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Aulas 2º bi Adm COMPLETO

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Bens Públicos - Aula 01/2º bi 
26/03 
 
1) Noções Gerais 
Para se falar sobre bens públicos, é preciso tratar primeiramente de dois aspectos, o 
DOMÍNIO PÚBLICO e o DOMÍNIO EMINENTE. O domínio público está 
relacionado com o aspecto patrimonial, ou seja, o conjunto de bens móveis e imóveis 
que integram o patrimônio da administração. Já o domínio eminente, não está ligado a 
perspectiva patrimonial, no domínio eminente, todo e qualquer bem que se encontre no 
limite do território do Estado brasileiro está sujeito a INTERVENÇÃO ESTATAL, 
sendo a desapropriação a sua forma mais severa. 
Art. 5º,XXII CF/88 – é garantido o direito de propriedade 
Art.5º,XXIII CF/88 – a propriedade atenderá a sua função social 
 
A Constituição no inciso XXII do art. 5º, garante ao cidadão o direito de 
propriedade, entretanto, observa-se que na mesma medida em que o Estado garante o 
direito de propriedade, abre uma brecha dentro desse direito. 
☞ Se for de interesse público, o Estado pode intervir na propriedade privada. 
Essa intervenção pode ser de duas formas; ou ela limita ou ela suprime o 
direito de propriedade. Daí que se fala que há dois tipos de intervenção, as 
intervenções restritivas (tombamento, ocupação temporária, limitações 
administrativas, servidão, e a requisição) e a intervenção supressiva que é a 
desapropriação. 
O domínio eminente está ligado ao poder soberano do Estado sobre tudo que se 
encontre na sua base territorial. Tudo o que estiver no território brasileiro está sujeito, 
está passível de sofrer intervenção estatal. Isso não quer dizer que o poder público seja 
dono de tudo que se encontra dentro do território brasileiro; dentro do que está dentro da 
base territorial dele, ele tem o poder em potencial, sendo dono do que integra o domínio 
público. Entretanto, qualquer bem que se encontre no seu limite territorial, está sujeito a 
sofrer intervenção do Estado, não por ele ser dono do bem, mas por ser interesse 
público, por ser essa intervenção retratadora da função social da propriedade, da 
supremacia do interesse público sobre o interesse particular 
 
☞ SE HOUVER INTERESSE ESTATAL NA PROPRIEDADE PRIVADA, 
OCORRERÁ A DESAPROPRIAÇÃO DO BEM 
2) Conceito 
Existem duas correntes doutrinárias que a primeira vista, parecem que tratam bens 
públicos de maneira diferente, quando na realidade não é bem isso. A primeira corrente 
segue o que está descrito no código civil 
 
O código civil conceitua bens públicos em seu art. 98 in verbis 
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são 
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem” 
Art. 41 CC – São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I – a União; 
II – os Estados, o Distrito Federal e os territórios; 
III – as Autarquias, inclusive as associações públicas 
 
PERTENCENDO A QUALQUER UMA DESSAS PESSOAS, O BEM SERÁ 
PÚBLICO 
O regramento patrimonial das pessoas que são criadas pelo Estado, porém com 
personalidade de direito privado, possuem regime jurídico de direito misto, e estas 
acabam ficando carentes de uma definição de como tratar esses bens. 
Ex: Os bens das estatais, das fundações (pessoas de direito privado) em regra não 
serão considerados bens públicos, pois tratam-se de pessoas jurídicas de direito 
privado. Sendo assim, seus bens jamais poderiam ser considerados bens públicos. Mas 
pelo regramento patrimonial, por está ligado à função do serviço público, o princípio da 
continuidade, além de outros aspectos que circulam a natureza da atividade que ela 
executa. Uma Fundação Pública de Direito Privado, executa uma atividade de interesse 
social. 
➢ Os bens que integram o patrimônio que dará origem a fundação pública de 
direito privado, serão os bens que outrora eram do próprio Estado, ou seja, eram 
bens públicos. 
Mas, o art. 98 CC, afim de evitar tal discussão, conceitua que se os bens não 
pertencem a uma das pessoas descritas no rol do art. 41 CC, será bem particular 
INDEPENDENTEMENTE da pessoa que pertencer. 
 
➢ Se os bens pertencem a quem está no rol do art. 41, trata-se de BENS 
PÚBLICOS 
➢ Se os bens pertencerem a qualquer outra pessoa que não esteja no rol do art. 41, 
tratam-se de BENS PARTICULARES. 
Existe uma segunda corrente doutrinária que defende que os bens têm que possuir uma 
finalidade, ou seja, os bens que estão sendo utilizados pela administração pública, e que 
não pertençam as pessoas jurídicas de direito público também tem que ser considerados 
bens públicos; a finalidade para a qual eles estão se destinando é a satisfação do 
interesse da coletividade, portanto, segundo essa corrente os bens que estejam sendo 
utilizados pela administração pública, também devem ser considerados como bens 
públicos. 
Em um primeiro momento, parece que esta corrente está em choque com a corrente 
anterior, que diz que somente os bens pertencentes as pessoas elencadas no art. 41 é que 
devem ser considerados como bens públicos. 
Essa corrente que diz que os bens devem ser considerados bens públicos é uma coisa o 
bem ser público é outra. O bem ser considerado bem público não diz que o bem é bem 
público. Ser considerado, ser tratado como não muda a essência. 
☞ Pra dizer que o bem é bem público, este deve pertencer alguém do rol do 
artigo 41CC, porém o bem pode ser considerado como bem público se este 
estiver afetado por uma finalidade pública. 
 
Ex : A CAEMA é uma empresa estatal, é uma sociedade de economia mista, 
é uma empresa pública com a personalidade de direito privado. Se alguém 
diz que o bem da CAEMA é um bem particular pura e simplesmente, está 
admitindo-se a seguinte situação: 
 
 Fulano, credor da CAEMA numa execução, pode penhorar os bens da 
CAEMA, qualquer um? Imagine que a CAEMA está devendo milhões para 
Fulano, o patrimônio que ela tem todinho, não paga a dívida. Fulano resolve 
então penhorar, pede inclusive os canos da CAEMA do sistema Italuis. 
Fulano pode penhorar esses canos, pode ajudica-los uma vez que se trata de 
uma empresa particular? 
 
R = Não, uma vez que a CAEMA executa, explora um serviço público e por 
ela explorar um serviço público, Fulano deve entender que o serviço público 
tem regras, sendo uma delas o principio da continuidade, outra regra é que o 
serviço público está ligado ao principio da supremacia do interesse público 
sobre o interesse particular. Nesse caso, Fulano não poderá penhorar os 
canos do sistema Italuís que pertencem a CAEMA, tão pouco a sede onde 
funcione a CAEMA, pois são bens que estão afetados a uma finalidade 
pública. Se Fulano fizer isso, estará admitindo a possibilidade desse serviço 
público parar para satisfazer a atividade de um particular credor. Isso não 
significa que Fulano não tenha direito, importante lembrar que OS BENS 
DA CAEMA NÃO SÃO BENS PÚBLICOS. Se Fulano quiser, no entanto 
penhorar uma tubulação antiga, que não esteja mais servindo para o interesse 
público, esta não terá nenhum problema. 
 
➢ Os bens receberão tratamento de bem público quando houver a necessidade de 
ter aquele bem para que o serviço público continue em funcionamento. Aquele 
bem que está sendo utilizado para que o serviço público continue em 
funcionamento ele não é bem público, ele só será tratado como bem público, ou 
seja, não pode ser penhorado em determinadas situações, uma vez que a 
impenhorabilidade é uma das características dos bens públicos. 
 
➢ Os bens que não estão no rol do art. 41 serão no máximo considerados, tratados 
como bens públicos, mas não se transformam em bens públicos. Porque quando 
um bem é público, ele pode ser jogado no lixo, funcionando ou não, quebrado ou 
não, ele não perderá a sua essência de bem público. Enquanto for bem público, 
ele é impenhorável, imprescritível e inalienável 
 
➢ Enquanto os bens que estão sendo tratados como bens públicos estiveram 
correspondendo a sua finalidade, elesterão os mesmos as mesmas características 
de impenhorabilidade, imprescritibilidade e inalienabilidade, deixando de 
corresponder a finalidade de bem público, estão passíveis de penhora, prescrição 
e alienabilidade 
 
3) Classificação 
Quanto a pessoa a que pertençam 
Bens Federais – Pertencentes a União 
Art. 20 CF/88 (rol exemplificativo) 
Bens Estaduais – Pertencentes aos Estados 
Art. 26 CF/88 (rol exemplificativo) também aplicado aos bens Distritais naquilo em que 
for compatível 
Bens Municipais- Pertencentes aos Municípios 
A CF não adotou nenhum rol que diz quais são os bens municipais 
Toda vez que estiver diante de uma questão que estiver bens públicos, a palavra que 
será levada em consideração será a DESTINAÇÃO. Tudo que se refere a bem público 
tem que passar pelo exame da destinação. 
 
➢ Bens de uso comum do povo - São aqueles bens que estão destinados a 
utilização real, indiscriminada, não onerosa. Esses bens são chamados de bens 
de uso comum do povo, quando este está destinado a utilização geral, sem 
restrições a quanto quem pode ou não usar. A única restrição que terá será 
quanto a destinação. 
Ex: Uma praça, qualquer um pode a qualquer momento sem nenhum ônus utilizar uma 
praça ( sentar no banco, jogar bola numa quadra) 
Uma rua também é de uso comum do povo, qualquer um pode transitar nela sem 
nenhum ônus. 
➢ Bens de uso especial – São aqueles bens que estão destinados a servir a 
administração para que ela possa executar a sua tarefa. 
Ex: prédio onde funcione um órgão público qualquer que seja ele. 
 
➢ Bens Dominicais/ Dominiais - São bens que integram o patrimônio da 
administração pública, porém são bens que perderam a sua destinação 
pública. São bens inservíveis para a administração, são bens que ela não está 
usando, são bens que não tem mais utilização real, não tem destinação nenhuma. 
Embora não possuam mais serventia para o poder público, continuam integrando 
o patrimônio da administração pública, continuam tendo todas as prerrogativas 
de bens públicos ( impenhorabilidade, inalienabilidade, não onerabilidade, 
imprescritibilidade) 
 
☞ OS BENS PODEM ENTÃO TER SUA DESTINAÇÃO DE USO COMUM 
DO POVO, OS BENS PODEM TER SUA DESTINAÇÃO DE USO PELA 
ADMINISTRAÇÃO OU ELE PODE NÃO TER NENHUMA 
DESTINAÇÃO. 
 
4) Disponibilidade 
Têm-se bens indisponíveis ou como alguns chamam materialmente indisponíveis, são 
bens que são indisponíveis pela sua própria essência, pela sua própria natureza. 
Ex: O mar, o ar, são bens que por sua própria natureza serão sempre indisponíveis, não 
possuem aspecto patrimonial, são bens materialmente indisponíveis. Não há o que se 
discutir quanto a disponibilidade desses bens, uma vez que são bens que não possuem 
valor comercial, não possuem valor econômico. 
O que interessa no nosso estudo são os bens patrimoniais indisponíveis e os bens 
patrimoniais disponíveis. Quem vai definir se o bem é patrimonial disponível ou 
indisponível será a DESTINAÇÃO. O artigo 100 do Código Civil diz que “Os bens de 
uso comum do povo e os bens de uso especial são inalienáveis enquanto mantiverem 
a sua destinação” o art. 101 diz que “Os bens dominicais são alienáveis na forma da 
lei”. 
Quando se diz que os bens de uso comum e os bens de uso especial são inalienáveis, 
está se dizendo que uma rua, uma praça, um prédio onde funcione um órgão público são 
bens patrimoniais, pois aferem valor, esses bens estarão indisponíveis enquanto 
mantiverem a sua destinação. 
O art. 101 do CC diz que os bens dominicais são bens patrimoniais disponíveis porque 
são alienáveis na forma da lei. Os bens dominicais, uma vez que perdem a sua 
destinação e possuem valor econômico, pode a administração dispor deles. 
 
☞ ENQUANTO O BEM FOR DOMINICAL ELE ESTARÁ PASSÍVEL DE 
SER ALIENADO 
 
5) Afetação e Desafetação 
** Ocorre a afetação quando se dá uma destinação a algum bem 
** Ocorre a desafetação quando se retira de determinado bem a sua destinação 
 
A doutrina entende que a afetação e a desafetação são fatos administrativos, isso quer 
dizer que são acontecimentos. Quando se da a destinação, está afetando o bem, e 
quando se retira a destinação está se desafetando esse bem 
 
Bens Públicos 
Aula 02/2ºbi - 23/04/2018 
A categoria de bens vai pertencer em relação a ele ser bem de uso comum, bem de 
uso especial ou bem dominical, o que define isso é a destinação, por consequência vai 
definir também se é um bem patrimonial disponível ou se é um bem patrimonial 
indisponível, tudo isso depende da destinação que o poder público está dando ao bem. 
Lembrando que os bens de uso comum e os bens de uso especial são inalienáveis e os 
bens dominicais são alienáveis na forma da lei, logo, se o bem pode mudar de uma 
categoria para a outra, pode-se também pensar que o bem é alienável ou inalienável 
dependendo da destinação que ele possua, porque enquanto o bem estiver sendo 
destinado ao uso comum do povo ou a uso especial esse bem será patrimonial 
indisponível, ou seja, ele é inalienável. Acontece que esse mesmo bem pode sair da 
categoria de uso comum ou de uso especial e passar para a categoria de dominical e ai 
nesse momento quando estiver na categoria de bem dominical, ele será um bem 
patrimonial disponível, portanto alienável, conforme estabelece o artigo 100 e 101 do 
código civil. 
 
6) Regime Jurídico dos bens públicos 
Quando se fala em regime jurídico dos bens públicos, pode-se falar que bens 
públicos tem inalienabilidade, mas não é absoluta ou alienabilidade, estando elas 
condicionadas a destinação, uma vez que é a destinação que vai definir se o bem é 
inalienável ou alienável. 
6.1 Inalienabilidade ou alienabilidade condicionada. 
O bem será inalienável, quando for de uso comum do povo ou quando ele for um 
bem de uso especial, e será alienável quando for um bem dominical. A destinação pode 
fazer com quem o bem seja alienável ou inalienável. 
 
☞ OS BENS MANTEM A SUA INALIENABILIDADE ENQUANTO 
MANTIVEREM A SUA DESTINAÇÃO 
☞ O REGIME JURIDICO É MARCADO PELA INALIENABILIDADE 
PORQUE ENQUANTO ELES MANTIVEREM A SUA DESTINAÇÃO, 
ESTES SÃO INALIENÁVEIS, MAS TAMBÉM SE FALA NA 
ALIENABILIDADE, POIS ENQUANTO ELES ESTIVEREM SEM 
DESTINAÇÃO, PODEM SER ALIENADOS. 
☞ A INALINABILIDADE E ALIENABILIDADE ESTÃO 
CONDICIONADAS A DESTINAÇÃO DO BEM 
 
6.2 Impenhorabilidade 
Os bens dominicais são alienáveis, os bens de uso comum são inalienáveis, mas 
nenhum deles é penhorável. O fato de um bem dominical ser alienável não o torna 
penhorável. Sendo assim, os bens públicos gozam de impenhorabilidade. A 
impenhorabilidade é absoluta! 
Existem dois fundamentos que justificam a impenhorabilidade dos bens 
públicos, um fundamento de ordem processual e um fundamento de ordem 
constitucional. Processualmente, a penhora é a constrição dos bens, é a garantia do 
juízo, quando o devedor tem seus bens penhorados para que seja garantido o processo 
executivo. A penhora existe por conta do risco da insolvência do devedor, só existe a 
penhora com a única finalidade de garantir o juízo, ou seja, garantir que o credor ao 
final do processo executivo tenha algo para materializar o seu crédito, ou em dinheiro 
ou em bem que permita que ele satisfaça o seu crédito. Quando o devedor é o Estado, a 
penhora perde a sua principal função que é a garantia de numa eventual insolvência o 
devedor não pagar, pois nessa situação o Estado não chega na situação de insolvência a 
ponto de não ter como não pagar. 
O segundo fundamento, de ordem constitucional, diz que o credor da fazenda 
pública deve receber por meio de precatório (Ao final do processo executório, o juiz 
de base envia ao Presidente do TJ um oficio solicitando o precatório, o presidente do TJ 
determina que o governador ou o prefeito reserve no orçamento o valor correspondente 
a dívida). Quando esse oficio sai do juiz de base e é protocolado para o presidente do 
TJ, ele entra numafila, esta se forma no dia 1º de julho de um ano até 30 de junho do 
ano seguinte pra ser pago no ano posterior. 
Os bens públicos são impenhoráveis, pois o Estado não é um devedor insolvente e 
porque a Constituição determina que o credor da Fazenda Pública será pago por meio de 
precatório. 
☞ NÃO TEM PENHORA SOBRE BENS PÚBLICOS QUALQUER QUE SEJA A 
SUA DESTINAÇÃO 
 
6.3 Não onerabilidade 
 
A essência é semelhante da impenhorabilidade. Onerar um bem é gravar com ônus, 
ou seja, dá o bem como garantia de uma dívida. Como a Constituição determina que 
a forma de pagamento é o precatório, o credor não pode ficar com o bem público. 
 
6.4 Imprescritibilidade 
Os bens públicos não sofrem usucapião. Não há o que se confundir imprescritibilidade 
com crédito. A prescrição aqui descrita é referente a aquisição de propriedade pelo 
decurso do tempo, o individuo mesmo que de forma mansa e pacífica não tem direito a 
usucapião quando o bem for público 
 
7.0 Aquisição de Bens Públicos 
A Administração adquire bens através de 
➢ Contratos 
Forma de aquisição através de compra e venda, permuta, doação. É a forma mais 
usual de aquisição de propriedade. 
 
➢ Desapropriação 
A desapropriação decorre do poder eminente que o Estado detém sobre tudo o que 
está dentro do seu território. A desapropriação é a retirada do bem de um particular que 
passa a integrar o patrimônio público. 
Como a aquisição é forma de aquisição de propriedade, se as vezes o estado 
desapropria em favor de terceiros, como por exemplo para fins de reforma agrária? 
Mesmo nos casos em que a destinação (chamada nesse caso de destinação provisória) 
em que o Estado desapropria e não fica com bem, mas o bem entra no patrimônio 
público e desse patrimônio o Estado dá a destinação que pode ser assentamento de 
família, colonos, etc. 
 
☞ MESMO NOS CASOS EM QUE HÁ DESAPROPRIAÇÃO E A SUA 
DESTINAÇÃO SEJA PARA TERCEIROS, O BEM INTEGRA-SE AOS BENS 
DO PODER PÚBLICO. 
 
 
➢ Usucapião 
O poder público não perde por usucapião, mas ele ganha. É válido a aquisição por 
usucapião pelo poder público. 
➢ Acessão 
Acessão é acréscimo. Existem 5 formas de acessão 
• Aluvião – Acréscimo feito pela força das águas que podem fazer com que 
partículas de terra formem um terreno 
 
• Avulsão – Quando um pedaço considerável de terra se desprende de um terreno 
acomodando-se em outro local. 
 
• Formação de Ilhas – Ilhas que se formam naturalmente, e passam a integrar o 
patrimônio da União. Se for um rio que corte duas propriedades particulares, 
metade da ilha fica para um e metade para outro. 
 
• Abandono de álveo – Rico secou, álveo é o fundo do rio. Denomina-se álveo 
abandonado o chão que fica onde outrora era rio. 
 
• Construções e Plantações – Aquilo que for construído e/ou plantado no terreno 
pertencerá ao proprietário deste. 
 
➢ Adjudicação 
Ocorre quando o bem é penhorável e o credor deseja ficar com o bem, ao ficar com o 
bem o credor adjudica o bem, não chegando nem a acontecer um leilão. 
➢ Arrematação 
Aquisição em leilão judicial ou extrajudicial. Se houver interesse da administração 
pública sobre o bem, esta pode arrematá-lo 
➢ Causa mortis 
Ocorre quando o de cujus não tem herdeiros ou quando o individuo deixa seus bens em 
testamento para a administração pública. 
➢ Resgate da enfiteuse 
Enfiteuse é direito real sob coisa alheia. Ela acontece quando o individuo que é dono da 
terra nua, concede a outro o direito de usar aquela terra como bem entender. Ocorre o 
resgate da enfiteuse, quando o senhorio direito quer repassar a outrem o total domínio 
pleno sobre aquele pedaço de terra, passando a ter o direito de propriedade. 
Ex: A Ilha de São Luís era foreira a União, pertencia a União. Desde a EC 
45 as Ilhas que sediassem as capitais deixaram de pertencer a União. A Ilha 
de São Luís é foreira, mas têm-se alguns pedaços (denominado de glebas) 
essas glebas são terrenos próprios, terreno próprio é quando a terra já é de 
um particular não é mais do Estado. 
 
➢ Ex vi legis 
É a aquisição em virtude do que a lei estabelece. O Poder público adquire através do 
que a lei estabelece ( ex : construção de praças, ruas em determinado loteamento) 
Ex: Fulano tem um terreno e decide lotear esse terreno para construir casas. Para que as 
casas possam ser construídas, é necessário submeter o projeto a administração (poder de 
polícia) faculdade de uso e ocupação do espaço urbano que deve ser submetido ao poder 
público para que ele saiba se o projeto está de acordo com o que a lei de zoneamento 
urbano estabelece. Em São Luís, a ilha é divida por zonas, tem a zona de preservação 
ambiental, zona residencial, zona comercial, cada local da ilha de acordo com a lei de 
zoneamento urbano, tem uma identificação e de acordo com a zona onde o terreno está 
localizado a sua construção acontecerá de determinada forma. Imagine que Fulano tenha 
um loteamento, e este quer lotear para construir casas, o projeto será submetido a 
Secretaria Municipal de Urbanismo que analisará se o projeto está de acordo com a lei. 
 
☞ A LEI DE ZONEAMENTO URBANO DEFINE QUANDO, ONDE E COMO 
VAI SE CONSTRUIR ALGO. ELA VAI DIZER QUAL A METRAGEM DOS 
LOTES QUE O PROPRIETÁRIO DO TERRENO IRÁ CONSTRUIR, 
DEFININDO A CONSTRUÇÃO DE RUAS E SUA METRAGEM. QUANDO 
A LEI MANDA QUE O INDIVIDUO LOTEEI UM TERRENO, MAS QUE 
DEIXE UMA RUA, ELA ESTÁ MANDADO EM OUTRAS PALAVRAS 
QUE O PROPRIETÁRIO DEIXE UM BEM PÚBLICO 
 
8. Uso dos Bens Públicos 
8.1 - Uso Comum – Também chamado de uso normal, é um bem de livre utilização 
(utilização e destinação para a mesma coisa) 
Ex: Passar pela rua (a rua é um bem de uso comum, usada para tráfego de pessoas e 
veículos, uma rua que está tendo essa utilização, está sendo usada de forma comum , 
uso normal) 
Ex: Uma escola que está tendo aulas normalmente (é um bem de uso especial, mas que 
está sendo de forma comum, usado de maneira normal, para a destinação que a ela foi 
incumbida) 
☞ EM REGRA, OS BENS DEVEM SER USADOS DE FORMA COMUM 
Ex: praça que serve para ser praça, rua que serve para ser rua, colégio que serve 
para dá aula, hospital para receber doentes, ginásio que tem competições 
esportivas 
☞ O QUE MUDA A CATEGORIA DE UM BEM É A SUA DESTINAÇÃO E 
NÃO A UTILIZAÇÃO 
 
8.1.1 – Características 
* compatibilidade entre destinação e utilização – Quando o uso do bem está normal, 
sem mudar a sua essência, sua destinação não muda (ocorre quando o uso e destinação 
de um bem estão sendo usados exatamente para o que foram criados) 
* O uso comum não é oneroso - Não há nenhuma cobrança para o individuo que está 
utilizando o bem 
* generalidade e indiscriminação – Generalidade pois qualquer um pode usar, e não há 
descriminação sobre quem possa ou não utilizar o bem, observando sempre as regras de 
acordo com a destinação que o bem recebe. 
8.2 – Uso especial - Também chamado de uso anormal. A essência do bem não muda, 
o que muda é a sua utilização. 
Ex: Uma rua que é fechada para a apresentação de um boi durante os festejos juninos (a 
rua vai continuar sendo uma rua, continuará sendo um bem de uso comum, entretanto, 
quando estiver acontecendo a apresentação, estará sendo usada de forma anormal, uma 
vez que a passagem de qualquer pessoa, não estará acontecendo normalmente) 
☞ USO ANORMAL NÃO QUER DIZER QUE SEJA ILEGAL 
8.2.1 – Privativo – Concessionária que ganha licitação para a construção de uma 
rodovia 
Características 
* O uso privativo é precário, porque a adm pública pode deixar e pode impedir a 
qualquer momento. Ex: Marafolia 
* Sujeito ao regime jurídico público – a adm pública tem superioridade, depende da 
vontade da administração pública 
* Instrumentalidade formal – Tem que haver uma permissão, um contrato de concessão, 
tem que ter um instrumento que formalize que o bem seja usado de forma privativa 
* Privatividade – O indivíduo que se encontra com o bem, define quem teráacesso a ele 
☞ O USO PRIVATIVO NÃO SERÁ REMUNERADO OBRIGATORIAMENTE 
☞ Ex: Show aberto ao público em espaço público que não é cobrado a permanência 
do indivíduo no local. 
 
8.2.2 – Remunerado – Indivíduo que paga para passar na rodovia com o pedágio 
8.2.3 Características do Uso Especial 
* Incompatibilidade entre destinação e utilização – Há uma mudança na 
destinação/utilização do bem 
* Pode ser gravado com ônus – É possível que tenha ônus 
* Privatividade e exclusividade – O indivíduo que estiver com o bem define quem irá 
usá-lo 
Todos os bens (uso comum, uso especial e dominical) podem ser usados de 
forma comum? Não! O dominical não pode. Pois, o uso comum é a destinação que ele 
tem e a utilização que está compatível com essa destinação, só que o bem dominical ele 
se caracteriza por não ter destinação, então o bem dominical JAMAIS terá utilização 
comum, pois na hora que ele tiver uma utilização ele deixará de ser dominical e 
passará a ser especial ou comum. Então, O BEM DOMINICAL NÃO VAI SER 
USADO DE FORMA COMUM pois são duas coisas incompatíveis, pois no uso comum 
a destinação é para uma coisa e ele não possui a destinação. O uso comum não ocorrerá 
no bem dominical, o uso comum só ocorre com o bem de uso comum e com o bem de 
uso especial. Mas, o bem dominical pode ser usado de forma especial 
Ex: praça desativada (bem dominical) um indivíduo pede autorização para que durante 
um evento ele possa utilizar a praça como estacionamento. A praça não deixa de ser 
bem dominical, o bem só deixa de ser dominical quando o poder público dá a ele 
uma destinação. 
☞ A MERA UTILIZAÇÃO NÃO IMPLICA DIZER QUE ESTÁ HAVENDO 
UMA DESTINAÇÃO 
 
 Intervenção do Estado na Propriedade Privada 
Aula 03/2ºbi – 30/04 
Noções Gerais 
O que dá ensejo da possibilidade do Estado intervir na propriedade privada é 
exatamente o poder em potencial que ele tem sobre tudo que está no seu limite 
territorial, e esse poder em potencial está previsto na própria Constituição quando ela 
assegura em seu art. 5º,XXII “ É garantido o direito de propriedade” mas no inciso 
seguinte, ela coloca que “ A propriedade atenderá a sua função social” e ai quando 
ela coloca essa função social, ela deixa exatamente o espaço para que o poder público 
venha intervir na propriedade privada limitando ou suprimindo esse direito, tudo se 
justificado pela satisfação do interesse público. 
Fundamentos 
As formas de intervenções têm todas elas origem, respaldo, nesse fundamento 
constitucional. Vão ter respaldo nessas duas perspectivas: a função social da 
propriedade e da supremacia do interesse público sobre o interesse particular. 
Então, os dois fundamentos que são COMUNS A TODA E QUALQUER FORMA 
DE INTERVENÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA serão esses dois: a 
supremacia do interesse público e a função social da propriedade. 
 
☞ A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA SUPREMACIA DO 
INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PARTICULAR, SÃO OS 
FUNDAMENTOS COMUNS DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA 
PROPRIEDADE PRIVADA QUALQUER QUE SEJA A SUA FORMA. 
 
Nesses casos, o Estado vai poder intervir, mas não vai suprimir o direito de 
propriedade. O indivíduo não perde o direito de propriedade, mas sofre uma 
limitação, não podendo usar a sua propriedade como bem entender. Essas 
limitações, recebem o nome de limitações restritivas, pois ela vai restringir o direito de 
propriedade. 
☞ As formas restritivas de intervenção do Estado são: requisição, servidão, 
limitações administrativas, tombamento e ocupação temporária. 
☞ A forma supressiva de intervenção do Estado é a desapropriação. 
 
 
 
Formas Restritivas de Intervenção do Estado 
➢ Requisição 
 A requisição, é uma forma de intervenção que se dá numa situação de 
perigo público iminente. Perigo público iminente, é o perigo público real, 
tendo que ser superado de forma imediata. Quando se fala de requisição, está se 
falando, numa possibilidade de o poder público ocupar bens, dessa forma o 
objeto da requisição é o mais amplo de todos, porque a aquisição incide sobre 
bens móveis, imóveis e até serviços. Na requisição, têm-se uma situação de 
perigo e para sair desse perigo o poder público precisará usar a propriedade 
privada, a requisição não depende de autorização, sendo decorrente de ato 
administrativo auto executório, não tendo que existir autorização judicial para 
que aconteça. 
A requisição acontece de forma imediata por meio de um ato, onde o poder executivo 
baixa um ato requisitando, porque ele precisa suprir a situação de perigo que está 
acontecendo de forma imediata, que decorre de calamidade pública, catástrofes, e em 
casos de guerra. Existem dois tipos de requisição, a requisição civil e a requisição 
limitada. 
☞ Em casos de guerra, ocorre a requisição limitada 
☞ A propriedade pode ser usada também para afastar a situação de perigo. 
 
 Ex: Policial que em meio a uma perseguição, para qualquer carro para que a 
perseguição continue. A propriedade particular é então usada, para afastar a situação de 
perigo que está acontecendo. 
Em termos gerais, as formas de intervenção por si só não dão direito a indenização, 
intervir na propriedade privada, é um direito que o Estado tem, então quando ele 
requisita, ele está no exercício regular do direito. Entretanto, quando isso é extrapolado, 
quando gera um prejuízo, um prejuízo comprovado, o particular terá direito de pedir 
uma indenização, ou seja, se o Estado faz a requisição, utiliza o bem, e não causar 
nenhum prejuízo, o particular não tem direito a indenização, o simples fato da utilização 
da propriedade, não gera a caracterização do prejuízo, não tendo assim, direito imediato 
a indenização. A indenização só ocorrerá com a demonstração comprovada do 
prejuízo, 
O simples fato de ter ocorrido a requisição, ou qualquer uma das formas de intervenção, 
por si só não acarreta esse prejuízo, e como consequência não gera direito a 
indenização, o que vai garantir a indenização é se houver prejuízo. 
Entretanto, existem intervenções que elas de cara vão dá direito a indenização, pois elas 
de cara vão ocasionar um prejuízo, como por exemplo: a servidão, a desapropriação, 
são formas de intervenção, que pela maneira como se processam, vai ocorrer um 
prejuízo. 
Assim, entende-se que a indenização é cabível desde que fique demonstrado pelo 
particular, a ocorrência do prejuízo que ele suportou devido a intervenção, o que não 
quer dizer, que o simples fato de ocorrer a intervenção já gera o prejuízo, isso dependerá 
da forma de intervenção, só assim poderá se verificar a possibilidade ou não da 
indenização. 
A requisição então ocorre numa situação de perigo público iminente, é instituída por ato 
administrativo auto executável, ou seja, não precisa de autorização judicial, está prevista 
no art.5º, XXV da CF/88, e recai sobre bens móveis, imóveis e até mesmo sobre 
serviços como forma de afastar uma situação de perigo. Da mesma maneira que ela é 
instituída pela situação de perigo através de um ato administrativo, a extinção dela 
está vinculada também a situação de perigo, acabando a situação de perigo acaba a 
requisição. 
Fundamento: Art. 5º, XXV CF/88: 
“no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano” 
Tipos: 
Civil – Decorre de casos fortuitos e força maior 
Militar – Decorrente de estado de guerra 
Objeto: 
O objeto é o mais amplo possível, envolve bens móveis, imóveis e serviços 
Indenização: 
Só ocorrerá se o particular comprovar o prejuízo, e será paga de forma posterior 
Instituição: 
Instituída por ato administrativo, auto executável, ou seja, não precisa de lei nem de 
autorização judicial A administração pública já está autorizada a baixar o ato instituindo 
a requisição. 
Extinção: 
Fica vinculada ao perigo, cessando o perigo, cessa a requisição. O próprio ato queinstituiu também extingue. 
Características: 
✓ É direito pessoal da administração 
✓ Tem como pressuposto perigo público iminente 
✓ Incide sobre bens móveis, imóveis e serviços 
✓ Tem caráter de transitoriedade 
✓ Instituída por ato administrativo, auto executável 
✓ Indenização se houver, é posterior. 
 
➢ Servidão Administrativa 
A servidão administrativa, é uma forma de intervenção que terá lugar, quando a 
administração pública utiliza a propriedade privada para viabilizar a execução de 
um serviço, de uma obra. A servidão é instituída por acordo com o particular ou 
judicialmente se o particular se opuser, a indenização é paga de forma imediata. A 
servidão tem caráter de permanência. 
Ex: A administração pública precisa passar uma tubulação de esgoto, dentro de uma 
propriedade particular com o intuito de despoluir um rio. A servidão sendo autorizada, 
seja pelo particular seja judicialmente, limitará em 6m o direito de propriedade do 
particular, nesse caso, como ocorre um prejuízo para o particular, visto que sua 
propriedade teve uma diminuição, ou seja, ele tem um prejuízo, terá ele indenização 
paga previamente. 
 Assim, entende-se que a servidão é uma limitação na propriedade privada com o 
intuito de viabilizar um serviço, ou uma obra. 
Ex: Colocação de postes de energia, tubulação de gás, água, esgoto que precisam cruzar 
a propriedade privada. 
☞ A SERVIDÃO SÓ INCIDE SOBRE BENS IMÓVEIS 
A servidão é instituída por acordo com o particular ou judicialmente se o particular se 
opuser, entretanto além dessas duas formas, existe uma forma anômala de servidão 
chamada de “manu militare” (com mão militar) que ocorre quando a administração 
pública faz o serviço, sem acordo, sem autorização judicial, vai agindo até que o 
particular apareça. (C* de bêbado não tem dono). A servidão manu militare ocorre 
quando a administração pública intervém na propriedade particular sem autorização 
nem do particular nem da justiça, até que o proprietário tome conhecimento. 
☞ É POSSIVEL A SERVIDÃO DE BENS PÚBLICOS, DESDE QUE 
OBSERVADA A HIERARQUIA ADMINISTRATIVA. 
 
UNIÃO > ESTADOS > MUNICÍPIOS 
 
☞ O MUNICÍPIO NÃO PODE INSTITUIR SERVIDÃO SOBRE BENS 
PÚBLICOS SOMENTE DE BENS DA ADMNISTRAÇÃO INDIRETA DO 
PRÓPRIO MUNICÍPIO 
Fundamento: 
Art. 40 Decreto 3.365/41 
“O expropriante poderá constituir servidões mediante indenização na forma desta lei” 
Objeto: 
Somente imóvel alheio. Pode ocorrer de forma excepcional a servidão de bens públicos 
respeitando a hierarquia federativa e mediante autorização legislativa 
Formas de instituição: 
Acordo entre as partes ou autorização judicial, excepcionalmente pode ocorrer a “manu 
militare” quando a Adm.Pública não pede autorização nem para o particular nem 
judicialmente 
Extinção 
Desaparecimento da coisa 
Desinteresse da Adm. Pública 
Se a adm. pública adquire a propriedade (desapropriação) 
Indenização 
A indenização é paga anteriormente, ou por acordo com o particular ou por uma decisão 
judicial condicionada com a existência de prejuízo 
Características: 
✓ Direito real da administração 
✓ Incide sob bem imóvel 
✓ Tem caráter de definitividade 
✓ Inexiste auto executoriedade 
✓ A indenização é prévia condicionada a existência do prejuízo 
➢ Limitações Administrativas 
São limitações incidentes sobre as faculdades de uso, ocupação, e modificação da 
propriedade. Estão diretamente ligados ao poder de polícia da administração. São 
decorrentes de leis que limitam o uso da propriedade privada, são situações que 
dão ensejo as fiscalizações (poder de polícia da administração pública), que pode 
ocasionar uma desapropriação caso o proprietário não atenda a ordem urbanística e 
sancionatória, caso ele não obedeça a ordem de manter um terreno limpo, por exemplo. 
São formas decorrentes principalmente de leis que estabelecem limitações a utilização 
da propriedade privada 
 
Ex: Imposição da construção de muro e calçadas, limitações quanto a altura de prédios, 
etc. 
Essas limitações administrativas, são marcadas pelo seu caráter de generalidade, pois 
são decorrentes de lei, assim todos são obrigados a respeitar essas limitações (caráter 
erga omnes). Nas limitações administrativas há unilateralidade, pois, a lei é quem 
decide, não dependendo da anuência da outra parte. Nas limitações administrativas há 
imperatividade, em decorrência do caráter coagente da lei, uma vez que a lei deve ser 
cumprida. Nas limitações administrativas há a não confiscatoriedade, uma vez que o 
proprietário não perde a sua propriedade. 
As limitações administrativas consistem em obrigações de fazer, não fazer e deixar 
fazer, retratando assim os três tipos de obrigações 
 
 Limitações positivas – São as limitações que impõem uma obrigação de fazer. 
Ex: Lei de muros e calçadas, pois exige que o proprietário construa muro e 
calçadas na sua propriedade. 
 
 Limitações Negativas – São as limitações que impõem uma obrigação de não 
fazer 
Ex: Proibição de construção de edifícios de x andares, proibição de construção 
em áreas de preservação permanente. Etc. 
 
 Limitações Permissivas – São as limitações de deixar fazer, por conta da 
decorrência da previsão legal, o poder público tem o direito de fiscalizar para 
saber se a lei está sendo cumprida. 
Ex: Se o particular vai construir, o poder público tem o direito e o particular a obrigação 
de permitir que a adm. pública vá até a obra fiscalizar para saber se a obra está de 
acordo com a lei. 
Fundamentos: 
 Exercício do poder de polícia da Administração Pública 
 
Indenização 
Praticamente não existe, pois é um ato administrativo, é uma lei. A indenização 
nesse caso só poderia ser visualizada caso ocorra um abuso de poder, e esse 
abuso de poder venha acarretar prejuízo para o particular. 
Ex: Agente que danifica equipamento numa fiscalização. 
 
Características 
 
✓ São atos legislativos ou administrativos de caráter geral 
✓ Tem caráter de definitividade 
✓ Ausência de indenização 
✓ Motivada por interesse público abstrato (pois decorrem de lei) 
 
 
Intervenção do Estado na Propriedade Privada (Cont.) 
Aula 04/2º bi - 14/05/2018 
 
➢ Tombamento 
O tombamento é uma forma de intervenção, que se dá sobre um único fundamento a 
necessidade da preservação do patrimônio histórico, sociológico e cultural. O 
tombamento não serve, não é forma de intervenção apta para casos de preservação 
de meio ambiente, fauna e flora. 
☞ NÃO EXISTE TOMBAMENTO DE FLORESTA 
O tombamento vai acontecer na necessidade de preservar o patrimônio histórico, a sua 
presunção é o indivíduo é dono de um bem, só que esse bem é retratador de um 
valor histórico e não pode ficar limitado, não pode ficar sujeito a vontade 
privatista desse dono, de modo que o Estado intervém e protege esse bem ( não 
gera perda da propriedade) ele preserva o bem pois se pressupõe que aquele bem 
tem/deve ser desfrutado por todos, pois o bem tem um valor que não é do particular. A 
necessidade de preservar o ambiente sociológico, histórico e cultural, é que leva o 
poder público a tombar um bem 
O tombamento é vinculado, pois ele só vai acontecer se estiver presente esse ambiente 
histórico, se não estiver presente não ocorre o tombamento. Só que ele tem uma fase 
antecedente que é uma fase discricionária, uma vez que, dependendo da maneira como 
se inicia o processo de tombamento, pode iniciar de forma discricionária, 
Ex: Chefe do Executivo pode julgar, ele faz um juízo de valor prévio sobre determinado 
bem entendendo que determinado bem deve ser preservado, isso não vai vincular, ou 
seja, isso não vai conduzir necessariamente ao tombamento, e é aí que está a fase 
discricionária do tombamento. A partir desse juízo de valor o processo é deflagrado, 
mas quem assume é o IPHAN, é ele quem assume a condução do processo de 
tombamento. A discricionariedade então acaba, pois não existe mais a opinião do chefe 
do executivo,a opinião dele só leva a uma possibilidade de um bem ser tombado, mas a 
decisão final é do órgão técnico que vai apurar o valor histórico e cultural. 
☞ O TOMBAMENTO É INSTITUÍDO POR ATO VINCULADO DO PODER 
EXECUTIVO, É UM ATO ADMINISTRATIVO, MAS QUE INICIA COM 
UMA FASE DISCRICIONÁRIA, ELE NÃO É INSTITUÍDO POR ATO 
DISCRICIONÁRIO, O PODER EXECUTIVO ESCOLHE OS BENS QUE 
SERÃO AVALIADOS (FASE DISCRICIONÁRIA) COM BASE NESSE 
JUÍZO DE VALOR, INICIA-SE O PROCESSO QUE PODE CONCLUIR 
QUE TRATA-SE OU NÃO DE CASO DE TOMBAMENTO (FASE 
VINCULADA). 
O tombamento está previsto em regras gerais no Decreto Lei 25/37, são regras abstratas, 
uma vez que o tombamento é específico. Em que pese ter esse decreto com regras 
gerais, têm-se algumas situações onde a própria Constituição estabelece tombamentos 
constitucionais (ex: sítios arqueológicos), como nos descritos nos artigos 215, 216, 
sendo assim, existem tombamentos que não são feitos por ato administrativo, pois o 
próprio texto constitucional o estabelece. Em regra, é ato do poder executivo, ato 
administrativo, mas tem esses casos excepcionais que a própria Constituição já diz que 
é caso de tombamento 
Art. 216 §1º “O Poder Público, com colaboração da comunidade, promoverá e protegerá 
o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, 
tombamento, e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação 
Art. 216 §5º “Ficam tombados todos os documentos e sítios detentores de reminiscência 
histórica dos antigos quilombos”. 
 
☞ O tombamento é uma restrição ao direito de propriedade 
 
Uma vez que o proprietário não pode fazer o que bem entender com seu bem. O 
tombamento desenvolve-se em três momentos: o processo administrativo inicia com a 
provocação do próprio interessado, após instaurado o procedimento é emitido um 
parecer prévio pelo órgão técnico responsável, após esse parecer o proprietário é 
notificado para se manifestar e se defender dessa proposta depois dessa 
manifestação é instituído um conselho para que seja tomada a decisão se o bem é 
ou não caso de tombamento. 
Toda vez que o imóvel é tombado, quando acontece essa notificação para o 
proprietário, na qual ele recebe um parecer prévio, notificando-o que existe um processo 
de tombamento em andamento ocorre o que se chama de tombamento provisório, ou 
seja, quando o poder público já informa ao proprietário que o imóvel está sendo objeto 
de processo de tombamento, a partir desse momento, o proprietário já fica impedido de 
fazer qualquer alteração no imóvel até a conclusão do processo de tombamento. O 
tombamento definitivo só acontecerá ao fim do processo de tombamento. O 
tombamento será voluntário, quando o particular não se opõe ao processo, e 
compulsório quando ele não concorda. 
Quando ocorre o tombamento, o particular assume algumas responsabilidades, 
dentre as quais estão: o dever de conservação, direito de preferência ao poder 
público (caso o proprietário venda sem oferecer primeiro ao poder público, o negócio é 
nulo, e o proprietário paga multa de 20% referente ao valor da negociação), restrições 
ao direito de vizinhança (os vizinhos ao imóvel tombado podem sofrer algumas 
restrições caso a mudança cause impactos a harmonia histórico cultural do local) 
Fundamento: 
Decreto 25/37; artigo 215 e 216§5º da CF/88 
Objeto: 
Bens Móveis e Imóveis 
Instituição: 
Instituído por ato administrativo (tem uma fase que inicia discricionária e tem que tá 
vinculado ao ambiente histórico) 
Efeitos: 
Dever de conservar, restrições de vizinhança, direito de preferência do poder público 
Quanto a eficácia do ato: 
• Provisório – Determinação cautelar anterior ao processo de tombamento. 
• Definitivo – Depois de concluído o processo de tombamento. 
 
➢ Ocupação Temporária 
A ocupação temporária está prevista no artigo 36 decreto lei 3364/41“É permitida a 
ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não 
edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização”. A ocupação 
temporária ocorre quando o poder público usa a propriedade privada como 
ponto de apoio para executar uma obra. 
Ex: Na duplicação da BR 135, é muito comum ao passar pela BR é comum 
verificar que maquinário e materiais fiquem guardados em terrenos e casas próximas 
da construção, isso é uma ocupação temporária. 
 É a ocupação mais comum, e segundo o decreto que a rege, a indenização será 
paga ao final, essas indenizações só acontecem quando as ocupações estão 
atreladas a processos de desapropriação. Entende-se que por estarem atreladas a um 
processo de administração, essa ocupação vai demorar, então nesse caso ela é 
indenizada, indenização esta que é prevista pelo próprio decreto 3364/41. Em regra, a 
ocupação não é indenizada, mas caso se trate de uma obra vinculada a uma 
desapropriação, essa ocupação será indenizada, da mesma forma que será 
indenizada caso cause algum prejuízo para o proprietário. 
Fundamento: 
Art.36 do decreto lei 3364/41 
Modalidades: 
• Ocupação ligada a desapropriação – Gera Indenização 
• Ocupação desvinculada da desapropriação – Em regra não gera indenização, 
mas poderá indenizar caso gere prejuízo para o proprietário 
Instituição: 
Ocupação vinculada a desapropriação – ato formal 
Ocupação desvinculada a desapropriação – ato auto executável 
Extinção: 
Se dá com o fim da obra ou serviço. 
➢ Desapropriação 
 
 É a forma mais agressiva de intervenção na propriedade, se a intervenção já é 
algo excepcional nas modalidades restritivas, na modalidade supressiva, a 
desapropriação é a forma mais drástica. A desapropriação só ocorrerá se o interesse 
público for latente. A desapropriação tanto limita quanto suprime o direito de 
propriedade do proprietário do bem, ela retira o direito de propriedade, sendo assim a 
forma mais drástica de intervenção. 
 
 A desapropriação ela tem natureza jurídica de procedimento, é um 
procedimento administrativo mas que quase sempre desencadeia uma fase judicial, pois 
pode acontecer do particular não concordar. Se a desapropriação tem natureza de 
procedimento, é porque o que vai acontecer na desapropriação é apenas a maneira como 
vai ocorrer a expropriação do bem. 
 Não se discute numa desapropriação se o poder público tem ou não o 
direito de expropriar o bem, por isso que diz que tem natureza jurídica de 
procedimento, pois não se discute numa ação de desapropriação se o poder público tem 
ou não o direito material, porque ele tem o direito material, isso é indiscutível, o que vai 
ser analisado é tão somente o procedimento, se ele foi correto ou não, daí se dá o nome 
de desapropriação, ou seja, retirar a propriedade de alguém. 
 Então, a desapropriação é um procedimento, ou seja, não vai se discutir o 
direito material, pois ele está na Constituição, então é direito do poder público intervir 
na propriedade restringindo ou suprimindo, agora, o que tem que ser observado é o 
procedimento, a desapropriação é somente o mecanismo que vai ser utilizado para 
que o poder público possa “pegar” o bem. Numa ação desapropriação, será analisado 
apenas o procedimento, a análise da existência de algum vício, que caso tenha, o 
particular possa resolver, mas se o procedimento não tiver nenhum vício, o particular 
poderá apenas discutir valores. O que será analisado num processo de desapropriação 
será :o procedimento, a regularidade e o valor da indenização. Se houver 
regularidade, o único ponto a ser discutido será o valor da indenização. 
 A natureza jurídica da desapropriação é de procedimento que tem a fase 
administrativa e pode ter a fase judicial. 
 
☞ A DESAPROPRIAÇÃO SÓ OCORRERÁ SE HOUVER INTERESSE 
PÚBLICO QUE JUSTIFIQUE A DESAPROPRIAÇÃO 
 
Os pressupostos ensejadores da desapropriação são: utilidade pública, 
necessidade pública e interesse social. 
Ex: A construção de uma ponte, de uma avenida, estão atreladas ao pressupostode utilidade pública, pois vão causar melhorias. Entretanto, se essa ponte for a única 
ligação entre duas cidades a construção dessa ponte que passará por um terreno 
particular, será uma utilidade pública. 
Entretanto, o decreto 3365/41 ele regula os casos de desapropriação por utilidade 
pública, entretanto no contexto do decreto, ele trata de casos de necessidade e de 
utilidade pública. Então, têm-se faticamente duas situações distintas, mas que mesmo 
assim ambas estão reguladas no mesmo diploma legal. Ocorrerá o interesse social, 
quando a adm. pública desapropriar para resolver problemas sociais, por ex: 
desapropriação para assentar famílias. 
 
A desapropriação, está fundamentada no Decreto 3365/41(regula os casos de 
desapropriação por necessidade e utilidade), Lei 4132/62 (regula os casos de 
desapropriação por interesse social). O artigo 2º do decreto lei 3365/41 diz que “Todos 
os bens podem ser desapropriados”, entretanto existem alguns casos em que a 
desapropriação é vedada, como por exemplo em propriedades produtivas que não 
poderão ser objeto de desapropriação para fins de reforma agrária, é uma limitação 
jurídica, impossibilidade esta, prevista na CF/88. Isso quer dizer que se por acaso o 
poder público precisar construir uma BR e está passar por dentro de uma fazenda 
produtiva, ela poderá ser desapropriada, pois não será para fins de reforma agrária. 
 
☞ É VEDADA A DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS PRODUTIVAS PARA 
FINS DE REFORMA AGRÁRIA 
 
 Os bens desapropriados, necessariamente vão entrar nos bens do patrimônio 
público. Se a administração pública desapropria e fica com o bem, a destinação é 
definitiva. Entretanto, tem casos em que o bem entra nos bens do estado, mas não 
permanece. 
Ex: A desapropriação por interesse social, porque quando se desapropria um prédio para 
assentar 100 famílias a destinação é provisória (pois passou ele para terceiros). Se caso 
fosse construída uma escola a destinação seria definitiva (pois ele permanece com o 
Estado) 
☞ A DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL, ENSEJARÁ NA 
DESTINAÇÃO PROVISÓRIA 
☞ A DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE E UTILIDADE PÚBLICA, 
ENSEJARÁ NA DESTINAÇÃO DEFINITIVA 
 Também existe a DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA um pedaço maior de 
terra é desapropriado, desse pedaço maior (destinação definitiva) sobrou uma pequena 
parcela do terreno desapropriado e isso gerou uma valorização para aquele terreno, 
sendo que esse pedaço que sobrou é um bem dominical, podendo ser alienado. Assim, 
quando esse pedaço for alienado, a destinação dele será provisória. 
 A DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA acontece quando uma área é 
desapropriada, e nessa área será construída uma indústria, pois com a construção dessa 
empresa, dessa fábrica, vai ensejar no crescimento urbanístico no local. É uma forma de 
destinação provisória, pois quem vai ficar no local será a empresa. A adm. desapropria 
para que a empresa se instale naquela localidade 
 A DESAPROPRIAÇÃO CONFISCO ocorre quando o bem que está sendo 
usado para o plantio de psicotrópicos é desapropriado não dando ensejo a indenização 
ao proprietário. Será uma destinação provisória, pois a adm., pública passará esse 
bem para outra pessoa fazer o plantio de outras espécies 
 
Existe no direito adm. A teoria dos direitos determinantes: o motivo vincula o ato. (A 
desapropriação só ocorrerá decorrente de um motivo que decorra de utilidade, 
necessidade ou interesse social) 
Se a adm. publica desapropria e não dá a destinação que ela prometeu dá ao bem, se ela 
não usa para nada, ou usa para finalidade diversa ocorre a TREDESTINAÇÃO. A 
predestinação acontecerá de duas formas: ela pode ser lícita e ilícita. 
Ex: A adm. pública desapropria com o intuito de construir uma escola, mas acaba 
construindo um hospital (ocorre uma tredestinação lícita) 
Ex: A adm. pública desapropria com o intuito de construir uma escola, mas acaba 
concedendo a um particular a construção de um estacionamento (ocorre uma 
tredestinação ilícita) Podendo nesse caso o particular reaver o seu bem que fora 
desapropriado 
☞ SOMENTE A UNIÃO TEM COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE 
DESAPROPRIAÇÃO 
 
Processo Administrativo 
Aula 05/2º bi – 21/05/2018 
Processo é o instrumento por meio do qual efetiva-se um direito, então têm-se a 
lei 9784/99 estabelece algumas regras de como a Administração Pública deve caminhar, 
como ela deve proceder nas mais diversas demandas que lhe são postas. Trata-se de 
uma lei geral do processo administrativo. O processo administrativo visa o formalismo 
moderado, que não tem o mesmo rigor existente no processo civil e no processo penal. 
Isso não significa que não se respeita o processo administrativo, significa dizer, que o 
processo administrativo tem uma margem, uma maleabilidade maior. 
Ex: No processo administrativo disciplinar (PAD) têm-se uma situação inusitada: a 
vítima vai julgar o autor (servidor público é o autor) quando este faz algo errado, a 
administração pública que é a vítima vai julgar o autor que é o servidor. 
No processo administrativo, a administração julga e é parte ao mesmo tempo, 
por isso que se diz que não há o mesmo rigor existente no processo civil e no processo 
penal. 
☞ É O INSTRUMENTO UTILIZADO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
PARA MANTER A ORDENAÇÃO DE SUAS ROTINAS E PRESERVAR 
OS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS ATRAVÉS DE PROTOCOLOS 
QUE DEVEM SER SEGUIDOS 
Os princípios inerentes ao processo administrativo são: 
 
➢ Contraditório 
Direito de contradizer, é o direito de opor. Significa a participação do interessado na 
integralidade do processo administrativo, no exercício do direito de influenciar 
ativamente a decisão a ser proferida 
• Informação geral: dever de informar a parte, a parte deve ser informada sobre 
tudo o que está acontecendo, sobre o que ela está sendo investigada 
• Oitiva das partes: direito da parte ser ouvida 
• Motivação: as decisões devem ser motivadas (QUE TIRO FOI ESSE? = 
DECORRE QUE TODA DECISÃO TEM QUE SER MOTIVADA) 
 
➢ Ampla defesa 
Garantia de poder defender-se e articular suas razões e que essas razões sejam 
apreciadas e levadas em conta. 
• Caráter preventivo: deve ocorrer ANTES da decisão 
• Recurso administrativo: direito de não se conformar 
• Defesa técnica: assistência de advogado ou técnico especialista na área do 
processo 
☞ A SÚMULA VINCULANTE Nº05 DIZ QUE NÃO É NULO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO SEM DEFESA TÉCNICA 
 
➢ Oficialidade 
Impulso oficial. A autoridade competente tem o poder-dever de inaugurar e 
impulsionar o processo, até que se obtenha um resultado conclusivo (A adm. Pública 
tem interesse como parte e como julgadora) 
 
➢ Verdade Material (Real) 
O administrador deve se valer da verdade efetiva, real, independentemente de se ater as 
provas e demandas do processo 
 
➢ Formalismo Moderado 
Embora não possa o administrador abdicar das formas essenciais, pode empregar formas 
mais simples quando suficientes para proporcionar a devida informação aos 
administrados 
 
 
 
 
 
Tipos de Processo Administrativo 
 
➢ De expediente 
Procedimento burocrático da rotina administrativa. Não altera, nem gera, nem suprime 
direitos dos administrados, servidores, ou da Administração. 
Ex: pedido de certidões, apresentação de documentos para registro interno, etc. 
 
➢ Por outorga 
Por ele se pleiteia algum direito ou situação individual perante a administração. 
Ex: licença, alvará, permissão 
 
➢ De controle 
Também chamado de verificação, permite que a Administração controle, determine ou 
verifique a regularidade ou irregularidade de serviços públicos, comportamento e 
situação de seus integrantes. 
Ex: Auditoria, Fiscalização, Prestação de Contas 
 
➢ Punitivo 
Instaurado para averiguar ato ou fato ilegal de servidor, administrado ou contratado. 
Podendo ser: 
• Externo – Quando a parte ré não integra a Administração Pública 
• Interno – Quando a parte ré integra a Administração PúblicaProcesso Disciplinar 
 
É o instrumento destinado a apurar a responsabilidade de servidor por infração praticada 
no exercício de suas funções ou que tenha relação com as atribuições de seu cargo. O 
Processo Administrativo poderá ser precedido ou não de Sindicância. 
Sindicância é o procedimento investigatório que tem por objetivo apurar a autoria ou 
materialidade de irregularidade praticada no serviço público. Da sindicância pode 
resultar 
• Arquivamento do processo – quando não houver provas do cometimento de 
irregularidade 
 
• Aplicação de penalidades de advertência ou suspensão – quando ficar 
comprovado que o servidor incorreu em faltas ( menos gravosas) puníveis com 
advertência ou suspensão 
 
• Instauração de Processo Disciplinar - quando há indícios suficientes de 
cometimento de falta grave, assegurado ao acusado o contraditório e ampla 
defesa 
 
☞ O PAD NÃO É INSTAURADO SÓ PARA APURAR FALTAS GRAVES, 
DEVE SER INSTAURADO SEMPRE QUE A AUTORIDADE TIVER 
NOTICIA DE COMETIMENTO DE IRREGULARIDADE 
 
☞ PODE SER PRECEDIDO OU NÃO DE SINDICÂNCIA

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