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21/08/2016 1 Classificação dos Solos Os depósitos de solos podem se constituírem de partículas dos mais diversos tamanhos. O intemperismo físico, caracterizado pela desintegração, pode gerar partículas de tamanhos cerca de 0,001mm e somente o intemperismo químico, caracterizado pela decomposição, é capaz de gerar partículas menores que 0,001mm. (BUENO e VILAR, 1984) Os solos cuja maior porcentagem esteja constituída de partículas visíveis a olho nú, com diâmetros maiores que 0,074 mm, são denominados solos de grãos grossos ou solos granulados. (BUENO e VILAR, 1984) Os solos de granulação grossa apresentam-se compostos de partículas normalmente equidimensionais, podendo ser esféricas (solos transportados) ou angulares (solos residuais). (BUENO e VILAR, 1984) Tamanho e Forma das Partículas 21/08/2016 2 SOLOS SOB O PONTO DE VISTA DAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL As obras de construção em, sua grande maioria, se apóiam sobre ou no interior da crosta terrestre, os materiais que a formam, são eles mesmos, sob tais pontos de vista, materiais de construção civil.(VARGAS,1977) Tais materiais podem também ser utilizados nas próprias obras como materiais de empréstimo. Sob este aspecto dividem-se em solos e rochas.(VARGAS, 1977). Assim, o terreno dá sustentação à carga das edificações e determina os aspectos fundamentais do projeto em função do seu perfil e de características físicas como elevação drenagem e localização.(CAMPOS, 2012) No âmbito da mecânica dos solos torna-se importante conhecer os três tipos básicos de solos: Areia, Silte e Argila(CAMPOS, 2012) SOLOS SOB O PONTO DE VISTA DAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL Assim, o terreno dá sustentação à carga das edificações e determina os aspectos fundamentais do projeto em função do seu perfil e de características físicas como elevação drenagem e localização.(CAMPOS, 2012) No âmbito da mecânica dos solos torna-se importante conhecer os três tipos básicos de solos: Areia, Silte e Argila(CAMPOS, 2012) 21/08/2016 3 TIPOS BÁSICOS DE SOLOS Argila: Solo de granulação fina constituído por partículas com dimensões menores que 0,002 mm, apresentando coesão e plasticidade. (ABNT NBR 6502) Areia: Solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm (ABNT NBR 6502) Silte: Solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, e que exibe baixa resistência quando seco o ar. Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela fração silte. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm. CARACTERIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL DO SOLO A partir das características apresentadas pelos solos utilizam-se de alguns testes rápidos que permitem a sua identificação. Como os solos são uma mistura de partículas dos mais variados tamanhos busca-se determinar qual o tamanho que predomina e depois as demais ocorrências. A identificação da cor é também uma forma de identificação do solo. Destas características surgem os nomes, como por exemplo: - Argila arenosa vermelha; silte argiloso pouco arenoso marrom; areia grossa, com pedregulhos, cinza etc. 21/08/2016 4 - A cor do solo deve ser definida com o mesmo estando úmido; - O solo pode ser nomeado com até duas cores. Descreve-se uma cor, depois outra cor; - Ocorrendo mais de duas cores significativas no solo, ele deve ser nomeado como cor variegada. � Cor do Solo CARACTERIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL DO SOLO Consiste em umedecer uma amostra de solo, amassá-la fazendo uma pasta e esfregá-la na palma da mão, colocando, em seguida , sob água corrente: - O solo arenoso lava-se facilmente, isto é, os grãos de areia limpam-se rapidamente das mãos. - O solo siltoso só limpa depois que bastante água correu sobre a mão, sendo necessário sempre alguma fricção para limpeza total. - O solo argiloso oferece dificuldade de se desprender da palma da mão, porque os grãos muito finos impregnam-se na pele, sendo necessário friccionar vigorosamente para a palma da mão se ver livre da pasta. Teste de sujar as mãos CARACTERIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL DO SOLO 21/08/2016 5 Consiste em desagregar completamente uma amostra de solo e colocar uma porção num recipiente de vidro contendo água. Agita-se o conjunto, em seguida imobiliza-se o recipiente, deixando-o em repouso e observa-se o tempo de deposição da maior parte das partículas do solo: - Os solos mais arenosos assentam suas partículas em poucos segundos; - Os solos argilosos podem levar horas. Teste de dispersão em água CARACTERIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL DO SOLO 21/08/2016 6 Teste do cordão CARACTERIZAÇÃO TÁTIL E VISUAL DO SOLO 21/08/2016 7 21/08/2016 8 IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS Solos Arenosos: há predominância da areia composta de grãos grossos médios e finos, todos visíveis a olho nu. A areia como característica principal não possui coesão, sendo seus grãos facilmente separáveis uns dos outros. Os solos arenosos possuem grande permeabilidade, ou seja, a água circula com muita facilidade entre os grãos e seca rapidamente na ausência da água. Solos Argilosos: caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e muito impermeáveis. Devido ao tamanho dos grãos as argilas possuem algumas características, a saber: - Permitem serem moldadas com água; - Possuem dificuldades de desagregação; - Permitem taludes com ângulos bastante verticalizados. - Ao contrário das areias que possuem grãos esferoidais seus grãos são lamelas microscópicas; - Devido à sua característica impermeável são preferidas nas construções de barragens de terra. IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS 21/08/2016 9 Solos Siltosos: situa-se entre a areia e a argila é um pó como a argila mas não possui coesão apreciável, nem tampouco plasticidade que se deva considerar, quando molhado. Outros nomes populares: - Piçarra: rocha muito decomposta e que pode ser escavada com pá ou picareta; - Turfa: argila com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água permanente (rios, lagos), no presente ou no passado remoto. - Saibro: terreno formado basicamente por argila misturada com areia. IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS 21/08/2016 10 Solos – Parte 3 Propriedades Índices 1. Introdução Os solos apresentam-se na natureza compostos por elementos das três fases físicas (ar ,água e sólido) em maior ou menor proporção A envoltória do solo constitui-se do agrupamento de partículas sólidas que apresentam-se entremeadas de vazios que podem estar preenchidos com água e/ou ar. O ar é extremamente compressível e a água pode fluir através do solo. Portanto quando da avaliação quantitativa do comportamento do solo há necessidade de levar em conta as ocorrências destas fases físicas. (BUENO e VILAR, 1984) 21/08/2016 11 Propriedades Índices 1. Introdução Consideram-se determinadas características da fase sólida como também das três fases em conjunto passíveis de mensuração, seja mediante as relações entre as fases, seja por meio da avaliação do comportamento do solo diante de algum ensaio convencional. A determinação das propriedades índices aplica-se na classificação e identificação do solo, uma vez que elas podem ser correlacionadas com as características mais complexas do solo como por exemplo a compressibilidade. Nesta fase estudam-se os índices físicos, a granulometria e estados de consistências. Índices Físicos Conceito: São relações entre as diversas fases em termos de massas e volumes os quais procuram caracterizar as condições físicas a que se encontram. As figuras a seguir apresentam, respectivamente: • um elemento de solo constituído das três fases como poderia ocorrer na natureza (Fig. a) e • o elemento solo mostrado esquematicamente com a divisão das três fases de modo a facilitar as deduções referentes às relações entre os diversos índices (Fig. b). 21/08/2016 12 Índices Físicos Na figura esquemática (b) as fases estão separadas e indicadas em volumes (lado esquerdo da figura) e em massas (lado direito da figura). Figuras Fonte: (BUENO e VILAR,1984) Índices Físicos As três relações de volumes mais utilizadas são: - Porosidade; Índice de vazios e Grau de saturação Porosidade (n): definida pela relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume total da amostra (V) Índice de vazios (e): é definido pela relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos (Vs) S V V V e = V Vvn = Graus de saturação (Sτ): representa a relação entre o volume de água (VW) e o volume de vazios (Vv) V W V V S =τ 21/08/2016 13 Índices Físicos Relação entre massas: a mais utilizada é o teor de umidade (W) que é a relação entre a massa de água (Mw) e a massa de sólidos (MS) presentes na amostra Com referência à relação entre massas e volumes mais usuais tem-se: - Massa específica natural; - Massa específica dos sólidos; - Massa específica da água S W M M W = Massa específica natural (γ) é a relação entre a massa do elemento e o volume desse elemento. Massa específica dos sólidos (γs) é determinada dividindo-se a massa dos sólidos (MS) pelo volume ocupado por esses sólidos V M =λ S S S V M=λ Massa específica da água (γW) define-se como: W W W V M=λ Nos casos práticos definir como 1 g/cm³ 21/08/2016 14 Fonte: NOGUEIRA, 1988 Fonte: Adaptado de NOGUEIRA, 1988 21/08/2016 15 Solos – Parte 4 Distribuição Granulométrica Distribuição Granulométrica Os solos, em sua fase sólida, contém partículas de diferentes tamanhos e formas e em proporções as mais variadas. Com a determinação do tamanho das partículas e as respectivas porcentagens de ocorrência permite obter a função de distribuição de partículas do solo que é denominada distribuição granulométrica. Obtenção: Para os materiais granulares, areias e pedregulhos, a obtenção se dá através do processo de peneiramento de uma amostra seca em estufa. Para os materiais finos, siltes e argilas, utiliza-se do processo de sedimentação dos sólidos em um meio líquido. Para solos compostos por partículas tanto na fração grossa quanto na fina faz-se a análise granulométrica conjunta. 21/08/2016 16 Peneiramento O ensaio de peneiramento consiste na separação dos sólidos, de um solo, nas suas diversas frações que se realiza através de um conjunto de peneiras de aberturas padronizadas e um vibrador. O conjunto de peneiras é normalizado pela ABNT:NBR 5734/80 é formado por 52 peneiras de malhas quadradas com aberturas variando de 108 mm a 0,037 mm. As tabelas, a seguir, indicam as peneiras em dois subconjuntos: para agregados e para solos. Obs. Embora existam peneiras com aberturas menores que 0,075 mm (#200), por dificuldades práticas não são utilizadas no peneiramento do solo.(NOGUEIRA, 1988) Fonte: Adaptado de NOGUEIRA, 1988 21/08/2016 17 Fonte: Adaptado de NOGUEIRA, 1988 Fonte: www.bertel.com.br 21/08/2016 18 Série de peneiras Fonte: www.splabor.com.br Sequência de um peneiramento 21/08/2016 19 Exemplo de um Peneiramento: MS = 120g Fonte: Adaptador de NOGUEIRA, 1988 100,0 Gráfico da Curva Peneiramento Anterior Fonte: NOGUEIRA, 1988 A curva de distribuição granulométrica tem como finalidade principal a classificação textural do solo 21/08/2016 20 Gráfico de Curvas Granulométricas Típicas Fonte: VARGAS, 1977 3 min � Interpretação do gráfico semilogarítmico das curvas granulométricas - Nas abscissas colocam-se os logaritmos dos diâmetro dos grãos; - Nas ordenadas as porcentagens, em peso, dos diâmetros dos grãos de diâmetros inferiores aos da abscissa correspondente. � Ex. O solo representado pela curva granulométrica 1 tem: - 90% dos seus grãos de diâmetros inferiores a 2 mm; - 60% dos seus grãos de diâmetros inferiores a 0,2 mm; - 10% dos seus grãos de diâmetros inferiores a 0,002 mm; - Na parte inferior da figura foi desenhada uma escala granulométrica (Escala Granulométrica Internacional) que estabelece os diâmetros de grão das diferentes frações do solo: � Pedregulho φ > 2 mm; � Areia grossa 2 > φ > 0,2 mm; � Areia fina 0,2 > φ > 0,02 mm; � Silte 0,02 > φ > 0,002 mm; � Argila φ < 0,002 mm. Fonte: VARGAS, 1977 Fonte: VARGAS, 1977 21/08/2016 21 Terminologia de Rochas e Solos conforme ABNT-NBR 6502/95 21/08/2016 22 Sedimentação É um processo utilizado para solos finos, siltes e argilas com partículas menores que 0,075 mm. O cálculo dos diâmetros equivalentes é feito a partir dos resultados obtidos durante a sedimentação de uma massa de sólidos em um meio líquido. A base teórica para o cálculo do diâmetro equivalente vem da Lei de Stokes, que afirma que a velocidade de queda de uma partícula esférica de massa específica conhecida, em um meio líquido rapidamente atinge um valor constante que é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula. 21/08/2016 23 Análise Granulométrica Conjunta Para a maioria dos solos, que possuem tanto a fração grossa quanto a fina, um ensaio de peneiramento ou de sedimentação não permite obter sua distribuição granulométrica. Assim, será preciso realizar um ensaio que contemple as duas partes, chamado de análise granulométrica conjunta. O ensaio consiste em colocar uma amostra do solo peneirado por lavagem na peneira # 200 para separar as duas frações. Com o material retido na peneira será feito o peneiramento e com o que passa na peneira será feita a sedimentação. A figura a seguir mostra as curvas granulométricas de alguns solos. 21/08/2016 24 Solos – Parte 5 Compacidade e Consistência 21/08/2016 25 Compacidade e Densidade Relativa A compacidade é uma característica da maior ou menor densidade dos solos não coesivos (areias ou siltes arenosos). Solo com maior compacidade � mais compacto � mais denso Solo com menor compacidade � menos compacto � mais fofo Características desse tipo de solo relacionada ao seu maior ou menor peso por unidade de volume. A Massa específica aparente seca ( λS ) como o Índice de Vazios (e) poderão dar uma ideia do estado de compacidade de uma areia: Areia mais compacta � maior ( λS ) e menor (e) O comportamento mecânico dos solos não coesivos (areias e siltes arenosos) determina-se, fundamentalmente, pelo grau de compacidade com que ele se encontra. Para esta medição foi introduzido o conceito de Compacidade Relativa ou Densidade Relativa definida pela expressão: 21/08/2016 26 Furo 3 21/08/2016 27 Consistência e resistência à compressão simples Consistência refere-se sempre aos solos coesivos (argila e siltes argilosos) e é definida como a maior ou menor dureza em que uma argila é encontrada na natureza. A dureza de um solo argiloso varia inversamente com o seu teor de umidade, ou seja, à medida que a umidade de uma massa argilosa diminui, a argila vai se tornando mais dura. Para teores de umidade grandes, ela é mole, como a lama, para pequenos teores de água, ela é dura, como um tijolo (VARGAS, 1970) (LL )(LP ) Variação do estado físico das argilas com a sua umidade Fonte: VARGAS, 1977 21/08/2016 28 Limite de Liquidez (LL): teor de umidade que separa o estado de consistência líquido do estado plástico pelo qual o solo apresenta pequena resistência ao cisalhamento. Limite de Plasticidade (LP): é o teor de umidade que que separa o estado plástico do semi-sólido Limite de Contração (LC): é o teor de umidade que separa o estado semi- sólido do sólido. Observa-se na figura que a partir deste valor a amostra continuará a secar a volume constante. Índice de Plasticidade (IP): define o teor de umidade, no qual o solo se encontra no estado plástico LP = LL - LP Índice de Consistência (IC) � Se a umidade “h” for maior que “h2” (LL ) o solo terá uma consistência fluida; � Se “h” estiver entre “h2” (LL ) e “h1” (LP ) sua consistência será plástica; � Se “h” for menor que “h1” (LP ) sua consistência será dura (LL )(LP ) 21/08/2016 29 Fonte: VARGAS, 1977 Fonte: ftp://ftp.ifes.edu.br/ 21/08/2016 30 Fonte: VARGAS, 1977 21/08/2016 31 Fonte: VARGAS, 1977 Índice de Consistência (IC) IC < 0 Consistência muito mole (vaza) fluido 0,0 < IC < 0,5 Consistênciaplástica mole 0,5 < IC < 0,75 Consistência plástica média 0,75 < IC < 1,0 Consistência plástica rija IC > 1,0 Consistência dura Fonte: VARGAS, 1977 21/08/2016 32 Índice de Consistência pela coesão A consistência de uma argila pode ser também obtida a partir da maior ou menor coesão, que é definida como a maior ou menor dureza que um torrão de argila apresenta ao se tentar deformá-lo. Trata-se de medir a consistência de um solo coesivo através do puncionamento de um cone sobre a superfície da amostra de solo. A consistência será definida como a pressão necessária para fazer o cone penetrar, por exemplo, 1cm na amostra. Fonte: VARGAS, 1977 Consistência através do “Ensaio de Compressão Simples” RS < 0,5 kgf/cm² Consistência mole 0,05 < RS < 1,5 kgf/cm² Consistência média 1,5 < RS < 4,0 kgf/cm² Consistência rija RS > 4,0 kgf/cm² Consistência dura Ensaio: “molda-se um corpo de prova cilíndrico, tendo, por exemplo uma área de 10 cm² e uma altura de 9 a 10 cm. Comprime-se este corpo de prova em uma máquina de ensaio adequada até rompê-lo. A carga de ruptura dividida pela área média do cilindro é chamada ‘resistência a compressão simples’”.(VARGAS, 1977, p 30) Fonte: VARGAS, 1977 21/08/2016 33 “Ensaio a Compressão Simples” Fonte: VARGAS, 1977 A identificação e a classificação das amostras de um solo deverá ser feita segundo a ABNT-NBR 6250/80. A identificação será feita com os testes visuais e táteis procurando definir características granulométricas de plasticidade, origem orgânica ou marinha se o solo é residual e cores predominantes. Com o valor do SPT obtido em cada metro, os solos são classificados quanto a compacidade (solos grossos) ou consistência (solos finos) conforme mostrado na tabela a seguir. Fonte: NOGUEIRA, 1988 21/08/2016 34 Classificação Conforme SPT Adaptado de NOGUEIRA, 1988
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