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6 Advendo Zacarias Ancha da Glória Cossa Essumaila Ali Corantes e sua Utilização pela Sociedade Moderna (Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Ensino de Biologia) Universidade Rovuma Nampula 2020 Advendo Zacarias Ancha da Glória Cossa Essumaila Ali Corantes e sua Utilização pela Sociedade Moderna (Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Ensino de Biologia) Trabalho de Carácter Avaliativo Referente a Cadeira de Química Orgânica II Orientado Pelo Docente: MSc: Rodolfo Chissico Universidade Rovuma Nampula 2020 Índice Introdução 3 Corantes e sua Utilização pela Sociedade Moderna 4 Aplicações Industriais dos Corantes 4 Corantes Alimentícios 4 Classes de Corantes Alimentares 5 Corantes na Indústria Têxtil 6 Tipos de corantes têxteis e sua aplicação 6 Corantes na Indústria de Plásticos 7 Corantes em Cosméticos 7 Corantes na Indústria de Papel 8 Conclusão 9 Bibliografia 10 Introdução A utilização pelo Homem de corantes de origem animal, vegetal e mineral, é muito antiga. Estes corantes foram usados como adorno pessoal, para decorar objectos, armas e utensílios, fazer pinturas e principalmente tingir os têxteis com os quais cobriram o corpo e embelezaram as habitações. A cor é associada a muitos aspectos de nossa vida, influenciando nossas decisões, sobretudo as que envolvem os alimentos. A aparência, segurança, aceitabilidade e características sensoriais dos alimentos são todas afectadas pela cor. Embora esses efeitos sejam associações inerentes às características psicológicas, eles interferem na escolha dos produtos. Dentre as estratégias das indústrias para enriquecimento e favorecimento do produto que é processado, o corante exerce um efeito estimulante no apetite do consumidor. Corantes e sua Utilização pela Sociedade Moderna O desenvolvimento da actividade industrial resultou em uma série de produtos de primeira necessidade que fizeram essencial o seu papel na sociedade actual. Dentre os processos industriais esta a indústria têxtil e seus métodos de tingimento utilizando uma variedade de corantes nas confecções de produtos, principalmente da área têxtil, assim como no tingimento de fibras, como os naturais linho, o algodão e a seda, assim como fibras sintéticas. Nos alimentos, os corantes são aditivos alimentares, e são identificados por um código uniforme chamado de número E. A utilização de corantes é milenar, desde os primórdios das civilizações. Eram predominantemente de origem natural, provenientes de vegetais, moluscos e minerais. Pela sua própria natureza, são facilmente detectados a olho nu, sendo visíveis em concentrações muito baixas. Com o início da idade moderna e da urbanização, intensificou-se o interesse pelos produtos melhorados, passando a população a depender, em grande parte, de produtos produzidos por outros. Com todo o desenvolvimento, incluído na área da química, surgem cada vez mais tipos de corantes produzidos de forma artificial e com isto, a utilização cada vez maior de corantes e outros aditivos pelas indústrias, ao passo que a aparência dos produtos se tornou cada vez mais relevante. Aplicações Industriais dos Corantes Corantes Alimentícios Um corante alimentar trata-se de um aditivo adicionado aos alimentos, frequentemente com o objectivo de corresponder às expectativas dos consumidores, visto que permite que o alimento se torne mais apetecível. Pode ainda destacar-se a sua inclusão no alimento com o objectivo de induzir a percepção de um determinado sabor. Além disso, a sua adição também pode ser efetuada por outros motivos tecnológicos, entre os quais: · Restaurar a cor natural dos alimentos, muitas vezes reduzida devido à exposição do alimento ao ar, à luz, a altas temperaturas, etc.; · Enaltecer a cor natural dos alimentos; · Corar alimentos que, de outra forma, não teriam cor, ou teriam uma cor diferente; · Conseguir uma coloração do alimento uniforme; · Proteger determinados constituintes, como vitaminas, que possam ser sensíveis à luz (VELOSO, 2012). O uso de corantes para fins alimentícios exige avaliações de sua toxicidade; solubilidade (em água e/ou solventes alcoólicos); reactividade química com outros componentes do alimento; estabilidade quanto à luz, calor e humidade, entre outros. Fig. 1. Corantes e suas cores (TEIXEIRA, 2014) Classes de Corantes Alimentares Os corantes são amplamente utilizados nos alimentos e bebidas dada a sua grande importância para o aumento da aceitação dos produtos, uma vez que alimentos coloridos e vistosos aumentam o nosso prazer em consumi-los. Os corantes alimentares são classificados como sintéticos, naturais, sintético idêntico ao natural e inorgânicos (ANTUNES, 2015). 1. Os corantes naturais são obtidos a partir de organismos vivos, através de uma extracção selectiva; Fig. 2. Alguns exemplos de corantes naturais, Fonte: Adaptado (TEIXEIRA, 2014). Os corantes naturais de maior utilização nas indústrias de alimentos, são : Urucum, carmim de cochonilha, curcumina, além de distintas betalaínas e antocianinas (TEIXEIRA, 2014). 2. Os corantes sintéticos idênticos ao natural – são pigmentos que, apesar de haver possibilidade de serem encontrados na natureza, são processados de forma artificial pelo homem; 3. Os Corantes inorgânicos – são obtidos de fontes inorgânicas, como o dióxido de titânio (E171) ouro (E175) e prata (E174) 4. Os corantes sintéticos – são pigmentos produzidos pelo homem a partir de fontes artificiais e não encontrados na natureza (ANTUNES, 2015). Corantes na Indústria Têxtil Corantes têxteis são compostos orgânicos usados com a finalidade de conferir a uma fibra uma cor. Tipos diferentes de fibras requerem o uso de corantes de diferentes categorias. Tipos de corantes têxteis e sua aplicação Os principais grupos de corantes, classificados segundo o método de fixação à fibra têxtil são: corantes ácidos, azóicos, directos, dispersivos, reactivos, sulfurosos (de enxofre), à cuba, pré-metalizados e corantes branqueadores. Tipos de Corantes Principal destino do corante Ácidos Couro, fibras sintéticas (nylon e elastoméricas) e fibras naturais de lã e papel. Azóicos Fibras naturais de algodão e fibras sintéticas de poliéster. Básicos Papel e fibras sintéticas acrílicas. Directos Fibras naturais de algodão, fibras artificiais de viscose, couro e papel. Dispersos Fibras sintéticas (poliéster, nylon) e fibras artificiais de acetato e viscose. Reactivos Fibras naturais de algodão, fibras artificiais de viscose, couro e papel. Sulfurosos Fibras naturais de algodão. À Cuba Fibras naturais de algodão. Pré-metalizados Tintas, plásticos, couro e papel. Quadro Relação de corantes têxteis com suas principais aplicações Fonte: (GUARATINI; ZANONI, 2000 apud VELOSO, (2012). Desta forma de acordo com Guaratini e Zanoni (2000) temos a seguinte classificação: • Corantes Ácidos: São corantes solúveis, possuem pelo menos um grupo sulfônico (–SO3-) em sua estrutura química, e apresentam uma forte afinidade com a fibra celulósica do tecido. • Corantes Azoicos: São corantes insolúveis em água, neste caso a fibra tem que ser impregnada com um agente de acoplagem para que o corante se fixe nela. • Corantes a Cuba: São insolúveis em água, são aplicados com ditionito em solução alcalina para se fixar à fibra de tecido. Apresentam mais de um anel aromático em sua estrutura química. • Corantes Directos: São corantes solúveis em água que possuem mais de uma cadeia química azo, interagindo com a fibra de tecido por forças de van der Waals. • Corantes Dispersivos: São insolúveis em água, e aplicados através de suspensão. Não apresentam grupos azos em suas cadeias químicas. • Corantes de Enxofre: São insolúveis em água e apresentam em sua estrutura química polissulfetos (–Sn-). · Corantes Pré-Metalizados: Apresentam iões metálicos ligados em suas estruturas químicas. • Corantes Reactivos: Possuem grupos químicos electrofílicos reactivos, que formam ligações covalentes com os principais sítios deligação da fibra do tecido. A indústria têxtil afecta directamente grande parte da população mundial, pois o algodão dá sustento a cerca de um bilhão de pessoas em 80 países segundo a Organização de alimentos e agricultura das Nações Unidas (FAO). O que vestimos nos afecta muito mais do que imaginamos LEE, 2009 apud (VELOSO, 2012). Corantes na Indústria de Plásticos No sector de plásticos, a escolha e desenvolvimento das cores ideais envolve aspectos além dos considerados comummente, como estética e propaganda. A obtenção de um produto colorido feito de plástico envolve a coordenação de diversas informações, como a utilização da peça, níveis de tolerância, resina utilizada, temperatura de processamento, a toxicidade, entre outros (CROMEX, 2001). Corantes em Cosméticos Corantes e pigmentos são determinantes nas características finais de um produto e, consequentemente, na sensação de beleza causada pelo uso de um cosmético. O Quadro seguinte apresenta os corantes e pigmentos mais usados na fabricação de cosméticos e suas aplicações segundo a função que possuem dentro da formulação. Quadro 1 - Matérias-primas mais comuns na indústria de cosméticos. Função Exemplo de produtos Aplicação Agentes de perolização Mica, estearatos (ceras), quartzo micronizado. Champôs, condicionadores, sabonetes líquidos, loções cremosas, maquiagens, esmalte. Coloração Dióxido de Titânio e Óxidos de Zinco (branco), Negro de Fumo (preto), Índigo (azul), Clorofila (verde), Carmim (vermelho), Euxantina (amarelo), Açafrão (laranja), são exemplos de corantes naturais entre outros Todos os cosméticos que necessitem de cor Fonte: adaptado de (GALEMBECK; CSORDAS, [200-?] apud (VELOSO, 2012) Corantes na Indústria de Papel Existem vários tipos de papel com diferentes finalidades: para a imprensa, para imprimir e escrever, para embalagens, entre outras finalidades. A escolha do tipo de corante está relacionada com o emprego do papel a ser fabricado. O corante ideal para ser empregado na fabricação de papel colorido deve apresentar boa afinidade com o papel, resistência à luz, fornecer estabilidade à temperatura e humidade e não afectar qualquer outro parâmetro de processo (VELOSO, 2012, p. 26). A coloração do papel é de grande importância no processo de impressão, sendo que seu grau de alvura e opacidade determinam sua aplicação. Conclusão A maior parte dos corantes fabricados vai para a indústria têxtil; mas as indústrias de artefactos de couro, papel, indústrias alimentícias, de cosméticos, tintas e plásticos também são usuários importantes. Como a demanda é muito grande e diversa, os químicos são desafiados a produzir corantes e pigmentos com propriedades particulares percebe-se também que têxtil, couro, cosméticos, papel, impressão, entre outras actividades industriais utilizam corantes sintéticos para colorir seus produtos. Bibliografia ANTUNES, G. S. Corantes alimentares artificiais: Valerá a pena correr o risco? Monografia. Coimbra, Portugal. 11 de Julho de 2015. GUARATINI, C. C. I. ZANONI, M. V. B. Corantes têxteis. Química Nova, v. 23, n. 01, p. 71-78, 2000. TEIXEIRA, M. H. Corantes Naturais E Artificiais como Aditivos Químicos em Alimentos. Ponta Grossa, Paraná, Brasil, 2014. VELOSO, L. Corantes e Pigmentos, LTC., São Paulo, 2012.
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