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Classificação dos Atos Notariais

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4ºAula
Classificação dos atos notariais
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• compreender a classificação dos atos notariais;
• entender a forma e o significado de ata notarial e escrituras públicas;
• identificar os atos notariais em espécie.
Caros(as) alunos(as),
Iniciamos a nossa quarta aula e nela trataremos sobre 
um tema muito interessante, a classificação dos atos notariais. 
De acordo com o artigo 6º da Lei 8.935/94, os atos notariais 
podem ser classificados em autenticatórios ou formalizadores 
de atos e negócios jurídicos. Mas... qual é a diferença entre ata 
notarial e escritura pública?
É inserido nesse contexto que iniciamos a nossa aula!
Que tal!? Disposto a começar? 
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando 
as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
Sistema Notarial 30
Seções de estudo
1 - Classificação dos atos notariais
2 - Forma Notarial
3 - Menção dos atos notariais em espécie
1 - Classificação dos atos notariais
As competências e atribuições dos notários, segundo 
estabelece o artigo 6 da Lei 8.935/94, classificam-se em:
• Formalização da vontade 
das partes interessadas;
• Autenticação de fatos;
• Autenticação de 
documentos.
A formalização da vontade 
das partes interessadas, as quais 
possuem liberdade e autonomia 
para realizarem negócios jurídicos, 
pode se dar de forma verbal ou escrita, a depender da forma 
que a Lei estabelece para levar a efeito atos e negócios jurídicos. 
A Escritura Pública, lavrada pelo tabelião, é classificada 
como instrumento público que faz prova plena dos atos e 
negócios jurídicos realizados perante o tabelião, gozando, 
segundo prescreve a Lei Civil, de presunção de veracidade 
bastante robusta. É o que prevê o artigo 215 do Código Civil:
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas 
de tabelião, é documento dotado de fé pública, 
fazendo prova plena.
É de se ressaltar importantes escrituras públicas 
frequentemente utilizadas na vida civil:
• PROCURAÇÕES, que, segundo o Código Civil, 
outorgam poderes para o 
exercício de 
representação em atos e 
negócios;
• NEGOCIAIS que 
formalizam negócios 
jurídicos;
• T E S T A M E N T O S 
que formaliza ato de 
disposição da totalidade 
ou parcialidade de bens, ou declarações de caráter não 
patrimonial para produzir efeitos depois da morte. 
Assim, por exemplo, um contrato de compra e venda 
de bem móvel ou imóvel, que firma a vontade das partes 
interessadas, de um lado o vendedor (aquele que se obriga 
a transferir um dado bem); de outro lado o comprador 
(contraente que deverá pagar o preço pela coisa), pode 
(compra e venda de bem móvel) 
ou deve (compra e venda de bem 
imóvel) ser realizados perante a 
Serventia Notarial.
art. 6º aos notários compete:
I - formalizar juridicamente a 
vontade das partes;
II - intervir nos atos e negócios 
jurídicos a que as partes devam 
ou queiram dar forma legal ou 
autenticidade, autorizando 
a redação ou redigindo os 
instrumentos adequados, 
conservando os originais e 
expedindo cópias fidedignas 
de seu conteúdo;
III - autenticar fatos.
Art. 653. Opera-se o mandato 
quando alguém recebe de 
outrem poderes para, em 
seu nome, praticar atos ou 
administrar interesses. a 
procuração é o instrumento do 
mandato.
Art. 654. Todas as pessoas 
capazes são aptas para 
dar procuração mediante 
instrumento particular, que 
valerá desde que tenha a 
assinatura do outorgante.(...)
A transferência de propriedade de bem imóvel só se realiza com 
a transcrição do negócio jurídico no livro próprio e à margem da 
matricula do respectivo bem no Registro de Imóveis. Saiba mais 
sobre compra e venda segura de bem imóvel em: <https://oglobo.
globo.com/economia/imoveis/compra-de-imoveis-como-fazer-uma-
transacao-com-seguranca-21947223>. Acessado em 29/03/2018.
Segundo a seção de São Paulo do Colégio Notarial do 
Brasil, seguem a seguir, quais documentos são exigidos por 
uma Serventia Extrajudicial para formalizar escritura pública 
de compra e venda: 
A Escritura de Compra e Venda é o ato lavrado 
no cartório de notas por meio do qual uma 
das partes vende determinado bem (móvel ou 
imóvel) para outra.
Atenção: além de mais segura, muitas vezes 
a escritura pública custa menos do que os 
contratos particulares. Consulte sempre 
um tabelião antes de fechar um negócio 
imobiliário.
Como é feita? 
A escritura de compra e venda deve ser feita 
no Cartório de Notas, mediante agendamento 
prévio, para que seja coletada a documentação 
necessária à realização do negócio jurídico, 
bem como para que sejam feitos eventuais 
esclarecimentos às partes.
Na data marcada, os interessados devem 
comparecer ao cartório, de posse de seus 
documentos pessoais originais, para a 
assinatura da escritura.
A escritura pública é obrigatória para a 
transferência de bens imóveis de valor superior 
a 30 salários mínimos.
Atenção: Depois de lavrada a escritura de 
compra e venda do imóvel, ela deve ser 
registrada no cartório de registro de imóveis. 
Você pode solicitar que o próprio tabelionato 
providencie esse trâmite junto ao registro 
imobiliário.
•	 Documentos Pessoais
Vendedor Pessoa Física:
•	 RG e CPF originais, inclusive dos 
cônjuges;
•	 Certidão de Casamento: se casado, 
separado ou divorciado;
•	 Pacto antenupcial registrado, se houver;
•	 Certidão de óbito (deverá ser apresentada 
se o vendedor for viúvo);
•	 Informar endereço;
•	 Informar profissão.
Vendedor Pessoa Jurídica:
•	 Número do CNPJ para obtenção da 
certidão via internet;
•	 Contrato ou estatuto social, última 
alteração e alteração em que conste 
modificação na diretoria;
•	 Certidão Conjunta de Débitos da Receita 
Federal (PGFN);
•	 Certidão Negativa de Débitos (CND) do 
INSS;
CAMPOS, Nelson Renato 
Palaia Ribeiro de. Noções 
essenciais de direito. 3ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2006
31
•	 RG, CPF, profissão e residência do 
diretor, sócio ou procurador que assinará 
a escritura;
•	 Certidão da junta comercial de que não há 
outras alterações.
No caso de vendedor, poder-se solicitar ainda;
•	 Certidão da Justiça do Trabalho;
•	 Certidão dos Cartórios de Protesto;
•	 Certidão dos Distribuidores Cíveis;
•	 Certidão de Executivos Fiscais - Municipal 
e Estadual;
•	 Certidão da Justiça Federal;
•	 Certidão da Justiça Criminal.
Compradores:
•	 RG e CPF originais, inclusive dos 
cônjuges;
•	 Certidão de Casamento: se casado, 
separado ou divorciado;
•	 Pacto antenupcial registrado, se houver;
•	 Certidão de óbito;
•	 Informar endereço;
•	 Informar profissão.
Atenção: o cônjuge deve ter CPF individual 
próprio.
Se o casal for casado sob o regime da comunhão 
universal, da separação convencional ou 
participação final dos aquestos, é necessário 
o prévio registro do pacto antenupcial no 
cartório de Registro de Imóveis do domicílio 
dos cônjuges.
•	 Documentos dos bens móveis:
No caso de bem móvel, deve ser apresentado, 
quando possível, documento que comprove 
a propriedade do bem e o respectivo 
valor, por exemplo, documento único 
de transferência do veículo e respectiva 
cotação nos termos da tabela FIPE. 
Caso o bem não possua documento específico, 
como joias, máquinas e outros, o vendedor 
descreverá o bem e declarará o valor.
Atenção: No caso de quotas ou ações 
de determinada empresa é importante a 
apresentação do balanço patrimonial.
•	 Documentos dos bens imóveis:
Urbano – Casa ou Apartamento:
•	 Certidão de matrícula ou transcrição 
atualizada no momento da assinatura da 
escritura (prazo de 30 dias a partir da data 
de expedição);
•	 Certidão de quitação de tributos 
imobiliários;
•	 Carnê do IPTU do ano vigente;
•	 Informar o valor da compra. 
Rural:
•	 Certidão de matrícula ou transcrição 
atualizada (prazo de 30 dias a partir da 
data de expedição). A certidão deve estar 
atualizada no momento da lavratura da 
escritura, e não no momento da entrega 
dos documentos no cartório;
•	 Certidão de regularidade fiscal do imóvel 
emitida pela Secretaria da Receita Federal;•	 Certificado de Cadastro de Imóvel Rural 
(CCIR);
•	 5 (cinco) últimos comprovantes de 
pagamento do Imposto Territorial Rural 
(ITR);
•	 Declaração do Imposto sobre a 
Propriedade Rural (DITR);
•	 Informar o valor da compra.
Disponível em: <http://www.cnbsp.org.br/index.
php?pG=X19wYWdpbmFz&idPagina=6009. >. Acessado em 
29/03/2018.
A autenticação de fatos se dá por intermédio de ata 
notarial, instrumento que possibilita a verificação e descrição 
da ocorrência de certo fato, cuja finalidade é comprovar a sua 
ocorrência. Segundo Brandelli é “Instrumento público através 
do qual o notário capta, por seus sentidos, uma determinada 
situação, um determinado fato, e o translada para seus livros 
de notas ou para outro documento.”
Veja as vantagens de 
autenticar um fato perante 
a Serventia Notarial:
Fonte: Disponível em http://
cartoriolucasfernandes.com.br/servicos-online/ata-notarial/ Acessado em: 
29/03/2018.
Ainda compete ao notário intervir nos atos e negócios 
jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma 
legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo 
os instrumentos adequados, conservando os originais e 
expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo. 
Assim pode ser entendido:
• As autenticações sobre a identidade dos documentos, 
BRANDELLI, Leonardo.  Ata Notarial.  In: 
BRANDELLI, Leonardo (coord.). Ata 
notarial. Porto Alegre: Sergio Antonio 
Fabris Editor, 2004, p. 44.
http://cartoriolucasfernandes.com.br/
servicos-online/ata-notarial/ acessado 
em 29/03/2018.
Sistema Notarial 32
ou seja, entre um documento original e sua cópia fiel;
• Reconhecimento de firma que determina a autoria de 
uma assinatura, e sua vinculação a certo documento;
• Reconhecimento por autenticidade através do qual o 
tabelião declara que o documento foi firmado em sua 
presença;
• Reconhecimento por semelhança por intermédio do 
qual o tabelião declara a semelhança entre assinaturas 
de um documento a outra presente em uma ficha de 
assinaturas previamente depositada no tabelionato.
Reforçando, o artigo 7º da Lei 8.935/94 trata das 
competências exclusivas dos tabeliães de notas, in verbis: 
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com 
exclusividade:
I - lavrar escrituras e procurações, públicas;
II - lavrar testamentos públicos e aprovar os 
cerrados;
III - lavrar atas notariais;
IV - reconhecer firmas;
V - autenticar cópias.
Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de 
notas realizar todas as gestões e diligências 
necessárias ou convenientes ao preparo dos atos 
notariais, requerendo o que couber, sem ônus 
maiores que os emolumentos devidos pelo ato.
2 - Forma notarial
A vida em sociedade exige organização e regramento, 
para tanto, a forma se torna essencial para validar determinados 
atos, fatos e negócios jurídicos. 
Na verdade, a Lei exige, excepcionalmente, determinada 
forma para validar a declaração de vontade do indivíduo, 
conforme prescreve o artigo 107 do Código Civil: 
Art. 107. A validade da declaração de vontade 
não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir.
Note, portanto, que a manifestação de vontade pode 
ser verbal ou escrita, solene (quando a lei determinar forma 
específica para a validade do ato) ou não solene (que independe 
de forma especial para validar o ato), ou ainda, que deva ser 
realizado por instrumento público ou possa ser realizado por 
instrumento particular. 
 A escritura pública, documento através do qual se 
formaliza a vontade das partes, é forma essencial, como regra 
geral prevista no Código Civil, para validar negócios jurídicos 
que visem constituir, transferir, 
modificar ou renunciar, sobre 
direitos reais imobiliários, DE 
VALOR SUPERIOR A 
TRINTA VEZES O MAIOR 
SALÁRIO MÍNIMO 
VIGENTE NO PAÍS.
Existem outros atos que 
exigem a escritura pública, como por exemplo: 
• Emancipação do menor com dezesseis anos 
Art. 108. Não dispondo a lei em 
contrário, a escritura pública 
é essencial à validade dos 
negócios jurídicos que visem 
à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de 
valor superior a trinta vezes o 
maior salário mínimo vigente 
no País.
completos;
• Pactos antenupciais;
• Instituições de fundações;
• Constituição de bem de família;
• Cessão de direitos hereditários.
2.1 - Aspectos da forma notarial
A forma notarial deve prescrever determinados 
requisitos que podem ser classificados em extrínsecos, que se 
relacionam com a forma como se materializa o ato notarial 
e os intrínsecos, que envolvem a presença de determinados 
elementos indispensáveis ao ato. 
Conforme prescreve o §3º do artigo 215 do Código Civil, 
o ato notarial deve ser redigido em língua nacional. 
a) Dos requisitos intrínsecos 
a.1) Partes e demais intervenientes
Partes são os interessados que fazem parte do negócio. 
De um lado os outorgantes, que conferem direitos; de outro 
lado os outorgados, que, por sua vez, recebem tais direitos. 
Observação 1.: a escritura pública pode conter a 
presença de intervenientes, pessoas que não fazem parte 
do negócio, porém essenciais para ratificar o ato. Exemplo: 
Testemunhas instrumentais.
Observação 2.: o tabelião não é parte, apenas autor do 
ato.
a.2) Identificação das partes
A pessoa física é identificada pelo nome completo, 
estado civil, nacionalidade, profissão, domicílio, número da 
carteira de identidade e órgão expedidor, número do Cadastro 
de Pessoas Físicas.
A pessoa jurídica é identificada, pela razão social, nome 
fantasia, origem nacional, domicílio, número no Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas e o número de inscrição na 
junta comercial ou registro civil das pessoas jurídicas. A 
pessoa jurídica é presentada por administrador, que, por sua 
vez, deve ser qualificado como pessoa física.
Conforme prevê os incisos II e III, do artigo 215 do Código Civil, o 
tabelião deve, ao lavrar escritura pública, reconhecer a identidade e a 
capacidade das partes e demais intervenientes. 
 
a.3) Tempo do ato notarial 
Os atos notariais devem conter data, se possível à hora 
de sua realização, conforme prevê o inciso II do artigo 215 
do Código Civil. O ato deve ser assinado pelas partes e 
intervenientes no mesmo dia e horário. 
a.4) Local do ato notarial
Via de regra, o ato notarial é lavrado no endereço 
da serventia extrajudicial, onde é assinado pelas partes 
e intervenientes. Quando a circunstância impuser, 
excepcionalmente, o ato pode ser lavrado fora da serventia. 
Exemplo: testamento público lavrado no hospital. 
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Conforme prevê o artigo 9º da Lei 8.935/94, o tabelião não pode 
praticar atos FORA do município onde exerça a delegação.
a.5) Objeto do ato notarial
Conforme prevê o artigo 6º da Lei 8.935/94, o objeto 
do ato notarial é autenticar um fato, através da ata notarial 
ou formalizar negócios jurídicos, através da escritura pública. 
Conforme prevê o inciso IV do artigo 2015 do Código 
Civil, é requisito do ato notarial a manifestação clara da 
vontade das partes e intervenientes, devendo o notário narrar 
os fatos com clareza e objetividade. 
Rodrigues (2013, pág. 78) descreve como o notário deve 
recepcionar a vontade das partes: 
Que negócio realizam as partes? Quem vende? 
Quem compra? Quem vende deve declarar 
na escritura que vende, e quem compra deve 
declarar que compra. O objeto do negócio 
deve ser qualificado claramente, sem margem 
de dúvida, bem como o preço e a forma de 
pagamento.
(...)
Os intervenientes devem declarar o que fazem 
no ato, não basta assinarem. Se comparece um 
cônjuge para anuir, a escritura deve conter, 
indispensavelmente, a declaração de que 
concorda com a venda segundo as condições 
ali descritas. 
(...) 
O tabelião deve consultar e declarar, dando 
fé, que as partes concordam com todo o teor 
do instrumento. Ao final, as partes e demais 
comparecentes devem assinar. 
O ato se perfectibiliza com a assinatura final 
do tabelião ou de um de seus substitutos.
Se algum comparecente não puder escrever ou 
não souber escrever, outra pessoa capazpode 
assinar por ele, a seu pedido. (RODRIGUES, 
2013, p. 78).
Observa-se que a autonomia de vontades rege o aspecto 
intrínseco do ato notarial. 
a.6) Fundamentação legal e motivos
As partes devem indicar a fundamentação legal do ato 
por elas realizado. 
Observação: é necessário o cumprimento de 
exigências fiscais e legais inerentes à legitimidade 
do ato. Exemplo: O Tabelião deve consignar no ato 
notarial a apresentação do documento comprobatório 
do pagamento de Imposto de Transmissão Inter Vivos, 
quando incidente sobre o ato. 
b) Dos requisitos extrínsecos 
b.1) Protocolar ou extraprotocolar
Através de livro próprio da Serventia Notarial, será 
lançado os atos notariais. Os atos devem ser lançados, 
obrigatoriamente, no livro em ordem sequencial cronológica. 
O notário pode, ainda, extraprotocolar documento 
apartado que é apresentado pela parte. 
b.2) Escrituração 
A escrituração é feita em cor preta ou azul. O tamanho 
da fonte nos atos notariais não podem ser inferiores ao corpo 
doze. 
Quando fotos integrarem o ato notarial, é recomendável 
que sejam impressas em cores. O objetivo é reproduzir 
fielmente a imagem. 
b.3) Sinal público 
Para agregar segurança jurídica aos atos notariais, são 
eles gravados por sinal público representado pela assinatura 
do notário ou seu substituto, bem como dos demais itens que 
marcam a sua identidade profissional, como, por exemplo, 
carimbos, selos e rubricas (RODRIGUES, 2013, p. 67).
Quando o notário assume a delegação, deve enviar o seu sinal público 
para o Tribunal de Justiça de seu Estado e para os demais notários do 
mesmo município.
Veja as imagens: 
FONTE: figura 1 https://www.wipi.at/brasilien/investment/cartorios/stempel%20
brasilien.htm. Acessado em 29/03/2018;
Sistema Notarial 34
FONTE: figura 2 https://br.depositphotos.com/96106284/stock-photo-notary-
stamps-signed-contract.html .Acessado em 29/03/2018;
b.4) Redação em língua nacional
Todos os atos notariais realizados no Brasil 
serão redigidos em português. É possível a utilização 
de palavras e expressões estrangeiras, desde que 
consagradas em nosso território nacional. Exemplos: 
internet, webmail, sites, etc.
Segundo prevê o Código Civil, caso compareça em 
cartório indivíduo que não conheça do vernáculo, a expressão 
de sua vontade deverá ser traduzida por tradutor público, ou, 
se não houver na localidade, pessoa idônea com conhecimento, 
para servir de intérprete. 
b.5) apostilamento ou 
reconhecimento do sinal público
O apostilamento significa aplicar 
todos os meios necessários para 
legalizar determinado documento 
para circular em outros Estados. 
Um ato notarial somente 
produz efeitos em cidade diversa 
da delegação do notário quando há 
reconhecimento de seu sinal público 
por um notário da localidade onde 
deva o documento produzir efeitos. 
Para exemplificar, mencionamos o apostilamento 
(legalização) de diploma de graduação expedido pelo 
Ministério da educação e cultura 
(MEC). 
Veja imagem de modelo de 
apostilamento:
Art. 215. A escritura 
pública, lavrada em notas 
de tabelião, é documento 
dotado de fé pública, 
fazendo prova plena.
(...)
§ 4o  Se qualquer dos 
comparecentes não souber 
a língua nacional e o 
tabelião não entender o 
idioma em que se expressa, 
deverá comparecer 
tradutor público para servir 
de intérprete, ou, não o 
havendo na localidade, 
outra pessoa capaz que, 
a juízo do tabelião, tenha 
idoneidade e conhecimento 
bastantes.
Disponível em: http://www.
tabelionatoitajai.com.br/
apostilamento-de-docu-
mentos-para-uso-no-ex-
terior-convencao-de-haia-
novo-servico-que-passare-
mos-em-breve-oferecer/. 
Acessado em 28/03/2018.
Fonte: Disponível em: http://www.tabelionatoitajai.com.br/apostilamento-
de-documentos-para-uso-no-exterior-convencao-de-haia-novo-servico-que-
passaremos-em-breve-oferecer/. Acessado em 28/03/2018. 
Vejamos, ainda, algumas perguntas e respostas sobre 
apostilamento, segundo o Conselho Nacional de Justiça:
Pergunta 1: O 
que é a Apostila 
e quando preciso 
dela? A Apostila 
é o certificado que autentica a origem de 
documento público (Exemplo: certidão de 
nascimento, de casamento, de óbito, sentença 
judicial, certificado de registro e autenticação) 
(...). As Apostilas podem, somente, serem 
expedidas para documentos emitidos em países 
que são integrantes da Convenção da Apostila, 
que sejam utilizadas em outro País membro da 
Convenção. Você precisará da Apostila caso 
cumpra todos os seguintes requisitos: • O País 
onde foi emitido o documento (origem) seja 
parte da Convenção da Apostila; • O País onde 
o documento será utilizado (destino) seja parte 
da Convenção da Apostila; • O documento 
em questão seja considerado documento 
público, de acordo com a legislação do 
País em que foi emitido; • O País onde o 
documento será utilizado requeira a Apostila 
para ser reconhecido como documento 
público estrangeiro. A Apostila nunca poderá 
ser utilizada para o reconhecimento de 
documento no País onde foi emitido (origem). 
As Apostilas são, exclusivamente, para uso 
desses documentos no exterior! A Apostila 
não pode ser requerida quando a legislação, 
os regulamentos ou práticas vigentes no 
Disponível em: http://www.
portaldori.com.br/wp-
content/uploads/2016/08/
Hapostila-de-Haia.pdf. 
Acessado em 28/03/2018.
35
País onde será utilizado tenham abolido ou 
simplificado o requerimento da Apostila, ou 
tenham excetuado o documento de qualquer 
requerimento de legalização. Tal simplificação 
ou exceção pode decorrer de outro tratado ou 
acordo que tenha entrado em vigor entre o 
pais onde o documento será utilizado e o pais 
que o emitiu (por exemplo, outra Convenção 
de Haia que tenha dispensado o documento de 
legalização ou formalidade análoga, incluindo 
a Apostila). Caso tenha alguma dúvida, entre 
em contato com o país destinatário, sobre a 
necessidade da Apostila.
(...)
Pergunta 4 A quais documentos aplica-se 
a Convenção da Apostila? A Convenção 
aplica-se somente a documentos públicos. 
A legislação local que determinará se o 
documento é ou não público. Os países 
aplicam, geralmente, a Convenção a diversos 
tipos de documentos. A maioria das Apostilas 
é expedida para documentos de natureza 
administrativa, como: certidões de nascimento, 
de casamento e de óbito; documentos 
provenientes de autoridade ou funcionário de 
determinado Tribunal ou Comissão; registros 
comerciais e outros registros; patentes; atas e 
reconhecimento de firma, além de diplomas 
escolares, universitários e outros diplomas 
acadêmicos expedidos por instituições 
públicas.
Saber mais!
Para saber mais sobre apostilamento, acesse http://www.notariado.
org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODE2NQ==. 
Acessado em 28/03/2018
b.6) Traslados e certidões
Segundo Rodrigues (2013, pág. 70) “fazem prova 
plena do documento público as certidões extraídas dos 
instrumentos ou documento lançados pelo tabelião em suas 
notas e as reproduções dos documentos públicos, desde que 
autenticadas pelo oficial público”. 
Trasladar significa reproduzir fielmente tal qual o 
documento original, para que seja entregue às partes e circule, 
permitindo que possa surtir efeitos jurídicos e legais.
3 - Menção de atos notariais em 
espécie
Passaremos a estudar os caracteres dos atos notariais 
mais frequentes na prática. São eles: 
• Autenticação de cópias de documentos:
A autenticação de cópia representa a certificação pelo 
notário da fiel correspondência entre documento e sua 
cópia. Vale ressaltar que a autenticação é realizada mediante 
apresentação do documento original perante a serventia 
notarial. Deve ser conferido o texto, aspecto da escrita 
e verificar se o documento copiado contém rasuras, ou 
elementos que evidenciem uma possível fraude. Exemplos: 
autenticação de cópia de documento de identidade, título 
eleitoral, certidão de casamento, certidão de nascimento, 
entre outros documentos. Vejamos ilustração de autenticação 
de cópia da carteira de identidade com selo e assinatura de 
representantede delegação notarial:
Disponível em http://www.ecartorios.com/artigo/copia-autenticada/ acessado 
em 28/03/2018.
Sobre o procedimento de autenticação, vejamos o 
ensinamento de Rodrigues (2013, p. 83): 
Para melhor clareza do ato notarial, o 
instrumento de autenticação constará do seu 
anverso, sempre que possível, informando aos 
destinatários sobre o ato notarial realizado. 
No entanto, em certos casos, a cópia do 
documento pode não conter espaço suficiente 
para a aposição do instrumento autenticatório, 
que pode, também a pedido da parte, ter o ato 
no verso, desde que inutilizados os espaços 
remanescentes.
O instrumento de autenticação constará 
de fórmulas consagradas pelo uso, aposto 
por carimbo ou etiqueta, sempre com a 
identificação do tabelião ou do preposto que 
realizou o ato. O sinal público deve vincular os 
diversos elementos (etiqueta, carimbos, selos, 
assinaturas), dificultando a ação de falsários. 
Para não esquecer: para autenticar um documento, 
basta levar o original e a cópia a qualquer Serventia de Notas. 
O notário ou seus representantes fazem comparação com 
o documento original, confere o estado da cópia e se não 
há nenhuma rasura ou adulteração, em seguida a cópia é 
carimbada, assinada e aplica-se o selo de autenticidade nela. 
Curiosidade: não é possível fazer autenticação de uma 
 Disponível em http://www.ecartorios.com/artigo/copia-autenticada/ 
Acessado em 28/03/2018.
Sistema Notarial 36
cópia autenticada. Só pode ser feita autenticação com o 
documento original. 
• Reconhecimento de assinatura ou firma
O reconhecimento de firma visa identificar a autoria do 
documento e lhe dar validade como manifestação de vontade. 
Portanto, o reconhecimento assinatura ou firma é ato notarial 
que determina a autoria de uma assinatura e sua vinculação ao 
documento (RODRIGUES, 2013, p. 89). 
A assinatura pode ser aposta de próprio punho, por 
procuração, a rogo, mecânica, eletrônica. 
Mas... Quais são as 
características próprias do 
reconhecimento de assinatura ou 
firma
a) Identificadora: reconhecimento eficaz da autoria do 
documento;
b) Vinculativa: vincula o teor do documento ao autor 
da declaração de vontade;
c) Probatória: permite identificar e constituir prova de 
que o autor da firma é quem firmou o documento.
O reconhecimento de firma pode ser por autenticidade, 
isto é, o notário declara que o documento foi firmado na sua 
presença, ou por semelhança, em que o notário declara 
que a assinatura constante em determinado documento 
é semelhante a outra presente em ficha de assinaturas 
previamente depositada no Serviço Notarial pela parte 
signatária (RODRIGUES, 2013, p. 92).
Observação: o ato de reconhecimento de firma, letra ou 
sinal inicia-se pela identificação da pessoa física ou jurídica, e 
pela abertura do cartão de firmas ou ficha-padrão.
O documento hábil para identificar a pessoa jurídica é o contrato 
social, sua consolidação ou eventuais alterações e a indicação da 
inscrição no CNPJ/MF
O cartão de firma ou ficha-padrão é a cártula na qual a parte estampa 
o seu padrão gráfico de assinatura, e que, depositado na Serventia 
Notarial, serve de modelo para futuras confrontações. A partir do 
depósito do cartão de firmas, a parte pode realizar inúmeros atos de 
reconhecimento (por semelhança) de sua assinatura. 
Algumas casuísticas de reconhecimento de firmas 
apresentadas por Rodrigues (2013, p. 102)
7.2.6 Casuística do reconhecimento de 
firmas
7.2.6.1 Reconhecimento de firma 
em documento assinado por pessoa 
semianalfabeta
É possível abrir a ficha-padrão para o 
reconhecimento de firma em documento 
assinado por pessoa semialfabetizada, com 
pouco discernimento, fazendo anotação de tal 
circunstância no verso da ficha. Para preservar 
Feita por pessoa que assina a 
pedido de quem não pode ou 
não sabe assinar.
o interesse da parte, é recomendável consignar 
no verso da ficha ou no sistema informático 
a menção “Reconhecer somente na presença 
do depositante” ou “Assessorar nos atos a 
serem reconhecidos”, para manter a segurança 
jurídica e a eficiência do atendimento.
7.2.6.2 Reconhecimento de firma de 
dirigente em representação da empresa
No Brasil, o notariado não costuma dar fé 
da representação em reco¬nhecimento de 
firma de pessoa jurídica. O reconhecimento 
é tão somente da pessoa física que assina o 
documento. Assim, não há certeza notarial da 
representação.
Não obstante, é possível o reconhecimento 
da firma que assegura que a assinatura lançada 
é de fulano que representa legalmente a 
empresa X. Neste caso, o tabelião arquivará 
o contrato social ou estatuto devidamente 
registrado, com as últimas alterações, se 
houver. O representante legal da empresa 
é responsável pela informação e entrega das 
eventuais alterações ou o tabelião pode exigir 
certidão atualizada para a realização de tal 
reconhecimento.
7.2.6.3 Reconhecimento de firma em título 
de crédito
É recomendável que o reconhecimento de 
firma em nota promissória ou em outros títulos 
de crédito, bem como em recibos de quitação, 
seja exclu-sivamente por autenticidade.
7.2.6.4 Reconhecimento de firma em 
documento de transferência de veículo
Neste tipo de documento, o reconhecimento 
por autenticidade é obriga-tório (Resoluções 
CONTRAN ns. 664/86 e 310/09, no Estado 
de São Paulo também a Portaria DETRAN n. 
1.606/05).
7.2.6.5 Reconhecimento de firma de 
pessoa já falecida
É possível o reconhecimento por semelhança 
de assinatura de pessoa já falecida (art. 5-, II 
e XXXVI, da Carta Magna e art. 6o da Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro - 
Decreto-lei n. 4.657/42).
Fonte: BRANDELLI, Leonardo.  Teoria Geral do Direito 
Notarial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p. 102.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da quarta aula. Esperamos 
que agora tenha ficado mais fácil entender o sistema 
notarial.
Feita por pessoa que assina a 
pedido de quem não pode ou 
não sabe assinar.
37
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS NOTARIAIS
Caros(as) alunos(as),
Na quarta aula, falamos sobre um tema muito interessante, 
a classificação dos atos notariais. De acordo com o artigo 6º 
da Lei 8.935/94, os atos notariais podem ser classificados em 
autenticatórios ou formalizadores de atos e negócios jurídicos. 
1 – Classificação doa atos notariais
Na primeira seção foram classificados os atos notariais: 
• Formalização da vontade das partes interessadas 
(exemplo: contrato de compra e venda);
• Autenticação de fatos (Ata notarial);
• Autenticação de documentos.
2 – Forma notarial 
Na seção 2, tratamos sobre os requisitos intrínsecos 
e extrínsecos dos atos notariais, essencial para ratificar a 
declaração de vontade das partes interessadas. 
3 – Menção dos atos notariais em espécie 
Já na seção 3, foram trabalhados os atos notariais em espécie 
de reconhecimento de firma e autenticação de documento.
Vale a pena
BRANDELLI, Leonardo. Teoria Geral do Direito 
Notarial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.
RODRIGUES, Felipe Leonardo, GAIGER 
FERREIRA, Paulo Roberto, Tabelionato de Notas, São Paulo, 
Saraiva, 2013.
Vale a pena ler
ATA NOTARIAL E SUA EFICÁCIA NA PRODU-
ÇÃO DE PROVAS COM FÉ PÚBLICA DO TABELIÃO 
NO AMBIENTE FÍSICO E ELETRÔNICO. Disponível 
em: <http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19le
GliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MzM5Mg==&filtro=9&
Data=>. Acesso em: 28 de março 2018. 
A IMPORTÂNCIA DA ESCRITURA PÚBLICA 
NAS AQUISIÇÕES DE IMÓVEL. Disponível 
em: <https://bernardocesarcoura.jusbrasil.com.br/
noticias/183465648/a-importancia-da-escritura-publica-
nas-aquisicoes-de-imovel>. Acesso em: 28 de março 2018. 
Vale a pena acessar
Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” 
ou “Quadro de Avisos” para se comunicar com o (a) professor(a). 
Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem. Sucesso!!!!
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