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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA Flávia Giardinni Trivellato ESTUDO DE CASO CLÍNICO: SERIA A TÉCNICA BULK FILL PASSÍVEL DE SUBSTITUIR A TÉCNICA INCREMENTAL EM RESTAURAÇÕES POSTERIORES? Juiz de Fora 2018 FLÁVIA GIARDINNI TRIVELLATO ESTUDO DE CASO CLÍNICO: SERIA A TÉCNICA BULK FILL PASSÍVEL DE SUBSTITUIR A TÉCNICA INCREMENTAL EM RESTAURAÇÕES POSTERIORES? Orientadora: Prof.ª Dra. Luciana Andrea Salvio Juiz de Fora 2018 Monografia apresentada à Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. FLÁVIA GIARDINNI TRIVELLATO ESTUDO DE CASO CLÍNICO: SERIA A TÉCNICA BULK FILL PASSÍVEL DE SUBSTITUIR A TÉCNICA INCREMENTAL EM RESTAURAÇÕES POSTERIORES? Monografia apresentada à Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Aprovado em ________ de ____________________de 2018, pela Banca Examinadora composta por: ____________________________________________ Prof.ª Dra. Luciana Andrea Salvio Doutora do Departamento de Odontologia Restauradora - UFJF ____________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Marques de Resende Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora – UFJF ____________________________________________ Prof.ª Dr. Rafael Barroso Pazinatto Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora - UFJF Aos meus pais, que ao longo de toda esta jornada não mediram esforços para que esta conquista fosse minha. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha mãe, Maruzzia, por ter feito de mim quem eu sou e me incentivar a todo momento a ser a melhor versão de mim mesma; Ao meu pai, Márcio, pelo apoio incondicional ao longo do caminho que escolhi trilhar pra minha vida; Á minha irmã mais velha Larissa, por ter sido sempre um excelente exemplo a ser seguido enquanto eu crescia; Aos meus avós Tutinha e Augusto, meus maiores e mais preciosos carinhos mesmo longe de casa; Ao restante da minha família, por ser energia renovadora nos momentos em que mais precisei; A Amanda e Tauana, pelos laços familiares que construímos dividindo paredes, confidências, conquistas e frustrações; A Ana Luiza, Caio, Felipe, João Paulo, Marcelo e Regina, por serem colegas de turma, amigos, irmãos e companheiros, e pela oportunidade incrível de viver este momento bem do ladinho de vocês; A Turma Sérgio Mota Júnior, “Os Presisos”, pelo companheirismo incontestável ao longo destes últimos cinco anos; À minha orientadora Luciana, por toda a dedicação e paciência ao longo da aventura turbulenta que foi dar vida a este trabalho; Á minha banca examinadora, Alexandre e Rafael, e ao Projeto Reabilitar por me incentivarem a ir além; Áo corpo docente e funcionários da Faculdade de Odontologia, por fazerem da rotina muitas vezes cansativa algo do que sentirei muita falta; Por fim, à Universidade Federal de Juiz de Fora, por ser a instituição que sempre chamarei de lar. TRIVELLATO, F. G. Estudo de caso clínico: Seria a técnica bulk fill passível de substituir a técnica incremental em restaurações posteriores?. Juiz de Fora (MG), 2018. 106f. Monografia (Curso de Graduação em Odontologia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Juiz de Fora. RESUMO As resinas compostas surgiram na Odontologia como materiais inovadores na confecção de restaurações estéticas e funcionais. Entretanto, as consequências clínicas causadas pela contração de polimerização e o limitado alcance de polimerização destes materiais exigem o uso da técnica incremental, baseada na inserção de pequenos incrementos separadamente. Tal técnica exige tempo, habilidade clínica e ainda encobre alguns riscos, como a contaminação entre camadas e polimerização inadequada. Neste contexto, surgem as resinas compostas bulk fill, nas viscosidades regular e fluida, com a proposta de simplificação do protocolo clínico em técnicas de inserção em incrementos únicos de até 4 mm de espessura. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre resinas compostas bulk fill e realizar um estudo de caso clínico demonstrando as técnicas propostas na utilização destes materiais. Duas diferentes técnicas bulk fill foram propostas para as restaurações de cavidades classe I com 4mm de profundidade em dois molares inferiores (elementos 37 e 46) pertencentes a um mesmo paciente. O elemento 37 foi restaurado usando o compósito Tetric N- Ceram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) em incremento único, enquanto o elemento 46 foi restaurado com o compósito Surefil SDR Flow (Dentsply Sirona, York, PA, USA) e a resina composta convencional Tetric N-Ceram (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein). Após a confecção das restaurações, estas foram avaliadas de acordo com o critério USPHS de adaptação marginal. Através da literatura revisada e do estudo de caso clínico, pôde-se concluir que as técnicas bulk fill são passíveis de substituir a técnica incremental em restaurações posteriores, desde que haja uma criteriosa seleção do material restaurador e as corretas indicações e protocolos clínicos sejam respeitados. PALAVRAS-CHAVE: Resinas Compostas. Restauração Dentária Permanente. Materiais Dentários. TRIVELLATO, F. G. Clinical case study: Would the bulk fill technique be able to replace the layering technique in posterior restorations? Juiz de Fora (MG), 2018. 106f. Monografia (Curso de Graduação em Odontologia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Juiz de Fora. ABSTRACT Resin composites emerged in Dentistry as innovative materials in regarding performing esthetic and functional restorations. However, the clinical consequences caused by polymerization shrinkage and limited depth of cure of these materials require the use of a layering technique, based on the insertion of small increments at each time. This technique demands time, clinical skills and also involves some risks, such as contamination between layers and inadequate polymerization. In this context, the bulk fill composites emerge, in regular and flow viscosities, proposing the simplification of clinical protocol with insertion technique of an only increment up to 4 mm thickness. Thus, the aim of this study was to revise the literature about bulk fill resin composites and perform a clinical case study to demonstrate the techniques proposed on the insertion of these materials. Two different techniques were proposed to restore Class I cavities with a 4 mm depth in two mandibular molars (elements 37 and 46) that belonged to the same patient. The 37 element was restored with the Tetric N-Ceram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) composite in an only increment, while the 46 element was restored with the Surefil SDR Flow (Dentsply Sirona, York, PA, USA) composite and the convencional resin composite Tetric N-Ceram (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein). After the conclusion of the restorations, they were assessed based on the USPHS criteria for direct clinical evaluation. Therefore, based on the revised literature and study of the clinical case, it was established that the bulk fill techniques are able to replace the incremental technique in posterior restorations, as long as there is a careful selection in regarding choice of materials and the adequate indications and clinical protocols are respected. KEY WORDS: Composite resins.Permanent Dental Restoration. Dental Materials. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Imagem fotográfica inicial da arcada inferior. Dentes 36, 37 e 46 com restaurações classe I deficientes e dente 47 com pigmentação de sulcos. 83 Figura 2 Imagem radiográfica periapical dos elementos 36, 37 e 38. 83 Figura 3 Imagem radiográfica periapical dos elementos 46, 47 e 48. 83 Figura 4 Imagem fotográfica inicial dos dentes 36 e 37. Dente 36, observa-se a superfície do amálgama com manchamento e desadaptação marginal (). Dente 37, pode-se observar sítios de oxidação (*) por toda extensão da restauração em resina composta, os quais são responsáveis pela degradação marginal. 84 Figura 5 Imagem fotográfica inicial dos dentes 46 e 47. . Dente 47, observa-se sítios de oxidação (*) e fratura () nas margens da restauração em resina composta. Dente 46, observa-se cárie por toda extensão do sulco principal. 84 Figura 6 Imagem fotográfica do preparo cavitário do dente 37. 86 Figura 7 Imagem fotográfica do isolamento absoluto dos elementos 34, 35, 36 e 37. 86 Figura 8 Imagem fotográfica do posicionamento da sonda milimetrada para medida da profundidade da cavidade (4 mm). 86 Figura 9 Imagem fotográfica do condicionamento do esmalte com ácido fosfórico a 37% por 20 segundos. 86 Figuras 10 Imagem fotográfica da aplicação ativa de adesivo autocondicionante universal por 20 segundos. 86 Figura 11 Imagem fotográfica da inserção do material com auxílio do brunidor número 33. 87 Figura 12 Imagem fotográfica da definição dos sulcos com auxílio da sonda exploradora número 5. 87 Figura 13 Imagem fotográfica da finalização da restauração, com aplicação dos corantes. 87 Figura 14 Imagem fotográfica da restauração finalizada após o acabamento e polimento iniciais. 87 Figura 15 Imagem fotográfica isolamento absoluto dos elementos 45, 46 e 47 e preparo cavitário do elemento 46 com forramento da parede pulpar com Vitremer. 89 Figura 16 Imagem fotográfica do posicionamento da sonda milimetrada para medida da profundidade da cavidade (4mm). 89 Figura 17 Imagem fotográfica do condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico 37% por 30 segundos. 89 Figura 18 Imagem fotográfica da aplicação ativa do adesivo autocondicionante em toda a cavidade. 89 Figura 19 Imagem fotográfica da aplicação do compósito Surefil SDR com ponta aplicadora própria. 89 Figura 20 Imagem fotográfica indicando a profundidade restante da cavidade após a inserção do compósito Surefil SDR (2 mm). 89 Figura 21 Imagem fotográfica da inserção dos incrementos da resina Tetric N-Ceram. Cada cúspide recebeu um incremento, que foi fotopolimerizado por 20 segundos. 89 Figura 22 Imagem fotográfica da restauração finalizada, após aplicação dos corantes e anteriormente ao acabamento e polimento. 90 Figura 23 Imagem fotográfica da restauração finalizada, após o acabamento e polimento iniciais. 90 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS % Percentual ® marca registrada ºC graus Celsius < Menor > Maior = Igual TBS resistência à microtração ADA American Dental Association AFM Microscopia de Força Anatômica AgNO³ Nitrato de prata BBO Bibliografia Brasileira de Odontologia Bis-EMA Bisfenol A glicil dimetacrilato etoxilado Bis-GMA Bisfenol A glicil dimetacrilato CLSM Microscopia Confocal de Varredura à Laser DC grau de conversão DO disto-oclusal DOC profundidade de polimerização E módulo de elasticidade EBPDMA dimetacrilato bisfenol A etoxilado Fator C Fator de configuração cavitária HEMA 2-hidroxietil metacrilato HV Microdureza de Vickers IA adaptação interfacial IBECS Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud ISO International Organization for Standardization LED Diodo emissor de luz LILACS Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde mg Miligramas MO mésio-oclusal MOD mésio-ocluso-distal mm Milímetros mW/cm² megawatt por centímetro quadrado n número de amostras por grupo N Newton OCT Tomografia de Coerência Óptica RMS valores quadráticos médios SciELO Scientific Electronic Library Online SEM Microscopia Eletrônica de Varredura SBS resistência ao cisalhamento TA temperatura ambiente TC temperatura corporal TEGDMA Trietileno glicol dimetacrilato UDMA Uretano dimetacrilato USPHS United States Public Health Service VHN Microdureza de Vickers SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................12 2 PROPOSIÇÃO....................................................................................................15 3 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................16 4 ESTUDO DE CASO CLÍNICO............................................................................82 4.1 Procedimentos restauradores............................................................84 4.2 Avaliação clínica da adaptação marginal..........................................90 5 DISCUSSÃO.......................................................................................................93 CONCLUSÃO.......................................................................................................100 REFERÊNCIAS....................................................................................................101 ANEXOS...............................................................................................................104 12 1 INTRODUÇÃO O sucesso de uma restauração em resina composta depende substancialmente da adaptação desta nas paredes da cavidade e a integridade da união entre ela e os substratos dentais (RENGO et al., 2015). Desse modo, fabricantes procuram alternativas e estratégias para aprimorar cada vez mais as suas propriedades físicas e mecânicas (MOORTHY et al., 2012). Sabe-se que a contração de polimerização da resina composta é inerente ao material e de crucial importância na adequada integridade marginal e durabilidade da restauração. A cinética de polimerização, o conteúdo de partículas inorgânicas e a matriz orgânica determinam as propriedades viscoelásticas e o grau de polimerização da resina composta. Além disso, o preparo geométrico da cavidade influencia diretamente nas tensões de contração da resina composta. Cavidades com elevado fator de configuração geométrica (fator C) apresentam maiores chances de tensões de contração de polimerização (RENGO et al., 2015). Desta maneira, diferentes estratégias para minimizar essas tensões vêm sendo estudas e aprimoradas continuamente; tais como: métodos de polimerização gradual, uso de resinas compostas com baixo módulo de elasticidade (flow) como base para absorver parte das tensões de contração e, ainda, a inserção em pequenos incrementos da resina com o objetivo de diminuir o fator C (KIM et al., 2015; TEKIN et al., 2017). Durante a técnica restauradora, recomenda-se que o incremento em resina composta seja no máximo de 2 mm em espessura, pois o material possui limitado alcance de polimerização (VAN DIJKEN e PALLESEN, 2015). Enquanto a camada superficial apresenta-se devidamente polimerizada, as camadas mais inferiores nem tanto podendo provocar danos citotóxicos à polpa (FURNESS et al., 2014; GONÇALVES et al.,). A técnica incremental para resinas compostas é complexa, demanda habilidade técnica e tempo clínico. Possui, ainda, riscos técnicos como a incorporação de ar, contaminação entre as camadas e falhas de adesão em cavidades consideradas extensas (ORLOWSKI, TARCZYDLO e CHALAS, 2014). Para tentar suprir essas desvantagens, surgiram os compósitos bulk fill, uma nova geração de resinas compostas com o objetivo de acelerar e facilitaro protocolo clínico de restaurações posteriores em cavidades muito profundas. Esse tipo de material pode ser inserido em bloco único de 4 mm em espessura (ILIE e STARK, 13 2014) e em cavidades com elevado fator C sem provocar tensões de contração de polimerização e, sim, adequado grau de conversão (FURNESS et al., 2014). A técnica restauradora com compósitos bulk fill é muito atrativa clinicamente, porém a adaptação interna destas pode conter algumas fendas as quais prejudicariam a longevidade da restauração. Pensando nisso, surgiu no mercado odontológico mais fluida, denominda de bulk fill flow, que permite uma melhor adaptação interna em cavidade estreitas e sinuosas (ILIE et al., 2014). Resinas compostas bulk fill são, de forma geral, mais translúcidas em comparação a compósitos convencionais, uma vez que o aumento da translucidez é uma das estratégias utilizadas para obtenção de uma adequada profundidade de polimerização em incrementos de maiores espessuras (KIM et al., 2015). Esta diferença de composição em relação às resinas compostas convencionais reduz a dispersão e melhora a penetração de luz (VAN DIJKEN e PALLESEN, 2015; MEEREIS et al., 2018). Além da translucidez, o aumento da profundidade de polimerização de compósitos bulk fill pode ser atribuído à incorporação de monômeros modificados e de diferentes sistemas fotoiniciadores nas composições destes materiais. No caso do compósito Tetric N-Ceram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent), por exemplo, o fabricante alega que, embora este material possua um sistema iniciador tradicional à base de canforoquinona e amina, há a presença de um “intensificador” denominado Ivocerin® em sua composição, que auxilia na redução de contração de polimerização e também na adequada profundidade de polimerização de maiores incrementos (KIM et al., 2015). A tecnologia bulk fill apresenta vantagens como: a menor possibilidade de formação de fendas ao longo da restauração, a rapidez e praticidade da técnica de preenchimento único em comparação à técnica incremental tradicional e também a polimerização única e padronizada da restauração. No entanto, ainda há uma variedade de dúvidas e questionamentos dos cirurgiões-dentistas quanto à durabilidade e eficácia destes materiais, uma vez que o sucesso clínico só será estabelecido após um uso destes materiais a longo prazo e com a publicação de mais estudos acerca dos seus comportamentos clínicos (DIDEM, GÖZDE e NURHAN, 2014). Portanto, o objetivo desse trabalho é demonstrar, por meio de um estudo de caso clínico e revisão de literatura, as vantagens e desvantagens das diferentes técnicas de realização de restaurações posteriores em resinas compostas, 14 comparando a técnica incremental de resinas compostas convencionais às técnicas de preenchimento único de compósitos bulk fill de alta e baixa viscosidade. 15 2 PROPOSIÇÃO O presente estudo tem como objetivo demonstrar, por meio de um estudo de caso clínico e revisão de literatura, as vantagens e desvantagens das diferentes técnicas de realização de restaurações posteriores em resinas compostas, comparando a técnica incremental de resinas compostas convencionais às técnicas de preenchimento único de compósitos bulk fill de alta e baixa viscosidade. A hipótese testada é a de que as técnicas de preenchimento único envolvendo compósitos bulk fill apresentam maiores vantagens acerca de simplificação de protocolo clínico, diminuição de riscos de contaminação e qualidade de polimerização em comparação à técnica incremental de resinas compostas tradicionais. 16 3 REVISÃO DA LITERATURA Roggendorf et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de analisar a integridade marginal de restaurações classe II em resinas compostas, comparando restaurações realizadas com a técnica incremental convencional e restaurações as quais foi utilizada uma resina bulk fill de baixa contração de polimerização como base. Foram selecionados 80 terceiros molares hígidos que foram preparados com cavidades classe II padronizadas (4 mm de largura vestíbulo-lingual, 4 mm de profundidade oclusal, 2 mm de largura da caixa proximal médio-distal e margem proximal localizada 1-2 mm abaixo da junção amelocementária), com ângulos internos arredondados e margens do preparo não biseladas. Grupos de oito dentes foram aleatoriamente selecionados para serem tratados com cinco diferentes adesivos (XP Bond, Xeno V, Syntac, Adper Prompt L-Pop, iBond Self-etch), de acordo com as instruções dos fabricante, e foram selecionadas resinas compostas das mesmas linhas de fabricação dos adesivos. Os adesivos e as resinas compostas foram polimerizados com Translux CL (Heraeus Kulzer, Hanau, Germany) na intensidade de 650 mW/cm² em todos os casos durante o experimento. As 80 cavidades foram envolvidas em uma matriz de metal e preparadas com os respectivos adesivos. 40 cavidades foram restauradas com resina composta bulk fill flow (Surefil SDR, Dentsply Caulk) numa profundidade de 4 mm e, na altura restante, com resina composta convencional em incrementos de até 2 mm. As outras 40 cavidades foram restauradas com resinas compostas de alta viscosidade na técnica incremental horizontal com incrementos de até 2 mm. Após a remoção das matrizes de metal, as restaurações foram polimerizadas por 20 segundos pela face lingual e por mais 20 segundos pela face vestibular, excessos grosseiros foram retirados com o auxílio de uma cureta posterior e o acabamento das margens da restauração foi realizado com discos flexíveis. Após armazenamento em água destilada por 21 dias, as fendas marginais foram analisadas antes e depois da ciclagem termomecânica, usando microscopia eletrônica de varredura em réplicas de resina epóxica (Alpha Die, Schuetz Dental, Germany). A ciclagem termomecânica foi realizada em um meio oral artificial (“Quasimodo” chewing simulator, University of Erlangen, Germany) simulando a mastigação em 100.000 ciclos do carregamento mecânico e 2.500 ciclos térmicos simultâneos. A integridade marginal entre a resina composta e a dentina foi representada como uma porcentagem de toda a extensão marginal em 17 dentina e esmalte e a qualidade marginal foi classificada como: “margem livre de fendas”, “fenda/irregularidade” e “não julgável”. Após a investigação marginal, os dentes foram embebidos em uma resina epóxica de lenta polimerização (Epoxy-Die, Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e seccionados no sentido mésio-distal para investigação das superfícies internas de ambas as secções. Como resultado, altas porcentagens de margens livres de fenda foram identificadas tanto para esmalte quanto para dentina. Adesivos de dois passos apresentaram melhor desempenho na adaptação marginal em relação aos adesivos de um passo. Durante a avaliação de qualidade marginal, fraturas de esmalte ocorreram apenas em grupos unidos com adesivos de dois passos, e a maior quantidade dessas fraturas ocorreram em dentes restaurados com a resina SDR. Em relação à adaptação interna à dentina, adesivos de dois passos exibiram significantemente mais áreas livres de fendas comparados a adesivos de passo único. Para todos os adesivos do estudo, a presença de uma camada de 4 mm de resina composta SDR não teve negativa influência nos resultados. Os resultados do estudo mostraram que o modo convencional de condicionamento com ácido fosfórico continua sendo o modo mais confiável para atingir uniões resistentes ao esmalte, embora os adesivos de passo único tenham apresentado desempenho satisfatório antes dos testes mecânicos e térmicos, devido a um mecanismo de retenção entre os cristais. Além disso, o estudo demonstrou que é possível atingir o sucesso da restauração simplificando o ato clínico com a resina composta SDR, já que em nenhum dos grupos este material causoumaior extensão de fendas marginais comparado com os grupos de resina convencional. A resina composta SDR combinada às cinco resinas compostas selecionadas não apresentou nenhuma falha de adesão aos adesivos em termos de qualidade de adaptação marginal e interna ao esmalte e à dentina. A formação de fendas na interface dente-restauração pode estar relacionada à insuficiente compensação da contração de polimerização e também aos repetidos estresses que podem exceder a capacidade de resistência da restauração. Como as resinas compostas foram selecionadas com base na mesma linha de fabricação dos adesivos, diminui-se a possibilidade de haver incompatibilidades entre estes materiais, dando maior credibilidade aos resultados do estudo. Como conclusão, o presente estudo não demonstrou um efeito negativo do uso da resina SDR como base da restauração em comparação às resinas convencionais. 18 Moorthy et al. (2012) realizaram uma pesquisa com o objetivo de avaliar e comparar a deflexão cuspal e microinfiltração cervical de restaurações classe II confeccionadas em técnica incremental com uma resina composta convencional e técnica de incremento único usando compósitos bulk fill flow como base. Desde o surgimento da resina composta como um material restaurador eficaz, fabricantes procuram alternativas para melhorar suas propriedades físicas e mecânicas e, entre elas, a contração de polimerização. Atualmente, as propriedades mecânicas (força e módulo elástico) das resinas compostas têm sido melhoradas com o aumento do volume de partículas de carga em suas composições, enquanto a contração volumétrica de polimerização tem sido reduzida por manobras como a eliminação de TEGDMA como um componente monomérico. Recentes avanços por parte dos fabricantes acabou resultando no surgimento da resina composta bulk fill de baixa viscosidade e na possibilidade do uso deste material como base de restaurações posteriores extensas, com um limite de espessura de 4 mm. Neste contexto, foram selecionados 24 pré-molares superiores hígidos que foram medidos e divididos em três grupos (n = 8) de forma em que a variação do comprimento bucal-palatal das amostras não passasse de 5% dentro de cada grupo. Todas as amostras foram fixadas com resina ortodôntica em um molde cúbico feito em aço inoxidável para a preparação de cavidades classe II MOD padronizadas, levando em conta o comprimento bucal-palatal e a localização da junção amelo-dentinária para a padronização de cada um dos preparos. Para a confecção das restaurações, as cavidades foram preparadas com um sistema adesivo convencional de três passos (All-Bond 2 Dual-Cured Universal Adhesive System, Bisco Inc.m Schaumburg, IL, USA) de acordo com as instruções do fabricante. O primeiro grupo de amostras (grupo A) foi restaurado em técnica incremental com a resina composta GrandioSO (Voco GmbH, Cuxhaven, Germany). A técnica incremental oblíqua envolveu três incrementos triangulares de aproximadamente 2 mm de espessura para cada uma das caixas proximais e dois incrementos para a caixa oclusal. Os grupos restantes foram restaurados usando os compósitos SDR (Dentsply Caulk, Milford, DE, USA) para o grupo B e x-tra base (Voco GmbH, Cuxhaven, Germany) para o grupo C. A técnica utilizada para os grupos B e C foi a de incremento único, de forma a deixar 2 mm da cavidade a ser recoberta em incrementos triangulares da resina composta GrandioSO. Todas as amostras foram submetidas à análise de deflexão cuspal com o uso de um aferidor de deflexão de dois canais (Twin Channel Analogue Gauge 19 Unit, Thomas Mercer Ltd., St. Alban’s, UK). Para o grupo A, foram realizadas oito medidas de deflexão cuspal (uma ao fim da polimerização de cada um dos 8 incrementos) para cada cúspide bucal e palatal. Para as amostras dos grupos B e C, foram realizadas três medidas de deflexão cuspal (uma ao fim do incremento único, e uma para cada incremento oclusal) para cada cúspide bucal e palatal. Para analisar a microinfiltração marginal, após a confecção das restaurações, todas as amostras foram submetidas à ciclagem termomecânica e armazenamento em solução de corante de fúcsia a 0,2% antes de serem seccionadas no sentido mésio- distal. As amostras seccionadas foram examinadas em um estéreomicroscópio (Wild M3C, Heerburg, Switzerland) em um aumento de 25 vezes e a extensão de microinfiltração foi avaliada e classificada em uma pontuação de 0 a 4, na qual 0 corresponde a ausência total de penetração de corante e 4 corresponde a penetração de corante na câmara pulpar via parede pulpar. Os resultados da pesquisa mostraram que houve um aumento estatisticamente significativo na deflexão cuspal das amostras do grupo A quando em comparação às amostras dos grupos B e C. Tal resultado está em concordância com estudos anteriores que afirmam que a técnica incremental oblíqua acaba por produzir maior tensão de contração na interface dente-restauração em cavidades MOD quando em comparação a técnica incremental gengivo-oclusal. Outro fator que pode estar relacionado é que o uso de um compósito bulk fill flow como base (grupos B e C) reduz significativamente o comprimento restante de cúspide a ser restaurado com uma resina composta tradicional, levando à diminuição da deflexão. Estudos anteriores sugerem, também, que a inserção de um grande incremento horizontal gengivo-oclusal leva a uma constrição simultânea das duas cúspides durante a fotopolimerização, o que de certa forma limita a excessiva deflexão. Em relação a análise de microinfiltração marginal, os resultados da pesquisa não mostraram diferenças estatisticamente significativas para os grupos A, B e C, o que sugere que não há efeitos deletérios no uso de compósitos bulk fill flow como base de restaurações na adesividade e interface dente-restauração. Desta forma, a partir deste estudo, pode-se concluir que os compósitos bulk fill flow estudados (SDR e x- tra base) reduziram significativamente a deflexão cuspal durante a fotopolimerização quando comparados a uma resina composta convencional (GrandioSO) utilizada em técnica incremental oblíqua. A utilização de um compósito bulk fill flow como base tem como vantagem a redução do tempo de operação, bem como a redução da 20 quantidade de incrementos necessários a serem inseridos e fotopolimerizados durante a confecção da restauração. Entretanto, no contexto do estudo, os materiais bulk fill analisados (SDR e x-tra base) são essencialmente destinados à confecção de camadas de base, e exigem necessariamente serem recobertas com uma resina composta convencional para garantir o sucesso anatômico, funcional e estético da restauração. Scotti et al. (2014) realizaram uma pesquisa in vitro com o objetivo de avaliar a capacidade de selamento marginal de diferentes tipos de resinas compostas em ambos tecidos de esmalte e dentina. Um dos principais fatores que garante o sucesso de uma restauração é o seu selamento marginal eficaz, de forma a prevenir a microinfiltração. As consequências clínicas da microinfiltração marginal envolvem: discrepâncias marginais, manchamentos marginais, cáries secundárias, sensibilidade e dor pós-operatória. Neste contexto, surgem as resinas compostas de baixa viscosidade (flow), que apresentam menor porcentagem de cargas inorgânicas e maior quantidade de componentes resinosos. Além disso, foram introduzidos também os compósitos bulk fill flow, prometendo menor contração de polimerização que os compósitos tradicionais. Para a pesquisa, foram selecionados 48 molares hígidos recém extraídos nos quais foram preparadas quatro cavidades classe V cada, localizadas na junção esmalte-cemento das faces de cada elemento (vestibular, lingual, mesial e distal). Todas as cavidades possuíam dimensões padronizadas de 2 mm x 2 mm x 2 mm e foram confeccionadas com uma broca diamantada cilíndrica em altarotação. Para a confecção das restaurações, foi usado um sistema adesivo de três passos (Optibond FL, Kerr, Orange, CA, USA), aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Então, todas as amostras foram aleatoriamente divididas em três grupos de 16 amostras, cada grupo restaurado com um dos materiais estudados. O grupo 1 foi restaurado com uma resina composta nano-híbrida de alta viscosidade, a Venus Diamond (Heraeus Kulzer, Hanau, Germany); o grupo 2 com um “nanocompósito” de baixa viscosidade, o Venus Diamond Flow (Heraeus Kulzer, Hanau, Germany) e o grupo 3 com um compósito bulk fill de baixa viscosidade, o Surefil SDR Flow (Dentsply, York, PA, USA). Todas as amostras foram restauradas em técnica de incremento único e foram fotopolimerizadas por 20 segundos com luz de LED (Translux Power Blue, Haraeus Kultzer, Hanau; Germany) em potência de 1000 mW/cm². Após 24h, as restaurações foram submetidas a acabamento e polimento e então armazenadas em água 21 destilada por 7 dias. As amostras foram completamente cobertas com duas camadas de esmalte de unha, exceto por uma janela de 1 mm ao redor das margens das cavidades e cada grupo foi, então, subdivido em dois (n = 8). As amostras dos subgrupos A foram imersas em uma solução de 1:10 de corante de azul de metileno à 25ºC por 30 minutos, escovadas por 1 minuto em água corrente e seccionadas de forma a obter quatro secções para cada amostra, dividindo cada uma das quatro restaurações de forma longitudinal. Já as amostras do subgrupo B foram submetidas a um protocolo de envelhecimento artificial com o auxílio de ciclagem termomecânica e armazenamento em saliva artificial e, então, imersas em azul de metileno e seccionadas do mesmo modo que as amostras do subgrupo A. Para todas as secções, foram registradas fotografias das interfaces das restaurações sob um aumento de 40 vezes em estéreomicroscópio (SMZ 140 N2GG, Motic, Wetzlar, Germany). Para analisar a porcentagem de penetração do corante em ambos dentina e esmalte, para todos os compósitos, as fotografias foram analisadas em software de imagem (Adobe Photoshop CS5, Microsoft, CA, USA). Os resultados da pesquisa apontaram que nenhuma das interfaces mostrou ausência de infiltração, embora as porcentagens de microinfiltração tenham variado em relação ao tecido dentário, ao processo de envelhecimento e também ao material utilizado. Estatisticamente, apenas a interação entre o compósito e a margem dos tecidos dentários afetou significantemente a porcentagem de penetração de corante na interface dente-restauração. A resina composta nanohíbrida de alta viscosidade apresentou uma maior capacidade de selamento marginal em tecido de esmalte, enquanto em dentina o melhor selamento foi adquirido com compósitos de baixa viscosidade. Isso comprova que a qualidade de adesão do esmalte é capaz de subjugar a contração de polimerização do compósito, independentemente da contração volumétrica. Em contrapartida, o melhor resultado dos compósitos de baixa viscosidade em tecido dentinário, sobretudo do compósito bulk fill Surefill SDR, pode ser atribuído à baixa tensão de contração desses materiais devido aos seus menores módulos elásticos. Além disso, deve-se levar em conta que no substrato dentinário os processos de adesividade são menos previsíveis e mais dificultados, devido ao maior conteúdo orgânico da dentina em relação ao esmalte. O procedimento de envelhecimento artificial das restaurações teve como objetivo simular os efeitos das condições orais (temperatura, mastigação e pH) sobre os compósitos. Neste contexto, os resultados da pesquisa demonstraram que as 22 restaurações artificialmente envelhecidas demonstraram um significante aumento na penetração marginal do corante, para ambos tecidos dentinário e de esmalte. Tal achado pode ser explicado pela degradação fisiológica causada pelo contato com os fluidos orais, além do fato de que o processo de ciclagem termomecânica, que simula a mastigação, é apontado como um grande fator intensificador do processo de microinfiltração marginal. Em conclusão, baseado nos resultados deste estudo, pode-se afirmar que a microinfiltração em tecido de esmalte não foi influenciada pelo tipo de material utilizado, enquanto o tecido dentinário apresentou melhor selamento marginal quando restaurado em compósitos de baixa viscosidade. Neste contexto, ao restaurar um dente, deve-se sempre em considerar o tecido dentário a ser restaurado para eleição do material restaurador, atentando-se sempre a obter o melhor selamento marginal possível. Campos et al. (2014) realizaram um estudo com o objetivo de determinar a adaptação marginal de compósitos bulk fill em restaurações classe II tipo MO com margens de esmalte biseladas. Para o estudo, 40 molares hígidos recém extraídos foram preparados com extensas e padronizadas cavidades classe II tipo MO, com paredes paralelas e margem cervical estabelecida 1 mm abaixo da junção amelo- cementária. As 40 amostras foram aleatoriamente distribuídas entre 5 grupos experimentais, correspondendo aos diferentes materiais bulk fill e um grupo controle (n = 8). Os procedimentos de sistema adesivo foram realizados com o adesivo convencional Optibond FL (Kerr Co, Orange, CA, USA) de acordo com as instruções do fabricante. As cavidades foram restauradas com dois incrementos horizontais de 4 mm e 2 mm de espessura, e cada um deles foi fotopolimerizado por 40 s com fotopolimerizador à luz de LED (Demi Plus, Kerr Co., Middleton, WI, USA) com irradiação de aproximadamente 1100 mW/cm². Os grupos experimentais foram definidos da seguinte forma: grupo A foi restaurado com os compósitos Venus Bulk Fill (4 mm) e Venus Diamond (2 mm); o grupo B com os compósitos Tetric EvoCeram Bulk Fill (4mm) e Tetric EvoCeram (2 mm); o grupo C com os compósitos Surefil SDR (4 mm) e Ceram-X (2 mm); o grupo D com dois incrementos do compósito Sonic Fill (4 mm e 2 mm) e o grupo E, o grupo controle, em dois incrementos do compósito Ceram-X (4 mm e 2 mm). Após a confecção das restaurações, réplicas das amostras foram feitas com o uso de um material polivinil siloxano (President light body, Coltène/Whaledent AG, Altstätten, Switzerland) e de uma resina epóxica (Epofix, Struers; Copenhagen, Denmark). Após o teste de 23 ciclagem termomecânica, novas réplicas foram obtidas e todas as amostras foram submetidas à avaliação em microscopia eletrônica (Digital SEM XL20, Philips, Eidhoven, Netherlands) em um aumento de 200 vezes. Os resultados de adaptação marginal antes e depois da ciclagem termomecânica foram expressos como porcentagens de margens contínuas para o total do comprimento de margem, e foram separados entre margens oclusais, proximais e cervicais. Os resultados do estudo demonstraram que todos os materiais investigados exibiram uma satisfatória adaptação marginal antes da ciclagem termomecânica, principalmente em esmalte. Após a ciclagem, o nível de adaptação marginal não foi mantido. A adaptação marginal cervical foi inferior comparada às margens proximal e oclusal, o que confirma a importância do condicionamento em ácido fosfórico para a obtenção de uma adequada adesão em esmalte. As tensões geradas pela contração de polimerização têm o potencial de causar falhas adesivas e/ou microfissurações no material restaurador e/ou esmalte. É estabelecido que uma técnica incremental é um importante fator para a modificação das tensões de contração e a magnitude das tensões são mediadas pela viscosidade do compósito, sua capacidade de reduzir as tensões, seu modo de polimerização e os protocolos de adesão à cavidade restaurada. No entanto, estudos anteriores demonstraram que a técnica incremental aumentou a deformação dos dentes restaurados, diminuindo a quantidade de compósito necessária para preencher a cavidade e criando maiores tensões na estrutura dente-restauração. Nesteestudo, a adaptação marginal em dentina foi menor comparada à adaptação marginal em esmalte e, após a ciclagem termomecânica, o grupo A demonstrou uma significativa maior diminuição da adaptação em dentina, alcançando um valor de apenas 19,89%. Este resultado pode estar atribuído às propriedades mecânicas do material restaurador, uma vez que as condições experimentais foram iguais para todos os grupos. Um estudo anterior demonstrou que o compósito Venus Bulk Fill possui propriedades mecânicas (força flexural, módulo flexural e dureza flexural) similar ou menor comparado aos outros compósitos bulk fill estudados. O módulo elástico é hipotetizado como sendo mais importante do que a contração em geração de tensões. Neste sentido, os módulos elásticos dos diferentes materiais influenciariam o seu comportamento de formações de tensão. Neste contexto, os compósitos de baixa viscosidade podem promover o alívio das tensões por possuírem um menor módulo elástico. De forma geral, quanto maior o módulo elástico do material, maior a contração de polimerização e, 24 consequentemente, maiores as tensões geradas pela contração. Neste estudo, entre todos os grupos experimentais, Venus Bulk Fill e Surefil SDR são considerados compósitos de baixa viscosidade e, ainda assim, não produziram melhores resultados comparados a outros grupos. Um aspecto a ser considerado a partir deste achado é que um significante alívio de tensão não pode ser garantido para compósitos de baixa viscosidade de módulo elástico igual ou maior que 5 GPa. Neste estudo, uma avaliação qualitativa das margens não contínuas demonstrou uma significante fratura de esmalte. Provavelmente, a força de adesão ao esmalte foi suficiente para resistir às tensões de contração, porém, tais tensões excederam a resistência coesiva do esmalte, originando fissuras neste substrato. Os autores deste estudo atribuíram, em parte, os bons resultados gerados em esmalte ao fato de suas margens terem sido biseladas. Para restaurações compostas diretas, uma adequada adaptação marginal e eficaz polimerização são importantes para garantir um adequado comportamento clínico. O grau de conversão dos materiais pode ser influenciado por suas composições (matriz e cargas) e translucidez. A maior preocupação acerca da técnica bulk fill é a capacidade destes materiais de polimerizar as partes mais profundas dos incrementos e, até o presente momento, existem poucos estudos avaliando estas propriedades destes materiais. De forma geral, o presente estudo pôde concluir que as margens de dentina apresentaram maior descontinuidade quando comparadas às margens de esmalte. Em preenchimentos únicos, os materiais bulk fill não apresentaram uma melhor adaptação marginal comparados aos compósitos tradicionais. Furness et al. (2014) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a adaptação marginal interna de restaurações Classe I realizadas com resinas compostas bulk fill em diferentes espessuras de incremento. Para a pesquisa, foram selecionados 50 molares hígidos recém extraídos que tiveram suas cúspides removidas de forma a obter uma superfície plana para padronização da distância de polimerização. Após a remoção das cúspides, cavidades classe I de 4 mm de diâmetro e profundidade foram preparadas no centro de cada dente, certificando-se de que todo o ângulo cavossuperficial correspondesse a área de esmalte. Para os procedimentos restauradores, quatro resinas compostas bulk fill e uma resina composta convencional foram utilizadas juntamente com os sistemas adesivos convencionais e aparelhos fotopolimerizadores correspondentes a cada marca comercial, de acordo com as instruções dos fabricantes. O preenchimento da 25 cavidade foi realizado de duas formas para cada material: um incremento único de 4 mm e dois incrementos de 2 mm, resultando em 5 amostras para cada grupo experimental (n = 5). Os compósitos utilizados foram: Surefil SDR Flow (Caulk Dentsply, Milford, DE; cor A2; sistema adesivo Prime N Bond e aparelho fotopolimerizador Smart Lite, IQ2); Quixx (Caulk Dentsply, Milford, DE; cor universal; sistema adesivo Prime N Bond e aparelho fotopolimerizador Smart Lite, IQ2); SonicFill (Kerr/Sybron, Orange, CA; cor A2; sistema adesivo Optibond FI e aparelho fotopolimerizador Demi Plus); Tetric EvoCeram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent, Liechnstein; cor Universal; sistema adesivo ExciTE F e aparelho fotopolimerizador Bluephase 20i) e Filtek Supreme Ultra (3M ESPE, St. Paul, MN; cor A2B, sistema adesivo Adper Scotchbond e aparelho fotopolimerizador S10), usada como controle. Todas as amostras foram fixadas em cera para os processos de fotopolimerização, realizados nos tempos e potências de acordo com as instruções de cada fabricante e em uma distância padronizada de 2 mm da cavidade. Completada a restaurações das cavidades, os excessos foram removidos e as amostras foram submetidas à termociclagem de 100 ciclos entre 5ºC e 55ºC e armazenadas em uma solução desinfetante aquosa por 24 horas a uma temperatura de 37ºC. Os dentes foram, então, seccionados pelo centro da restauração e tiveram suas raízes removidas. Cada secção foi incorporada em resina autopolimerizável com auxílio de um molde anelar, com o objetivo de criar uma matriz firme para testagem das amostras. Uma secção cada dente foi armazenada para pesquisas futuras e as outras secções foram armazenadas em uma câmara de 100% de umidade por uma semana para prevenir a desidratação de tecido dentinário. Retiradas do armazenamento, as amostras foram polidas com papéis abrasivos e pasta de alumínio, e limpas ultrassonicamente em água por 15 minutos. Após uma leve secagem, uma solução corante usada para detecção de cáries (Item #1805, Sable Seek, Ultradent Products, South Jordan, UT, USA) foi aplicada nas margens internas das restaurações, e excessos foram removidos com o auxílio de lenços laboratoriais. Imagens das amostras foram obtidas (FinePix HS10, Fujifilm Manufacturing, Greenwood, SC, USA) e analisadas de acordo com os seguintes parâmetros: formação de fendas, fratura dentária e formação de espaços. Além disso, o comprimento das interfaces marginais das restaurações foi determinado em diferentes localizações: porção de esmalte/restauração, porção média da dentina/restauração e parede pulpar/restauração. Dentro de cada uma dessas medidas, a porção de margens 26 livres de fendas, identificadas como a ausência de manchas, foram obtidas como uma porcentagem do comprimento total das interfaces. Os resultados do estudo demonstraram que houve uma interação estatisticamente significativa entre o material restaurador e a localização de interface interna: em todos os materiais testados em técnica bulk, todos apresentaram uma significativa maior quantidade de margens livres de fendas nas interfaces de esmalte e dentina medial quando comparada à interface pulpar, com exceção do compósito SureFil SDR Flow. Este material, quando utilizado em incremento único de 4 mm, não apresentou diferença significativa de integridade marginal entre as porções de esmalte, dentina medial ou margem pulpar. Entretanto, quando utilizado em técnica incremental (2 mm), apresentou uma melhor integridade marginal em esmalte e dentina medial comparada a parede pulpar, assim como os outros materiais. Adicionalmente, não foram encontradas diferenças significativas para as porcentagens de margens livres de fendas entre os cinco materiais nas margens pulpares, que não ultrapassou 30% em nenhum dos casos. Nas outras interfaces, também não houve diferenças, porém os valores encontrados foram considerados bem menores, com uma média de 18% pra técnica incremental e 8% para técnica bulk. Em relação ao material controle, Filtek Supreme Ultra, os resultados foram intrigantes: quando este foi utilizado na recomendada técnica incremental, a incidência de margens livres de fendasnas interfaces de esmalte e dentina medial se mostraram bem menores em comparação aos valores encontrados no uso deste material em técnica bulk. Já em relação á integridade marginal pulpar, não foram encontradas diferenças dentre as técnicas de preenchimento. Tais diferenças podem indicar que, em técnica bulk, as tensões de contração nas interfaces de esmalte e dentina foram menores, possivelmente devido à habilidade do compósito não polimerizado de se deformar e “suprir” a tensão resultante da fotopolimerização do compósito nas camadas mais superficiais. Em contraste, na técnica incremental, o segundo incremento deve ter desenvolvido uma maior tensão, como foi evidenciado pelas baixas porcentagens de margens livres de fendas em esmalte e dentina. Além disso, outros estudos mostram que, embora a integridade marginal pulpar apresente-se inferior, o uso de compósitos bulk fill em uma técnica incremental tende a ser sutilmente melhor quando tais materiais são usados em incremento único de 4 mm. Tal diferença pode ser explicada devido a maior translucidez e maior reação a luz que vários destes compósitos apresentam para atingir uma maior profundidade de polimerização quando comparados a 27 compósitos incrementais. De forma geral, a formação de fendas na parede pulpar foi proeminente tanto para as restaurações realizadas com resinas compostas bulk fill quanto para restaurações em resina composta convencional. Tal achado pode ser atribuído ao fato de que, embora o compósito bulk fill possa atingir uma grande profundidade de polimerização, o potencial para o desenvolvimento de sensibilidade operatória relacionada à formação de fendas na parede pulpar e também o movimento hidráulico resultante de fluidos que ocuparão este espaço sobre o efeito da carga oclusal ainda estão presentes. Outra interessante conclusão do estudo foram os diferentes padrões de penetração de corante encontrado entre os materiais. No compósito Tetric Evo Ceram Bulk Fill, por exemplo, em ambas as técnicas, nenhuma das amostras demonstraram evidência de corante penetrando túbulos dentinários em direção a polpa. Entretanto, a maioria dos outros produtos apresentou este padrão. Em algumas amostras, o corante se acumulou nas áreas de formação de fenda, e em outras, penetrou nos túbulos. Tal observação pode ser atribuída à localização da fenda na interface: se a fenda se formou entre o compósito e a camada híbrida, um acúmulo de corante é esperado, uma vez que os túbulos permanecem selados. O potencial de sucesso clínico pode estar relacionado à localização destas fendas, bem como à integridade de adesão das interfaces que objetivam resistir às tensões de contração. De fato, métodos clínicos com objetivo de redução das tensões causadas pela polimerização ainda estão sendo estudados, de forma a promover restaurações estéticas diretas de longa duração. Enfim, dentro das limitações do estudo, foi possível concluir que restaurações realizadas com resinas compostas bulk fill e convencionais resultaram em uma similar proporção de adaptação marginal nas interfaces de dentina medial e esmalte. Em relação à parede pulpar, apenas um dos compósitos (Surefil SDR Flow), usado em técnica bulk, apresentou melhor adaptação em comparação com o esmalte e dentina medial. Desta forma, o estudo demonstra que o uso de novos compósitos bulk fill não elimina por completo o potencial de formação de fendas marginais internas, como se é esperado. Didem, Gözde e Nurhan (2014) realizaram uma pesquisa com o objetivo de comparar as forças flexurais e compressivas de um compósito bulk fill sônico-ativado com outros compósitos bulk fill e uma resina composta convencional. As resinas compostas de baixa viscosidade (flow) são materiais restauradores que possuem em sua composição cerca de 20 a 25% menor quantidade de partículas de carga em 28 comparação a compósitos de consistência convencional. A primeira geração destes materiais foi indicada exclusivamente para o aplainamento de cavidades, devido ao seu baixo módulo elástico e alta contração de polimerização. Atualmente, algumas resinas compostas flow são desenvolvidas para uso em incremento único (bulk fill) como base de restaurações classe I e II em uma espessura de 4 a 6 mm, sem afetar negativamente a tensão de contração de polimerização e outras propriedades desejadas. Embora os compósitos bulk fill aparentem ser muito promissores em um contexto clínico, estudos conclusivos acerca de suas propriedades mecânicas ainda são escassos. Neste contexto, foram selecionadas quatro diferentes resinas compostas a serem analisadas neste estudo: SonicFill (Kerr Corp, USA/KaVo, Germany), um compósito bulk fill sonicamente ativado; Surefil SDR Flow (Dentsply, Konstanz, Germany), um compósito bulk fill de consistência flow; Tetric EvoCeram Bulk fill (Ivoclar Vivadent, AG, Liechtenstein), um compósito bulk fill de consistência convencional e G-aenial Posterior (GC Corp., Tokyo, Japan), uma resina composta universal tradicional. Para medir a resistência à flexão destes materiais, foram confeccionadas 10 amostras de cada um deles de acordo com especificações do método ISO 4049, com dimensões de 25 mm x 2 mm x 2 mm. As amostras foram fotopolimerizadas por 20 segundos com luz de LED (Hilux Ledmax 550, Benlioglu Dental, Ankara, Turkey) e submetidas a testes flexurais em uma máquina de teste universal (LF Plus, LLOYD, Instrument, AmetekInc, England). Já para a avaliação da resistência à compressão, 10 amostras cilíndricas de cada material foram confeccionadas de acordo com as especificações da ADA 27, com dimensões de 3 mm de diâmetro e 6 mm de altura, e foram fotopolimerizadas por 20 segundos com luz de LED (Hilux Ledmax 550). As amostras confeccionadas com a resina composta universal (G-aenial Posterior) foram preparadas em técnica incremental, enquanto as amostras dos outros materiais foram preparadas de acordo com as instruções de cada fabricante. Os testes compressivos foram realizados em uma máquina de teste universal (LF Plus). Os resultados dos testes demonstraram que os maiores valores de resistência à flexão foram encontrados para o compósito SonicFill, embora as diferenças entre os grupos não tenham sido estatisticamente significativas. Em relação à resistência à compressão, os valores encontrados para os compósitos SonicFill e G-aenial foram significativamente maiores do que para os compósitos SDR e TetricEvoCeram Bulk Fill. Materiais restauradores são geralmente submetidos a testes de forças flexurais e compressivas para determinar 29 suas propriedades mecânicas. As forças compressivas possuem um importante papel durante o processo de mastigação, uma vez que a maioria das cargas mastigatórias possui uma natureza compressiva, enquanto as forças flexurais determinam as propriedades relacionadas à fratura dos materiais. De forma geral, é estabelecido que quanto maior a quantidade de partículas inorgânicas na composição das resinas compostas, melhores as suas propriedades mecânicas. Tal fato está em concordância com os achados deste estudo, que mostraram que o sistema SonicFill, que possui a maior quantidade de partículas inorgânicas (83,5%), apresentou os maiores valores para ambas resistências flexurais e compressivas. No caso de compósitos de baixa viscosidade, a média da quantidade de partículas inorgânicas varia de 45% a 65%, e é neste aspecto que o sistema SonicFill se difere em relação aos outros compósitos estudados. De acordo com o fabricante, este material é uma combinação de compósitos flow e universal e possui, em sua composição, modificadores que reagem à energia sônica. Desta forma, a energia sônica é gerada em um dispositivo aplicador específico que permite que a viscosidade do material seja diminuída em até 87% para a sua inserção na cavidade e, após a remoção do aplicador, o material retorna a suamais alta viscosidade permitindo uma adequada escultura da restauração. Ou seja, o compósito SonicFill não pode ser considerado, em sua integralidade, um compósito de baixa viscosidade. Em conclusão, o presente estudo mostrou que todos os materiais testados são apropriadamente indicados para restaurações que envolvem superfícies oclusais, ainda que o sistema SonicFill tenha obtido os melhores resultados mecânicos em meio aos outros materiais. Além do mais, a tecnologia bulk fill apresenta vantagens como: a menor possibilidade de formação de espaços ao longo da restauração, a rapidez e praticidade da técnica de preenchimento único em comparação à técnica incremental tradicional e também a polimerização única e padronizada da restauração. No entanto, ainda há uma variedade de dúvidas e questionamentos dos cirurgiões-dentistas quanto à durabilidade e eficácia destes materiais, uma vez que o sucesso clínico só será estabelecido após um longo período de uso e com a publicação de mais estudos acerca destes materiais. Ilie e Stark (2014) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o impacto de diferentes condições de polimerização – tempo de exposição, modo, densidade de energia e distância de exposição – nas propriedades micromecânicas de resinas compostas bulk fill de baixa viscosidade (flow) usadas em simuladas cavidades de 6 30 mm de profundidade. As resinas compostas bulk fill surgiram com o objetivo de acelerar e facilitar o protocolo clínico de restaurações posteriores em cavidades muito profundas, combatendo a técnica incremental de resinas compostas convencionais e introduzindo o uso de técnica de incremento em massa em espessuras de até 4 mm, na condição de um adequado protocolo de polimerização. Entretanto, condições clínicas de polimerização podem variar e, neste contexo, o presente estudo simulou 16 diferentes condições para quantificar e avaliar a influência da eficácia de polimerização na variação das propriedades mecânicas dos materiais. Desta forma, quatro diferentes compósitos bulk fill flow foram investigados: Venus Bulk Fill (Heraeus Kulzer), SureFil SDR Flowable (Dentsply Caulk), X-tra base Hybrid (Voco) e Filtek Bulk Fill (3M ESPE). A dureza de Vickers (HV) e módulo de elasticidade (E) destes materiais foram avaliados de acordo com as variações de profundidade, modo de irradiação e distância de exposição de fotopolimerização. Foi utilizado um fotopolimerizador à luz de LED (VALO, Ultradent Products Inc., South Jordan, UT, USA) em diferentes modos e tempos de exposição: potência padrão (5, 20 e 40 segundos), alta potência (3, 4 e 8 segundos) e plasma (3 e 6 segundos) e duas diferentes distâncias de exposição (0 e 7 mm), definindo 16 diferentes condições para cada material. Para simular as condições clínicas na preparação das amostras, foi usado um molde feito à base de molar humano, com uma cavidade cilíndrica de 6 mm de altura e 5 mm de diâmetro (n = 5). Os valores de HV e E foram medidos nas amostras em diferentes profundidades (0.2, 2, 4 e 6 mm) com o uso de um microdurômetro (Fischerscope H100C, Fischer, Sindelfingen, Germany), com intervalos de 200 μm de densidade de energia entre os pontos de referência para medidas. Adicionalmente, a profundidade de polimerização (DOC) das amostras foi analisada, usando como referência o valor de HV adquirido na superfície da amostra nas melhores condições de polimerização (40 segundos, 0 mm de distância de irradiação) e o comparando aos valores de HV das outras camadas, que foram avaliados em caso de possuírem mais ou menos de 80% da HV de superfície. Os resultados do estudo mostraram que o efeito do parâmetro de material utilizado foi significativo para todas as propriedades avaliadas. O impacto dos parâmetros de energia de densidade, distância e módulo de polimerização foi mais forte nos compósitos Vênus Bulk Fill e X-tra base, moderado no compósito Filtek Bulk Fill e baixo no compósito SDR. A DOC foi maior e similar nos compósitos Filtek Bulk Fill e SDR, seguidos pela Venus Bulk Fill e X-tra base. A maior influência 31 na profundidade de maior dureza foi exercida pelo tempo de irradiação e material. A máxima dureza foi atingida em camadas mais profundas pra tempos maiores de exposição, enquanto a profundidade foi significativamente maior para a SDR comparada a Filtek Bulk Fill e estatisticamente semelhante para os outros materiais. Estudos relatam que, comparadas às resinas compostas convencionais nanohíbridas, os compósitos bulk fill de baixa viscosidade possuem em sua composição menor quantidade e maior tamanho de partículas inorgânicas. Além destas mudanças, o uso de monômeros de maior volume molecular pode contribuir pra uma maior e mais eficaz profundidade de polimerização, induzindo uma conversão mais lenta. Este parece ser o método adotado pelo material SDR, que possui em sua composição um modulador de polimerização à base de urano em alto peso molecular, capaz de retardar a gelificação e reduzir a contração de polimerização sem afetar o grau de conversão. Em estudos anteriores, este compósito apresentou significativo menor valor de tensão de contração comparado às resinas compostas flow regulares, nanohíbridas e até resinas compostas à base de silorano. Além disso, os compósitos SDR e Venus Bulk Fill tiveram seu monômero base (Bis-GMA) completamente substituído por dimetacrilatos menos viscosos, como UDMA, TEGDMA e EBPDMA, capazes de formar cadeias de polímeros mais flexíveis e homogêneas e diminuir a contração de polimerização. Tais particularidades das composições químicas destes materiais possuem influência direta nos seus comportamentos de polimerização, assim como nas suas propriedades mecânicas. Menores tempos de exposição induziram os menores valores de propriedades mecânicas, predominantemente evidente em baixo valor de DOC. Além disso, a variação do valor de HV foi pequena pras profundidades de até 2 mm, e os maiores valores não foram encontrados nas superfícies das restaurações, mas sim nas profundidades entre 0,4 mm e 3,1 mm. Isto pode estar relacionado às propriedades mecânicas de superfície de materiais com menor quantidade de partículas inorgânicas. Como consequência, ocorre uma contração de material em direção ao centro da restauração e também uma polimerização exacerbada em profundidades onde a sobreposição de camadas promove um isolamento da reação de polimerização. Considerando todos os materiais, nas variedades de profundidade de 0 a 6 mm, os melhores resultados observados foram das amostras expostas em modo padrão de irradiação por um tempo de 20 segundos, enquanto o impacto de ambas as condições de polimerização em valores 32 de HV, E e DOC foi equivalente. Tal achado pode levar à conclusão de que um limite de máximo de irradiação pode ser definido, à partir do qual a irradiação adicional já não surte efeito sobre as propriedades mecânicas. Dessa forma, à partir deste estudo, pode-se concluir que as variações de irradiação de luz na fotopolimerização de compósitos bulk fill têm influência direta na manutenção das propriedades mecânicas destes materiais. Além disso, materiais que possuem monômeros de maior peso molecular em suas composições tendem a serem menos sensíveis às condições de fotopolimerização quando comparados a materiais de composição mais tradicional. Ilie et al. (2014) realizaram uma pesquisa com o objetivo de avaliar e comparar a resistência de união ao cisalhamento de resinas compostas bulk fill em dentes decíduos e permanentes, considerando os diferentes substratos de dentina e esmalte e usando uma resina composta convencional como controle. Comparadas às resinas compostas regulares, grande parte dos compósitos bulk fill apresentam menor proporção e maior tamanho de partículas inorgânicas em suas composições. Tal alteração tem como objetivo primário aumentar a translucidezdestes materiais, podendo levar, consequentemente, ao comprometimento de propriedades estéticas, mecânicas e ao potencial aumento da abrasão de superfície. Resinas compostas bulk fill são classificadas quanto à sua consistência, podendo ser comercializadas em alta viscosidade, semelhante à consistência de resinas compostas convencionais, ou em baixa viscosidade, ou seja, consistência flow, que são usadas como base da restauração e necessitam uma cobertura oclusal em resina composta convencional. Tal necessidade pode diminuir as vantagens de uma restauração mais rápida e eficaz, uma vez que implica na inclusão de mais um passo clínico e pode apresentar uma predisposição para uma maior degradação ao longo do tempo. No contexto da Odontopediatria, o uso de compósitos bulk fill se mostra promissor, uma vez que a redução do tempo de operação clínica é desejável em pacientes que não são cooperativos durante uma terapia mais invasiva. Portanto, neste estudo, uma resina bulk fill de alta viscosidade (Tetric EvoCeram Bulk Fill, Ivoclar Vivadent Inc.) e uma resina bulk fill de baixa viscosidade (SureFil SDR Flow, Dentsply, Kontanz, Germany) foram comparadas com uma resina composta regular nanohíbrida (Tetric Evo Ceram, Ivoclar Vivadent Inc.). Foram selecionados 240 molares permanentes hígidos e 240 dentes decíduos, que foram incluídos em resina acrílica (Technovit 4004, Kulzer, Germany) e planificados com lixa de carbeto de silício (Leco, St. 33 Joseph, USA) e cobertos com uma leve faixa adesiva, deixando uma área de 3 mm de diâmetro exposta. Esta superfície foi condicionada com adesivo autocondicionante e fotopolimerizada por 10 segundos com fotopolimerizador à luz de LED (Bluephase Style; Ivoclar-Vivadent, Schaan, Liechtenstein). Então, moldes de uma cavidade cilíndrica de 3 mm de diâmetro e 4 mm de altura foram adaptados nas amostras, e foram preenchidos em dois incrementos consecutivos de 2 mm para as amostras restauradas com resina composta regular e um único incremento de 4 mm para as amostras restauradas com os compósitos bulk fill. Cada incremento foi fotopolimerizado por 20 segundos Para a determinação dos grupos estudados, os seguintes parâmetros foram analisados: o tipo de dente (decíduo e permanente), o tipo de substrato dentário (esmalte e dentina), o sistema adesivo (Adhese One F e Xeno V, ambos autocondicionantes) utilizado e o material restaurador utilizado. A combinação de tais parâmetros resultou num total de 24 diferentes grupos (n = 20). Após os processos restauradores, as amostras foram submetidas à termociclagem (Willytec, Dental Research Division, Munich Germany) e inseridas em uma máquina de teste universal (MCE 2000ST; Quicktest Prüfpartner GmbH, Langenfeld, Germany) até ocorrer fratura. Os fragmentos de cada amostra foram examinados em estereomicroscópio (Axioskop 2mat, Zeiss, Germany) em um aumento de 50 vezes para avaliar o mecanismo das fraturas, que foram divididas em três tipos: adesivas, mistas ou coesivas. Os resultados do estudo demonstraram, então, que a maior influência na resistência de união ao cisalhamento foi determinada pelo parâmetro de sistema adesivo. Ambos os sistemas adesivos utilizados são classificados como autocondicionantes de um único passo, e apresentam valores de pH (1,4 para o AdheSE One F e 1,28 para o Xeno V) que os qualificam como soluções agressivas capazes de solubilizar a smear layer e as smear plugs, formando camadas híbridas de espessura similar às criadas pelo condicionamento com ácido fosfórico. Já era de se esperar que as diferenças ultramorfológicas entre dentes decíduos e permanentes pudessem influenciar nas suas características de adesão, uma vez que a dentina de dentes decíduos é menos mineralizada e apresenta um maior diâmetro de seus túbulos. Estudos mostram que adesivos autocondicionantes criam uma maior infiltração em dentes permanentes, enquanto em dentes decíduos um pH mais ácido destes materiais gera uma maior corrosão da dentina, sem resultar, necessariamente, em uma maior adesão. Desta forma, dados sobre a real eficácia de adesivos autocondicionantes para dentina decídua são limitados. Além disso, 34 outros estudos mostraram que, comparados a adesivos autocondicionantes, adesivos convencionais apresentaram um melhor resultado de adaptação marginal em molares permanentes restaurados com compósitos bulk fill em incrementos de 4 mm. Em outro aspecto, os resultados do estudo mostraram que os comportamentos dos compósitos Tetric EvoCeram e Tetric EvoCeram Bulk Fill foram estatisticamente similares para todas as situações analisadas, o que pode ser atribuído às suas propriedades mecânicas e consistências similares. No caso do compósito Tetric EvoCeram Bulk Fill, a alteração em sua composição para obter uma adequada profundidade de polimerização não envolve a diminuição de partículas inorgânicas como na maioria dos compósitos bulk fill, mas sim a inclusão de um fotoiniciador específico denominado Ivocerin®. O Ivocerin® é descrito como um sistema iniciador à base de germânio, com uma maior atividade de fotopolimerização em relação à canforoquinona devido à sua maior capacidade de absorção. Este fotoiniciador tem a capacidade de formar pelo menos dois radicais livres para iniciar a reação de polimerização, ao contrário do sistema canforoquinona-amina, que resulta em apenas um radical livre. Entretanto, comparados ao compósito SDR, ambos os compósitos Tetric EvoCeram e Tetric EvoCeram Bulk Fill apresentaram piores resultados de resistência. Estudos anteriores mostram que as propriedades mecânicas, principalmente o módulo de elasticidade, são menores para o compósito SDR. No entanto, o melhor resultado de resistência de união ao cisalhamento desse material pode ser proveniente de seu melhor molhamento e adaptabilidade, uma vez que sua menor viscosidade favorece a adaptação interna aos tecidos dentários. Desta forma, o presente estudo permitiu concluir que a maior influência nos resultados de resistência de união ao cisalhamento foi a dos sistemas adesivos utilizados, uma vez que a influência dos materiais foi coadjuvante. Os compósitos bulk fill mostraram um comportamento melhor ou equiparável à resina composta nanohíbrida usada como controle. Dentre os compósitos bulk fill avaliados, o compósito SDR, de baixa viscosidade, apresentou vantagens em relação a adaptabilidades marginais, consolidando sua indicação para cavidades mais profundas e estreitas. Leprince et al. (2014) realizaram uma pesquisa com o objetivo de de comparar, sob condições ideais de polimerização, as propriedades físico-mecânicas de oito compósitos bulk fill a duas resinas compostas convencionais, usadas como referência. Portanto, os compósitos bulk fill Tetric EvoCeram Bulk Fill (Ivoclar 35 Vivadent, Schaan, Liechtenstein), Venus Bulk Fill (Heraeus-Kulzer, Hanau, Germany), Surefil SDR (Dentsply, Konstanz, Germany), X-tra Fil (VOCO, Cuxhaven, Germany), X-tra Base (VOCO, Cuxhaven, Germany), Sonic Fill (Kerr, Orange, CA, USA), Filtek Bulk Fill (3M ESPE, St. Paul, MN, USA) e Xenius (GC Europe, Leuven, Belgium) foram comparados as resinas compostas convencionais Grandio e GrandioFlow (VOCO, Cuxhaven, Germany). Os materiais foram adaptados em um molde de teflon de dimensões 2 mm x 2 mm x 25 mm e fotopolimerizados por 40 segundos com fotopolimerizador à luz de LED (BluePhase G2, Ivoclar-Vivadent, Schaan, Liechtenstein) em modo de alta potência, com irradiação de 1050 mW/cm². Após a fotopolimerização, as amostras foram removidas do molde e armazenadas em ambiente seco por 24 horas em uma temperatura de 23 ºC. Para os testes de módulo de elasticidade e resistência à flexão, as amostras (n = 5) foram submetidas a uma máquina de teste universal (Instron 5566. High Wycombe, UK) até a ocorrência de fratura. As amostras fraturadas foram usadas para avaliação da microdurezade Vickers (VHN) através de teste Durimet (Leitz, Wetzlar, Germany), logo após a fratura e após o armazenamento em etanol puro por 24 horas. A proporção entre os valores de VHN antes e após a imersão em etanol foi utilizada como uma indicação da densidade de cadeias. Foi utilizada análise termogravimétrica (TGA/SDTA861e, Mettler-Toledo Greinfensee, Switzerland) para determinar fração de massa inorgânica do material. E por fim, o grau de conversão (DC) foi medido nas superfícies das amostras (n = 3) com um espectômetro Raman (DXR Raman Microscope, Thermo Scientific, Madison, WI, USA). Os resultados da pesquisa mostraram que grandes e significativas diferenças foram observadas para todas as propriedades físico-mecânicas avaliadas tanto dentre os compósitos bulk fill quanto para as resinas compostas usadas como controle. Considerando que características físicas melhoradas seja um aspecto desejável no uso de compósitos bulk fill em grandes espessuras, os resultados do estudo não foram favoráveis, uma vez que as propriedades mecânicas dos compósitos bulk fill apresentaram-se inferiores a resina composta Grandio e comparáveis à GrandioFlow. Portanto, de acordo com o presente estudo e em concordância com estudos anteriores, os compósitos bulk fill apresentaram propriedades mais similares a compósitos flow do que compósitos micro ou nano-híbridos. Tal conclusão não é favorável, uma vez que materiais flow não são recomendados para compor a maior parte de restaurações extensas, e levanta o questionamento sobre materiais bulk fill possuírem de fato tal 36 indicação. A escolha das resinas Grandio e GrandioFlow como materiais controle deu-se devido às suas excelentes propriedades em termos de dureza, resistência à flexão e módulo elástico de acordo com vários estudos. Desta forma, é importante considerar que, embora os materiais testados tenham apresentado propriedades mecânicas inferiores aos materiais controle no presente estudo, outros estudos mostram que alguns compósitos bulk fill podem ser equivalentes a outros compósitos mais convencionais disponíveis no mercado, como é o caso do material Tetric EvoCeram Bulk Fill comparado ao Tetric EvoCeram em um estudo anterior. No entanto, na maioria dos casos, os compósitos bulk fill se equiparam aos seus equivalentes convencionais apenas em algumas propriedades, enquanto em outras apresentam um comportamento inferior. Favoráveis e significativas correlações lineares foram observadas para microdureza de superfície e fração de massa inorgânica, e tal achado está em concordância com estudos anteriores. Em contrapartida, outros estudos apontam que a maior influência nesta propriedade é mérito de aspectos da matriz orgânica do material, como variações na densidade de cadeia polimérica. De fato, para alguns materiais, em particular Venus Bulk Fill, Surefil SDR e Filtek Bulk Fill, alterações de diminuição de microdureza ocorridas durante o armazenamento em etanol indicam diferenças na densidade de cadeia polimérica. O possível uso de monômeros plásticos como estratégia para redução da contração de polimerização pode explicar o porquê de estes materiais estarem mais propensos à diminuição da microdureza. Tal observação pode sustentar argumentos que defendem que os incrementos bulk fill devem ser submetidos à cobertura oclusal em resina composta convencional. Outras razões para as diferenças de propriedades encontradas dentre os materiais investigados incluem o aumento do tamanho de partículas inorgânicas, observado nos compósitos Surefil SDR, X-traFil e X-traBase. Além disso, a adição de sistemas fotoiniciadores, como o Ivocerin® no compósito Tetric EvoCeram Bulk Fill, também pode influenciar nestas propriedades. É importante considerar que a comparação de propriedades de materiais comercializados por diferentes fabricantes é dificultada, considerando que parâmetros como tamanho de partículas, morfologias, tipos de monômero e química de fotoiniciação são muito variáveis dentre a gama de produtos. Uma conclusão suportada pelo estudo é a de que a fração de massa inorgânica é um importante parâmetro para determinação das propriedades mecânicas: como dito anteriormente, estudos anteriores mostram que os compósitos Tetric EvoCeram Bulk 37 Fill e Tetric EvoCeram apresentam propriedades mecânicas similares e, não coincidentemente, também apresentam similar fração de massa inorgânica, cerca de 70%. Em contrapartida, no presente estudo, os compósitos Grandio e X-traFil, pertencentes ao mesmo fabricante, apresentam similares resistências à flexão, mas diferentes valores de módulo de elasticidade e microdureza, mesmo com similares frações de massa inorgânica (cerca de 85%). Tal contradição pode estar relacionada a outros parâmetros citados anteriormente, como o tamanho e densidade das partículas, tipos de monômero e diferentes sistemas fotoiniciadores. O grau de conversão dos materiais apresentou-se pouco relacionado às propriedades mecânicas no presente estudo. Tal resultado foi, de certa forma, esperado, considerando que todos os materiais são baseados em diferentes conteúdos monoméricos e apresentam sua própria relação específica entre DC e propriedades mecânicas. Além disso, todos os materiais foram fotopolimerizados além das recomendações dos fabricantes, potencialmente afetando esta correlação, uma vez que é mais viável observá-la em materiais não adequadamente fotopolimerizados. A baixa tensão de polimerização e a melhor adaptação marginal relatadas para materiais bulk fill podem estar relacionadas aos seus baixos módulos de elasticidade. Neste contexto, é interessante ressaltar que, dentro dos compósitos estudados, apenas o X-traFil não foi associado a uma baixa tensão de contração, e tal material é o que apresenta maior conteúdo inorgânico e menor módulo de elasticidade dentre os testados. Em conclusão, o presente estudo demonstrou que as propriedades mecânicas de compósitos bulk fill apresentam uma certa desvantagem em relação ao uso destes materiais quando comparados a resinas compostas nano-híbridas convencionais. Desta forma, o sucesso de restaurações realizadas com materiais bulk fill pode ser comprometido devido às constantes e graduais cargas oclusais e mastigatórias. Além disso, a significativa diminuição da dureza de superfície dos compósitos testados após armazenamento em etanol levanta questionamentos acerca da estabilidade a longo termo destes materiais. Par et al. (2014) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar o aumento do grau de conversão nas 24 horas posteriores a irradiação de luz em resinas compostas. Adicionalmente, foi avaliado o efeito da temperatura em uma resina composta convencional e três resinas compostas bulk fill após a polimerização. A reação de polimerização de resinas compostas ocorre envolvendo a adição de moléculas de monômeros dimetacrilatos, resultando em uma formação 38 de cadeias poliméricas. Durante a polimerização, radicais livres estão localizados nas cadeias poliméricas em formação, e representam sítios reativos que devem ser alcançados pelas moléculas monoméricas. Neste contexto, as modificações realizadas nas composições de resinas compostas bulk fill tendem a alterar seu comportamento de polimerização, uma vez que uma reação de polimerização mais lenta é uma das principais estratégias usadas pelos fabricantes para diminuição da contração destes materiais. Desta forma, para o presente estudo, foram investigadas uma resina composta universal, a GrandioSO (Voco, Cuxhaven, Germany), e três resinas compostas bulk fill: Tetric EvoCeram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein), Quixfil (Dentsply, York, Pennsylvania, USA) e x-tra Fil (Voco, Cuxhaven, Germany). Foram confeccionadas 10 amostras cilíndricas de 3 mm de diâmetro e 6 mm de altura para cada material, que foram fotopolimerizadas durante 20
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