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Aspectos gerais A frequência populacional de alterações cromossômicas é consideravelmente alta (1 em cada 120 nascidos vivos, o que equivale a uma taxa de 0,8%); O estudo citogenético foi enormemente aprimorado pela descoberta da colchicina, substância que destrói o fuso mitótico; congelando, então, a divisão celular na fase de metáfase (etapa de maior condensação cromossômica); A utilização de soluções hipotônicas (no lugar de isotônicas) também proporcionou avanços na área, uma vez que promove a expansão celular e o espalhamento dos cromossomos; A técnica de Cariótipo por banda GTG (bandas G, tripsina e coloração de Giemsa) permite a identificação de alterações cromossômicas, como translocações, duplicações e deleções (a partir da análise dos padrões de banda); Os cromossomos, em relação à posição dos centrômeros, dividem-se em metacêntricos (braços p e q de mesmo tamanho), submetacêntricos (braço q relativamente maior que o braço p) ou acrocêntricos (o centrômero se dispõe próximo a um dos polos cromossômicos); Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico Os braços p (petit, pequeno) dos cromossomos acrocêntricos organizam-se em estrutura análoga a ‘antenas de silicone’ (como as do chapolin) - com hastes e satélites e são Regiões Organizadoras do Nucléolo (RON - quando os cromossomos estão descondensados, essas porções cromossômicas integram a composição do nucléolo). Os genes que se dispõem nesses locais não estão associados a quaisquer desfechos patológicos - podendo ser perdidos, por exemplo, em uma anomalia cromossômica estrutural equilibrada (como uma translocação robertsoniana) sem que gere fenótipo. Aneuploidia O indivíduo apresenta em seu cariótipo uma quatidade de cromossomos que não é múltipla do número haploide (que, para os seres humanos, é de 23 cromossomos). Assim, o indivíduo pode ter 42, 43, 47, 49 cromossomos, etc. As aneuploidias têm desfechos fenotípicos com relevância clínica. Um exemplo extremamente comum de aneuploidia são as trissomias livres dos cromossomos 13, 18 e 21 - que se relacionam, respectivamente, às síndrome de Patau, Edwards e Down. Nesses casos, é fundamental diferenciar a trissomia da triploidia (que se refere a sujeitos com 3n, ou seja, com 69 cromossomos). O principal fator causador das trissomias é a não-disjunção cromossômica durante a meiose 1 ou 2. Esse distúrbio está associado com o envelhecimento da mãe, pois os ovócitos femininos são gerados durante o período embrionário. Assim, à medida em que a mulher envelhece, seus gametas e os fusos mitóticos respectivos sofrem um processo degenerativo que compromete a integridade da meiose. Ao longo da meiose, há mecanismos chamados ‘checkpoints’ para corrigir os erros de não-disjunção. Todavia, esses checkpoints podem não conseguir corrigir todas as alterações! Poliploidia O número anormal de cromossomos do indivíduo é múltiplo do número haploide (23 cromossomos). Nos humanos, por exemplo, seria um cariótipo com 69 (23x3), com 92 (23x4), ou com 115 (23x5) cromossomos, por exemplo. Determina desfechos fenotípicos de relevância clínica. As poliploidias são observadas, principalmente, nos exames pré-natais ou em materiais de aborto - já que, na maior parte das vezes, a alteração do número cromossômico é tão grave que inviabiliza a vida do feto. Triploidia: 66% dos casos são causados por diandria [dois espermatozoides haploides (1n) fecundam um óvulo haploide (1n) gerando um zigoto triploide (3n)]; 10% dos casos decorrem da fecundação de um ovócito diplóide (2n) por um espermatozóide haplóide (1n) gerando um zigoto triploide (3n); Tetraploidia: a causa mais comum é a endomitose. Mixoploidia O indivíduo apresenta duas ou mais linhagens celulares com constituições cromossômicas diferentes; a proporção de células alteradas e a distribuição destas pelo corpo depende do quão precoce foi a mutação que originou a linhagem adicional. Quimera: dois zigotos, formados a partir de fecundações independentes, fundem-se e formam um único indivíduo; muitas vezes, o quadro de quimerismo pode ser identificado em indivíduos hermafroditas ou que passaram por transplante de medula; Falsa quimera: indivíduos que receberam transplante de medula podem apresentar sangue constituído por duas linhagens celulares diferentes (apresentando, portanto, duas constituições cromossômicas distintas - principalmente no que se refere aos cromossomos sexuais, se forem de sexos distintos); Mosaicismo: a partir do zigoto, uma célula mutada divide-se sucessivamente e forma uma linhagem que carrega perpetuamente a variação; é um mecanismo necessariamente pós-zigótico; há variação do grau de mosaicismo, dependendo do quão cedo ocorreu a mutação; pode ser somático (constitucional) ou germinativo (gonadal - testículos ou ovários). Linhas de Blaschko e assimetria corporal são indicadores clínicos altamente sugestivos de Mosaicismo. anotações Esse material foi desenvolvido por Eliézer da Cunha Rodrigues, monitor da disciplina de Genética Humana em 2020/2. UFCSPA.
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