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Disciplina: Teoria do voleibol Aula 9: Organização e direção de equipes Apresentação Nesta aula, o aluno vai veri�car as atribuições do professor no que tange à direção de uma equipe de voleibol em diferentes níveis de atuação: equipes escolares, amadora, federadas e de alto rendimento. Vale ressaltar que o voleibol engloba equipes com idades variadas, já que o iniciante seria um aluno que começa a praticar a modalidade. Portanto, pode-se começar a praticar o voleibol em uma idade adulta, o que é muito comum hoje em dia. As categorias do voleibol seguem a idade do aluno e se dividem em pré-mirim, mirim, infantil, infanto-juvenil, juvenil, adulta e máster. Partindo dessa premissa, o nível de engajamento do professor funciona de forma diferente dependendo das posições e condutas condizentes com a capacidade de realizar tarefa dos alunos. O planejamento do professor precisa englobar e atender às necessidades de cada categoria. A cobrança deve ser pautada no que foi aprendido durante treinamentos e amistosos preparatórios. Objetivos Apresentar as principais responsabilidades e funções do técnico/professor de uma equipe; Determinar as principais responsabilidades e funções do técnico/professor antes, durante e apó o jogo; Adquirir conhecimentos necessários para conduzir uma equipe na função de técnico de voleibol nas diferentes categorias. O TÉCNICO/PROFESSOR Em suas diversas formas de atuação, o professor de Educação Física deve perceber o papel, as responsabilidades, as tarefas e o nível de domínio e conhecimento dos técnicos no que se refere ao voleibol. Mas o que signi�ca ser um técnico? Quais são suas funções e papéis? São os mesmos quando se trabalha em diferentes níveis? Na direção de equipe, o professor atua de diversas formas: Dirige equipes; Auxilia esse processo de direção como auxiliar técnico; Atua como preparador físico e estatístico da equipe. Dica As responsabilidades, as tarefas e o nível de domínio e conhecimento dos técnicos interfere de forma direta no resultado de sua equipe em diferentes níveis de atuação. Técnicos atuam nos seguintes níveis: Técnico/professor de equipes de crianças Função desenvolvida em escolas, clubes e projetos sociais. Seus objetivos são: Iniciação ao voleibol; Desenvolvimento em nível educacional; Formação do futuro cidadão. Fonte: El siglo de Torreon Técnico/professor de atividades esportivas e lazer Contempla o voleibol como forma de lazer e esporte. Sua prática é vista de forma recreativa, estimulando o prazer pelo jogo. Competições e torneios são realizados sem a necessidade de treinamento voltado para o alto rendimento. Técnico de escolas e universidades Os melhores jogadores/alunos praticam voleibol em escolas e universidades para representar essas instituições. Devemos lembrar que essas competições escolares são quali�catórias: torneios de esfera regional garantem presença em outro que seja maior. Há três níveis de competição: Municipal; Estadual; Nacional. Equipe juvenil do Clube de Regatas do Flamengo. Técnico de equipes de clubes de competição O objetivo do pro�ssional de Educação Física nesta área é buscar o alto rendimento de seus atletas para maximizar os resultados em competições de diferentes níveis. Técnico de seleções nacionais O desejo é representar o país nas seguintes competições internacionais promovidas pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB): Sul-americano; Pan-americano; Mundial; Jogos Olímpicos. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO TÉCNICO De acordo com a FIVB (2019, p. 24), dentre as funções do treinador, podemos destacar: Clique nos botões para ver as informações. A tarefa mais importante de um técnico não é apenas ensinar uma criança ou jovem a jogar, mas também desenvolver um ser humano íntegro. Estes são os principais aspectos de seu trabalho de desenvolvimento (FIVB, 1989): Moldar o caráter (do ponto psicológico); Coragem: Força de vontade, persistência; Gentileza: Qualidades morais da personalidade, honestidade; Responsabilidade: Devoção; Coletivismo: Qualidades políticas na personalidade, (civismo) ideologia; Patriotismo: Lutar pela paz, internacionalismo e solidariedade. Desenvolvimento da personalidade O esporte é um dos grandes fenômenos sociais da coletividade . Trata-se de esfera de conhecimento, desenvolvimento e melhoria do próprio homem (qualidades físicas e psicológicas). O esporte tem um grande potencial para promover a paz e a compreensão entre as nações. Atividade social 1 É a função mais importante do trabalho de um técnico. Assim como a qualidade pro�ssional do seu treinamento, esta tarefa julga o nível de seus atletas e de sua equipe. Em outras palavras, os resultados de uma equipe são a avaliação verdadeira do sucesso de um técnico (há várias exceções). Treinamento Exemplo Em equipes escolares, muitas vezes apenas o técnico realiza todo o trabalho. Já em equipes de clubes, são ainda necessários assistentes, �sioterapeutas, preparadores físicos e médicos. Em seleções nacionais, existe uma comissão técnica completa: além daquelas funções existentes nos clubes, ela conta ainda com psicólogos do esporte, nutricionistas, supervisores e estatísticos, além de outros pro�ssionais. http://portaldoaluno.webaula.com.br/cursos_graduacao/GO0040/aula9.html Funções do técnico. / Fonte: Coaches manual Modelo do técnico. / Fonte: (CÓTE,1995) A DIREÇÃO DE EQUIPE (ANTES DO JOGO) De acordo com Araújo Netto (2018), a direção de equipe começa no momento em que são identi�cados os objetivos em relação ao jogo no tocante a: Equipe; Adversário; Suas condições. Na fase de preparação da equipe, o objetivo principal é se adequar às necessidades de ajuste para enfrentar o adversário. Para isso, devem ser consideradas as seguintes etapas: a) Antes do jogo Aperfeiçoamento dos sistemas técnicos e táticos. b) Análise do adversário Levantamento dos pontos fortes e fracos do adversário, bem como de suas qualidades individuais e coletivas. O objetivo é captar e observar os aspectos que possam facilitar as ações da equipe no confronto com o adversário. Serão analisados: 1. Sistema de jogo; 2. Formação inicial esperada; 3. Sistema defensivo do adversário; 4. Formação ofensiva adversária; 5. Sistema de contra-ataque adversário; 6. Armação para a recepção do saque do adversário; 7. As substituições do adversário no jogo. A observação técnica do adversário mostra aspectos relevantes ligados aos adversários de forma individual e ações das táticas coletivas da equipe. Essas informações são importantes para ajustar a relação bloqueio/defesa, preparando os alunos para neutralizar as ações do adversário (ataque, saque, bloqueio e recepção do saque) e conhecer as funções táticas de cada jogador durante o jogo. Para isso, o técnico precisa: 1. Veri�car os melhores atletas por função tática; 2. Identi�car a direção das �nalizações dos atacantes adversários; 3. Analisar os tipos e a direção dos saques do adversário; 4. Perceber os pontos fracos e fortes na recepção; 5. Identi�car no adversário os bloqueadores fortes e fracos. (ARAUJO NETTO, 2018) Vale lembrar que os confrontos devem ser analisados em todos os rodízios. Esse estudo determinará: O plano de jogo; A formação inicial da equipe; As possíveis substituições; As alternativas táticas; O planejamento do treino �nal. Saiba mais Para saber mais sobre o assunto, leia os seguintes textos Estatísticas na seleção masculina; <//voleivideos.blogspot.com/2011/07/estatisticas-na-selecao-masculina.html> Robertinha, a mulher de con�ança de Bernardinho. <https://www.youtube.com/watch?v=YiZd7c4t7cg> c) De�nição do plano de jogo De�nição da estratégia a ser empregada. d) Linha comportamental Análise do seu aluno/atleta e do adversário em determinados momentos e fases do jogo. e) Treinamento técnico-tático O objetivo é enquadrar o plano de jogo no treinamento especí�co para a tática empregada. f) Planejamento do microciclo O planejamento ao adversário deve levar em consideração todos os dados e as informaçõesdisponíveis para a montagem do microciclo. http://voleivideos.blogspot.com/2011/07/estatisticas-na-selecao-masculina.html https://www.youtube.com/watch?v=YiZd7c4t7cg AS VÁRIAS FASES DE UMA PARTIDA 1) Aquecimento Antes da partida e durante o aquecimento, algumas observações são importantes, já que, nesses instantes que antecedem o jogo, é possível perceber aspectos ligados à própria equipe e à equipe adversária. Essas observações, que podem até determinar a mudança do plano tático do jogo, se baseiam na observação da: Própria equipe (decisões e ações para minimizar o problema); Equipe adversária (utilizar essas observações a seu favor). No ambiente do jogo, seu espaço está delimitado por: Regra; Quadra; Ginásio ;2 http://portaldoaluno.webaula.com.br/cursos_graduacao/GO0040/aula9.html No último contato com a equipe antes da partida, é importante haver uma rápida resenha. O objetivo dela é: 1. Passar informações recentes; 2. Tranquilizar os alunos; 3. Reforçar os aspectos de concentração; 4. Minimizar a ansiedade gerada pelo jogo; 5. Encorajar a equipe. 2) Durante o jogo A partida mostra todas as possibilidades de confronto entre as equipes. Veri�ca-se então se o planejamento foi e�ciente quanto a: Treinamentos; Plano de jogo; Objetivos a serem alcançados. Atenção Há outros fatores de extrema importância que devem ser analisados pelo técnico: Comunicação com os atletas; Observação dos atletas adversários; Divisão de funções; Trabalho com a comissão técnica; Comunicação com os árbitros; Cumprimento do plano tático; Cumprimentos das tarefas especí�cas e gerais de cada atleta; Avaliação da conduta de cada atleta na evolução do jogo; Equilíbrio da equipe; Rendimento técnico, tático, físico e psicológico de cada atleta. 3) Utilização do tempo para descanso O tempo para descanso pode ser empregado de várias formas. O técnico possui no set dois tempos para descanso e seis substituições. Cada treinador/professor é livre para escolher como utilizá-los. Os objetivos de um técnico ao utilizar esse recurso são: Veri�car o comportamento da equipe; Modi�car o sistema de jogo. A atuação do técnico ao pedir o tempo para descanso leva em consideração os seguintes aspectos que podem ocorrer durante uma partida: 1. Comportamento situacional; 2. Distanciamento grande de pontos; 3. Iniciativa de ordem tática; 4. Desestruturação tática; 5. Ine�cácia tática; 6. Para motivar a equipe; 7. Para acalmar a equipe; 8. Após jogada ridícula; 9. Após contusão; Após jogada de efeito do adversário; Descontrole ou agressividade da equipe contra arbitragem, torcida ou adversários. Uso das substituições Trata-se de uma ferramenta importante que o professor possui durante uma partida. Substituições podem ser utilizadas para cumprir as seguintes alterações: Aspectos ligados ao desempenho individual, coletivo ou até mesmo para modi�car o sistema de jogo; Atender a um problema de contusão; Fornecer instruções ao jogador substituído. Saber empregar a substituição a seu favor é de suma importância. Mas quando um treinador deve solicitar a substituição? Esta questão pode ser respondida segundo as seguintes observações: 1. De�ciência técnica; 2. Contusão; 3. Fadiga de um jogador; 4. Instruções; 5. Mudar a característica tática da equipe; 6. Envolvimento com árbitro, adversário ou torcedores; 7. Desobediência tática; 8. Inversão do 5X1; 9. A volta do sistema 5X1; 10. Substituições de impacto moral; 11. Para desconcentrar o adversário; 12. Para quebrar o ritmo adversário. 5) Após o jogo Segundo Araújo Netto (2018), esta fase é importante no processo da equipe tendo em vista seus jogos futuros. Além de buscar o amadurecimento do time, deve-se analisar e reforçar também seus aspectos positivos, minimizando aqueles negativos ocorridos durante o jogo. Clique nos botões para ver as informações. Existe uma premissa importante aqui que está diretamente ligada ao desempenho no jogo. Caso o time tenha vencido a partida, o tempo pode ser alongado. Do contrário, a reunião deverá ser mais curta, salvo se ela tiver enfrentado um adversário muito superior em que, mesmo ocorrendo uma derrota, se torne importante evidenciar os aspectos positivos ocorridos ao longo da partida. Reuniões curtas ou longas Deve-se veri�car se a equipe conseguiu ou não atingir os objetivos propostos para o jogo. Mostrar os resultados para a equipe é muito importante devido ao feedback que o jogo proporciona. Avaliações de acordo com os objetivos Ela inclui sete aspectos que devem ser observados: 1. Plano tático: O objetivo é veri�car se ele foi e�ciente ou não e - caso seja necessário - ajustar como parâmetro para jogos futuros; 2. Atuações individuais: Pretende avaliar os jogadores em situação de jogo, fornecendo dados importantes sobre os jogadores, além de mostrar aspectos a serem trabalhados para melhorar o desempenho individual do aluno; 3. Treinamento: É importante veri�car se os treinamentos estão adequados à equipe; 4. Linha comportamental: O jogo é o momento em que o técnico/professor tem condições de observar os alunos de forma mais acertada e - caso seja necessário - corrigir durante os treinamentos a postura individual ou coletiva dos jogadores e da equipe; 5. Atuação na quadra: Permite ao professor avaliar a sua atuação no que tange à direção e ao controle da equipe durante a partida; 6. Breve análise do jogo: Ela deve ser objetiva e concisa sobre a atuação da equipe como um todo. É importante que os alunos também façam uma avaliação do jogo para que eles possam perceber o seu desenvolvimento como componente da equipe; 7. Apresentar dados estatísticos:A informação dos dados deve ser em momento adequado e, de certa forma, para reforçar e superar os aspectos positivos, além melhorar os negativos, para que a equipe tenha um desempenho melhor a cada partida. Autoavaliação (do técnico) Saiba mais Assista ao vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=eEPOZmkTx78. Acesso em: 19 fev. 2019.> Olimpíada de Sydney 2000: Brasil x EUA - vôlei feminino. https://www.youtube.com/watch?v=eEPOZmkTx78.%20Acesso%20em:%2019%20fev.%202019. Atividades 1. No quesito direção de uma equipe de voleibol, o professor de Educação Física deve ter conhecimentos diversos e atribuições para atuar como treinador ou técnico em equipes de voleibol de equipes escolares, amadoras, federadas e de alto rendimento. Cite quais seriam essas áreas. 2. Segundo as regras do voleibol, quais são as formas de interrupção que o técnico pode empregar durante o jogo? 3. Na análise do adversário, leva-se em consideração aspectos ligados ao jogo que podem colaborar no ajuste da equipe. Essa observação se faz em todos os momentos e rodízios da partida. Que aspectos estudados e mensurados servem para orientar as ações de uma equipe em fase de preparação? 4. Descreva a função lúdica do jogo de câmbio e suas variações. 5. Coloque V para verdadeiro e F para falso: a) Facilidade para obtenção do equilíbrio de ataque da equipe. b) Sempre dois levantadores na rede. c) Sempre um levantador na zona de ataque. d) Utilizado somente por equipes iniciantes. e) Distribuição das funções no jogo iguais entre os levantadores. Notas Coletividade1 É grande o número de pessoas participando de competições. Há pelo menos 15.000 atletas nos Jogos Olímpicos, além dos milhões de pessoas que os acompanham pelos meios de comunicação. Ginásio2 Ginásios possuem características distintas em relação aos seguintes itens: iluminação, corrente de ar, distância da área livre, altura do ginásio, piso da quadra e vestiário. Referências ___________. Coaches manual. FIVB. Lausanne/Switzerland: Fédération Internationale de Volleyball, 1989. ___________. Coaches manual. FIVB. 2011. p. 24. Disponível em: https://www.volleyballengland.org/ ~media/docs/FIVB%20Level% 201%20Coache s%20Manual.pdf. Acesso em: 19 fev. 2019. ARAUJO NETTO, J. Metodologia do ensino do voleibol. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES, 2018. BAACKE, H. et al. Manual do treinador. Rio de Janeiro: Palestra Edições, 1979. LERBACH,A. M.; VIANNA JÚNIOR, N. S. Apostila do curso nacional de capacitação de treinadores de voleibol CBV - nível I. In: Curso nacional de capacitação de treinadores - CBV. Nível I. Cambuquira/MG: Federação Mineira de Voleibol, 2009. Próxima aula Avaliações técnicas e táticas de uma equipe; Utilização das avaliações em um jogo de voleibol. Explore mais Análise do autoconceito de atletas de voleibol de rendimento <//www.scielo.br/pdf/rbefe/v24n3/a02v24n3.pdf> O processo de ensino-aprendizagem do voleibol no contexto do programa segundo tempo nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió <//www.ufrgs.br/ceme/uploads/1393588077-Monogra�a_joao_Batista_braga_Ferreira.pdf> Treinamento de equipes mirins e infantis femininas: a concepção dos treinadores de voleibol do Estado do Rio de Janeiro <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/5571/4697> Per�l de liderança de treinadores e desempenho de equipes em competição <//pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v13n3/v13n3a02.pdf> http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v24n3/a02v24n3.pdf http://www.ufrgs.br/ceme/uploads/1393588077-Monografia_joao_Batista_braga_Ferreira.pdf https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/5571/4697 http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v13n3/v13n3a02.pdf
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