Buscar

aula02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2ºAula
Normas sociais
Nesta aula compreenderemos as normas sociais, tais como: 
Direito e moral. Estudaremos a compreensão do termo Direito.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de: 
conferir uma visão geral dos temas fundamentais da ciência jurídica;
conhecer os aspectos legislativos e jurídicos das normas; 
compreender os meios de interpretação das normas jurídicas.
Introdução ao Estudo do Direito 12
Seções de estudo
1 - Normas sociais
1 - Normas sociais
Desde que o homem passou a viver em sociedade, 
conforme mencionamos na aula anterior, a vida em sociedade 
passou a ser regulada por uma série de regras e costumes, 
como forma de manter a convivência entre os membros 
harmoniosos. 
Essas regras que organizam a vida em sociedade são 
chamadas de normas. Desse modo, o termo normas pode 
significar uma regra, uma lei escrita, um costume, ou até 
mesmo um hábito seguido por determinado grupo de pessoas. 
As normas são chamadas de normas sociais quando se 
referem à organização de um grupo ou de uma comunidade 
em um determinado espaço de tempo e espaço. Sendo assim, 
podemos conceituar normas sociais como: um conjunto de 
regras que servem para organizar a vida dos indivíduos em 
sociedade. 
Para a sociologia, o estudo das normas sociais é 
importantíssimo, pois serve para entender a influência das 
normas na sociedade, assim como a influência da própria 
sociedade das mudanças nas normas. 
Para a sociologia, pode-se afirmar que: 
Uma norma social é um modelo de se 
comportar relativo a um grupo social numa 
sociedade. A sociedade concorda com um 
sistema de valores e normas. Os indivíduos 
desde a infância (socialização primária) 
integram este sistema. Você sabe o que é bom e 
o que é mal na sociedade. Se você não respeita 
a norma ou você não se conforma, você vai 
receber uma sanção. Então, uma norma social 
é uma regra explícita ou implícita que propõe 
um comportamento que a sociedade valoriza.
Conforme esse ensinamento verifica-se que desde o 
nascimento os indivíduos são inseridos em um contexto 
de normas sociais, o qual vai aprendendo pouco a pouco 
conforme o desenvolvimento do próprio ser. 
Como exemplo, podemos lembrar que uma criança a 
partir de certa idade, por volta dos dois anos que vai sendo 
submetida a um conjunto de regras de comportamento: não 
chorar em público, aprender o momento de ir ao banheiro, 
respeitar os mais velhos, não mexer em pertences alheios, não 
agredir outras crianças, dentre outras. 
Essas primeiras regras que os indivíduos aprendem são 
chamadas de regras familiares. Essas regras são construídas 
dentro do ambiente familiar, e se referem ao comportamento 
daquele grupo. São regras simples de convivência entre 
os poucos membros daquele grupo. Pode-se afirmar que a 
família é a primeira comunidade do qual o indivíduo participa.
Posteriormente, o indivíduo é submetido a outras 
comunidades tais como: a vizinhança, a igreja, o local de 
trabalho, a escola, a universidade, o clube, a associação, o 
sindicato, o time de futebol dos amigos, dentre outros tantos 
microssistemas do qual o indivíduo participa. 
Cada um desses grupos possui suas próprias regras de 
convivência, que correspondem também ao que chamamos de 
normas sociais. 
Vamos dar alguns exemplos.
As comunidades religiosas são um importante exemplo de comunidade 
a) 
membros da comunidade “sabem” que não se pode adentrar no recinto 
sagrado com vestimentas inadequadas ao local;
b) 
igualmente “sabem” que não é adequado o consumo exagerado de 
ambiente.
mas que os empregados obedecem por serem consideradas normas 
sociais:
a) 
atrapalhar o andamento das atividades da empresa;
b) 
aos outros colegas e clientes em horário diverso daquele normalmente 
observado pelos demais. 
A sociedade moderna nos impõe a convivência com desconhecidos 
a) 
atenderem a esse quantitativo deverão utilizá-lo;
b)
demais. 
c) 
a limitação de outros comportamentos que podem ser considerados 
abusivos pelos demais.
Todos esses exemplos de normas possuem dois aspectos 
e comum: 
São consideradas normas sociais porque regulam uma 
conduta em determinado espaço social (trabalho, 
bairro, clube, espaços públicos);
13
Não existe uma penalidade prevista em lei para 
o descumprimento dessas normas, mas apenas 
punições indiretas como reprovação social ou 
exclusão daquele grupo. 
Por exemplo, aquele que se comportar de forma inadequada 
perante a comunidade religiosa será “mal visto” pelos demais. 
Aquele que postar conteúdos inadequados em seu perfil do 
Facebook poderá ter sua conta bloqueada ou mesmo “perder” 
amigos que não concordarem com seu comportamento. 
Conclui-se assim, que as normas sociais não são punidas 
como crimes, pois não estão previstas nas leis editadas pelo 
Poder Público, mas o seu descumprimento pode ensejar outras 
formas de punição indireta, como a reprovação social ou a 
exclusão de determinados grupos.
A série britânica de televisão Black Mirror retrata interessantes temas 
2.2 - Direito e moral 
 Como vimos no tópico anterior, existem regras que são 
cumpridas na sociedade sem que haja alguma lei atribuindo 
uma pena para o seu descumprimento. Essas normas que 
não se originam do Poder Legislativo, mas que mesmo nós 
cumprimos voluntariamente, dizemos que fazem parte da 
Moral. 
Nesse aspecto, há uma semelhança entre o Direito 
e a Moral, pois ambos são regras sociais que regulam o 
comportamento do indivíduo na sociedade, definindo padrões 
de comportamento do que é certo e do que é errado. 
Por esse motivo, as normas sociais podem ser divididas em 
duas categorias: as normas jurídicas, que decorrem da atuação 
do Estado, e as normas morais, que são as regras que existem 
em sociedade e cumpridas voluntariamente pelos indivíduos, 
ligadas à honestidade, boa-fé e ética. 
Podemos falar em normas morais quando o indivíduo 
cumpre determinadas regras mesmo sabendo que não haverá 
punição estatal, como por exemplo, não “furar” a fila na padaria, 
ou não pisar na grama quando houver uma placa indicativa. 
As normas morais diferem-se das normas jurídicas, 
porque enquanto as normas morais não possuem uma punição, 
as normas jurídicas em regra atribuem uma penalidade para o 
seu descumprimento. 
2.3 - Compreensão do termo Direito
O Direito pode ser conceituado como o conjunto de 
normas jurídicas que regem a vida em sociedade. Como 
mencionado anteriormente, as normas jurídicas diferem 
das normas morais, pois as normas jurídicas originam-se do 
Estado (Poder Legislativo) e atribuem uma penalidade para o 
descumprimento de suas condutas. 
Para o jurista e filósofo italiano Francesco Carnellutti, 
um dos maiores expoentes da Teoria Geral do Direito, pode-
se afirmar que “el derecho sirve para ordenar la sociedade”. 
(CARNELUTTI, 2002, p. 65), ou seja, o Direito serve para 
organizar a sociedade. 
Podemos citar o motorista que dirige sem habilitação, 
que será punido com uma multa e com o desconto de pontos 
em sua habilitação. Importante mencionar que normalmente 
as normas jurídicas possuem a penalidade vinculada à prática 
do ato considerado errado pela sociedade.
Vamos ver alguns exemplos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, 
coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 O art. 155 do Código Penal define o crime de furto. 
O furto é o crime que consiste em subtrair para si ou para 
outrem, bem móvel pertencente a outro. Como podemos ver, 
o Código Penal define o que significa o crime de furto, e na 
sequência, define qual a punição aplicada por quem praticar 
essa conduta: reclusão de um a quatro anos e multa. 
Trata-se de norma jurídica, pois existe uma punição para 
a prática do ato, caracterizada pela pena privativa de liberdade. 
Convém mencionar que nesse caso, a norma jurídica 
possui o mesmo conteúdo da norma moral, pois moralmente 
é errado subtrair algo de alguém. Lembra-se que falamos 
sobre as primeiras normas que aprendemos ainda na infância?Esta é uma delas. Desde cedo, as crianças são ensinadas a não 
furtar, norma inclusive de caráter religioso, definida como um 
dos Dez Mandamentos (Êxodo 20:2-17). 
Assim, podemos afirmar que em alguns casos, as 
normas jurídicas têm o mesmo conteúdo das normas 
morais. 
Contudo, e, alguns casos, normas jurídicas podem ser 
podem ser consideradas imorais. Parece estranho pensar que 
uma conduta permitida por lei pode ser considera imoral, mas 
vejamos um exemplo:
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, 
nos termos do artigo antecedente, terá direito 
a uma recompensa não inferior a cinco por 
cento do seu valor, e à indenização pelas 
despesas que houver feito com a conservação 
e transporte da coisa, se o dono não preferir 
abandoná-la.
O art. 1.234 do Código Civil prevê que aquele que achar 
algo pode exigir recompensa de no mínimo 5% do valor da 
coisa, além dos gastos necessários para manter o bem até 
a devolução. Aqui, temos um exemplo de norma jurídica 
de cunho imoral, pois sempre aprendemos que devemos 
devolver as coisas ao dono sem exigir nada em troca, como 
forma de conduta honesta e ética. Podemos ver então que 
uma conduta juridicamente legal pode ser considerada 
imoral pela sociedade.
Por fim, existem leis que proíbem determinadas condutas, 
consideradas crime pelas leis jurídicas, mas que são aceitas 
pela sociedade como uma conduta legítima. Como exemplo 
temos o chamado “jogo do bicho”. 
Introdução ao Estudo do Direito 14
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria 
denominada jogo do bicho, ou praticar 
qualquer ato relativo à sua realização ou 
exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um 
ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de 
duzentos mil réis a dois contos de réis, aquele 
que participa da loteria, visando à obtenção de 
prêmio, para si ou para terceiro.
De acordo com o Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro 
de 1941, que define a Lei de Contravenções Penais, considera-
se contravenção penal (crime de menor potencial ofensivo) a 
prática do jogo do bicho, com pena de prisão e multa. 
Assim, mesmo sendo proibida a prática do jogo do 
bicho pela lei estatal, a sociedade não considera esta conduta 
como lesiva, pois aceita o “jogo do bicho” normalmente, sem 
considerar a conduta como imoral. 
Conclui-se, portanto, que algumas condutas 
consideradas ilegais, podem não ser consideradas 
imorais, pois a sociedade aceita a conduta como 
legítima. 
Retomando a aula
Na primeira seção, estudamos sobre as normas 
sociais. Vimos que as normas sociais são regras 
desenvolvidas no seio da sociedade, que permitem 
aos indivíduos conviver de forma harmônica;
Também vimos que estas regras possuem um 
amplo alcance, e podem ser familiares, religiosas, 
profissionais, ou em outros espaços, como um 
clube, um estacionamento, uma padaria.
Depois, estudamos a divisão das normas entre 
normas morais (Moral) e normas jurídicas (Direito), 
estabelecendo como diferença o fato de que as 
normas jurídicas decorrem da atuação do Estado e 
que e caso de descumprimento, ensejam a aplicação 
de penas.
Ao final, concluímos que Moral e Direito, apesar 
de conceitos próximos, nem sempre tem o mesmo 
conteúdo, pois uma conduta pode ser legal e moral; 
ilegal e moral ou ainda legal, mas imoral.
Vale a pena
Livro Direito e Moral, do filósofo Jürgen Habermas (disponível 
em diversos sites e livrarias, inclusive usados): “Retiradas 
Vale a pena ler
Artigo portal Âmbito Jurídico: http://www.
ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=14543; 
Aula disponível no Youtube: https://www.youtube.
com/watch?v=TcVEojub9h4;
Vale a pena acessar
dos trabalhos preparatórios para Direito e Democracia, 
onde Habermas desenvolve a sua filosofia do direito, estas 
duas conferências sobre a relação entre o direito e a moral 
inscrevem-se no contexto de um debate sobre a sociedade 
moderna. Contestando o cepticismo de Max Weber quanto 
ao destino dos valores numa sociedade que tende a reservar-
lhes, apenas, um papel instrumental, a primeira conferência 
procura demonstrar que a legalidade do direito deve, sempre, 
a sua legalidade ao facto de as normas jurídicas serem 
racionais, sobretudo devido ao seu fundamento moral. A 
segunda conferência critica a teoria dos sistemas de Niklas 
Luhmann e procura mostrar que, a despeito da complexidade 
dos sistemas sociais modernos, a ideia de Estado de direito 
não perde aí, de forma alguma, o seu sentido normativo. 
O constrangimento de uma exposição oral e o facto de 
estas conferências se dirigirem originalmente a um público 
estudantil americano fazem deste pequeno livro uma obra 
excepcional e uma síntese completamente preciosa”.
Minhas anotações

Continue navegando