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MÁQUINAS CNC Renato de Brito Sanchez , 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO AO COMANDO NUMÉRICO ............................................... 3 2 PROGRAMAÇÃO E OPERAÇÃO CNC ......................................................... 7 3 PROGRAMAÇÃO CNC I ........................................................................... 13 4 PROGRAMAÇÃO CNC II .......................................................................... 16 5 LINGUAGEM E OPERAÇÃO ..................................................................... 24 6 MANUFATURA ASSISTIDA POR COMPUTADOR...................................... 30 , 3 1 INTRODUÇÃO AO COMANDO NUMÉRICO Quando nos referimos à sigla “CNC” estamos falando do “Computer Numeric Control”, em potuguês: “Controle Numérico Computadorizado”, um controlador digital que pode controlar máquinas. Vários eixos podem ser controlados ao mesmo tempo através de uma lista de movimentos escritos em um código específico (código G). Na década de 1940, o NC (Controle Numérico) foi desenvolvido e posteriormente evoluiu para o CNC. A utilização do CNC permite a produção de peças complexas com alta precisão, principalmente quando associadas aos programas CAD/CAM. A entrada do CNC na indústria mudou o processo industrial profundamente. Hoje, curvas são facilmente cortadas, a complicada estrutura tridimensional tornou-se relativamente fácil de produzir e o número de etapas no processo foi bastante reduzido sob a intervenção do operador. O CNC também reduz o número de erros humanos (o que melhora a qualidade do produto, reduz o retrabalho e o diminui o desperdício), simplifica a linha de montagem e a torna mais flexível, pois a mesma linha de montagem agora pode ser usada em comparação com os processos de produção tradicionais, que levam muito mais tempo para produzir outro produto. Com o desenvolvimento da tecnologia da informação e a crescente interação com os usuários, códigos e linguagens de máquina também foram desenvolvidos. 1.1 O advento das Máquinas CNC No primeiro lote de máquinas-ferramentas equipadas com unidades CNC, o programa foi implementado externamente e algum suporte físico (cartão, fita perfurada, disquete etc.) teve que ser utilizado para transferi-lo propriamente para o controlador. Esses programas podem ser iniciados ou interrompidos, mas não podem ser modificados ou editados. Devido ao tamanho da ferramenta e do aparato de suporte, , 4 a correção geométrica deve ser prevista com antecedência, durante o procedimento de programação, e o operador deve montar a ferramenta de acordo com os fatores considerados (correção manual). Atualmente, computadores como o UC permitem que os operadores iniciem/encerrem os programas, também podem modificar (editar) programas próximos à máquina e manipular dados inserindo e emitindo dispositivos periféricos. As medidas da ferramenta (comprimento, raio etc.) são definidas durante a operação ou na inicialização e não têm nada a ver com o programa. Durante o processo, esses dados serão automaticamente integrados à programação (código próprio) para as correções relacionadas. Portanto, o operador pode editar o programa com menos informações no começo do trabalho, de modo que ele só poderá especificar a ferramenta (correção automática) nesta etapa. 1.2 Operações na máquina de comando numérico A máquina CNC se assemelha bastante a uma máquina conhecida como “torno mecânico”, a grande diferença entre elas é a automatização de partes do processo que acontecem no CNC, enquanto no torno mecânico as operações são todas manuais. Hoje encontramos uma grande variação nas operações de um CNC, assim como uma grande variabilidade de máquinas. Dentre elas podemos citar: Torno Universal, Vertical e Horizontal; Fresadora Universal, Vertical, Horizontal e Caracol; Jato de água; Furadeira de bancada, de coluna e radial; Entalhadeira; Puncionadeira; EDM – Eletroerosão, a fio e a penetração; e Retificadora. As máquinas-ferramentas CNC também são amplamente utilizadas na indústria de marcenaria para realizar diversas operações, como fresagem (semelhante à fresagem) e perfuração. A tecnologia CNC também é usada em vários sistemas de letras e gravações. Existem ainda máquinas CNC utilizadas na indústria elétrica, como máquinas de enrolamento CNC, terminais CNC e equipamentos de posicionamento de soldagem. , 5 1.3 Espaço geométrico tridimensional Quando nos referirmos a uma figura tridimensional, logo pensamos em uma pirâmide. Qualquer observador notará que, por exemplo, as pirâmides localizadas no Egito têm como base um quadrado, que são figuras bidimensionais. Porém, acima do quadrado, há um grande número de pedras sobrepostas até o topo da pirâmide. As medidas de figuras geométricas tridimensionais com as quais trabalhamos são: comprimento, largura e profundidade. Figura 1.1 – Pirâmide tridimensional Fonte: SILVA (s. d., s. p.). Através de análise da figura acima, podemos observar que a vista superior da pirâmide tem o mesmo formato de sua base. Portanto, quando visto de cima, apenas gráficos bidimensionais podem ser vizualizados. É necessário girar a pirâmide para percebermos sua profundidade. O mesmo ocorre com a vista lateral do quadrado, também é necessário rotacioná-lo para compreender suas dimensões. , 6 Conclusão Nesse bloco fomos introduzidos ao comando numérico, um controlador que nos permite ter autonomia sobre a máquina através de uma lista de programa escrito em código. Vimos também que as máquinas-ferramentas CNC se diferenciam das máquinas convencionais pelo fato de serem controladas por computador, ou seja, são automatizadas e, portanto, são responsáveis pela revolução tecnológica na indústria de produção seriada e em lotes. REFERÊNCIAS SILVA, L. P. M. "Dimensões do espaço". In: Brasil Escola. Disponível em: <https://bit.ly/3ln79rX>. Acesso em: 30 nov. 2020. , 7 2 PROGRAMAÇÃO E OPERAÇÃO CNC A programação CNC é a codificação, em linguagem específica, das instruções, comandos, dimensões e funções auxiliares necessárias à fabricação de peças. Para utilizá-la são necessários conhecimentos matemáticos e tecnológicos, assim como conhecer as características da máquina CNC, normalizadas pela ISO 6983. Essa programação pode ser realizada tanto manualmente quanto de forma computadorizada. Ferramentas como CAD ou CAM podem realizar essa tarefa, no entanto, a programação manual é mais limitada em relação à geometria, apresenta maior possibilidade de erro e é mais demorada. A programação CAD/CAM possui muitos benefícios, além de gerar o programa de forma mais rápida, há a possibilidade da simulação, o que permite a prevenção de erros. 2.1 Leitura do desenho mecânico de detalhamento Os desenhos técnicos têm a função de transmitir com precisão todos os elementos característicos dos objetos que representam. Para tanto, os projetistas devem seguir regras previamente estabelecidas, as normas técnicas. Portanto, todos os elementos do projeto técnico devem seguir padrões técnicos, ou seja, são padronizados. De acordo com suas regras específicas, cada área profissional possui seu próprio desenho técnico. A execução de desenhos técnicos mecânicos envolve o trabalho de diversos profissionais, os que planejam as peças são engenheiros ou designers. Primeiro, o profissional imagina a aparência da obra. Em seguida, ele expressa seus pensamentos por meio de esboços, ou seja, desenhos técnicos à mão livre. O esboço é a base para desenhos detalhados. Então, temos a etapa intermediária do processo de formulação do projeto, que ainda pode sofrer alterações. Depois de aprovados, os desenhos correspondentes à solução final do projeto serão executados pelo projetista técnico. O , 8desenho técnico final (também denominado desenho executivo) contém todos os elementos necessários para sua compreensão. O projeto executivo, que pode ser concluído na prancheta e no computador, deve obedecer rigorosamente a todas as normas técnicas da área a qual pertence. Os respectivos desenhos mecânicos estarão prontos e serão executados pelo profissional, que deve ler e interpretar os desenhos técnicos explicativos para a execução do trabalho. Quando um profissional consegue ler e interpretar o desenho técnico corretamente, ele pode até imaginar com precisão a aparência da peça antes mesmo da execução. Portanto, é necessário conhecer as normas técnicas nas quais os desenhos se baseiam e os princípios de representação de figuras geométricas descritivas. A seguir temos um exemplo de um desenho técnico mecânico. Figura 2.1 – Exemplo de um desenho técnico mecânico Fonte: FERREIRA; SILVA (2016). 2.2 Avaliação do tipo de material a ser usinado A capacidade dos materiais a serem processados depende das propriedades da interação entre o processo de fabricação e as propriedades do material da peça. , 9 No que diz respeito ao aço, por exemplo, a composição química, a microestrutura, o tratamento térmico e o tratamento mecânico têm influência significativa na capacidade de usinar desses materiais metálicos. Arfeld e Hanum (1977) afirmam que a capacidade de usinar do material pode ser estabelecida por um valor de comparação, que representa um conjunto de critérios para o desempenho de processamento de um determinado material em relação a outro material. Essas características são: a vida útil da ferramenta, o acabamento superficial das peças da força de usinagem, a produtividade da máquina com temperatura de corte e as características do cavaco. As consequências dessas medidas são de difícil análise, devido ao número de variáveis no processo de intervenção. Na indústria, a avaliação mais representativa da capacidade de usinar do aço ou do ferro fundido é realizada pelo custo de produção de um conjunto de peças em uma máquina-ferramenta. As peças devem atender aos requisitos de avaliação de qualidade para ter tolerância dimensional, acabamento superficial e integridade funcional. Considerando que esses fatores são necessários, o menor custo das peças só pode ser alcançado através da alta produtividade, obtida com alta velocidade de corte e baixo desgaste da ferramenta. 2.2.1 Escolha das ferramentas utilizadas A escolha da ferramenta ideal para um processo de usinagem em um comando numérico depende do processo de usinagem a ser realizado. Portanto, precisamos voltar para as operações que encontramos dentro de processo de usinagem. É necessário que o preparador tenha conhecimento da máquina e de todo o processo que será executado. Essa escolha passa pela definição da operação, por exemplo, cilindramento, perfilamento, sangramento, roscamento, usinagem no diâmetro externo, no diâmetro interno, entre outras. A partir disso definimos o tipo de material a ser usinado, pois a ferramenta tem a sua especificação mediante sua respectiva dureza. E por fim, decidir , 10 o tipo de acabamento que busca na peça, seja um desbaste mais bruto ou um acabamento justo para pistões, por exemplo. 2.3 Definição dos processos de usinagem Chamamos de “processo de usinagem” todos os processos de fabricação nos quais ocorre a remoção de material sob a forma de cavaco. A remoção de material ocorre através da interferência entre a ferramenta e a peça, sendo que a ferramenta deve ser constituída de um material de dureza e resistência muito superior ao do material da peça. É um estudo baseado na mecânica (cinemática, atrito e deformação), na termodinâmica (geração e propagação de calor) e nas propriedades dos materiais. 2.3.1 Processos de torneamento CNC O processo de torneameto CNC se dá onde a peça executa o movimento de corte rotativo e a ferramenta realiza o movimento de translação de avanço. Geralmente é utilizado na fabricação de peças simétricas de revolução. A imagem abaixo mostra os tipos de torneamento em uma peça cilíndrica. Figura 2.1 – Tipos de torneamento Fonte: GEOCITIES (s. d., s. p.). , 11 2.3.2 Processos de fresamento CNC Ao tratarmos de Fresamento, a CNC é um processo utilizado para produzir peças e componentes metálicos com geometrias diversificadas, utilizando máquinas multi- eixos controladas numericamente, denominadas “Centros de Usinagem a CNC”. A partir de um desenho técnico, o operador deve desenvolver um programa CNC utilizando o software de Computação de Usinagem Assistida (CAM) para a fabricação das peças. O Fresamento CNC se difere do torneamento quanto a geometria das peças, pois ao contrário do torneamento, além de ser possível trabalhar com diâmetros em peças cilíndricas, podemos também manusear suas bases retangulares. Vejamos algumas operações realizadas por meio do fresamento. Figura 2.3 – Operações de fresamento Fonte: RENDER (s. d., s. p.). , 12 Conclusão Neste bloco nos familiarizamos com a programação e classificação específica da linguagem CNC, com instruções, comandos, dimensões e funções auxiliares necessárias para a pré-programação no processo de usinagem das máquinas CNC. Vimos também a importância da elaboração e leitura do desenho técnico mecânico, assim como sua interpretação de cortes e hachuras. Nos aprofundamos nos processos de usinagem, como a avaliação do material a ser usinado, a escolha correta das ferramentas de usinagem e seus processos de torneamento e fresamento nas máquinas CNC. REFERÊNCIAS ARFELD, E. D; HANUM, A. L. “Aços de corte fácil de baixo carbono”. In: Metalurgia – ABM, v. 33, n. 241, p.773-776, dez. 1977. “Curso Programação CNC para Fresamento”. In: Render. Disponível em: < https://bit.ly/3odnFfI >. Acesso em: 30 nov. 2020. FERREIRA, J; SILVA, R. M. “O que é Desenho Técnico”. In: Telecurso 2000 – SENAI, 2016. Disponível em: <https://bit.ly/2JrkDWr>. Acesso em: 30 nov. 2020. “Processos de fabricação: torneamento”. In: Geocities. Disponível em <https://bit.ly/39uGV4A>. Acesso em: 30 nov. 2020. , 13 3 PROGRAMAÇÃO CNC I 3.1 Características e dispositivos de Máquinas CNCs A análise do processo de fabricação de determinado produto depende diretamente das características da peça, a partir daí a programação CNC é introduzida. Em seguida, é necessário escolher como corrigir as peças, as ferramentas, a sequência de processamento e as condições de processamento. Escrever um programa CNC é uma tarefa bastante minuciosa, pois envolve uma série de informações relacionadas à geometria da peça, ao tipo de máquina, às ferramentas disponíveis e a todas as bases de processamento necessárias para obter o produto desejado com determinada característica. Quando falamos de máquinas CNC estamos falando de medição, dispositivos de fixação, ferramentas de corte e parâmetros da máquina. Por exemplo, os dispositivos para fixação de peças em máquinas CNC, que vão desde simples placas pneumáticas para tornos, até sofisticados sistemas hidráulicos ou eletroeletrônicos comandados por computadores e carregados/descarregados por robôs. A sofisticação depende da necessidade do processo e da questão financeira, em outras palavras, do custo- benefício. 3.2 Principais linguagens de programação Ao tratarmos de linguagem CNC devemos saber que a sua linguagem de programação dependerá da máquina na qual será realizado o processo. Existem diversos fabricantes de máquina CNC, e a linguagem de programação varia de acordo com o fabricante. Acompanhe abaixo alguns dos principais fabricantes: • Siemens; • Heidenhain; • Mitsubishi; , 14 • Ge Fanuc; • Fadal; • Fidia; • Fagor. 3.3 Eixos de referência Grande parte do programa consiste em coordenadasde pontos apontando para a distância do eixo. Essas coordenadas X, Y e Z são usadas para o movimento das ferramentas, assim como seu posicionamento em relação à peça de trabalho, junto às instruções que determinam o uso da máquina-ferramenta e servem como referência. Geralmente, nove eixos padrão são usados na usinagem CNC. Três deles são os familiares eixos lineares primários, com movimentos X, Y e Z (lineares), respectivamente. Os três eixos rotativos principais (A, B e C) são usados para identificar arcos ou movimentos circulares, como o eixo principal de um cilindro, de um torno giratório programável ou um cabeçote de fresagem articulado com movimento da alça (movimento giratório, mas incompleto). Finalmente, temos três eixos auxiliares em linha reta, chamados de eixos auxiliares lineares (U, V e W). Eles são adicionados ao sistema para produção multieixo, às vezes chamada de usinagem multitarefa. A imagem a seguir mostra um jeito fácil, conhecido como “Regra da mão direita”, de compreender os três principais eixos do plano cartesiano no Comando Numérico. , 15 Figura 3.1 – Regra da mão direita Fonte: RODRIGUES (s. d., s. p.). Conclusão Neste bloco nos familiarizamos com as características e dispositivos das máquinas CNC, envolvendo informações relacionadas a geometria das peças, tipos de máquinas e ferramentas disponíveis para cada operação de usinagem. Foi abordado um estudo sobre os eixos das coordenadas das máquinas, assim como suas referências dentro da programação. Conhecemos uma técnica capaz de nos auxiliar na identificação das coordenadas, conhecida como regra da mão direita, responsável pela identificação dos três principais eixos X, Y e Z. REFERÊNCIAS RODRIGUES, A. Manufatura Assistida por Computador. São Paulo: EESC – USP, s. d. Disponível em <https://bit.ly/3lhNKZq>. Acesso em: 30 nov. 2020. , 16 4 PROGRAMAÇÃO CNC II 4.1 Operações de ajuste na bancada com ferramentas Ao trabalharmos com uma peça mecânica muita vezes não conseguimos retirar a peça 100% finalizada, dessa forma necessitamos realizar alguns ajustes na bancada. Há uma infinidade de ferramentas que podem ser utilizadas, e de operações que podem ser realizadas manualmente para dar acabamento ou alterar alguns aspectos físicos da peça. Normalmente utilizamos o recurso da morsa, grampo ou algum outro suporte para fixar a peça na bancada. Então, teremos diversas opções para o processo de ajustagem. Alguma delas são lima, serra, machos e cossinetes, alargadores, rebarbador, ferramentas de traçagem, riscador ou gaminho, entre outros. Na figura abaixo vemos um exemplo de ajustagem em uma bancada. Figura 4.1 – Exemplo de limagem com peça fixada na morsa Fonte: DERVAL (2016). , 17 4.1.2 Operações na plaina limadora Chamamos de aplainamento uma operação de usinagem realizada por uma máquina denominada plaina, incluindo a obtenção de uma superfície plana em posição horizontal, vertical ou inclinada. A plaina limadora é uma máquina que realiza operações de esquadrejamento, canais, estrias, rebaixos e chanfros. Originalmente constituída de uma mesa para fixação das peças, essa máquina apresenta movimentos no sentido transversal e vertical através de fusos ligados a manivelas. Em máquinas automatizadas essas manivelas não existem e são substituídas por fusos ligados a um motor de passo. 4.1.3 Operações na fresadora A ferramenta rotativa passa pelo metal, fazendo com que sua remoção pareça um trabalho feito em um material macio e maleável. Essa é a operação de fresamento, que envolve a remoção do excesso de material da superfície da peça para lhe fornecer a forma e o acabamento necessários. A retirada é feita por meio de uma combinação dupla de movimentos que ocorrem simultaneamente: a rotação da ferramenta e o avanço da peça. Na fresagem, o processo de corte é intermitente, assim como a espessura do cavaco é variável. Em todo momento que a ferramenta é girada, suas arestas removem uma certa quantidade de material da peça em processo. A máquina-ferramenta conhecida pelo processo de fresagem é denominada fresadora. Essas máquinas são fabricadas para garantir a retirada dos cavacos da superfície usinada, garantindo assim a movimentação correta da obra. As ferramentas responsáveis por este processo de remoção de material são cortadores, que geralmente possuem múltiplas arestas dispostas em torno de seu eixo de rotação. A figura a seguir mostra uma das operações de fresamento. , 18 Figura 4.2 – Fresamento frontal e periférico Fonte: MASCARENHAS (2016). 4.1.4 Operações no torno mecânico O torno é uma máquina-ferramenta que pode usinar peças com formas geométricas cilíndricas. Essas máquinas-ferramentas são operadas girando uma peça de trabalho com uma única porca fixada em uma cabeça de placa de três ou quatro porcas ou uma peça de trabalho fixada entre os pontos de centralização, enquanto pressiona uma ou mais ferramentas de corte em um movimento positivo ajustável de acordo com o apropriado. Nas condições técnicas, o material denominado cavaco é removido da superfície da peça. Esta é uma máquina-ferramenta de muita versatilidade para a fabricação ou acabamento de peças. Para isso, uma placa é usada para fixar a peça. Se as placas são cilíndricas, essas placas podem ser três castanhas, agora se o formato das placas é retangular, elas podem ser quatro castanhas. A máquina pode processar várias peças mecânicas: ela pode converter matérias-primas em peças que podem ter seções transversais circulares, assim como a combinação dessas seções transversais. Em sua essência, essa máquina é uma unidade em forma de caixa que suporta uma estrutura chamada cabeça fixa. A composição da máquina também inclui duas superfícies de guia chamadas barramentos, que são endurecidas e retificadas para têmpera e requisitos de precisão. O barramento é a base do torno, pois suporta a maioria de seus acessórios, como telescópios, cabeçotes fixos, móveis etc. Para o , 19 movimento longitudinal, o torno básico possui um carro principal e um auxiliar para movimentos precisos, enquanto para o movimento horizontal possui um carro transversal. As principais operações executadas por um torno são: rosquear, sangrar, facear, broquear, cilindrar, tornear cônico, mandrilar, perfilar e, por fim, o torneamento cilíndrico, que pode ser interno ou externo. Na imagem abaixo podemos ver o desenho técnico da máquina torno mecânico horizontal, que é a mais comum, evidenciando cada componente desta máquina- ferramenta. Figura 4.2 – Desenho técnico do torno mecânico horizontal Fonte: PORTO et. al. (2008). , 20 4.2 Características e recursos operacionais 4.2.1 Torno CNC O torno CNC se assemelha ao torno mecânico (convencional), sua principal diferença é a automatização. O torno CNC pode ser considerado um torno mecânico automatizado que é utilizado para usinagem de precisão, possuindo um controle numérico computadorizado, foi originalmente fabricado para a produção de peças rotativas ou cilíndricas para usinagem, e possui duas bases denominadas “barramentos”, sobre as quais correm dois eixos. Um é o eixo X, que determina o diâmetro da peça, e o outro é o eixo Z, que determina o comprimento da peça. O meio de fixação das peças é composto por castanhas que são fixadas à placa conectada ao eixo central do torno CNC, denominado eixo principal. Também podemos usar um ponto de alinhamento fixo no corpo principal. O ponto de alinhamento geralmente está localizado no barramento do eixo Z, oposto à placa e ao osciloscópio. O osciloscópio está localizado entre a placa e o ponto, e geralmente é usado para fixar blocos longos. Com o uso de planos cartesianos para usinagem de torno CNC e eixos X e Z paramovimento linear e circular, podemos determinar todos os contornos possíveis no torno CNC. No entanto, em serviços de usinagem, também podemos equipar o torno com outros eixos (como os eixos Y e C) e ferramentas acionadas na torre, para usinar peças complexas (como no caso de furos deslocados do eixo Z, devem ser usados planos de fresagem do eixo Y e use o eixo C para sincronizar contornos mais complexos com outros eixos). 4.2.2 Fresadora CNC Podemos distinguir uma fresadora CNC de uma fresadora tradicional de várias formas, ao olhar para uma fresadora CNC, você notará os componentes com os quais já está , 21 familiarizado, como o cabeçote da máquina e a bancada. No entanto, perceberá que faltam muitos outros recursos da obsoleta fresadora tradicional. Para começar, não há alça, não há alavancas e nem tabelas para determinar a rotação e o avanço. Por outro lado, veremos um painel repleto de botões, teclas e luzes coloridas. A tela é como um monitor que dispõe diversas informações, as quais um técnico já está habituado. Os componentes elétricos e eletrônicos estão localizados no gabinete dentro da máquina e são os responsáveis por controlar sua operação. Dentre eles, destaca-se o Controle Numérico Computadorizado (CNC), que é o principal responsável pela movimentação da máquina. O desenvolvimento tecnológico das fresadoras levou aos chamados centros de usinagem. O centro de usinagem é na verdade uma fresadora, e outros sistemas mecânicos e eletrônicos foram adicionados à fresadora para obter uma máquina- ferramenta mais versátil. Cada centro de usinagem possui um dispositivo denominado magazine de ferramentas. A revista tem a função de hospedar um determinado número de ferramentas, essas ferramentas podem chegar a mais de cem. Uma revista geralmente consiste em uma cabeça giratória e uma almofada. A cabeça rotativa, também chamada de torre ou revólver, quase não tem ferramentas. Correias transportadoras ou correntes arrastam o porta-ferramentas e seguram um grande número de ferramentas para facilitar operações múltiplas simultâneas. 4.3 Operações na mandrilhadora, corte de dentes de engrenagem, uso do cabeçote divisor A função de mandrilhar pode ser definida como uma operação de usinagem para furos pré-fabricados, forjados ou extrudados com ferramenta de forma geométrica definida, na qual tanto as ferramentas quanto as peças podem realizar movimento rotacional. Segundo a empresa Sandvik, esse processo também é chamado de torneamento interno e é usado para aumentar o diâmetro de furos anteriormente realizados por outros processos de furação ou fundição. , 22 De acordo como o procedimento, o mandrilhamento, também chamado de mandrilagem, pode ser cilíndrico, cônico, radial ou esférico. Por meio da perfuração, podemos obter superfícies cilíndricas ou cônicas, que geralmente ficam em espaços de difícil acesso, e os eixos são completamente paralelos entre si. Quando falamos na execução de engrenagens em uma mandrilhadora, utilizamos um cabeçote divisor, mecanismo que permite girar a obra sucessivamente de um determinado ângulo, de modo a possibilitar a fresagem de peças que têm a seção em forma de polígono regular (quadrado, hexágono etc), a execução de sulcos regularmente espaçada (alargadores, machos etc.), e, claro, a abertura de dentes de engrenagens. Abaixo vemos a imagem de um divisor atuando em um parafuso sem fim, veja: Figura 4.3 – Elementos do cabeçote divisor Fonte: DOC PLAYER (s. d., p. 3). Conclusão Neste bloco conhecemos o universo da ferramentaria, com as operações de ajustes em bancadas e ferramentas como lima, serra, macho, morsa, entre outras. Observamos que o aplainamento se trata de uma operação de usinagem que consiste em obter , 23 superfícies planas, seja na horizontal, vertical ou até mesmo inclinada, capaz de realizar operações de esquadrejamento, canal, estria, rebaixo ou chanfros. Vimos sobre operações na fresadora convencional e no torno mecânico, e a sua evolução para as máquinas CNC, nas quais a manivela foi substituída por um programa computadorizado, realizando propriamente operações automaticamente por meio de um software programável. REFERÊNCIAS “Cabeçote Divisor”. In: DOCPlayer. Disponível em: <https://bit.ly/33Dv2Fx>. Acesso em: 30 nov. 2020. LIMA, D. L. Ajustagem mecânica. Barreiras: SENAI – BA, 2016. Disponível em: <https://bit.ly/3ojM17V>. Acesso em: 30 nov. 2020. MASCARENHAS, R. “Quais forças são exercidas no processo de fresamento?” In: CURSOS GURU, 2016. Disponível em: <https://bit.ly/3g355UP>. Acesso em: 30 nov. 2020. PORTO, A. J. V; FORTULAN, C. A; DUDUCH, J. G; MONTANARI, L. Desenho técnico mecânico II. In: EESC, 2008. Disponível em: <https://bit.ly/2KVWSq1>. Acesso em: Nov. 2020. , 24 5 LINGUAGEM E OPERAÇÃO 5.1 Linguagem de programação Existe uma grande varidade de linguagens de programação, no CNC podemos citar três que se destacam: CIM, FMS e CAM. O software mais utilizado na indústria hoje é a linguagem CAM. O programa é gerado por uma sucessão de instruções, que devem ser interpretadas pelo sistema CNC e convertidas em movimento da ferramenta e em comportamento funcional da máquina. A CAM permite funções com suas próprias especificações, como: • Definição e visualização da matéria prima; • Definição do modo de fixação da peça; • Configuração das ferramentas a serem utilizadas e os mais eficazes parâmetros de usinagem; • Verificação do caminho da ferramenta, evitando colisão com o material; • Verificação da utilização das ferramentas selecionadas, observando se irá restar algum material a remover da peça ao final do programa; • Visualização rapida da simulação da usinagem, possibilitando que o programador teste diversas estratégias e escolha a melhor solução para cada peça; • Previsão com enorme eficácia do período de usinagem; • Visualização da peça acabada. , 25 5.1.2 Funções preparatórias Dentro da linguagem de preparação existem funções preparatórias na programação de um CNC. Estas funções são responsáveis por criar atalhos na programação, afim de enxugar o programa, deixando-o menos extenso. Tais associações de funções também podem ser denominadas “códigos G”, pois definem o que a máquina faz, prepara-a para realizar determinadas operações ou para receber determinadas informações. Essas funções podem ser: a) Modais: Após a programação, os códigos permanecerão na memória de comando e são válidos para todos os blocos subsequentes, a não ser que sejam modificados por outra função; b) Não modais: Estas funções devem ser programadas quando necessárias, ou seja, só são válidas no bloco que as contêm. 5.1.3 Auxiliares As funções Auxiliares ou Miscelâneas abrangem os recursos da máquina não cobertos pelas funções preparatórias. São conhecidos como código M. O comando M é uma opção ou função adicional. Os comandos M podem ser usados sozinhos ou em conjunto com outro comando no bloco de programa, mas cada bloco pode ter apenas um comando M, caso contrário, será gerado um alarme de repetição de comando. Os comandos do mesmo grupo se cancelam. Portanto, o último comando M programado cancela o comando anterior no mesmo grupo. A possibilidade de execução destes comandos M depende do tipo de máquina e dos acessórios utilizados. Abaixo, encontramos algumas funções de programação M dentro do CNC: • M00: Parada programada; • M02: Fim de programa; • M03: Rotação da árvore à direita; , 26 • M04: Rotação da árvore à esquerda; • M05: Desliga o eixo-árvore sem orientação; • M06: Libera o giro da torre para troca ferramenta; • M08: Liga refrigeração; • M09: Desliga refrigeração. 5.1.4 Ciclos automáticos O ciclo automático é baseado em uma série de funções de preparação pré- determinadas, que realizam operaçõesde usinagem por meio de uma única instrução de programação. Essa instrução de programação controla automaticamente o movimento de todos os eixos e o uso das funções auxiliares nelas contidas. Os ciclos automáticos ajudam, portanto, a realizar operações complexas, como desbaste, rosqueamento, furação etc., pois eliminam a necessidade de informações de programação repetidas. 5.2 Parâmetros tecnológicos de usinagem Ao associar parâmetros de processamento convencionais e tecnológicos, embora o processo seja automatizado, constatamos que existem alguns aspectos semelhantes em que precisamos fornecer parâmetros para o sistema, temos a definição de alguns parâmetros segundo Wrublak (2008): • Profundidade de usinagem: Este parâmetro tem pouco efeito sobre o desgaste e rugosidade da ferramenta, e o parâmetro está relacionado à quantidade de material retirado, falando em custo, deve-se utilizar a maior profundidade do corte possível, ainda mais em relação à operação de desbaste; , 27 • Avanço: Ao selecionar este parâmetro, o modo da ferramenta, assim como seu material, o acabamento da superfície e a potência da máquina devem ser considerados. Conforme o progresso aumenta, uma redução no consumo de energia é alcançada. Portanto, a rotação e o avanço da ferramenta serão mantidos constantes, e o consumo de energia da ferramenta com um número menor de dentes será reduzido; • Velocidade de corte: Este é considerado o parâmetro que tem maior impacto na vida útil da ferramenta. Como é o parâmetro que determina a eficiência de corte no procedimento de usinagem, é necessário utilizar alta velocidade de corte e valor correto de avanço na etapa de acabamento, o que proporcionará um corte efetivo do material, constituindo um valor de acabamento satisfatório. Os parâmetros acima têm um impacto significativo no custo, na execução e no acabamento. Quanto maior a profundidade de usinagem maior será a carga sobre a ferramenta, se o avanço for excessivo e a velocidade de corte não estiver de acordo com os parâmetros de avanço e profundidade de corte, o esforço sobre a ferramenta será grande e pode causar sua deflexão. 5.3 Programação manual A programação manual é a conversão do conteúdo que os programadores em códigos de processamento realizam. É neste estágio que programadores excelentes podem desempenhar um papel, criar, otimizar e colocar toda sua energia e experiência no programa em execução. Nesse caso, o tempo de design do programa se tornará um projeto de fundo, e o resultado final do seu trabalho é o fator mais importante. No caso de uma produção não seriada, ou seja, na qual é fabricada apenas uma quantidade pequena de peças, a programação manual é mais fácil, pois em pouco tempo será trocado o programa para inserção de outras peças com outra , 28 programação, portanto não vale a pena perder tempo com uma programação mais sofisticada. 5.3.1 Simulação de operações em torneamento e fresamento CNC, utilizando softwares Mesmo existindo diversos softwares para auxiliar na programação dessas máquinas, os chamados softwares CAM, sigla que pode ser traduzida como "manufatura auxiliada por computador", não são desenvolvidos para o ensino e a aprendizagem de usinagem ou tecnologia CNC, além disso, normalmente não há versão em português. Não obstante, o preço da licença desses produtos é muito alto e preparam o profissional exclusivamente para o uso de determinada interface. Buscando uma solução para essas questões, o Centro de Informática Educacional do SENAI – RS implantou uma iniciativa de desenvolvimento de produtos para simulação de CNC 2 eixos e 3 eixos. No entanto, sua sugestão inicial era a utilização de pseudocódigo CNC, que não encontrava suporte na linguagem utilizada pelos desenvolvedores de comandos digitais no mercado, nem permitia a análise no seu processo de usinagem, como cálculos de força e potência, ou mesmo estimar a rugosidade da superfície. Hoje, entretanto, temos a facilidade de encontrar alguns programas que permitem simular o programa de forma mais didática como o CIMCO Edit, Renishaw, Fagor, entre outros. A simulação tem um papel muito importante na resolução de erros, além de proporcionar uma visualização melhor do estado final do produto. Algumas máquinas CNC, tanto torno quanto fresadora, possuem dentro do seu software um simulador próprio, mas é uma exclusividade de softwares mais sofisticados. Cabe ao programador realizar a simulação real, evitando prejuízos financeiros, como uma trombada das ferramentas ou até mesmo perda da matéria prima utilizada. , 29 Conclusão Neste bloco aprendemos sobre as linguagens de programação, em especial a linguagem CAM, que atualmente é a mais utilizada no mercado. Sobre essa linguagem, vimos as funções preparatórias responsáveis por criar atalhos na programação, conhecidas como código G, código M e os ciclos automáticos que consistem em uma série de funções preparatórias responsáveis pela execução de ações operacionais através de uma única sentença de programação comandada automaticamente. Também observamos a importânica da simulação nos softwares de controle numérico, através da qual somos beneficiados com a visualização da peça acabada e a erradicação de falhas na programação, evitando prejuízos e paradas de máquina. REFERÊNCIAS WRUBLAK, O; PILATTI, L. A; PEDROSO, B. Parâmetros e métodos de usinagem e sua relação com os custos do processo e o acabamento final do produto. In: 4º Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais. Curitiba: UTF-PR, 2008. Disponível em <http://www.4eetcg.uepg.br/painel/64_1.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2020. , 30 6 MANUFATURA ASSISTIDA POR COMPUTADOR 6.1 SolidCAM O Software SolidCAM consiste em um sistema de criação de programas de usinagem CNC totalmente integrados ao SOLIDWORKS, permitindo aos programadores utilizar interfaces CAD para usinagem em uma mesma plataforma de programação. 6.1.1 Programação Todos os processos de usinagem que devem ser gerados no SolidCAM requerem uma sequência exata de definições para realizar de maneira precisa a programação desta usinagem, que seja equivalente às expectativas definidas no processo. Atualmente existem vários softwares CAM (Computer Aided Manufacturing) no mercado que visam aumentar a eficiência e a produtividade da empresa, assim como melhorar a qualidade dos projetos e proporcionar maior retorno financeiro. A partir do modelo CAD (desenho auxiliado por computador), é possível gerar uma programação para inserir na máquina-ferramenta CNC e, então, produzir o projeto. Entre as alternativas de CAM do mercado, a mais recomendada é a SolidCAM, que possui uma longa trajetória no mercado nacional e internacional, atendendo diversos tipos de indústrias e segmentos de mercado. É uma solução CAM completa que pode funcionar perfeitamente com o software SOLIDWORKS CAD. O SolidCAM tem uma tecnologia própria, conhecida como iMachining!, que possibilita a economia em até 70% do tempo de usinagem, estende significativamente a vida útil da ferramenta de corte e realiza a programação CNC com avanço e velocidade ideais, considerando o caminho da ferramenta, especificações da máquina e todos os pré- requisitos. , 31 6.1.2 Operação O software SolidCAM é um sistema de desenvolvimento de programas de processamento de máquinas-ferramenta CNC totalmente integrado ao SOLIDWORKS, permitindo aos programadores utilizar a interface CAD para operações de processamento no mesmo ambiente de programação. O sistema CAM pode criar fresamento, caminhos de torneamento e outras máquinas CNC. A posição inicial de uma única máquina com configuração de indexação simplifica o processamento, acelera o processamento de vários lados e exclui a estrutura de um sistema de múltiplas coordenadas.Existem diversos tipos de operações de usinagem que podemos criar com o auxílio do software de programação SolidCAM. Seja uma operação de faceamento, usinagem de perfis, de cavidades ou furação, o software sempre terá uma ferramenta que ajudará na criação desses processos de usinagem. 6.1.3 Simulação de usinagem Ao realizar a usinagem CNC, a simulação é a ferramenta mais importante para este tipo de programador, pois mostrará ao usuário todo o caminho percorrido durante o processo de usinagem. Neste ponto, podemos acessar os erros que podem ser cometidos durante o processo de programação. A ferramenta SolidCAM fornece aos programadores uma variedade de simulações, nas quais possíveis erros podem ser identificados e todo o caminho percorrido pela ferramenta pode ser avaliado de várias maneiras. Seja na visualização 3D, na remoção de materiais representados graficamente, ou em um tipo de simulação mais simples, na qual só é possível visualizar o caminho percorrido pela ferramenta em linha reta. Esta etapa do processo de programação é muito importante, pois neste momento, iremos garantir que o trabalho de programação seja concluído com o máximo aproveitamento e alta qualidade. Na figura abaixo, vemos um modelo de interface de software que simula o processo executado em um centro de usinagem CNC. , 32 Figura 6.1 – Interface de uma simulação no SolidCam Fonte: SOLIDCAM (s. d., s. p.). 6.2 EdgeCAM O EdgeCAM é um software derivado do CAM para programação e análise de produção, moldes e usinagem CNC de usinagem por descarga elétrica (EDM). O software possui até cinco eixos para fresamento e torneamento, processamento de superfície, ferramentas de acionamento, duas torres, eixo C e Y, eixo B, contra fuso e outros módulos deste segmento. O EdgeCAM é baseado no sistema operacional Windows e possui ferramentas automatizadas, como gerenciamento de planilhas de processos, armazenamento de ferramentas, assistentes de código e simuladores de usinagem. 6.2.1 Programação No início do processo de utilização, todo o trabalho de programação no software de engenharia requer detalhes específicos, que também se aplicam ao uso do EdgeCAM, que não é apenas um software CAM, mas também uma ferramenta CAD. , 33 Podemos simplificar em cinco etapas o processo de programação nesta ferramenta: I. Para criar um arquivo ou importar um arquivo para um meio de programação EdgeCAM, a primeira ferramenta que devemos usar é abrir ou importar do software, pois podemos ter uma biblioteca de modelos matemáticos ou criar operações de processamento, todas em um ambiente de trabalho familiar, pois a interface do EdgeCAM será semelhante à do Microsoft Windows; II. Conhecido como set-up, definiremos o ponto zero, a forma de fixação do produto, a determinação das matérias-primas e as características técnicas de processamento, que são o andamento e a rotação da obra, todos determinados pelo gestor da dinâmica EdgeCAM; III. Nesta etapa iremos determinar a função, nosso software identificará automaticamente as operações de processamento necessárias para fabricar o produto final (cavidade, furo, plano etc.); IV. Processo que se define pela usinagem virtual, no qual os recursos do EdgeCAM determinam a localização da operação de usinagem, que pode ser modificado de forma simples através de pequenos ajustes no programa; V. Determina um padrão de simulação para usinagem, se passar na verificação, apenas o código NC e o relatório de usinagem são necessários para completar o processo de programação EdgeCAM. 6.2.2 Operação O software EdgeCam tem em sua essência dois ambientes principais: um ambiente de design e um ambiente de manufatura. O primeiro é usado para desenhar a geometria das peças que queremos processar. O programa possui algumas ferramentas, como o CAD 2D e 3D. O segundo ambiente é a manufatura, onde são usinadas as peças. , 34 No software os dois ambientes de trabalho se dividem no ambiente plano XY para fresamento e no ambiente ZX para torneamento. Também podemos inserir coordenadas cartesianas, coordenadas polares e coordenadas angulares. 6.2.3 Simulação de usinagem O EdgeCAM possui um simulador 3D que pode fornecer uma simulação completa de máquina e processo de usinagem para tornos e fresadoras, bem como a função de detecção de colisões de máquinas comuns, o que pode ajudar a evitar tais situações, otimizar o processo de corte e encurtar o tempo de ciclo. De acordo com o padrão, gráficos de blocos simplificados serão criados para os usuários. Seu tamanho pode ser ajustado de acordo com os parâmetros para se adequar à configuração de sua máquina. Podemos substituir os gráficos paramétricos por gráficos totalmente detalhados modelando a máquina em CAD. Os elementos da máquina são mostrados graficamente, sejam eles cabeçote, ou até mesmo torres. A árvore da máquina fornece uma maneira simples de controlar a exibição e a cinemática de cada componente. Os gráficos são posicionados na configuração do eixo embutido na árvore do computador (por exemplo, ATC no eixo B, eixo B no eixo Y etc., ou uma tabela no eixo C, eixo C no eixo A etc.). Também existem gráficos para acessórios, como blocos de montagem de ferramentas e mandris, que você pode armazenar na biblioteca para uso em simulação. A configuração da simulação da máquina está contida no pós-processador, criado no assistente de código. Para realizar uma simulação correta, você precisa especificar informações detalhadas, como a configuração do eixo e a posição inicial. A seguir podemos observar uma imagem da interface do software EdgeCAM simulando o processo de furação em um torno CNC. , 35 Figura 6.2 – Interface do EdgeCAM em uma simulação Fonte: EDGECAM (2018). 6.3 Transmissão de programa CAM para CNC Ao integrar os gráficos em CAD/CAM com máquinas-ferramentas CNC, primeiro é necessário enfatizar a existência de dois formatos de arquivos CAD comuns: gráficos (DWG) e formato de arquivo de intercâmbio de gráficos (DXF). Para a comunicação do computador com máquinas CNC, é possível utilizar um microcontrolador. Segundo Souza (2003), um microcontrolador é como um "pequeno" componente eletrônico com "inteligência" programável para o controle de processos lógicos. Todo o microcontrolador é programável, pois toda lógica de operação é construída na forma de um programa e gravada no componente A leitura é feita pelo software CAM, que extrai informações irrelevantes para o processo de fabricação da peça e gera um novo arquivo de corte padrão. O novo arquivo contém informações usadas para fabricar a peça, como coordenadas de corte, especificações de material e espessura. Os dados contidos no arquivo são processados pelo software CAM, que envia o comando de corte para o microcontrolador Arduino para simular o controle do motor da máquina de corte CNC. , 36 O tipo de arquivo DXF retrata todas as informações incluídas nos desenhos CAD, e sua organização é semelhante a um arquivo no formato XML, que foi criado pela AutoCAD (empresa que desenvolve softwares CAD). Cada elemento do arquivo é percebido por uma marca, que é representada por um número inteiro denominado código do grupo (Figura 6.2). O valor neste grupo de códigos indica o tipo de dado contido no elemento e o significado do tipo de dado de um determinado objeto (registro). Na verdade, todas as informações no arquivo de desenho CAD podem ser expressas no formato DXF. Conclusão Neste bloco aprendemos sobre a programação nas máquinas CNC com softwares específicos, como o solidCAM, software que permite que programadores utilizem a interface do CAD no mesmo ambiente de programação nas operações de usinagem. Em relação à usinagem CNC, vimos a simulação como a ferramenta mais importante, observamos todo o caminho que a ferramenta irá percorrer,o que permite acesso aos possíveis erros durante o processo de programação. Vimos também sobre o software Edgecam, um sistema de software CAM para programação, assim como a análise da usinagem, passando por seus ambientes de design e manufatura, trabalhando com XY para fresamento e ZX para torneamento. Sobretudo, a integração entre o desenho no CAD e no CAM é a principal responsável pela comunicação entre computadores e a máquina CNC, e microcontroladores podem ser utilizados para essa interpretação. REFERÊNCIAS EDGECAM. Simulação de máquina 3D. Disponível em <https://bit.ly/39ykF9V> Acesso em: 30 nov. 2020. SOLIDCAM. Simultaneous 5x Milling. Disponível em <https://bit.ly/3g18PGh> Acesso em: 30 nov. 2020. SOUZA, D. J. de. Desbravando o PIC. São Paulo: Érica Ltda, 2003.
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