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SUMÁRIO Apresentação ............................................................................................ 3 Inquérito Policial ....................................................................................... 4 Prisão em Flagrante ................................................................................... 41 Prisão Temporária ..................................................................................... 64 Prisão Preventiva ....................................................................................... 71 Medidas Cautelares Diversas da Prisão ......................................................... 90 Fiança ...................................................................................................... 98 APRESENTAÇÃO Prezados alunos, Eu sou o professor Carlos Alfama. Atualmente, exerço o cargo de Delegado de Polícia no estado de São Paulo. Também sou professor da Zero Um Concursos (curso on-line para concursos policiais). Preparei para vocês esta apostila com questões comentadas de Direito Processual Penal para ajudá-los no concurso da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro (PCERJ). Espero sinceramente que este material seja útil na sua preparação. Aproveite e conheça nosso curso on-line completo para a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). É só clicar no link abaixo: >>>CONHEÇA NOSSOS CURSOS ON-LINE PARA PCERJ<<< Se preferir, pode usar também o QR Code, que irá te direcionar para nosso curso completo para a PCSP (videoaulas e apostilas em PDF de todos os tópicos do edital). Aproveite e siga a Zero Um Concursos no instagram (@zeroumconcursos). Todos os dias temos muito conteúdo gratuito para os concurseiros da área policial. Grande abraço a todos. Prof. Carlos Alfama (@profcarlosalfama) Atualmente, o professor Carlos Alfama é Delegado de Polícia na PCSP. Autor do livro “Direito Processual Penal para Concursos”. Foi aprovado em 1º lugar no último concurso para Policial do Senado Federal (em 2012). Em 2019, foi aprovado, dentro do número de vagas, em todas as fases dos concursos para Delegado de Polícia da PCSP e para Delegado de Polícia da PCGO. É professor de Direito Penal e Direito Processual Penal na Zero Um Concursos. https://portal.zeroumconcursos.com.br/cr200329(26)-pcrj-curso-on-line-para-inspetor-da-policia-civil-do-rio-de-janeiro QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 4acesse outros conteúdos: INQUÉRITO POLICIAL 1. Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do delito. 2. O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Público, titular único e exclusivo da ação penal. 3. Toda e qualquer infração penal é investigada através do inquérito policial. 4. No CPP, não há distinção entre prova e elemento informativo da investigação. 5. O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. 6. A recente jurisprudência do STJ, em homenagem ao princípio constitucional do devido processo legal, firmou-se no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatória, mesmo diante da natureza inquisitiva do inquérito policial, contaminam a ação penal dele oriunda. 7. O inquérito policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, mediante decisão fundamentada de superior hierárquico, por motivo de interesse público ou por inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 5acesse outros conteúdos: 8. O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e as garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados, praticados pelos membros daquela instituição. 9. O inquérito policial, na atual sistemática processual, é exclusivamente escrito, nos termos dos artigos 9º e 405, § 1º, ambos do Código de Processo Penal. 10. Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao contraditório e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal. 11. A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocorreu. 12. Uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado. 13. O inquérito policial é dispensável à propositura de ação penal, mas denúncia desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia sem justa causa. 14. O desenvolvimento da investigação no IP deverá seguir, necessariamente, todas as diligências previstas de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de ofender o princípio do devido processo legal. Além disso, há uma sequência preestabelecida de atos investigativos que devem ser realizados pela autoridade policial. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 6acesse outros conteúdos: 15. A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja descabida a investigação. 16. Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. 17. Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser instaurado a requerimento da vítima ou do MP. 18. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de requerimento da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata. 19. Cabe ao promotor ou ao juiz, mediante requisição, determinar o indiciamento de alguém pela autoridade policial. 20. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiverpreso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 21. Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la. 22. O Tribunal está obrigado a acolher a manifestação de arquivamento de investigação criminal formulada pelo Procurador-geral de Justiça, na hipótese de competência originária. 23. Mesmo depois de ordenado pela autoridade judiciária, em caso de arquivamento do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá, se de outras provas tiver notícia, proceder a novas pesquisas. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 7acesse outros conteúdos: 24. Na visão do pretório excelso, a decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, a pedido do Ministério Público, quando o fato nele apurado for considerado atípico, produz, mais que preclusão, coisa julgada material, impedindo ulterior instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio, mesmo com a existência de novas provas. 25. Há previsão de recurso de ofício em caso de arquivamento do inquérito policial que verse sobre crime contra a economia popular ou contra a saúde pública regrado pela Lei n. 1.521/51. 26. A jurisprudência dos tribunais superiores admite o arquivamento implícito, quando o promotor de justiça deixa de denunciar réu indiciado em inquérito policial. 27. Segundo a doutrina, arquivamento indireto do inquérito policial é o fenômeno de ordem processual que decorre de quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação desse procedimento, e o juiz recebe a denúncia sem remeter a questão ao chefe institucional do Ministério Público. 28. Considere que a autoridade policial tenha instaurado inquérito para apurar a prática de crime cuja punibilidade fora extinta pela decadência. Nessa situação, ao tomar conhecimento da investigação, o acusado poderá se valer do habeas corpus para impedir a continuação da investigação e obter o trancamento do inquérito policial. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 8acesse outros conteúdos: GABARITO 1. C 2. E 3. E 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. E 10. E 11. E 12. E 13. C 14. E 15. C 16. C 17. E 18. E 19. E 20. E 21. E 22. C 23. C 24. C 25. C 26. E 27. E 28. C http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 9acesse outros conteúdos: QUESTÕES COMENTADAS 1. Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do delito. Gabarito: certo. O inquérito policial é um procedimento destinado a apurar a materialidade1 e a autoria2 de uma infração penal por meio da realização de um conjunto de diligências investigativas3, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 1 Apurar a materialidade significa apurar se o fato investigado configura crime e, caso configure, qual foi o crime praticado. 2 Apurar a autoria significa apurar quem praticou o crime e em quais circunstâncias. 3 Diligências investigativas são as ações de investigação realizadas pela autoridade policial para apuração da conduta investigada. Exemplo: oitiva das testemunhas, perícias, etc. Quanto à natureza do inquérito policial, é importante lembrar que se trata de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO! Logo: • não é processo. E não é processo porque não se estabelece; no inquérito policial, a relação processual (partes e juiz imparcial). Além disso, no inquérito http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 10acesse outros conteúdos: policial ainda não há o exercício da pretensão acusatória, em outras palavras, ninguém é acusado da prática de delitos no curso do inquérito policial, tanto é que o resultado das investigações não é a aplicação de uma sanção penal, mas sim um relatório das ações de investigação realizadas. • Não é judicial, pois não é conduzido por um juiz, mas por uma autoridade policial. 2. O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Público, titular único e exclusivo da ação penal. Gabarito: errado. Na sua prova, você não pode esquecer quem são os destinatários do inquérito policial. • Destinatários imediatos: são os titulares da ação penal: • o Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pública (CF/88, art. 129, I); e • o ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30). • Destinatário mediato: o Poder Judiciário, que se utilizará dos elementos de informação constantes do inquérito policial para auxiliar na formação de seu convencimento sobre o mérito e para decidir sobre a decretação de medidas cautelares. 3. Toda e qualquer infração penal é investigada através do inquérito policial. Gabarito: errado. As infrações de menor potencial ofensivo são investigadas por meio do termo circunstanciado. O termo circunstanciado, previsto na Lei nº 9.099/1995, é o método investigativo destinado a apurar as infrações de menor potencial ofensivo (IMPO). http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 11acesse outros conteúdos: Infrações de menor potencial ofensivo são: • as contravenções penais; e • os crimes cuja pena máxima não seja superior a 02 anos, cumulados ou não com multa. As infrações de menor potencial ofensivo são investigadas por meio do termo circunstanciado, por ser um procedimento que garante maior celeridade e simplicidade nas investigações. Em verdade, o termo circunstanciado é extremamente simples, muito semelhante a um boletim de ocorrência, em que se registram as informações sobre o delito prestadas pelos envolvidos (vítima, testemunhas e investigado). O STJ entendeque, nas infrações de menor potencial ofensivo, a autoridade policial pode substituir o termo circunstanciado pelo inquérito policial quando a complexidade ou as circunstâncias do caso assim recomendem (STJ, HC nº 26.988/SP). RELEMBRANDO ATENÇÃO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 12acesse outros conteúdos: 4. No CPP, não há distinção entre prova e elemento informativo da investigação. Gabarito: errado. No Direito Processual Penal, há uma distinção conceitual entre a terminologia “prova” e a terminologia “elemento informativo”. Essa diferença entre prova e elementos de informação é expressa no art. 155 do Código de Processo Penal: CPP, art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Da análise do dispositivo e da doutrina, podemos sintetizar a diferença existente no seguinte quadro: PROVAS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO Em regra, são informações sobre a materialidade e a autoria produzidas na fase judicial. São informações sobre a materialidade e a autoria produzidas na fase de investigação preliminar. Assim, no inquérito policial, em regra, não há colheita de provas, mas sim de elementos de informação. Exceções são as provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas, que são informações sobre o crime produzidas na fase investigatória, mas que possuem natureza jurídica de “prova”. As provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas serão estudadas no material referente às PROVAS NO PROCESSSO PENAL. Nesse momento inicial, apenas nos cabe entender as diferenças entre provas e elementos informativos. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 13acesse outros conteúdos: Em relação a essa distinção (entre provas e elementos informativos), outras diferenças que podem ser apontadas são as seguintes: PROVAS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO Na produção das provas, é assegurado o contraditório e a ampla defesa. Não é assegurado o contraditório e ampla defesa na produção de elemento informativos. A produção da prova se sujeita ao princípio da identidade física do juiz (art. 399, §2º, CPP). As provas devem, via de regra, ser produzidas na presença do juiz que vai proferir a sentença. Os elementos informativos não são produzidos na presença do juiz, mas sim na presença da autoridade policial. Finalidade da produção das provas: formar a convicção do juiz da causa acerca do fato em julgamento. Finalidades da produção dos elementos informativos: • auxiliar na formação da opinio delicti (opinião do MP acerca do fato investigado); • fundamentar a decretação de medidas cautelares. Por ser um procedimento destinado a colher elementos informativos sobre o crime, o inquérito policial é classificado como PROCEDIMENTO INFORMATIVO. ATENÇÃO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 14acesse outros conteúdos: 5. O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. Gabarito: certo. Analisar qual é o valor probatório do inquérito policial é identificar a possibilidade de o juiz fundamentar sua decisão com base nos elementos nele colhidos. Nesse sentido, podemos dizer que o inquérito policial tem um VALOR PROBATÓRIO RELATIVO. Isso porque, isoladamente, os elementos informativos produzidos nos IP não podem servir de fundamento para uma condenação. Ou seja, o juiz não pode condenar alguém exclusivamente com base em elementos informativos. Todavia, em conjunto com provas produzidas em contraditório judicial, os elementos produzidos no IP podem, sim, influenciar na formação da convicção do julgador (STF, HC 83.348). Em relação à sentença absolutória (decisão judicial que absolve o réu), é certo que o juiz pode concedê-la somente com base nos elementos do IP. 6. A recente jurisprudência do STJ, em homenagem ao princípio constitucional do devido processo legal, firmou-se no sentido de que, em regra, eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatória, mesmo diante da natureza inquisitiva do inquérito policial, contaminam a ação penal dele oriunda. Gabarito: errado. É recorrente em questões de concursos a questão sobre o efeito de eventuais irregularidades ou vícios que porventura ocorram no transcorrer do inquérito policial. CUIDADO! http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 15acesse outros conteúdos: Em decorrência do caráter meramente informativo do inquérito policial, o posicionamento pacificado dos tribunais superiores é no sentido de que, em regra, os eventuais vícios ocorridos no inquérito policial não são hábeis a contaminar a ação penal. EXCEÇÕES! Haverá a extensão da nulidade à eventual ação penal nos seguintes casos: • se houver violações de garantias constitucionais e legais expressas e o órgão ministerial, na formação da opinio delicti, não consiguir afastar os elementos informativos maculados para persecução penal em juízo. Exemplo: situação em que todos os elementos informativos do inquérito policial derivaram de uma interceptação telefônica ilícita; • se o advogado nomeado do investigado for impedido de assisti-lo em seu interrogatório policial. Esse vício ensejará nulidade absoluta do ato de interrogatório e dos atos dele derivados, nos termos da Lei nº 13.245/2016. 7. O inquérito policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, mediante decisão fundamentada de superior hierárquico, por motivo de interesse público ou por inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. Gabarito: certo. LEI Nº 12.830/13. Art. 2º, §4º. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. A avocação ou redistribuição de investigação criminal conduzida por delegado de polícia por superior hierárquico somente pode ser feita mediante despacho motivado em duas situações: http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br16acesse outros conteúdos: • motivo de interesse público; • inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. 8. O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e as garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados, praticados pelos membros daquela instituição. Gabarito: certo. No dia 14 de maio de 2015, o Plenário do STF, no julgamento do RE 593727 (recurso esse que teve reconhecida a repercussão geral), confirmou seu entendimento de que o Ministério Público tem atribuição para promover, por autoridade própria e por prazo razoável, investigações de natureza penal. REQUISITOS: • Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; • A atuação do MP fica sob permanente controle jurisdicional; • Devem ser respeitadas as hipóteses constitucionais de reserva de jurisdição; • Devem ser respeitadas as prerrogativas garantidas aos advogados. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 17acesse outros conteúdos: • EXCEPCIONALIDADE! A investigação criminal não é atividade ordinária do Ministério Público, somente podendo ser exercida em casos excepcionais, como nos casos de procrastinação da investigação pelos órgãos policiais, crimes de abuso de autoridade, crimes contra a Administração Pública e crimes praticados por policiais. Vale lembrar ainda a Súmula nº 234, STJ: “A participação de membro do MP na fase investigatória não acarreta o seu impedimento ou suspeição para oferecimento da denúncia”. O principal fundamento da investigação pelo Ministério Público é a TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS. Segundo essa teoria, a expressa outorga ao Ministério Público da competência para promover a ação penal pública pressupõe que se reconheça, ainda que por implicitude, a titularidade de meios destinados colheita de informações sobre a infração penal, conferindo-se, com isso, efetividade aos fins constitucionalmente reconhecidos órgão. Apesar de o MP poder investigar crime, jamais pode presidir inquéritos policias. A investigação pelo MP é feita por meio de procedimento próprio, qual seja o PIC – Procedimento Investigatório Criminal. 9. O inquérito policial, na atual sistemática processual, é exclusivamente escrito, nos termos dos artigos 9º e 405, § 1º, ambos do Código de Processo Penal. Gabarito: errado. De nada serviria um inquérito policial oral, visto que sua finalidade é subsidiar uma ação penal. ATENÇÃO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 18acesse outros conteúdos: Nesse sentido, o art. 9º do CPP determina que todas as peças do Inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Do dispositivo se extrai a informação de que todas as diligências investigativas devem ser registradas por escrito, para que seja possível levar as informações apuradas aos responsáveis pela persecução penal. Apesar do que determina o art. 9º do CPP, é possível a utilização de recursos audiovisuais para a gravação de diligências investigativas realizadas no curso do inquérito policial. Aliás, não é somente possível, como é recomendável que a autoridade policial o faça quando for possível, por força de determinação expressa do CPP: Art. 405, §1º, CPP. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações (alterado pela Lei nº 11.719/2008). Apesar de o supracitado dispositivo legal estar previsto no Título do Código de Processo Penal que trata dos processos judiciais em espécies, ele se aplica também à fase de investigação preliminar, tanto é que utilizou os termos “investigado e indiciado”. Assim, verifica-se que o inquérito policial não é um procedimento exclusivamente escrito, pois é possível o registro de suas diligências também de outra forma além da forma escrita. 10. Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao contraditório e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 19acesse outros conteúdos: Gabarito: errado. Prevalece o entendimento de que não há necessidade de observância do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial. Ademais, em razão da inquisitoriedade do IP, não é obrigatória a atuação de advogado na defesa do investigado. O único inquérito em que é assegurado o contraditório é o instaurado pela polícia federal, a pedido do Ministro da Justiça, visando à expulsão de estrangeiro (Decreto nº 86.715/1981). ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE INQUISITIVA (LEI Nº 13.245/2016) A Lei n º 13.245/216 alterou o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 8.906/1994) e inclui nele vários direitos aos advogados na fase inquisitiva: • Direito de examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital (art. 7º, XIV da Lei nº 8.906/1994). • Direito de assistir a seus clientes durante investigação, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados (art. 7º, XXI da Lei nº 8.906/1994). • Direito de apresentar razões e quesitos (art. 7º, XXI, ‘a’ da Lei nº 8.906/1994). Apesar de haver doutrina entendendo que, com essa alteração, passou a ser assegurado o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial, não é essa a posição que prevalece. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 20acesse outros conteúdos: O entendimento que deve ser levado para provas de concurso é no sentido de que o inquérito policial continua sendo inquisitivo, ou seja, que continua não sendo assegurado o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial. Não obstante, o fato de não serassegurado o contraditório e a ampla defesa não afasta o plexo de direitos a que faz jus o investigado e seu advogado na fase inquisitória (direito ao silêncio, direito de acesso aos autos, etc). Reforça esse entendimento o fato de que o advogado já tinha outros direitos assegurados em sua atuação na fase inquisitiva, dentre eles: • direito de ingressar livremente as salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; • direito de permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no item anterior, independentemente de licença; • direito de reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; 11. A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocorreu. Gabarito: errado. A indisponibilidade do inquérito policial é figura repetida nas questões de concurso público sobre o tema! Importantíssimo saber que o inquérito é um PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL! http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 21acesse outros conteúdos: Isso significa que, não obstante a discricionariedade na realização de diligências, depois de instaurado, a autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do Inquérito policial (art. 17 do CPP), nem mesmo requerer o arquivamento ao juiz, já que o titular da ação penal é o Ministério Público. A única conclusão possível do inquérito policial é o relatório previsto no art. 10, § 1°, do CPP: A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 12. Uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado. Gabarito: errado. De fato, o inquérito policial é um procedimento sigiloso. Isso porque o Código de Processo Penal dispõe: Art. 20, CPP. A autoridade assegurará no Inquérito policial o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Esse dispositivo constitui uma limitação ao direito de obter informações de órgãos públicos, assegurado no art. 5°, XXXIII, da CF/88, e tem como finalidade garantir a eficácia do inquérito policial e garantir a intimidade do investigado. Pode-se dizer ainda que o sigilo do inquérito policial consubstancia uma exceção à regra que vige no Direito Processual Penal no que diz respeito à publicidade dos atos processuais (CF/88, art. 5º, LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem). http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 22acesse outros conteúdos: Não obstante o sigilo do inquérito policial, é possível, em hipóteses excepcionais, que seja dada publicidade a alguma diligência desse procedimento, desde que haja interesse público e que a divulgação não resulte em prejuízo para as investigações. Exemplo: divulgação de retrato falado para localização de investigado. No entanto, o sigilo do inquérito policial não se aplica a três pessoas: • ao Ministério Público; • ao Juiz da causa; e • ao advogado do investigado (representando o interesse do próprio investigado). Em relação ao advogado do defensor, era tão comum que lhes fossem negados o acesso aos autos do inquérito policial que o Supremo Tribunal Federal editou uma Súmula Vinculante: Súmula Vinculante n° 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. A pergunta mais comum sobre o acesso do advogado é a seguinte: CONSIDERANDO QUE O SIGILO NÃO PODE SER OPOSTO AO DEFENSOR, COMO A AUTORIDADE POLICIAL FARÁ PARA GARANTIR A EFICÁCIA DE DILIGÊNCIAS QUE DEPENDEM DO SIGILO PARA SEU ÊXITO? SÚMULA http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 23acesse outros conteúdos: No caso de uma decretação judicial de interceptação das comunicações telefônicas, por exemplo, o conhecimento pelo advogado dessa decisão certamente impediria o sucesso das investigações, já que o investigado jamais revelaria em uma conversa telefônica qualquer informação sobre o esquema criminoso em que está envolvido sabendo que suas ligações estão sendo captadas. Nesse sentido, pensando em munir a autoridade policial de meios legítimos para evitar o conhecimento pelo indiciado e seu defensor de procedimentos ainda em trâmite, percebam que a súmula apenas garantiu acesso do defensor às informações já introduzidas nos autos do inquérito, não abrangendo, portanto, as diligências investigativas ainda em curso (STF: HC 82.354). No caso da interceptação telefônica, por exemplo, o advogado apenas tem acesso a essa diligência após o fim do procedimento, com a juntada da transcrição das conversas captadas na interceptação telefônica aos autos. 13. O inquérito policial é dispensável à propositura de ação penal, mas denúncia desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia sem justa causa. Gabarito: certo. A dispensabilidade do inquérito policial é uma das questões mais cobradas em concursos públicos sobre o tema. Por isso é importantíssimo saber: O inquérito policial é um procedimento DISPENSÁVEL! Isso significa que o titular da ação penal pode propô-la independentemente da instauração de inquérito policial, desde que conte com elementos de informação suficientes para um lastro probatório mínimo. CUIDADO! http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 24acesse outros conteúdos: • FUNDAMENTO LEGAL: Art. 39. § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. A ação penal proposta sem um mínimo de elementos de informação que apontem para a fidedignidade da acusação proposta em juízo constitui ação penal sem justa causa. 14. O desenvolvimento da investigação no IP deverá seguir, necessariamente, todas as diligências previstas de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de ofender o princípio do devido processo legal. Além disso, há uma sequência preestabelecida de atos investigativos que devem ser realizados pela autoridade policial. Gabarito: errado. O inquérito policial é um procedimento administrativo pautado pela DISCRICIONARIEDADE! Isso significa que, em regra, a autoridadepolicial pode proceder às diligências investigativas que julgar convenientes no momento que achar mais oportuno para a investigação da infração penal, obedecendo sempre os requisitos legais de cada caso. A autoridade policial pode, por exemplo, optar por fazer a reprodução simulada dos fatos (reconstituição do crime) ou deixar de fazer, por considerar irrelevante para a apuração da infração penal. Em razão da discricionariedade do IP, o delegado não é obrigado a seguir uma sequencia preestabelecida de atos no seu desenvolvimento. Assim, diferente do que ocorre no procedimento judicial, o interrogatório do investigado não necessariamente será a última diligência do procedimento. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 25acesse outros conteúdos: Ainda como decorrência da discricionariedade do inquérito policial, o CPP assim dispõe: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Segundo o dispositivo, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podem requerer a realização de ações de investigação à autoridade que conduz o inquérito policial, mas cabe a essa última avaliar se a diligência requerida pode ou não auxiliar no esclarecimento do fato investigado. Caso a autoridade policial entenda que se trata de diligência meramente protelatória, poderá indeferir o requerimento. 15. A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja descabida a investigação. Gabarito: certo. É função institucional do MP requisitar diligências investigativas (art. 129, VIII). Assim, diante da requisição do órgão ministerial, a autoridade policial é obrigada a realizar a diligência, salvo quando manifestamente ilegal. Não há hierarquia entre Delegado de Polícia e membro do MP. A obrigatoriedade de atendimento à requisição se dá por força da previsão constitucional de que essa atividade (requisitar diligências e a instauração do inquérito policial) é atribuição do Ministério Público. ATENÇÃO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 26acesse outros conteúdos: 16. Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. Gabarito: certo. A questão que repetidamente cai em provas de concursos sobre esse tema é o efeito da notícia anônima, também denominada de DELATIO CRIMINIS INQUALIFICADA. O tema já foi pacificado na jurisprudência. Diante da vedação ao anonimato na Constituição Federal e diante da impossibilidade de responsabilização do falso delator na notícia anônima, entende-se que não é possível a instauração do Inquérito policial com base, exclusivamente, em uma delatio criminis inqualificada! Todavia, isso não significa que a notícia anônima não seja admitida no ordenamento jurídico brasileiro. A notícia anônima é, sim, admitida em nosso ordenamento jurídico. Diante de uma notícia anônima (delatio criminis inqualificada), a autoridade policial deve verificar a procedência das informações por meio de diligências cabíveis, e, caso seja constatada a veracidade da notícia, é perfeitamente possível a instauração do inquérito policial! EXCEÇÃO: será possível a instauração de inquérito policial unicamente com base em notícia anônima quando ela for recebida por meio de um documento apócrifo que constituir o próprio corpo de delito (STF, Inq 1957/ PR). Exemplo: declaração particular ideologicamente falsa sem assinatura do declarante. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 27acesse outros conteúdos: 17. Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser instaurado a requerimento da vítima ou do MP. Gabarito: errado. Nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial não pode instaurar o inquérito mediante requerimento do MP. Também não pode instaurá-lo de ofício ao tomar conhecimento da prática de infração penal. Isso porque, conforme preceitua o art. 5°, § 5o, do CPP, “nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la”. 18. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de requerimento da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata. Gabarito: errado. Notitia Criminis é a notícia do crime. Trata-se do conhecimento, espontâneo ou provocado, pela autoridade, da prática de um delito. As espécies de Notitia Criminis são as seguintes: Notitia Criminis de cognição imediata (espontânea ou direta) Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras. Notitia Criminis de cognição mediata (provocada ou indireta) Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da prática da infração penal por meio de um documento escrito. Exemplo: requisição do MP. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 28acesse outros conteúdos: Notitia Criminis de cognição coercitiva Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por meio da apresentação de pessoa presa em flagrante. IMPORTANTE REVISAR: conforme já estudamos, quando há uma delatio criminis inqualificada, só se instaurará o inquérito se verificada, por meio de diligências policiais preliminares, a veracidade das informações. Em razão disso, a delatio criminis inqualificada é considerada pela maior parte da doutrina como Notitia Criminis de Cognição Imediata! 19. Cabe ao promotor ou ao juiz, mediante requisição, determinar o indiciamento de alguém pela autoridade policial. Gabarito: errado. Indiciamento é um ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a autoria da infração penal a determinada pessoa! Sendo ato privativo do Delegado de Polícia, não é possível ao Ministério Público ou ao juiz requisitarem o indiciamento à autoridade policial (Informativo nº 552, STJ). RELEMBRANDO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 29acesse outros conteúdos: OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA REVISÃO: • ATO VINCULADO: prevalece o entendimento de que o indiciamento é ato vinculado, ou seja, a autoridade policial, ao se convencer da autoria do crime por determinada pessoa, deve indiciá-la. • REQUISITOSDO INDICIAMENTO (Lei nº 12.830/213, art. 2º, § 6º): • Deve ser um ato formal; • Deve ser fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato; • Deve indicar a materialidade, autoria e as circunstâncias da infração penal. • MOMENTO: o indiciamento pode ser feito durante toda a investigação (desde a peça inaugural até o relatório final da autoridade policial). Importante! O indiciamento formal após o recebimento da denúncia gera constrangimento ilegal (STJ, 6ª Turma, HC 182.455 SP). • ESPÉCIES: a doutrina classifica o indiciamento em duas espécies: • indiciamento direto: ocorre quando o indiciamento é feito na presença do investigado; é a regra. • indiciamento indireto: ocorre quando o indiciamento não é feito na presença do investigado. Pode ser feito quando o investigado não é encontrado ou quando é intimado e não comparece. 20. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 30acesse outros conteúdos: Gabarito: errado. O Código de Processo Penal determina que o inquérito policial deve terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nessa hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. O erro da questão está na parte que fala “contado o prazo, nesSa hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão”. Na verdade, em caso de indiciado preso, o prazo é contado da data em que executar a ordem de prisão. É Importante observar, para revisão, que pode ser prorrogado o prazo do inquérito policial no caso de investigado solto! Sintetizando as informações mais importantes sobre o prazo do IP: PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL NO CPP INDICIADO PRESO (PRISÃO EMFLAGRANTE OU PREVENTIVA) INDICIADO SOLTO 10 dias 30 dias Contados da data em que se executar a ordem de prisão. Contados da data do ato inaugural do inquérito policial. Não há previsão legal para prorrogação do inquérito policial. O mero descumprimento do prazo não enseja revogação da prisão, no entanto o excesso desarrazoado do prazo pode sim ensejar revogação da prisão preventiva (STJ, 6ª T., HC 44.604/RN). O I.P. pode ser prorrogado pelo prazo assinalado pelo juiz nos casos em que a complexidade da investigação ou o número de investigados exigirem. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 31acesse outros conteúdos: Esses são os prazos gerais, que se aplicam caso não haja previsão diversa em lei específica. Além dos prazos previstos no CPP, há prazos diferenciados previstos em leis especiais, situações em que deixa de valer o prazo geral previsto no CPP e passam a ser aplicados os prazos especiais. A conclusão deriva do princípio da especialidade, utilizado para resolver o conflito aparente de leis, segundo o qual a norma especial afasta a aplicação da norma geral (lex especialis derrogat lex generalis). Os prazos especiais do inquérito policial são os seguintes: PRAZOS ESPECIAIS DO INQUÉRITO POLICIAL INDICIADO PRESO INDICIADO SOLTO CRIMES FEDERAIS (Lei nº 5.010/1996) 15 dias prorrogáveis por até mais 15 dias (art. 66). 30 dias (como a Lei nº 5.010/1996 não dispõe, aplica-se o prazo do CPP, cabendo ampliação). Lei de Drogas 30 dias (duplicável, ouvido o MP). 90 dias (duplicável, ouvido o MP). Código de Processo Penal Militar (art. 20) 20 dias 40 dias, prorrogável por mais 20 pela autoridade militar superior. Crimes contra a Economia Popular (Lei nº 1.521/51) 10 dias, preso ou solto. ATENÇÃO http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 32acesse outros conteúdos: 21. Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la. Gabarito: errado. Conforme vimos, a autoridade policial não pode arquivar o inquérito policial, pois o arquivamento do inquérito policial é uma decisão judicial, sempre a pedido do titular da ação penal. Não há dúvida de que, se o juiz concordar com o pedido de arquivamento, o inquérito será arquivado. Todavia, se o juiz não concordar com o pedido de arquivamento do inquérito policial, feito pelo Ministério Público, deverá remetê-lo ao Procurador-Geral para que este: • ofereça denúncia; • designe outro órgão do MP para oferecer a denúncia; • insista no arquivamento (só então o juiz estará vinculado a arquivar o I.P.). Isso é exatamente o conteúdo do art. 28 do CPP, que consagra o princípio da devolução. PRINCÍPIO DA DEVOLUÇÃO: a remessa da promoção de arquivamento ao Procurador-Geral é denominada de “princípio da devolução”. Para simplificar o entendimento do procedimento, segue o mapa mental: PROCEDIMENTO DE ARQUIVMANETO DO IP (ART. 28, CPP) MP pede arquivamento ARQUIVA!Juiz concorda Juiz discorda PGJ Oferece denúncia Designa outro órgão do MP Insiste no arquivamento http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 33acesse outros conteúdos: Apesar de não haver previsão legal, a doutrina entende que o Procurador-Geral de Justiça pode também requisitar diligências imprescindíveis. 22. O Tribunal está obrigado a acolher a manifestação de arquivamento de investigação criminal formulada pelo Procurador-geral de Justiça, na hipótese de competência originária. Gabarito: certo. O art. 28 do CPP (que determina que o juiz remeta o pedido de arquivamento do IP ao PGJ quando discordar das razões invocadas) não se aplica em dois casos: • no caso de requerimento de arquivamento do IP nas hipóteses de atribuição originária do PGR ou do PGJ, é inviável a aplicação do procedimento do art. 28 do CPP. A decisão de arquivamento nessa hipótese pode ser administrativa, pois, se remetida ao Poder Judiciário, este será obrigado a arquivar o inquérito policial (STF, Inq. 2054). • no caso de requerimento de arquivamento do IP nas hipóteses de atribuição de membro do MPF que atua perante o STJ, não se aplica o art. 28 do CPP, pois a jurisprudência do STJ é no sentido de que os membros do MPF atuam por delegação do Procurador-Geral da República na instância especial (Informativo nº 558, STJ). 23. Mesmo depois de ordenado pela autoridade judiciária, em caso de arquivamento do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá, se de outras provas tiver notícia, proceder a novas pesquisas. Gabarito: certo.Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia (CPP, art. 18). http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 34acesse outros conteúdos: 24. Na visão do pretório excelso, a decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, a pedido do Ministério Público, quando o fato nele apurado for considerado atípico, produz, mais que preclusão, coisa julgada material, impedindo ulterior instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio, mesmo com a existência de novas provas. Gabarito: certo. Sobre a coisa julgada na decisão de arquivamento do inquérito policial, é importante lembrar do seguinte: Coisa julgada é a imutabilidade das decisões judiciais. Por questões de segurança jurídica, uma vez que uma decisão judicial é proferida, após o fim do prazo para recurso (se couber), essa decisão se torna imodificável. O arquivamento do inquérito policial, que é uma decisão judicial, pode ter diversos fundamentos; a depender desse fundamento, gerará coisa julgada formal e material ou apenas coisa julgada formal. • A COISA JULGADA FORMAL torna imutável a decisão somente no mesmo processo em se insere, sendo possível que nova decisão sobre os mesmos fatos se sobrevierem novos fatos. Trata-se de um fenômeno endoprocessual. Quando a decisão de arquivamento do inquérito policial gerar apenas coisa julgada formal, serão possíveis novas investigações, se surgirem notícias de novas provas. • A COISA JULGADA MATERIAL é a imutabilidade da decisão dentro e fora do processo em que se insere. Pressupõe a coisa julgada formal, ou seja, sempre que a decisão gerar coisa julgada material, irá gerar também coisa julgada formal. Quando a decisão de arquivamento do inquérito policial gerar coisa julgada material, isso significa que a autoridade não poderá sequer investigar mais o mesmo fato delituoso, sob pena de ofensa ao princípio do ne bis in idem! Ocorre quando houver decisão sobre o mérito da causa. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 35acesse outros conteúdos: FUNDAMENTO DO ARQUIVAMENTO GERA COISA JULGADA MATERIAL? PREVISÃO LEGAL FALTA DE BASE PARA A DENÚNCIA Não gera coisa julgada material, mas apenas coisa julgada formal Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia (CPP, art. 18). AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO DA AÇÃO (arquivamento provisório do IP) Não gera coisa julgada material, mas apenas coisa julgada formal. Não há. MANIFESTA ATIPICIDADE DA CONDUTA GERA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL! Obs.: gera coisa julgada material ainda que tenha sido tomada por juiz absolutamente incompetente (STJ, HC 173.397/RS e STF, HC 83.346/SP). Não há. MANIFESTA EXCLUDENTE DE ILICITUDE DIVERGÊNCIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES STJ: GERA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL (STJ, REsp 791.471/RJ)! STF: GERA APENAS COISA JULGADA FORMAL (Informativo nº 538, Informativo nº 796, Pleno do STF no HC 87.395/PR). Não há. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 36acesse outros conteúdos: MANIFESTA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE, SALVO INIMPUTABILIDADE GERA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL! Não há. MANIFESTA EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE GERA COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL! Exceção: se for fundamentada em documento falso não gera coisa julgada material (STF, HC 84.525). Não há. 25. Há previsão de recurso de ofício em caso de arquivamento do inquérito policial que verse sobre crime contra a economia popular ou contra a saúde pública regrado pela Lei n. 1.521/51. Gabarito: certo. A decisão de arquivamento, em regra, é irrecorrível! Além disso, não é possível ação penal privada subsidiária da pública em face da decisão de arquivamento, pois não há inércia do Ministério Público nessa situação. Há, no entanto, EXCEÇÕES em que cabe recurso contra a decisão de arquivamento do inquérito policial: http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 37acesse outros conteúdos: HIPÓTESE EXCEPCIONAL RECURSO CABÍVEL PREVISÃO LEGAL Lei de Crimes Contra a Economia Popular Recurso de ofício Lei nº 1.521/1951 (art. 7º) Contravenções penais do Jogo do Bicho e de corrida de cavalo fora do hipódromo. Recurso em Sentido Estrito. Lei nº 1.508/1951 Arquivamento de ofício pelo juiz. Correição parcial. Trata-se de erro de procedimento para o qual não há recurso específico previsto em lei. Casos de atribuição originária do Procurador-Geral de Justiça. Recurso ao Colégio de Procuradores de Justiça. Lei nº 8.625/1993 (art.12). 26. A jurisprudência dos tribunais superiores admite o arquivamento implícito, quando o promotor de justiça deixa de denunciar réu indiciado em inquérito policial. Gabarito: errado. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 38acesse outros conteúdos: O arquivamento implícito ocorre quando, havendo mais de um investigado ou mais de um crime sendo apurado no inquérito policial, o Ministério Público deixa de incluir um ou outro na denúncia bem como deixa de requerer o arquivamento em relação a um ou a outro e o juiz recebe a denúncia sem se manifestar sobre a omissão do parquet. ESPÉCIES DE ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO: • ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OBJETIVO: ocorre quando, havendo mais de um crime sendo apurado no inquérito policial, o Ministério Público deixa de requerer o arquivamento em relação a um ou a outro e o juiz recebe a denúncia sem se manifestar sobre a omissão do parquet. • ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO SUBJETIVO: o arquivamento implícito ocorre quando, havendo mais de um investigado sendo investigado no inquérito policial, o Ministério Público deixa de incluir um ou outro na denúncia e o juiz recebe a denúncia sem se manifestar sobre a omissão do parquet. A doutrina e a jurisprudência são pacíficas em não admitir o arquivamento implícito, pois todas as decisões do Ministério Público devem ser fundamentadas (STF, RHC 95.141/RJ). Para que o MP deixe de incluir algum crime apurado ou algum indiciado no IP, deve requerer o arquivamento em relação ao crime ou indiciado não incluído na denúncia. JURISPRUDÊNCIA PARA REVISAR STJ, HC 21.074: É inadmissível o oferecimento de ação penal privada subsidiária da pública no caso de arquivamento implícito. O juizdeve adotar o procedimento do art. 28 do CPP. JURISPRUDÊNCIA http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 39acesse outros conteúdos: 27. Segundo a doutrina, arquivamento indireto do inquérito policial é o fenômeno de ordem processual que decorre de quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação desse procedimento, e o juiz recebe a denúncia sem remeter a questão ao chefe institucional do Ministério Público. Gabarito: errado. O arquivamento indireto do inquérito ocorre quando o juiz não concorda com o pedido de declinação de competência formulado pelo MP. Como o juiz não pode obrigar o MP a oferecer a denúncia, deve adotar, por analogia, o procedimento do art. 28 do CPP para solucionar a controvérsia. O erro da questão é descrever o arquivamento implícito e dizer que se refere à situação do arquivamento indireto. 28. Considere que a autoridade policial tenha instaurado inquérito para apurar a prática de crime cuja punibilidade fora extinta pela decadência. Nessa situação, ao tomar conhecimento da investigação, o acusado poderá se valer do habeas corpus para impedir a continuação da investigação e obter o trancamento do inquérito policial. Gabarito: certo. O trancamento também é denominado de encerramento anômalo do inquérito policial. O trancamento é medida a ser determinada pelo Poder Judiciário que acarreta a paralisação imediata de uma investigação criminal em andamento. Trata-se de uma medida de natureza excepcional, somente possível em hipóteses excepcionais, como, por exemplo, as seguintes: • manifesta atipicidade da conduta investigada; • presença de causa extintiva da punibilidade; • instauração de Inquérito Policial em crime de ação penal pública condicionada ou de ação penal privada sem a representação ou requerimento, respectivamente. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 40acesse outros conteúdos: O instrumento jurídico utilizado para se obter o trancamento do inquérito policial é o habeas corpus, salvo quando não houver risco à liberdade de locomoção (hipótese em que o remédio cabível será o mandado de segurança). http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 41acesse outros conteúdos: PRISÃO EM FLAGRANTE 1. A prisão em flagrante, medida cautelar, realiza-se no momento em que está ocorrendo ou termina de ocorrer o crime. 2. Com relação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua colheita, no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante-delito nas modalidades próprio, impróprio ou ficto. 3. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante-delito. 4. O fato de a autoridade policial encontrar provas que justifiquem o flagrante- delito convalida a irregular entrada em residência sem autorização judicial e sem permissão do morador. 5. O cidadão que presenciar pessoa cometendo uma infração penal tem a obrigação de prendê-la em flagrante. 6. Admite-se a prisão em flagrante na modalidade de flagrante presumido de alguém perseguido pela autoridade policial logo após o cometimento de um crime e encontrado em situação que faça presumir ser ele o autor da infração. 7. Nas infrações permanentes, enquanto não cessar a permanência, entende-se o agente em flagrante-delito. 8. É possível a prisão em flagrante nos crimes habituais. 9. Nos crimes formais, o flagrante deve considerar o momento da produção do resultado naturalístico. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 42acesse outros conteúdos: 10. Configura crime impossível o flagrante denominado esperado, que ocorre quando a autoridade policial, detentora de informações sobre futura prática de determinado crime, se estrutura para acompanhar a sua execução, efetuando a prisão no momento da consumação do delito. 11. O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em flagrante com o objetivo de aguardar o momento mais favorável à obtenção de provas da infração penal prescinde, em qualquer hipótese, de prévia autorização judicial. 12. O indivíduo “A”, que coloca dolosamente sua carteira na mochila de “B”, para logo em seguida acionar a polícia, sob a alegação de haver sido furtado por “B”; tendo os policiais encontrado a carteira de “A” no interior da mochila de “B”, “B” é preso em flagrante pela prática de crime. A hipótese ora narrada é, pela doutrina, denominada flagrante urdido. 13. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado. 14. Quando o fato for praticado na presença do Juiz de Direito, ou contra este, no exercício de suas funções, ele não poderá presidir o respectivo auto de prisão em flagrante, sob pena de ver afetada sua imparcialidade. 15. Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 43acesse outros conteúdos: arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. Durante o procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e condução do preso deverá ser ouvido logo após a oitiva das testemunhas e o interrogatório do preso. 16. João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito,subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante-delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. O prazo previsto para que a autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de cinco dias. 17. Valter, preso em flagrante por suposta prática de furto simples, não pagou a fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permanecido preso até a audiência de custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão. A partir dessa situação hipotética, julgue o seguinte item. Na audiência de custódia, ao entrevistar Valter, o juiz deverá abster- se de formular perguntas com a finalidade de produzir provas sobre os fatos objeto do auto da prisão em flagrante, mas deverá indagar acerca do tratamento recebido nos locais por onde o autuado passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocorrência de tortura e maus tratos. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 44acesse outros conteúdos: GABARITO 1. C 2. C 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. E 10. E 11. E 12. C 13. C 14. E 15. E 16. E 17. C http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 45acesse outros conteúdos: QUESTÕES COMENTADAS 1. A prisão em flagrante, medida cautelar, realiza-se no momento em que está ocorrendo ou termina de ocorrer o crime. Gabarito: Certo. O termo “flagrante” tem origem etimológica no latim flagrare, que significa queimar. Nesse sentido, o momento do flagrante é o momento da infração penal ou aquele próximo ao cometimento da infração penal, ou seja, enquanto a conduta criminosa do agente ainda “queima”. Diante disso, a doutrina conceitua a prisão em flagrante como a detenção do agente no momento de maior certeza da autoria do crime. Quanto à natureza jurídica, prevalece que, de fato, trata-se de medida cautelar (prisão cautelar). Isso porque, na prisão em flagrante, estão presentes os pressupostos gerais das medidas cautelares na prisão em flagrante: exige-se o “fumus comissi delicti”, pois deve haver fundadas razões de situação flagrancial; e exige-se o “periculum libertatis”, pois se a prisão não for efetuada há probabilidade de perda de informações relevantes para a elucidação do fato. Além disso, o próprio Código de Processo Penal define a prisão em flagrante como prisão cautelar: Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante-delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. § 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 46acesse outros conteúdos: 2. Com relação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua colheita, no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante-delito nas modalidades próprio, impróprio ou ficto. Gabarito: Certo. A Constituição Federal de 1988 prevê que em caso de flagrante-delito é possível a violação do domicílio, não trazendo limitação de horário, nem a necessidade de autorização judicial para a medida. Ademais, a Constituição Federal não limita a possibilidade de violação de domicílio em caso de flagrante a uma situação flagrancial específica, de forma que a entrada em domicílio é autorizada em qualquer hipótese de flagrante-delito prevista no art. 302 do CPP (próprio, impróprio ou presumido). 3. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante-delito. Gabarito: Certo. Como já vimos em questão anterior, a Constituição Federal de 1988 prevê que em caso de flagrante-delito é possível a violação do domicílio, não trazendo limitação de horário, nem a necessidade de autorização judicial para a medida. O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o dispositivo constitucional, assentou o seguinte entendimento: Informativo nº 806 do STF: A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante-delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/ https://www.instagram.com/zeroumconcursos/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UC9a_KvX95R41DvxoHYhagAw QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama www.zeroumconcursos.com.br 47acesse outros conteúdos: É importante que o candidato perceba que, de acordo com o STF, há um requisito para que o domicílio de alguém seja violado, sem ordem judicial, inclusive durante a noite: devem estar presentes fundadas razões de situação flagrancial. Isso significa que não se pode violar o domicílio de alguém com base em uma mera suposição de que há flagrante-delito no local. A invasão do domicílio feita com base em mera suposição gera nulidade da diligência e, consequentemente, a ilicitude da apreensão das provas encontradas no local. Nesse mesmo sentido o STJ: O ingresso regular de domicílio alheio depende, para sua validade e regularidade, da existência de fundadas razões (justa causa) que sinalizem para a possibilidade de mitigação do direito fundamental em questão. É dizer, somente quando o contexto fático anterior à invasão permitir a conclusão acerca da ocorrência de crime no interior da residência é que se mostra possível sacrificar o direito à inviolabilidade do domicílio. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo recorrido, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o consentimento do morador – que deve ser mínima e seguramente comprovado – e sem determinação judicial. (REsp 1.574.681/ RS). Assim, em síntese, pode-se concluir que: • Havendo fundadas razões de situação flagrancial é possível a violação de domicílio, sem mandado judicial, inclusive durante a noite. • Havendo mera intuição de situação flagrancial não é possível a violação de domicílio. http://zeroumconcursos.com.br https://www.facebook.com/concursos.zeroum/
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