envolve íons e elétrons;
b) O método do íon-elétron é apropriado na Eletroquímica, disciplina na 
qual vamos estudar as semirreações de eletrodo;
c) O método da oxidação e redução mostrou ser mais abrangente, pois 
pode ser usado nos dois casos, desde que tenhamos todas as informações 
necessárias, como o meio ácido ou básico;
d) Quando os reagentes são gases, líquidos ou sólidos, o método mais 
indicado é o da oxidação e redução.
Atividades de avaliação
1. Dada a equação qualitativa abaixo
Cl2 (g) + NaOH (aq) NaCl (aq) + NaClO3 (s) + H2O (l), atenda ao 
que se pede:
a) Em qual tipo principal a reação se enquadra?
b) Determine seus coefi cientes, transformando-a em equação quantitativa.
2. Dada a equação qualitativa abaixo
AgNO3 (aq) + KBr (aq) AgBr (s) + KNO3 (aq), atenda ao 
que se pede:
a) Em qual tipo principal a equação se enquadra?
b) Verifi que a possibilidade de representar a equação simplifi cada.
c) Quais são os íons espectadores?
d) Determine seus coefi cientes, transformando-a em equação quantitativa.
Química Geral II 27
Referências 
ATKINS, Peter e JONES, Loretta. Princípios de Química. Questionando a 
vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. 914 p.
BROWN, Theodore L.; LEMAY JÚNIOR, H. Eugene; BURSTEN, Bruce Ed-
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2005. 972 p.
EBBING, Darrell D. Química Geral. Volume 1, 5ª ed. Rio de Janeiro: Livros 
Técnicos e Científicos Editora S. A., 1998, 569 p.
KOTZ, John C.; TREICHEL JÚNIOR, Paul M. Química Geral e reações quí-
micas. Volume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005.; 671 p.
RUSSEL, John Blair. Química Geral. Volume 1, 2ª ed. São Paulo: Makron 
Books, 1994; 621 p.
Cálculos estequiométricos
2Capítulo
Química Geral II 31
Objetivos
Neste capítulo, nosso estudo visa atingir os seguintes objetivos:
•	 Conhecer as leis ponderais como as primeiras leis científicas da Química;
•	 Entender a representação da substância usando a fórmula química;
•	 Conhecer a massa molar como unidade de matéria, o número de Avogadro 
e o volume molar;
•	 Aprender a usar a equação química para realizar os cálculos estequiométricos.
Introdução
Na primeira unidade, estudamos a reação química, a maneira de represen-
tar a reação química através da equação química, que deve informar as 
substâncias envolvidas, seus estados físicos, as quantidades de cada subs-
tância e as condições em que a reação ocorre. Devido ao grande número de 
reações, organizamos o estudo em tipos principais de reações químicas 
para facilitar nosso entendimento.
Conceitos e definições
A Química é uma ciência; logo seu estudo e seu desenvolvimento devem ser 
feitos através do método apropriado, o método cientifico.
O método científico é a metodologia de estudo e pesquisa dos fe-
nômenos da natureza, visando obter o conhecimento de forma organizada 
e sistemática.
O método é realizado em etapas:
Observação do fenômeno;
Experiências e medidas;
Leis experimentais;
Hipóteses sobre o fenômeno;
Teoria e modelos matemáticos.
As três primeiras etapas podem ser concluídas por meio de um ra-
ciocínio indutivo. As duas últimas por meio de raciocínio dedutivo. Quando 
FURTADO, F. N.32
não podemos estabelecer um modelo para o fenômeno, fi camos com a lei 
experimental.
Estudo das leis experimentais envolvendo massas e 
volumes
A. Leis das massas
1) Lei da conservação da massa (Lavoisier – 1789): em uma reação 
química realizada em sistema fechado, a soma das massas dos reagentes é 
sempre igual à soma das massas dos produtos. 
Ex: A + B C + D podemos dizer que:
mA + mB = mC + mD 
(A transformação de massa em energia prevista por Albert Einstein não 
deve ser considerada em nosso estudo atual).
2) Lei das proporções constantes ou defi nidas (Proust – 1801): 
uma determinada substância é sempre formada pelos mesmos elementos 
químicos combinados na mesma proporção em massa, independente do pro-
cesso de obtenção.
Ex: A + B AB, em três experiências:
Na 1ª, temos mA + mB = m AB 
Na 2ª, temos m’A + m’B = m’AB
Na 3ª, temos m’’A + m’’B = m’’AB
O resultado experimental mostra que podemos fazer: mA/mB = m’A/m’B 
= m’’A/m’’B.
3) Lei das proporções múltiplas (Dalton – 1803): quando dois ele-
mentos químicos se combinam e formam diversas substâncias fi xando–se a 
massa de um deles, as massas do outro elemento variam numa proporção de 
números inteiros e pequenos.
Ex: O oxigênio e o nitrogênio se combinam formando várias substâncias.
Sejam os resultados experimentais abaixo
0,21g de nitrogênio + 0,12g de oxigênio forma o óxido I; 
0,70g de nitrogênio + 0,80g de oxigênio forma o óxido II; 
0,28g de nitrogênio + 0,64g de oxigênio forma o óxido III.
Verifi que se os dados estão de acordo com a lei de Dalton.
Solução: 
Fixando a massa de 0,21g de nitrogênio, as massas de oxigênio serão:
No óxido I, 0,12g de oxigênio;
Antoine Laurent Lavoisier 
(1743 – 1794), cientista 
francês que estudou 
a combustão e a 
conservação da matéria em 
reações químicas.
Louis Joseph Proust (1754 
– 1826), cientista francês 
que estudou a composição 
das misturas e das 
substâncias, estabelecendo 
a lei das proporções fi xas 
nas substâncias.
Química Geral II 33
No óxido II, usando a lei das proporções defi nidas, 0,70g de nitrogênio 
para 0,80g de oxigênio, 0,21g de nitrogênio para X1 g de oxigênio.
Resolvendo, temos X1 = 0,24g de oxigênio.
No óxido III, usando a lei das proporções defi nidas, 0,28g de nitrogênio 
para 0,64g de oxigênio, 0,21g de nitrogênio para X2 de oxigênio. 
Resolvendo, temos: X2 = 0,48g de oxigênio. 
As massas do oxigênio podem formar uma proporção de números intei-
ros e pequenos, fazendo: 0,12g; 0,24g e 0,48g proporcionais a 1, 2 e 4.
Antecipando nosso estudo, podemos aproveitar os dados para achar a 
fórmula mínima de cada óxido. 
Calculando o número de mols n de cada elemento, onde n = m/MM, temos:
Óxido I: N 0,21g/14g = 0,0150; O 0,12g/16g = 0,0075, que 
são proporcionais a 2 e 1; logo a fórmula mínima = (N2O)x;
Óxido II: N 0,70g/14g = 0,050; O 0,80g/16g = 0,050; que 
são proporcionais a 1 e 1; logo a fórmula mínima = (NO)x;
Óxido III: N 0,28g/14g = 0,020; O 0,64g/16g = 0,040, que 
são proporcionais a 1 e 2; logo a fórmula mínima = (NO2)x
Dividindo a fórmula do óxido I por 2, fi camos com a seguinte 
proporção de N/O:
Óxido I, 1 de N com ½ de O;
Óxido II, 1 de N com 1 de O;
Óxido III 1 de N com 2 de O.
Como ½; 1 e 2 são proporcionais a 1, 2 e 4, podemos concluir que há 
uma proporcionalidade direta entre as massas e o número de átomos. 
Exercício Complementar
Verifi que a combinação do carbono e do oxigênio que forma o CO e o 
CO2, utilizando as seguintes massas: CO, 0,30g de C com 0,40g de O; CO2, 
0,24g de C com 0,64g de O.
Responda: A combinação está de acordo com a lei das proporções 
múltiplas?
4) Lei das proporções recíprocas (Richter – 1792): quando uma mas-
sa fi xa de um dado elemento químico reage com outros elementos químicos 
para formar diversas substâncias, se esses últimos elementos químicos reagi-
rem entre si, eles o farão na mesma proporção de massas ou numa proporção 
formada por múltiplos ou submúltiplos dos valores iniciais.
Seja a massa fi xa mA do elemento A, que reage com mB doelemento B e 
com mC do elemento C, quando B for reagir com C, a relação de massas de B e 
C será m’B/m’C = (mB x p) / (mC x q), onde p e q são números inteiros e pequenos.
John Dalton (1766 – 1844), 
cientista inglês que estudou 
a meteorologia, a matéria 
e o átomo. É o fundador 
da teoria atômica com sua 
obra publicada, em 1808, 
chamada “A new system of 
chemical philosophy”.
FURTADO, F. N.34
Com a lei das proporções recíprocas, surge o conceito da massa equiva-
lente ou equivalente grama, como sendo a massa do elemento que se combina 
com os outros elementos. No debate sobre o elemento central e que massa fixa 
seria usada para definir as massas equivalentes, prevaleceu o oxigênio, por ser 
o elemento que se combina com o maior número de outros elementos.
Para manter o hidrogênio como sendo a massa unitária, e sabendo que o 
hidrogênio se combina com o oxigênio, na proporção de 2 para 1, dividindo as 
massas por dois, fica 1 de hidrogênio para ½ de oxigênio, ou seja, 1g para 8g; 
logo a massa fixa ficou em 8g de oxigênio.
A lei das proporções múltiplas mostrou que os elementos químicos pos-
suem vários modos de combinação; logo possuem várias massas equivalentes, 
tendo o equivalente grama perdido sua importância face ao mol ou massa mo-
lar, que passou a ser considerado a unidade de substância ou matéria.
1º Exemplo:
Uma massa fixa de um grama de oxigênio se combina com 1,0021g de 
enxofre e forma o SO2, combina-se com 2,5050g de cálcio e forma o CaO. 
Quando o Ca se combina com o S, o faz na proporção de massa de 2,5050g 
para 2,0041g.
Verifique a lei das proporções recíprocas.
Solução:
Aplicando a fórmula m’Ca/m’S = (mCa x p)/(mSxq), temos: 
2,5050g/2,0041g = (2,5050g x p)/(1,0021g x q).
Calculando p e q fica p = 1 e q = 2.
O cálculo mostra a variação da massa equivalente e, em consequência, 
a variação de valência ou número de oxidação (NOX). É fácil observar que no 
CaS o NOX do S é dois; e no SO2, o NOX do S é quatro.
2º Exemplo:
Uma massa de 0,30g de C se combina com 0,10g de H, formando o 
CH4, uma massa de 0,03g de C se combina com 0,16g de S, formando o CS2, 
uma massa de 0,06g de H se combina com 0,96g de S, formando o H2S.
Verifique a lei das proporções recíprocas e a variação do NOX.
Solução:
Primeiro devemos fixar uma massa, conforme o enunciado da lei.
Fixando a massa de 0,30g de C, temos para o CH4 a massa de 0,10g de H.
Usando a lei das proporções fixas para o CS2, temos 0,03g de C, que se 
combina com 0,16g de S; logo 0,3g de C se combina com 1,6g de S.
Química Geral II 35
Aplicando a fórmula m’H / m’S = (mH x p) / (mSxq), temos: 0,06g / 0,96g = 
(0,10g x p) / (1,6g x q), e, como resultado, p = 0,6 e q = 0,6.
Como p = q, a proporção é a mesma que se combinou com a massa 
fi xa de 0,30g de C, o que evidencia que não ocorreu variação de NOX ou 
valência.
3º Exemplo:
Uma massa fi xa de 7g de Fe reage com 4g de S e forma o FeS, reage 
com 2g de O e forma o FeO. 8g de S reage com 12g de O e forma o SO3.
Verifi que a lei das proporções recíprocas e a variação de NOX.
Solução:
Aplicando a fórmula m’O/m’S = (mO x p)/(mS x q), temos: 12g/8g = (2g x 
p)/(4g x q). Calculando p e q, temos p = 6 e q = 2, o que evidencia a mudança 
do NOX do S, que era 2 no FeS e passou para 6 no SO3.
B. Leis volumétricas
1) Lei dos volumes gasosos de combinação (Gay Lussac – 1808) 
- os volumes de gases que participam de uma reação química, medidos na 
mesma temperatura e pressão, guardam entre si uma relação constante de 
números inteiros e pequenos.
Exemplo: hidrogênio + cloro gás clorídrico, 
 1 volume 1 volume = 2 volumes.
No mesmo ano, Dalton publicou sua teoria atômica baseada em mas-
sas, e não em volumes. A crença na época era que os gases eram monoatô-
micos. Como então justifi car que 1 átomo de H, reagindo com 1 átomo de Cl, 
produza dois átomos de gás clorídrico? A conciliação veio com a segunda lei 
dos volumes gasosos.
2) Lei de Avogadro dos volumes gasosos (Amedeo Avogadro – 
1811) – os volumes iguais de gases diferentes, na mesma temperatura e 
pressão, contêm o mesmo número de partículas.
Pela lei de Avogadro, os dois volumes de gás clorídrico obtidos deve-
riam corresponder a duas partículas de gás. Para conciliar os resultados, sur-
giu a hipótese de Avogadro de que o hidrogênio não era monoatômico, e sim 
formado por dois átomos em forma de molécula (molécula = pequena massa), 
sendo o conceito de molécula estendido para todas as substâncias.
A nova combinação fi cou: H2 (g) + Cl2 (g) 2.HCl (g)
Com as leis experimentais e a teoria atômica de Dalton, foi possível es-
tabelecer um diagrama com a primeira estrutura científi ca da matéria.
FURTADO, F. N.36
Organização da Matéria
A mistura submetida a determinadas operações unitárias, tais como 
a fi ltração, a destilação e outras, pode ser separada em suas substâncias 
puras constituintes, que poderão ser um elemento químico, uma substância 
simples ou uma substância composta.
Vamos iniciar o estudo pelo elemento químico. Neste caso, a matéria 
é monoatômica. Devemos aproveitar a ocasião para estudar o átomo, asso-
ciado a um elemento químico, mesmo que ele não forme individualmente a 
matéria.
I. Dados sobre o elemento químico
a) Simbologia:
Cada elemento químico é representado por um símbolo, de acordo 
com a International Union of Pure and Applied Chemistry (União Internacional 
de Química Pura e Aplicada) – IUPAC, obedecendo às regras criadas, em 
1814, por Berzellius.
1) O símbolo do elemento deve ser a primeira letra do seu nome em forma de 
maiúscula. Ex: carbono = C.
2) No caso de elementos que tenham o nome começando pela mesma letra, 
ao elemento que foi descoberto mais recente, será acrescentada uma ou-
tra letra do nome em forma de minúscula. Ex: cálcio = Ca.
3) Alguns elementos podem ter o símbolo derivado do seu nome em latim. Ex: 
sódio = Natrium = Na.
b) Existência:
Temos 88 elementos naturais e 23 artifi ciais. Considerando todo o pla-
neta, o mais abundante é o ferro, em seguida o oxigênio, o silício, o magné-
sio, o níquel e outros.
Química Geral II 37
c) Classificação:
Os elementos químicos foram classificados em metais, não metais, se-
mimetais e gases inertes. O critério tomou por base a condutividade e a reati-
vidade dos elementos químicos.
d) Massa atômica:
Com as leis ponderais, foi possível estabelecer uma sequência de nú-
meros proporcionais às massas trabalhadas nos experimentos. Inicialmente 
foi fixada como massa unitária a do hidrogênio. Com a descoberta dos isóto-
pos, o número fixado para referência foi o número 12, considerada a massa 
do isótopo mais abundante do carbono; logo a nova unidade passou a ser 
1/12 da massa do carbono. A massa atômica é um número adimensional.
e) Mol do elemento químico:
É o número que expressa a massa atômica com a unidade de massa 
grama. Ex: carbono: 1 mol = 12 g.
Obs: O mol é também conhecido como massa molar, com representa-
ção MM.
f) Número de mols do elemento químico (n):
É calculado com a massa utilizada dividida pelo mol do elemento. Ex: 
n = m/mol ou n = m/(MM).
g) Número de Avogrado:
É o número de átomos do elemento químico contido em um mol do 
elemento. A determinação experimental do número de Avogadro, foi feita de 
acordo com a tecnologia de cada época: análise de lâminas, movimento Bro-
wniano, eletrólise, condutividade elétrica dos gases e, modernamente, o uso 
da difração de raios X. O valor usado é de 6,0235 x 1023 átomos em um mol.
h) Determinação experimental da massa atômica:
Além da comprovação através das leis ponderais, novos métodos ex-
perimentais foram adotados:
Para elementos sólidos: (massa atômica) x calor específico = 6,4 (co-
nhecida como lei experimental de Dulong e Petit);
Para elementos gasosos ou líquidos voláteis, usa-se a equação dos 
gases ideais, onde MM = (m x R x T) / (p x V). MM é o mol, a massa atômica 
ou a massa molar.
Determinação da unidade de massa atômica (u):
Com o número de Avogadro, podemos calcular a massatomada como uni-
dade de massa atômica (u.m.a. ou simplesmente u).
FURTADO, F. N.38
Cálculo: Inicialmente, usamos a massa de um mol de carbono e cal-
culamos a massa de um átomo de carbono, fazendo 12g/ (6,02 x 1023) = 1,99 
x 10-23 g; então u será igual à massa do átomo de carbono dividida por 12, u 
= (1,99 x 10-23 g)/12 = 1,66 x 10-24 g.
II. Dados sobre as substâncias simples e compostas
a) Simbologia:
Cada substância é representada pelos elementos químicos constituin-
tes, utilizando índices aos símbolos dos elementos constantes de números 
inteiros proporcionais aos números de átomos que formam a substância. Essa 
representação é chamada de fórmula química.
b) Massa molecular:
É a soma das massas atômicas dos elementos constituintes da subs-
tância, levando em conta o número de átomos indicados pelos seus índices. 
Ex: H2SO4, massa molecular = 1x2 +32x1 + 16x4= 2+32+64= 98.
c) Mol ou massa molar da substância:
É a massa em gramas de uma substância cujo valor numérico é igual 
ao de sua massa molecular. No caso do ácido sulfúrico, a massa molar é 
igual a 98g.
d) Número de mols da substância (n):
É a massa da substância dividida pela massa molar da substân-
cia. Ex: n = m/(MM). Conhecido o número de mols, podemos calcular 
a massa fazendo m = n x MM.
e) Fórmulas das substâncias:
A fórmula química é determinada pela sequência explicada no 
diagrama a seguir:
No laboratório, procedemos a análise química da substância e encontra-
mos a composição percentual dos seus elementos. Com essa composição, po-
demos montar a fórmula mínima. Resta determinar experimentalmente a massa 
molar da substância, por métodos já descritos para a massa atômica. Com a 
massa molar, podemos calcular a fórmula química, que é o nosso objetivo.
1º Exemplo: 
Calcule a fórmula química da substância que apresentou a seguinte aná-
lise química: 20,2% de ferro; 11,5% de enxofre; 23,0% de oxigênio; e 45,3% de 
água de cristalização. A massa molar foi determinada como sendo 278g.
Química Geral II 39
Solução: 
Inicialmente, vamos calcular a fórmula mínima encontrando o número 
de mols de cada elemento químico na fórmula mínima. Em estudos posterio-
res, vamos abordar a posição dos elementos na fórmula química.
Fe n=m/mol = 20,2g/56g = 0,36;
S n=m/mol = 11,5g/32g = 0,36;
O n=m/mol = 23,0g/16g = 1,437;
H2O n=m/mol = 45,3g/18g = 2,5167.
Dividindo todos por 0,36, fi camos com a seguinte sequência de núme-
ros 1, 1, 4, 7; logo a fórmula mínima será (FeSO4. 7H2O)x. 
O x pode ser calculado usando-se a relação x = massa molar da fórmu-
la química / massa molar da fórmula mínima, donde x = 278g/278g = 1.
A fórmula química é FeSO4. 7H2O.
2º Exemplo:
A análise química de 3,7g de uma substância resultou em 1,8g de car-
bono, 0,3g de hidrogênio e 1,6g de oxigênio. A massa molar foi determinada 
como 148g. Calcule a fórmula química.
Solução:
Cálculo do número de mols de cada elemento:
C n = m/MM = 1,8g/12g = 0,15
H n = m/MM = 0,3g/1g = 0,30
O n = m/MM = 1,6g/16g = 0,10
Dividindo por 0,10 fi ca 1,5: 3: 1, multiplicando-se por 2, temos 3: 6: 2. A 
fórmula mínima fi ca (C3H6O2) x. O x pode ser calculado através da fórmula: x 
= massa molar fórmula química / massa molar fórmula mínima. = 148/74 = 2. 
A fórmula química é (C3H6O2)2 = C6H12O4.
Com a descoberta dos isômeros, a fórmula química por si só não es-
clarece qual é a substância. Atualmente, a análise instrumental é utilizada 
para esclarecer a fórmula estrutural. Uma mesma fórmula química pode in-
dicar varias substâncias.
III. Cálculo do volume molar
Cálculo do volume molar é o volume ocupado por um mol ou pela mas-
sa molar da substância. Em geral, ele é calculado nas condições normais de 
temperatura e pressão – CNTP, onde a pressão é igual a uma atmosfera e a 
temperatura igual a zero grau centígrados.
FURTADO, F. N.40
IV. Cálculo estequiométrico ou cálculo com a equação química
Cálculo estequiométrico ou cálculo com a equação química é o cálculo 
das quantidades de reagentes ou produtos que participam de uma reação quí-
mica, usando a equação química. O cálculo estequiométrico envolve a parte 
principal de uma indústria que utiliza um processo químico para obter um de-
terminado produto. Como muitas reações são realizadas em solução aquosa, 
devemos antecipar parte do estudo de solução e suas concentrações.
Solução é uma mistura homogênea (mistura com uma única fase). A 
solução binária tem dois componentes. O componente que está em maior 
quantidade é chamado solvente, e o que está em menor quantidade é cha-
mado soluto. A solução aquosa é aquela em que o solvente é a água. Para 
que a solução seja homogênea, o soluto tem o tamanho de suas partículas 
limitado entre 0 e 1nm (1nm = 10-9m). Tudo que for referente ao soluto, leva 
índice 1, e tudo que for referente ao solvente, leva índice 2. 
Com essas definições, podemos entender a maneira de expressar a 
concentração de uma solução uma vez que ela expressa na realidade sua 
composição. Como o soluto é o nosso reagente, devemos ter condições de 
determinar sua quantidade, conhecendo o volume utilizado de solução.
Concentração simples (C) é a relação entre a massa do soluto e o 
volume da solução em litros: C = m1/V (L);
Concentração molar (M) é a relação entre o número de mols do soluto 
e o volume da solução em litros M = n1 / V(L). Como o número de mols é igual 
à massa dividida pela massa molar, podemos fazer n1 = m1/MM1, e substituir 
na definição da concentração molar, resultando: M = m1/[MM1 x V(L)];
Concentração percentual (%) é a relação entre a massa do soluto e a 
massa total da solução multiplicada por 100: % = (m1/mT) x 100;
Concentração em fração molar (x) é a relação entre o número de 
mols do soluto e o número de mols total da solução: x1 = n1/nT;
Densidade da solução (d) é a relação entre a massa da solução e 
o volume ocupado por essa massa de solução. A densidade é, em geral, 
expressa em g por cm³: d = m/V. A densidade é determinada em laboratório 
através do densímetro.
Recomendações no uso da equação química
1) Em processos industriais, os reagentes não são 100% puros: 
os reagentes utilizados em indústrias são chamados de matéria prima e, de 
modo geral, não são 100% puros. Para correção, utilizamos uma análise 
laboratorial onde o percentual de pureza é determinado e o cálculo da corre-
ção é feito através de uma regra de três simples.
Ex: Uma indústria usa calcário cujo grau de pureza foi determinado 
Química Geral II 41
como sendo 95%. Quanto de matéria prima deve colocar para obter 100g 
de CaBr2?
É dada a equação química já balanceada, onde calculamos as massas:
Calculando fi ca X = (100 x 100,09) / 199,88 = 50,075g. Necessitamos 
de 50,075 g de carbonato de cálcio puro para obter 100g de brometo de cál-
cio. Como a matéria prima tem grau de pureza de 95%, vamos usar uma regra 
de três simples para calcular a quantidade necessária.
100% X
95% 50,075g
Podemos fazer: X = (100 x 50,075) / 95. Efetuando, temos X = 52,71g. 
Devemos colocar 52,71g de matéria prima.
2) Quando um dos reagentes é limitante da reação: o reagente limi-
tante é aquele que está em menor quantidade. O uso do reagente limitante 
visa atingir os seguintes objetivos:
a) economizar o reagente de maior custo, uma vez que esse reagente 
é totalmente consumido na reação;
b) visualizar o fi nal da reação;
c) limitar a formação do produto.
Ex: Na obtenção do nitrato de prata, usamos prata e ácido nítrico. Para 
garantir que não haja desperdício de prata, colocamos maior quantidade de 
ácido que a necessária, fazendo da prata o reagente limitante. Pede–se cal-
cular a quantidade de nitrato de prata obtida teoricamente, quando usamos 
0,5g de Ag com 50 mL de solução 2M de HNO3. É dada a equação química 
já balanceada onde calculamos as massas das substâncias, logo abaixo das 
fórmulas químicas:
Visando fi xar conhecimentos adquiridos, vamos confi rmar a lei da con-
servação da matéria. Para tanto, vamos somar as massas dos reagentes e 
verifi car se essa soma é igualà soma das massas dos produtos: reagentes = 
324 + 252 = 576; produtos = 510 + 30 + 36= 576, o que confi rma a lei.
A proporção de combinação da prata com o ácido nítrico dada pela na-
tureza é de 324g para 252g; logo devemos verifi car em que proporção estão 
as quantidades colocadas.
FURTADO, F. N.42
324 252
0,5 X
Calculando X, fazemos: X = (0,5 x 252)/324, e o valor de X = 0,4.
A massa de 0,4g de ácido nítrico é a massa necessária para reagir com 
0,5g de prata.
Devemos calcular a massa colocada de ácido nítrico. Como ele está em 
solução, vamos usar a fórmula da concentração molar para obter a massa do 
soluto, que é o ácido. M = m1 /[MM1 x V(L)] ou de outra forma: m1 = M x [MM1 x 
V(L)]. Substituindo os valores, fi ca: m1 = 2 x 63 x 0,05 = 6,3g, assim, compro-
vamos que a quantidade adicionada de ácido nítrico é maior que a necessária; 
logo a prata é o reagente limitante.
Sendo a prata o reagente limitante, o produto vai depender de sua massa, 
pois quando a prata acaba, a reação termina. Vamos fazer uma regra de três 
simples, usando a relação da prata com o nitrato de prata para calcular a quan-
tidade produzida de nitrato de prata.
324 510
0,5 X 
Calculando X, fazemos: X = (0,5 x 510) / 324, e o valor de X = 0,78.
A massa de 0,78g de nitrato de prata é a massa teoricamente obtida.
3) As reações possuem rendimento menor que 100%: as reações 
químicas produzem quantidades menores do que a esperada pela propor-
ção fornecida na equação química. Tal fato não contraria a lei da conserva-
ção da matéria, pois a massa fi nal é igual à massa inicial. O rendimento é 
menor que 100% por vários motivos. Entre eles, os principais são:
a) a reação é reversível e não se completa, pois os produtos reagem en-
tre si e voltam a produzir os reagentes. Neste caso, o rendimento é muito bai-
xo, sendo um bom indicativo para a conclusão de que a reação é reversível;
b) o afastamento das condições da reação seja na temperatura ou na pressão;
c) o aumento de vazão dos produtos, impedindo que os reagentes fi quem o 
tempo de permanência necessário no reator estabelecido pela cinética da reação;
d) a perda de massa dos reagentes ou produtos por vazamentos;
e) os erros de pesagens ou medidas.
O cálculo do rendimento pode ser feito usando a relação de massas, a 
relação de volumes (caso de gases) ou a relação de número de mols. No caso, 
essa relação é entre a grandeza produzida e a grandeza teoricamente esperada 
pela equação química.
Seja R o rendimento percentual, então podemos usar a fórmula:
Química Geral II 43
R = (massa observada / massa teórica) x 100;
R = (número de mols observados / número de mols teóricos) x 100;
R = (volume observado / volume teórico) x 100.
Ex: A reação do nitrogênio com o hidrogênio produz o gás amoníaco. 
Colocamos 8,4g de nitrogênio para reagir com a quantidade em excesso de 
hidrogênio, sendo observada a produção de 5,1g de gás amoníaco. Calcule o 
rendimento.
É dada a equação química já balanceada e as massas estequiométricas, 
calculadas pela fórmula m = n x MM
N2 (g) + 3 H2 (g) NH3 (g)
 28g 6g 34g
Já sabemos que o limitante é o nitrogênio, pois o hidrogênio está em 
excesso. Vamos usar a massa de nitrogênio para calcular a massa teórica do 
gás amoníaco:
28 34
8,4 X
Calculando X, fazemos: X = (8,4 x 34) / 28, e o valor de X = 10,2g.
Essa é a massa que teoricamente deveríamos obter; logo o rendi-
mento é:
R = (5,1g / 10,2g) x 100 = 50%.
Como o rendimento é muito baixo, podemos dizer que a reação é rever-
sível e que está em equilíbrio químico. Na equação, devemos usar seta dupla, 
indicando que os produtos reagem revertendo o sentido da reação, conforme 
já foi estudado na primeira unidade.
N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)
Exercícios Complementares
Verifi que seu entendimento do assunto com os exercícios apresenta-
dos e resolva os que agora são propostos:
Exercício 01: Seja uma peça de zinco com massa de 2,0 g colocada 
em 10 mL de solução aquosa 2M de AgNO3. A reação química é de troca sim-
ples, cuja equação química balanceada está representada a seguir:
Zn (s) + 2AgNO3 (aq) 2 Ag (s) + Zn(NO3)2 (aq)
Calcule e verifi que:
a) a existência de reagente limitante;
b) a quantidade de prata produzida. 
FURTADO, F. N.44
Solução: Vamos usar a equação química para os cálculos necessários.
Calculando X, temos X = (2,0 x 340)/65,4 = 10,39g, que é a massa ne-
cessária de nitrato de prata para reagir com 2,0g de zinco.
Vamos calcular a massa colocada em forma de solução em que o so-
luto é o nosso reagente. No caso, o nitrato de prata. Usando a fórmula da 
concentração molar, temos M = m1/[MM1 x V(L)].
Como queremos a massa do soluto (m1), fazemos: m1 = M x MM1 
x V (L) = 2 x 170 x 0,01 = 3,4g.
a) Verifi ca-se que necessitávamos de 10,39g de nitrato de prata e coloca-
mos apenas 3,4g; logo vai faltar nitrato de prata, sendo esse o reagente limitante;
b) Como o reagente limitante está em menor quantidade do que a 
necessária, ele é que serve de base para o cálculo dos produtos. Usando a 
equação química, temos a proporção entre o reagente e o produto. Pode-
mos então fazer:
340g — 216g;
3,4g — X;
X = (3,4 x 216) / 340 = 2,16g, que é a quantidade de prata produzida.
Exercício 02: O metanol pode ser obtido pela reação do monóxido de 
carbono com o hidrogênio, conforme reação química cuja equação química 
balanceada é dada:
CO (g) + 2H2 (g) CH3OH (l);
Colocamos 356 g de CO para reagir com 65,0g de H2 e ocorreu a pro-
dução de 332g de metanol.
Calcule e verifi que:
a) a existência de reagente limitante;
b) o rendimento da reação.
Solução: Vamos usar a equação química balanceada para realizar os 
cálculos químicos:
CO (g) + 2 H2 (g) CH3OH (l)
 28 g 4g 32g
 356g X
X = (356 x 4)/28 = 50,86g, que é a massa necessária de hidrogênio para 
reagir com 356g de monóxido de carbono. Colocamos 65,0g de hidrogênio; 
logo sobra hidrogênio e falta monóxido de carbono.
Química Geral II 45
a) Como falta CO, podemos dizer que ele é o reagente limitante;
b) Identifi cado o reagente limitante, podemos verifi car o rendimento 
com os dados fornecidos.
Usando a equação química, tiramos a proporção teórica entre o CO e o 
CH3OH: 
28g 2g;
356g X;
Calculando X, temos X = (356 x 32)/28 = 406,86g, que é a massa te-
órica de metanol. Como a massa obtida foi 332g, o rendimento percentual é 
então calculado: R = (332g/406,86g) x 100 = 81,6%.
Exercício 03: Colocamos 0,8 g de sulfi to de sódio sólido para reagir 
com 10 mL de HCl 3,0 M e obtivemos 100 mL de SO2 na pressão de 1 atm e 
temperatura de 25° C.
Calcule e verifi que:
a) o cálculo da existência de reagente limitante;
b) o rendimento da reação.
A equação química balanceada é dada:
Na2SO3 (s) + 2 HCl (aq) 2 NaCl (aq) + H2O (l) + SO2 (g);
Solução: Este exercício envolve o cálculo do rendimento através do 
volume gasoso. Como a pressão é baixa, podemos considerar o gás como 
gás ideal e aplicar a equação dos gases ideais, que é: pV = nRT.
Usando a equação, temos as massas teóricas envolvidas na reação:
X = (0,8 x 73)/126 = 0,46g, que é a massa de HCl necessária para reagir 
com 0,8g de sulfi to de sódio. Vamos calcular a massa colocada.
Como o HCl foi adicionado em forma de solução, vamos usar a fórmula 
da concentração molar para calcular a quantidade de soluto adicionada.
M = m1/[MM1 x V(L)]; a massa do soluto será m1 = M x MM1 x V(L).
Substituindo os valores, fi ca: m1 = 3 x 36,5 x 0,01 = 1,095g.
a) Pelos cálculos, verifi camos que a massa necessária de HCl é de 
0,46g.
Foi colocado para reagir 1,095g; logo sobra HCl e falta Na2SO3. O rea-
gente limitante, então, é o sulfi to de sódio;
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b) Para o cálculo do rendimento, devemos antes escolher o caminho 
mais fácil, seja pelo cálculo da massa teórica e do volume teórico, sendo o 
rendimento calculado pela relação dos volumes, seja pelo cálculo da massa 
teórica e da massa observada, sendo o rendimento calculado pela relação 
entre as

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