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MOBILIZAÇÃO ARTICULAR É uma técnica de tratamento passiva de terapia manual utilizada para tratar disfunções. O paciente fica em repouso e o fisioterapeuta trabalha ativamente. A técnica é aplicada sempre no sentido livre de dor e são descritas como a correção do curso articular decorrente de uma falha de posicionamento. INDICAÇÕES: - Rigidez articular; - Hipomobilidade – restrição de ADM; - Dor ao movimentar a articulação, mecanismo de defesa muscular, reflexo e espasmo muscular; - Falhas de posicionamento; - Doenças que limitam progressivamente o movimento; - Imobilidade funcional. EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS: movimentos de oscilação e separação estimulam os mecanorreceptores a inibir o estimulo nociceptivo. FEITOS BIOMECÂNICOS: movimentos de separação ou deslizamento de pequena amplitude são usados para produzir movimentos do líquido sinovial. Técnicas suaves de mobilização intra-articular ajudam a manter a troca de nutrientes e, assim, prevenir os efeitos dolorosos e degeneração da estagnação quando uma articulação está edemaciada ou dolorosa e não pode mover-se em sua ADM. HIPOMOBILIDADE REVERSÍVEL: são utilizadas forças de alongamento intra-articular sustentado progressivamente e vigoroso para alongar o tecido conjuntivo capsular e ligamentar hipomóvel. FALHA DE POSICIONAMENTO/SUBLUXAÇÕES: o mau posicionamento de uma parte óssea com relação a sua superfície oponente pode resultar em limitação de movimento ou dor. Isso pode ocorrer com uma lesão traumática, após períodos de imobilidade ou em razão de desequilíbrios musculares. LIMITAÇÃO PROGRESSIVA: doenças que limitam progressivamente o movimento podem ser tratadas com técnicas de mobilização intra-articular para manter a mobilidade disponível ou retardar restrições mecânicas progressivas. EFEITOS: I. Produção de líquido sinovial → a mobilização articular estimula a membrana sinovial a produzir líquido sinovial, que traz nutrientes para a cartilagem articular avascular das superfícies articular e para a fibrocartilagem intra-articular dos meniscos. II. Manter a extensibilidade articular → a extensibilidade e a força tensiva dos tecidos articulares e periarticulares são mantidos com o movimento articular. Com a imobilização ocorre proliferação fibroadiposa, que causa aderências intra-articulares, assim, como alterações biomecânicas nos tecidos do tendão, do ligamento e da capsula articular, o que, por sua vez, causa encurtamentos articulares e enfraquecimento ligamentar. III. Percepção de posição e movimento → impulsos nervosos aferentes dos receptores articulares transmitem informações para o SNC e, portanto, fornecem a percepção de posição e movimento. Com lesão ou degeneração articular, ocorre a diminuição potencial de fonte importante de feedback proprioceptivo que pode afetar a resposta de equilíbrio de uma pessoa. IV. Reduzir a dor → movimentos de oscilação e separação de pequena amplitude são usados para estimular os mecanorreceptores que podem inibir a transmissão de estímulos nociceptivos no nível da medula espinhal ou tronco encefálico. CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipermobilidade; - Malignidades; - Fraturas não consolidadas; - Inflamação. - Dor excessiva. Mobilização: a) Movimentos fisiológicos: osteocinemática. São os movimentos que o paciente pode fazer voluntariamente, ou seja, são os movimentos que descrevem o movimento dos ossos, como: flexão, extensão, abdução, adução, rotação. b) Movimentos acessórios: artrocinemática. São aqueles que ocorrem dentro da articulação - intra-articulares - e seus tecidos adjacentes, sendo necessários para atingir a ADM normal. O termo artrocinemática é utilizado para descrever os movimentos das superfícies dos ossos, como: giro, rolamento, deslizamento, compressão, tração e separação. Os procedimentos para separar ou deslizar as superfícies articulares que visam diminuir a dor ou restaurar a mobilidade intra-articular são as técnicas fundamentais de mobilização articular. FORMAS ARTICULARES O tipo de movimento que ocorre entre as partes ósseas dentro de uma articulação é influenciado pela forma das suas superfícies articulares. - Nas articulações ovoides, uma superfície é côncava e a outra convexa. - Nas articulações em sela, uma superfície é concava em uma direção e convexa em outra, respectivamente. O movimento das superfícies ósseas dentro de uma articulação é uma combinação variável de rolamento e deslizamento ou giro. Esses movimentos acessórios permitem uma angulação do osso durante o balanço. Para que ocorra rolamento, deslizamento ou giro, é preciso haver folga capsular adequada ou mobilidade intra- articular. ROLAMENTO • Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos da superfície oposta. • O rolamento é sempre na mesma direção que o movimento do osso, seja o osso em movimento côncavo ou convexo. • Quando ocorre sozinho, o rolamento causa compressão das superfícies no lado para qual o osso está balançando e separação no outro lado. DESLIZAMENTO • Para um deslizamento puro as superfícies precisam ser congruentes, planas. • O deslizamento puro não ocorre nas articulações, pois as superfícies não são completamente congruentes. • A direção na qual ocorre o movimento depende de se a superfície que se move é côncava ou convexa. • Quando a superfície do osso em movimento é convexa, o deslizamento é na direção oposta ao movimento angular do osso. • Quando a superfície do osso em movimento é côncava, o deslizamento é na mesma direção angular do osso. GIRO • Há uma rotação de um segmento sobre um eixo mecânico estacionário. • O mesmo ponto na superfície que se move cria o arco de um círculo enquanto o osso gira. • O giro raramente ocorre sozinho nas articulações, mas em combinação com o rolamento e deslizamento. • Três exemplos de giros que ocorrem nas articulações do corpo são: o ombro durante a flexão/extensão, o quadril durante a flexão/extensão e a articulação umerorradial durante a pronação/supinação. GRAUS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR: • GRAU I → são feitas oscilações rítmicas de pequena amplitude no inicio da ADM. Em geral, são oscilações rápidas, semelhantes a vibrações manuais. • GRAU II → são feitas oscilações rítmicas de grande amplitude dentro da ADM, sem alcançar o limite. Costumam ser feitas 2 ou 3 por segundo durante 1 a 2 minutos. • GRAU III → são feitas oscilações de grande amplitude até o limite da mobilidade disponível, forçando a resistência do tecido. Em geral, são feitas 2 ou 3 por segundo durante 1 ou 2 minutos. • GRAU IV → são feitas oscilações rítmicas de pequena amplitude no limite da mobilidade disponível. São normalmente oscilações rápidas, como vibrações manuais. INDICAÇÕES: • Os graus I e II são usados primariamente para tratar articulações limitadas pela dor ou mecanismo de defesa muscular. As oscilações podem ter um efeito inibidor na percepção dos estímulos dolorosos por estimular repetidamente os mecanorreceptores que bloqueiam as vias nociceptivas no nível da medula espinhal e tronco encefálico. Esses movimentos, que não usam alongamento ajudam a mover o líquido sinovial para melhorar a nutrição da cartilagem. • Os graus III e IV são usados primariamente como manobras de alongamento. REALIZAR OU NÃO A TÉCNICA? ESCOLAS DE MOBILIZAÇÕES ARTICULARES REFERÊNCIAS: LIVRO: Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas
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