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1 
2 
3 
Esta seção apresenta uma introdução aos conceitos básicos da ciência da mudança 
climática, como tempo, clima, efeito estufa, forçantes climáticas e flutuações climáticas 
naturais. Em seguida, discute as principais causas e elementos das mudanças climáticas 
antrópicas (causadas por seres humanos), incluindo mudanças observadas e previstas 
na temperatura da superfície. A seção termina com uma breve discussão sobre a 
ciência da mudança climática, sua importância e seu desenvolvimento histórico. 
4 
É importante entender a diferença entre “tempo” e “clima”. O que está acontecendo 
na atmosfera em determinado momento é considerado “tempo” (incluindo, por 
exemplo, velocidade e direção do vento, precipitação, pressão barométrica, 
temperatura e umidade relativa do ar). Mudanças no tempo referem-se a mudanças 
no curto prazo (por exemplo, diárias, semanais, mensais). O clima é o tempo médio e 
envolve períodos longos (por exemplo, 30 anos). Uma confusão comum entre tempo e 
clima surge quando se pergunta aos cientistas como eles podem prever o clima daqui 
a 50 anos quando não conseguem prever o tempo daqui a algumas semanas. A 
natureza caótica do tempo faz com que seja imprevisível para além de alguns dias. 
Projetar mudanças no clima (isto é, média do tempo no longo prazo), devido a 
alterações na composição atmosférica ou outros fatores, é uma questão muito 
diferente e muito mais viável. Como uma analogia, embora seja impossível prever a 
idade em que determinado homem vai morrer, podemos dizer com segurança que a 
idade média de morte masculina nos países industrializados é de cerca de 75 anos. 
 
IPCC (2007). Frequently Asked Questions - What is the Relationship between Climate Change and Weather? 
 
Informações adicionais 
 
O IPCC define clima da seguinte forma: “O clima em sentido estrito é geralmente 
definido como média do tempo ou, de forma mais rigorosa, como a descrição 
estatística em termos da média e da variabilidade de quantidades relevantes durante 
um período de tempo que varia de meses a milhares ou milhões de anos. O período 
clássico para obter a média dessas variáveis ​​é de 30 anos, tal como definido pela 
Organização Meteorológica Mundial (OMM, ou WMO em inglês). As quantidades 
relevantes são mais frequentemente variáveis de superfície, ​​como temperatura, 
precipitação e vento. Clima em um sentido mais amplo é o estado, incluindo uma 
descrição estatística, do sistema climático”. 
 
IPCC (2013). Climate Change 2013: The Physical Science Basis, Working Group I Contribution to the IPCC Fifth Assessment Report, 
Glossary. 
5 
 
Em um sentido mais amplo, o clima é o estado do sistema climático, que compreende a 
atmosfera, a hidrosfera, a criosfera, a litosfera de superfície e a biosfera. Esses 
elementos em conjunto determinam o estado e a dinâmica do clima da Terra. O 
gráfico ilustra uma série de fatores naturais e humanos que têm influência sobre o 
clima. Um importante mecanismo dentro do sistema climático é o efeito estufa, 
explicado no slide a seguir. 
 
IPCC (2007). Climate Change 2007: The Physical Science Basis. 
As traduções do material do IPCC que constam em este curso foram realizadas pela UNESCO tentando 
refletir de forma fiel a linguagem utilizada nos textos originais. Não é a tradução oficial do IPCC 
 
Informações adicionais 
 
A atmosfera é o envelope de gás ao redor da Terra. A hidrosfera é a parte do 
sistema climático que contém: água líquida na superfície da Terra e a água 
subterrânea (por exemplo, oceanos, rios, lagos etc.). A criosfera contém água em seu 
estado congelado (por exemplo, geleiras, neve, gelo etc.). A litosfera é a camada 
superior sólida da Terra que forma os continentes e o assoalho dos oceanos e dá o 
suporte físico à atividade vulcânica que, por sua vez, influencia o clima. A biosfera 
contém todos os organismos vivos e ecossistemas sobre os continentes e nos oceanos 
. 
Site da OMM. 
 
 
6 
A temperatura da Terra resulta de um equilíbrio entre a energia que vem do Sol para 
a Terra (radiação solar) e a energia que deixa a Terra na direção do espaço 
sideral. Cerca de metade da radiação solar que atinge a Terra e sua atmosfera é 
absorvida na superfície. A outra metade é absorvida pela atmosfera ou refletida de 
volta para o espaço por nuvens, pequenas partículas na atmosfera, neve, gelo e 
desertos localizados na superfície terrestre. Parte da energia absorvida na superfície 
da Terra é irradiada de volta (ou readmitida) pela atmosfera e para o espaço 
sideral sob a forma de calor (energia térmica). A temperatura que sentimos é uma 
medida dessa energia térmica. Na atmosfera, nem toda a radiação térmica emitida 
pela Terra atinge o espaço exterior. Parte dela é absorvida e refletida de volta para 
a superfície terrestre pelas moléculas dos gases de efeito estufa (GEE) e nuvens, o que 
resulta no chamado efeito estufa, com uma temperatura média global de cerca de 
14°C, bem acima dos -19°C que seriam sentidos sem o efeito estufa natural. As 
concentrações de alguns GEE, como dióxido de carbono (CO2), são significativamente 
influenciadas por seres humanos; outros, como vapor d'água, não são. 
Site da OMM. 
 
Informações adicionais 
 
Os dois gases mais abundantes na atmosfera, nitrogênio (78% da atmosfera seca) e 
oxigênio (21%), têm quase nenhuma influênica no efeito estufa. Em vez disso, o efeito 
de estufa vem de moléculas que são mais complexas e muito menos comuns. O vapor 
d’água é o gás de efeito estufa mais importante, e o dióxido de carbono (CO2) é o 
segundo mais importante. O metano, o óxido nitroso, o ozônio e vários outros gases 
presentes na atmosfera em pequenas quantidades também contribuem para o efeito 
estufa. 
 
Frequently Asked Questions – What is the Greenhouse Effect? of the IPCC Report Climate Change 
2007: The Physical Science Basis 
7 
Você sabe como o efeito estufa mantém a temperatura da superfície da Terra? Esse 
vídeo do Observatório da Terra, da Nasa (Nasa’s Earth Observatory), explica isso de 
maneira gráfica. 
8 
O efeito estufa natural é parte de um sistema equilibrado de transferência e 
transformação de energia na atmosfera, na superfície terrestre e nos oceanos. O 
clima da Terra permanece em grande parte estável, porque a energia recebida é 
igual à perdida (o balanço de energia é equilibrado). No entanto, existem fatores 
que causam grandes mudanças no sistema climático. Como esses fatores induzem ou 
“forçam” o sistema a mudar, são chamados de "forçantes”. A mudança de fluxos de 
energia causados ​​por esses vetores são quantificados na forma de forçamento 
radiativo (FR). O FR positivo leva ao aquecimento da superfície, o FR negativo leva ao 
resfriamento da superfície. 
 
Durante o último milênio, mudanças na produção de energia do sol, erupções 
vulcânicas e o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera foram 
as forçantes mais importantes. O forçamento radiativo total tem sido positivo, o que 
levou a uma captação de energia pelo sistema climático. O gráfico mostra que o 
aumento da concentração atmosférica de CO2 desde 1750 é o fator que mais 
contribuiu para o forçamento radiativo total. 
 
IPCC (2013). Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers, p. 11. 
9 
Mudanças no sistema climático resultantes de forçantes climáticas não devem ser 
confundidas com variações climáticas naturais. Na verdade, mesmo em um período 
relativamente estável, os sistemas que compõem e influenciam o clima global flutuam 
naturalmente. Essas variações ou “oscilações”, como são chamadas frequentemente 
(porque elas oscilam entre dois estados principais) podem ter um grande efeito sobre 
o clima, tanto em nível local quanto em escala global. Exemplosdisso são os 
fenômenos El Niño, La Niña e El Niño a Oscilação Sul (ENOS). A ENOS é um padrão 
climático que ocorre aproximadamente a cada cinco anos, no Oceano Pacífico 
tropical. O El Niño (espanhol para menino) descreve um extenso aquecimento da 
superfície do oceano em todo o Pacífico equatorial central e oriental, com duração de 
três ou mais estações (ver área vermelha perto do equador no globo à esquerda). 
Quando essa região oceânica muda para temperaturas abaixo do normal, ela é 
chamada La Niña (espanhol para menina, ver área azul perto do equador no globo à 
direita). 
Site da OMM. 
 
10 
Desde o início do século XX, os cientistas têm observado uma mudança no clima que 
não pode ser atribuída apenas a uma das influências “naturais” do passado. Essa 
mudança no clima, também conhecida como aquecimento global, ocorreu mais 
rapidamente do que qualquer outra mudança do clima registrada por seres humanos. 
A principal causa do aquecimento global é o aumento da concentração de gases de 
efeito estufa na atmosfera desde a Revolução Industrial, no final do século XVIII. O 
aumento da quantidade de gases que absorvem e re-emitem a radiação térmica 
resulta em mais calor retido na atmosfera e, assim, em um aumento da temperatura 
média global da superfície terrestre. O aumento da temperatura também leva a 
outros efeitos sobre o sistema climático. Juntos, esses efeitos são conhecidos como 
mudanças climáticas antrópicas (causadas por seres humanos). 
Site da OMM. 
Informações adicionais 
Adicionar maior quantidade de um gás de efeito estufa na atmosfera, como CO2, 
intensifica o efeito estufa e, assim, aquece o clima da Terra. A quantidade de 
aquecimento depende de vários mecanismos de retroalimentação. Por exemplo, à 
medida que a atmosfera aquece devido ao aumento dos níveis de gases de efeito 
estufa, a concentração de vapor d'água atmosférico aumenta, o que intensifica ainda 
mais o efeito estufa. Isso, por sua vez, causa mais aquecimento, o que provoca um 
aumento adicional de vapor d'água, em um ciclo de autorreforço. Essa 
retroalimentação do vapor d'água pode ser forte o suficiente para praticamente 
dobrar o aumento do efeito estufa devido ao CO2 adicional. 
 
IPCC (2007). Frequently Asked Questions – What is the Greenhouse Effect? 
 
 
11 
Este diagrama indica a mudança observada na temperatura media da superfície 
terrestre entre 1901 e 2012. Isso mostra que quase todo o globo sofreu um 
aquecimento da superfície. 
 
De acordo com o IPCC, a temperatura média da superfície global aumentou 0,85oC 
durante o período de 1880-2012. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers (pagina 4) 
 
12 
Os cientistas não apenas observam mudanças passadas no clima, mas também tentam 
analisar possíveis mudanças futuras. Para esse fim, desenvolveram uma série de 
ferramentas. Assim como um arquiteto pode construir um modelo em escala de um 
edifício para compreender e prever o comportamento da construção, também os 
cientistas do clima podem construir um modelo computadorizado do sistema climático 
para compreender e prever seu comportamento. Uma das entradas para um modelo 
climático são cenários de emissões, que estimam futuros lançamentos de gases de efeito 
estufa e aerossóis para a atmosfera com base em premissas relativas, por exemplo, 
aos desenvolvimentos socioeconômicos e tecnológicos futuros. As saídas de um modelo 
climático alimentam uma projeção climática, ou seja, uma resposta simulada do sistema 
climático a determinado cenário de emissões. Essa dependência de cenários de 
emissões diferencia projeções climáticas de previsões climáticas que se baseiam em 
condições conhecidas no presente e em suposições sobre os processos físicos que irão 
determinar alterações futuras. 
Site da OMM. 
13 
Esta figura ilustra a mudança prevista (ou seja, futura) na temperatura média da 
superfície para dois cenários diferentes. As projeções são para o final do século XXI 
(2081-2100) e são dadas em relação a média do período 1986-2005. A projeção à 
esquerda baseia-se em um cenário com emissões relativamente limitadas de gás de 
efeito estufa (RCP 2,6), ao passo que a projeção à direita se baseia em um cenário 
com emissões de gases de efeito estufa muito elevadas (RCP 8,5). O RCP 2,6 projeta 
um aumento de 0,3°C a 1,7°C na temperatura média da superfície em comparação 
aos tempos pré-industriais, ao passo que o RCP 8,5 projeta um aumento de 2,6°C a 
4,8°C em 2081-2100. 
 
IPCC (2013). Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers. 
 
Informações adicionais 
 
Projeções de mudanças no sistema climático são baseadas em uma hierarquia de 
modelos climáticos que variam de modelos climáticos simples, passando por modelos 
complexos intermediários, até modelos climáticos abrangentes, bem como modelos do 
sistema da Terra. Com base em um conjunto de cenários de forçantes antrópicas, os 
módulos simulam mudanças. Os Caminhos Representativos de Concentração 
(Representative Concentration Pathways – RCPs) são um novo conjunto de cenários 
utilizados para o 5º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre 
Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC). 
14 
A mudança climática tem impacto sobre quase todos os aspectos de nossas vidas. 
Nossos ecossistemas sofrem perda de biodiversidade e de hábitat, e sistemas 
humanos, como a saúde, serão impactados negativamente, por exemplo, pela 
propagação de vetores de doenças, como mosquitos. A mudança climática também no 
desafia a repensar nossos sistemas urbanos (incluindo transportes e edifícios) e a 
forma como fazemos negócios (incluindo oportunidades de negócios “verdes”). Os 
impactos da mudança climática também podem resultar em conflitos ou forçar as 
pessoas a migrar (por exemplo, de áreas costeiras de baixa altitude). 
15 
Em todo o mundo, cientistas tentam entender melhor como o clima está mudando, que 
mudanças podemos esperar no futuro e qual o papel das atividades humanas. 
Embora haja um debate sobre a probabilidade de determinadas mudanças 
acontecerem e os mecanismos de suas causas, há um amplo consenso científico de que 
(1) o aquecimento do sistema climático é inequívoco e (2) que a influência humana 
sobre o sistema climático é clara. 
 
IPCC (2013). Climate Change 2013: The Physical Science Basis – Summary for Policymakers. 
 
16 
A ciência da mudança climática fornece informações importantes para a tomada de 
decisão em vários níveis. Por exemplo, dados e previsões meteorológicas podem nos 
ajudar a determinar o melhor momento de realizar uma colheita. Também podem nos 
ajudar a planejar adequadamente respostas a emergências, em caso de perigos 
relacionados com o clima, como ciclones. Os modelos climáticos ajudam a prever 
cenários climáticos de longo prazo e são importantes para o planejamento pró-ativo. 
17 
Já em 1824, o físico francês Joseph Fourier foi o primeiro a descrever o "efeito 
estufa" natural da Terra. Em 1861, o físico irlandês John Tyndall mostrou que CO2 e 
H2O podem causar alterações no clima. Em 1895, o químico sueco Svante Arrhenius 
concluiu que a queima de carvão na era industrial iria aumentar o efeito estufa 
natural. Em 1938, o engenheiro britânico Guy Callendar demonstrou que as 
temperaturas haviam aumentado ao longo do século anterior, devido ao aumento das 
concentrações de CO2. O "efeito Callendar" foi amplamente rejeitado. Em 1958, o 
geoquímico Charles David Keeling foi contratado para monitorar continuamente os 
níveis de CO2 na atmosfera, com aumento visível na Antártida após apenas dois anos. 
Durante a década de 1970, outros gases de efeito estufa – CH4, N2O e CFCs –foram amplamente reconhecidos como importantes gases de efeito estufa antrópicos 
e, em 1979, a Primeira Conferência Mundial do Clima foi realizada em Genebra, o 
que levou à criação do Programa Mundial do Clima. Em 1988, o Painel 
Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate 
Change – IPCC) foi criado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM, ou 
WMO em inglês) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA, ou UNEP em inglês). Em 1990, o IPCC apresentou o Primeiro Relatório de 
Avaliação sobre o estado da mudança climática, prevendo um aumento de 0,3°C por 
década no século XXI. 
 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Chapter One - Historical Overview of Climate Change Science. 
Zillman, J. (2009). A History of Climate Activities. 
Knight, M. for CNN (2008). A Timeline of Climate Change Science. 
BBC Website. 
18 
Esta seção discute o principal vetor antrópico da mudança climática, ou seja, o 
aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A seção começa 
com uma visão geral dos mais importantes gases de efeito estufa emitidos pelos seres 
humanos. Em seguida, discute cada gás de forma mais aprofundada, examinando (1) 
qual a importância do gás em termos de aquecimento global e (2) como sua 
concentração na atmosfera evoluiu ao longo do tempo. A seção termina com um 
gráfico que apresenta a extensão da influência humana no sistema climático. 
19 
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) produziu um vídeo com 
base na ciência física da mudança climática. Ele analisa as evidências de como o 
clima mudou no passado e no presente, quais são as causas dessas mudanças, bem 
como os possíveis cenários futuros. 
20 
Gases de efeito estufa (GEE) são gases-traço na atmosfera que absorvem e emitem radiação de onda 
longa. Eles cobrem a Terra naturalmente e a mantém cerca de 33°C mais quente do que seria sem 
esses gases na atmosfera. A tabela apresenta os sete gases de efeito estufa mais importantes, 
conforme previsto no Protocolo de Quioto. Cada um dos sete gases tem uma capacidade diferente de 
reter calor na atmosfera, o chamado “potencial de aquecimento global“ (global warming potential – 
GWP). Todos pertencem ao grupo de gases de efeito estufa de longa vida (long-lived greenhouse 
gases – LLGHGs) porque são quimicamente estáveis ​​e persistem na atmosfera por escalas de tempo de 
uma década a séculos ou mais, de modo que sua emissão tem uma influência a longo prazo sobre o 
clima. Alguns dos GEEs ocorrem naturalmente (por exemplo, CO2, CH4 e N2O), mas suas concentrações 
atmosféricas aumentaram ao longo dos últimos 250 anos, em grande parte devido às atividades 
humanas. Outros gases de efeito estufa são inteiramente o resultado de atividades humanas (por 
exemplo, HFC, PFC, SF6 e NF3). 
 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Technical Summary – Changes in Human and Natural Drivers of Climate. 
 
 
Informações adicionais 
Protocolo de Quioto: o Protocolo de Quioto estabelece objetivos legalmente vinculativos para que os 
países desenvolvidos limitem ou reduzam suas emissões de GEE. Foi adotado em 1997 e entrou em 
vigor em 2005. O vapor d'água é o mais importante gás de efeito estufa, mas, como não é produzido 
por seres humanos em quantidade significativa, não temos controle sobre sua concentração na 
atmosfera. Portanto, não é regulado pelo Protocolo de Quioto. 
Potencial de aquecimento global: o dióxido de carbono é a unidade de referência com a qual todos 
os outros gases de efeito estufa são comparados e, portanto, tem um GWP de exatamente “1”. Um 
GWP (potencial de aquecimento global) é calculado ao longo de um intervalo de tempo específico 
(geralmente 20, 100 ou 500 anos), porque alguns gases permanecem por mais tempo na atmosfera do 
que outros. Por exemplo, o GWP de 100 anos de metano é 25, o que significa que, se a mesma massa 
de metano e de dióxido de carbono fosse introduzida na atmosfera, o metano iria reter 25 vezes mais 
calor do que o dióxido de carbono ao longo dos próximos 100 anos. 
 
21 
O GEE antrópico mais importante é o dióxido de carbono (CO2). É responsável por 
cerca de 64% do total de forçamento radiativo devido aos gases de efeito estufa de 
longa vida (LLGHGs). O dióxido de carbono não tem um tempo de vida específico, 
pois integra um ciclo contínuo entre a atmosfera, os oceanos e a biosfera terrestre, e 
sua remoção líquida da atmosfera envolve uma série de processos com diferentes 
escalas de tempo. O CO2 é emitido principalmente como resultado da queima de 
combustíveis fósseis, desmatamento, degradação florestal e produção de ferro e aço. 
Oceanos e florestas são os principais sequestradores de carbono, ou seja, sumidouros 
que podem absorver CO2 da atmosfera. O dióxido de carbono é o gás com o qual 
todos os outros gases são comparados quando se fala de potencial de aquecimento 
global (GWP). Emissões de outros gases de efeito estufa podem ser convertidas em 
emissões equivalentes a CO2. 
 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Technical Summary – Changes in Human and Natural Drivers of 
Climate. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin. 
 
Informações adicionais 
 
A contribuição de cada gás de efeito de estufa para o forçamento radiativo é 
determinada pelo seu potencial de aquecimento global e as mudanças em sua 
concentração na atmosfera ao longo do tempo. 
 
22 
Os níveis de CO2 na atmosfera têm aumentado de forma constante ao longo dos 
últimos 200 anos. Isto se deve ao aumento da utilização de combustíveis fósseis, bem 
como a um aumento no desmatamento, ambos eventos que liberam grandes 
quantidades de CO2 para a atmosfera. Acredita-se que a concentração atual de CO2 
é a mais elevada dos últimos 800.000 anos. As concentrações de CO2 aumentaram 
cerca de 100 ppm (partes por milhão) desde a Revolução Industrial e ultrapassaram o 
limite simbólico de 400 ppm em várias estações de observação da atmosfera ao 
longo de 2012. A Figura (a) mostra o aumento das concentrações de CO2 entre 1984 
e 2012. A Figura (b) mostra a taxa de crescimento anual das concentrações de CO2 
durante o mesmo período de tempo. 
 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin, p. 3. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Concentrations in Atmosphere Reach New Record. 
 
 
23 
O segundo GEE antrópico mais significativo é o metano (CH4), que contribui para 
aproximadamente 18% do total de forçamento radiativo por GEEs de longa vida. 
Aproximadamente 40% do metano é emitido para a atmosfera por fontes naturais 
(por exemplo, zonas úmidas e cupins). Cerca de 60% vem de atividades humanas (por 
exemplo, pecuária, cultivo de arroz, exploração de combustíveis fósseis, aterros 
sanitários e queima de biomassa). O metano é, em grande parte, removido da 
atmosfera por meio de reações químicas e persiste por cerca de 12 anos. Assim, 
embora o metano seja um importante gás de efeito estufa, a duração de seu efeito é 
relativamente curta. 
 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Working Group I - The Physical Science Basis. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin, p. 3. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Concentrations in Atmosphere Reach New Record. 
 
 
24 
Este slide mostra a concentração atmosférica de metano entre 1984 e 2012 na Figura 
(a), enquanto a Figura (b) mostra a média anual da taxa de crescimento. A 
concentração de CH4 mais do que dobrou desde os tempos pré-industriais (de cerca 
de 700 partes por bilhão [ppb], em 1750, para 1.819 ppb em 2012). Desde 2007, 
o metano atmosférico tem aumentado novamente após um período estacionado. 
 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin, p. 3. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Concentrations in Atmosphere Reach New Record. 
 
 
25 
Ocarbono em suas várias formas (como CO2 e CH4) é continuamente reciclado na 
Terra e nunca é destruído. O diagrama ilustra as muitas formas pelas quais o carbono 
é liberado e acumulado no ambiente. O carbono pode ser armazenado durante 
períodos relativamente curtos em organismos vivos (ou seja, plantas e animais) ou ao 
longo de milhares de anos nos oceanos. Ele também pode ser armazenado ao longo 
de milhões de anos em rochas ou fósseis. O diagrama mostra, ainda, como os seres 
humanos têm afetado o ciclo do carbono. Antes de os seres humanos 
usarem ​​combustíveis fósseis para energia, o ciclo do carbono era relativamente 
equilibrado (isto é, a quantidade total de carbono na atmosfera permaneceu 
constante). Ao remover o carbono do armazenamento subterrâneo de longo prazo 
(petróleo, gás etc.) e o lançar para a atmosfera, os seres humanos alteraram o 
equilíbrio do ciclo do carbono, o que, por sua vez, afetou o clima global. A remoção 
de carbono armazenado por meio do desmatamento também agrava ainda mais esse 
processo. 
 
UNEP (2009). Climate in Peril, p. 14. 
 
 
26 
O óxido nitroso é o terceiro GEE mais significativo e contribui para cerca de 6% do 
forçamento radiativo devido aos LLGHGs. As fontes humanas primárias de N2O são a 
produção de fertilizantes e seu uso na agricultura e em diversos processos industriais. 
Estima-se que o N2O permaneça na atmosfera por cerca de 114 anos. Seu impacto 
sobre o clima, ao longo de um período de 100 anos, é 298 vezes maior do que o da 
emissão equivalente de dióxido de carbono. Ele também desempenha um papel 
importante na destruição da camada de ozônio estratosférico que nos protege dos 
raios ultravioletas nocivos do sol. 
 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Working Group I - The Physical Science Basis. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin, p. 3. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Concentrations in Atmosphere Reach New Record. 
 
 
27 
A concentração de N2O tem aumentado ao longo dos últimos 30 anos. Sua 
concentração atmosférica em 2012 era de cerca de 325,1 partes por bilhão (ppb), o 
que representa 20% a mais do que o nível pré-industrial (de 270 ppb). 
 
 
28 
Os gases fluorados são uma família de gases feitos pelo ser humano usados ​​em uma 
série de aplicações industriais. Fontes incluem fluidos refrigerantes, ares-
condicionados, solventes, produção de alumínio e magnésio etc. Muitos gases fluorados 
têm potencial de aquecimento global (GWP) muito alto em relação a outros gases de 
efeito estufa. Isso significa que pequenas concentrações atmosféricas podem ter 
grandes efeitos sobre as temperaturas globais. Eles também podem ter tempos de 
vida longos na atmosfera, com duração, em alguns casos, de milhares de anos. Os 
gases fluorados são removidos da atmosfera apenas quando são destruídos pela luz 
solar na camada mais alta da atmosfera. Em geral, os gases fluorados são o tipo mais 
potente e mais duradouro de gases de efeito estufa emitidos por atividades humanas. 
Existem três categorias principais de gases fluorados: hidrofluorocarbonetos (HFCs), 
perfluorocarbonetos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). 
Site EPA. 
Informações adicionais 
Hidrofluorocarbonetos (HFCs) são o grupo mais comum de F-gases. Eles são usados ​​em 
vários setores e aplicações, como fluidos refrigerantes em equipamentos de 
refrigeração, ar-condicionado e bombas de calor; como agentes de dispersão para 
espumas; como solventes; assim como em extintores de incêndio e aerossóis. 
Perfluorocarbonetos (PFCs) são normalmente utilizados no setor de eletrônicos (por 
exemplo, para a limpeza de plasma de bolachas de silício), bem como na indústria 
cosmética e farmacêutica. No passado, os PFCs também foram usados ​​em extintores 
de incêndio e ainda podem ser encontrados em sistemas de proteção contra incêndios 
mais antigos. O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como gás 
isolante em comutadores de alta tensão e na produção de magnésio e alumínio. 
Site EC. 
29 
Alguns gases de efeito estufa não foram incluídos no Protocolo de Quioto porque já 
são regulamentados pelo Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a 
Camada de Ozônio, que entrou em vigor em 1989. O Protocolo de Montreal inclui, 
por exemplo, clorofluorocarbonetos (CFCs), que contribuem com cerca de 12% para o 
total de forçamento radiativo por GEEs de longa vida. Os CFCs podem permanecer 
na atmosfera por mais de 1.000 anos. Os CFCs têm um potencial de aquecimento 
global (GWP) que varia de 4.750 a 14.400 (intervalo de tempo de 100 anos). Os 
CFCs são usados ​​na fabricação de aerossóis, agentes de dispersão para espumas e 
materiais de embalagem, como solventes e como fluidos refrigerantes. 
 
Site NOAA. 
IPCC (2007). Fourth Assessment Report, Working Group I - The Physical Science Basis. 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin. 
 
 
 
30 
Este slide mostra a evolução das concentrações atmosféricas de hexafluoreto de 
enxofre (SF6) (gráfico à esquerda) e diversos CFCs e gases fluorados (gráfico à 
direita). As concentrações de CFCs, que são controlados pelo Protocolo de Montreal, 
estão em declínio. No entanto, os hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) e 
hidrofluorcarbonetos (HFC), que também são potentes gases de efeito estufa, estão 
aumentando a taxas relativamente rápidas. 
 
WMO (2013). Greenhouse Gas Bulletin. 
 
 
 
31 
Esta figura ilustra o importante impacto das atividades humanas sobre o clima. Ela mostra a 
contribuição de diferentes fatores antrópicos e naturais para o aumento de temperatura 
observado de cerca de 0,6°C desde 1951 (barra preta). O gráfico mostra que gases de 
efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso (barra verde) são as 
principais causas da alteração da temperatura observada. A barra amarela mostra a 
influência dos aerossóis (partículas minúsculas encontrados na atmosfera) que têm um efeito 
forçante negativo (refrigeração) sobre o clima. Na verdade, os aerossóis e sua interação com 
as nuvens compensam parte substancial do forçamento radiativo positivo por GEEs. Aerossóis 
atmosféricos não devem ser confundidos com sprays de aerossol que, muitas vezes, contêm 
gases de efeito estufa e, portanto, têm um efeito forçante radiativo positivo. 
 
No geral, a atividade humana levou ao forçamento radiativo positivo (aquecimento global), 
como indicado pela barra laranja. O forçamento radiativo devido a mudanças na produção 
de energia do sol e erupções vulcânicas teve um papel menor no período de referência. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – pages 03 – 04 
 
Informações adicionais 
 
Aerossóis atmosféricos são capazes de alterar o clima em dois aspectos importantes: 
• eles dispersam e absorvem a radiação solar e infravermelha; e 
• eles podem mudar as propriedades microfísicas e químicas das nuvens e, possivelmente, 
sua vida e sua extensão. 
A dispersão da radiação solar atua para resfriar o planeta, enquanto a absorção da 
radiação solar por aerossóis aquece o ar diretamente em vez de permitir que a luz solar seja 
absorvida pela superfície da Terra. O forçamento radiativo total de todos os tipos de 
aerossóis é negativo. Aerossóis também causam um forçamento radiativo negativo 
indiretamente por meio das mudanças que causam nas propriedades das nuvens. 
Site da OMM 
32 
Esta seção descreve algumas das principais mudanças observadas no clima desde a 
Revolução Industrial. Ela examina mudanças na temperatura da superfície, nos níveis 
de precipitação, no aquecimento e na acidificação dos oceanos, no aumento do nível 
do mar, na extensão do gelo do Mar Ártico, bem como mudanças observadas nos 
sistemas físicos e biológicos. A seção é concluída com umadiscussão sobre se o recente 
aumento dos eventos climáticos extremos (como ciclones e inundações) pode ser 
atribuído a mudanças climáticas antrópicas. 
33 
Esta figura ilustra como a temperatura média da terra e da superfície do oceano 
mudou entre 1850 e 2012. A temperatura média anual sempre variou, com 
alternância de períodos frios e quentes. No entanto, é evidente que cada uma das 
últimas três décadas foi sucessivamente mais quente na superfície terrestre do que em 
qualquer década anterior desde 1850. 
 
O aumento de temperatura é generalizado em todo o mundo, mas há variações 
regionais importantes. O aquecimento foi mais acentuado nas regiões polares 
setentrionais. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – pages 03 
- 04 
34 
As observações mostram que têm ocorrido mudanças na quantidade, na intensidade, 
na frequência e no tipo de precipitação. Esses aspectos de precipitação geralmente 
apresentam grande variabilidade natural, e o El Niño e outras flutuações climáticas 
naturais têm uma influência substancial. Ao longo do século passado, no entanto, foram 
observadas tendências pronunciadas de longo prazo na quantidade de precipitação: 
significativamente mais úmido no leste da América do Norte e da América do Sul, 
norte da Europa e norte e centro da Ásia; mas mais seco no Sahel, no sul da África, no 
Mediterrâneo e no sul da Ásia. Além disso, foram observados aumentos de eventos de 
alta precipitação em toda parte, mesmo em lugares onde as quantidades totais 
diminuíram. Os dois mapas mostram a mudança de precipitação observada de 1901 
a 2010 e de 1951 a 2010. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 03 
35 
O aquecimento dos oceanos determina o aumento da energia armazenada no sistema 
climático. Os oceanos representam mais de 90% da energia acumulada entre 1971 e 
2010. Mais de 60% do aumento líquido de energia é armazenado na parte superior 
do oceano (entre 0 e 700 metros) e cerca de 30% é armazenado no oceano abaixo 
de 700 metros. O aquecimento dos oceanos é maior perto da superfície: os 75 metros 
superiores tiveram um aumento de 0,11°C por década durante o período de 1971-
2010. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 8 
36 
Cerca de 30% das emissões antrópicas de CO2 foram absorvidas pelos oceanos. Isso 
leva à acidificação dos oceanos. A curva verde na figura mostra a redução do pH 
das águas superficiais do oceano desde o final dos anos 1980. De acordo com o 
IPCC, o pH das águas superficiais do oceano diminuiu em 0,1 desde o início da era 
industrial. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 10 
37 
A taxa de aumento do nível do mar desde meados do século XIX foi maior do que a 
taxa média durante os dois milênios anteriores. Ao longo do século passado, o nível 
médio global do mar aumentou 0,19 metros. Juntas, a perda de massa de geleiras e 
a expansão térmica oceânica devidas ao aquecimento respondem por cerca de 75% 
do aumento do nível médio global do mar observado desde o início da década de 
1970. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 08 
38 
Ao longo das duas últimas décadas, a Groenlândia e as geleiras da Antártida têm 
perdido massa, as geleiras continuaram a encolher em quase todo o mundo, e o gelo 
do Mar Ártico continuou a diminuir em extensão. O gráfico ilustra a diminuição da 
extensão do gelo marinho no Ártico no verão entre 1900 e 2010. A extensão espacial 
diminuiu em cada estação desde 1979. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 07. 
39 
Este slide mostra uma série de mudanças que têm sido observadas em sistemas físicos 
(azul) e biológicos (verde), entre 1970 e 2004. Mudanças biológicas incluem, por 
exemplo, a perda de espécies e alterações em ecossistemas. As alterações físicas 
incluem, por exemplo, mudanças na cobertura de neve, assim como mudanças na 
densidade/cobertura e escoamento das geleiras. As porcentagens associadas às 
observações indicam quantas das alterações relatadas se devem ao aquecimento do 
ambiente. 
 
UNEP (2009). Climate in Peril. 
40 
Sempre que um episódio de clima extremo – onda de calor, inundação, seca etc. – 
vira manchete, muitas pessoas tendem a culpar a mudança climática induzida pelo ser 
humano. Contudo, que evidências científicas existem para usar o aquecimento global 
como explicação para eventos extremos individuais, como um ciclone? Em primeiro 
lugar, determinar se um único evento extremo específico se deve a uma causa 
específica, como o aumento de gases de efeito estufa, é difícil, se não impossível, por 
duas razões: 1) eventos climáticos extremos são causadas por uma combinação de 
fatores e 2) uma ampla gama de eventos extremos é uma ocorrência normal, mesmo 
em um clima que não está em mudança. 
 
Ao mesmo tempo, as observações mostraram grande aumento no número de furacões 
fortes em todo o planeta desde 1970. Especificamente, o número de furacões fortes 
aumentou cerca de 75% desde 1970. O IPCC aponta que uma tendência a 
tempestades de maior duração e maior intensidade está estreitamente correlacionada 
com a temperatura da superfície do mar tropical. Isso pode ser uma indicação de um 
nexo de causalidade entre o aquecimento global e a capacidade de destruição do 
furacão. No entanto, a alta variabilidade em tempestades e furacões tropicais ao 
longo de várias décadas e a falta de observação sistemática de alta qualidade 
antes das observações por satélite dificultam a detecção de tendências de longo 
prazo. 
 
IPCC (2007). Frequently Asked Questions – Has There Been a Change in Extreme Events? 
UNEP (2009). Climate in Peril. 
Site da OMM. 
41 
Esta seção apresenta as projeções de tendências futuras e os impactos previstos da 
mudança climática sobre a temperatura da superfície, a precipitação, o pH do 
oceano, o nível do mar e a extensão do gelo marinho Ártico. A extensão desses 
impactos depende de como os níveis de emissões antrópicas irão evoluir ao longo das 
próximas décadas. Portanto, a seção apresenta impactos em um cenário de baixa 
emissão, bem como em um cenário de alta emissão. A seção termina com uma 
discussão sobre emissões cumulativas de CO2, e o significado de diferentes 
quantidades de emissões de CO2 para o clima futuro. 
42 
Para o Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, a comunidade científica definiu um 
conjunto de quatro novos cenários, denominados caminhos representativos de 
concentração (representative concentration pathways – RCPs). Esses quatro RCPs incluem 
um cenário de mitigação que leva a um nível de forçante muito baixo (RCP 2,6), dois 
cenários de estabilização (RCP 4,5 e RCP 6), e um cenário com emissões de gases de 
efeito estufa muito elevadas (RCP 8,5). Os RCPs podem, portanto, representar uma 
gama de políticas climáticas do século XXI, em comparação com a ausência de 
políticas climáticas do Relatório Especial sobre Cenários de Emissões (Special Report on 
Emissions Scenarios – SRES) utilizado no Terceiro e no Quarto Relatório de Avaliação. 
 
IPCC (2013). Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers. 
43 
Ao final do século XXI, a mudança na temperatura da superfície global 
provavelmente será superior a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais para todos 
os cenários RCP, exceto o RCP 2,6. É provável que ultrapasse 2°C para o RCP 6,0 e o 
RCP 8,5. Desde o Terceiro Relatório de Avaliação do IPCC, aumentou a confiança de 
queum aumento de 1,5°C-2,5°C da temperatura média global acima dos níveis pré-
industriais apresenta riscos significativos para muitos sistemas únicos e ameaçados, 
incluindo muitos hotspots de biodiversidade. Aproximadamente 20%-30% das 
espécies estarão em maior risco de extinção se o aquecimento global médio for 
superior a 1,5°C-2,5°C. Em termos de segurança alimentar e saúde humana, a 
produtividade das culturas de cereais em latitudes baixas diminuiria e a distribuição 
de alguns vetores de doenças (como os mosquitos que transmitem a malária) pode 
mudar. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 19. 
44 
O IPCC projeta que, durante o século XXI, o contraste na precipitação entre as regiões 
úmidas e secas e entre estações chuvosas e secas irá aumentar. Isso significa que o 
aquecimento global aumenta os riscos de secas e enchentes. Especificamente, é muito 
provável que eventos extremos de precipitação se tornem mais intensos e mais frequentes na 
maior parte das massas terrestres de latitudes médias e em regiões tropicais úmidas. 
 
Os dois mapas ilustram mudanças projetadas na precipitação média anual para o final do 
século XXI sob diferentes cenários. Sob um cenário de baixa emissão (RCP 2,6 – mapa à 
esquerda) mudanças na precipitação média anual não excederão 20% em relação aos níveis 
de 1986-2005. No entanto, no cenário RCP 8,5 (mapa à direita) mudanças significativas na 
precipitação anual são esperadas. Nas latitudes elevadas e no Oceano Pacífico equatorial 
haverá um aumento da precipitação média anual, enquanto em muitas regiões secas de 
média latitude e subtropicais a precipitação média irá diminuir. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 18. 
 
Informações adicionais 
 
Como a mudança climática, várias influências diretas alteram a intensidade, a 
frequência e o tipo de precipitação. O aquecimento acelera a perda de água pela 
superfície do solo e aumenta o potencial de incidência e severidade das secas, o que 
tem sido observado em muitos locais no mundo inteiro. No entanto, uma lei da física 
bem estabelecida (a relação de Clausius-Clapeyron) determina que a capacidade de 
retenção de água da atmosfera aumenta em cerca de 7% para cada aumento de 
1°C na temperatura. Como a precipitação vem principalmente de sistemas climáticos 
que se alimentam do vapor d'água armazenado na atmosfera, isso aumentou a 
intensidade da precipitação e o risco de tempestades e nevascas de maneira geral. 
 
45 
Ao combiner dados de diversos modelos climáticos utilizados pelo IPCC, este vídeo 
mostra as mudanças esperadas na temperatura e precipitação para o século XXI. 
46 
Atualmente, o pH médio da superfície oceânica é de cerca de 8,1. As projeções 
apontam para o aumento da acidificação dos oceanos neste século devido ao 
aumento das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera. Sob um cenário de 
baixa emissão (RCP 2,6 – mapa à esquerda), a acidificação dos oceanos será 
relativamente limitada. No entanto, no cenário RCP 8,5 (mapa à direita), pode-se 
esperar uma redução na média global de pH na superfície oceânica entre 0,30 e 
0,32 unidades. Essa acidificação progressiva irá prejudicar criaturas marinhas com 
estrutura calcária externa (por exemplo, corais) e as espécies que dependem delas. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 25. 
 
UNEP (2009). Climate in Peril, p. 30. 
 
 
 
 
47 
O nível médio do mar vai continuar a subir globalmente durante o século XXI (ver 
gráfico). O aumento projetado varia de 0,26 m a 0,98 m, dependendo do cenário. 
Em todos os cenários RCP, a taxa de aumento do nível do mar será superior à 
observada entre 1971 e 2010, devido à intensificação do aquecimento do oceano e 
à intensificação da perda de glaciares. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 24. 
 
48 
Durante o século XXI, a cobertura de gelo do Mar Ártico continuará a encolher e 
perder espessura à medida que aumenta a temperatura média global da superfície. 
No cenário RCP 8.5, é provável que, antes de meados do século, o Oceano Ártico 
fique quase sem gelo no mês de setembro. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers – Page 23. 
 
49 
A África é um dos continentes mais vulneráveis ​​à mudança climática. A maior parte da 
África terá menos precipitação, com apenas a região centro-leste tendo um aumento. 
Até 2080, projeta-se um aumento de 5% a 8% das terras áridas e semi-áridas, sob 
diversos cenários. Já em 2020, entre 75 milhões e 250 milhões de pessoas ficarão 
expostas ao aumento do estresse hídrico devido à mudança climática. Estima-se que a 
produção agrícola, incluindo o acesso à alimentação, será severamente 
comprometida. Em alguns países, a produção agrícola que depende de chuvas pode 
cair até 50%. O aumento do nível do mar afetará grandes cidades em áreas 
costeiras de baixa altitude, como Alexandria, Cairo, Lomé, Cotonou, Lagos e Maçuá. 
 
UNEP (2009). A Climate in Peril. 
IPCC Report Climate Change 2007: Synthesis Report page 11. 
 
50 
Este slide detalha alguns dos impactos da mudança climática projetada para a região 
asiática. A cor azul claro indica regiões de permafrost que estão em risco de 
descongelamento. O derretimento das geleiras irá aumentar as inundações e as 
avalanches de pedras, além de afetar os recursos hídricos no Tibete, na Índia e em 
Bangladesh, causando redução na vazão dos rios e na disponibilidade de água doce 
à medida que as geleiras recuam. Mais de um bilhão de pessoas podem sofrer 
escassez de água até 2050. No Sudeste da Ásia, as regiões fortemente povoadas 
dos megadeltas, em especial, ficarão expostas ao risco de inundações. Cerca de 30% 
dos recifes de coral da Ásia provavelmente serão perdidos nos próximos 30 anos 
devido a vários estresses e à mudança climática. Mudanças na precipitação irão 
aumentar as doenças diarreicas, principalmente associadas com inundações e secas. A 
cor verde indica o possível aumento da distribuição da malária. 
 
UNEP (2009). A Climate in Peril. 
IPCC Report Climate Change 2007: Synthesis Report page 11. 
 
51 
Este slide apresenta os impactos da mudança climática projetados para a região da 
América Latina. Como consequência da redução da precipitação e do degelo dos 
glaciares, a América Latina pode ter menos água, o que afetará o consumo humano, a 
agricultura e a geração de energia. O rendimento das culturas alimentares pode 
diminuir, com consequências negativas para a segurança alimentar. A América Latina 
também enfrenta risco de perda de biodiversidade significativa pela extinção de 
espécies em muitas áreas tropicais. Projeta-se que a redução da água no solo levará 
à substituição gradual da floresta tropical por savana no leste da Amazônia. Outro 
ecossistema em risco situado no Caribe são os recifes de coral, lar de muitos recursos 
marinhos vivos. A elevação do nível do mar aumentará o risco de inundações em 
áreas baixas, especialmente no Caribe. 
 
UNEP (2009). A Climate in Peril. 
IPCC (2007). Climate Change 2007: Synthesis Report, p. 11. 
 
 
 
 
 
 
52 
Muitas pequenas ilhas, como as situadas no Caribe e no Pacífico, sofrerão redução 
dos recursos hídricos, que passarão a ser insuficientes para atender à demanda 
durante os períodos de baixa pluviosidade. A elevação do nível do mar levará à 
contaminação da água doce por água salgada, tornando-a não potável. Também se 
espera que a elevação do nível do mar agrave inundações, tempestades, erosões e 
outrosriscos costeiros, ameaçando, assim, infraestruturas vitais, assentamentos e 
instalações que contribuem para o sustento das comunidades das ilhas. A deterioração 
das condições costeiras e o branqueamento de corais reduzirá o valor desses destinos 
para o turismo. 
 
IPCC (2007). Climate Change 2007: Synthesis Report, p. 12. 
53 
Este diagrama mostra quatro futuros climáticos potenciais, dependendo de que 
políticas os governos adotarão para reduzir as emissões. Baseia-se nos quatro 
cenários utilizados no relatório 2013 do IPCC com base na ciência física da mudança 
climática. 
 
IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - Summary for Policymakers page 26. 
 
54 
O gráfico ilustra a relação linear que existe entre as emissões cumulativas de CO2 
induzidas pelo ser humano (eixo horizontal) e os aumentos da temperatura média da 
superfície global (eixo vertical). Em outras palavras, mais emissões de CO2 levam a 
temperaturas médias da superfície mais elevadas. Como não podemos dizer 
exatamente quanto dióxido de carbono será emitido no futuro, existem diferentes 
cenários para as temperaturas globais no final deste século. Esses cenários variam de 
2°C (linha azul – RCP 2,6) a cerca de 5°C (linha vermelha – RCP 8,5). Para ter uma 
chance maior do que dois em três de manter as temperaturas globais abaixo de 2°C 
(e evitar, assim, “mudanças climáticas perigosas”), as emissões cumulativas de CO2 não 
devem exceder 1.000 gigatoneladas de carbono (GtC). No entanto, desde 2011, 
mais de metade dessa quantidade, mais de 500 GtC, já foi emitido (linha preta). 
 
This translation of the page 26 of the IPCC Report Climate Change 2013: The Physical Science Basis - 
Summary for Policymakers is therefore not an official translation by the IPCC. 
It has been provided by UNESCO with the aim of reflecting in the most accurate way the language 
used in the original text. 
 
 
Informações adicionais 
 
O eixo horizontal na parte inferior do gráfico mostra as emissões cumulativas em 
gigatoneladas de carbono (GtC) enquanto o eixo superior indica os níveis de emissão 
em gigatoneladas de dióxido de carbono (GtCO2). 1 GtC corresponde a 3,667 
GtCO2. 
 
 
55 
Esta seção apresenta uma visão geral das principais fontes de informações científicas 
sobre o clima, bem como sobre programas e instituições relevantes. 
56 
O IPCC é o principal órgão internacional que sintetiza e avalia o conhecimento sobre 
mudança climática. Fundado em 1988 pelo PNUMA e pela Organização 
Meteorológica Mundial (OMM), o IPCC avalia todas as informações revisadas e 
publicadas sobre mudança climática. Agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 
2007, o órgão formou uma rede de cientistas do clima, biólogos, economistas, 
sociólogos etc., de todos os continentes na Terra, para produzir relatórios sobre o 
estado do conhecimento da ciência da mudança climática, analisar os impactos sociais 
e econômicos da mudança climática e identificar possíveis adaptações e opções de 
mitigação. 
 
 
 
57 
O IPCC publica diversos relatórios relevantes para o regime de mudança climática. 
Amplamente citados, os abrangentes relatórios de avaliação revisam a ciência mais 
recente sobre mudança climática, seus impactos, vulnerabilidade e adaptação, bem 
como opções de mitigação. Além desses relatórios, o IPCC também publica relatórios 
especiais sobre temas selecionados, por exemplo: fontes de energia renováveis, 
eventos extremos e desastres, cenários de emissões etc. O órgão também produz 
documentos de orientação metodológica e documentos técnicos. 
58 
A OMM executa uma série de programas climáticos globais que fornecem aos 
formuladores de políticas e pessoal técnico as informações necessárias para enfrentar 
a mudança climática com sucesso. O Programa Mundial sobre o Clima (World Climate 
Programme – WCP) tem como objetivo produzir previsões e projeções climáticas, 
desenvolver estruturas operacionais para fornecer serviços climáticos e desenvolver 
um sistema de observação global essencial para atender às necessidades de 
informações climáticas. O WCP apoia o Marco Global para Serviços Climáticos 
(Global Framework for Climate Services – GFCS), que visa a incorporar informações 
climáticas com base científica no planejamento, nas políticas e na prática em âmbito 
global, regional e nacional. Outro programa importante é o Programa de Pesquisa 
Atmosférica e de Meio Ambiente (Atmospheric Research and Environment Programme – 
ARE), que coordena e estimula a pesquisa sobre a composição da atmosfera e a 
previsão do tempo, com foco em eventos climáticos extremos e impactos 
socioeconômicos. A Comissão de Climatologia (Commission for Climatology – CCI) 
aconselha e orienta as atividades do WCP e desempenha um papel fundamental na 
implementação do GFCS. 
59 
O GFCS é uma parceria global de governos e organizações que produzem e usam 
informações e serviços climáticos. Destina-se a permitir que pesquisadores, produtores 
e usuários de informações unam forças para melhorar a qualidade e quantidade de 
serviços climáticos em todo o mundo, particularmente nos países em desenvolvimento. 
A apresentação fornece uma introdução aos principais elementos do GFCS. 
60 
O programa Vigilância Atmosférica Global (Global Atmosphere Watch – GAW) da 
OMM fornece dados científicos e informações confiáveis ​​sobre a composição química 
da atmosfera, suas mudanças naturais e antrópicas, e ajuda a melhorar a 
compreensão das interações entre a atmosfera, os oceanos e a biosfera. A espinha 
dorsal do programa GAW é uma rede global de mais de 80 estações de medição, 
como é possível observer no mapa. 
61 
Os Centros Climáticos Regionais (Regional Climate Centres – RCCs) da OMM são 
centros de excelência que criam produtos regionais, incluindo previsões de longo 
alcance que apoiam as atividades climáticas regionais e nacionais. Os RCCs utilizam 
os dados e produtos dos Centros Globais Produtores de Previsões de Longo Alcance 
(Global Producing Centres for Long-range Forecasts – GPCS), incorporando 
informações em escala regional. Uma importante fonte adicional de informação para 
os RCCs são dados, produtos, conhecimento e feedback que recebem dos Serviços 
Nacionais de Hidrologia e Meteorologia (National Meteorological and Hydrological 
Services – NMHSs). 
 
Os Fóruns Regionais sobre o Panorama Climático (Regional Climate Outlook Forums – 
RCOFs) reúnem especialistas nacionais, regionais e internacionais sobre o clima, em 
uma base operacional, para produzir perspectivas climáticas regionais com base em 
informações fornecidas por instituições nacionais, regionais e globais. Ao reunir países 
com características climatológicas comuns, os fóruns garantem a consistência no acesso 
e na interpretação das informações climáticas. As informações fornecidas pelos RCOFs 
estão sendo aplicadas para reduzir os riscos relacionados com o clima e também 
para apoiar o desenvolvimento sustentável. 
 
62 
Serviços Nacionais de Hidrologia e Meteorologia (National Meteorological and 
Hydrological Services – NMHSs) fornecem informações de tempo, climáticas e hídricas 
para os gestores de situações de emergência, administrações nacionais e locais, o 
público e setores econômicos críticos. Os NMHSs contribuem significativamente para a 
segurança e o bem-estar econômico por meio da observação, da previsão e de 
alertas de ameaças de tempo, climáticas e hídricas. 
63 
 
 
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