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4ºAula Classificação dos atos notariais Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender a classificação dos atos notariais; • entender a forma e o significado de ata notarial e escrituras públicas; • identificar os atos notariais em espécie. Caros(as) alunos(as), Iniciamos a nossa quarta aula e nela trataremos sobre um tema muito interessante, a classificação dos atos notariais. De acordo com o artigo 6º da Lei 8.935/94, os atos notariais podem ser classificados em autenticatórios ou formalizadores de atos e negócios jurídicos. Mas... qual é a diferença entre ata notarial e escritura pública? É inserido nesse contexto que iniciamos a nossa aula! Que tal!? Disposto a começar? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Bons estudos! Sistema Notarial 30 Seções de estudo 1 - Classificação dos atos notariais 2 - Forma Notarial 3 - Menção dos atos notariais em espécie 1 - Classificação dos atos notariais As competências e atribuições dos notários, segundo estabelece o artigo 6 da Lei 8.935/94, classificam-se em: • Formalização da vontade das partes interessadas; • Autenticação de fatos; • Autenticação de documentos. A formalização da vontade das partes interessadas, as quais possuem liberdade e autonomia para realizarem negócios jurídicos, pode se dar de forma verbal ou escrita, a depender da forma que a Lei estabelece para levar a efeito atos e negócios jurídicos. A Escritura Pública, lavrada pelo tabelião, é classificada como instrumento público que faz prova plena dos atos e negócios jurídicos realizados perante o tabelião, gozando, segundo prescreve a Lei Civil, de presunção de veracidade bastante robusta. É o que prevê o artigo 215 do Código Civil: Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. É de se ressaltar importantes escrituras públicas frequentemente utilizadas na vida civil: • PROCURAÇÕES, que, segundo o Código Civil, outorgam poderes para o exercício de representação em atos e negócios; • NEGOCIAIS que formalizam negócios jurídicos; • T E S T A M E N T O S que formaliza ato de disposição da totalidade ou parcialidade de bens, ou declarações de caráter não patrimonial para produzir efeitos depois da morte. Assim, por exemplo, um contrato de compra e venda de bem móvel ou imóvel, que firma a vontade das partes interessadas, de um lado o vendedor (aquele que se obriga a transferir um dado bem); de outro lado o comprador (contraente que deverá pagar o preço pela coisa), pode (compra e venda de bem móvel) ou deve (compra e venda de bem imóvel) ser realizados perante a Serventia Notarial. art. 6º aos notários compete: I - formalizar juridicamente a vontade das partes; II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo; III - autenticar fatos. Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. a procuração é o instrumento do mandato. Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.(...) A transferência de propriedade de bem imóvel só se realiza com a transcrição do negócio jurídico no livro próprio e à margem da matricula do respectivo bem no Registro de Imóveis. Saiba mais sobre compra e venda segura de bem imóvel em: <https://oglobo. globo.com/economia/imoveis/compra-de-imoveis-como-fazer-uma- transacao-com-seguranca-21947223>. Acessado em 29/03/2018. Segundo a seção de São Paulo do Colégio Notarial do Brasil, seguem a seguir, quais documentos são exigidos por uma Serventia Extrajudicial para formalizar escritura pública de compra e venda: A Escritura de Compra e Venda é o ato lavrado no cartório de notas por meio do qual uma das partes vende determinado bem (móvel ou imóvel) para outra. Atenção: além de mais segura, muitas vezes a escritura pública custa menos do que os contratos particulares. Consulte sempre um tabelião antes de fechar um negócio imobiliário. Como é feita? A escritura de compra e venda deve ser feita no Cartório de Notas, mediante agendamento prévio, para que seja coletada a documentação necessária à realização do negócio jurídico, bem como para que sejam feitos eventuais esclarecimentos às partes. Na data marcada, os interessados devem comparecer ao cartório, de posse de seus documentos pessoais originais, para a assinatura da escritura. A escritura pública é obrigatória para a transferência de bens imóveis de valor superior a 30 salários mínimos. Atenção: Depois de lavrada a escritura de compra e venda do imóvel, ela deve ser registrada no cartório de registro de imóveis. Você pode solicitar que o próprio tabelionato providencie esse trâmite junto ao registro imobiliário. • Documentos Pessoais Vendedor Pessoa Física: • RG e CPF originais, inclusive dos cônjuges; • Certidão de Casamento: se casado, separado ou divorciado; • Pacto antenupcial registrado, se houver; • Certidão de óbito (deverá ser apresentada se o vendedor for viúvo); • Informar endereço; • Informar profissão. Vendedor Pessoa Jurídica: • Número do CNPJ para obtenção da certidão via internet; • Contrato ou estatuto social, última alteração e alteração em que conste modificação na diretoria; • Certidão Conjunta de Débitos da Receita Federal (PGFN); • Certidão Negativa de Débitos (CND) do INSS; CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Noções essenciais de direito. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006 31 • RG, CPF, profissão e residência do diretor, sócio ou procurador que assinará a escritura; • Certidão da junta comercial de que não há outras alterações. No caso de vendedor, poder-se solicitar ainda; • Certidão da Justiça do Trabalho; • Certidão dos Cartórios de Protesto; • Certidão dos Distribuidores Cíveis; • Certidão de Executivos Fiscais - Municipal e Estadual; • Certidão da Justiça Federal; • Certidão da Justiça Criminal. Compradores: • RG e CPF originais, inclusive dos cônjuges; • Certidão de Casamento: se casado, separado ou divorciado; • Pacto antenupcial registrado, se houver; • Certidão de óbito; • Informar endereço; • Informar profissão. Atenção: o cônjuge deve ter CPF individual próprio. Se o casal for casado sob o regime da comunhão universal, da separação convencional ou participação final dos aquestos, é necessário o prévio registro do pacto antenupcial no cartório de Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. • Documentos dos bens móveis: No caso de bem móvel, deve ser apresentado, quando possível, documento que comprove a propriedade do bem e o respectivo valor, por exemplo, documento único de transferência do veículo e respectiva cotação nos termos da tabela FIPE. Caso o bem não possua documento específico, como joias, máquinas e outros, o vendedor descreverá o bem e declarará o valor. Atenção: No caso de quotas ou ações de determinada empresa é importante a apresentação do balanço patrimonial. • Documentos dos bens imóveis: Urbano – Casa ou Apartamento: • Certidão de matrícula ou transcrição atualizada no momento da assinatura da escritura (prazo de 30 dias a partir da data de expedição); • Certidão de quitação de tributos imobiliários; • Carnê do IPTU do ano vigente; • Informar o valor da compra. Rural: • Certidão de matrícula ou transcrição atualizada (prazo de 30 dias a partir da data de expedição). A certidão deve estar atualizada no momento da lavratura da escritura, e não no momento da entrega dos documentos no cartório; • Certidão de regularidade fiscal do imóvel emitida pela Secretaria da Receita Federal;• Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR); • 5 (cinco) últimos comprovantes de pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR); • Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural (DITR); • Informar o valor da compra. Disponível em: <http://www.cnbsp.org.br/index. php?pG=X19wYWdpbmFz&idPagina=6009. >. Acessado em 29/03/2018. A autenticação de fatos se dá por intermédio de ata notarial, instrumento que possibilita a verificação e descrição da ocorrência de certo fato, cuja finalidade é comprovar a sua ocorrência. Segundo Brandelli é “Instrumento público através do qual o notário capta, por seus sentidos, uma determinada situação, um determinado fato, e o translada para seus livros de notas ou para outro documento.” Veja as vantagens de autenticar um fato perante a Serventia Notarial: Fonte: Disponível em http:// cartoriolucasfernandes.com.br/servicos-online/ata-notarial/ Acessado em: 29/03/2018. Ainda compete ao notário intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo. Assim pode ser entendido: • As autenticações sobre a identidade dos documentos, BRANDELLI, Leonardo. Ata Notarial. In: BRANDELLI, Leonardo (coord.). Ata notarial. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2004, p. 44. http://cartoriolucasfernandes.com.br/ servicos-online/ata-notarial/ acessado em 29/03/2018. Sistema Notarial 32 ou seja, entre um documento original e sua cópia fiel; • Reconhecimento de firma que determina a autoria de uma assinatura, e sua vinculação a certo documento; • Reconhecimento por autenticidade através do qual o tabelião declara que o documento foi firmado em sua presença; • Reconhecimento por semelhança por intermédio do qual o tabelião declara a semelhança entre assinaturas de um documento a outra presente em uma ficha de assinaturas previamente depositada no tabelionato. Reforçando, o artigo 7º da Lei 8.935/94 trata das competências exclusivas dos tabeliães de notas, in verbis: Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: I - lavrar escrituras e procurações, públicas; II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; III - lavrar atas notariais; IV - reconhecer firmas; V - autenticar cópias. Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligências necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo o que couber, sem ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato. 2 - Forma notarial A vida em sociedade exige organização e regramento, para tanto, a forma se torna essencial para validar determinados atos, fatos e negócios jurídicos. Na verdade, a Lei exige, excepcionalmente, determinada forma para validar a declaração de vontade do indivíduo, conforme prescreve o artigo 107 do Código Civil: Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Note, portanto, que a manifestação de vontade pode ser verbal ou escrita, solene (quando a lei determinar forma específica para a validade do ato) ou não solene (que independe de forma especial para validar o ato), ou ainda, que deva ser realizado por instrumento público ou possa ser realizado por instrumento particular. A escritura pública, documento através do qual se formaliza a vontade das partes, é forma essencial, como regra geral prevista no Código Civil, para validar negócios jurídicos que visem constituir, transferir, modificar ou renunciar, sobre direitos reais imobiliários, DE VALOR SUPERIOR A TRINTA VEZES O MAIOR SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE NO PAÍS. Existem outros atos que exigem a escritura pública, como por exemplo: • Emancipação do menor com dezesseis anos Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. completos; • Pactos antenupciais; • Instituições de fundações; • Constituição de bem de família; • Cessão de direitos hereditários. 2.1 - Aspectos da forma notarial A forma notarial deve prescrever determinados requisitos que podem ser classificados em extrínsecos, que se relacionam com a forma como se materializa o ato notarial e os intrínsecos, que envolvem a presença de determinados elementos indispensáveis ao ato. Conforme prescreve o §3º do artigo 215 do Código Civil, o ato notarial deve ser redigido em língua nacional. a) Dos requisitos intrínsecos a.1) Partes e demais intervenientes Partes são os interessados que fazem parte do negócio. De um lado os outorgantes, que conferem direitos; de outro lado os outorgados, que, por sua vez, recebem tais direitos. Observação 1.: a escritura pública pode conter a presença de intervenientes, pessoas que não fazem parte do negócio, porém essenciais para ratificar o ato. Exemplo: Testemunhas instrumentais. Observação 2.: o tabelião não é parte, apenas autor do ato. a.2) Identificação das partes A pessoa física é identificada pelo nome completo, estado civil, nacionalidade, profissão, domicílio, número da carteira de identidade e órgão expedidor, número do Cadastro de Pessoas Físicas. A pessoa jurídica é identificada, pela razão social, nome fantasia, origem nacional, domicílio, número no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas e o número de inscrição na junta comercial ou registro civil das pessoas jurídicas. A pessoa jurídica é presentada por administrador, que, por sua vez, deve ser qualificado como pessoa física. Conforme prevê os incisos II e III, do artigo 215 do Código Civil, o tabelião deve, ao lavrar escritura pública, reconhecer a identidade e a capacidade das partes e demais intervenientes. a.3) Tempo do ato notarial Os atos notariais devem conter data, se possível à hora de sua realização, conforme prevê o inciso II do artigo 215 do Código Civil. O ato deve ser assinado pelas partes e intervenientes no mesmo dia e horário. a.4) Local do ato notarial Via de regra, o ato notarial é lavrado no endereço da serventia extrajudicial, onde é assinado pelas partes e intervenientes. Quando a circunstância impuser, excepcionalmente, o ato pode ser lavrado fora da serventia. Exemplo: testamento público lavrado no hospital. 33 Conforme prevê o artigo 9º da Lei 8.935/94, o tabelião não pode praticar atos FORA do município onde exerça a delegação. a.5) Objeto do ato notarial Conforme prevê o artigo 6º da Lei 8.935/94, o objeto do ato notarial é autenticar um fato, através da ata notarial ou formalizar negócios jurídicos, através da escritura pública. Conforme prevê o inciso IV do artigo 2015 do Código Civil, é requisito do ato notarial a manifestação clara da vontade das partes e intervenientes, devendo o notário narrar os fatos com clareza e objetividade. Rodrigues (2013, pág. 78) descreve como o notário deve recepcionar a vontade das partes: Que negócio realizam as partes? Quem vende? Quem compra? Quem vende deve declarar na escritura que vende, e quem compra deve declarar que compra. O objeto do negócio deve ser qualificado claramente, sem margem de dúvida, bem como o preço e a forma de pagamento. (...) Os intervenientes devem declarar o que fazem no ato, não basta assinarem. Se comparece um cônjuge para anuir, a escritura deve conter, indispensavelmente, a declaração de que concorda com a venda segundo as condições ali descritas. (...) O tabelião deve consultar e declarar, dando fé, que as partes concordam com todo o teor do instrumento. Ao final, as partes e demais comparecentes devem assinar. O ato se perfectibiliza com a assinatura final do tabelião ou de um de seus substitutos. Se algum comparecente não puder escrever ou não souber escrever, outra pessoa capazpode assinar por ele, a seu pedido. (RODRIGUES, 2013, p. 78). Observa-se que a autonomia de vontades rege o aspecto intrínseco do ato notarial. a.6) Fundamentação legal e motivos As partes devem indicar a fundamentação legal do ato por elas realizado. Observação: é necessário o cumprimento de exigências fiscais e legais inerentes à legitimidade do ato. Exemplo: O Tabelião deve consignar no ato notarial a apresentação do documento comprobatório do pagamento de Imposto de Transmissão Inter Vivos, quando incidente sobre o ato. b) Dos requisitos extrínsecos b.1) Protocolar ou extraprotocolar Através de livro próprio da Serventia Notarial, será lançado os atos notariais. Os atos devem ser lançados, obrigatoriamente, no livro em ordem sequencial cronológica. O notário pode, ainda, extraprotocolar documento apartado que é apresentado pela parte. b.2) Escrituração A escrituração é feita em cor preta ou azul. O tamanho da fonte nos atos notariais não podem ser inferiores ao corpo doze. Quando fotos integrarem o ato notarial, é recomendável que sejam impressas em cores. O objetivo é reproduzir fielmente a imagem. b.3) Sinal público Para agregar segurança jurídica aos atos notariais, são eles gravados por sinal público representado pela assinatura do notário ou seu substituto, bem como dos demais itens que marcam a sua identidade profissional, como, por exemplo, carimbos, selos e rubricas (RODRIGUES, 2013, p. 67). Quando o notário assume a delegação, deve enviar o seu sinal público para o Tribunal de Justiça de seu Estado e para os demais notários do mesmo município. Veja as imagens: FONTE: figura 1 https://www.wipi.at/brasilien/investment/cartorios/stempel%20 brasilien.htm. Acessado em 29/03/2018; Sistema Notarial 34 FONTE: figura 2 https://br.depositphotos.com/96106284/stock-photo-notary- stamps-signed-contract.html .Acessado em 29/03/2018; b.4) Redação em língua nacional Todos os atos notariais realizados no Brasil serão redigidos em português. É possível a utilização de palavras e expressões estrangeiras, desde que consagradas em nosso território nacional. Exemplos: internet, webmail, sites, etc. Segundo prevê o Código Civil, caso compareça em cartório indivíduo que não conheça do vernáculo, a expressão de sua vontade deverá ser traduzida por tradutor público, ou, se não houver na localidade, pessoa idônea com conhecimento, para servir de intérprete. b.5) apostilamento ou reconhecimento do sinal público O apostilamento significa aplicar todos os meios necessários para legalizar determinado documento para circular em outros Estados. Um ato notarial somente produz efeitos em cidade diversa da delegação do notário quando há reconhecimento de seu sinal público por um notário da localidade onde deva o documento produzir efeitos. Para exemplificar, mencionamos o apostilamento (legalização) de diploma de graduação expedido pelo Ministério da educação e cultura (MEC). Veja imagem de modelo de apostilamento: Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. (...) § 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes. Disponível em: http://www. tabelionatoitajai.com.br/ apostilamento-de-docu- mentos-para-uso-no-ex- terior-convencao-de-haia- novo-servico-que-passare- mos-em-breve-oferecer/. Acessado em 28/03/2018. Fonte: Disponível em: http://www.tabelionatoitajai.com.br/apostilamento- de-documentos-para-uso-no-exterior-convencao-de-haia-novo-servico-que- passaremos-em-breve-oferecer/. Acessado em 28/03/2018. Vejamos, ainda, algumas perguntas e respostas sobre apostilamento, segundo o Conselho Nacional de Justiça: Pergunta 1: O que é a Apostila e quando preciso dela? A Apostila é o certificado que autentica a origem de documento público (Exemplo: certidão de nascimento, de casamento, de óbito, sentença judicial, certificado de registro e autenticação) (...). As Apostilas podem, somente, serem expedidas para documentos emitidos em países que são integrantes da Convenção da Apostila, que sejam utilizadas em outro País membro da Convenção. Você precisará da Apostila caso cumpra todos os seguintes requisitos: • O País onde foi emitido o documento (origem) seja parte da Convenção da Apostila; • O País onde o documento será utilizado (destino) seja parte da Convenção da Apostila; • O documento em questão seja considerado documento público, de acordo com a legislação do País em que foi emitido; • O País onde o documento será utilizado requeira a Apostila para ser reconhecido como documento público estrangeiro. A Apostila nunca poderá ser utilizada para o reconhecimento de documento no País onde foi emitido (origem). As Apostilas são, exclusivamente, para uso desses documentos no exterior! A Apostila não pode ser requerida quando a legislação, os regulamentos ou práticas vigentes no Disponível em: http://www. portaldori.com.br/wp- content/uploads/2016/08/ Hapostila-de-Haia.pdf. Acessado em 28/03/2018. 35 País onde será utilizado tenham abolido ou simplificado o requerimento da Apostila, ou tenham excetuado o documento de qualquer requerimento de legalização. Tal simplificação ou exceção pode decorrer de outro tratado ou acordo que tenha entrado em vigor entre o pais onde o documento será utilizado e o pais que o emitiu (por exemplo, outra Convenção de Haia que tenha dispensado o documento de legalização ou formalidade análoga, incluindo a Apostila). Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com o país destinatário, sobre a necessidade da Apostila. (...) Pergunta 4 A quais documentos aplica-se a Convenção da Apostila? A Convenção aplica-se somente a documentos públicos. A legislação local que determinará se o documento é ou não público. Os países aplicam, geralmente, a Convenção a diversos tipos de documentos. A maioria das Apostilas é expedida para documentos de natureza administrativa, como: certidões de nascimento, de casamento e de óbito; documentos provenientes de autoridade ou funcionário de determinado Tribunal ou Comissão; registros comerciais e outros registros; patentes; atas e reconhecimento de firma, além de diplomas escolares, universitários e outros diplomas acadêmicos expedidos por instituições públicas. Saber mais! Para saber mais sobre apostilamento, acesse http://www.notariado. org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODE2NQ==. Acessado em 28/03/2018 b.6) Traslados e certidões Segundo Rodrigues (2013, pág. 70) “fazem prova plena do documento público as certidões extraídas dos instrumentos ou documento lançados pelo tabelião em suas notas e as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas pelo oficial público”. Trasladar significa reproduzir fielmente tal qual o documento original, para que seja entregue às partes e circule, permitindo que possa surtir efeitos jurídicos e legais. 3 - Menção de atos notariais em espécie Passaremos a estudar os caracteres dos atos notariais mais frequentes na prática. São eles: • Autenticação de cópias de documentos: A autenticação de cópia representa a certificação pelo notário da fiel correspondência entre documento e sua cópia. Vale ressaltar que a autenticação é realizada mediante apresentação do documento original perante a serventia notarial. Deve ser conferido o texto, aspecto da escrita e verificar se o documento copiado contém rasuras, ou elementos que evidenciem uma possível fraude. Exemplos: autenticação de cópia de documento de identidade, título eleitoral, certidão de casamento, certidão de nascimento, entre outros documentos. Vejamos ilustração de autenticação de cópia da carteira de identidade com selo e assinatura de representantede delegação notarial: Disponível em http://www.ecartorios.com/artigo/copia-autenticada/ acessado em 28/03/2018. Sobre o procedimento de autenticação, vejamos o ensinamento de Rodrigues (2013, p. 83): Para melhor clareza do ato notarial, o instrumento de autenticação constará do seu anverso, sempre que possível, informando aos destinatários sobre o ato notarial realizado. No entanto, em certos casos, a cópia do documento pode não conter espaço suficiente para a aposição do instrumento autenticatório, que pode, também a pedido da parte, ter o ato no verso, desde que inutilizados os espaços remanescentes. O instrumento de autenticação constará de fórmulas consagradas pelo uso, aposto por carimbo ou etiqueta, sempre com a identificação do tabelião ou do preposto que realizou o ato. O sinal público deve vincular os diversos elementos (etiqueta, carimbos, selos, assinaturas), dificultando a ação de falsários. Para não esquecer: para autenticar um documento, basta levar o original e a cópia a qualquer Serventia de Notas. O notário ou seus representantes fazem comparação com o documento original, confere o estado da cópia e se não há nenhuma rasura ou adulteração, em seguida a cópia é carimbada, assinada e aplica-se o selo de autenticidade nela. Curiosidade: não é possível fazer autenticação de uma Disponível em http://www.ecartorios.com/artigo/copia-autenticada/ Acessado em 28/03/2018. Sistema Notarial 36 cópia autenticada. Só pode ser feita autenticação com o documento original. • Reconhecimento de assinatura ou firma O reconhecimento de firma visa identificar a autoria do documento e lhe dar validade como manifestação de vontade. Portanto, o reconhecimento assinatura ou firma é ato notarial que determina a autoria de uma assinatura e sua vinculação ao documento (RODRIGUES, 2013, p. 89). A assinatura pode ser aposta de próprio punho, por procuração, a rogo, mecânica, eletrônica. Mas... Quais são as características próprias do reconhecimento de assinatura ou firma a) Identificadora: reconhecimento eficaz da autoria do documento; b) Vinculativa: vincula o teor do documento ao autor da declaração de vontade; c) Probatória: permite identificar e constituir prova de que o autor da firma é quem firmou o documento. O reconhecimento de firma pode ser por autenticidade, isto é, o notário declara que o documento foi firmado na sua presença, ou por semelhança, em que o notário declara que a assinatura constante em determinado documento é semelhante a outra presente em ficha de assinaturas previamente depositada no Serviço Notarial pela parte signatária (RODRIGUES, 2013, p. 92). Observação: o ato de reconhecimento de firma, letra ou sinal inicia-se pela identificação da pessoa física ou jurídica, e pela abertura do cartão de firmas ou ficha-padrão. O documento hábil para identificar a pessoa jurídica é o contrato social, sua consolidação ou eventuais alterações e a indicação da inscrição no CNPJ/MF O cartão de firma ou ficha-padrão é a cártula na qual a parte estampa o seu padrão gráfico de assinatura, e que, depositado na Serventia Notarial, serve de modelo para futuras confrontações. A partir do depósito do cartão de firmas, a parte pode realizar inúmeros atos de reconhecimento (por semelhança) de sua assinatura. Algumas casuísticas de reconhecimento de firmas apresentadas por Rodrigues (2013, p. 102) 7.2.6 Casuística do reconhecimento de firmas 7.2.6.1 Reconhecimento de firma em documento assinado por pessoa semianalfabeta É possível abrir a ficha-padrão para o reconhecimento de firma em documento assinado por pessoa semialfabetizada, com pouco discernimento, fazendo anotação de tal circunstância no verso da ficha. Para preservar Feita por pessoa que assina a pedido de quem não pode ou não sabe assinar. o interesse da parte, é recomendável consignar no verso da ficha ou no sistema informático a menção “Reconhecer somente na presença do depositante” ou “Assessorar nos atos a serem reconhecidos”, para manter a segurança jurídica e a eficiência do atendimento. 7.2.6.2 Reconhecimento de firma de dirigente em representação da empresa No Brasil, o notariado não costuma dar fé da representação em reco¬nhecimento de firma de pessoa jurídica. O reconhecimento é tão somente da pessoa física que assina o documento. Assim, não há certeza notarial da representação. Não obstante, é possível o reconhecimento da firma que assegura que a assinatura lançada é de fulano que representa legalmente a empresa X. Neste caso, o tabelião arquivará o contrato social ou estatuto devidamente registrado, com as últimas alterações, se houver. O representante legal da empresa é responsável pela informação e entrega das eventuais alterações ou o tabelião pode exigir certidão atualizada para a realização de tal reconhecimento. 7.2.6.3 Reconhecimento de firma em título de crédito É recomendável que o reconhecimento de firma em nota promissória ou em outros títulos de crédito, bem como em recibos de quitação, seja exclu-sivamente por autenticidade. 7.2.6.4 Reconhecimento de firma em documento de transferência de veículo Neste tipo de documento, o reconhecimento por autenticidade é obriga-tório (Resoluções CONTRAN ns. 664/86 e 310/09, no Estado de São Paulo também a Portaria DETRAN n. 1.606/05). 7.2.6.5 Reconhecimento de firma de pessoa já falecida É possível o reconhecimento por semelhança de assinatura de pessoa já falecida (art. 5-, II e XXXVI, da Carta Magna e art. 6o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Decreto-lei n. 4.657/42). Fonte: BRANDELLI, Leonardo. Teoria Geral do Direito Notarial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p. 102. Retomando a aula Chegamos, assim, ao final da quarta aula. Esperamos que agora tenha ficado mais fácil entender o sistema notarial. Feita por pessoa que assina a pedido de quem não pode ou não sabe assinar. 37 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS NOTARIAIS Caros(as) alunos(as), Na quarta aula, falamos sobre um tema muito interessante, a classificação dos atos notariais. De acordo com o artigo 6º da Lei 8.935/94, os atos notariais podem ser classificados em autenticatórios ou formalizadores de atos e negócios jurídicos. 1 – Classificação doa atos notariais Na primeira seção foram classificados os atos notariais: • Formalização da vontade das partes interessadas (exemplo: contrato de compra e venda); • Autenticação de fatos (Ata notarial); • Autenticação de documentos. 2 – Forma notarial Na seção 2, tratamos sobre os requisitos intrínsecos e extrínsecos dos atos notariais, essencial para ratificar a declaração de vontade das partes interessadas. 3 – Menção dos atos notariais em espécie Já na seção 3, foram trabalhados os atos notariais em espécie de reconhecimento de firma e autenticação de documento. Vale a pena BRANDELLI, Leonardo. Teoria Geral do Direito Notarial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. RODRIGUES, Felipe Leonardo, GAIGER FERREIRA, Paulo Roberto, Tabelionato de Notas, São Paulo, Saraiva, 2013. Vale a pena ler ATA NOTARIAL E SUA EFICÁCIA NA PRODU- ÇÃO DE PROVAS COM FÉ PÚBLICA DO TABELIÃO NO AMBIENTE FÍSICO E ELETRÔNICO. Disponível em: <http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19le GliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MzM5Mg==&filtro=9& Data=>. Acesso em: 28 de março 2018. A IMPORTÂNCIA DA ESCRITURA PÚBLICA NAS AQUISIÇÕES DE IMÓVEL. Disponível em: <https://bernardocesarcoura.jusbrasil.com.br/ noticias/183465648/a-importancia-da-escritura-publica- nas-aquisicoes-de-imovel>. Acesso em: 28 de março 2018. Vale a pena acessar Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos” para se comunicar com o (a) professor(a). Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem. Sucesso!!!! Minhas anotações
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