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modulo I - historia da Educação Especial- André

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Organizado: Por André Luiz S .Lockmann 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
 
1 
Educação Especial – modulo I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA ............................................ 3 
Na Idade Antiga (3.500 a.C. a 476 d.C.) ................................................................. 4 
Idade Média (476 d.C. a 1453 d.C.) ........................................................................... 5 
Século XIII ........................................................................................................................... 6 
Século XIX ............................................................................................................................. 7 
Idade Contemporânea – 1789 d.C. até hoje .............................................................. 9 
NO BRASIL ........................................................................................................................... 9 
Concluindo: ........................................................................................................................... 13 
Referências: ........................................................................................................................ 14 
 
 
2 
Educação Especial – modulo I 
BEM-VINDO AO CURSO! 
 
Curso de extensão em “Educação Especial” 
 
 
DICAS IMPORTANTES PARA O BOM APROVEITAMENTO 
 
• O objetivo principal é aprender o conteúdo, e não apenas 
terminar o curso. 
• Leia todo o conteúdo com atenção redobrada, não tenha 
pressa. 
• Explore as ilustrações explicativas, pois elas são 
fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento 
sobre o conteúdo. 
• Quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se 
diferenciará dos demais alunos dos cursos. 
• O aproveitamento que cada aluno tem é o que faz a diferença 
entre os “alunos certificados” e os “alunos capacitados”. 
• A aprendizagem não se faz apenas no momento em que está 
realizando o curso, mas também durante o dia-a-dia. Ficar 
atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar 
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido. 
• Aplique o que está aprendendo. O aprendizado só tem sentido 
quando é efetivamente colocado em prática. 
 
 
 
3 
Educação Especial – modulo I 
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
INCLUSIVA 
Conhecer o histórico da educação especial para compreender os fatos que 
influenciaram o cotidiano escolar. 
Muito das questões discriminatórias que percebemos em relação aos 
alunos com Necessidades Educacionais Especiais-NEEs, são demonstradas na 
história. Partimos do princípio de que quando os professores do Ensino Regular 
conhecem essa história, passam a contextualizar melhor a criança especial. 
Contextualizar a educação especial desde os seus primórdios até a 
atualidade nos trará a compreensão dos avanços da inclusão nos ambientes 
sociais e escolares. A garantia de que todos têm o direito ao acesso às escolas, 
 
4 
Educação Especial – modulo I 
se concretizou após uma longa jornada que foi fadada pelo desinteresse, 
menosprezo e exclusão. 
A proposta de um breve passeio pela história da educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva mostrará as mudanças em sua configuração 
e a reformulação de seus paradigmas e conceitos. 
Todos esses pontos refletem diretamente no papel do educador, que cada 
vez mais precisará estar munido de conhecimento tanto da legislação para 
identificar os avanços e recursos, quanto para contribuir com as políticas de 
educação especial. 
O histórico da educação especial passa por diversos momentos, os quais 
se baseiam em valores, atitudes e concepções regidas por sua época e contexto 
político, social e cultural. 
A área da educação especial conta com alguns estudiosos, que analisando 
a história em países da Europa e América do Norte, identificaram quatro estágios 
no desenvolvimento do atendimento às pessoas que apresentam deficiências 
(KIRK e GALLAGHER, 1979; MENDES, 1995; SASSAKI, 1997). 
Na Idade Antiga (3.500 a.C1. a 476 d.C.) 
Conforme Correia (1997), a história da educação especial remonta a idade 
antiga onde eram comuns as práticas de exclusão das crianças que nasciam 
com alguma deficiência. Por exemplo, em Esparta, antiga Grécia, algumas 
crianças deficientes eram abandonadas em montanhas bem altas e desertas, a 
própria sorte, e geralmente morriam de fome ou eram devorados por animais. 
Na Roma antiga, as crianças consideradas com algum defeito, eram 
atiradas nos rios mais fundos, ou de penhascos bem altos. Os egípcios matavam 
seus deficientes com marretadas na cabeça e os enterravam em urnas nos 
 
1s abreviações “a.C.” e “d.C.” significam, respectivamente, “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. São encontradas 
principalmente em livros de História ou documentos históricos. 
 
Os termos “antes de Cristo” e “depois de Cristo” foram criados para separar o calendário em duas eras diferentes. 
O termo a.C. refere-se à era antes do Cristo ter nascido. O termo d.C. refere-se à era que começou com a contagem 
do calendário a partir do ano em que Cristo nasceu, considerado o ano 1. 
 
5 
Educação Especial – modulo I 
sarcófagos, acreditando que assim, a alma se purificaria e voltaria perfeita em 
beleza e inteligência (CORREIA, 1997, p. 56). 
 Registros comprovam que vem de longo tempo a resistência à aceitação 
social das pessoas deficientes, e que suas vidas sempre foram ameaçadas. 
Misés (1977, p.14), demonstra o pensamento daquela época: 
Nós matamos os cães danados e touros ferozes, 
degolamos ovelhas, asfixiamos recém nascidos mal 
constituídos; mesmo as crianças se forem débeis, ou 
anormais, nós as afogamos, não se trata de ódio, mas dá 
razão que nos convida a separar das partes sãs aquelas 
que podem corrompê-las. 
Na Idade Antiga (3.500 a.C. a 476 d.C.) considerada a etapa do extermínio, 
os deficientes eram abandonados, perseguidos e 
eliminados devido as suas condições atípicas, tal 
conduta era socialmente legitimada por 
representar os valores da época. Existem relatos 
que em Esparta e Atenas crianças com 
deficiências física, sensorial e mental eram 
consideradas subumanas. Por não apresentarem, 
ideais atléticos, em Esparta eram lançados do alto 
dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e 
abandonados nas praças públicas ou nos campos. 
Assista ao filme “300”, que mostra a eliminação de crianças em Esparta. 
Idade Média (476 d.C. a 1453 d.C.) 
Nos países europeus, na Idade Média, os deficientes eram associados aos 
demônios e aos atos de feitiçaria. Por esse motivo eram perseguidos e mortos. Faziam 
parte da categoria dos excluídos, devendo ser afastados do convívio social ou ser 
sacrificado. Havia posições ambíguas: “Uma seria a marca da punição divina, a 
expiação dos pecados; outra dizia respeito a expressão do poder sobrenatural, ou seja, 
o acesso as verdades inatingíveis para a maioria”. (FERREIRA, 1994, p. 67). 
 
6 
Educação Especial – modulo I 
Na Idade Média (476 d.C. a 1453 d.C.) intitulada de etapa filantrópica, foi 
sustentada pelos ideais cristãos. De acordo com Pessotti (1984), o tratamento variava 
segundo as concepções de caridade ou castigo predominantes na comunidade em que 
o deficiente estava inserido. Pelos ideais cristãos pessoas 
doentes, defeituosas ou mentalmente afetadas não podiam 
mais ser exterminadas.
Com a difusão do cristianismo, algumas figuras 
surgem nesse período, podemos citar a figura de Nicolau, 
Bispo de Myra, que nos 300 d.C. acolhia crianças com 
deficiência abandonada por suas famílias (foi considerado o 
Patrono das Crianças com Perturbações do 
Desenvolvimento. 
Leia o livro ou assista o filme “O Corcunda de Notre Dame”2 
Século XIII 
No século XIII, surge à primeira instituição para pessoas com deficiência, 
precursora de atendimento sistemático. Era uma colônia agrícola, na Bélgica, 
que propunha o tratamento com base na alimentação, exercícios e ar puro paraminimizar os efeitos da deficiência. 
Na etapa científica (1.453 d.C. a 1789 d.C.) as ações e tratamentos 
médicos já eram aplicados as pessoas com deficiência. No século XVI, surgiram 
dois intelectuais: Paracelso, médico e, Cardano, filósofo. Paracelso, no seu 
livro “Sobre as doenças que privam o homem da razão”, foi o primeiro a 
considerar a deficiência mental um problema médico, digno de tratamento. 
Cárdamo também considerava a deficiência um problema médico, e se 
preocupava com a educação das pessoas que apresentavam a deficiência. 
Ainda no século XVII, John Locke revoluciona as doutrinas vigentes sobre 
a mente humana e suas funções. Ele definiu o recém-nascido e o idiota como 
“tabula rasa” (o comportamento como produto do ambiente, que possibilita as 
 
2 O personagem vivia isolado na torre da Catedral de Paris. 
O livro e o filme retratam a influência da igreja no destino das pessoas com deficiência na época. 
 
7 
Educação Especial – modulo I 
experiências) e via, então, a deficiência como a carência de experiências. 
Advogava que o ensino deveria suprir essa carência. 
Século XIX 
No século XVII e meados do século XIX, inicia-se a chamada fase de 
institucionalização, onde as pessoas deficientes eram segregados e protegidos 
em instituições residenciais. 
Logo no início do século XX, surgem as escolas e as classes especiais 
dentro das escolas públicas, visando oferecer ao deficiente uma educação 
diferenciada. Jean Marc Itard, (1774-1838) no início do século XIX, passa a ser 
considerado o pai da educação especial, após desenvolver tentativas de educar 
um menino de 12 anos chamado Vitor, o menino lobo (menino considerado com 
deficiência mental profunda, criado por lobos na floresta). Esse caso ficou 
conhecido como o caso do Selvagem de Aveyron. Itard foi reconhecido como o 
primeiro estudioso a usar um método sistematizado para ensinar deficientes. Ele 
acreditava que a inteligência de seu aluno “retardado” era educável. Até os dias 
atuais ele é referência para os estudiosos. (JANNUZZI, 1992). 
O século XIX foi marcado pelo trabalho de vários autores, os médicos Jean 
Marc Itard (1774-1838) e Edward Seguin (1812-1880). Itard3 apresentou o 
primeiro programa sistemático de Educação Especial (1800). Criou uma 
metodologia que usou com Victor, o selvagem de Aveyron. Reconhecido como 
o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de deficientes, 
ele estava certo de que a inteligência de seu aluno era educável. 
Edward Seguin criou o método fisiológico de treinamento, que consistia 
em estimular o cérebro por meio de atividades físicas e sensoriais. Em 1837, 
também se dedicou ao desenvolvimento de serviços, fundando uma escola para 
esse público específico. Seus feitos não findaram, em seu livro “Traitment 
 
3 Ele é conhecido como educador de surdos e tentou suas teorias educacionais no célebre caso de Victor de Aveyron 
, dramatizado no filme de 1970 The Wild Child, dirigido por François Truffaut , que também interpretou Itard. No 
entanto, ele ficou desapontado com o progresso que fez com Victor. [2] Itard era conhecido por conduzir 
experimentos com estudantes surdos da Instituição Nacional dos Sourds-Muets à Paris em tentativas inúteis de 
restaurar sua audição, incluindo choques elétricos, terapia de sanguessugas, cirurgias de ouvido e vários tipos de 
medicamentos internos e externos. formulários 
 
8 
Educação Especial – modulo I 
Moral”, está repleto de técnicas de Educação Especial, com exemplos de sua 
aplicação a diferentes tipos e níveis de deficiência e referentes às mais diversas 
áreas da vida do educando. Por ter contribuído amplamente na área, foi 
nomeado como o primeiro presidente de uma organização de profissionais, que 
atualmente e conhecida como Associação Americana sobre Retardamento 
Mental (AAMR). 
Na primeira década do século XX, surgem as escolas montessorianas. 
Maria Montessori4(1870-1956) foi outra importante educadora que contribuiu 
para a evolução da educação especial, seu método criado para crianças com 
deficiências, parte do concreto rumo ao abstrato. Baseia-se na observação de 
que meninos e meninas aprendem melhor pela experiência direta de procura e 
descoberta. 
A educadora italiana desenvolveu 
os materiais didáticos que constituem 
um dos aspectos mais conhecidos de 
seu trabalho. São objetos simples, mas 
muito atraentes e projetados para 
provocar o raciocínio. Há materiais 
pensados para auxiliar todo tipo de 
aprendizado, do sistema decimal à 
estrutura da linguagem. Suas técnicas 
para o ensino de deficientes mentais 
foram experimentadas em vários 
países da Europa e da Ásia. 
 
 
 
 
4 Maria Tecla Artemisia Montessori foi uma educadora, médica e pedagoga italiana. É conhecida pelo método 
educativo que desenvolveu e que ainda é usado hoje em escolas públicas e privadas mundo afora. Destacou a 
importância da liberdade, da atividade e do estímulo para o desenvolvimento físico e mental das crianças. 
 
9 
Educação Especial – modulo I 
Idade Contemporânea – 1789 d.C. até hoje 
No quarto estágio (Idade Contemporânea – 1789 d.C. até hoje), no final do 
século XX, por volta da década de 70, observa-se um movimento de integração 
social dos indivíduos que apresentavam deficiência, cujo objetivo era integrá-los 
em ambientes escolares. Na fase de integração fundamentava-se o fato de que 
a criança deveria ser educada até o limite de sua capacidade. 
NO BRASIL 
Jannuzzi (2006) retrata o modo como a educação do deficiente se 
constituiu no Brasil, destacando a participação da sociedade civil e o 
estabelecimento inicial da política inclusiva. 
Na época do Brasil Colônia, os deficientes não tinham nenhum tipo de 
atenção do poder público, viviam à margem da sociedade que somente poucos 
foi direcionando a atenção para a situação de total desprezo na qual essas 
pessoas viviam. 
A filantropia foi instituída antes que houvesse uma manifestação do poder 
público da época, vindo a acontecer no final do século XIX com a criação das 
primeiras instituições governamentais para a educação de pessoas surdas e 
cegas. 
Entende-se como marco histórico da educação especial no Brasil o período 
final do século XIX, com a criação do Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, sob 
a direção de Benjamin Constant, e o Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, 
(JANNUZZI, 1985, 2004; MAZZOTTA, 2005). 
Em 1874 é criado na Bahia o Hospital Juliano Moreira, dando início a 
assistência médica aos indivíduos com deficiência intelectual, e em 1887, é 
criada no Rio de Janeiro a “Escola México” para o atendimento de pessoas com 
deficiências físicas e intelectuais (JANNUZZI, 1992; MAZZOTTA, 2005). 
Jannuzzi (1992), explica que no início da história da educação especial do 
Brasil duas vertentes foram predominantes para que a educação especial se 
efetivasse, sendo elas: 
 
10 
Educação Especial – modulo I 
Vertente médico-pedagógica: mais subordinada ao médico, não só na 
determinação do diagnóstico, mas também no âmbito das práticas escolares 
[…]. 
Vertente psicopedagógica: que não independe do médico, mas enfatiza os 
princípios psicológicos […] (JANNUZZI, 1992, p. 59). 
Alguns médicos foram os primeiros a estudar os casos de crianças com 
prejuízos mais graves e criaram instituições para crianças junto a sanatórios 
psiquiátricos. Locais onde as crianças recebiam tratamentos específicos, porém 
ainda institucionalizados. 
A autora e pesquisadora Helena Antipoff (1892-1974), estudou psicologia 
na França, na Universidade de Sorbonne, chegando ao Brasil criou o 
Laboratório de Psicologia Aplicada na Escola de Aperfeiçoamento de 
Professores, em Minas Gerais, em 1929. 
 Iniciou uma proposta de organização da educação primária na rede 
comum de ensino baseado na composição de classes homogêneas. Classes 
essas que a autora acreditava ser possível colocar crianças com alguma 
deficiência junto às crianças normais.Helena Antipoff em 1932 criou a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, 
que mais tarde a partir de 1945, iria se expandir no país. A primeira escola com 
o nome “Pestalozzi” foi criada em Canoas, Rio Grande do Sul, em 1927. 
A autora e pesquisadora participou de muitas outras iniciativas entre elas 
implantação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE, em 
1954. 
A igualdade de oportunidades passou a significar a obrigatoriedade e 
gratuidade do ensino, ao mesmo tempo em que a segregação daqueles que não 
atendiam as exigências escolares, passou a ser justificada pela adequação da 
educação que lhes seria oferecida. Jannuzzi (1992; 2004, p. 67) ao estudar a 
educação de pessoas com deficiência intelectual no Brasil, até por volta de 1935 
concluiu que neste período: 
 
11 
Educação Especial – modulo I 
• Não houve solução escolar para elas. 
• As conceituações sobre deficiência eram contraditórias e imprecisas, e 
incorporavam as expectativas sociais do momento histórico em curso. 
• A concepção de deficiência intelectual englobou diversas e variadas 
crianças, com comportamentos divergentes das normas sociais 
estabelecidas pela sociedade e então veiculadas nos padrões escolares. 
• A classificação ficou mais ao nível do discurso, e foi aplicada muito pouco 
em função da desescolarização geral predominante. 
• A escassa educação dos pessoas com deficiência intelectual neste 
período representava a síntese dos enfoques e procedimentos 
primeiramente franceses e posteriormente europeus e norte-americanos. 
No período de 1961, a história da educação especial, passou por um 
período de ampliação das instituições especializadas. Estas instituições 
surgiram, portanto, em resposta ao silêncio do poder público e ao descaso social 
com as pessoas consideradas deficientes, explica Romero (2006, p. 21) que: [...] 
as iniciativas privadas configuraram-se nesse período como a própria expressão 
do atendimento implantado. 
Embora o modelo institucionalizado possa ser considerado 
segregacionista, pois mantinha as pessoas com deficiências distantes dos 
espaços regulares de ensino, é preciso levar em conta que esse modelo, em 
certa medida, propunha-se a responder às necessidades educacionais 
específicas dos diferentes tipos de deficiência. 
Por outro lado, cumpre considerar também que a existência dessas 
instituições contribuiu em grande medida para que o poder público tenha se 
isentado desse compromisso no sentido de inviabilizar ou até mesmo dificultar o 
ingresso e a permanência das pessoas com deficiências na escola regular. 
 Em 1964, instala-se a primeira unidade assistencial da APAE, o Centro 
Ocupacional Helena Antipoff, tendo como objetivo oferecer habilitação 
profissional a adolescentes deficientes mentais do sexo feminino. 
 
12 
Educação Especial – modulo I 
A primeira unidade multidisciplinar integrada para prestação de assistência 
a deficientes mentais e formação de pessoal técnico especializado foi o Centro 
de Habilitação de Excepcionais inaugurado no dia 22 de Maio de 1971 na 
APAE de São Paulo (MAZZOTTA, 1996). 
Na década de 1950, contava-se em torno de 190 estabelecimentos de 
ensino especial, sendo sua grande maioria públicos e em escolas. (JANNUZZI, 
1992). 
Em 1954, é criada a primeira escola especial da Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais - APAE, no Rio de Janeiro, sob influência do casal de 
norte-americanos Beatrice Bemis e George Bemis, membros da National 
Assossition for Children e a atual National association for Retardede Citizens- 
NARCH 
Segundo Mazzota (1980), autor explica que a década de 1980 ficou 
marcada pelo início da superação da visão assistencialista e das perspectivas 
de benevolência, através de ações que comemoraram em 1981, o Ano 
Internacional das Pessoas com Deficiência, apoiado pela Organização das 
Nações Unidas - ONU, onde defendeu o desdobramentos que culminaram na 
elaboração de dois planos: 
• Plano de Ação da Comissão Internacional de Pessoas Deficientes (1981) 
• Plano Nacional da Ação Conjunta para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência (1985). 
No final da década de setenta, são implantados os primeiros cursos de 
formação de professores na área de educação especial ao nível do terceiro grau 
e os primeiros programas de pós-graduação a se dedicarem à área de educação 
especial (NUNES, et al, 1999; BUENO, 2002). 
Na atualidade, em relação a formação de docentes, no contexto da 
educação inclusiva, surgiu a necessidade de complementação nos currículos 
dos cursos de Formação de Docentes e de outros cursos de profissionais e 
disciplinas que interajam com os alunos com necessidades educacionais 
especiais. 
 
13 
Educação Especial – modulo I 
A história da Educação Especial mostra a trajetória da sociedade com as 
pessoas com deficiência ao longo do tempo. Uma história que é dinâmica. As 
antigas crenças e valores do século passado já não determinam formas de se 
comportar diante da deficiência. A cada dia que passa, temos a chance de 
construir uma nova perspectiva, em que a diferença é a tônica e o respeito a ela 
deve existir na relação entre os homens. 
Concluindo: 
Analisando todos esses fatos ao longo da história, 
pudemos ver que a Educação Inclusiva se 
apresenta como a melhor proposta no cenário 
contemporâneo. De tal forma, ela possibilita que 
todos tenham acesso e qualidade no sistema de 
ensino (mesmo que ainda um pouco distante da 
nossa realidade).
Devemos relembrar que a Educação Inclusiva 
deve ir além de estabelecer estratégias de 
ensino, sua real função é incluir o aluno com 
deficiência, bem como ampliar a concepção de que 
a escola é capaz de incluir efetivamente todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Educação Especial – modulo I 
Referências: 
 
ARANHA, M.S.F. Formando Educadores para a Escola Inclusiva. 2002. disponível em: 
www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/feei/teimp.htm - acesso em 23 Dezembro 2017. 
ARANHA, M.S.F. Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos – a 
fundamentação filosófica – a história – a formalização. Versão preliminar. Brasília: MEC/SEESP, 
nov. 2003. 
BLANCO, R. A atenção à diversidade na sala de aula e as adaptações do currículo. In: COLL, C.; 
MARCHESI, A.; PALACIOS, J.A. (org.). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de 
desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Porto Alegre: Artmed editora, 2004. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado 
Federal, 1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996. 
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: adaptações curriculares: estratégias de ensino para 
educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Secretaria de Educação 
Fundamental/ Secretaria de Educação Especial. SEF/SEESP: Brasília, 1998. 203 
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB nº 2/01. Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica, de 11 de setembro de 2001. Brasília, DF, 2001. 
Disponível em: . Acesso em: 26 dez. 2017. 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Documento subsidiário à política de inclusão. 
Brasília, 2005. 
BRASIL, Ministério da Educação. Política pública de educação especial na perspectiva da 
educação inclusiva, 2008. Disponível em: . Acesso em: 26 dez. 2017. 
BRASIL. Decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional 
especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007. Secretaria de 
Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2008. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Resolução nº 4, de 2 de 
outubro de 2009. Institui as Diretrizes Operacionais para oAtendimento Educacional 
Especializado na Educação Básica, na modalidade Educação Especial. Conselho Nacional de 
Educação/Câmara de Educação Básica. Diário Oficial da União, 5 de outubro de 2009. 
BRASIL. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: a escola comum inclusiva. 
Brasília, 2010. 
BRASIL, Avaliação para a identificação das necessidades educacionais especiais. Secretaria de 
Ed. Especial. Brasília: MEC/ SEESP, 2002 BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais 
para a educação especial na educação básica. Secretaria de Educação Especial –MEC/SEESP, 
2001. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nova LDB (Lei n. 9.394). Rio de 
Janeiro: Quality mark Ed., 1997. 
 
15 
Educação Especial – modulo I 
CASCO, Ricardo; DIAS, Marian Ávila de Lima. Avaliação educacional e preconceito: 
contribuições da Teoria Crítica da Sociedade. Intermeio (UFMS), v. 17, p. 140-154, 2011. 
CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto: 
Porto Editora, 1999. 
DIAS, M. C. Atendimento educacional especializado complementar e a deficiência intelectual: 
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2010. 
FREITAS, S. N. A formação de professores na educação inclusiva: construindo a base de todo o 
processo. In: RODRIGUES, D. Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São 
Paulo: Summus, 2006. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2005_. Pedagogia da 
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GLAT Rosana; NOGUEIRA Mário Lucio De Lima. Políticas Educacionais e a formação de 
professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Integração. Brasília: Ministério da 
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GÓES, M.C.R. de; LAPLANE, A.L.F. da. Políticas e práticas de educação inclusiva. Campinas/SP: 
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