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Estudo de caso depressão e pensamentos suicidas ISMAEL 03 (Recuperação Automática)

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4
21
UNIC RONDONÓPOLIS – FLORIANO PEIXOTO
FAR – FACULDADE DE RONDONÓPOLIS
Portaria de Recredenciamento nº 420 de 12/04/2011
 Portaria Unificação de Mantidas nº 114 de 15 de Abril de 2020
ISMAEL PEREIRA DA SILVA
ESTUDO DE CASO CLÍNICO
TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA 
RONDONÓPOLIS - MT
2020/1
ISMAEL PEREIRA DA SILVA
ESTUDO DE CASO CLÍNICO:
TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA 
Estudo de Caso Clínico, como requisito de avaliação do Estágio Supervisionado I 9º Semestre do curso de enfermagem, desenvolvido pela UNIC/KROTON- Orientadora: Prof.ª Thais Barbosa
Rondonópolis/MT
2020/1
SUMÁRIO
1.	APRESENTAÇÃO GERAL E DO TIPO DE ESTUDO DE CASO	4
2.	INTRODUÇÃO	4
3. RELATO DO CASO	4
	3.1. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO CASO..................................................5
3.2. DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS...........................................5
3.3. MOTIVO DA CONSULTA..........................................................................................9
3.4. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM..............................10
3.5. EXAMES LABORATORIAIS................................................................................11
3.6. FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO AGRAVO...............................................12
4. APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.....................................................................................................................13
5. CONSIDERAÇÕES PSICOSSOCIAIS, ÉTICAS, DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE	16
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
REFERÊNCIAS	18
1
1. APRESENTAÇÃO GERAL E DO TIPO DE ESTUDO DE CASO
O estudo de caso refere-se a uma pesquisa ampla e aprofundada de um ou poucos objetos de estudo, permitindo a amplificação do conhecimento sobre uma determinada temática, no caso do estudo de caso clínico, de uma determinada patologia, tem por finalidade servir de base e referência para futuras pesquisas de outros pesquisadores sobre a mesma temática. 
Trata-se de um estudo de caso clínico, com base em pesquisas bibliográficas, dados colhidos no prontuário do paciente, acompanhamento a paciente na evolução do quadro clínico, realizada pelos os acadêmicos de enfermagem e preceptora, relatos feitos pelo mesmo e família, para garantir o seu anonimato daremos o pseudônimo das iniciais do seu nome.
2. INTRODUÇÃO 
Segundo a resolução Cofen nº 358/2009 a SAE, a sistematização da assistência de enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, ou seja com a Sae é possível organizar escala de trabalho, divisão de tarefas e recursos humanos, organizar as normas e rotinas do setor, os instrumentos, o dimensionamento pessoal e por fim, a organização quanto ao método utilizado.
O processo de enfermagem (PE) é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional (Resolução Cofen 358/2009). O PE é formado por 05 etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, são elas: Histórico, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação. O processo de enfermagem deve ser realizado de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.
3. RELATO DO CASO
3.1- DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO CASO
R. X. S., sexo masculino, nascido no dia 01/12/2004, 15 anos, cor Parda, solteiro, estudante e auxiliar de mecânico, residente no Jardim Liberdade, em casa de alvenaria com saneamento básico, que no dia 16/05/2020 tentou suicídio, ao ser questionado o motivo ele relata que, durante sua infância presenciou várias vezes sua mãe sob efeito de substâncias químicas, realizando festa em sua residência, na qual durante essas comemorações, o mesmo apenas sentava na calçada e chorava, pedindo que aquilo cessasse, relata ainda que teve a ausência do pai que mora em outro País, que sentia falta da figura paterna, principalmente durantes datas comemorativas, segundo relatos do próprio adolescente ele só veio conhecer o pai um ano atrás e que passou a ter mais contato com o mesmo, no entanto ainda sente repulsa do pai biológico, jovem criado pelos os seus avós maternos e teve como figura paterna e materna seus avós, hoje se sente revoltado pois mora com sua mãe biológica e anseia morar com os avós, no entanto não é autorizado pela mãe e o trata com muita rigidez não deixando ele sair com amigos, e que quando questiona o motivo de não deixa-lo sair com os amigos, a mesma argumenta que é porque ela “manda nele” , ele não se conforma com isso e em alguns momentos chegou a relatar que é até engraçado ele falar mas que sua alma está cansada e que se ele morrer seus problemas estarão todos resolvidos, ele fala que não tem o que reclamar sempre teve tudo roupas importadas, brinquedos, e que quando ele estava triste sempre te davam dinheiro pra ele comprar brinquedo o que ele quisesse, mas que nunca ninguém perguntou o que ele estava sentindo naquele momento e que sempre quem entendeu foi seus avós e por isso hoje ele não aceita sua mãe querer proibir tudo na sua vida, ele afirma que gosta muito da sua mãe e por isso não quer ver ela sofrer mas que ele está angustiado achando que é culpado de tudo e por isso quer resolver o problema.
3.2- DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
O suicídio está no topo dos dez principais motivos de mortalidade mundial. Sendo crescente, principalmente entre os jovens. Por conta desse elevado número de mortes, o mesmo tem sido considerado uma questão de saúde pública (HAUKKA et al., 2008). Pois é considerado por muitos países, como fator das três principais razões de morte entre pessoas de 15 a 44 anos, sendo, também, considerado o segundo principal motivo de morte entre indivíduos de 10 a 24 anos de idade (WHO, 2010).
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ele é responsável por cerca de um milhão de mortes por ano (o que representa a 1,4% do total de óbitos), produzindo uma taxa global de 16 mortes para cada100 mil habitantes, expressamente superior às procedentes de guerras e homicídios combinados. Porém, esses dados não abrangem as tentativas de suicídio, que são de 10 a 20 vezes mais ocorrentes que o suicídio propriamente dito (AFSP, 2017; WHO, 2014).
Diante dessas estatísticas que pleiteia o suicídio, a OMS observa que no Brasil, a maior probabilidade e vulnerabilidade de ocorrência do ato de se suicidar, encontra-se relacionada ao sexo masculino, visto que as taxas passaram de 19,2/100 mil habitantes, em faixa de idade entre 15 e 24 anos, para 55,4/100 mil habitantes, para homens acima de 75 anos, em que isto pode estar ligado ao aumento mundial do número de idosos (PINTO et al., 2012).
Esses dados demonstram que a cada 45 segundos alguém se suicida em alguma parte do globo terrestre, resultando numa estimativa de cerca de 1.920 pessoas que põe fim à vida por dia (VÄRNIK, 2012; WHO, 2014). Em que a mortalidade resultado de suicídio, teve um acréscimo de 60% nas últimas 4,5 décadas (BOTEGA, 2007). 
Diante dessa temática, Bezerra et al. (2012) relata que a taxa de suicídio para cada 100 mil habitantes, fica abaixo de 6,5 nos países localizados na América do Sul. Já para países como Estados Unidos, Canadá, Portugal, Espanha, Alemanha, Índia e Austrália apresentam taxas de 6,5 a 13. Onde na França, Suécia, Rússia, China e Japão, essas taxas se encontram acima de 13. Porém, nos países bálticos as taxas ficam entre 32 e 42, a exemplo da Lituânia (41,9), Estônia (40,1), Rússia (37,6), Letônia (33,9) e Hungria (32,9) sendo considerados como os primeiros colocados em média de suicídio por 100 mil habitantes, enquanto isso, inversamente proporcional tem-se a Guatemala, Filipinas e Albânia, com as menores taxas de mortalidade por suicídio, variando entre 0,5 e 2.4.
O mesmo é corroborado por WHO (2014), demonstrando na figura 1, o coeficiente de mortalidade por suicídio para cada 100 mil habitantes, durante um ano. Nota-se, de maneira geral, que os coeficientes mais elevados estão presentesnos países da Europa Oriental; os mais baixos, nos da América Central e América do Sul. E os de países como os Estados Unidos, Austrália, Japão e da Europa Central encontram-se numa faixa intermediária/moderada.
Figura 1 - Coeficientes de mortalidade por suicídio (por 100.000 habitantes).
Fonte: WHO (2014).
Perante os dados mundiais, Botti, Mesquita e Benjamim (2014) citam que o Brasil declara uma taxa geral de suicídio considerada como baixa, quando relacionada com outros países (71º lugar), no entanto, o país ocupa a nona posição na classificação de países líderes em termos absolutos de óbitos por suicídio.
Ainda conforme os mesmos autores, e se tratando do Brasil, foi elucidado que no ano de 2007, ocorrerem 131.032 mortes por causas externas (acidentes e violências). Visto que desse total, o suicídio significou o valor numérico de 8.868 óbitos, ou seja, uma taxa de 6,8% de mortes por causas externas, com taxa de mortalidade específica de 4,68 óbitos por Lesão Autoprovocada Voluntariamente (CID-10) por 100 mil habitantes.
Conforme dados do DATASUS (2020), no ano de 2017 foram registradas 12.495 mortes, que continham como causa o CID-BR-10: 109 Lesões autoprovocadas voluntariamente. Desse número a Região Sudeste foi a que apresentou maior número de óbitos por suicídio do Brasil (Figura 2).
Figura 2 – Óbitos por suicídio no Brasil no ano de 2017.
Fonte: DATASUS (2020).
Para tanto, nota-se que a Região Centro-Oeste apresenta o segundo menor número em mortes relacionadas ao suicídio (Figura 2), com 1121 óbitos. Contudo, o estado de Goiás representa uma taxa de 44% desses óbitos ocorridos na região (Figura 3). 
Figura 3 - Óbitos por suicídio ocorridos na Região Centro-Oeste no ano de 2017.
Fonte: DATASUS (2020).
Porém, é importante lembrar que em certas localidades e/ou alguns grupos populacionais (como, por exemplo, o de indígenas do Centro-Oeste e do Norte, e o de lavradores do interior do Rio Grande do Sul) as taxas de mortalidade por suicídio aproximam-se das dos países do Leste Europeu e da Escandinávia, na casa dos 15-30 por 100 mil ao ano (BOTEGA, 2014). 
Nota-se na literatura que vários aspectos socioculturais e também de ordem econômica, podem estar associados a esses índices, como também a elevada frequência de sofrimento mental e do uso excessivo de bebidas alcoólicas (FARIA et al., 2006; MARÍN-LEÓN et al., 2012; OLIVEIRA; LOTUFO NETO, 2003; SOUZA, DESLANDES; GARNELO, 2010; SOUZA; ORELLANA, 2012; TRAPÉ; BOTEGA, 2006; WAISELFISZ, 2001). Além da depressão (ASSUMPÇÃO; OLIVEIRA; SOUZA, 2018).
A tentativa de suicídio (TS) pode estar relacionada a fatores sociodemográficos diversos, que mudam segundo o contexto cultural, histórico e político. A maioria dos estudos abordados, no entanto, identificou maior prevalência de TS em mulheres, adolescentes e jovens, pessoas que vivem sozinhas, desempregados e indivíduos com baixa escolaridade. Considerando que são informações clinicamente úteis, que podem ajudar a identificar casos de risco nas populações para melhor acompanhamento e avaliação, maior compreensão sobre o tema mostra-se necessária (FÉLIX et al., 2016).
Dentre os vários fatores, a depressão é muito considerada para a realização do suicídio. Beck e outros (1997) citado por Gomide e outros (2005) descrevem características relacionadas ao indivíduo depressivo: visão negativa em relação a si, ao mundo e ao futuro, que promovem instabilidades no comportamento do indivíduo.
Sabe-se, que o suicídio exitoso predomina em homens, geralmente idosos ou de meia idade, enquanto, que as tentativas de suicídio são mais comuns em mulheres jovens.
3.3- MOTIVO DA CONSULTA 
	Adolescente encaminhado para acompanhamento na Policlínica central devido depressão com agravo de tentativa de suicídio, tendo como problemas levantados:
· Desejo de morrer;
· Falta da imagem do pai durante sua infância;
· Desesperança;
· Trauma na infância;
· Estresse emocional;
	Segundo relato da mãe, adolescente não usa nenhum tipo de medicação, paciente encaminhado para avaliação com psicóloga da Policlínica Central que depois de uma consulta foi encaminhada ao CAPS-I.
3.4 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
a. ANAMNESE E EXAME FÍSICO
i. Identificação do paciente:
Nome do Paciente: R. X. S.
Idade: 15 anos
Sexo: Masculino
Naturalidade: Rondonópolis-MT
Procedência: Da sua residência em Rondonópolis
ii. História Clínica:
Paciente relata que atualmente trabalha como auxiliar de mecânico, e estuda, que no dia 16/05/2020 teve curiosidade e perguntou para sua mãe se ele tomasse alguns remédios dentre eles estava Diazepan, Dipirona, Cetoprofeno o que aconteceria sua mãe respondeu que ele morreria então ele foi pra casa de sua avó que mora em frente à sua casa e começou a ingerir os medicamentos dentre eles puderam contabilizar 30 comprimidos mais um vidro de dipirona em gotas ele relata que não sentiu nada e que foi pra sua casa tomar banho, ao chegar em casa ele não viu mais nada só lembra que ficou meio tonto e desmaiou, sua mãe ficou desesperada e levou para a UPA 24h, onde chegando lá teve a seguinte conduta ele apenas foi medicado e deu entrada na unidade como teria feito uso de substâncias químicas colo ele mesmo relata foi tratado como um “drogado”, ele dormiu durante 12 h depois que acordou foi liberado, ao chegar em casa começou a passar mal dor no estômago e muita fraqueza então na segunda feira sua mãe o levou na Policlínica Central onde ao passar pelo o médico ele solicitou a presença da psicóloga para uma consulta e encaminhamento para o CAPS-I onde vai ser atendido por uma equipe multidisciplinar.
iii. Antecedentes Patológicos Familiares:
Paciente relata que, durante sua infância presenciou várias vezes sua mãe sobre efeito de substâncias químicas e que não foi criado pelo seus pais apenas pelos os avós.
iv. Exame físico realizado:
	Realizado exame físico cefalo-caudal, Paciente consciente e orientado em tempo espaço e pessoa, calmo, comunicativo e colaborativo. Deambulando sem auxílio. Aos SSVV apresenta-se normocardico, normotenso, eupneico e afebril. Ao exame físico: normocefalico, couro cabeludo íntegro, face simétrica e sem expressão de dor; boca, nariz e ouvidos normoimplantados e sem presença de sujidades, conjuntiva ocular hidratada e normocoradas, pupilas isócoricas; nariz sem anormalidades; boca sem halitose, dentição preservada, orelhas com implantação simétrica, pavilhões auriculares limpos. Pescoço centralizado com movimentação bilateral, tireóide e gânglios não palpáveis. Tórax simétrico com expansibilidade preservada, mamas simétricas; avaliação do aparelho respiratório, frêmitos não palpáveis, à percussão, som claro pulmonar, à ausculta; murmúrios vesiculares presentes bilateralmente; aparelho cardiovascular: à inspeção: perfusão periférica normal, à ausculta: bulhas rítmicas normofonéticas. Aparelho digestório: à inspeção: abdômen normoplano, à ausculta: ruídos hidroaéreos presentes, à percussão: sons maciços, à palpação: ausência de massas palpáveis. Aparelho geniturinário não visualizados. Mobilidade de MMSS e MMII com força motora e tônus muscular preservados, Ausência de edemas. Refere-se alimentar-se diversificadamente em quantidade satisfatória, eliminações vesicais e intestinais presentes diariamente, sono e repouso preservados.
	3.5- EXAMES LABORATORIAIS
	Não foi realizado nenhum exame laboratorial apenas exame físico. 
	3.6-FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO AGRAVO
O suicídio institui-se, em um problema de saúde pública mundial, que se engloba num continuum no qual se verifica a presença de predisponentes relacionados à personalidade e ao contexto sociocultural.
Para a psicanálise, o suicídio é uma situação psicótica. Porém, não significa que a pessoa seja psicótica, mas que, no instante em que ocorre o ato, nela tenha desencadeado núcleos e componentes psicóticos da personalidade que até aquele momento permaneciam inativos e/ou neutralizados pelos núcleos não psicóticos da personalidade e que acabam por se revelar em dado momento da crise (SILVA; BOEMER, 2004). 
Conforme Parente et al. (2007,p. 684) o suicídio:
é uma ação voluntária de matar a si mesmo, envolvendo uma tríade: vontade de morrer, ser morto e de se matar. É um ato consciente de autodestruição, cujo resultado a vítima tem conhecimento (PARENTE et al., 2007, p. 684).
Nesse contexto, a palavra suicídio é originária do latim “sui caedere”; sui = si mesmo e caedes = ação de matar. Dessa maneira, o vocábulo suicídio pode ser nomeado como morte voluntária, intencional ou auto infligida (FERREIRA, 2008). Porém, na língua portuguesa, “suicidar-se é dar a morte a si mesmo, matar-se”. Portanto, Cardoso (2012, p. 43) cita que “quando o indivíduo não consegue êxito em tal ação, é considerado como tentativa de suicídio”. E, tanto a tentativa quanto a ação de se suicidar, são motivados pela ideação suicida, isto é, “pensamentos que levam o indivíduo a planejar a própria morte” (CARDOSO, 2012, p. 43).
Diante disso, é possível verificar dentro do contexto histórico, quanto à sociedade e as crenças religiosas incidiam sobre o assunto. Sendo imprescindível destacar que o suicídio nem sempre foi tratado como tabu, mas sim como um simples ritual e até mesmo um ato de bravura. De acordo com Ribeiro (2003) essas distinções de interpretação sociocultural diante do suicídio, são variações de época.
Visto que um dos primitivos relatos sobre o suicídio encontrado no decorrer da pesquisa, foi o descrito no trabalho de Dantas (2005), alegando um fato retirado da “A Enciclopédia Delta de História Geral” do qual escreve que, durante um ritual no ano 2.500 a.C., na cidade de Ur (Mesopotâmia), cerca de doze pessoas ingeriram uma bebida envenenada e deitaram-se para esperar a morte.
4- APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
	4.1 INTERVENÇÃO
	4.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
	4.3 PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM
	4.4 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
	· Conflito familiar 
	· Processos familiares disfuncionais caracterizado por incapacidade de lidar construtivamente com experiências traumáticas, baixa percepção de apoio paterno/materno, abandono, perda, relacionado à história familiar de abuso de substâncias;
	· Diminuir processos familiares disfuncionais durante o tratamento; 
	· Incluir a família no tratamento;
· Incentivar o paciente a conversar com os pais sobre problemas que está vivendo no momento e tentar soluciona-los;
· Encaminhar toda a família para acompanhamento com psicólogos; 
	· Frustração e autoestima 
	· Controle de impulsos ineficaz caracterizado por busca de sensações, relacionado à ambiente que pode causar frustação, baixa autoestima, desesperança, enfrentamento ineficaz, sentimentos suicidas;
	· Sanar controle ineficaz;
	· Incentivar o paciente a praticar esportes;
· Encoraja-lo a fazer amigos;
· Ter momentos de lazer com a família; 
	· Abandono
	· Desesperança caracterizado por afeto diminuído, indicações verbais, relacionado à história de abandono;
	· Solucionar desesperança durante tratamento;
	· Encaminhar o paciente à grupo de apoio especializados;
· Incentivar a participar de grupos de jovens;
	· Distanciamento familiar ( avós)
	· Pesar caracterizado por sofrimento psicológico, relacionado à antecipação da perda de pessoa significativa;
	· Solucionar pesar durante o tratamento; 
	· Dar todo apoio emocional para encoraja-lo a enfrentar o problema e não desistir do tratamento;
· Conversar e explicar toda a situação tentando esclarecer que o paciente não tem culpa de tudo que acontece; 
	· Tentativa de Suicídio
	· Risco de suicídio relacionado à história de tentativa de suicídio anterior, ameaças de matar-se, verbalização de desejo de morrer;
	· Sanar risco de suicídio;
	· Encaminhar o paciente para acompanhamento psicológico e ajudar a não desistir; 
	· Baixo autoestima
	· Risco de baixa autoestima crônica relacionado à adaptação ineficaz à perda, evento traumático, falta de afeto;
	· Estabilizar risco de baixa autoestima crônica; 
	· Tentar descobrir o que mais deixa feliz e incentivar a não desistir;
· Elogiar o paciente encorajando e dizendo que ele é capaz e que toda sua família está ao seu lado;
	· Depressão 
	· Risco de sofrimento espiritual relacionado à depressão.
	· Solucionar risco de sofrimento espiritual;
	· Incluir a família no tratamento,
· Incentivar a procurar Deus, onde ele se sentir bem;
· Mostrar a importância do paciente na vida das pessoas.
4.5 -AVALIAÇÃO 
No dia 04/09/2020 foi realizado uma visita domiciliar ao paciente para avaliar o estado emocional e se o tratamento está tendo o resultado esperado em conversa com o paciente ele relatou que teve uma consulta com a psicóloga do CAPS-I onde ela apenas fez algumas perguntas e informou que era para ele aguardar uma nova marcação de consulta onde o mesmo relata que, não vai mais pois não gostou do atendimento. Ao ser questionado a respeito dos pensamentos que teve em cometer suicídio ele disse que depois da primeira vez que tomou os remédios ele ainda teve vontade de repetir o ato chegou a tomar 4 comprimidos de Cetoprofeno no entanto, informa que naquele momento ele lembrou do desespero da mãe e pensou muito em seus avós e acabou desistindo da tentativa de suicídio. 
Posteriormente no dia 10/09/2020 paciente retorna a unidade para consulta com a psicóloga do Policlínica Central onde observa-se que em seus pensamentos suicidas continuaram e que dentro de um intervalo de 15 dias da primeira tentativa ele já tentou outras duas vezes suicídio, ingerindo comprimidos e também tentou se auto mutilar cortando seus pulsos com uma lâmina, ao observar seu comportamento a psicóloga o questionou por que ele teria feito ele disse que foi na hora da raiva e que ele não queria mas que no momento não conseguiu desviar seu pensamento e acabou executando a tentativa.
Ao terminar a consulta a psicóloga da Policlínica Central entrou em contato com o CAPS-D onde conseguiu uma consulta com um psiquiatra para o paciente, ele foi encaminhado imediatamente.
4. CONSIDERAÇÕES PSICOSSOCIAIS, ÉTICAS, DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE 
Foi observado que o paciente estava com sintomas mais comuns como queixas somáticas (corporais generalizadas), dificuldades escolares, fadiga, tédio / apatia, o mesmo relatou que sua alma está cansada, tem uma alimentação diversificada, falta de motivação, diminuição da concentração e ansiedade. Mas para sua recuperação além de apoio de uma equipe multidiciplinar necessita do apoio familiar e os cuidados da enfermagem para ajudar a superar as dificuidades e controlar ansiedade e aprender a conviver com as diferenças familiares.
	O estudo em questão foi realizado respeitando as determinações éticas estabelecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem (2017), no Capítulo I – dos Direitos: “Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, ético-políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão sustentação à prática profissional; Art. 7º Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício profissional; Art. 14 Aplicar o processo de Enfermagem como instrumento metodológico para planejar, implementar, avaliar e documentar o cuidado à pessoa, família e coletividade; Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, respeitando a legislação vigente.” E também, Capítulo II – dos Deveres: “Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pessoa, em todo seu ciclo vital e nas situações de morte e pós-morte. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante o caso apresentado, foi possível observar a importância do processo do cuida,r ofertado pelo profissional enfermeiro, o enfermeiro da atenção básica muitas vezes possui forte relação com o paciente, em virtude do estabelecimento do vínculo, que é fortalecido a cada nova consulta de enfermagem. Tal ferramenta permite a ele identificar mudanças negativas no comportamento de quem recebe o atendimento, aspecto esse evidenciado no relato do paciente, referência desse estudo de caso. O que pode promover a percepção do diagnóstico de enfermagem que caracterize o risco de suicídio. Contudo, foi possível observar que o suicídio está no topodos dez principais motivos de mortalidade mundial, sendo crescente, principalmente entre os jovens. Em que os principais fatores de risco são: família de origem disfuncional, instabilidade econômica, experiências de violência física/sexual, vivência em comunidades violentas e condições de trabalho insalubres. Além de comportamentos de risco, como o uso de drogas e sexo desprotegido.
REFERÊNCIAS
BOTTI N, MESQUITA I, BENJAMIM M. Diferenças macrorregionais da mortalidade
por suicídio: análise epidemiológica. J Nurs UFPE on line [Internet]. 2014.
BRASIL. CADERNO DIRETRIZES DO NASF Núcleo de Apoio a Saúde da Família
Brasília – DF 2010 - Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção
Básica, n. 27.
BRASIL. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do programa de saúde
da famíli 
BRENT DA. Fatores de risco para suicídio do adolescente e comportamento suicida: Transtornos mentais e abuso de substâncias, fatores ambientais familiares e estresse da vida. Suicídio Vida Ameaça Behav. 1995; 25 Suppl: 52-63. [PubMed] a. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 128 p.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providencias. Portal do Cofen- Conselho Federal de Enfermagem: Brasília/2009. Disponível em : http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 18 set.2020.
COFEN. Resolução COFEN nº 564/2017.Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília, 2017.
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HATCHER-KAY, CARRIE. Depressão e Suicídio. Pede se em revisão. Novembro de 2003; 24: 363-370.
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