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IV_Teorico inclusão

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Paradigmas da 
Inclusão
Educação Inclusiva ou Educação Especial
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Sueli Yngaunis
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
Un
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ad
e
Educação Inclusiva ou Educação Especial
Conhecer as principais fases da história da educação de pessoas com deficiência.
Caro(a) aluno(a),
Esta Unidade traz uma breve história sobre a educação inclusiva no mundo e no Brasil, 
destacando as contribuições de filósofos, médicos e pedagogos com seus estudos e experiências.
Também apresenta como o Brasil entrou na história da Educação Especial, ainda na época 
imperial e enumera as diversas iniciativas de políticas públicas que foram adotadas pelo governo 
brasileiro a fim de consolidar essa modalidade de pedagogia inclusiva no Brasil.
Consulte o material teórico e complementar indicado, a fim de que possa compreender 
plenamente o tema aqui abordado.
Bom estudo!
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Da Educação Especial à inclusiva
• A Educação Especial no Brasil
T
hinkstock/G
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6
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
A Educação Especial recebeu atenção de filósofos, médicos e pedagogos que, por meio 
de seus estudos e experiências, contribuíram à sua evolução. Em sua maioria, essas mentes 
compreenderam os educandos como únicos e com suas especificidades, minimizando os 
aspectos clínicos para valorizar as características pedagógicas do processo educacional de 
pessoas com deficiência.
O Brasil institucionalizou a Educação Especial ainda à época imperial, quando o, então 
imperador do Brasil, D. Pedro II criou, em 1854, a primeira escola brasileira para cegos, 
incluindo o País na história da educação para alunos com necessidades especiais. A Lei de 
Diretrizes e Bases (LDB) n.º 9.394/96 adotou os princípios da Declaração de Salamanca, essa 
que recomenda a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo como o 
movimento da inclusão social.
Finalmente, em 2008, foi instituída a Política Nacional de Educação Especial sob a Perspectiva 
da Educação Inclusiva.
Contextualização
7
Da Educação Especial à inclusiva 
O conceito de Educação Especial está baseado na educação de pessoas com deficiência 
em instituições especializadas, portanto, esses alunos estão separados dos outros considerados 
“normais”. Mas nem sempre esses alunos eram considerados como capazes de fazer parte da 
sociedade, muito menos de aprender, ou de participar do sistema de ensino.
Por séculos, restava-lhes a eliminação ou a sua institucionalização. Na Roma Antiga, as pessoas 
com deficiência que nasciam na nobreza eram abandonadas em locais onde pudessem ser 
acolhidas pelos plebeus ou escravos. Houve também a segregação de pessoas com deficiência 
em instituições assistencialistas, movimento esse que começou na Idade Média, com o advento 
do cristianismo e na Europa se estendeu até os séculos XVI e XVII. 
A transição do feudalismo ao capitalismo trouxe profundas mudanças, impondo novas 
formas sociais de vida e trabalho. O desenvolvimento da Ciência e tecnologia proporcionou ao 
homem maior domínio sobre a natureza, passando da produção de subsistência à produção 
para o mercado. O teocentrismo foi substituído pelo antropocentrismo, de modo que o homem 
passou a ser o centro das atenções. Para Francis Bacon os instrumentos e os aparelhos igualam 
os homens entre si. Da produção artesanal, manufatura, o ritmo de trabalho passou a ser ditado 
pela máquina, como a única forma de atender o mercado e permitir a acumulação de riquezas 
pela burguesia.
Com o gradativo predomínio da burguesia e do pensamento de liberdade e direitos a todos, 
quem fosse pobre passava a ter condições de se tornar rico, enquanto a educação passou a 
ser vista como meio de passagem de uma classe à outra. Diferentes classes sociais passaram, 
então, a frequentar essa instituição e quando não eram dadas as mesmas condições, surgiam 
então fatores de exclusão, ou quando se obtinham os resultados esperados, a pedagogia da 
essência – que via todos os homens como iguais – entrava em crise. A partir de então, filósofos 
e pedagogos passaram a estudar as especificidades (BIANCHETTI; FREIRE, 2012).
A pedagogia da essência percebe os homens como essencialmente iguais, dado 
que a essência precede a existência. Os homens são iguais por natureza e precisam 
da educação como forma de elevá-los a outros patamares através do ensino, da 
disciplina e de adequação aos modelos existentes e julgados pela sociedade como 
aceitáveis para o convívio no corpo social (DUARTE, 2012).
Foi então que emergiu a Pedagogia da existência, que levava em conta as peculiaridades 
e características dos educandos e, portanto, concebia o homem como diferente dos demais, 
de modo que não deveria se submeter ao poder estatal ou às imposições escolares, cabendo 
à educação “criar as bases morais, éticas, intelectuais para que cada pessoa possa seguir seu 
ritmo” (DUARTE, 2012).
8
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
O suíço Claparède defendia a ideia da escola “sob medida” e Ferrière argumentava a 
liberdade reflexiva, tendo a autonomia do aluno como ponto central de seu pensamento. Para 
esse pensador, os estudantes deveriam assumir as responsabilidades da ordem social escolar 
para que mais tarde pudessem enfrentar os problemas da ordem política de seu país.
Entre os filósofos e pedagogos que voltaram seus estudos às especificidades podemos citar:
Rousseau (1712-1778) – paladino da defesa infantil, debatia-se contra a ideia vigente em 
sua época que concebia a criança como um adulto em miniatura. Rousseau considerava a 
desigualdade como um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, que – 
segundo esse – podia ser de dois tipos: as que são relacionadas às características do indivíduo 
e as que são causadas por circunstâncias sociais, sendo que essa última deveria ser combatida.
Pestalozzi (1746-1827) – dedicou-se à educação das crianças pobres, abandonadas e excluídas 
da sociedade e do sistema formal de ensino de sua época. Para Pestalozzi é missão do educador dar 
atenção à evolução infantil, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades.
Froebel (1782-1852) – foi o criador dos jardins de infância, pois considerava o início dessa 
fase da vida como um período de importância decisiva na formação das pessoas. Segundo 
Froebel: “Por meio da educação, a criança vai se reconhecer como membro vivo do todo”.
Fénelon (1651-1715) – acreditava que a superficialidade e frivolidade das mulheres advinham 
da falta de instrução, por isso seu empenho em estabelecer novas diretrizes na educação feminina;
Piaget (1896-1980) – para esse pensador ao se compreender como se dá o processo de 
construção do conhecimento, torna-se possível melhorar a educação através das características 
específicas de cada uma das fases de desenvolvimento infantil e desenvolver métodos 
pedagógicos mais eficientes do que os existentes no sistema de ensino vigente.
Vygotsky (1896-1934) – o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação 
social, ou seja, de sua relação com outros indivíduos e com o meio.
Freinet (1896-1966) – para esse estudioso o “aprender” deve passar pela experiência de 
vida, pela ação e através do trabalho, dado que esse último desenvolve o pensamento lógico e 
inteligente que se faz a partir de preocupações materiais. Freinet se preocupava com as crianças 
do meio rural e envolvidas com o sindicalismo.
Freire (1921-1997) – conhecido pelo método de alfabetização de adultos, Paulo Freire 
acreditava que o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, a fim de que esse possa 
“ler o mundo” para ter condições de transformá-lo.
Não se pode deixar de destacar o papel de médicos-pedagogos que contribuíram à 
minimização dos aspectos clínicos e a crescente preocupação com as características pedagógicas, 
com seus estudos e experiências sobre a problemática da deficiência mental, teorias que foram 
fundamentaisà história da Educação Especial:
9
Jean Marc Gaspard Itard (França, 1771-1838) – médico e discípulo de Philippe Pinel. Ficou 
conhecido pelo seu trabalho com um menino encontrado nos bosques ao Sul da França, no 
final do século XVIII. Victor, como Itard o nomeou, apresentava-se como uma criança muda, 
não surda, criada longe de toda a sociedade humana. Itard via a educação como uma das 
formas de incluir a criança na sociedade. Assim, elaborou o primeiro programa sistemático de 
Educação Especial, sendo considerado o pai da Educação Especial (CORDEIRO, 2006).
Em setembro de 1799 um menino com cerca de doze 
anos foi encontrado perto da floresta de Aveyron, 
ao Sul da França. Estava sozinho, sem roupa, 
deslocava-se utilizando quatro apoios e não falava 
uma palavra. Aparentemente, fora abandonado 
pelos pais e cresceu sozinho na floresta. O menino, 
a quem lhe deram o nome de Victor, foi levado 
para Paris, onde ficou aos cuidados do médico 
Jean-Marc-Gaspar Itard. Durante cinco anos o 
doutor Itard dedicou-se a ensinar Victor a falar, ler 
e a comportar-se como um ser humano, mas os 
seus esforços foram em vão. Pouco progresso foi 
conseguido durante esse tempo. Victor nunca falou 
e apenas aprendeu a ler somente uma palavra (leite) 
(fonte: <http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/
psicologia/cultura_d.htm>).
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om
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Edouard Séguin (França, 1821-1880) – é considerado um dos fundadores de Educação 
Especial para pessoas com deficiência mental – atualmente denominamos como deficiência 
intelectual. Foi o primeiro a descrever as características das pessoas com Síndrome de Down. 
Era conhecido como o instrutor dos “idiotas”. Séguin destacou a necessidade de integrar as 
aprendizagens da criança no coletivo, assim como a importância de desenvolver tanto os 
aspectos cognitivos como os sociais e “distinguir claramente os planos perceptivo e cognitivo da 
educação e favorecer a passagem de um plano para outro” (TEZZARI, 2010).
Séguin denominou sua proposta de intervenção junto às 
crianças e jovens diagnosticados como idiotas de método 
“médico-pedagógico”, o que significava levar em consideração 
as anomalias fisiológicas e psicológicas; um método que, para 
cada criança, partia do conhecido e do possível, por mais 
inicial que fosse a etapa em que essa se encontrasse nas escalas 
das funções, para levá-la gradativamente e sem lacunas ao 
conhecido e ao possível de todos (TEZZARI, 2010, p. 31).
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douard Séguin (1812-
1880)/W
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http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/psicologia/cultura_d.htm
http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/psicologia/cultura_d.htm
10
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
Maria Montessori (Itália, 1870-1952) – primeira mulher a se formar em Medicina em seu 
país, pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase à autoeducação do aluno do que ao 
papel do professor. Tomou as ideias de Séguin sobre o tratamento e a educação dos “anormais” 
como ponto de partida para seu próprio trabalho. Estudou na França e Inglaterra, mudando 
os rumos da educação tradicional que privilegiava a formação intelectual, tornando a escola 
um espaço de educação e vida. Quando voltou à Itália passou a dedicar-se à formação de 
professores de crianças “anormais” e começou a experimentar com crianças de evolução regular 
os procedimentos utilizados na educação dos anormais. O objetivo do método Montessori são 
as atividades motoras e sensoriais visando, especialmente, à Educação Pré-Escolar.
 “A tarefa do professor é preparar motivações para atividades 
culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se 
abster de interferir”.
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Janusz Korczak (Polônia, 1878-1942) – pseudônimo de Henryk Goldsmit, Janusz 
Korczak, médico e educador, precursor dos direitos da criança. Pregava o respeito a todos, 
independentemente da idade. Para esse pensador “as crianças não vão se tornar pessoas no 
futuro porque já são pessoas”. Pregava a educação não repressiva e que não fosse baseada no 
medo, mas que acompanhasse a curiosidade infantil, devendo sempre levar em consideração a 
individualidade de cada criança.
Ao longo do tempo os trabalhos desses estudiosos contrariaram a visão fatalista das diferenças 
de Esquirol (1772-1840), Pinel (1745-1826), Foderé (1764-1835) e Morel (1809-1837), no 
sentido de que nada adiantava fazer, restando apenas segregar os indivíduos com deficiência 
em instituições (BIANCHETTI; FREIRE, 2012).
A Educação Especial no Brasil
No Brasil, o abandono na área social e educacional de pessoas com deficiência perdurou 
até 1800. A institucionalização da Educação Especial começou em 1854, quando D. Pedro II, 
então imperador, através do Decreto Imperial n.º 1.428, fundou, na cidade do Rio de Janeiro, 
o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, incentivado pelos progressos realizados pelo jovem 
cego José Álvares de Azevedo na educação de Adélia Sigaud, filha do médico da família 
imperial, o doutor Xavier Sigaud, que foi nomeado diretor desse instituto e que, sob o Decreto 
n.º 408 de 1890 – já no governo republicano –, passou a se chamar Instituto Nacional dos 
Cegos e posteriormente em 1891, com o Decreto n.º 1.320, Instituto Benjamin Constant, em 
homenagem ao seu ex-diretor.
11
Benjamin Constant (1833-1891) foi um militar e político 
brasileiro. Professor, doutor em Matemática e Ciências 
Físicas, foi diretor do Instituto dos Meninos Cegos, do 
Rio de Janeiro, durante vinte anos. Em sua homenagem, 
desde 1891 essa instituição passou a se chamar Instituto 
Benjamin Constant. 
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Três anos depois da criação do Instituto Benjamin Constant, D. Pedro II, através da Lei n.º 
839, de 1857, criou o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, por influência de Ernesto Huet, 
cidadão surdo francês, professor e diretor do Instituto de Bourges, na França. Huet chegou ao 
Rio de Janeiro em 1855, com planos de fundar uma escola de “surdos-mudos” no Brasil. Desde 
o início de suas atividades, essa instituição dedicava-se à educação literária e profissionalizante 
de meninos surdos-mudos, com idade entre sete e quatorze anos. Em 1957, pela Lei n.º 3.198, 
passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Ernesto Huet, cidadão surdo francês, fundou a primeira escola qualificada para 
surdos-mudos no Brasil.
Neste Instituto os alunos educados pela língua escrita, 
dactológica e de sinais, conseguiram ser recuperados 
na comunicação expressiva, dos seus sentimentos, para 
poderem conviver com as pessoas ouvintes. Ainda hoje 
existem muitos sinais que eram usados naquela época no 
Ines. O alfabeto manual, de origem francesa, foi difundido 
por todo Brasil pelos próprios alunos do Ines (fonte: <http://
linguagemdesinal.blogspot.com.br>).
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gr
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http://linguagemdesinal.blogspot.com.br
http://linguagemdesinal.blogspot.com.br
12
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
Havia uma preocupação maior com os deficientes visuais e auditivos e menor com o destino 
das pessoas com deficiência física ou intelectual. A Educação Especial não recebia atenção 
da sociedade e tampouco do governo. Por volta de 1930 surgiram diversas instituições para 
cuidar da deficiência mental, em número bem superior ao das voltadas às outras deficiências. 
Houve considerável expansão das instituições já criadas nas décadas de 1940 e 1950, como a 
Sociedade Pestalozzi do Brasil e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
O direito dos “excepcionais” à educação aparece na LDB n.º 4.024 – antiga Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional –, aprovada em 1961. O texto dessa Lei afirma que o ensino 
deveria ocorrer na rede regular, porém não especifica e nem dá orientações às instituições de 
ensino. O título dessa LDB previa que “a educação dos excepcionais, devia, no que for possível, 
enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade”, ainda no 
mesmo título especifica que as instituições privadas que conseguissemrealizar essa tarefa de 
forma eficiente, receberiam do governo tratamento especial, por meio da concessão de bolsas 
de estudos, empréstimos e outras subvenções (MOREIRA, [2013]).
A LDB foi alterada pela Lei n.º 5.692, de 1971, que definiu “tratamento especial” para alunos 
com deficiências físicas e mentais que se encontravam em atraso. Em 1973 o então Ministério 
da Educação e Cultura (MEC) criou o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp), que 
ficou responsável pela gerência da Educação Especial no Brasil.
Em 1989, a lei n.º 7.853 instituiu a obrigatoriedade da oferta gratuita de Educação Especial 
na rede pública de ensino e também a matrícula compulsória de alunos com deficiência, capazes 
de se integrar na rede regular de ensino em instituições públicas e privadas. Moreira ([2013]) 
questiona a omissão da Lei em orientar como aferir essa capacidade, deixando-a a encargo da 
instituição de ensino. A recusa ou cancelamento da matrícula era punível com um a quatro anos 
de reclusão e multa.
A Declaração de Jomtien, em 1990, mais a Declaração de Salamanca, em 1994, são dois dos 
mais importantes registros à consolidação da educação inclusiva no mundo. O Brasil, signatário 
de ambos os documentos, assumiu o compromisso de instituir políticas à promoção da educação 
a todos, prevista na primeira declaração e promoção da educação inclusiva, em que alunos 
com deficiência e os que não têm deficiência passam a estudar juntos, em atendimento ao 
recomendado pela Declaração de Salamanca.
Declaração de Jomtien Declaração de Salamanca
Declaração de Jomtien é um documento 
elaborado na Conferência Mundial sobre 
Educação para Todos, realizada na cidade 
de Jomtien, na Tailândia, em 1990, também 
conhecida como Conferência de Jomtien. 
A Declaração fornece definições e novas 
abordagens sobre as necessidades básicas 
de aprendizagem, tendo em vista estabelecer 
compromissos mundiais para garantir a 
todas as pessoas os conhecimentos básicos 
necessários a uma vida digna, visando uma 
sociedade mais humana e justa (fonte: 
< http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/
dicionario.asp?id=111>).
Declaração de Salamanca é um documento 
assinado pelos países membros da 
Organização das Nações Unidas, que em 
1994 se reuniram na Conferência Mundial 
sobre Educação Especial, em Salamanca, 
na Espanha, com o objetivo de fornecer 
diretrizes básicas à formulação e reforma de 
políticas e sistemas educacionais de acordo 
como o movimento da inclusão social 
(fonte: <http://www.educabrasil.com.br/eb/
dic/dicionario.asp?id=109>).
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=111
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=111
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=109
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=109
13
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB n.º 9.394/1996 – incorporou os 
princípios da Declaração de Salamanca e preconiza que os sistemas de ensino devem 
assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender suas 
necessidades e também assegurar:
a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a 
conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura 
a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. 
Também define, dentre as normas para a organização da Educação Básica, 
a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado” (art. 24, inciso V) e “oportunidades educacionais apropriadas, 
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e 
de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37) (MOREIRA, [2013]).
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, de acordo com 
o Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) n.º 2/2001, 
determinam que cabe às escolas organizarem-se para atender os alunos com necessidades 
educacionais especiais e define a Educação Especial como:
modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional definido 
por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais 
especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, 
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, 
de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das 
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais 
especiais, em todas as etapas e modalidades da Educação Básica.
A legislação pode até garantir a matrícula de alunos com deficiência, mas a sua presença por 
si não garante a existência de uma educação inclusiva. Essa deve ser precedida por mudanças 
nas práticas pedagógicas que contemplem as diferenças existentes em seu alunado, como pautar 
as suas ações no reconhecimento do aluno com deficiência como alguém capaz de aprender. 
As suas necessidades especiais podem ser atendidas por meio de profissionais de apoio no 
âmbito da acessibilidade às comunicações e dos cuidados pessoais de alimentação, higiene e 
locomoção, sendo importante salientar que não é responsabilidade do profissional de apoio 
desenvolver atividades educacionais diferenciadas, ou mesmo pelo ensino desse aluno. Daí que 
os recursos necessários para garantir a igualdade de condições no processo educacional são de 
responsabilidade dos estabelecimentos de ensino.
Em 2007, um grupo de trabalho nomeado pelo MEC elaborou a Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – disponível em> <http://peei.mec.
gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf> –, que traz importantes avanços à 
consolidação da Educação Inclusiva no Brasil. Segundo esse documento, é objetivo da Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva o acesso, a participação 
e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino à promoção 
de respostas às necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2008), garantindo: 
14
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
• Transversalidade da Educação Especial desde a Educação Infantil até a Educação 
Superior; 
• Atendimento educacional especializado; 
• Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados de ensino; 
• Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais 
profissionais da educação para a inclusão escolar; 
• Participação da família e da comunidade; 
• Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, 
na comunicação e informação; e 
• Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
Considerando o panorama apresentado nesta Unidade sobre a evolução do conceito de 
Educação Especial para educação inclusiva no Brasil e no mundo, compreenda se tratar de um 
tema que, por estar em permanente evolução, não se esgota.
15
Material Complementar
Para conhecer parte da obra sobre a história da Educação Especial para deficientes mentais 
– hoje denominadas pessoas com deficiência intelectual – leia:
BIANCHETTI, Lucídio. Aspectos históricos da apreensão e da educação inclusiva dos 
considerados deficientes. In: ______.; FREIRE, Ida Mara (Org.). Um olhar sobre as diferenças: 
interação, trabalho e cidadania. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012. p. 21-51.
ROSS, Paulo Ricardo. Educação e trabalho: a conquista da diversidade ante as políticas 
neoliberais. In: BIANCHETTI, Lucídio; FREIRE, Ida Mara (Org.). Um olhar sobe a diferença: 
interação, trabalho e cidadania. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012. p. 53-110.
Site do Instituto Benjamin Constant, disponível em: <http://www.ibc.gov.br>. 
Site do Instituto Nacional de Educação de Surdos, disponível em: <http://portalines.ines.gov.
br/ines_portal_novo>. 
TEZZARI, Mauren Lúcia. Edouard Séguin e a educação especial: historia e atualidade de 
sua obra. Cadernos de Pesquisa em Educação PPGE-UPES. Vitória,v. 16, n. 31, p. 26-41, jan./
jun. 2010. Disponível em: <http://periodicos.ufes.br/educacao/article/download/4395/3437>. 
Acesso em: 15 out. 2014.
http://www.ibc.gov.br
http://portalines.ines.gov.br/ines_portal_novo
http://portalines.ines.gov.br/ines_portal_novo
http://periodicos.ufes.br/educacao/article/download/4395/3437
16
Unidade: Educação Inclusiva ou Educação Especial
Referências
BIANCHETTI, Lucídio; FREIRE, Ida Mara (Org.). Um olhar sobre as diferenças: interação, 
trabalho e cidadania. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Política nacional de Educação Especial na perspectiva 
da educação inclusiva. Brasília, DF, 2008.
CORDEIRO, Aliciente Fusca Machado. Relações entre educação, aprendizagem e 
desenvolvimento humano: as contribuições de Jean Marc-Gaspard Itard (1774-1838). 2006. 
Tese (Doutorado em Psicologia da Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 
São Paulo, 2006.
DUARTE, Marcelo Laranjeira. Essência e existência na educação brasileira. 28 maio 
2012. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/essencia-e-existencia-na-educacao-
brasileira/89672>. Acesso em: 15 out. 2014.
MOREIRA, Camila. Marcos históricos e legais da Educação Especial no Brasil. [2013]. 
Disponível em: <http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821610/marcos-historicos-e-
legais-da-educacao-especial-no-brasil>. Acesso em: 15 out. 2014.
TEZZARI, Mauren Lúcia. Edouard Séguin e a educação especial: historia e atualidade de sua 
obra. Cadernos de Pesquisa em Educação PPGE-UPES. Vitória, v. 16, n. 31, p. 26-41, jan./
jun. 2010. Disponível em: <http://periodicos.ufes.br/educacao/article/download/4395/3437>. 
Acesso em: 15 out. 2014.
http://periodicos.ufes.br/educacao/article/download/4395/3437
17
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