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politicas_educacao_especial_inclusiva (1)

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Prévia do material em texto

POLÍTICAS DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL/ 
INCLUSIVA
Lindaura Ferreira Vaz Barreto
Adriana Vaz Efísio Emanuel
Uniube
EAD
Lindaura Ferreira Vaz Barreto
Adriana Vaz Efísio Emanuel
POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL/ 
INCLUSIVA
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
Barreto, Lindaura Ferreira Vaz.
B275p Políticas da educação especial/inclusiva [livro eletrônico] / 
Lindaura Ferreira Vaz Barreto, Adriana Vaz Efísio Emanuel. – 
Uberaba: Universidade de Uberaba, 2018.
 95 p. : il. color.
 
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. 
 Inclui bibliografia. 
 ISBN 
 
 1. Educação especial. 2. Educação especial – Brasil. 3. Educação 
inclusiva. 4. Legislação educacional. I. Emanuel, Adriana Vaz Efísio. 
II. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. III. 
Título. 
 CDD 371.9
© 2018 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão
André Luís Teixeira Fernandes
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Pós-Graduação a Distância
Renata Maria de Almeida e Borges
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Preparação dos originais
 Patrícia Ferreira Rosa
Revisão ortográfica, gramatical, textual e de estilos
Erika Fabiana Mendes Salvador
Editoração eletrônica
Eduardo Estevam Araujo
Projeto da capa
Roberto Silva Araújo Assis
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Lindaura Ferreira Vaz Barreto
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 
Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras 
de Ituverava. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em 
Políticas Públicas Educacionais, atuando principalmente na gestão e 
avaliação. Docente na Educação Básica e nos cursos de pós-graduação, 
com produção de material didático na área de avaliação educacional.
Adriana Vaz Efísio Emanuel
Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba (Uniube). 
Especialista em Psicopedagogia Institucional, pela Faculdade de 
Educação de Uberaba (FEU). Graduada em Licenciatura Plena em 
Pedagogia, pela Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac). 
Atualmente é Analista Educacional-Pedagoga na Superintendêcia 
Regional de Ensino de Uberaba. Docente e coordenadora do curso 
de Especialização em Supervisão Educacional, Gestão Educacional e 
Educação Especial na Universidade de Uberaba (Uniube), modalidade 
de Educação a Distância.
Sobre as autoras
Sumário
Apresentação .......................................................................................IX
Capítulo 1 Tecendo conceitos sobre a Política da Educação 
Especial/Inclusiva no Brasil ............................................. 1
1.1 Educação do deficiente - dos primórdios da colonização brasileira à 
Constituição Federal de 1988 ................................................................................. 3
1.1.1 Diálogo com o passado .................................................................................. 4
1.2 A deficiência e os primeiros passos de organização da escola .............................. 6
1.2.1 As ações pedagógicas ................................................................................. 10
1.2.2 A influência médica na atenção ao deficiente .............................................. 13
1.2.3 Associações e pedagogos: entidades filantrópicas e escolas ..................... 17
1.2.4 O atendimento ao deficiente: o amparo legal .............................................. 19
1.3 Considerações finais.............................................................................................. 21
1.4 Referências ............................................................................................................ 22
Capítulo 2 Legislação educacional brasileira - gênese e 
evolução das escolas especiais no Brasil .................... 25
2.1 Introdução .............................................................................................................. 27
2.2 O arcabouço legal pró-inclusão ............................................................................. 28
2.3 A proposta de Educação Inclusiva ........................................................................ 29
2.4 As políticas públicas educacionais inclusivas da década de 1990 ....................... 32
2.4.1 Década de 90 ............................................................................................... 33
2.4.2 Um novo milênio ........................................................................................... 34
2.5 Alinhavando nossas ideias... ................................................................................. 40
2.6 Referências ............................................................................................................ 41
Capítulo 3 Desdobramentos das Políticas Públicas em 
Educação Especial/Inclusiva .......................................... 45
3.1 Introdução .............................................................................................................. 47
3.2 Reconhecer para avançar ..................................................................................... 48
3.3 Inclusão: um novo paradigma ............................................................................... 50
3.4 Vale a pena conhecer as políticas desenvolvidas no século XXI ......................... 54
3.5 Programas e ações para uma Educação Inclusiva ............................................... 57
3.6 Documentos orientadores à implementação da política de educação inclusiva .. 62
3.7 Considerações finais.............................................................................................. 69
3.8 Referências ............................................................................................................ 69
Capítulo 4 Práticas Educacionais Inclusivas .................................. 73
4.1 Operacionalização do atendimento especializado ................................................ 75
4.2 Conhecimentos necessários para incluir ............................................................... 78
4.2.1 Instrumento de Matrícula de Escola Inclusiva ............................................ 78
4.2.2 Deficientes – Quem são eles? ..................................................................... 80
4.2.3 Processo avaliativo ....................................................................................... 81
4.3 Materialização das Políticas para a Educação Especial ....................................... 84
4.3.1 Diretrizes para a ação do professor ............................................................. 85
4.4 Discutindo dificuldades x possibilidades ............................................................... 89
4.5 Considerações finais.............................................................................................. 93
4.6 Referências ............................................................................................................ 94
Caro(a) aluno(a),
Produzimos o material pedagógico deste módulo pensando 
exclusivamente em você.
Como?
Como quem quer dar o melhor de si no compartilhamento de 
conhecimentos, ideias, fatos e circunstâncias sobre os quais se 
sedimentou a Educação Especial.
Nossaexperiência profissional sinalizou as lacunas de formação e 
compreensão de grande parte dos profissionais que atuam na Educação 
Especial/Inclusiva, que, mesmo se propondo a superar desafios, muitas 
vezes caminha sozinha.
Convidamos você para caminhar conosco percorrendo os árduos 
caminhos, muitos deles dolorosos, outros de realização e avanço, para 
nos aprofundarmos nos meandros da configuração do atendimento à 
pessoa com deficiência em nossa sociedade.
Esse caminho se faz necessário para que a análise das Políticas Públicas 
venha ao encontro das necessidades de inclusão de todas as pessoas 
em nossas escolas, sendo-lhes garantidos os direitos previstos na 
Constituição Federal. 
Apresentação
É preciso conhecer o que se passou para mudarmos o presente.
Então venha e trilhe conosco a vastidão de conhecimentos sobre 
as Políticas Públicas em Educação Especial/Inclusiva e as suas 
singularidades.
Organizamos este módulo em quatro eixos. Confira!
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
Tecendo conceitos 
sobre a Política da 
Educação Especial/
Inclusiva no Brasil
Legislação 
educacional 
brasileira - gênese e 
evolução das escolas 
especiais no Brasil
Desdobramentos das 
Políticas Públicas 
em Educação 
Especial/ Inclusiva
Práticas Educacionais 
Inclusivas
Bons estudos e muito sucesso!
1 Tecendo conceitos sobre 
a Política da Educação 
Especial/Inclusiva no Brasil
Lindaura Ferreira Vaz Barreto
 Uniube 3
O convite para ampliar nossos conhecimentos sobre a efetivação do 
direito à Educação passa pela compreensão da responsabilidade 
de universalizar a Educação e suscita a necessidade de dar voz às 
reivindicações educativas dos que foram silenciados ao longo da história 
da humanidade.
1.1 Educação do deficiente - dos primórdios da colonização 
brasileira à Constituição Federal de 1988
Neste capítulo, vamos dar voz aos 
brasileiros silenciados a partir da 
visitação aos marcos históricos da 
educação do deficiente. 
Mas o que é história? 
Sua resposta pode ser ampliada 
com o legado do filósofo e educador 
Neidson Rodrigues: 
História não é o relato do passado esquecido 
e rememorado no ato de conhecê-lo, mas é a 
recuperação do ato passado que, enquanto passado, 
funda o presente e enlaça o presente no passado e 
o futuro no presente, não na sua forma perfilada, mas 
na sua forma criadora, geradora. É um ato de geração, 
de produção. E como tal nós temos de encontrar, 
nas cercanias do objeto criado, as condições de sua 
criação. (RODRIGUES,1993, p.15, grifos nossos).
No Brasil, as condições de criação da história da educação do deficiente 
foram as mesmas da história da Educação das demais pessoas, em 
que o foco foi “apenas nos momentos e na medida exata em que 
dela sentiram necessidade os segmentos dominantes da sociedade. ” 
(JANNUZZI, 2004, p. 53). 
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
Figura 1: Voz dos silenciados.
4 Uniube
Diálogo com o passado1.1.1
Para apreender a relação entre os conceitos de deficiência e as 
expectativas e mobilização da sociedade em prol da garantia do direito 
de todos à Educação, vamos dialogar com o passado, entrelaçando-o ao 
presente e ao futuro. Vamos visitar as iniciativas de institucionalização da 
educação do deficiente, com foco nas Políticas Públicas, que, segundo 
Dias (2012, p. 2), resultam em “[...] uma atitude social que se propõe a 
assegurar ações que visam a atender as necessidades da sociedade”. 
Ressaltamos que discutir o tema políticas públicas é importante “[...] 
para entender a maneira pela qual elas atingem a vida cotidiana, o que 
pode ser feito para melhor formatá-las e quais as possibilidades de se 
aprimorar a sua fiscalização.” (DIAS, 2012, p. 13).
A memória dessa história evidencia fatos 
marcantes do século XVI, início da colonização 
portuguesa, até os primeiros anos do século 
XX, quando nossa industrialização começou 
a se incrementar. O destaque na década 
de 1970 foi a instituição do primeiro órgão 
de política de Educação Especial, o Centro 
Nacional de Educação Especial (CENESP) 
– órgão criado para a definição de metas 
governamentais específicas para a Educação 
Especial para organizar o que se vinha 
realizando em escolas, instituições para ensino 
especializado desse alunado e formação para 
o trabalho.
Fonte: Acervo Depositphotos/ 
EAD - Uniube
Figura 2: Memória da História.
Assista à videoaula 1 a seguir para conhecer um pouco a respeito da 
epopeia do deficiente na sociedade humana.
 Uniube 5
O curso da história da educação do deficiente, no recorte do século XVI 
ao XXI, desvela a Educação Integrada com a organização da sociedade 
de forma inter-relacionada com o ideal de homem inserido nos diversos 
momentos da evolução cultural. Nessa trajetória o
Termo deficiente é genericamente empregado, 
recebendo denominações várias, pois a palavra é o 
suporte de um sistema de normas e de valores e, mais 
geralmente, de interpretação simbólica do todo que uma 
sociedade faz de sua ordenação e de seus próprios 
conflitos. (BISSERET, 1971, p. 317).
O cenário da sociedade rural e desescolarizada do período do Brasil 
Império (1822 a 1889) foi o pano de fundo do conceito de deficiente 
relacionado com anormalidade, excepcionais, retardados e atrasados. 
A prática social foi a de “silenciar completamente sobre o deficiente 
e esconder aqueles que mais se distinguiam ou cuja presença mais 
incomodava. ” (JANNUZZI, 2006, prefácio). Nesse entendimento, a 
deficiência significava uma ameaça, por se caracterizar por desequilíbrio 
à norma estabelecida e gerar sentimentos expressos pelo medo e 
pela pena, como repulsa, raiva e outros provocados pela condição de 
diferença. 
6 Uniube
O atendimento a pobres e doentes no século XVI direciona o olhar para 
as Santas Casas de Misericórdia, em Santos (1543), Salvador (1549), 
Rio de Janeiro (1552), Espírito Santo (provavelmente 1554), São Paulo 
(provavelmente 1599), Olinda e Ilhéus (1560), Porto Seguro (também em 
fins do século XVI), Sergipe e Paraíba (1604), Itamaracá (1611), Belém 
(1619), Iguaçu (1629) e Maranhão (data incerta, primeiras referências do 
Padre Vieira, em 1653) (MESGRAVIS, 1976, p. 38).
A deficiência e os primeiros passos de organização da escola1.2
No fim do século XVIII e começo do XIX, surgiu, de maneira tímida, 
a institucionalização da educação das crianças deficientes dentro das 
ideias liberais dos movimentos históricos da Inconfidência Mineira (1789), 
a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
Entretanto, em 1913, escrevia Basílio de Magalhães: "por nenhum dos 
meios usuais de comunicação de pensamento não se cuidou, em nossa 
Pátria, da infância degenerada, quer a atingida por anomalias lesionais 
do cérebro, quer da combalida por anomalias ou taras menos graves." 
(MAGALHÃE5, 1913, p. 11). 
As crônicas da época, sobre as crianças que traziam defeitos físicos 
ou mentais, permitem supor o abandono em lugares assediados por 
bichos, que muitas vezes as mutilavam ou as matavam. Corrobora essa 
suposição o pedido do governador Antônio Paes de Sande, no final do 
século XVII, de providência ao rei de Portugal, "contra os atos desumanos 
de se abandonar crianças pelas ruas, onde eram comidas por cães, 
mortas de frio, fome e sede." (MARCILIO, 1997, p. 59). 
As primeiras iniciativas de organização da escola primária também 
trouxeram, no bojo, tentativas para organizar as escolas para o deficiente, 
como em 1730, em Vila Rica, a Irmandade de Santa Ana criada para 
cuidar de órfãos e crianças abandonadas, que previa no artigo 2º do seu 
estatuto "uma casa de expostos e asilo para desvalidos." (SOUZA, 1991, 
 Uniube 7
p. 29). A educação popular, e menos ainda a dos deficientes, não era 
motivo de preocupação, pois, para a elite, o problema da Educação era 
resolvido com a oferta do ensino domiciliar feita por preceptores.
Figura 3: Sala de aula de uma escola primária.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
As promessas de "instrução primária e gratuitaa todos", contidas na 
Constituição de 1824, a primeira do Brasil, não eram realidade no ano 
de 1870, que apontava o índice de 78% de analfabetos no país. Nesta 
época, foram poucas as manifestações e instituições de educação das 
crianças deficientes. No entanto, na Constituição, a sociedade já se 
protegia juridicamente do adulto deficiente (título II, artigo 8°, item 1°), 
privando do direito político o incapacitado físico ou moral (BARCELLOS, 
1933). 
IndIcação de leItura
Acesse o link a seguir para conhecer a 1ª Constituição Brasileira leia 
a partir da página 66.
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/
Constituicoes_Brasileiras_v1_1824.pdf?sequence=5>
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/Constituicoes_Brasileiras_v1_1824.pdf?sequence=5
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/Constituicoes_Brasileiras_v1_1824.pdf?sequence=5
8 Uniube
Entre as poucas instituições existentes no século XIX, o destaque fica 
com a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que nesse período 
acentuou o acolhimento de crianças abandonadas até a idade de 7 anos. 
Fonte: Wikimedia Foundation, 2017
Figura 4: Roda, originalmente de madeira, onde 
eram deixados os recém-nascidos não desejados.
Também, nesta época, algumas províncias criaram a possibilidade para 
as crianças com anomalias serem alimentadas e também receberem 
alguma educação de religiosas: irmãs de caridade de São Vicente 
de Paula, religiosas de Doroteia, filhas de Santana, franciscanas de 
Caridade (MORAES, 2000). Todas as crianças atendidas na Santa Casa 
de Misericórdia de São Paulo, após os 7 anos de idade, eram separadas, 
sendo as meninas encaminhadas para o Seminário da Glória (1825) e os 
meninos para o Seminário de Sant'Ana (1824). As meninas permaneciam 
no Seminário até casarem e os meninos até obterem uma profissão. 
Supostamente as crianças com anomalias mais leves também seguiram 
esse curso, enquanto as com anomalias acentuadas permaneciam com 
adultos nos locais que essas Santas Casas mantinham para doentes e 
alienados. O ano de 1893 marca a abertura, em São Paulo, de um asilo 
para alienados, um hospício superlotado e sem condições higiênicas e, 
no interior do Estado, os loucos eram recolhidos nas cadeias. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roda_expostos_1.jpg?uselang=pt
 Uniube 9
O atendimento, na rede regular, da deficiência mental nos fins do século 
XIX nos leva até os espaços do Pavilhão Bourneville, Ginásio Estadual 
Orsina da Fonseca no Rio de Janeiro (1898), Unidade Educacional 
Euclides da Cunha em Manaus (1892), Encruzilhada do Sul, na Escola 
Borges de Medeiros e em Montenegro no Grupo Escolar Delfina Dias 
Ferraz, ambos no Rio Grande do Sul (1909). Percebemos também 
grupos escolares que adotavam, desde 1890, a separação de alunos 
por nível de adiantamento, nas diversas séries do curso fundamental 
(RIBEIRO, 2000, p. 85), explicando provavelmente a criação posterior 
de classes para as crianças com dificuldade de aprendizagem. 
A legislação que sustenta a Educação Especial é muito importante desde 
os passos iniciais. Conheça um pouco mais sobre o assunto assistindo 
à videoaula 2 a seguir.
10 Uniube
As ações pedagógicas1.2.1
Figura 5: O silêncio sobre o deficiente.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
A tentativa de esclarecer “o silêncio sobre o deficiente”, no período do 
Império, remete-nos à falta de registros sobre os educandos abrigados 
nos estabelecimentos mencionados e permite-nos levantar a hipótese de 
que, em uma sociedade rural desescolarizada, eram os mais lesados os 
que eram distanciados e os que incomodavam ou pelo aspecto global, 
ou pelo comportamento altamente divergente, que não contribuía para o 
exercício de tarefas sociais simples. 
Os registros datados do Império permitem perceber o movimento a favor 
da educação de deficientes, resultante de pessoas sensibilizadas com 
o problema, que encontraram apoio governamental, precário, em um 
momento em que a elite intelectual preocupava-se com a elevação do 
Brasil ao nível do século (REIS FILHO apud RIBEIRO, 2000, p. 65). Era 
fato que a aristocracia rural contava com uma economia agrária, baseada 
em ferramentas rudimentares, e o voto censitário para eleger senador 
e deputado, portanto não havia uma demanda para investimentos na 
Educação. 
 Uniube 11
No contexto do federalismo advindo da Proclamação da República 
(1889), da Constituição de 1891, nota-se que as instituições ligadas aos 
cegos e aos surdos de certa forma foram privilegiadas, pois estiveram 
ligadas ao poder central até 1973, em detrimento da Educação do 
deficiente mental. 
Entretanto, quanto mais se avança no tempo, mais aumentam instituições 
destinadas ao atendimento dos intitulados deficientes mentais (MEC/SG/
CENESP/SEEC, 1975a). 
Observa-se, também, que os profissionais vão refletindo as expectativas 
daquela sociedade de então, tanto no discurso como na prática, de 
forma que vão justificando a separação do deficiente de forma paralela 
com a viabilização da vida dos mais prejudicados, juntamente com 
a família e outros setores da sociedade, por meio de conhecimentos 
mais sistematizados e procura de efetivação de práticas sociais mais 
eficientes.
No fim dos anos de 1920, médicos, psicólogos, professores e pedagogos 
atuantes estruturaram associações profissionais reflexivas na procura 
de espaço para concretização de suas ações pedagógicas, como as 
criadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, 
Amazonas, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 
Desde os primórdios, ocorreu a vinculação da educação do deficiente com 
o campo médico, embora também estivesse ligada a estabelecimentos 
de Ensino Regular. As diferenças individuais mais evidentes aos poucos 
foram inspirando acolhimento, em locais diversos, desde hospitais, asilos 
com outros "desvalidos" e, de forma tímida, em instituições escolares 
especializadas.
Como exemplo citamos o pavilhão Bourneville, no Rio de Janeiro, como 
a primeira escola especial para crianças anormais, uma vez que a 
deficiência mental foi considerada problema de saúde pública.
12 Uniube
Em relação ao enfrentamento dos desafios do processo ensino-
aprendizagem para os deficientes é histórico o envolvimento dos próprios 
deficientes e, também, de pessoas sensíveis à causa. Ainda no século 
XVIII, para o cego desenvolver a capacidade de leitura, foram inventadas 
várias formas de alfabetos que poderiam ser percebidos pelo tato, 
inclusive letras gravadas em madeira, fundidas em chumbo ou recortadas 
em papelão. A dificuldade de manusear e de assimilar o conhecimento 
por meio desses sistemas incitou seu aprimoramento, marcado pelo 
encontro do francês Louis Braille (1809-1852), cego aos 3 anos, com 14 
livros com caracteres em relevo que consistiam em um código a partir 
de pontos, inventado, em 1819, por Charles Barbier, oficial da armada 
francesa, para a comunicação noturna em campo de batalha. O ano de 
1824 marca o desenvolvimento do sistema Braille, que foi aprovado, 
oficialmente, dois anos após a morte de Louis Braille (1854). 
Quanto à educação do surdo, a história ressalta o alfabeto manual 
utilizado pelo monge beneditino Pedro Ponce de León (1520-1584), 
acreditando que tinha relação com o livro “Monasteriales”, copiado entre 
910 e 1000 d.C, da linha beneditina, em inglês arcaico, que traz algumas 
listagens de sinais produzidos nos mosteiros, referentes ao universo 
religioso vivenciado (REILY; REILY, 2003). Passou, ainda, pela criação 
de outros alfabetos visuais, também chamados de “sinais metódicos”, 
uma valorização da participação dos surdos na constituição da língua 
dos sinais. 
Figura 6: Sinais metódicos.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
 Uniube 13
A influência médica na atenção ao deficiente1.2.2
Desde este período, a medicina exerceu influência na educação para os 
deficientes de forma inter-relacionada com problemas básicos de saúde: 
1917: o doutor Renato Kehllança, pela imprensa, a campanha 
pró-eugenia, que dá origem à Comissão Central Brasileira de 
Eugenia em 1º de abril de 1931, para “estudo e propaganda das 
ideias de regeneração física e psíquica.” (LOPES, 1954, p. 16).
1918: Gustav Ried funda o Serviço de Profilaxia Mental de Engenho 
de Dentro, com Instituto de Psicologia, Escola de Enfermagem e 
Curso de Monitores Oficiais.
1920: Ried funda a Liga Brasileira de Higiene Mental com a 
colaboração de Juliano Moreira. 
Foram criadas ligas e associações médicas disseminadoras de 
ideias sobre a deficiência mental ligada aos problemas de profilaxia. 
Neste contexto, o desafio das crianças deficientes sistematizarem 
conhecimentos para participação da vida do grupo social despertou 
nos médicos o interesse pela pedagogia e, assim, criaram instituições 
escolares ligadas a hospitais psiquiátricos, principalmente para o 
atendimento de crianças mais comprometidas, segregadas socialmente 
junto a adultos loucos. 
14 Uniube
O destaque fica com os atendimentos a deficientes mentais feitos a partir 
dos médicos que fundaram diversas instituições:
1904 – Pavilhão Bourneville, anexo ao Hospício da Praia Vermelha no RJ, 
com a função de atendimento clínico e também orientação pedagógica 
fundamentada no sensorialismo e atividades com um conjunto de 
aparelhos, tendo os jogos valorizados e as crianças mantidas em 
atividades e vigilância constantes. Os agrupamentos eram organizados 
por sexo e gravidade das patologias. Para o internamento, era necessário 
diagnóstico de perito policial. (MUlLER, 2000).
1920 – O doutor Leitão da Cunha abriu atendimento pedagógico em 
Petrópolis.
1921 – O doutor Franco Rocha construiu em São Paulo um pavilhão, para 
as crianças, no Hospício de Juquery.
De acordo com a percepção de Jannuzzi:
[...] esses pavilhões anexos aos hospitais psiquiátricos, 
nascidos sob a preocupação médico-pedagógica, 
mantêm a segregação desses deficientes, continuando, 
pois, a patentear e a institucionalizar a segregação 
social, mas não apenas isso. Há a apresentação de 
algo esperançoso, de algo diferente, alguma tentativa 
de não limitar o auxílio a essas crianças apenas ao 
campo médico, à aplicação de fórmulas químicas ou 
outros tratamentos mais drásticos. Já era a percepção 
da importância da educação; daí as viabilizações 
possíveis, desde a formação dos hábitos de higiene, 
de alimentação, de tentar se vestir etc. necessários 
ao convívio social. Elas colocam de forma dramática o 
que se vai estabelecendo na educação do deficiente: 
segregação versus integração na prática social mais 
ampla. (JANNUZZI, 2004, p.38).
Nota-se que houve dificuldade na efetivação da criação de escolas ou 
classes para alunos deficientes, apesar de contidas em lei do Estado 
de São Paulo (Lei nº 1.579 de 19 de dezembro de 1917). Ressaltamos 
 Uniube 15
a iniciativa do doutor Ulysses Pernambucano de Mello Sobrinho 
(1892-1943), que, em 1929, fundou o Instituto de Psicologia, ligado 
ao Departamento de Saúde, e que, em 1929, foi transferido para o 
Departamento de Educação com a denominação Instituto de Seleção e 
Orientação Profissional com os seguintes objetivos: orientação e seleção 
de professores para escolas primárias, secundárias e profissionais; 
estabelecimento de testes pedagógicos, físico-psicológicos e diagnósticos 
de crianças excepcionais; realização de estudos de psicologia patológica 
(OLIVEIRA, 2001). Nesta época, organizou-se, também, no país a 
primeira equipe multidisciplinar formada por psiquiatra, pedagogo e 
psicólogo para trabalhar com os deficientes. 
Nesta abordagem médico-pedagógica, entre muitas publicações, 
destacou-se o livro de Basílio de Magalhães, escrito em 1913, com 
influências significativas no curso da educação para os deficientes 
mentais. O livro intitulado Tratamento e educação das crianças 
anormais de inteligência: contribuição para o estudo desse 
complexo problema científico e social, cuja solução urgentemente 
reclamam, - a bem da infância de agora e das gerações porvindouras 
- os mais elevados interesses materiais, intelectuais e morais, da 
Pátria Brasileira defendia uma educação preferencialmente coletiva e 
em classes, pois entendia que elas não aprendiam com e nem como os 
normais e, também, "o que é pior, impedem que as crianças normais 
aproveitem convenientemente a instrução que lhes é proporcionada." 
(MAGALHÃES, 1913, p. 57).
Em relação às influências da vertente psicopedagógica nos atendimentos 
educacionais aos deficientes, deparamos com a penetração da psicologia 
principalmente pelo trabalho do médico Jean Marc Gaspard Itard com 
foco nas discriminações sensoriais e no desenvolvimento da plasticidade 
funcional - técnicas ainda usadas, atualmente, por psicólogos, sob a 
forma de testes.
16 Uniube
SaIba maIS
Conheça um pouco do percurso profissional de Itard e sua 
contribuição para a Educação Especial, acessando o endereço:
<http://jeanmarcgasparditard.blogspot.com.br/>
Os laboratórios de psicologia, da França, exerceram papel relevante 
na difusão das ideias oriundas das pesquisas genéticas e diferencial 
presentes nas obras de Alfred Binet (1857-1911), elaborador dos testes 
de inteligência (1905), e seu colaborador Théodore Simon (1871-1961). 
O professor Clemente Quaglio foi percursor na instalação do Gabinete de 
Psicologia Experimental, anexo à Escola Normal da Praça da República, 
com a aplicação na rede regular de ensino dos testes da escala métrica 
de inteligência de Binet e Simon. Também orientou professores e diretores 
na realização empírico-escolar de questionários e observações para 
posterior encaminhamento à seleção médico-pedagógica destinada ao 
exame do suposto anormal que, finalmente, ia para a seleção específica 
na qual se constituiriam as classes ou seções de escolas especiais e 
asilos-escolas. (MAGALHÃES, 1913, p. 79). 
Em síntese, a escola apontava os anormais e também estava em vigor a 
lei de isenção de matrícula aos imbecis e aos que, por qualquer defeito 
orgânico, fossem incapazes de receber instrução em grupos escolares 
e escolas-modelo. Portanto os anormais evidentes estariam rejeitados. 
 
A defesa da educação dos anormais esteve relacionada com a economia, 
pois evitariam manicômios, asilos e penitenciárias seriam evitados, tendo 
em vista as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. 
http://jeanmarcgasparditard.blogspot.com.br/
 Uniube 17
A atuação do psicólogo italiano Ugo Pizzoli merece ser revisitada, 
pois sob sua orientação, em 1914, foi elaborada a Carteira Biográfica 
Escolar para cada criança contendo fotografias, mensurações diversas, 
observações antropológicas, físico-psicológicas, dados anamnésicos da 
família e das crianças levantados pelo médico.
SaIba maIS
Para conhecer um pouco mais sobre Pizzoli , acesse o link:
<http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
revispsi/article/view/7708/5572>
O objetivo da Carteira seria ajudar a traçar o método e a didática 
para o ensino. Pizzoli via a educação como uma árvore cujo tronco 
era alimentado por inúmeras raízes, representadas pelas ciências 
alimentadoras da educação do normal e do deficiente. Criticava a 
educação voltada para o enciclopedismo e a confusão entre doença 
mental e deficiência. 
Associações e pedagogos: entidades filantrópicas e escolas1.2.3
No período de 1930 a 1970, fase da industrialização do Brasil, 
cresce o envolvimento da sociedade civil e política na educação do 
deficiente por meio de associações de pessoas fundamentadas num 
conjunto de propostas para o aluno considerado normal. O governo 
investe na criação de escolas junto ao Ensino Regular, em hospitais 
e entidades filantrópicas, com educadores empregando a expressão 
ensino emendativo, cuja finalidade "[...] era suprir falhas decorrentes 
da anormalidade, buscando adaptar o educando ao nível social dos 
normais." (JANNUZZI apud SOARES, 1999, p. 70). Na iniciativa privada, 
foram sendo criados atendimentos diversos, principalmente a partir de 
1950. 
http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/7708/5572http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/7708/5572
18 Uniube
No campo da deficiência mental, destacaram-se os trabalhos dos 
pedagogos Norberto Souza Pinto e Helena Antipoff.
Em São Paulo, Norberto Souza Pinto defendia o conceito de deficiência 
com base nas normas escolares e defesa dos testes de quociente de 
inteligência e os agrupamentos homogêneos. 
Enquanto Helena Antipoff, em Minas Gerais, com pensamento dentro de 
sua adesão à teoria da Escola Nova, defendia a oferta da Educação em 
classes homogêneas precedidas pelo diagnóstico médico e psicológico 
dos aspectos físicos, intelectuais, afetivos e sociais.
SaIba maIS
Acesse o link e conheça um pouco mais sobre Helena Antipoff.
 
<https://cdpha.wordpress.com/helena-antipoff/biografia/>
Para ela, a classe especial seria indispensável na formação dos 
professores em geral, tendo em vista educá-los na "atitude psicológica, 
indispensável com todas as crianças, se se quer que a educação produza 
os frutos que dela se esperam" (ANTIPOFF, 1930, p. 20). 
Uma profissional adiante do seu tempo, futurista!
Helena Antipoff fundou e organizou a Sociedade Pestalozzi (1932) com 
objetivos de "assistir à criança e aos adolescentes excepcionais definidos 
nos seus estatutos como sendo aqueles classificados acima ou abaixo da 
https://cdpha.wordpress.com/helena-antipoff/biografia/
 Uniube 19
norma de seu grupo, visto serem portadores de características mentais, 
físicas ou sociais que façam de sua educação um problema especial." 
(CAMPOS, 1980, p. 48).
O atendimento ao deficiente: o amparo legal1.2.4
No início do século XX, é fundado em Minas Gerais o Instituto 
Pestalozzi (1935), que funcionava como órgão técnico para a realização 
de investigação nas áreas relacionadas à Educação Especial e ao 
atendimento às pessoas com deficiência mental, exigindo, do professor, 
uma profunda formação psicológica de forma que, compreendendo a 
totalidade da criança, estaria apto a encontrar uma metodologia que 
viabilizasse a sua melhor adaptação à sociedade. O ano de 1954 marca 
a fundação da primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – 
APAE e, em 1962, já contava com 16 instituições. Nessa época, foi criada 
a Federação Nacional das APAES (FENAPAES), que, em 1963, realizou 
seu primeiro congresso (MENDES, 1995). Essas duas instituições 
foram palco de discussão dos atendimentos às pessoas com deficiência 
marcados por uma concepção assistencialista que não promovia políticas 
públicas de universalização do acesso e, de acordo com Carvalho (2004), 
pouco ou nada tinham de inclusivas.
No arcabouço legal, o ano de 1961 marca a promulgação da primeira 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei n. 4.024/61, 
contendo um título e dois artigos destinados à educação de excepcionais 
e apontando o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente 
dentro do sistema geral de ensino. Assim, ao final dos anos de 1960 e 
início da década de 1970, no estado de Minas Gerais, surgiam diversas 
instituições com oferta desse ensino emendativo: Instituto de Educação 
Emendativa da Fazenda do Rosário (1964) na cidade de Ibirité, a Escola 
Estadual de Ensino Emendativo (1967), em Carangola, a Escola de 
Educação Emendativa Doutor Lage (1972), em Pará de Minas (MEC/
SG/CENESP/SEEC, 1975a).
20 Uniube
Figura 7.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
A Lei nº 5.692/71 alterou a LDBEN de 1961 ao definir “tratamento 
especial” para os alunos com “deficiências físicas, mentais, e os que se 
encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula 
e os superdotados” e iniciou a formatação da Educação Especial como 
uma política de Estado. Em razão da preocupação com o analfabetismo 
da população, em 1967, o governo militar começou a implementação do 
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e, de forma paralela, 
campanhas foram realizadas na área das deficiências chamando a 
atenção para o problema, levando o governo, em 1973, a criar o Centro 
Nacional de Educação Especial (CENESP), cujo conceito de deficiente 
mental, que serviu de base para sua implantação, foi o de Helena Antipoff.
O CENESP tinha como responsabilidade a formulação das ações de 
Educação Especial no Brasil que se encontravam num movimento 
desenvolvimentista. Assim, sob os princípios de normalização e 
integração, ele impulsionou campanhas assistenciais e ações isoladas 
do Estado voltadas às pessoas com deficiência e com superdotação, 
entretanto reforçou o encaminhamento dos alunos para as classes e 
escolas especiais.
 Uniube 21
 
Na questão pedagógica, os médicos e psicólogos continuaram 
influenciando a educação de forma geral e, também, a dos deficientes 
em um contexto de ampliação dos atendimentos desses com a criação 
das classes anexas a hospitais, crescimento do atendimento em 
instituições filantrópicas e a criação dos serviços diversos, clínicas e 
centros de reabilitação. Nesses espaços, os atendimentos continuaram 
precedidos da aplicação dos testes de inteligência, bem como a 
organização de turmas homogêneas, consideradas facilitadoras da 
aprendizagem reforçando a crença, do princípio do século, na psicologia 
das diferenças individuais, enquanto suporte de metodologias a partir das 
especificidades. 
Permaneceu a concepção de políticas especiais para tratar a educação 
do deficiente e do superdotado com acesso ao Ensino Regular, porém 
sem um atendimento especializado, organizado e que considerasse as 
singularidades de aprendizagem desses alunos. 
Considerações finais1.3
SaIba maIS
A partir dos estudos que fizemos neste capítulo, sugerimos a você 
que, antes de iniciar os estudos do Capítulo 2, faça uma reflexão 
sobre: “quais foram os aspectos fundamentais para o avanço nas 
políticas públicas da Educação Especial?
Sempre que possível registre suas reflexões para futuras pesquisas.
O próximo capítulo é um convite para você conhecer os caminhos 
trilhados pela Educação do Deficiente e do Superdotado a partir da 
Constituição Federal de 1988.
22 Uniube
Referências1.4
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Rio Grande do Sul, ano 11, jul. 1972.
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1991.
2 Legislação educacional 
brasileira - gênese e 
evolução das escolas 
especiais no Brasil
Lindaura Ferreira Vaz Barreto
 Uniube 27
Introdução2.1
Neste capítulo vamos refletir sobre as ideias disseminadas a partir da 
promulgação da Constituição Federal (CF), de 1988, com foco no respeito 
às diferenças individuais, o direito à igualdade de oportunidades, sem 
discriminações, preconceitos ou privilégios.
O cenário de debates da sociedade brasileira sobre o seu futuro fomentou 
o processo de redemocratização do país que culminou na promulgação 
da Constituição Federal, de 1988, marco fundamental para compreender 
a história do “tempo presente” das políticas públicas educacionais no 
Brasil.
Assista à videoaula 3 a seguir para revisitar a caminhada histórica da 
legislação brasileira para a inclusão.
28 Uniube
O arcabouço legal pró-inclusão2.2
A CF de 1988 trouxe em seu bojo traços de uma política educacional 
inclusiva explicitada nos seus objetivos fundamentais: “promover o 
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV) e definiu, no 
artigo 205, a educação “como um direito de todos, garantindo o pleno 
desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação 
para o trabalho”. Também determinou como “direitos sociais a educação, 
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência 
aos desamparados, na forma desta Constituição." (art.6°, redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) (BRASIL, 1988).
Merece destaque o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 
8.069/90, que no art. 55º reforça os dispositivos constitucionais ao 
determinar que "os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular 
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino” e no art. 5º que 
“nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, 
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus 
direitos fundamentais.” (BRASIL, 1990, n. p.).
Portanto a política educacional, na perspectiva de consolidação do 
sistema de proteção social, a partir de 1988, veio ao encontro dos anseios 
da sociedade de universalização da Educação e, também, da Saúde – 
mudanças ocorridas pelo mundo, relativas ao deficiente com experiências 
de matrículas de crianças com deficiências em salas de aulas comuns: na 
Alemanha e nos Estados Unidos da América, nos anos 1970; na Espanha 
nos anos 1980 (BAYER et al., 2006).
 Uniube 29
A proposta de Educação Inclusiva2.3
Assim inicia a disseminação de uma proposta de Educação 
Inclusiva de forma entrelaçada com os seguintes aspectos:
Mudanças ocorridas 
pelo mundo, relativas 
ao deficiente com 
experiências de matrículas 
de crianças com 
deficiências em salas de 
aula comuns: na Alemanha 
e nos Estados Unidos da 
América, nos anos 1970; 
na Espanha nos anos 
1980 (BAYER et al., 2006).
Movimento da 
sociedade civil por 
meio de organização 
de deficientes, 
pais e profissionais, 
principalmente a partir 
da década de 1950 
em associações de 
defesa de seus direitos 
(JANNUZZI, 2004).
Convenções 
internacionais da 
economia com ligações 
entre o Banco Mundial 
e conferências das 
Nações Unidas sobre 
temas sociais com 
impacto na educação 
de muitos países.
Esses aspectos apontavam para a disseminação do discurso sobre 
Educação Inclusiva alicerçadono levantamento da UNESCO, na década 
de 1980, cujos dados informavam que, em 58 países, a organização da 
Educação Especial dava-se predominantemente em escolas especiais 
separadas, que atendiam um número reduzido de alunos. Ainscow (1995) 
afirma que 
[...] é necessário introduzir mudanças tanto nas 
escolas especiais como nas regulares [...] Há muitas 
indicações de que em um número elevado de países 
de todo o mundo a integração é um elemento central 
na organização da educação especial [...]. Esse projeto 
parece adequado para os países do Terceiro Mundo, 
dada a magnitude das necessidades e as inevitáveis 
limitações de recursos disponíveis (AINSCOW, 1995, p. 
18).
30 Uniube
No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, a educação, além 
de ser concebida como um "direito social", é também valorizada como 
formadora de uma "cultura da modernidade", indo ao encontro das 
mudanças propostas para escolas especiais e regulares.
A visitação dos documentos oficiais sobre a Educação Inclusiva no Brasil 
mostra o impacto das ideias disseminadas a partir das conferências 
realizadas, como exemplo:
SaIba maIS
A Conferência Mundial de Educação para Todos, de 1990, 
promovida pela UNESCO e pelo Banco Mundial: 
<http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>
A Declaração de Salamanca, 1994.
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>
O Fórum Consultivo Internacional para a Educação para Todos, 
2000.
<http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-
Educa%C3%A7%C3%A3o/declaracao-de-dakar.html>
Portanto as discussões ocorridas nas conferências muitas vezes 
passaram a ser usadas para justificar medidas tomadas pelo governo 
brasileiro, como trechos da Declaração de Viena (1993): 
[...] Atenção especial deve ser prestada às pessoas 
portadoras de deficiências, visando a assegurar-
lhes um tratamento não discriminatório e equitativo 
no campo dos direitos humanos e liberdades 
fundamentais, garantindo sua plena participação em 
todos os aspectos da sociedade. (ALVES, 2001, p. 368).
http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educa%C3%A7%C3%A3o/declaracao-de-dakar.html
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educa%C3%A7%C3%A3o/declaracao-de-dakar.html
 Uniube 31
O caminho percorrido nessa direção remete também às propostas 
contidas na Declaração de Salamanca, cujo objetivo era o 
estabelecimento de princípios, políticas e práticas na área das 
necessidades educativas especiais de forma a tornar realidade a proposta 
“de que todas as crianças, sempre que possível, devem aprender juntas, 
independentemente de suas dificuldades e diferenças." (DECLARAÇÃO 
DE SALAMANCA, 1994). É observável, em decorrência das propostas, a 
alteração, nos documentos nacionais, do termo “necessidades educativas 
especiais” por “necessidades educacionais especiais” e da mesma forma 
a expressão “integrada” ou “integradora” foi também substituída por 
“inclusiva”. As imagens, a seguir, mostram o significado das palavras que 
historicamente estiveram presentes nas políticas de Educação Especial.
Assista à videoaula 4 a seguir para conhecer a trajetória dos avanços 
conquistados a partir da década de 1980 com vistas a garantir os direitos 
da pessoa deficiente.
Figura 1.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
32 Uniube
2.4 As políticas públicas educacionais inclusivas da década 
de 1990
As “palavras-chave” que fundamentam uma política, quando alteradas, 
representam avanço e possibilidade de mudanças no jeito do olhar 
direcionado aos sujeitos com necessidades especiais e também impulso 
na efetivação das políticas públicas inclusivas. 
Nesse cenário, a construção da história da Educação Especial/Inclusiva 
manteve uma relação íntima entre as políticas educacionais dos 
diferentes países e o processo de globalização por meio das agências 
multinacionais que direcionam ações por meio de suas declarações, seus 
acordos e convênios multilaterais. 
Assim, no início dos anos 90, as agências multilaterais abriram-se para 
as demandas da promoção de direitos humanos e, nesse período, o 
termo inclusão passou a fazer parte do discurso educacional brasileiro 
em diversos contextos.
 Uniube 33
Na década de 1990, a concepção de educação fundamentada no 
paradigma da inclusão passou a orientar as políticas educacionais 
comprometidas com a promoção do rompimento com a trajetória de 
exclusão e segregação das pessoas com deficiência. 
Vamos juntos revisitar as políticas públicas educacionais inclusivas da 
década de 1990? 
Década de 902.4.1
1994
Tendências e Desafios da Educação Especial
Projeto de capacitação de educadores com foco na importância da 
inclusão de alunos com deficiências na Escola Regular, na compreensão 
do conceito de inclusão, nas oportunidades de aprendizagem na sala de 
aula regular e na necessidade de envolvimento dos pais na vida escolar 
dos alunos. 
Política Nacional de Educação Especial
Orientação: o processo de integração instrucional, condicionando 
o acesso às classes comuns do Ensino Regular apenas para os que 
apresentassem condições de acompanhar e desenvolver as atividades 
curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os 
alunos ditos normais. Análise: a reafirmativa dos padrões homogêneos 
de participação e aprendizagem não contribuiu para a valorização 
dos diferentes potenciais de aprendizagem e, assim, não promoveu a 
desejada reformulação das práticas educacionais.
34 Uniube
1996
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 
• Artigo específico sobre Educação Especial como modalidade da 
Educação Básica. 
• Reconhecimento do direito à diferença, ao pluralismo e à tolerância 
trazendo preceitos importantes para a matrícula de alunos com 
deficiências nas escolas do país. 
Um novo milênio2.4.2
A década de 2000 pode ser relembrada como a década de avanços 
importantes na efetivação das políticas brasileiras de Educação Inclusiva 
de forma articulada com as agendas internacionais. Podemos identificar 
a concreticidade de determinações legais presentes na CF de 1988 e na 
Lei nº 9394/1996 com a aprovação de decretos, resoluções, diretrizes 
e outros. Vamos conhecê-los? Esses documentos nos aproximam do 
presente em que iremos atuar, portanto é importante a revisitação.
• Decreto nº 3.956 de 2001 - Convenção Interamericana para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência.
Afirmativa: pessoas com deficiência têm os mesmos direitos 
humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas.
Repercussão: exigência de uma reinterpretação da Educação 
Especial, compreendida no contexto da diferenciação para promover 
a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. 
(BRASIL, 2001).
• Resolução 02/2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação 
Especial na Educação Básica por meio do Atendimento Educacional 
Especializado complementar ou suplementar à escolarização.
Análise: ao admitir a possibilidade de substituir o Ensino Regular, 
não se potencializou a adoção de uma política de Educação 
Inclusiva na rede pública de ensino (BRASIL, s. d.).
 Uniube 35
• Plano Nacional de Educação (2001-2011)
Constituição: objetivos e metas educacionais.
Elege: “grande avanço que a década da Educação deveria produzir 
seria a construção de uma escola inclusiva que garanta atendimento 
à diversidade humana. ” (BRASIL, 2001).
2002
Resolução CNE/CP Nº 1/2002 - Diretrizes Curriculares Nacionais 
para Formação de Professores da Educação Básica
Determinação para as instituições superiores: contemplar, na 
sua organização curricular, a formação dos professores voltada 
para a atenção à diversidade e com conhecimentos sobre as 
especificidades dos alunos com necessidades educacionais 
especiais.
Lei nº 10.436/02 
Reconhecimento: Língua Brasileira de Sinais como meio legal de 
comunicação e expressão, bem comosua inclusão no currículo dos 
cursos de formação de professores.
SaIba maIS
Para mais conhecimento, acesse o endereço a seguir: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm>
2003
No ano de 2003, documentos federais passaram a anunciar a 
implantação do que se tem denominado sistemas educacionais 
inclusivos formados por escolas que comportem toda e qualquer 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm
36 Uniube
criança e nos quais o atendimento educacional especializado seja 
apenas complementar ou suplementar à escolaridade comum. Tendo o 
MEC implementado em 2003 o “Programa Educação Inclusiva: direito 
à diversidade”. O discurso oficial do governo trouxe a Educação como 
prioridade nacional, promotora da inclusão social (coerência com o 
discurso da Organização das Nações Unidas), e difundiu princípios de 
inclusão em seus Planos Plurianuais:
• Plano Brasil de Todos: participação e inclusão – 2004-2007. 
• Plano Desenvolvimento com inclusão social e educação de 
qualidade – 2008 -2011). 
2004
Em 2004, foi publicado, pelo Ministério Público, o documento O Acesso 
de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede 
Regular com o objetivo de disseminar os conceitos e as diretrizes 
mundiais para a inclusão (BRASIL, s.d.).
Destaque para a Agenda Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência 
por meio do Programa Brasil Acessível (2005), implantação dos Núcleos 
de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S (2005) e 
regulamentação da Lei nº 10.436/2002 pelo Decreto nº 5626/05, que 
dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação 
e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o 
ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e 
a organização da educação bilíngue no Ensino Regular (BRASIL, 2005).
Lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que 
determina a inclusão no currículo da Educação Básica das temáticas 
relativas às pessoas com deficiência e o desenvolvimento de ações 
afirmativas que possibilitem o acesso e a permanência na Educação 
Superior (BRASIL, s.d.).
 Uniube 37
2006
A articulação das políticas públicas do Brasil com as políticas 
internacionais pode também ser observada no ano de 2006. A Convenção 
sobre Direitos das Pessoas com Deficiência aprovada pela Organização 
das Nações Unidas (ONU), deficiência é um conceito em evolução. O 
documento afirma ainda:
[…] é um conceito em evolução e que a deficiência 
resulta da interação entre as pessoas com deficiências 
e as barreiras atitudinais e ambientais que impedem 
sua plena e efetiva participação na sociedade em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas 
[...]. (BRASIL, 2012, p. 24).
O Brasil, signatário dessa Convenção, assumiu o compromisso de 
assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, 
garantindo a todos deficientes acesso ao sistema geral de ensino. E 
assim passou a estruturar a Educação Especial em três eixos: 
• constituição de um arcabouço político e legal 
fundamentado na concepção de Educação 
Inclusiva;
• institucionalização de uma política de financiamento 
para a oferta de recursos e serviços para 
a eliminação das barreiras no processo de 
escolarização;
• orientações específicas para o desenvolvimento de 
práticas inclusivas. (BRASIL, 2010, p. 7-8).
Outro exemplo da relação entre as políticas nacionais e internacionais foi 
a publicação, no ano de 2006, do material de formação docente “Educar 
na Diversidade”, resultado do Projeto Educar na Diversidade nos Países 
do Mercosul. Essa formação teve como objetivo preparar os professores 
para responderem à diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem de 
seus alunos.
38 Uniube
2007
Em 2007 é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, 
cujos eixos foram a implantação de Salas de Recursos, Acessibilidade 
Arquitetônica dos prédios escolares e Formação Docente para a 
Educação Especial de forma a assegurar as condições de acesso, 
participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas regulares, 
em igualdade de condições. 
O fortalecimento do ingresso do deficiente na rede regular foi expresso 
nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, publicado para 
implementar o PDE.
2008
O ano de 2008 instaura um novo marco teórico e organizacional com a 
publicação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva – MEC/2008, que define:
educação Especial como modalidade não substitutiva à 
escolarização; 
conceito de atendimento educacional especializado 
complementar ou suplementar à formação dos 
estudantes;
público- alvo da Educação Especial constituído pelos 
estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. 
(INCLUSÃO JÁ, 2011, p. 1)
A evolução das matrículas de alunos com deficiência nas Escolas 
Regulares/Classes Comuns, no período visitado, mostra que, embora 
continuem existindo desafios nesse campo, os avanços ocorreram, 
conforme podemos visualizar no gráfico a seguir.
 Uniube 39
Figura 2.
Fonte: Portal MEC.
2009
O Atendimento Educacional Especializado ganhou diretrizes operacionais 
na Resolução nº 4/2009, que reforçou o dever dos sistemas de ensino 
de matricularem os alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns 
do Ensino Regular e no Atendimento Educacional Especializado-AEE. 
Reforçou, também, os preceitos legais que determinam a realização 
da Educação Especial em todos os níveis, etapas e modalidades de 
ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional. 
Explicitou onde se realiza o AEE: prioritariamente na sala de recursos 
multifuncionais da própria escola ou preferencialmente em outra escola 
do Ensino Regular, no turno inverso da escolarização.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12345&Itemid=709
40 Uniube
Quanto aos recursos para financiamento da Educação Especial na 
perspectiva da Educação Inclusiva, determinou, no âmbito do FUNDEB 
(Decreto Nº6571/008), contabilizar duplamente os alunos matriculados 
em classe comum de Ensino Regular público que tiver matrícula 
concomitante no AEE.
Definiu, também, as atribuições do professor e sua competência para a 
elaboração e execução do AEE, cuja organização deve estar definida no 
Projeto Político Pedagógico da escola e/ou instituição.
Vídeo
EDUCAÇÃO ESPECIAL – MEC
Acesse o link a seguir e assista ao vídeo Educação Especial - MEC:
<https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-
JEA&list=PL79E0570546BB2A98&index=3>
Esse documentário foi produzido para o MEC, em 2009, para mostrar 
a inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas 
regulares da rede pública, do Ensino Fundamental à universidade. 
Roteiro e Direção: Deborah Andrade, 2009.
Alinhavando nossas ideias...2.5
A trajetória revisitada evidencia a luta pela educação para os deficientes, 
com o enfrentamento dos desafios e a movimentação de diferentes 
setores tendo em vista a concreticidade da elaboração de políticas 
públicas inclusivas. Fica evidente o impacto, no Brasil, dos acordos e 
compromissos internacionais na formulação das políticas, programas e 
ações, como o movimento inclusão.
https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA&list=PL79E0570546BB2A98&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA&list=PL79E0570546BB2A98&index=3
 Uniube 41
De acordo com os autores do documento “A Educação Especial na 
Perspectiva da Inclusão Escolar – A escola Comum Inclusiva”, a Inclusão 
rompe com os paradigmas, questiona a fixação de modelos ideais, a 
normalização de perfis específicos de alunos e a seleção dos eleitos para 
frequentar as escolas (BRASIL, 2010).
Os marcos político-legais e pedagógicos promulgados após a 
Constituição de 1988 até o documento Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva visaram orientar e 
subsidiar as Secretarias de Educação,os Conselhos de Educação, a 
gestão escolar, as organizações da sociedade civil, os supervisores e 
professores na promoção da inclusão educacional. 
A Educação Inclusiva garante o direito constitucional à educação para 
todos, concebe a escola como um espaço de todos, tais quais eles são: 
únicos, singulares, mutantes. Para atender todos e atender melhor, a 
escola necessita de muitas frentes. 
Vamos conhecer, no próximo capítulo, o esforço coletivo de outras frentes 
que também mobilizaram esforços para vencer os desafios de ofertar a 
todos os alunos um ensino que se distingue pela sua qualidade.
Bons estudos!
Referências2.6
AGUIAR, Maneta. Helena Antipoff: suas obras no Brasil. Revista do Ensino, 
Rio Grande do Sul, Secretaria de Educação e Cultura, ano Xl, jul, 1972.
AILVIN, Clóvis de Faria. Introdução ao estudo da deficiência mental. 2. ed. 
Belo Horizonte: Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, 1967. 229 p.
ALVES, J. A. L. Relações internacionais e temas sociais: a década das con-
ferências. Brasília: IBRI, 2001.
42 Uniube
ANTIPOFF, Ottilia. Educação do excepcional: manual para professores. Rio 
de Janeiro, Sociedade Pestalozzi, vol. 1. 2. 205p.1974.
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profesorado. Paris: UNESCO; Madrid: NARCEA, 1995.
BARROSA, M. F. R. R. M. A educação de pessoas cegas em Cabo Verde: 
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em Educação) - UFSC, Florianópolis, 2003.
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
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https://inclusaoja.com.br/2011/06/03/3-mecanismos-para-a-garantia-do-direito-das-pessoas-com-deficiencia-a-educacao-inclusiva/
https://inclusaoja.com.br/2011/06/03/3-mecanismos-para-a-garantia-do-direito-das-pessoas-com-deficiencia-a-educacao-inclusiva/
https://inclusaoja.com.br/2011/06/03/3-mecanismos-para-a-garantia-do-direito-das-pessoas-com-deficiencia-a-educacao-inclusiva/
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
 Uniube 43
_____Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência aprovada 
pela Organização das Nações Unidas – ONU, 2012. Disponível em: <http://
www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/conven-
caopessoascomdeficiencia.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2017.
______DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. 
Acesso em: 22 dez. 2017.
_____Plano Nacional de Educação LEI No 10.172, DE 9 DE JANEIRO DE 
2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/
l10172.htm>. Acesso em: 22 dez. 2017.
BUENO, J. G. S.; FERREIRA J. R. (Coord.). Políticas regionais de educação 
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Anais... Poços de Caldas: ANPED, 2003.
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para crianças e jovens hospitalizados: realidade nacional. Revista Integração, 
ano 9, n. 21, 1999.
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Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 3, p. 9-25, maio, 2004.
RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola: o transitório e o permanente na 
educação. São Paulo: Editora Cortez, 1993.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC 5.626-2005?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 10.172-2001?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 10.172-2001?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm
3 Desdobramentos das 
Políticas Públicas em 
Educação Especial/Inclusiva
Adriana Vaz Efísio Emanuel
 Uniube 47
Figura 1.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
Introdução3.1
Os estudos que fizemos nos capítulos anteriores nos permitiram uma 
viagem histórica no curso das políticas públicas para Educação Especial 
desenvolvidas no Brasil - das primeiras iniciativas, passaram pela 
mobilização social de luta pelo direito do deficiente e culminaram no 
preceito constitucional de inclusão da Educação como direito social para 
todos os brasileiros e brasileiras (BRASIL, 1988).
Figura 2.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
48 Uniube
O cenário visitado nos direciona para a agenda do direitoà educação, 
materializada em políticas públicas desenhadas para responder aos 
desafios postos pela contemporaneidade de garantir a todos o direito 
humano, universal e social, inalienável à Educação. Os desdobramentos 
dessas políticas com foco no direito à educação das pessoas com 
deficiência passam a ser de forma mais detalhada o objeto de nosso 
estudo neste terceiro capítulo.
Convidamos você para visitar o percurso de atuação do Ministério da 
Educação, fundamentado nos marcos legais políticos e pedagógicos da 
Educação Especial na perspectiva de assegurar-lhes o direito à educação 
regular no nosso país.
SaIba maIS
Acesse o endereço a seguir e navegue para conhecer mais a respeito 
da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade 
e Inclusão (Secadi):
<http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-
alfabetizacao-diversidade-e-inclusao/apresentacao>
Reconhecer para avançar3.2
No campo legal, são notórios os avanços das Políticas Nacionais de 
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, no Brasil, 
desde as décadas de 1990, 2000 e 2010. Existe um arcabouço legal farto 
de orientações para os sistemas de ensino responderem às demandas da 
sociedade e, também, subsidiar, no âmbito das escolas, as discussões e 
ações das políticas públicas voltadas à inclusão escolar das pessoas com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/
superdotação.
http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-diversidade-e-inclusao/apresentacao
http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-diversidade-e-inclusao/apresentacao
 Uniube 49
Desde 1988, foram incluídos, na agenda brasileira, os preceitos 
constitucionais de garantia do acesso à educação para todos os 
brasileiros, conforme discutimos no Capítulo 2, fundamentados na 
superação do paradigma de uma escola não acessível a todos, já 
discutido na Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especiais: 
acesso e qualidade, realizada pela UNESCO em 1994, delegando a 
todas as escolas comuns a responsabilidade da busca de meios para 
combater a discriminação por meio da acolhida de todos.
Figura 3.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
peSquISando na web
Vale a pena conhecer o artigo “Desafio na Educação Inclusiva”, da Prof.a 
Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva. Acesse o link a seguir 
para ler o artigo.
<https://novaescola.org.br/conteudo/554/os-desafios-da-
educacao-inclusiva-foco-nas-redes-de-apoio>
https://novaescola.org.br/conteudo/554/os-desafios-da-educacao-inclusiva-foco-nas-redes-de-apoio
https://novaescola.org.br/conteudo/554/os-desafios-da-educacao-inclusiva-foco-nas-redes-de-apoio
50 Uniube
Inclusão: um novo paradigma3.3
Figura 4.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
No paradigma da inclusão resultante do crescente movimento mundial 
para construção de políticas de acessibilidade e qualidade educacional 
para todos, a escola passa a ser concebida como espaço que reconhece 
e valoriza as diferenças. 
O Brasil, a passos largos no sentido legal e a passos lentos na 
implementação de práticas pedagógicas, vai avançando na superação 
dos desafios de promover a inclusão de todos os alunos no sistema 
educacional. 
Na contramão do paradigma mundial da inclusão, publica a Política 
Nacional de Educação Especial alicerçado no paradigma integracionista 
com foco no modelo clínico de deficiência resultante da valorização das 
características físicas, intelectuais e sensoriais incapacitantes para 
promover a inclusão educacional.
https://sga.uniube.br/aulas/ftp/ebook/politicas_da_educacao_especial/o_paradigma_da_integracao.pdf
 Uniube 51
Nesse documento, apesar dos avanços dos atendimentos educacionais 
para os deficientes nas modalidades domiciliar, hospitalar, sala de 
recurso, ensino itinerante, oficinas pedagógicas e estimulação essencial, 
foram mantidas as classes especiais em substituição às regulares. O 
acesso dos portadores de necessidades especiais às classes do ensino 
regular ficou condicionado à capacidade de acompanhar e desenvolver 
as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo 
ritmo que os alunos ditos normais (BRASIL,1994).
Essas práticas representaram uma forma de compreensão das diretrizes 
no viés do caráter substitutivo da Educação Especial, apesar do avanço 
em relação à oferta de atendimento às especificidades do aluno da 
escola comum. Esse entendimento parece ter sido considerado pelo 
legislador da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) 
quanto à organização da Educação Especial e da escola comum. A Lei 
determinou a matrícula preferencial do aluno com deficiência na escola 
comum, entretanto deixou aberta a possibilidade de matrÍcula na escola 
especial em classe de atendimento educacional especializado substitutivo 
à escolarização.
Assista à videoaula 5 a seguir para saber mais sobre os desdobramentos 
das políticas públicas da educação especial/inclusiva.
52 Uniube
Destacamos, no ano de 2006, os compromissos firmados na Convenção 
sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, ratificados no artigo 9º do 
Decreto 6949/2009:
[...]a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver 
com autonomia e participar plenamente de todos os 
aspectos da vida, os Estados Partes deverão tomar as 
medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao 
meio físico, ao transporte, à informação e comunicação. 
(BRASIL, 2009a, n. p.).
Também o ano de 2008 é marcado pela publicação do documento Política 
Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. 
Esse documento, constituído de orientações para organização de ações 
pelos Estados e Municípios, teve como horizonte a transformação das 
redes de ensino em redes inclusivas. As ações desenhadas nessa 
Política também resultaram do esforço social para o enfrentamento do 
desafio de superação da história de exclusão vivida por muitos brasileiros.
Figura 5.
Fonte: Acervo Depositphotos/ EAD - Uniube
 Uniube 53
SaIba maIS
Você conhece alguma história de exclusão educacional vivida por 
alguém com deficiência?
Se você conhece, compreende a relevância das ações propostas 
nessa Política.
Se não conhece, acesse o link a seguir para conhecer a “Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”. 
<http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/41/docs/comentarios_a_
convencao_sobre_os_direitos_das_pessoas_com_deficiencia.pdf> 
As dimensões históricas já visitadas neste módulo evidenciam a 
Educação Especial inserida em um processo de reflexão e prática na 
perspectiva de mudanças nos sistemas, rumo à Educação Inclusiva 
para todos. Esse movimento, fundamentado nos tratados internacionais, 
elegeu o conceito de deficiência acordado na Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência.
Pessoas com deficiência são aquelas que têm 
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem obstruir sua participação 
plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2009a, n. 
p.).
Entretanto o século XXI iniciou-se com questionamentos a respeito da 
estrutura segregativa reproduzida nos sistemas de ensino, que mantêm 
um alto índice de pessoas com deficiência em idade escolar fora da 
escola e matrícula de estudantes público-alvo da educação especial, 
majoritariamente, em escolas e classes especiais (BRASIL, 2010b). 
http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/41/docs/comentarios_a_convencao_sobre_os_direitos_das_pessoas_com_deficiencia.pdf
http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/41/docs/comentarios_a_convencao_sobre_os_direitos_das_pessoas_com_deficiencia.pdf
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Nos sistemas de ensino em processo de transformação na direção da 
inclusão, os entraves mais evidentes foram os defensores do paradigma 
integracionista presentes principalmente no universo da prática com 
atitudes de defesa

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