Buscar

TCC 2019 OFICIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

47
		
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Curso Bacharelado em Serviço Social
MÁRCIA GOMES ROMERO DE SIMAS
(SES 0373) 
A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE E SEUS NOVOS “ARRANJOS”: 
O DESAFIO PARA O ASSISTENTE SOCIAL
CRICIÚMA
2019
CIDADE
ANO
MÁRCIA GOMES ROMERO DE SIMAS
A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE E SEUS NOVOS “ARRANJOS”:
O DESAFIO PARA O ASSISTENTE SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Nome do Tutor – Samara Corrêa Demétrio Bihl
cRICIÚMA
2019
 a família na contemporaneidade e seus novos “arranjos”:
o desafio para o assistente social
por 
márcia gomes romero de simas
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída à nota “______” (_____________________________), pela banca examinadora formada por:
 ___________________________________________
Presidente: Prof. Samara Corrêa Demétrio Bihl – Orientador Local
 ____________________________________________
Membro: Leila Cristina Resende Ferrari - Supervisor de Campo
 ____________________________________________
Membro: Professor Reginaldo Laurindo 
criciúma
Novembro/2019
DEDICATÓRIA
Aos meus filhos Eduarda e Guilherme razão da minha vida, e ao meu esposo Gerson pessoa com quem amo compartilhar a vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado a vida, saúde física e mental para realizar os sonhos a que me propus. Ao Senhor também agradeço por ter me dado a melhor família que eu poderia querer, com todas as suas qualidades e imperfeições, mas foi por causa desta família que obtive a coragem para não desistir. Por vocês meus filhos Eduarda e Guilherme busquei forças para prosseguir pois, embora muito tarde em minha vida, pretendo demonstrar que nunca podemos desistir de nossos sonhos. Todo o esforço vale a pena por vocês. Amo-os!
Ao meu esposo Gerson, que ao longo desses anos e no decorrer deste último semestre me deu não só força, mas apoio para vencer essa etapa da vida acadêmica. Obrigada, por suportar as dificuldades do dia-dia e minha ausência em diversos momentos. Amo-te!
Aos meus pais que já encontram-se idosos e cansados, mas que ainda percebem o esforço realizado para alcançar este objetivo, deixo aqui expresso toda minha gratidão, foi através de vocês que me foi concedido o direito à vida e por conta desta união conquistei ainda mais dois irmãos; embora distantes por conta da correria da vida que nos impõe escolhas diárias, estarão sempre dentro de meu coração. A vocês meus pais deixo aqui o meu Muito Obrigada! 
Agradeço a professora Samara, que esteve presente desde a 1ª fase deste curso e que com sua dedicação dividiu conhecimentos e colaborou para que olhasse o mundo com outros olhos e buscasse transformá-lo em um lugar melhor para todos. À você serei grata por todo carinho, comprometimento que dedicou a mim e a todos meus colegas. Obrigada Samara pelos momentos inesquecíveis que levarei em meu coração. 
Agradeço também a minha assistente social de campo Leila, por ter aceitado me orientar. Obrigada por compartilhar comigo seus ricos conhecimentos e experiências acumuladas em sua trajetória profissional, pois com sua humildade, paciência e determinação contribuiu para meu crescimento teórico e ético objetivando um profissional completo para o Serviço Social.
A minha assistente social forense Raquel, pela oportunidade de aprendizado que obtive através de seu cotidiano profissional. Estivemos juntas nos últimos dois anos desta etapa acadêmica que foi realizada por meio de meu estágio remunerado realizado na Comarca de Içara. Com você aprendi várias lições, mas a mais importante levarei comigo. Gratidão pela vida! 
Em especial quero agradecer a todos meus colegas de curso que fizeram parte desta jornada durante quatro anos, éramos uma turma de mais de vinte alunos mas infelizmente estaremos encerrando esta etapa com apenas nove acadêmicos os quais faço questão de citá-los neste trabalho: Andressa, Alessandro, Bruna, Dell, Fabiana, Graice, Marinalva e Pamela. Gostaria de poder dizer algumas palavras, em especial, para cada um, mas prefiro expressar de uma só vez que não tem preço conhecer pessoas incríveis como vocês. Muito obrigada a todos! 
Peço desculpas pelo possível esquecimento de alguém, que tenha participado direta ou indiretamente de minha vida neste período, são muitas pessoas queridas para lembrar, então muito obrigada a quem não citei, mas saibam que estão guardados no meu coração.
Apesar de nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.
Augusto Cury
 
RESUMO
O presente trabalho de conclusão do Curso de Graduação em Serviço Social tem por objetivo uma análise e reflexão das atuais configurações familiares existentes em nossa sociedade com o enfoque no desafio enfrentado no cotidiano do assistente social. Para tal, partiu-se do princípio de uma análise da evolução conceitual e funcional, das diversas possibilidades de arranjos familiares e do trato com as mesmas considerando as políticas públicas disponibilizadas pelo governo federal, bem como o acesso a estas políticas e a forma utilizada para o alcance destas famílias, quando da nova configuração familiar. O trabalho surgiu através dos estágios previstos em grade curricular e foram realizados no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) - Cristo Redentor e tiveram como supervisor de campo a assistente social Leila Resende Ferrari que dignou-se com muito empenho e dedicação orientar-me nesta etapa que foi de extrema relevância, pois através desta oportunidade foi possível a pesquisa para o desenvolvimento deste trabalho. O método utilizado basicamente foi o de observação seguido da coleta de dados realizada através do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) que faz parte dos serviços oferecidos pelo CRAS, além da pesquisa bibliográfica que para sua elaboração aplicou-se o conhecimento teórico publicado em livros, artigos, entre outras fontes, cujo tema foi direcionado ao Direito de Família, bem como a legislação vigente, pertinente ao tema e também a pesquisa quantitativa que evidenciou o grupo a ser trabalhado. O trabalho está estruturado em forma de tópicos e seus subtópicos com o intuito de enfatizar ao leitor os principais pontos que serão discutidos e através destes impactar de forma significativa a tentativa de conceituar a família e seus princípios norteadores, os quais sejam, dignidade humana, igualdade, afetividade, convivência entre outros; às diversas formas de arranjos familiares existentes em nossa sociedade para além das três formas já explicitadas no art. 226 da CF, que são , casamento, família monoparental e união estável. É importante relatar que após a observação, coleta de dados, pesquisa bibliográfica e quantitativa foi definido em conjunto com assistente social de campo e toda equipe técnica do CRAS que o trabalho seria aplicado no grupo que participa do Programa Renda Mínima Familiar (PRMF), pois este programa é direcionado por meio das políticas públicas para famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidadeou risco social. No decorrer deste trabalho será realizado um breve relato sobre a trajetória do Serviço Social no Brasil, o PRMF seguido por uma rápida passagem sobre as formas mais remotas de configurações familiares que antecederam ao divórcio, bem como a lei que o concedeu. Posteriormente será explanado sobre as diversas configurações familiares atuais chegando-se ao ponto mais específico que trata do cotidiano do assistente social frente a esta demanda.
PALAVRAS-CHAVE: Família. Família Contemporânea. Novas Configurações
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA I: IMAGEM DO CRAS-CRISTO REDENTOR........................................................ 21
FIGURA II: REUNIÃO RENDA MÍNIMA NO CRAS-CRISTO REDENTOR............................22
FIGURA III: APRESENTAÇÃO DO TEMA NA REUNIÃO DO RENDA MÍNIMA....................24
FIGIRA IV: PARTICIPANTES DA REUNIÃO DO RENDA MÍNIMA (encerramento)..............25
FIGURA V: QUESTIONÁRIO APLICADO NA PALESTRA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO DO RENDA MÍNIMA....................................................................................42
LISTA DE SIGLAS
ABESS – Associação Brasileira de Escola de Serviço Social
BDC – Banco de Dados do Cidadão
BPC – Benefício de Prestação Continuada 
 CENTRO POP – Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
 CREAS – Centro de Referência Especializado em Assistência Social
CF – Constituição Federal
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente
LBA – Legião Brasileira de Assistência
LOAS- Lei Orgânica da Assistência Social
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social
NOB – Norma Operacional Básica
OMS - Organização Mundial de Saúde
PAIF – Programa de Atenção Integral a Família
PNAS – Política Nacional de Assistência Social
PRMF- Programa de Renda Mínima Familiar
SESC- Serviço Social do Comércio
SESI – Serviço Social da Industria
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SUAS – Sistema Único de Assistência Social
STF – Supremo Tribunal Federal
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
 SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................13
2 APRESENTAÇAO DO TEMA............................... ..........................................................14
2.1 SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL: A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS SOCIAIS.........................................................................................................................15
2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988............................................................................17
2.3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) EO SITEMA ÚNICO DE ASSITÊNCIA SOCIAL (SUAS).......................................................................................18
2.4 LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.................................................................18
2.5 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL...........................................................................19
2.6 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇO SÓCIO ASSITENCIAL.................................20
2.7 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSITÊNCIA SOCIAL (CRAS)..................................21
2.8 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA (PAIF).........................................22
2.9 PROGRAMA DE GARANTIA DE RENDA MÍNIMA FAMILIAR (PGRMF).....................24
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL............................................................................................................................25
3.1 A QUESTÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL.................................................................27
3.2 CONCEITO DE FAMÍLIA (TENTATIVA CONCEITUAL) ..............................................27
3.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA.....................................28
3.4 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA.........................................................................28
4 AS DIVERSAS FORMAS FAMILIARES ATÉ O SÉCULO XIX.....................................29
4.1 FAMÍLA COSANGUINEA..............................................................................................29
4.2 FAMÍLIA PUNALUANA..................................................................................................30
4.3 FAMÍLIA SINDIÁSMICA.................................................................................................30
4.4 FAMÍLIA MONOGÂMICA...............................................................................................31
4.5 CASAMENTO................................................................................................................31
5 FORMAS FAMILIARES “ARRANJOS” DA CONTEMPORANEIDADE.........................31
5.1 FAMÍLIA MATRIMONIAL/TRADICIONAL/MONOPARENTAL......................................32
5.2 DIVÓRCIO.................................................................................................................... 32 
5.3 UNIÃO ESTÁVEL..........................................................................................................33
5.4 FAMÍLIA MULTIPARENTAL/RECONSTITUÍDA/SOCIOAFETIVA.................................34
5.5 FAMÍLIA EXTENSA........................................................................................................34
5.6 FAMÍLIA SUBSTITUTA..................................................................................................35
5.7 FAMÍLIA HOMOAFETIVA..............................................................................................35
5.8 FAMÍLIA POLIAFETIVA..................................................................................................36
5.9 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AS NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES..................................................................................................................37
6 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................39
6.1 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA...............................................................................40
6.2 OBJETIVO ESPECÍFICO...............................................................................................40
7 METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................................................40
7.1 TIPOS DE PESQUISA...................................................................................................40
7.2 PESQUISA DE OBSERVAÇÃO.....................................................................................40
7.3 PESQUISA QUANTITATIVA..........................................................................................41
7.4 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA........................................................................................41
8 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.....................................................................41
8.1 ENTREVISTA................................................................................................................41
8.2 QUESTIONÁRIO...........................................................................................................41
9 TIPO DE ESTUDO..........................................................................................................43
9.1 LOCAL DE ESTUDO....................................................................................................44
10 ANÁLISE DE COLETA DE DADOS E RESULTADOS..................................................44
11 CONCLUSÃO..................................................................................................................45
REFERÊNCIAS......................................................................................................................461 INTRODUÇÃO
O presente estudo discorre sobre os desafios enfrentados pelos assistentes sociais no trato com as famílias, tendo em vista as transformações ocorridas ao longo do tempo e que antecedem ao divórcio, bem como o surgimento das novas configurações familiares que formaram-se posteriormente ao divórcio e a lei que o rege. Cabe lembrar que tal estudo deu origem ao projeto de TCC e que foi realizado através das famílias que já são acompanhadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e que recebem benefícios através do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) como neste caso, o benefício do Programa de Garantia de Renda Mínima Familiar ( PGRMF) disponibilizado pelo governo federal e que tem origem nas políticas públicas vigente. Por meio deste trabalho de conclusão do curso (TCC), busco demonstrar que a família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue, bem como as unidas pela afinidade, pela adoção ou por simples solidariedade. Para alcançar este objetivo foram necessários procedimentos operacionais, que resultaram da observação, da coleta de dados realizadas durante o período de estágio curricular obrigatório no CRAS – Cristo Redentor, além da pesquisa quantitativa e da pesquisa bibliográficas que contribuíram para inspirar o desenvolvimento e fundamentação teórica do TCC que traz como tema: A Família na Contemporaneidade e seus Novos “Arranjos”: O Desafio para o Assistente Social.
Será dado enfoque no cotidiano do assistente social, tendo em vista a demanda que lhe é apresentada diariamente a partir das novas configurações que já encontram-se em nossa atual sociedade que devem ser atendidas por meio das políticas públicas e até que ponto estas famílias tem suas necessidades básicas supridas quando as mesmas pertencem aos grupos que estão dentro da linha da vulnerabilidade social. Para tal será feita uma abordagem, trazendo o posicionamento atual acerca do tema, buscando enfatizar as decisões favoráveis às famílias bem como os princípios constitucionais, especialmente o princípio da dignidade humana.
O trabalho tratará as relações familiares desde os tempos mais remotas a nível de informação e conhecimento, mas terá sua preocupação com relações familiares atuais que serão explicitadas no decorrer deste documento tendo como referência o Direito de Família e a legislação vigente em suas áreas específicas.
 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
As mudanças que se mostram acentuadas na década de 2000 à 2010 vem sendo construídas ao longo do século XX, e estão diretamente ligadas ao conceito que se tem de felicidade. Ser feliz é algo relativamente novo. Antes, vivia-se para honrar a família. Nos anos 50, o casamento eterno era o ideal de felicidade. Hoje, ser feliz está ligado a satisfazer a si. 
A legislação facilitou muito o divórcio. Talvez houvesse antes muitos casamentos mantidos pelos filhos. Tem-se por base que o divórcio originou o aumento das uniões reconstituídas e contribuiu na disposição das pessoas em iniciar novas relações. Este fato confirma a mudança de valores culturais, pois torna as uniões não formalizadas mais aceitas pela sociedade.
 De acordo com a lição de Lôbo (2011, p. 17) pode-se concluir que a “família não é só aquela constituída pelo casamento, tendo direito todas as demais entidades familiares socialmente constituídas e que a família não é célula do Estado (domínio da política), mas da sociedade civil [...}”. A constituição federal de 1988 deu direito as novas formações afetivas, incluindo a União Estável no conceito de entidade familiar, que tem a proteção do estado, através do artigo 226, §3º, bem como o artigo 1.723, da lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 do código civil vigente.
Diversas são as modalidades de agrupamento familiar que vêm se desenvolvendo na atualidade, vivendo lado a lado com outras mais tradicionais de configuração do núcleo familiar. De acordo com a lição de Maluf (2010, p.98) “Evoluíram o conceito de família e as relações entre seus componentes, sendo sabido que o antigo modelo familiar patriarcal cedeu espaço a formas novas de composição familiar mais democráticas, baseadas no afeto”. Atualmente, podemos encontrar ao lado da família matrimonial, largamente difundida no mundo do direito, uma pluralidade familiar constituída fora do matrimônio, tais como a união estável, a monoparentalidade, dentre diversas outras não expressamente prevista no texto constitucional. Maluf (2010, p.99) explana que: 
 Com o desenvolvimento das sociedades a alteração dos costumes, modificou-se também a conceituação de família, retirou-se a primazia da família matrimonial como sendo “a família legítima” e estendeu-se proteção a outras modalidades de famílias protegidas pela Constituição Federal em seu artigo 226 e os que se seguem.
Assim, percebe-se que aumentam significativamente as uniões informais, baseadas nas relações de afeto, ajuda mútua e que possibilitam a liberdade e realização pessoal dos indivíduos, afastando os laços formais, tão valorizados em outros tempos. Partindo da visão deste atual cenário no qual está inserido o profissional do Serviço Social, pode-se afirmar que o mesmo contribui de forma decisiva na elaboração de diagnóstico diante das demandas sociais encontradas no decorrer do trabalho desenvolvido no seu dia a dia e que retratam os efeitos das mudanças ocorridas por conta das novas configurações familiares em nossa sociedade. 
Embora não exista política específica de atenção à família, esta insere-se, de forma fragmentada, nas distintas políticas públicas de áreas como saúde, educação, habitação, mulher, criança, adolescente e idoso. Neste viés de realidade confrontado com as reais necessidades das famílias contemporâneas, aparece o agir do Assistente social que com a realização das situações de vulnerabilidade e potencialidades identificadas durante o cadastramento de cada família no CRAS, aponta os trabalhos a serem desenvolvidos em cada caso.
 Petrini (2003) afirma que à medida que a família encontra dificuldades para cumprir satisfatoriamente suas tarefas básicas de socialização e de amparo/serviços aos seus membros, criam-se situações de vulnerabilidade. A vida familiar para ser efetiva e eficaz depende de condições para sua sustentação e manutenção de seus vínculos. 
Na maioria das vezes o processo de intervenção com as famílias é efetivado apenas no âmbito do atendimento direto, não sendo vislumbradas outras possibilidades de trabalhar com as famílias. Desta forma, para uma intervenção social crítica o Assistente Social desenvolve metodologia de trabalho com as famílias por meio do aprimoramento técnico, habilidades e saberes que expressam um reconhecimento social do trabalho profissional.
2.1 O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL: A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS 
SOCIAIS 
 No Brasil o Serviço Social ocorre na década de 30, diretamente ligado a Igreja Católica. O país passava por uma fase conturbada, momento em que a burguesia não dava conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, pois a mesma reivindicava melhores condições de trabalho e justiça social. Diante desta situação a classe dominante decidida em manter os seus interesses de exploração da força de trabalho, e aliada com o Estado juntaram forças no intuito de conter a classe operária, mantendo a “harmonia socia.
 A igreja entra em cena e passa a oferecer formação para as moças de famílias tradicionais com o objetivo de exercer ações sociais. Cria-se então o Curso Intensivo de Serviço Social para moças. A década de 30 representa um período de intensas mudanças, principalmente pela intensificação do processo de industrialização.
 A intervenção profissional dos assistentes sociais, inicialmente, atrela-se, ao trabalhador e sua família (IAMAMOTO; CARVALHO,1983).
Ao longo das décadas de 40 e 50 o Serviço Social recebeu forte influência da corrente positivista norte-americana. Nesse período o “Serviço Social de caso”, o Serviço Social de Grupo” e o “Serviço Social de Comunidade” marcaram o Brasil, onde eram realizadas abordagens individuaise com grupo buscando o desenvolvimento da comunidade. Na década de 60 e 70 tem início o movimento de reconceituação da profissão, onde busca-se alterar o modo tradicionalista da profissão. Cabe lembrar que na década de 70, ocorre uma grande mobilização social contra a ditadura militar e a favor da cidadania. 
A centralidade da família na provisão da proteção social, no entanto, foi questionada entre as décadas de 70 e 80 por uma concepção crítica de família mobilizada principalmente pelo Movimento Feminista que culminou com algumas mudanças na legislação especialmente na Constituição Federal de 1988. Essas mudanças introduziram a perspectiva do dever do Estado em relação a proteção social, através da garantia de direitos universais a todos os cidadãos independentes de vínculos de trabalho e da família, como foi a proposta da Seguridade Social ao tentar integrar as políticas sociais de previdência social, saúde e assistência social (MIOTO, 2014). 
Em 1979 em São Paulo ocorreu o Congresso da Virada, um marco para o Serviço Social, onde ouve a ruptura com o conservadorismo passando a alcançar setores subalternos da sociedade, nos movimentos sindicalistas onde adquiriu uma característica mais de “esquerda” e a fazer parte das Ciências Sociais. A partir daí passou a gestar e a executar as políticas públicas, além do aumento das áreas de pesquisa.
Mesmo o contexto de mudança legal, proporcionado pela Constituição Federal de 1988, não aliviou a tensão no encaminhamento da garantia dos direitos sociais, dadas as mudanças substantivas que propunha. Segundo Mioto (2014, p.5) “a incorporação da família é elucidada nesse aspecto no campo da política social, sua função protetiva não aparece de forma explícita, mas na reafirmação da obrigatoriedade da solidariedade familiar. 
Na década de 90 e início dos anos 2000, a incorporação da família como instância de proteção social e suporte para a política social é reforçada através projeto neoliberal com característica de uma concepção conservadora.
2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A constituição de 1988 é atual Carta Magna do Brasil. Ela é a sétima constituição do nosso país, sendo esta a responsável por consolidar a transição de um regime autoritário “Ditadura Militar” que ocorreu de 1964 a 1985 para um regime democrático chamado de Nova República que iniciou-se em meados de 1985 até os dias atuais. Foi elaborada pela Assembleia Constituinte de 559 parlamentares de diversos partidos políticos, reestabeleceu a inviolabilidade de direitos e liberdades básicas além de instituir preceitos como, a igualdade de gêneros, a proibição da tortura, criminalizou o racismo e definiu para todos de forma igualitária o acesso a saúde, trabalho e educação.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 12 maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010).
Embora tenha um dos textos mais completos do mundo em termos de garantias individuais, ela até hoje recebe críticas pela diferença entre sua teoria e a realidade brasileira, mesmo assim recebeu o apelido de “Constituição Cidadã”. Esta Carta ampliou os direitos trabalhistas das constituições de 1946 e 1967, reduzindo a jornada semanal de 48 para 44 horas, restituiu o direito de greve, liberdade de associação sindical, décimo terceiro salário para os aposentados e o seguro desemprego.
Os direitos fundamentais integram-se num complexo coerente da Constituição, não havendo possibilidade de separá-los, além disto os direitos individuais contidos no art. 5º estão repletos de dimensão social. 
Nessa perspectiva, conforme os ensinamentos de Sarlet (2001), os direitos fundamentais são os direitos do homem reconhecidos e positivados por uma Constituição, em âmbito nacional. Os direitos humanos, por sua vez, se referem aos direitos do homem em caráter universal, analisado sob o prisma internacional, isto é, os direitos humanos são assim entendidos em qualquer país/nação, independentemente de uma Constituição. 
Com relação às contrariedades da Constituição de 1967, ela restituiu a manifestação de pensamento (vedado o anonimato) e a liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação (censura), além do direito do habeas data, que permite ao cidadão qualquer dado a seu respeito em arquivos do governo. Quanto às eleições voltaram a ser direta e universais, sem distinção de classe ou gênero, porém obrigatórias aos maiores de 18 anos e facultativa aos analfabetos.
2.3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) E O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
Foi através da CF de 1988, que houve o reconhecimento dos direitos humanos sociais como um avanço significativo. Pela primeira vez o homem brasileiro passa a ser tratada como cidadão, como pessoa possuidora de direitos, dentre estes estava o direito da Seguridade Social. 
A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento as necessidades básicas. (BRASIL, Lei nº 8.742, 1993). 
A PNAS é um documento normatizador das ações de assistência social, Resolução nº145 de 15/10/2004, promove a defesa e atenção aos interesses e necessidades ás pessoas em situação de vulnerabilidade/ risco social. Foi criada a fim de integrar as demais políticas sociais, efetivando assim, a garantia dos mínimos sociais. A mesma, tem como órgão gestor, a nível nacional o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
O SUAS é o resultado do acordo federativo entre as instâncias do governo (federal, estadual e municipal) com o intuito de promover a descentralização da gestão no que se refere ao financiamento e monitoramento dos serviços socioassistenciais. Tendo como partida para sua implementação a Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), que foi aprovada pelo CNAS através da Resolução nº130 de 15/10/2005. Tendo como característica principal a organizações de ações classificadas em níveis de complexidade, considerando os fatores territoriais e regionais. 
2.4 LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS)
O benefício trazido pela LOAS em busca da efetivação do Princípio da Dignidade Humana para as pessoas que dela necessitam foi alcançado por meio da CF de 1988 e está diretamente ligado a efetivação dos direitos sociais, pois através desta o segurado pela lei resguarda um mínimo de dignidade para as pessoas em situação de miserabilidade e aquelas que não tiveram a oportunidade de inserção na sociedade, ficando, portanto, a sua margem. O ponto de partida para a criação da lei 8.742/93 foi a positivação dos artigos 203 e 204 da CF de 1988 através da norma supracitada em sua íntegra proporcionou a elaboração das políticas públicas e institucionais em favor das classes menos favorecidas e que habitam no seio de nossa sociedade. “São aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade” (MORAES, 2003, p.41)
 É valido lembrar, que o Estado, considerando as disposições Constitucionais deveria assegurar as pessoas uma vida digna, não o faz, fato que torna banal o Princípio da Dignidade Humana, atingindo as pessoas impossibilitadas de auferir seu próprio sustendo e que necessitam de amparo estatal. 
2.5 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
O Código de Ética baliza as ações da categoria profissional e das entidades representativas do Serviço Social. Por meio dele estão garantidos os deveres profissionais e a fundamentação do exercício profissional. Além disso é instrumento de luta contra ondas conservadoras e reacionárias, pois em seu Projeto ético-político profissional tem como horizonte uma sociedade emancipada, livre de qualquer exploração. O Código deética é datado do dia 13/03/1993 estando ao lado da categoria há mais de 25 anos, sendo assim uma conquista valorosa. Ele é instrumento que se mostra atual, pois demonstra inquietação e inconformismo diante de qualquer injustiça, violência e discriminação. Para isto, será repassado ao leitor alguns tópicos expressos através do Art. 5º que enfatiza sobre os deveres do assistente social nas suas relações com usuários/as:
a- Contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais;
b- Garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, resguardados os princípios deste Código;
c- Democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos/as usuários/as;
d- Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas com usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses;
e- Informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados obtidos; 
f- Fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo profissional; 
g- Contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. (Código de Ética do Assistente Social, 1993)
2.6 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇO SOCIOASSISTENCIAL
Para falarmos da tipificação devemos ter em mente que assim como para cada trabalhador em sua específica área deve cumprir tarefas e que para tais o mesmo deve estar ciente dos possíveis efeitos que as mesmas trarão como resultado efetivo, assim para o Serviço Social os seus profissionais também estão sujeitos a possíveis normatizações que farão com que o resultado de seu trabalho, o seu desenvolvimento e sua possível efetivação obedeçam critérios já condicionados ao longo da história resultando assim na Tipificação Nacional vigente. Para esclarecer a tipificação basicamente é o protocolo de gestão integrado aos serviços, benefícios e transferência de renda que estão vinculados aos serviços socioassistenciais. 
Para pensar a questão social e a elaboração de políticas sociais na América Latina, em especial no Brasil, deve-se levar em consideração a realidade desses países periféricos e dependentes e a superexploração dos trabalhadores. Para tanto “o conceito de dependência é central na elaboração de políticas sociais como também na interpretação de qualquer aspecto da vida social que se pretenda concreto relativamente às condições de vida dos povos latino-americanos” (PAIVA, 2006, p.167). 
A tipificação Nacional foi construída através da condicionante história da política de assistência social do Brasil, levando em conta a cultura política baseada no modelo tradicional conservador, da legislação que regula modelos de intervenção na área (filantrópico/assistencialista e da política pública). No processo de construção da tipificação foi realizado o levantamento de nomenclaturas utilizadas por municípios, estados e outros países; a identificação das denominações, público-alvo, objetivos e serviços existentes na área ; construção de conceitos que embasam a classificação, tipificação e descrição dos serviços e da elaboração descritiva de serviços específicos por eixo de proteção social. Diante do exposto : A Resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) tipifica os Serviços Socioassistenciais disponíveis no Brasil organizando-os por nível de complexidade do Sistema Único de Assistência Social: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade.
2.7 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIAL SOCIAL (CRAS)
O CRAS é o Centro de Referência de Assistência Social criado para atender a população em situação de risco ou vulnerabilidade social. Tem por objetivo levar às famílias os serviços ofertados pela Política de Assistência Social. Ele funciona como uma Unidade Básica do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, que é responsável por todos os Programas e Projetos Sociais desenvolvidos pelo Governo federal, Estadual e Municipal.
O CRAS é a porta de entrada para o Serviço de Proteção Social de Famílias e indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social, causada pela privação ou fragilização de vínculos afetivos, de relacionamento familiar ou comunitário. As pessoas encontram no CRAS suas necessidades e potencialidades identificadas e são encaminhadas para a rede de serviços socioassistenciais como os serviços de educação, saúde obtenção de documentos e outros.
No CRAS tem-se uma equipe técnica básica formada por coordenação, assistente social, psicólogo e pedagogos os quais trabalham com famílias visando o fortalecimento de vínculos familiar e comunitário. FIGURA I - Foto do CRAS – Cristo Redentor (local foi realizado o estágio curricular obrigatório).
 Dentro desta perspectiva tem-se o Programa PAIF, que é responsável pela execução principal do programa de Proteção Social Básica. Este programa desenvolve ações e serviços básicos continuados para as famílias em situação de vulnerabilidade social, tendo como foco a oferta de serviços, bem como o fortalecimento de vínculos familiares ou comunitários e o caráter preventivo de situações de risco dentro do território de sua abrangência.
 Cabe informar que para garantir os direitos de convivência familiar e comunitária é disponibilizado apoio e orientação, além de benefícios sociais, programas de transferência de renda como o Bolsa Família, o Renda Mínima, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Programa de capacitação ao Trabalho. Estas ações são todas realizadas por meio do trabalho do Assistente Social. 
O profissional se coloca frente com as expressões sociais, não é algo distante e abrangente, mas essencialmente muito próximo e específico, pois os usuários do serviço social são aquelas pessoas e grupos que se encontram em, situações de vulnerabilidade e/ou risco social, desprovido essencialmente de uma vida digna (2015, p. 208). Figura II: Reunião Renda Mínima no CRAS-Cristo Redentor.
2.8 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA (PAIF)
O Programa de Atenção Integral à Família é de Proteção Básica, do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, que tem como objetivo prevenir situações de risco social, garantir direitos e superação das situações de vulnerabilidade social vivenciadas pelos usuários. O PAIF foi criado em 18 de abril de 2004, segundo portaria nº 78, pelo Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome – MDS. Em 2005 depois de passar por um processo de modificações é instituído no Sistema Único de Assistência Social – SUAS, como participativo e descentralizado da Política Pública da Assistência Social.
 Suas ações se solidificam com o trabalho social desenvolvido com as famílias que estão cadastradas ao PAIF tendo como objetivos, fortalecer a função protetiva da família, contribuindo com a qualidade de vida e prevenir ruptura de vínculos familiares e comunitários, promover aquisições sociais, materiais, potencializando a autonomia da família, promover o acesso à benefícios e programas, contribuindo com a rede de proteção social. O atendimento familiar é um procedimento de inclusão nas ações desenvolvidas pela equipe técnica do PAIF, como as oficinas com as famílias, ações comunitárias e encaminhamentos, ofertando alguma ação do serviço para a família ou para algum de seus membros.
Diante desta demanda, o profissional do Serviço Social para atuar na ´Política de Assistência social deve afastar-se das abordagens tradicionais, funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas conservadoras e que tratam as situações sociais como problemaspessoais que devem ser resolvidas individualmente. Para tal, os assistentes sociais devem atuar como articuladores e mediadores dos interesses das classes vulneráveis por intermédio do Estado para atender e responder de maneira efetiva as condições essenciais para o exercício da cidadania.
 Nesse sentido, há grandes desafios para trabalho no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) desenvolvido pelos Centros de Referências de Assistência Social (CRAS) para a contribuição do enfrentamento das vulnerabilidades que remetem ao entendimento de que é necessária uma maior compreensão das relações sociais, bem como as relações familiares, a fim de visualizar as situações concretas de sobrevivência da família no território onde vive e sua inserção no mundo contemporâneo. O trabalho do PAIF deve se pautar na escuta e nos laços de afetividade da família que pode expor sua própria história, seus hábitos, costumes, seus pontos de vulnerabilidades e construir, em conjunto com os assistentes sociais, alternativas de transformação da realidade. 
O Serviço Social se concretiza de forma propositiva em suas diversas atividades visando estabelecer ou restabelecer aos usuários à condição de sujeitos de direitos, configurando-se como uma importante função para a consolidação da cidadania. A atuação do CRAS no território de abrangência é de grande relevância para a garantia de direitos sociais e deve estar vinculada à participação social enquanto hábitos na concepção de Bourdieu, rompendo com a cultura de uma política assistencialista, em prol da construção efetiva da democracia de direitos do cidadão.
[...]Prevenir situações de risco através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (Brasil, 2004).
2.9 PROGRAMA DE GARANTIA DE RENDA MÍNIMA FAMILIAR (PGRMF)
O Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima Municipal, é um programa de transferência de renda que garante a melhoria das condições de vida do grupo familiar por meio da concessão de benefício financeiro.
Tem por objetivo promover o acesso do grupo familiar à rede socioassistencial do Município, estimular a frequência escolar e fortalecer os vínculos familiares e a convivência comunitária. A família, para ser inserida nesse programa, deve ter renda per capta de R$ 85,00 até R$ 170,00 por pessoa, ter filhos ou dependentes em idade escolar (6 a 15 anos) matriculados na escola e comprovar residência, para os casos da comprovação da situação de pobreza e para os casos de extrema pobreza a renda de até R$ 85,00 por pessoa. O atendimento para de cadastramento de famílias é realizada nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS) e Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Para a permanência da família no programa é necessário manter a matrícula e frequência escolar mensal mínima de 85% para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos; e manter atualizada a carteira de vacinação das crianças menores de sete anos de idade. O benefício é concedido às famílias que se encontram em situação de alta vulnerabilidade social cadastradas no Banco de Dados do Cidadão (BDC). Este benefício constitui um apoio financeiro temporário e será concedido pelo prazo de até 24 (vinte e quatro) meses, prorrogáveis mediante cadastro atualizado e a família estar no perfil do programa. 
 Figura III – Apresentação do Tema na Reunião do Renda Mínima.
Figura IV – Participantes da Reunião Renda Mínima (encerramento)
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL. 
       No Brasil quando iniciou-se o processo de industrialização intensa e urbanização no país, como parte das estratégias do estado, para atender as demandas da questão social, surge também a emergência da profissão que está relacionada a articulação dos poderes dominantes (burguesia industrial, Igreja Católica e o Estado Varguista) da época, com o objetivo de controlar as insatisfações e pauperismo populares, advindos da relação capital x trabalho.
            Em 1942, foi criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA) que servia de órgão colaborador junto ao Estado, para cuidar dos serviços de Assistência Social. Ainda em 1942 foi instituído o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e em 1943 foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No decorrer da década de 1940, as tendências positivistas e sociais ganharam cada vez mais força, mas a partir de 1955, o social passa a ser mínimo, o capital máximo, com a busca de uma expansão econômica desenvolvimentista, que tem como proposta um crescimento econômico acelerado para atingir a prosperidade para acompanhar as grandes potências mundiais.
       Em 1946, foram fundados mais dois importantes órgãos para atendimento dos trabalhadores: o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC).
.           Neste mesmo ano, também foi criada a ABESS, então denominada Associação Brasileira de Escola de Serviço Social e uma década após a instalação do primeiro curso de serviço no Brasil, a Escola de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.  Na década de 1960, acontece a expansão da profissão do assistente social. Essa época é a renovação do serviço social, época em que grandes mudanças ocorrem na vida social, econômica, política e cultural brasileira. Busca-se uma reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O serviço social passa a estabelecer uma interlocução com as ciências sociais e se aproxima dos movimentos de esquerda.
 Assim procurou-se a fundamentação histórica do surgimento do Serviço Social no Brasil, porém a Assistência Social passou a vigorar a partir de 1988 com a Constituição Federal, regulamentada pela lei nº 8742 de 7 de dezembro de 1993. Outras regulamentações surgem após a Constituição, como a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, o Estatuto da Criança e Adolescente - ECA, Sistema Único de Assistência Social – SUAS, e a Norma Operacional Básica da Assistência Social- NOB.
 Com o passar do tempo, a profissão foi se estruturando, chegando hoje a uma profissão dotada de um conjunto de ferramentas do tipo teórico-metodológico e ético–político. Atualmente, o serviço social se tornou uma profissão interventiva que busca principalmente a garantia e o acesso às camadas populares trabalhadoras. O curso superior de serviço social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a lei nº 3252, juntamente com o Decreto 994, de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. O Conselho federal de Serviço social - CFESS e os respectivos conselhos regionais é quem regulamenta a profissão no Brasil. 
3.1 A QUESTÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL
 A desigualdade social é um problema social presente por todos os países no mundo. Ocorre, pela má distribuição de renda e da falta de investimento na área social, como educação e saúde. Desta maneira, a maioria da população fica a mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.
 Inúmeras são as causas que aumentam a distância entre ricos e pobres. As mais comuns estão: má distribuição de renda, má administração dos recursos, falta de investimento nas áreas sociais, culturais, saúde, educação, falta de oportunidades de trabalho e finalmente a corrupção. Em suma se um país não consegue atender as necessidades básicas de grande parte de seus cidadãos, tampouco irá prosperar de forma equilibrada.
3.2 CONCEITO DE FAMÍLIA (TENTATIVA CONCEITUAL)
 A família é a baseda sociedade. De acordo com Gagliano (2014, p. 45), “a família é um fato social, que produz efeitos jurídicos”. Sua importância é tão reconhecida que a própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, a estabelece como “base da sociedade”, que tem especial proteção do Estado. Por ser colocada como fundamento de toda sociedade, existe grande dificuldade em conceituar o instituto familiar, tendo em vista que a legislação brasileira não definiu expressamente. Desta forma ressalta que não se trata de um conceito fechado e assim sofre modificações ao longo do tempo, para acompanhar as mudanças da sociedade. 
 Seguindo este pensamento, Dias (2013) afirma que a família dispõe de várias formatações, e tal qual o direito das famílias precisa ter espectro cada vez mais abrangente.” Assim, difícil sua definição sem cair num vício de lógica”. (DIAS, 2013, p. 33, grifo do autor). Por causa da grande dificuldade conceitual percebe-se a relevância do cuidado intelectual ao tratar este tema, justamente pelo fato de que a família como organismo social, que cumpre uma função social, evolui e muda com o passar do tempo, não sendo possível, considerar absoluta nenhuma definição nesta busca. Conforme ensina Gagliano (2014):
O conceito de família reveste-se de alta significação psicológica, jurídica e social, impondo-nos em cuidado redobrado em sua delimitação teórica, a fim de não corrermos o risco de cair no lugar-comum da retórica vazia ou do exacerbado tecnicismo desprovido de aplicabilidade prática. (GAGLIANO 2014, p.38) 
 3.3 PRINCÍPOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO DE FAMÍLIA
 Neste momento é necessário esclarecer basicamente a ideia de princípio, para a partir deste entendimento definir o Princípio da Dignidade humana, por ser este o princípio necessário para tratar todos os fatos relacionados ao meio familiar pois neste meio temos que tratar todas as relações de afeto possíveis e inimagináveis.
 Humberto Ávila afirma que "a diferença [entre regras e princípios] não está no fato de que as regras devem ser aplicadas 'no todo' e os princípios só na 'máxima medida”. Os princípios que fundamentam todas as estruturas de um sistema. De acordo com Castro e Lazzari (2007, p. 95), “as regras ordinárias devem estar embebecidas destes princípios, sob pena de se tornarem letra morta, ou serem banidas do ordenamento”. 
 Resta dizer que alguns princípios são gerais e outros específicos ao Direito da Família, porém todos têm extrema importância, devido a temática deste TCC e assim será abordado o princípio que serve de base e tutela as regras da família na atual sociedade, com maior ênfase, o Princípio da Dignidade Humana a seguir.
3.4 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA
 O Princípio da Dignidade Humana, é aquele aplicado as relações de afeto. É o” princípio maior, fundante do Estado Democrático de Direito, sendo afirmado já no primeiro artigo da Constituição Federal”, conforme DIAS (2011, p. 65). 
 De fato, a Carta Magna em seu artigo 1º, inciso III consagrou o princípio da dignidade humana, in verbis: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento:
[...]
III – a dignidade humana. (BRASIL, 1988). 
 Desta forma, é impossível pensar em direitos separados do conceito de dignidade humana. O referido princípio encontra-se intimamente ligado ao constitucionalismo contemporâneo que alterou a forma de pensar do sistema jurídico, e com isso a dignidade humana passa a ser o início e o fim do direito, conforme se posiciona (MORAES, 2003, p.68):
Dignidade é o pressuposto da ideia de justiça humana, porque ela é que dita a condição do homem como ser de razão e sentimento. Por isso é que a dignidade humana independe de merecimento pessoal ou social. Não se há de ser mister ter de fazer por merecê-la, pois ela é inerente à vida e, nessa contingência, é um direito pré-estatal. 
 Deste modo, pode-se observar que o princípio da dignidade humana é violado por todo o ato, conduta ou atitude que compare a pessoa a algo disponível ou a um objeto.
4. AS DIVERSAS FORMAS FAMILIARES ATÉ O SÉCULO XIX
 Ao longo do tempo pode-se observar mudanças substanciais no meio familiar. No entanto será feito um breve retrospecto com relação as formas familiares que outrora existiram, com o intuito de trazer neste trabalho informações que possam demonstrar como ocorreu estas mudanças e referenciar os modelos primitivos familiares pelos quais a humanidade já experimentou. A evolução da família desde os tempos pré-históricos consiste em uma constante redução do círculo onde prevalece a comunidade conjugal entre os sexos, tendo em vista que este círculo originalmente alcançava tribos inteiras, e neste momento refiro-me as tribos existentes antes ainda da idade média. Seguindo assim tal pensamento, a seguir os modelos de famílias que já existiram nas Américas, Roma, Grécia, Austrália entre outros.
4.1 FAMÍLIA COSANGUINEA 
 Nesta forma de família, os ascendentes e descendentes, os pais e filhos (homens) estão excluídos dos direitos e deveres do matrimônio. Irmãos e irmãs, primos e primas, em primeiro grau, segundo e restantes graus, são todos, entre si, irmãos e irmãs, e assim maridos e mulheres uns dos outros. O vínculo de irmão e irmã pressupõe, por si, nesse período, a relação carnal mútua. O exemplo mais claro de tal família seria os descendentes de um casal, em cada uma das gerações sucessivas todos fossem irmãos e irmãs e, por isso mesmo, maridos e mulheres uns dos outros.
 O sistema de parentesco Havaiano, ainda vigente em toda a Polinésia obriga-nos a lembrar desta forma de familiar, pois expressa graus de parentesco que só poderiam existir a partir desta forma familiar. Em suma a família consanguínea desapareceu, deixando na história seu marco de um estado primitivo de promiscuidade sexual.
4.2 FAMÍLIA PUNALUANA
 Nesta forma de família houve um breve progresso que foi a exclusão dos irmãos das obrigações matrimoniais, ou seja, já não podem casar-se entre si, porém um processo difícil, dada a igualdade das idades dos participantes deste grupo, sendo assim foi ocorrendo aos poucos e provavelmente pela exclusão dos irmãos uterinos os quais sejam, irmãos por parte de mãe, no início em casos isolados e posteriormente de forma gradativa como regra geral. Cabe lembrar que especificamente no Havaí ainda havia exceções no presente século e que se encontrou indícios da presença deste tipo de formação também na Austrália, Grécia e Roma. Neste período percebe-se que as famílias passam a formar grupos de irmãs e grupos de irmãos e assim estes grupos misturam-se com outros grupos de irmãs ou irmãos, oriundos de outras famílias para então formarem o matrimônio, e assim evitar o casamento entre irmãos da mesma família. 
4.3 FAMÍLIA SINDIÁSMICA 
 Esta fase demostra que a proibição do matrimônio entre parentes dificultando assim o matrimônio em grupos, este período então dá espaço para que a família sindiásmica substitua o modelo anterior. Para compreensão do leitor este novo modelo de formação familiar se configura de forma que o homem vive com uma mulher, mas lhe é permitido o matrimônio com várias esposas, sendo assim lhe é oportunizado o direito a poligamia e a infidelidade ocasional. Cabe informar que o vínculo conjugal dissolve-se com facilidade por uma ou por outra parte, e depois como já era anteriormente, os filhos pertencem exclusivamente a mãe.
 Este período também é tipicamente conhecido como o período das formações dos “haréns” e que muito ocorreu principalmente no oriente médio e que ainda estão presentes no século XXI como o Marrocos, países africanos (que tem como oficial a religião muçulmana), totalizando na atualidade cerca de 50 países, incluindo Israel. 
4.4 FAMÍLIA MONOGÂMICA
 Esta formação nasce, por conseguinte dafamília sindiásmica. Baseia-se no homem; sua finalidade expressa é a de procriar filhos e que a paternidade seja indiscutida. Este modelo diferencia-se da sindiásmica por sua solidez dos laços conjugais que não podem ser rompidos pela mulher. Neste modelo só o homem pode romper os laços e repudiar sua mulher. Ao homem se concede o direito a infidelidade conjugal desde que não traga a concubina ao domicílio conjugal.
4.5 CASAMENTO
 O casamento civil no Brasil surgiu com a República, com o chefe de Governo Provisório Marechal Deodoro da Fonseca. Foi no dia 24 de janeiro de 1890 quando entrou em vigor o decreto 181. Dada a referência inicial do casamento e de quão antigo o mesmo encontra-se em nossa sociedade, pode-se perceber que este por muito tempo foi consagrado como o único instituto fundante das famílias.
 Para Pontes de Miranda (2001), o casamento pode ser definido como sendo o contrato de direito da família que regula a união entre marido e mulher. Nas suas palavras “a regulamentação social do instituto de reprodução”. (PONTES DE MIRANDA, 2001, p.85). 
 Importa salientar, o casamento não é a única forma de constituição de família, apenas uma modalidade, formada pela união formal, solene, entre pessoas que se envolvem afetivamente, estabelecendo uma comunhão de vida. Baseado neste fato estarei demonstrando neste trabalho as novas formas de configurações familiares que encontraram espaço em nossa sociedade e que foram reconhecidas com seus direitos através da constituição atual, tendo como ponto de partida o divórcio, que foi o instrumento que propiciou estes novos “arranjos de família”.
5 FORMAS FAMILIARES “ARRANJOS DA CONTEMPORANEIDADE “
 A Lei do Divórcio permitiu à homens e mulheres o direito de voltar a casar no civil para constituir famílias legítimas aos olhos da lei. Mas a aprovação desse instrumento, não foi nada fácil, embora tenha este tenha sido um marco na história do direito de família. O Brasil acabou sendo um dos últimos países a instituir o divórcio. As Nações Unidas, na época era integrada por 133 Estados, mas apenas outros 5 além do Brasil não o permitiam. 
 Durante décadas, tal questão havia dividido a população e o Congresso. A liberação do divórcio sofria forte oposição da Igreja Católica e de setores conservadores da sociedade, que lutavam para manter o preceito constitucional — inserido na Carta Magna de 1934 e mantido nas constituições seguintes — de que o casamento era indissolúvel. Assim segue o relato a cerca deste, porém busco enfatizar o divórcio pois este abriu precedentes para as atuais configurações familiares que encontramos em nossa sociedade atual.
5.1 FAMÍLIA MATRIMONIAL/ TRADICIONAL/MONOPARENTAL
 Esta família é aquela formada pelo casamento. É a família formal, oriunda do casamento civil.
 De acordo com os ensinamentos de Dias (2013, p. 43, grifos do autor):
O estado solenizou o casamento como uma instituição e o regulamentou exaustivamente. Os vínculos interpessoais passaram a necessitar da chancela estatal. É o Estado que celebra o matrimônio mediante o atendimento de inúmeras formalidades. Reproduziu o legislador civil de 1916 o perfil da família então existente: matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, patrimonializada e heterossexual. Só era reconhecida a família constituída pelo casamento [...]. A finalidade essencial da família era a conservação do patrimônio, precisando gerar filhos como força de trabalho. Como era fundamental a capacidade procriativa, claro que as famílias necessitavam ser constituídas por um par heterossexual e fértil. (DIAS, 2013, p. 43).
5.2 DIVÓRCIO
 Em 26 Dezembro de 1977 após o feriado de Natal, foi sancionada a lei que instituiu o divórcio no País. Resultado de uma emenda constitucional proposta pelo Senado, a Lei do Divórcio (Lei 6.515/1977) iniciou uma profunda mudança social no Brasil. O casamento era indissolúvel, até então. Assim, aos maridos e esposas infelizes só restava o desquite — o que findava a sociedade conjugal, com a separação de corpos e de bens, mas não extinguia o vínculo matrimonial.
 O desquite foi instituído no ano de 1942, a partir do artigo 315, da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 (Código Civil de 1916). Este era uma modalidade de separação do casal e de seus bens materiais, sem romper o vínculo conjugal, o que impedia novos casamentos.
 Desta forma o desquite rompia com a sociedade conjugal, pondo fim aos deveres de coabitação e de fidelidade recíproca e ao regime de bens, mas mantinha o vínculo do matrimônio. Resta-nos informar sobre o termo desquite, significava não quites, em débito para com a sociedade, isso nos remete ao rompimento conjugal em uma época na qual o casamento era perpétuo e indissolúvel (Brasil, 1916; Dias, 2010; Gomes, 2012)
 Assim, pessoas desquitadas não podiam se casar novamente. Quando voltavam a se unir a alguém, a união não tinha respaldo legal. E os filhos eram considerados ilegítimos, como se gerados em relacionamentos extraconjugais. Além de não terem amparo da legislação, esses casais — que viviam “em concubinato”, segundo o termo jurídico — sofriam preconceito, em especial as mulheres.
5.3 UNIÃO ESTÁVEL
 A união estável é prevista no § 3º, artigo 226, da Constituição Federal de 1988, recebendo regulamentação infraconstitucional pelas Leis n. 9.278 de 1996 e n. 8.971, bem como artigos próprios no Código Civil 2002.
 Porém é na Lei 10.406, de janeiro de 2002, o código Civil vigente, a união estável é definida nas seguintes palavras: art.1.723, “É reconhecida como entidade familiar a união entre o homem e mulher, configurada na convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Diante do exposto, definir união estável não é algo tão simples, até porque nos dias de hoje não é nada simples definir o conceito de família nos dias de hoje. 
 De acordo com os ensinamentos de Pereira (2005, p. 221), o “delineamento do conceito de união estável deve ser feito buscando os elementos caracterizadores de um núcleo familiar”.” É preciso saber se daquela relação nasceu uma entidade familiar”.
 Partindo deste princípio é que se pode analisar o caso de união estável, como por exemplo existem pessoas que estão juntas através de uma relação por cerca de 30 anos, mas esta relação configure apenas um namoro; em contrapartida existem relacionamentos que duram cerca de 2 anos e que configuram como uma união estável, embora não tenha sido feito um contrato registrado em cartório. Sendo assim, o tempo de duração dos relacionamentos não serve para definir a união estável. 
 Embora falte algum elemento, não significa que esteja descaracterizada a união estável. Inclusive, pode-se dizer que houve uma evolução legislativa com o art.1.723, do Código Civil de 2002, tendo em vista que o artigo eliminou dois elementos que acabavam cometendo injustiças: o primeiro refere-se a questão temporal, a delimitação de um tempo rígido para caracterização da união estável, como fazia a Lei 8.971/94.
 O segundo elemento, no entendimento de Pereira (2005), foi a compreensão de que as pessoas que mantiveram seu estado civil de casadas, mas estando separadas de fato, poderão constituir união estável. 
5. 4 FAMÍLIA MULTIPARENTAL /RECONSTITUÍDA /SOCIOAFETIVA 
 Estas são famílias constituídas posteriormente após o rompimento de relações afetivas anteriores, sendo assim reconstituídas, recompostas. Dias (2013, p. 55-56) ensina que o arranjo familiar caracteriza-se como sendo:
[...] estrutura familiar originada do matrimônio ou união de fato de um casal, no qual um ou ambos de seus integrantes têm filhos provenientes de um casamento ou relação prévia. Aliás, a ausência de um nome, por sí só, mostra a resistência que ainda existe em aceitar essas novas estruturas de convívio. (DIAS, 2013, p.55-56).
 Segundo Dias (2013, p. 56),as características destas famílias são “uma estrutura complexa decorrente da multiplicidade de vínculos, ambiguidade das funções dos casais e forte grau de interdependência. A administração de interesses visando equilíbrio assume relevo indispensável à estabilidade das famílias”
5.5 FAMÍLIA EXTENSA 
 Este conceito encontra-se no artigo 25, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n. 8069, de 13 de julho de 1991, que diz: “Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes”.
 No mesmo sentido, dispõe o artigo 19 do referido diploma legal: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta. Desta forma fica claro que família extensa é aquela que participa da descendência sanguínea próximos ou não, porém com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
5.6 FAMÍLIA SUBSTITUTA 
 É a família que passa a substituir a família biológica de uma criança/adolescente, quando esta não pode, não consegue ou não quer cuidar desta criança. A família substituta pode ocupar o papel da família biológica de forma efetiva e permanente, como na adoção, ou de forma eventual, transitória e não definitiva, como na guarda e na tutela. A família substituta pode ser constituída por qualquer pessoa maior de 18 anos, de qualquer estado civil, e não precisa obrigatoriamente ter parentesco com a criança. 
Art. 28 - A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei [...]. (BRASIL, 1990).
5.7 FAMÍLIA HOMOAFETIVA	
 Neste momento, serão apresentadas algumas questões históricas sobre a união homoafetiva as quais são importantes para que se possa compreender toda a trajetória que resultou nesta formação familiar atual. Etimologicamente, a palavra homossexualidade é um termo híbrido, pois é formada pela união dos radicais: grego e latino, sendo respectivamente homos (igual) + sexus (sexo) cujo significado é atração sexual por pessoa do mesmo sexo.
 Segundo Costa (1992) a palavra homossexualidade adquiriu sentido pejorativo ao longo do tempo, pois se relacionava à doença ou desvio. Ao ser concebida como doença, a homossexualidade foi inserida no rol de doenças médicas e, posteriormente, foi excluída da lista pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, a homossexualidade não é vista como doença ou distúrbio, pois se trata de uma forma natural de expressão da sexualidade. 
 Costa (1992) sugere o termo homoerotismo por descrever os desejos dos homoeróticos em sua pluralidade. Na mesma linha de pensamento, Dias (2007:11) afirma que o exercício da sexualidade não distingue vínculos afetivos. Para este “a identidade ou diversidade do sexo do par gera espécies diversas de relacionamento”. 
 Com relação às origens históricas da união homoafetiva, é importante lembrar que as crenças de uma sociedade variam conforme a época. 
 Segundo Rodrigues (2004) havia, no Império Romano, inúmeros casos de homossexualidade, envolvendo tanto imperadores quanto cidadãos comuns. Dentre os imperadores, podemos mencionar: Júlio César, Tibério, Calígula, Nero, Adriano, dentre outros. Assim pode-se concluir que a união entre pessoas do mesmo sexo era tratada com total naturalidade. Caminhando nesse sentido, e chegando aos dias atuais, é importante falar que em nosso ordenamento jurídico, não há ainda regulamentação específica quanto às uniões homoafetivas, porém em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que casais do mesmo sexo têm o direito legal a essas uniões e estabeleceu uma base jurídica para uma futura legislação sobre os direitos matrimoniais das uniões de mesmo sexo. No dia 14 de maio de 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução que obriga todos os cartórios do país a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
 Contudo, não há que se falar em exclusão da proteção jurídica para as relações entre pessoas do mesmo sexo. Assim, em um caso concreto, não se pode fazer uma interpretação isolada, mas deve-se levar em conta pelo ordenamento jurídico os princípios que consagram a igualdade, a liberdade, a dignidade da pessoa humana, a afetividade, a solidariedade familiar, a proteção às crianças, adolescentes e idosos.
 Importante ainda ressaltar que, nesse contexto, o STF – Supremo Tribunal Federal, manifestou-se acerca do reconhecimento como entidade familiar as uniões homoafetivas. E sendo assim, as uniões homoafetivas são consideradas como famílias atuais, uma vez que há um vínculo de afeto e amor entre duas pessoas as quais mantém uma relação duradoura, pública e contínua como se casados fossem, formando assim, um núcleo familiar, independentemente do sexo a que pertençam.  Devendo, pois, essas famílias serem amparadas por leis que garantam os seus direitos.
5.8 FAMÍLIA POLIAFETIVA 
 Esta talvez ainda seja uma forma de arranjo familiar que ainda enfrenta preconceito por não ter base legal. Esta forma de arranjo é caracterizada pelas formações plurais, tema polêmico que ainda é pouco debatido na doutrina mais tradicional.
 Como exemplo vale citar que em 13/02/2012 foi lavrada a Escritura Pública Declaratória de “união poliafetiva” de um homem com duas mulheres, na cidade de Tupã, no Estado de São Paulo. A notícia despertou a discussão, porém não foi o suficiente para que tal fato mudasse a concepção do meio jurídico, pelo menos, por enquanto.
 A referida escritura foi considerada nula, inexistente, indecente e acabou como uma verdadeira afronta à moral e aos bons costumes. Contudo, é sabido que esta espécie de relacionamento existe em nossa sociedade, e, como expõe Dias (2013, p.53-54), “evidenciado ser o afeto o elemento identificador da entidade familiar, passou-se a reconhecer que o conceito de entidade familiar não pode ser engessado no modelo sacralizado do matrimônio”. 
5.9 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AS NOVAS CONFIGURAÇOES FAMILIARES
 Nesse momento é importante refletir sobre o conceito de prática profissional entendendo que para isso é necessário conectá-la dentro de um horizonte cujo norte é a construção de um sujeito profissional que tenha [...] competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais [que vá] além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem apropriadas [...], desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (IAMAMOTO, 2005, p. 21). 
 Assim, o conceito de prática profissional pode ser entendido como um componente específico presente dentro da prática social, esta que, por sua vez, é uma categoria teórica que permite compreender e explicitar a constituição e as expressões do ser social e a dinâmica social na qual se insere. A prática profissional, assim, é resultante da especialização do trabalho coletivo, previamente determinada pela divisão sócio técnica do trabalho, situando-se no âmbito das relações sociais concretas com uma dimensão historicamente determinada, que vai se particularizar em diversos campos de trabalho vinculados ao todo social (BAPTISTA, 2009). Dessa forma, podemos afirmar que o Serviço Social, enquanto profissão que ocupa um espaço na divisão sócio técnica do trabalho, desenvolve uma prática profissional que encontra respaldo para atuação na sociedade e, ao estabelecer relações próprias do seu processo de intervenção que são específicas ao seu campo de ação, conecta-se e constrói vínculos na sociedade na qual está inserido.
 Nas palavras de Raichelis (1988, p. 62), a profissão em toda sua trajetória assume a “atribuição de realizar a intermediação entre o poder institucional que executa as políticasoficiais e a população ‘receptora’ dessas políticas” e como produto histórico “é condicionado pela configuração estrutural da sociedade na qual se desenvolve e pelo movimento tenso e conflitual das conjunturas particulares de cada período” (idem). Partimos então destes breves apontamentos para refletir sobre o conceito de prática profissional, com a intenção de contribuir para o debate profissional. A dificuldade em se compreender a prioridade que a prática possui em relação à consciência repousa na própria realidade, por ser esta composta pela união da essência e da aparência. A realidade, como resultado desta síntese, não se manifesta em sua totalidade de modo imediato, por isso para compreendê-la faz-se necessário um esforço de apreensão de ambas as características: essência e aparência conjuntamente. O conhecimento não pode se esgotar na apreensão da aparência, no imediato, pois ela se configura apenas como o ponto de partida. Portanto, o caminhar para o conhecimento deve prosseguir até a apreensão da essência. O que nos leva a dizer que a sua prioridade não pode ser entendida como um fim em si mesmo, uma vez que ela é apenas uma parte da realidade, que só pode ser tomada em sua totalidade – unicidade – após o exercício de compreensão realizado pelo processo racional, teorizado. Não obstante, se o objetivo que pretendemos é a apreensão do objeto e sua compreensão, ele não é apenas o ponto de partida, mas também o ponto de chegada. Em posse dessa compreensão é que voltamos para o objeto, agora não mais apenas em sua aparência, mas como um concreto pensado, compreendido em sua unicidade entre aparência e essência.
 Sendo assim, essas particularidades também estão presentes no cotidiano profissional do assistente social, permeando a sua prática e condicionando-a. Se não podemos fugir dessas qualidades comuns a todos, o diferencial repousa na forma de como as vivenciamos na busca por sua suspensão, nos termos de Heller (1992). Ainda segundo a autora, a heterogeneidade, por exemplo, constitui-se como um processo imutável; portanto, por mais que busquemos a superação dessa condição, sempre retornaremos a ela, porém sempre de forma modificada (HELLER, 1992). Olhando com essa lógica para a prática profissional, podemos afirmar que ela é composta heterogeneamente de múltiplas determinações; afinal, cotidianamente não realizamos ou nos dedicamos unicamente a uma atividade por vez, mas a múltiplas, sejam elas de natureza biológica, social, organizacional, profissional etc. Na cotidianidade do cotidiano ocorre tudo junto e misturado, agora e ao mesmo tempo, imprimindo, como buscamos destacar, condicionantes à prática profissional.
 A ação do Assistente Social deve ser transformadora, buscando a emancipação e o autodesenvolvimento da família. Dentro desta visão nos deparamos com o desafio cotidiano deste profissional. O referido deve atuar nas demandas, essas demandas deverão providenciar respostas a partir daí e com o intuito de responder aos objetivos específicos previamente elencados no projeto de trabalho de conclusão do curso, será feito um breve relato. Seguindo assim: 
· Ao pesquisar entre as famílias sua atual configuração, o profissional há ter em seu pensamento que o conhecimento da realidade não pode se esgotar na apreensão da aparência, no imediato, pois ela se configura apenas como o ponto de partida. 
· Ao explanar sobre as causas que levaram às atuais configurações familiares o profissional não pode estar atrelado a qualquer tipo de preconceito sob o risco de causar algum tipo de exclusão; o referido profissional necessita transcender os limites da ação profissional para atingir seus objetivos e assim compreender as demandas em sua totalidade.
· Para incentivar o vínculo de responsabilidade entre a família, seus membros e a sociedade o assistente social deve em sua ação desnaturalizar todas as formas de discriminação, e assim criar meios para que eles mesmos criem os seus próprios valores. 
 
6. JUSTIFICATIVA
 O presente trabalho buscou conhecer e identificar as propostas socioassistenciais do serviço, bem como identificar as famílias que tem acesso aos serviços oferecidos pelo CRAS ou pelo menos a um tipo de serviço específico como no caso das famílias que são beneficiárias do Programa Renda Mínima. Neste caso estas famílias participam do público-alvo do CRAS pois encontram-se em situação de vulnerabilidade social, sendo assim, tornaram-se objeto de pesquisa que resultou no meu projeto de intervenção.
 A função deste trabalho é apresentar informações sobre as mudanças ocorridas com a família ao longo do tempo e tendo como foco as transformações ocorridas a partir do século XX, tendo como ponto de partida o divórcio que propiciou o início de muitas transformações no núcleo familiar e o impacto destas na sociedade.
 A família hoje é caracterizada por relações harmônicas, mas que as vezes tornam-se contraditórias. As famílias vulneráveis são marcadas por conflitos de toda ordem, inclusive os gerados pelo consumismo. É preciso continuar investindo na melhoria da qualidade da vida familiar, para isso é fundamental um maior interesse das políticas públicas voltadas para a família, incentivando a formação e aperfeiçoamento do profissional do serviço social, realizando melhorias nos espaços físicos das instituições que atendem esta demanda, além de proporcionar a participação efetiva da família e da comunidade. 
6.1 OBJETIVO GERAL
 Promover uma reflexão com as famílias, equipe técnica, sobre estratégias de enfrentamento para trabalhar as relações familiares e as mudanças ocorridas junto as famílias. 
6.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 
· Pesquisar entre as famílias sua atual configuração na sociedade. 
· Explanar sobre as causas que levaram atuais transformações, e os novos arranjos da família. 
· Incentivar o vínculo de responsabilidade entre a família, seus membros e a sociedade.
7 METODOLOGIA DA PESQUISA
 Neste momento faz-se necessário uma boa definição do método utilizado para desenvolver toda pesquisa deste trabalho. Esse componente do TCC tem a responsabilidade de abordar todos os procedimentos que foram seguidos para a realização desta pesquisa, bem como as diferentes técnicas de abordagem.
7.1 TIPOS DE PESQUISA
 O presente estudo se caracteriza como, pesquisa de observação, quantitativo e bibliográfico realizado com a equipe técnica e usuários participantes dp Programa Renda Mínima através do PAIF que funciona dentro do CRAS no bairro Cristo Redentor em Criciúma/SC. Sendo assim segue a explicitação dos mesmos.
7.2 PESQUISA DE OBSERVAÇÃO 
 Ao contrário dos outros métodos a pesquisa de observação consiste em examinar o que as pessoas fazem. Pode ser definida como o processo sistemático de registro de padrões de comportamento das pessoas, objetos e acontecimentos sem fazer perguntas ou se comunicar com eles. Para isto, realizei esta pesquisa no período em que fiz o estágio curricular objetivando assim a busca do tema deste TCC.
7.3 PESQUISA QUANTITATIVA
 Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão). (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 69).
7.4 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
 Consiste na etapa inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema. Desta forma, além de traçar um histórico sobre o objeto de estudo, a pesquisa bibliográfica também ajuda a identificar contradições e respostas anteriormente encontradas sobre as perguntas formuladas e referentes ao tema.
8 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 
 Instrumento de coleta de dados que tem como base o contato face

Continue navegando