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Geoprocessamento Ambiental

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Geoprocessamento Ambiental
Aula-01
1 Introdução
Antes de nos aprofundarmos no Geoprocessamento, vamos saber como ele surgiu?
A obtenção de dados e informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, propriedades, plantas e animais sempre foi uma parte importante das atividades das sociedades organizadas.
No entanto, até recentemente, isso era feito apenas em documentos e mapas manuscritos, o que limitava as análises, impossibilitando a combinação de diversos mapas e bancos de dados para gerar novas informações.
O desenvolvimento da tecnologia de informática, que aconteceu de forma simultânea, na segunda metade deste século, tornou-se possível armazenar e representar tais dados e informações em ambiente computacional, tendo abertura para o surgimento do Geoprocessamento (Câmara, Davis e Monteiro, 2001).
2 Geoprocessamento
Como definir Geoprocessamento?
O termo geoprocessamento é utilizado para denominar o processamento de dados georreferenciados por meio de processos computacionais.
Um dado georreferenciado possui, além da sua informação fundamental (quantidade de algum recurso, por exemplo), a sua localização.
Quando adicionamos a informação de localização a um dado, ou seja, quando georreferenciamos este dado, podemos processá-lo com recursos computacionais de forma a produzir mapas da região de interesse onde seja possível visualizar simultaneamente a quantidade do recurso e a sua localização.
Mais do que isso, podemos construir mapas superpondo diversas outras informações que considerarmos relevantes, desde que estejam disponíveis, claro.
Os sistemas especializados em geoprocessamento, capazes de construir os chamados mapas temáticos, que superpõem as informações de acordo com a necessidade e solicitação do usuário, são conhecidos como sistemas de informações geográficas (SIG) ou, em inglês, GIS (Geographical Information System).
Esses sistemas são complexos, pois reúnem recursos de bancos de dados não convencionais, de computação gráfica, de processamento de imagens, de geografia e de conhecimento específico da área, exigindo uma equipe multidisciplinar para a sua implantação.
Para iniciarmos os estudos do Geoprocessamento, precisamos conhecer um pouco sobre os mapas.
Eles são construídos a partir das chamadas bases cartográficas, que estabelecem regras para a criação deste tipo de representação da realidade.
Para entender esse processo, devemos começar a organizar nosso pensamento a partir da forma da terra.
Você sabe como surgiu a percepção de que se tratava de uma superfície esférica na Grécia Antiga?
No século XVII, o francês Jean Richer realizou uma experiência interessante: confrontou o desempenho de dois relógios idênticos, dotados de pêndulos de um metro, sendo que um foi instalado em Caiena, na Guiana Francesa e outro em Paris, França.
Logo percebeu que o relógio da Guiana atrasava cerca de dois minutos e meio por dia em relação ao instalado na Europa.
Lançando mão do princípio da Gravitação Universal, desenvolvido por Isaac Newton, conseguiu estabelecer a diferença entre a gravidade experimentada em Paris e a da Guiana, próxima da linha do Equador, responsável pela diferença entre os relógios.
Concluiu então que, na zona equatorial, o raio da terra é maior do que o medido do centro até os polos.
Estas observações indicaram que a forma da terra é aproximadamente esférica, pois foi detectado um achatamento nos polos. Com isso, um termo bastante utilizado para definir a forma da terra é o geoide.
Para os estudos matemáticos de representação do planeta (Geodésia), torna-se necessário estabelecer um sistema de coordenadas que seja capaz de localizar um ponto na superfície da terra.
Optou-se pelo elipsoide de revolução como forma de referência do modelo de representação.
A criação de uma carta ou mapa exige, antes de tudo, o estabelecimento de parâmetros para correlacionar cada ponto da superfície da Terra a um ponto da carta e vice-versa.
Os diversos métodos empregados para se obter essa correspondência de pontos constituem os sistemas de projeções cartográficas.
Vários sistemas de representação da Terra foram desenvolvidos e passaram a ser chamados de sistemas geodésicos de referência.
Estes sistemas estabelecem uma relação matemática entre um ponto da superfície e o elipsoide de referência.
3 Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)
O Brasil adotou um sistema próprio estabelecido em normas específicas.
O SGB é composto por redes de:
4 Sistemas de coordenadas
Como a localização de um ponto na superfície da Terra é estabelecida?
Por duas posições principais, medidas no elipsoide de referência que representa o planeta: latitude e longitude, que são referenciadas a dois planos definidos pelo Equador e pelo Meridiano de Greenwich.
Latitude (Ø): representa o ângulo formado entre dois segmentos de reta fictícios com origem no centro do elipsoide de referência. O primeiro tem como destino o ponto de interesse, e o segundo é a projeção do primeiro segmento no plano formado pela linha do Equador.
Longitude (λ): representa o ângulo formado entre dois segmentos de reta fictícios com origem no centro do elipsoide de referência. O primeiro tem como destino o ponto de interesse, e o segundo é a projeção do primeiro segmento no plano formado pelo Meridiano de Greenwich.
Atenção
Os ângulos que definem latitude e longitude devem ser fornecidos em graus, minutos e segundos.
Para identificar o hemisfério na latitude, utiliza-se N e S (Norte e Sul). Já na longitude, utiliza-se W (oeste, do inglês west) e E (leste, do inglês east). Convencionou-se que o norte é associado ao sinal positivo (+) e o sul ao negativo (-). Da mesma forma, o leste (E) foi associado ao positivo (+), e o oeste (W) ao negativo (-).
5 Sistema Universal Transversal de Mercator (UTM)
Provavelmente o sistema mais difundido nos SIGs, o sistema UTM utiliza uma forma de projeção cartográfica que trabalha com paralelos retos e meridianos retos e equidistantes, publicada em 1569 por Gerhard Kremer, conhecido como Mercator.
O sistema UTM adota coordenadas métricas planas ou plano-retangulares, que podem ser identificadas nas margens das cartas acompanhando uma rede de quadrículas planas.
Sua origem é definida pelo cruzamento da linha do Equador com um meridiano denominado Meridiano Central (MC).
Na projeção do sistema UTM, o cilindro é secante com relação à esfera, gerando duas linhas não distorcidas. Com isto, na região central (± 180 km do MC) verifica-se um encolhimento da região projetada e as demais aparecem “maiores” do que deveriam.
Em medidas de áreas e distâncias que se utilizem de coordenadas planas do sistema UTM, essas considerações devem ser observadas.
O modelo é composto por 60 cilindros de eixo transverso, obtidos através da rotação do mesmo no plano do equador, com amplitudes de 6º de longitude, a partir do Antemeridiano (180º) de Greenwich.
Assim são gerados 60 cilindros, onde cada um deles representa um fuso, conforme a figura.
Aula- 02
1 Introdução
Nesta aula, vamos identificar os diferentes tipos de mapas, associados às distintas escalas representativas dos cartogramas.
Bons estudos!
A cartografia utiliza vários recursos para chegar à representação plana da esfera terrestre.
Os mapas e as cartas são o resultado visível desta representação.
Os mapas são desenhados em escala pequena e contêm reproduções mais generalizadas.
Essas características podem ser observadas, por exemplo, no mapa do Brasil e da Europa e no mapa-múndi.
Na representação da superfície terrestre, os cartógrafos usam uma linguagem própria — a linguagem dos mapas ou linguagem cartográfica.
Por meio dos mapas, podemos obter informações sobre o fenômeno geográfico representado e tirar nossas próprias conclusões.
Além de conhecermos o significado dos símbolos utilizados (legenda), vamos ver os principais elementos que devemos levar em conta — a interpretação do mapa, a escala e a orientação indicada.
Por isso, nossa aula aqui apresentada propõe-se a auxiliar na identificação dos diferentes tipos de mapa, associados às distintas escalas representativasdos cartogramas.
Ao longo do trabalho de gestão ambiental, há a necessidade de interpretação de mapas geográficos.
Desde o final do século passado que os órgãos ambientais deixam bem claro qual a escala cartográfica que desejam nos trabalhos técnicos. Elas devem esclarecer quais escalas cartográficas desejam para determinados mapeamentos dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA).
Embora seja possível contratar um profissional para tratar exatamente dessa questão, muitas vezes é preciso compilar em um mapa mais detalhado os dados presentes em um cartograma de poucos detalhes. E o gestor não pode ficar “perdido” nessa tarefa.
2 Escalas cartográficas
Você sabe o que é escala?
É a relação existente entre as medidas do mapa e as medidas reais, ou seja, do terreno.
Todo mapa é feito de acordo com uma escala, que indica quantas vezes as medidas reais foram diminuídas.
A escala usada para a construção de um mapa pode ser indicada de duas maneiras:
• Com números (escala numérica); ou
• Com gráficos (escala gráfica).
Vejamos um exemplo de:
3 Escala gráfica
A escala pode ser indicada também de forma gráfica.
Apresenta-se na forma de uma linha reta graduada, na qual se indica a relação com as distâncias representadas no mapa.
Veja este exemplo:
Observe com atenção esta escala:
Bem mais fácil e evita muito cálculo, não é mesmo?
Mas preste atenção: quanto maior a escala, menor é a área representada; porém mais detalhes você tem.
Observando a imagem, qual a distância entre a Torre Eiffel e a Avenida Champs-Élysées?
Temos que ver a escala!
Sabemos que a cada 1 cm no mapa correspondem 800 m na realidade. Como saber quanto valem os 6 cm marcados no cartograma? Vamos fazer uma regra de 3?
4 Escala numérica
A escala numérica é expressa por uma fração, na qual o numerador representa a distância no mapa e o denominador, a distância na superfície real.
O numerador é sempre a unidade (1), e o denominador (após “:”) indica quantas vezes as medidas reais foram reduzidas.
Vejamos o mapa da cidade de Resende.
Temos:
Um mapa 1 : 50.000 (lê-se 1 para cinquenta mil).
Onde:
O numerador é: 1
O denominador é: 50.000.
Ou seja, a área foi reduzida cinquenta mil vezes.
Parece muito? Mas imagine você tentar colocar em uma folha de papel A4 o território de Resende!
A escala 1:50.000 quer dizer que tudo o que for 1 cm no papel equivale a 50.000 cm no terreno.
É possível que você esteja se perguntando...
Como analisar um terreno com 50.000 cm em linha reta?
O ideal é primeiro transformar esses centímetros em quilômetros.
Vejamos como é simples:
Para passar de centímetro para metro, há a necessidade de se dividir por 100.
Para passar de metro para quilômetro, há a necessidade de se dividir por 1000.
100000 cm = 1km
Para passar de centímetro para quilômetro, há a necessidade de se dividir por 100.000.
Vejamos um exemplo interessante!
Uma cidade está localizada a 8 cm de outra, medidos sobre um mapa de escala 1:500.000.
Desprezando as distorções normais de uma projeção, qual a opção que indica a distância real (no terreno) entre as cidades?
O primeiro passo é saber quanto vale um centímetro, na realidade.
Dica
Como transformar METROS em QUILÔMETROS?
1km = 1000m
Vamos andar com a vírgula 3 vezes para a esquerda.
2 8 0 0 0 0, m → 2 8 0, 0 0 0 Km
4 5 0 0, m → 4, 5 0 0 Km
1 7 2 3, m → 1, 7 2 3 km
Como transformar CENTÍMETROS em QUILÔMETROS?
1 km = 1000 m = 100000 cm
Vamos andar com a vírgula 5 vezes para a esquerda.
5 0 0 0 0 0, cm → 5, 0 0 0 0 0 Km
2 5 0 0 0 0, cm → 2, 5 0 0 0 0 Km
5 8 9 6 0 0 0, cm → 5 8, 9 6 0 0 0 Km
5 Tipos de mapas
Os mapas podem ser classificados de diferentes maneiras, portanto, vai depender exatamente dos objetivos da classificação.
Mas, de forma geral, eles podem ser classificados de acordo com a finalidade e a escala.
De acordo com a escala, os tipos de mapas são subdivididos em:
Cartas cadastrais ou planas;
Mapas ou cartas topográficas;
Mapas ou cartas geográficas.
5.1 Cartas cadastrais ou planas
As cartas cadastrais são representadas em grandes escalas (até 1:25.000) e, por essa razão, são de especial interesse para os planejamentos urbano e regional.
Elas podem mostrar limites de propriedades, estradas ou ruas, rede hidrográfica e edificações importantes.
Essas cartas são confeccionadas a partir de topografia ou com o auxílio de fotogrametria em grande escala.
Podem ser classificadas em plantas cadastrais urbanas (geralmente nas escalas 1:5.000, 1:2.000, 1:1.000) e em cartas cadastrais rurais (em geral, nas escalas 1:5.000 e 1:10.000).
Veja esse cartograma do Centro do Rio de Janeiro
.
Há tantos detalhes, que conseguimos até ver as ruas e seus nomes.
Veja que na figura é possível identificar até mesmo os prédios e a localização do metrô, em Copacabana. Imagine como será interessante para as empresas que cuidam do IPTU, por exemplo.
5.2 Mapas ou cartas topográficas
As cartas topográficas abrangem escalas entre 1:25.000 e 1:250.000, contêm detalhes planialtimétricos e abordam aspectos naturais e artificiais de uma área geográfica, possibilitando a determinação de altitudes.
Observe, na carta topográfica apresentada, é possível observar alguns detalhes, mas você já não consegue identificar os nomes das ruas e o tamanho dos prédios.
Observe na figura que é possível identificar as cidades e bairros no eixo Rio-Niterói e alguns pontos significativos da cidade, mas não há como você fazer a identificação de prédios, por exemplo.
5.3 Mapas ou cartas geográficas
Esses cartogramas são pequenos, uma vez que suas escalas são iguais ou inferiores a 1:1.000.000, e servem principalmente para a representação de todo o planeta, de continentes e oceanos, países e grandes regiões.
Observe na figura que o nível de detalhes é mínimo e pode-se fazer apenas a identificação das principais rodovias do país.
Por outro lado, é possível ver grande parte do território nacional.
De acordo com a finalidade com que são elaborados, as cartas e os mapas podem ser classificados em:
Mapas gerais;
Mapas especiais;
Mapas temáticos.
Mapas gerais
Eles contêm informações sobre temas variados, dentre outros:
· Divisão política;
· Cidades principais;
· Rios;
· Montanhas;
· Mares.
No portal Armazém de Dados, da prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, você pode encontrar um conjunto de mapas sobre grande quantidade de variáveis da cidade.
Veja a figura, com os bairros da Ilha do Governador.
É possível observar, inclusive, praias e reentrâncias marítimas.
Mapas especiais
Esses mapas contêm informações técnicas, bastante específicas, dirigidas a profissionais especializados em determinadas áreas, como:
· Geólogos;
· Engenheiros;
· Meteorologistas.
Veja, na figura, as unidades geológicas da cidade do Rio de Janeiro.
Mapas temáticos
Fazem referência a um determinado aspecto da geografia.
Em geral, os mapas temáticos mais usados são os topográficos, que mostram detalhes do relevo terrestre.
Nesse conjunto, incluem-se também os mapas, entre outros:
· Edafológicos (solo);
· Climáticos;
· Geológicos;
· Urbanos;
· Econômicos;
· Demográficos;
· Agrários.
Veja, na figura, a área de favelas, na cidade do Rio de Janeiro.
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1.   Avaliar o sistema de projeções cartográficas e, especificadamente, o sistema Universal Transversa de Mercator (UTM).
1 Introdução
Nesta aula, vamos entender como reconhecer o sistema de coordenadas geográficas e identificar o sistema de projeções, conhecido como UTM.
Bons estudos!
As tecnologias que se desenvolveram ao longo dos últimos dois mil anos mapearam e interpretaram todo o planeta.
Isto tem aplicação prática em nosso dia a dia.
Para exemplificar, imagine que alguém rouba seu carro.
Neste caso, basta entrar em contato com a empresa seguradora, que ela desliga seu sistema de controle e informa sua localização geográfica.
Mas como funciona o sistema?
Acionando o GPS (Global Positioning System), um sistema de localização que fornece as coordenadas geográficas e a altitude de um lugar, a partir de sinais captados por satélites artificiais que giram em torno da Terra.
O GPS utilizao sistema de coordenadas geográficas para dar a localização do carro.
Qualquer ponto da superfície da Terra pode ser localizado com exatidão com o auxílio
de coordenadas.
Nesse sentido, esta aula objetiva auxiliar no reconhecimento do sistema de coordenadas geográficas e na identificação do sistema de projeções, conhecido como UTM.
2 Sistema Universal Transversa de Mercator (UTM)
As projeções permitem representar uma superfície esférica (a Terra) em uma superfície plana (o mapa) com menos distorções do que aquelas provocadas com o simples achatamento da esfera.
De acordo com Tamdijan e Mendes (2004), o termo deriva do processo usado para a elaboração dos mapas.
Baseia-se na utilização de uma fonte de luz dentro de um globo transparente.
A luz projeta as sombras dos meridianos, paralelos e outras características geográficas sobre uma superfície colocada tangencialmente ao globo.
Delineiam-se, assim, as figuras resultantes dessas sombras, como podemos observar na imagem abaixo.
Esse princípio da Geometria permitiu que muitos mapas fossem criados.
As sombras projetadas no plano facilitaram a visualização e a interpretação do globo terrestre.
Então, pode-se dizer que, atualmente, existem mais de duas centenas de formas de projeção, diferentes variações.
Para entender essa diversidade, vamos analisar pelo menos três tipos dessas projeções.
São elas:
Nesta aula, vamos dar atenção especial à projeção cilíndrica.
3 Projeção cilíndrica
Para Tamdijan e Mendes (2004), quando se projeta a sombra das linhas imaginárias sobre um cilindro que envolve o globo terrestre, a esfera da Terra é transferida para uma superfície plana, onde são marcadas as coordenadas geográficas dos continentes e oceanos.
Veja nesta figura:
Mas para que as projeções cilíndricas são utilizadas?
De acordo com Tamdijan e Mendes (2005), elas são muito utilizadas para representar planisférios.
Já os paralelos e os meridianos são projetados sobre um cilindro, que posteriormente é planificado (Sai do 3-D para 2-D).
Um bom exemplo desse tipo de projeção é a de Mercator, em que os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos.
Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado.
Nela as regiões polares aparecem muito exageradas.
É possível perceber isso no mapa a seguir...
Perceba que a Groenlândia, próximo ao polo norte, adquire proporções bem maiores do que a realidade da ilha dinamarquesa, em pleno continente americano.
De acordo com seus críticos, a projeção de Mercator mantém as formas dos continentes, mas não respeita as proporções reais.
Veja que as regiões polares aparecem muito exageradas.
Há quem diga que esse fator favorece as desigualdades econômicas, pois amplia de maneira desigual, e aumenta mais o hemisfério norte, colocando a Europa no centro do mapa (eurocentrismo).
Outra projeção muito utilizada para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973.
Sua base também é cilíndrica equivalente e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o equador até os polos, como podemos observar na imagem.
As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, resultando na representação das massas continentais.
Sucede ainda um significativo achatamento no sentido leste - oeste e a deformação no sentido norte - sul, na faixa compreendida entre os paralelos 60o norte e sul, e acima destes até os polos, dando a impressão de alongamento da Terra.
Como a distorção era a mesma para todos os países, muitas nações subdesenvolvidas enxergaram nessa projeção uma forma de igualdade com os países desenvolvidos.
Graças a essa técnica, os países de grandes dimensões, localizados na zona intertropical (México, Brasil, Congo, Índia, dentre outros), deixaram de ter seus territórios subestimados, como ocorria em outras projeções.
Então, você já percebeu que qualquer mapa, que consiste em uma representação em 2-D, ao demonstrar um trecho da superfície da Terra, que está em 3-D, apresenta distorções, certo?
Porém, nos processos de licenciamento ambiental, temos que ver os cartogramas e buscar aqueles que apresentam as menores distorções.
Para isso, os cartógrafos criaram um sistema de divisão da Terra em pequenas porções, para evitar distorções.
Então, vamos conhecer o sistema UTM.
4 Sistema Universal Transverso de Mercator (UTM)
Para a aplicação nos estudos de cartografia, de geoprocessamento e de sensoriamento remoto, é fundamental aprender sobre o sistema Universal Transverso de Mercator (UTM).
Este sistema é baseado na projeção cilíndrica transversa proposta nos EUA, em 1950, com o objetivo de abranger todas as longitudes.
Sabe quais são as principais diferenças entre a projeção de Mercator e o sistema UTM?
É que, no primeiro, o cilindro é paralelo ao eixo de rotação da Terra esférica, enquanto que, no segundo, o cilindro é perpendicular ao eixo de rotação da Terra elipsoidal.
O Sistema Universal Transverso de Mercator foi criado para atender a situações REAIS e LOCAIS.
A primeira diferença, em relação à projeção cilíndrica normal, é que o cilindro está na horizontal.
O mundo é dividido em 60 fusos, em que cada um se estende por 6º de longitude, que garantem a menor distorção possível.
Os fusos são numerados de 1 a 60. Cada um com 6º de longitude (ou 500 Km).
Começando no fuso 180º a 174º W e continuando para Leste.
Onde se inicia a contagem?
A contagem dos fusos da projeção UTM se inicia no antemeridiano ao meridiano de Greenwich, portanto no meridiano de 180º.
No território brasileiro, o sistema de UTM sempre aumenta, conforme nos deslocamos para o leste.
Exemplo:
Cada fuso, na linha do equador, apresenta, aproximadamente, 670 km de extensão leste - oeste.
Vamos ver na prática...
Observe que, em vez de os dados dos meridianos serem dados em graus, são dados em números “fechados”.
Estes números estão marcados em quilômetros — 596 km, em relação ao ponto 0.
Aliás, o ponto 0 está bem a oeste e vai crescendo para o leste.
Retomando...
No território brasileiro, o sistema de UTM sempre aumenta, conforme nos deslocamos para leste.
E quando nos dirigimos para sul, o sistema de UTM aumenta ou diminui?
Bem, no sistema de coordenadas geográficas, em graus, o Equador equivale à latitude 0 e conforme nos aproximamos do polo, as latitudes vão aumentando.
No sistema UTM (em quilômetros), a situação é um pouco diferente: a coordenada no equador vale dez mil quilômetros.
Quando nos dirigimos para o sul, os números da UTM diminuem.
Mas qual o efeito prático da UTM?
É a mais indicada para o mapeamento topográfico de grande escala e é o sistema de projeção adotado para o Mapeamento Sistemático Brasileiro.
E esta é a parte importante!
Para ver um exemplo, observe a figura ao lado.
Observe que tanto nas abscissas quanto nas ordenadas, devemos acrescentar três zeros (000).  Então, o que você lê como 7.460, na verdade é 7.460.000, correto?
Lembre-se sempre disso!
Como já vimos, o equador tem valor de 10.000.000 km e os valores decrescem, conforme você se dirige para o sul. É isto que você observa? Verifique que a praia da Barra da Tijuca está com valor Sul maior que o valor da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Atenção
A contagem dos fusos da projeção UTM se inicia no antemeridiano ao meridiano de Greenwich, portanto, no meridiano de 180º. Contudo, dentro do território brasileiro, os valores estarão crescendo para o leste.
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Definir e diferenciar Geoprocessamento e GIS;
2. Relacionar as aplicabilidades do Geoprocessamento.
1 Introdução
Nesta aula, vamos entender a importância dos satélites, fotos aéreas e radares. Também trabalharemos com suas principais aplicações nos diferentes ramos do conhecimento.
Bons estudos!
À medida que a sociedade conhecia o mundo que habitava, a cartografia foi se tornando uma das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico.
A verdade é que o termo “cartografia” tornou-se uma expressão popular no século XIX. Com o desenvolvimento tecnológico, abriram-se múltiplas possibilidades de representar a superfícieterrestre, fato que exigiu uma padronização nas formas de representação.
Como nos diz Gomes (2001, apud Tecgeo Web, 2007), com o avanço tecnológico surgem diversas formas para melhor gerir as informações importantes à empresa, com a implantação de banco de dados, softwares mais rápidos e computadores com maior capacidade de armazenamento.
Clique para abrir a imagem no tamanho original
Isso foi ideal para que o Geoprocessamento se firmasse no mercado.
Hoje, temos o uso de satélites, fotos aéreas e radares, que sofisticaram as informações e permitiram o mapeamento mais preciso de todo o planeta.
É dentro desse contexto que precisamos entender a importância dessas ferramentas, que são objeto desta aula. Também trabalharemos com suas principais aplicações nos diferentes ramos do conhecimento.
Vamos então à nossa aula.
2 Geoprocessamento e sua aplicabilidade
A ideia de superpor informações ou temas sempre existiu nos estudos ambientais. Mas, diante da precariedade da informática no passado e da especificidade das aplicações desenvolvidas, os sistemas de informação eram muito precários.
Em Londres, em 1854, houve uma grave epidemia de cólera, doença da qual na época não se conhecia a forma de contaminação.
Numa situação em que já havia ocorrido mais de 500 mortes, o doutor John Snow teve a ideia de colocar no mapa da cidade a localização dos doentes de cólera e dos poços de água.
Clique para abrir a imagem no tamanho original
A evolução somente começou a ser significativa após a II Guerra Mundial, com o desenvolvimento de computadores mais potentes.
1950 - Mundialização da informática
Nos anos 1950, ocorreu a primeira tentativa de automatizar parte do processamento de dados espaciais, na Inglaterra e nos Estados Unidos, com o objetivo de reduzir custos com produção e manutenção de mapas.
A precariedade da informática na época impossibilitou que estes sistemas fossem considerados sistemas de informação.
1960 - Primeiros sistemas de informação geográfica
Nos anos 1960, surgiram no Canadá os primeiros sistemas de informação geográfica. Esses sistemas faziam parte de um programa governamental para criar inventários de recursos naturais.
· Havia grande dificuldade de utilização:
· Falta de monitores gráficos com alta resolução;
· Computadores caros;
· Falta de mão de obra especializada;
· Falta de softwares comerciais;
· Pouca capacidade de armazenamento;
· Baixa velocidade de processamento;
· Falta de dinheiro.
1970 - Novas evoluções
Nos anos 1970, houve novas evoluções: o desenvolvimento de software comerciais e a criação da expressão geographic information system (sistema de informação geográfica).
Nessa fase, surgiram os primeiros programas comerciais de CAD, base para os primeiros sistemas de cartografia automatizada. Mas, devido aos custos e ao fato de esses sistemas ainda utilizarem exclusivamente apenas computadores de grande porte, somente grandes organizações tinham acesso à tecnologia.
1980 – Hardware
Novos e mais acessíveis recursos de hardware, tornando viável o desenvolvimento de sistemas comerciais SGI.
Ainda na década de 1980, foram desenvolvidos novos e mais acessíveis recursos de hardware, tornando viável o desenvolvimento de sistemas comerciais. Por isto, é desse tempo a expressão geographic information system (sistemas de informações geográficas ou SIG).
1990 - Banco de Dados
Avanço tecnológico da informática e expansão na área de Geotecnologias.
Por sua vez, os anos 1990 foram importantes, com o uso de banco de dados (BD) e do avanço tecnológico da informática, que vinha em amplo desenvolvimento na época, permitindo uma grande expansão na área de geotecnologias.
2000 - Geoprocessamento como ferramenta
Na década de 2000, consolidou-se definitivamente o uso do geoprocessamento como ferramenta de apoio à tomada de decisões, tendo saído do meio acadêmico para alcançar o mercado com uma velocidade importante.
Hoje - Avanço veloz
Grandes empresas, Instituições Governamentais, Universidades – Usam os programas.
Hoje em dia, vemos as instituições do governo e grandes empresas começarem a investir no uso de aplicativos disponíveis no mercado, como o Geomedia Professional da Intergraph, ArcView da ESRI, AutoCAD MAP da Autodesk, dentre outros.
A introdução do Geoprocessamento no Brasil inicia-se a partir do esforço de divulgação e formação de pessoal feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ), no início dos anos 1980. O docente desenvolveu o SAGA (Sistema de Análise Geoambiental), visando aplicações ambientais em equipamentos de baixo custo.
O módulo de análise ambiental visa satisfazer uma necessidade atual, principalmente daqueles que lidam rotineiramente com a área ambiental, qual seja: a possibilidade de analisar dados georreferenciados e convencionais, fornecendo como resultados mapas e relatórios que apoiam o processo de tomada de decisão.
Também devemos mencionar no Brasil a criação do CPqD / TELEBRAS (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da TELEBRAS), nos anos 1990, e do SPRING (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), em 1984.
3 Conceituando o Geoprocessamento
Afinal, o que é o Geoprocessamento?
O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento denominada oficialmente de Geomática. Engloba o total conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, quer seja no tocante à coleta, tratamento e análise desses dados (Njrgeoprocess, 2010).
Trata-se de uma poderosa ferramenta, que processa dados geograficamente referenciados e pode ser bastante útil na abordagem integrada de grandes bancos de dados, de diferentes setores.
Permite, entre outras, a análise matemática e estatística desses dados, essencial ao gerenciamento dos recursos naturais.
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Algumas das técnicas utilizadas no Geoprocessamento são:
· Geoestatística;
· Banco de dados geográficos;
· Topografia;
· Fotogrametria;
· Cartografia;
· Sensoriamento remoto;
· Posicionamento por satélite;
· WebMapping;
· Sistemas de informações geográficas (SIG).
4 Há diferença entre SIG e Geoprocessamento?
SIG
Como vimos, o SIG é um sistema que processa dados gráficos e não gráficos (alfanuméricos), com ênfase em análises espaciais e modelagens de superfícies.
Geoprocessamento
O Geoprocessamento nada mais é que o uso de informação que de alguma forma está vinculada a um determinado lugar no espaço, seja por meio de um simples endereço ou por coordenadas.
Dentre os vários sistemas que fazem parte do geoprocessamento, destaca-se o SIG (sistema de informação geográfica) ou GIS (geographic information system), o sistema que reúne maior capacidade de processamento e análise de dados espaciais.
A utilização destes sistemas produz informações que permitem tomar decisões para colocar ações em prática.
Mas o SIG não é um software, como o ARCGIS ou o IDRISI. Ele é composto não apenas de softwares, mas também por metodologias aplicadas, dados a serem coletados e tratados e hardwares específicos, como por exemplo, scanners e coletores de dados GPS e recursos humanos.
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5 Vantagens do Geoprocessamento
A grande questão é que, com o Geoprocessamento, pode-se fazer o cruzamento de mapas e informações de um determinado território.
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No planejamento de um determinado município, imagine se o prefeito souber onde estão localizadas as áreas com probabilidade de ocorrer enchentes. Ele pode orientar ao secretário de planejamento para não conceder licenças ou autorizações para construção nessas áreas.
Mas será que essas áreas já estão ocupadas?  É preciso colocar o mapa de enchentes “em cima” do mapa de ocupação atual, para fazer esse tipo de análise, não é mesmo?  É exatamente isso que o SIG faz: um cruzamento de diferentes camadas de informações espacialmente localizadas.
São inúmeras as áreas que se servem das tecnologias de Geoprocessamento. Elas têm em comum o interesse por entes de expressão espacial, sua localização ou distribuição, ou ainda a distribuição espacial de seus atributos.
Essas áreas estão relacionadas à atuaçãodo homem sobre o meio físico em diversas atividades, como:
· Projeto de vias (rodovias, canais de irrigação, loteamentos, drenagem, lavras etc.);
· Operação de redes de utilidades (água, esgoto, telefone, gás, redes de transporte etc.);
· Planejamento urbano, regional, agrícola e de transporte;
· Análise espacial e monitoramento ambiental, de recursos naturais, urbano, regional e de transportes;
· Gerenciamento de processos agrícolas e de variados processos de distribuição e alocação.
As administrações municipais podem utilizar o SIG para atividades de planejamento, controle, monitoramento e/ou avaliação de ações, projetos, programas e serviços.
O Geoprocessamento é um investimento com alta taxa de retorno para o município. Do ponto de vista financeiro, em geral a implantação do Geoprocessamento e a atualização da base cadastral a ele associada trazem aumento da arrecadação.
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Entre os exemplos de aplicação do GIS, estão aqueles relacionados à ocupação e uso do solo (áreas públicas, assentamentos irregulares, equipamentos públicos, edificações), controle tributário e prestação de serviços (redes de infraestrutura e concessionárias).
Pode-se, por exemplo, disponibilizar (inclusive para todos os cidadãos, via internet), dados relativos a lotes, edificações, equipamentos públicos e legislação incidente no entorno de determinada área da cidade.
Também para fins de planejamento, é possível disponibilizar:
· Monitoramento e avaliação de diversos setores da administração pública;
· As informações relativas às características das redes de infraestrutura instaladas (iluminação pública, gás, abastecimento de água, esgotamento sanitário);
· Informações sobre os tipos de pavimentação e dimensões de cada componente das vias públicas e dos sistemas de sinalização;
· Dados sobre os tipos e situação de cada uma das árvores existentes nos parques, praças e vias, da incidência de doenças epidemiológicas, das ocorrências policiais, entre tantas outras.
O autor também informa que, especificamente para a gestão da política habitacional, pode-se:
· Relacionar a localização geográfica;
· Comunicar importantes informações relativas às características físicas, sociais e fundiárias de cada um dos assentamentos irregulares, bem como de cada uma das edificações existentes;
· Acompanhar sua transformação e integração à cidade formal, a implantação de diversos programas e, em estágio mais avançado, seus efeitos na situação socioeconômica de cada uma das famílias beneficiadas.
São aplicativos que possibilitam a realização de pesquisas e a emissão de diversos tipos de relatórios, sendo foco e interesse dos setores e projetos.
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Definir o sensoriamento remoto;
2. Distinguir geoprocessamento de sensoriamento remoto;
3. Relacionar as aplicabilidades do sensoriamento remoto.
1 Introdução
Desde a Guerra Fria que a tecnologia dos satélites passou a fazer parte de nosso cotidiano.
Essa evolução foi absorvida pela cartografia, que passou a utilizar informações muito mais precisas. Além disso, o dinamismo e a rapidez com que os satélites fornecem essas informações têm agilizado muito a repercussão das mudanças no espaço geográfico e a capacidade de tomar decisões.
É sobre esse assunto que trataremos nesta aula. Bons estudos!
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2 A tecnologia colaborando com a cartografia
Desde a Guerra Fria que a tecnologia dos satélites passou a fazer parte, cada vez mais, de nosso cotidiano. As previsões do tempo, as clareiras de desmatamento, a imagem das manchas de petróleo, as áreas de agricultura, a temperatura da terra e o degelo dos polos são exemplos de fenômenos que podem ser captados pelos satélites.
Essa evolução evidentemente foi absorvida pela cartografia, que passou a utilizar informações muito mais precisas. Além disso, o dinamismo e a rapidez com que os satélites fornecem essas informações têm agilizado muito a repercussão das mudanças no espaço geográfico e a capacidade de tomar decisões.
Exemplo
As imagens de satélites que identificam as queimadas e a devastação na Amazônia nos últimos anos, por exemplo, promoveram a adoção de várias medidas preventivas voltadas para a preservação ambiental.
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3 Sensoriamento remoto
De acordo com Raffo e Morato (2011), o termo ‘sensoriamento remoto’ significa a obtenção de informações sem o contato direto com o objeto de estudo.
Na verdade, trata-se de uma técnica que se iniciou com a utilização de fotografias da superfície da Terra, tomadas a partir de balões, para a elaboração de mapas ainda no século XIX, pouco tempo depois da invenção da fotografia.
Atenção
O sensoriamento remoto é uma revolução da fotogrametria. Agora, as imagens são obtidas através de satélites, do espaço sideral.
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Por não haver contato físico, a forma de transmissão dos dados (do objeto para o sensor, acoplado ao satélite) só pode ser realizada pela radiação eletromagnética, por ser esta a única forma de energia capaz de se propagar pelo vácuo.
Radiação eletromagnética: As ondas de radiação eletromagnética são uma junção de campo magnético com campo elétrico que se propaga no vácuo, transportando energia. A luz é um exemplo de radiação eletromagnética. É a esse tipo de radiação eletromagnética (REM) que devemos dar ênfase nesta aula sobre sensoriamento remoto.
O sensoriamento remoto pode ser definido com maior rigor como uma medida de troca de energias que resulta da interação entre a energia contida na radiação eletromagnética de determinado comprimento de onda e a contida nos átomos e moléculas do objeto de estudo (Florenzano, 2011).
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Você sabe o que são os sensores?
São equipamentos capazes de coletar energia proveniente do objeto, convertê-la em sinal passível de ser registrado e apresentá-lo de forma adequada à extração de informações (Steffen, 2011).
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4 Sensoriamento remoto x Geoprocessamento
O sensoriamento remoto que engloba o total conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, no tocante à coleta, tratamento e análise desses dados, dentre elas, o sensoriamento remoto.
O Geoprocessamento é uma poderosa ferramenta, que processa dados geograficamente referenciados e pode ser bastante útil na abordagem integrada de grandes bancos de dados, de diferentes setores, permitindo, entre outras, a análise matemática e estatística desses dados, essencial ao gerenciamento dos recursos naturais.
Trata-se de um ramo da área do conhecimento denominada oficialmente de Geomática. Ele engloba o total conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, quer seja no tocante à coleta, tratamento e análise desses dados (Njrgeoprocess, 2010).
5 Evolução do sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto (SR) teve início com a invenção da câmara fotográfica, que foi o primeiro instrumento utilizado e que, até os dias atuais, é ainda utilizada para a tomada de fotos aéreas.
Nós já sabemos que as aplicações militares quase sempre estiveram à frente no uso de novas tecnologias, e no SR não foi diferente.
Relata-se que uma das primeiras aplicações do SR foi para uso militar. Para isto, foi desenvolvida, no século passado, uma leve câmara fotográfica com disparador automático e ajustável.
Essas câmaras, carregadas com pequenos rolos de filmes, eram fixadas ao peito de pombos-correio, que eram levados para locais estrategicamente escolhidos, de modo que, ao se dirigirem para o local de suas origens, sobrevoavam posições inimigas.
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Lá pelos anos de 1860, Gaspard Félix Tournachon, também conhecido como Félix Nadar, contribuiu para o pontapé da fotogrametria. Ele foi um famoso balonista e fotógrafo francês que carregava suas câmeras volumosas pelos ares. Seu objetivo era fazer levantamentos terrestres a partir de fotografias aéreas.
Porém, o uso de balões vai além do sensoriamento.Em 1862, o professor Thaddeus Lowe subiu num balão para fazer uma observação do tempo. O Presidente Abraham Lincoln (1809-1865) gostou da ideia e autorizou a constituição da Brigada de Balões do Exército Americano, com Lowe no comando.
As primeiras fotografias de um avião foram tiradas por um passageiro, L. P. Bonvillain, num voo de demonstração na França em 1908. No ano seguinte, a primeira tomada aérea com uma câmara de cinema foi realizada quando outro fotógrafo acompanhou Wright.
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De acordo com Farias (2015), o avião biplano substituiu o balão na observação das linhas inimigas na luta de trincheiras da I Guerra Mundial.
Ao fim da guerra, o valor do reconhecimento fotográfico completo foi reconhecido por ambos os lados: os alemães adquiriram quatro mil fotografias por dia como parte do seu planejamento para a grande ofensiva de 1918, e o Exército americano imprimiu mais de um milhão de fotografias nos quatro últimos meses da guerra.
Embora as fotografias fossem muito usadas, foi preciso outra guerra para provar a real utilidade do reconhecimento aéreo fotográfico.
6 A evolução na II Guerra Mundial
Na II Guerra Mundial (1939 – 1945), a evolução foi ainda maior. O primeiro lançamento nos Estados Unidos ocorreu em 17 de abril de 1946. O foguete Vanguard foi criado com a intenção de ser o primeiro veículo lançador que os Estados Unidos poderiam usar para colocar um satélite em órbita.
No entanto, a chamada "Crise do Sputnik", causada pelo lançamento do Sputnik 1 e a falha do Vanguard TV3 levaram o governo americano a optar pelo satélite Explorer 1, usando o foguete Juno I, fazendo com que o Vanguard 1 se tornasse apenas o segundo satélite americano.
Depois da II Guerra Mundial, devido ao impacto causado pelo míssil V-2 nos círculos militares, o interesse pela tecnologia de foguetes começou a se desenvolver nos Estados Unidos.
Atenção
O 13º lançamento foi em 24 de outubro, contendo uma câmera fotográfica em seu nariz, que tirou uma série de imagens da superfície da terra a uma altura de 134 quilômetros.
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Como podemos resumir os principais avanços do sensoriamento remoto durante a segunda grande guerra?
· Desenvolvimento do filme infravermelho como “filme de detecção de camuflagem”;
· Novos sensores, como o radar;
· Avanços nos sistemas de comunicação.
No processo evolutivo das aplicações militares, os pombos foram substituídos por balões não tripulados e, posteriormente, por aviões. O grande “pulo do gato” aconteceu nos anos 1970, com o lançamento dos satélites de recursos naturais terrestres.
De acordo com Figueiredo (2011), a evolução do SR é fruto de um esforço multidisciplinar que envolveu e envolve avanços na física, na físico-química, na química, nas biociências e geociências, na computação, na mecânica etc.
Atualmente, a técnica é quase totalmente alimentada por imagens obtidas por meio da tecnologia dos satélites orbitais.
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A NASA é uma das maiores captadoras de imagens recebidas por seus satélites. A agência espacial lançou o primeiro Earth Resources Technology Satelllite (ERTS-1). Os dados fornecidos pelos sensores a bordo melhoraram o conhecimento de plantações, depósitos minerais, solos, crescimento urbano, entre outras tantas feições e processos terrestres.
Atenção
O nome do satélite foi mudado posteriormente para LANDSAT, cujas versões forneceram mais dados sobre a Terra do que pode ser analisado. O programa foi tão bem sucedido que continua até hoje, com o lançamento em fevereiro/2013 do LANDSAT-8.
No Brasil, o principal órgão que atua nessa área é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
Na verdade, o país está entre as nações que possuem tecnologia para a construção de satélites de sensoriamento remoto.
Atenção
O Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres foi construído em parceria com a China e suas imagens são disponibilizadas gratuitamente pela internet, através do portal do INPE.
Hoje, imagens de satélite são utilizadas nas aplicações mais variadas, como meio ambiente, vegetação, agricultura, mineração e geologia, clima, planejamento urbano e regional etc. Mas, definitivamente, foi o Google Earth, que popularizou as imagens feitas por satélite, que os usuários podem explorar gratuitamente em todo o planeta.
Clique no link a seguir e conheça a tabela com alguns dos diferentes tipos de satélites: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a05_08_01.pdf.
7 Sensoriamento remoto: aplicação
De acordo com Steffen (2011), o uso de imagens de satélite para observação da Terra é uma forma competente e econômica de coletar os dados necessários para monitorar e modelar estes fenômenos, especialmente em países de grande extensão territorial, como o Brasil.
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Através de softwares dedicados exclusivamente para tratamento de imagens, podem-se gerar imagens com diferentes composições de cores, ampliações de partes das imagens e classificações temáticas dos objetos nelas identificados.
Obtém-se assim produtos como mapas temáticos, que são usados para estudos de geologia, vegetação, uso do solo, relevo, agricultura, rede de drenagem, inundações, entre outros.
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Vamos ver um exemplo?
Imagine que você precise saber como evoluiu o desmatamento em seu município ou área de trabalho. Você pode, para isto, utilizar duas imagens de satélites de anos diferentes e fazer a comparação, através da interpretação das imagens, em escala de detalhe.
Veja duas imagens de satélite da cidade de Rio das Ostras (estado do Rio de Janeiro), nos anos de 2003 e 2012 e compare as diferenças.
Observou como o monitoramento do uso do solo nos permite identificar uma malha urbana mais densa em 2012 do que em 2003?
Veja a quantidade de edificações!
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Agora faça a mesma observação em Santa Cruz, próximo à Baía de Sepetiba, também no estado do Rio de Janeiro.
A construção ocupa uma área de aproximadamente dez milhões de metros quadrados e está situada à Avenida João XXIII, entre a Base Aérea de Santa Cruz e o Canal São Francisco, no Distrito Industrial de Santa Cruz, Rio de Janeiro.
A pedra fundamental da siderúrgica foi lançada na sexta-feira, dia 29 de setembro de 2006. A planta entrou em operação em junho de 2010.
Agora, você entende a diferença de uso do solo, não é mesmo?
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8 Produtos do sensoriamento remoto
Os produtos do sensoriamento remoto, quando apresentados sobre áreas específicas ou sobre um contexto mais regional, permitem diagnósticos eficientes, propõem soluções de baixo custo e criam alternativas inteligentes para os desafios enfrentados face às mudanças aceleradas que observamos em nosso território.
Ainda para Steffen (2011), os dados de sensoriamento remoto têm se mostrado extremamente úteis para estudos e levantamentos de recursos naturais, principalmente por:
· Sua visão sinótica, que permite ver grandes extensões de área em uma mesma imagem;
· Sua resolução temporal que permite a coleta de informações em diferentes épocas do ano e em anos distintos, o que facilita os estudos dinâmicos de uma região;
· Sua resolução espacial, que possibilita a obtenção de informações em diferentes escalas, desde as regionais até locais, sendo este um grande recurso para estudos abrangendo desde escalas continentais, regiões até um quarteirão.
· Sua resolução espectral que permite a obtenção de informações sobre um alvo na natureza em distintas regiões do espectro, acrescentando assim uma infinidade de informações sobre o estado dele.
Desde o lançamento do primeiro satélite de recursos terrestres, o Landsat, em junho de 1972, grandes progressos e várias pesquisas foram feitas na área de meio ambiente, além de levantamento de recursos naturais, fazendo uso de imagens de satélite.
Após o advento destes satélites, os estudos ambientais deram um salto enorme em termos dequalidade, agilidade e número de informações.
Clique no link a seguir e conheça os países em desenvolvimento foram os grandes beneficiados desta tecnologia:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a05_10_01.pdf
Exemplo
Veja alguns exemplos no link a seguir:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a05_10_02.pdf
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar como o Geoprocessamento pode contribuir para o processo de licenciamento ambiental;
2. Apresentar exemplos da contribuição do sensoriamento remoto e SIGs no licenciamento ambiental.
1 Introdução
Nesta aula, vamos ver como o Geoprocessamento, através do sensoriamento remoto e dos SIGs, contribui para o licenciamento ambiental.
Bons estudos!
A necessidade do ser humano de adquirir informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, alimentos e conhecer lugares específicos sempre foi uma parte importante das atividades das sociedades organizadas.
Com as inovações tecnológicas, isso deixou de ser feito apenas em mapas de papel e, a partir da segunda metade do século passado, passou a ser possível armazenar e representar tais informações em um ambiente computacional, permitindo o aparecimento do Geoprocessamento.
Vamos ver como o Geoprocessamento, através do sensoriamento remoto e dos SIGs, contribui para o licenciamento ambiental.
2 O Geoprocessamento no licenciamento ambiental
Geoprocessamento é um instrumento tecnológico fundamental para o conhecimento da realidade e definição de ações.
Esse instrumento influencia de maneira crescente as áreas de cartografia, análise de recursos naturais, transportes, comunicações, energia e planejamento urbano, regional e meio ambiente.
As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG ou, em inglês, GIS), permitem análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados.
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Essas ferramentas têm grande importância para o monitoramento da biodiversidade e para o licenciamento ambiental, devido à capacidade de coleta de dados para diversos estudos, bem como realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes.
O SIG pode ser considerado um importante meio de apoio e desenvolvimento de aplicações voltadas ao meio ambiente, facilitando a integração de dados espaciais e permitindo propor alternativas para diminuir impactos identificados no ambiente, inclusive no âmbito das bacias hidrográficas.
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3 Automatização da produção de documentos
As ferramentas SIG tornam possível ainda automatizar a produção de documentos cartográficos. Como exemplo, temos o uso de imagens de satélites CBERS georreferenciadas, segmentadas e interpretadas, assim como a criação dos mapas de vegetação de uma determinada localidade.
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Fonte: INPE, 2015.
Primeiras imagens do Brasil coletadas pela câmera CCD do satélite CBERS-2: Região noroeste do Estado de São Paulo. As áreas de solo exposto estão em tons avermelhados escuros; as áreas de agricultura e cana-de-açúcar, em verde. O delineamento das curvas de nível é visível. Na região inferior central da imagem pode-se ver um assentamento rural, constituído de pequenos lotes agrícolas.
4 Informações sobre os problemas ambientais
Num país de dimensões continentais e com grande carência de informações adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas ambientais, o Geoprocessamento apresenta um grande potencial.
Isso ocorre principalmente se baseado em tecnologias de custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente e transferido para a sociedade.
O uso de técnicas de Geoprocessamento no licenciamento ambiental tem sido uma ferramenta dinâmica, capaz de garantir agilidade no processo de orientação e fiscalização do órgão.
5 Verificação de ações e compensações
O Geoprocessamento auxilia ainda na verificação das ações condicionantes e das compensações, além dos instrumentos técnicos e jurídicos que compõem o processo de concessão da licença.
A técnica permite que todos sejam catalogados e codificados num mapa digitalizado, além dos dados disponíveis através de tabelas, por exemplo.
Geo MS traz agilidade no sistema de licenciamento ambiental em Mato Grosso do Sul
Com o objetivo de tornar mais eficiente o processo de licenciamento ambiental, o governo do Estado, por meio do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária (Embrapa), apresentou hoje a conclusão do projeto Geo MS.
O objetivo principal do projeto é estruturar um sistema de informação georreferenciada para o monitoramento do espaço rural e a geração de informação estratégica, que auxilie governos estaduais na tomada de decisão sobre a implantação de projetos, utilizando como estudo de caso o Estado do Mato Grosso do Sul.
Leia mais aqui: http://www.perfilnews.com.br/estado/geo-traz-agilidade-no-sistema-de-licenciamento-ambiental-em-mato-grosso-do-sul
6 Histórico do licenciamento ambiental
1972 - Após a Conferência de Estocolmo, em 1972, na capital da Suécia, a preocupação ambiental tornou-se uma realidade que precisava ser incorporada aos processos produtivos.
1975 - É dentro desse contexto que se compreende o processo de licenciamento ambiental que, no Brasil, iniciou voltado principalmente para o controle da poluição industrial, como estabelecido nas diretrizes do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (1975).
1980 - Na década de 1980, foi publicada a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que se tornou a base institucional e legal do licenciamento ambiental no Brasil.
Atenção
De acordo com Rodrigues (2008), com a incorporação da AIA (Avaliação de Impactos Ambientais) à legislação brasileira em 1981 (Política Nacional de Meio Ambiente), esses sistemas preexistentes de licenciamento tiveram que ser adaptados.
7 Alterações na análise ambiental
A adaptação citada não aconteceu somente no que tange ao seu campo de aplicação (atividades que utilizem recursos ambientais ou que possam causar degradação ambiental, no lugar de atividades poluidoras).
Ocorreu também quanto ao tipo de análise que passou a ser feita, não mais abrangendo somente emissões de poluente e sua dispersão no meio, agora incluindo os efeitos sobre a biota, os impactos sociais etc.
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É sempre bom salientar que dois elementos institucionais destacaram-se na PNMA:
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA);
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Vamos ver cada um deles a seguir?
SISNAMA
O SISNAMA é o conjunto de instituições na esfera federal, estadual e municipal, que formula e regula a política ambiental e aplica a legislação pertinente, sendo responsável pelo licenciamento ambiental.
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Leia sobre os Instrumentos da PNMA no link a seguir:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a06_09_01.pdf
CONAMA
Ao longo dos anos, houve a necessidade de se detalhar melhor essa questão do licenciamento ambiental.
Para isso, o CONAMA estabeleceu duas resoluções:
Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html).
Resolução CONAMA nº 237 de 22 de dezembro de 1997 (http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237).
As resoluções basicamente estabelecem os instrumentos mais comentados do sistema de licenciamento ambiental brasileiro: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e as licenças ambientais — prévia (LP), de instalação (LI) e de operação (LO).
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8 Criação da PNMA
A Política Nacional de Meio Ambiente foi regulamentada pelo Decreto nº 88.351 de junho de 1983. Mas este foi revogado e substituído pelo Decreto nº 99.274 de junho de 1990 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm), que, em seu artigo 19, diz o seguinte:
Art. 19.O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento de atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo;
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado;
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na licença prévia e de instalação.
Então, o que se observa é que o licenciamento é composto por três tipos de licenças: prévia, de instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma sequência lógica de encadeamento. Vamos conhecê-las.
Licença prévia:
É solicitada quando o projeto técnico está em preparação, a localização ainda pode ser alterada e alternativas tecnológicas podem ser estudadas. Nessa fase, o empreendedor ainda não investiu no detalhamento do projeto e diferentes conceitos podem ser estudados e comparados. Essa licença não autoriza a instalação do projeto, e sim aprova a viabilidade ambiental do projeto, bem como sua localização e concepção tecnológica. Além disso, estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento do projeto executivo.
Licença de instalação:
Somente poderá ser concedida caso a primeira tenha sido solicitada e autorizada.
Nessa fase, o projeto técnico é detalhado, atendendo às condições estipuladas na licença prévia. O prazo de validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma de instalação do projeto ou atividade, não podendo ser superior a seis anos.
Licença de operação:
É concedida depois que o empreendimento foi construído e está em condições de operar. Sua concessão, no entanto, está sempre condicionada ao cumprimento das condições preestabelecidas na primeira e segunda fase.
O prazo de validade dessa licença não pode ser inferior a quatro anos e superior a dez anos. Ela deve ser renovada periodicamente, inclusive para se verificar se todos os condicionantes para a operação estão sendo cumpridos.
Atenção
Observação quanto às mudanças no processo:
Lembre-se de que o licenciamento é um compromisso, assumido pelo empreendedor junto ao órgão ambiental, de atuar conforme o projeto aprovado.
Portanto, modificações posteriores, como, por exemplo, redesenho de seu processo produtivo ou ampliação da área de influência, deverão ser levados novamente ao crivo do órgão ambiental.
Além disso, esse órgão monitorará, ao longo do tempo, o trato das questões ambientais e das condicionantes determinadas ao empreendimento.
9 Importância do empreendedor no licenciamento
A partir de 1997, o empreendedor passou a ter o direito de participar do estabelecimento das exigências do estudo de impactos e condicionantes de licenciamento, tornando-se também responsável pela contratação da equipe técnica que realiza o EIA.
Todo processo de licenciamento ambiental, a começar pela LP — concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade e aprovando sua localização e concepção — são fortemente dependentes de informação cartográfica, sejam mapas, cartogramas ou coordenadas de localização, ilustrando e especificando a localização dos empreendimentos e o alcance de seus impactos potenciais.
O que o Geoprocessamento tem a ver com isso?
Bem, os mapas são ferramentas de comunicação poderosas e, de forma geral, são criteriosamente analisados e muito utilizados pelos analistas ambientais dos órgãos licenciadores.
Quer ver um exemplo?
É comum que os analistas extraiam a informação cartográfica fornecida pelo empreendedor no processo de licenciamento e a carreguem no GPS para fazer as vistorias.
Isso permite verificar em campo, com precisão, a veracidade das informações fornecidas e o contexto geográfico onde se insere o empreendimento.
É comum que os analistas extraiam a informação cartográfica fornecida pelo empreendedor no processo de licenciamento e a carreguem no GPS para fazer as vistorias.
Isso permite verificar em campo, com precisão, a veracidade das informações fornecidas e o contexto geográfico onde se insere o empreendimento.
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10 Profissionais dos órgãos licenciadores
Na maioria dos órgãos licenciadores, os analistas têm acesso, diretamente ou através de um departamento especializado, a sistemas de informação geográfica (SIG), como é o caso do IBAMA.
Na última década, tem havido um processo intenso de complementação e renovação dos quadros de profissionais dos órgãos licenciadores, através de concursos públicos.
Esse processo permitiu que hoje tivéssemos como analistas profissionais de bom nível técnico e de variadas formações, como biólogos, geógrafos, engenheiros de várias áreas, entre outros, que usam ferramentas de geoprocessamento correntemente no seu trabalho de análise e fiscalização.
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11 Caso do rio Saí
De acordo com Barbosa, Oliveira e Silva (2013), na Costa Verde do Rio de Janeiro, o processo de urbanização acelerado tem causado inúmeros problemas de ordem ambiental para a população, sobretudo aqueles associados à ocupação desordenada nas planícies de inundação dos rios locais.
Séries históricas de imagens de satélite são hoje de fácil obtenção e um recurso muito usado na análise ambiental, o que permite muitas vezes flagrar impactos do empreendimento sem mesmo ir a campo.
As áreas urbanizadas estão em franco processo de crescimento, por conta dos investimentos para a implantação de condomínios de luxo.
Os empreendimentos imobiliários Costa do Sahy e Sahy Residencial estão localizados na planície de inundação do rio Saí.
Como não há estudos sistemáticos sobre os processos de cheias do rio Saí, essas instalações podem estar vulneráveis aos eventos hidrológicos extremos do curso principal e seus afluentes e, portanto, podem estar em uma área de risco ambiental.
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Clique no link a seguir e leia o texto “Reflexão sobre os empreendimentos”:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a06_15_01.pdf
12 Geoprocessamento na elaboração do EIA
Durante a elaboração do EIA, as aplicações de geoprocessamento são inúmeras, abrangendo frequentemente:
· O imageamento por satélite em alta ou média resolução;
· A integração em ambiente de SIG dos desenhos do empreendimento (plantas do projeto básico, executivo ou geométrico);
· O mapeamento temático de uso das terras e cobertura vegetal;
· As análises qualitativas e quantitativas da vegetação a ser suprimida e das Áreas de Preservação Permanente (APPs) afetadas, entre outros.
Clique no link a seguir e leia o texto “Analisando o caso da Fazenda de São Bento”:
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a06_16_01.pdf
Na bacia do rio Guandu do Sapê, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, grande parte da APP encontra-se preservada.
O mapeamento do uso do solo foi feito através de imagens de satélite, em escala de detalhe, datado de 2010. Veja na imagem, o mapa de uso do solo dentro da área de APP (Fonte: Leite, et al (2013).
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13 Planejando o uso do Geoprocessamento
Os ciclos de implantação de grandes projetos de infraestrutura duram de dois até 10 anos ou mais. Logo, o ato de planejar corretamente o uso do Geoprocessamento e contratar na hora certa contribui para o máximo benefício no ciclo do projeto.
Essa prática reduz inclusive o custo de muitos outros estudos por meio do suporte à comunicação e integração de informações, suporte ao planejamento das atividades de campo e ampliação da capacidade de análise do corpo técnico contratado e executivos responsáveis.
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar as possíveis contribuições do geoprocessamento para a elaboração do EIA;
2.Listar alguns exemplos de colaboração do sensoriamento remoto e do SIG nesse processo.
1 Introdução
Entre as normativas de proteção ambiental, está a Política Nacional de Meio Ambiente, publicada em 1981.
Um de seus instrumentos é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sobre o qual discutiremos nesta aula – uma ferramenta que auxilia a preservação do meio ambiente.
Além de refletirmos sobre tal estudo, aqui, identificaremos, também, a importância do uso do Sistema de Informações Geográficas (SIG) como subsídio para a análise ambiental.
É esse sistema que reúne os dados georreferenciados e propõe alternativas para a diminuição de impactos ao ambiente.
Bons estudos!
2 Política Nacional do Meio Ambiente
A Política Nacional de Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm) – foi a primeira lei nacional que deu importância aos estudos ambientais.
Como você percebeu, em seus dispositivos, os estudos ambientais servem como meios de conseguir licença para a operação de um empreendimento que utilize recursos naturais ou que cause algum tipo de degradação ambiental.
O Artigo 9º da Política Nacional do Meio Ambiente prevê seus instrumentos, entre os quais está o licenciamento ambiental.
Nesse dispositivo, fica claro que tal autorização não vale apenas para atividades que podem causar poluição ambiental mas também para quaisquer formas de degradação – tais como um desmatamento ou a extinção de espécies de animais.
Na verdade, trata-se de uma evolução no entendimento das causas da deterioração da qualidade ambiental.
Por sua vez, o Artigo 10 da mesma lei destaca que a licença ambiental destina-se à instalação do empreendimento, bem como ao funcionamento e à ampliação de atividades preexistentes.
Conheça, a seguir, os processos e documentos originados dessa legislação em prol do meio ambiente.
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3 AIA x EIA
Para tratar das atividades que afetam, de alguma forma, o ambiente, a Política Nacional do Meio Ambiente instituiu o processo de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm), que foi elevado ao status constitucional, nos termos do Artigo 225 da Carta Magna.
Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
“[...] processo de avaliação dos efeitos ecológicos, econômicos e sociais, que podem advir da implantação de atividades antrópicas (projetos, planos e programas), e de monitoramento e controle desses efeitos pelo poder público e pela sociedade.” (BRASIL, 1995, p. 21)
“[...] conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistêmico dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados, de forma adequada, ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos devem garantir a adoção das medidas de proteção ao meio ambiente determinadas, no caso de decisão sobre a implantação do projeto.” (BRASIL, 2007b, p. 31)
Dentro desse processo, há um conjunto de procedimentos – entre eles, a elaboração de documentos ambientais, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
4 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Documento técnico que avalia as consequências ambientais decorrentes de determinado projeto ou de determinada ação.
Além disso, a ferramenta AIA enfatiza a aplicação de medidas que diminuem os impactos ambientais resultantes de determinada atividade – como o reflorestamento ou a implantação de uma Unidade de Conservação.
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Abordada no documentário, a Constituição Federal dispensou “a atividade não “potencialmente causadora de significativa degradação ambiental” de apresentar o EIA/RIMA (BRASIL, 2007b, p. 32).
Mas o órgão ambiental pode – e DEVE – solicitar estudos ambientais paralelos quando o impacto ambiental do empreendimento não for considerado significativo.
Para TCU (BRASIL, 2007b, p. 33):
“[...] o termo ‘significativo’ é alvo de grande subjetividade. Contudo, seria impossível o estabelecimento de um critério objetivo único que pudesse vigorar em todo o território nacional. O que é significativo, importante, relevante em um grande centro poderá não ter a mesma significação na zona rural. Há empreendimentos perfeitamente suportáveis, do ponto de vista do controle ambiental, em certos lugares, mas absolutamente inadmissíveis em outros”.
Estudos ambientais paralelos
Alguns exemplos comuns de estudos solicitados com relação a empreendimentos não significativos são:
· Relatório ambiental;
· Plano e projeto de controle ambiental;
· Relatório ambiental preliminar;
· Diagnóstico ambiental;
· Plano de manejo;
· Plano de recuperação de área degradada;
· Análise preliminar de risco.
Atenção
Para fins de alcance do licenciamento ambiental, exige-se um conjunto de estudos do meio ambiente. Além do EIA, há a necessidade de apresentação do Plano de Controle Ambiental (PCA), do Relatório de Controle Ambiental (RCA) e do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
Para ver um exemplo de construção que já obteve licenciamento em função do EIA, leia o texto Plano de gestão ambiental, disponível em: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t03.pdf
Vamos entender melhor como o EIA se organiza?
5 Estudo de Impacto Ambiental
O EIA foi introduzido no sistema normativo brasileiro pelo Artigo 8º, Inciso II, da Política Nacional de Meio Ambiente (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm).
Posteriormente, a Resolução CONAMA nº 001/86 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html) impôs a elaboração do binômio EIA/RIMA para o licenciamento de diversas atividades que modificam o meio ambiente, bem como as diretrizes – Artigo 5º – e atividades técnicas para sua execução.
Binômio EIA/RIMA
De acordo com o órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro – Instituto Estadual do Ambiente (INEA) (GOVERNO DO RIO DE JANEIRO, 2015) –, o EIA reúne:
“[...] relatórios técnicos destinados a instruir o processo de licenciamento. [...]
O EIA/Rima deve, a partir de um diagnóstico socioeconômico e ambiental (meios físico e biótico) de toda a área que será afetada, realizar um prognóstico das consequências do empreendimento e sugerir medidas, na forma de pré-projetos, com o objetivo de minimizar os impactos considerados negativos e maximizar aqueles considerados positivos”.
De acordo com TCU (BRASIL, 2007b, p. 33), entre tais diretrizes está a definição dos:
“[...] limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos – denominada área de influência do projeto –, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza”.
Embora pesquisadores tenham demonstrado a importância da correta delimitação da área de influência, muitos proprietários de empreendimentos não dão o devido valor ao imageamento e ao uso do geoprocessamento em seus trabalhos técnicos – como os EIAs.
Atenção
Para Jamel (2009):
“O uso de ferramentas de geoprocessamento é fundamental nesses estudos de grande abrangência geográfica, [e é] normal que o Sistema de Informações Geográficas (Conjunto de dados vetoriais, imagens, tabelas de atributos e banco de dados organizados). [...] seja um produto do projeto contratado”.
Sistema de Informações Geográficas
Conjunto de dados vetoriais, imagens, tabelas de atributos e banco de dados organizados.
Para saber mais sobre a necessidade de licenciamento ambiental e a área afetada pelos impactos ambientais, leia os textos:
Linhas de Transmissão (http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t04a.pdf)
Área de influência (http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t04b.pdf)
6 Seções do EIA
De acordo com o Artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/97 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html), o EIA deve ser composto, obrigatoriamente, por quatro seções, quais sejam:
· 
· 
· 
· 
Além disso, conforme aponta a CETESB (2014, p. 28), é muito importanteconsiderar nesse estudo os três meios ambientais – físico, biótico e socioeconômico – das áreas de influência, “que serão passíveis de alterações significativas em decorrência do projeto, em suas fases de planejamento, implantação e operação”.
O Artigo 6º, Inciso I, da Resolução CONAMA nº 001/86 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html) os classifica.
Mas o que é preciso, de fato, para elaborar esse diagnóstico ambiental e, consequentemente, o prognóstico?
7 Diagnóstico e prognóstico ambiental
Sobre o diagnóstico ambiental, a CETESB (2014, p. 28) indica que:
“As informações necessárias a [sua] elaboração [...] poderão ser obtidas por levantamentos de campo ou por meio de consultas a dados secundários – como relatórios, teses e outras bibliografias.
Além da descrição textual, as informações deverão ser apresentadas em mapas temáticos ou em outros meios de visualização espacial, de forma a permitir o entendimento do contexto em que se insere o empreendimento e facilitar a sobreposição e a interação entre vários aspectos ambientais estudados”.
Por exemplo, para aquele estudo sobre a Barragem do Rio Colônia, na Bahia, foi necessário um mapeamento do uso do solo na bacia hidrográfica. Esse trabalho foi realizado a partir da interpretação de imagens de satélite disponíveis no Sistema de Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE) (http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/).
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A etapa do prognóstico ambiental precisa de cuidados com relação à quantificação e à delimitação do espaço atingido.
Prognóstico ambiental
Análise dos impactos ambientais – aquela que é possível ser feita com a instalação do empreendimento.
Para a CETESB (2014, p. 29), é importante apresentar:
“Os procedimentos metodológicos adotados;
A identificação dos aspectos inerentes ao empreendimento e dos fatores ambientais impactados;
A descrição e a avaliação dos impactos decorrentes do empreendimento, de acordo com critérios previamente estabelecidos.
[...]
Para isso, poderá ser empregado um conjunto de métodos consagrados em estudos dessa natureza, a saber: estudos de caso, listagem de controle, opinião de especialistas ou julgamento profissional, revisões de literatura, matrizes de interação etc.”
O que também ajuda nessa fase é a utilização de vários layers de informação através do geoprocessamento.
Atenção
O detalhamento dos documentos técnicos ambientais depende do tamanho e da importância da área de influência.
Muitos pesquisadores dão maior atenção aos estudos na ADA do que na AII.
Para saber mais sobre como elaborar o diagnóstico ambiental, analise o Mapa geológico dos Terminais Ponta Negra (http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t06.pdf).
Planos e programas ambientais
Após identificar os impactos ambientais – negativos e positivos –, é fundamental saber o que fazer para mitigar aqueles que são considerados ruins e para potencializar os bons.
De acordo com a CETESB (2014, p. 29), é necessário:
“Apresentar os Planos e Programas Ambientais contendo medidas preventivas, mitigadoras e/ou compensatórias associadas a cada impacto negativo identificado e analisado, relacionando-as com a regulamentação a ser atendida”.
O ideal é organizar os programas ambientais pela fase do empreendimento, pelo fator ambiental e pelo impacto a que se destinam. Por exemplo, na fase de implantação de uma Linha de Transmissão (LT), o desmatamento intenso é comum, o que altera a dinâmica de relevo, com geração de erosão e assoreamento.
O geoprocessamento pode auxiliar na identificação dos pontos com maior risco de erosão, a partir de dados sobre:
· O uso e as características do solo;
· A declividade;
· O relevo;
· A concentração de chuva.
Atenção
A CETESB (2014, p. 29) destaca que:
“Os Programas de Monitoramento deverão permitir o acompanhamento dos reais efeitos do empreendimento sobre o meio ambiente, avaliando a eficiência das medidas mitigadoras propostas e o desencadeamento dos processos para sua adequação, quando necessário”.
Para saber mais sobre os programas ambientais, veja o que foi feito na Bacia hidrográfica do Ribeirão São Lourenço. Clique no link: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t07.pdf.
8 RIMA x EIA
De acordo com o TCU (BRASIL, 2007b, p. 34), “O RIMA é exigido nos mesmos casos em que se exige o EIA”. Mas muita gente ainda confunde ambos os documentos, caracterizando o RIMA como um simples resumo do EIA, e isso não procede.
Tanto o EIA quanto o RIMA apresentam informações sobre o empreendimento – meios físico, biótico e socioeconômico – e seus impactos, mas seus focos são diferentes.
O EIA é um texto técnico, voltado para a leitura de especialistas.
“Já o Rima oferece informações essenciais para que a população [leiga] tenha conhecimento das vantagens e desvantagens do projeto, e das consequências ambientais de sua implementação. Em termos gerais, pode-se dizer que o EIA é um documento técnico e que o Rima é um relatório gerencial”. (BRASIL, 2007b, p. 34)
Atenção
Para o TCU (BRASIL, 2007b, p. 35):
“O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à compreensão do público em geral. As informações devem ser produzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possa entender as vantagens e desvantagens do projeto e todas as consequências ambientais de sua implementação”.
Mas sabe todos aqueles mapas que você encontra no EIA? Não podemos copiá-los, simplesmente, para o RIMA. É fundamental fazer uma tradução dos termos técnicos para que os leigos possam entender os impactos e as propostas de soluções de cada documento.
Para ver um exemplo, analise o RIMA do Complexo Turístico de Maricá (http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon514/docs/a07_t08.pdf).
Mas que informações o RIMA deve conter?
Para descobri-lo, leia o Artigo 9º da Resolução CONAMA nº 001/86 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html).
9 RIMA e Audiência Pública
O RIMA é muito utilizado nas Audiências Públicas – aquelas que estão previstas no Artigo 3º da Resolução CONAMA nº 237/97 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html) e cujo destino encontra-se explícito no Artigo 2º da Proposta do Departamento de Licenciamento e Avaliação Ambiental do CONAMA (http://www2.mma.gov.br/port/conama/processos/CB826F0B/AudienciasPublicasVFinal_DLAA_MMA.pdf).
Audiências Públicas
De acordo com a ANP (2007), trata-se da:
“[...] parte do licenciamento ambiental onde se faz esclarecimentos à população sobre uma atividade potencialmente causadora de degradação ambiental [...]”.
Portanto, primeiro, o RIMA é entregue pelo empreendedor ao órgão público. Depois, é distribuído para a população interessada no empreendimento. Em seguida, o documento é publicado em edital através dos órgãos de imprensa.
Órgão público
Após o órgão ambiental receber o RIMA, o documento é “publicado em edital, anunciado pela imprensa local, abrindo o prazo de 45 dias para solicitação de Audiência Pública”.
Só a após essa etapa final, o órgão ambiental elabora o parecer final, e um licenciamento prévio pode “ser autorizado [...] para a realização da obra ou o indeferimento do projeto”.
Disponível em: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1815700/qual-a-diferenca-entre-eia-estudo-de-impacto-ambiental-e-o-rima-relatorio-de-impacto-ambiental-fernanda-carolina-silva-de-oliveira. Acesso em: 14 maio 2015.
Afinal, é preciso dar publicidade aos estudos ambientais para os processos de licenciamento ambiental. Isso é feito por meio da divulgação dos dados pelos órgãos ambientais e do chamamento para a Audiência Pública. Tal procedimento se realiza, ainda, com base na Resolução CONAMA nº 9/87 (http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60).
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Apresentar a importância do Termo de Referência como guia dos estudos ambientais formais;
2. Relacionar a identificação das escalas com o nível de estudos ambientais;
3. Compreender a importância das imagens

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