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SISTEMA DIGESTÓRIO Histologia B 1

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Histologia e Embriologia dos animais domésticos B 
 
HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
REVISÃO 
Organização em quatro tipos básicos de 
tecidos: 
1) Epitélios (proteção, secreção, absorção, 
permeabilidade seletiva, detectar 
sensações e transporte transcelular). 
2) Tecido conjuntivo (adiposo e ósseo) 
3) Tecido muscular 
4) Tecido nervoso 
Membrana Basal: 
Formada por lâmina basal + reticular 
Lâmina Basal formada por Lâmina lúcida, 
lâmina densa, lâmina lúcida. 
Lâmina Reticular formada por fibras de 
ancoragem e fibras reticulares. 
 
Tecido Conjuntivo possui células ( fibroblastos, 
pericitos, células adiposas, mastócitos e 
macrófagos) e matriz extracelular ( SFA e 
fibras). 
Substância Fundamental Amorfa 
-Glicosaminoglicanas (ácido hialurônico, 
queratan-sulfato, heparan-sulfato e heparina). 
-Proteoglicanas 
-Glicoproteínas de adesão (laminina, 
osteotectina, condronectina e fibronectina) 
Fibras 
-Elásticas (elastina e microfibrilas) 
-Colágenas: Tipo 1 – osso, dentina e cemento 
Tipo 2 – cartilagem hialina e elástica 
Tipo 3 – fibras reticulares 
Tipo 4 – lâmina basal 
Tipo 5 – Placenta 
Células possuem um citoesqueleto com 
microfilamentos que dão a forma (cilíndrica, 
cubóide, etc) 
 
EPITÉLIOS: 
Simples: pavimentoso, cúbico, cilíndrico e 
pseudo-estratificado. 
Estratificados: pavimentoso queratinizado, 
pavimentoso não queratinizado, cúbico, 
cilíndrico e de transição. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS: 
Parenquimatosos ou Glandulares: fígado, 
testículos, pulmões, ovários, rins, glândulas 
salivares. 
Órgãos tubulares: esôfago, estômago, 
intestino, bexiga. 
 
ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS 
PARENQUIMATOSOS OU GLANDULARES: 
Formados por dois componentes: o 
parênquima que é formado por unidades 
secretoras como células e ácinos e pelos ductos 
(preenchimento entre as células) e o interstício 
ou estroma que é o tecido conjuntivo que 
recobre as células. 
 
ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS TUBULARES: 
Formados geralmente por quatro túnicas: 
1) Túnica Mucosa: possui três lâminas: 
Lâmina epitelial mucosa: possui as células 
epiteliais. 
Lâmina própria: essencialmente de tecido 
conjuntivo com fibras colágenas ou reticulares 
e possui muitas células livres como linfócitos ou 
nódulos linfáticos e vasos sanguíneos e nervos. 
Lâmina muscular da mucosa: inconstante e 
formada por uma a 3 camadas de músculo liso, 
o feixe interno e feixe externo são os mais 
evidentes. 
Obs: também existem estruturas não tubulares 
associadas ou não aos órgãos tubulares que são 
possuidoras de mucosa. 
-A traquéia que é um exemplo é 
constantemente aberta (segmento 
cartilaginoso), o resto é colabado. 
-O esôfago quanto está junto à traquéia, possui 
túnica adventícia e quando é separado da 
traquéia passa a possuir apenas tecido 
conjuntivo. 
-Conjuntivo abaixo da mucosa = lâmina própria. 
-Lobo = macroscópico; Lóbulo = microscópico 
-Recém nascido animal nasce sem linfócitos e 
adquire-os através do colostro nas primeiras 
24h de vida. 
2) Túnica Submucosa: 
Camada de tec. Conjuntivo mais denso que o da 
lâmina própria. Com vasos sanguíneos e 
linfáticos e plexos submucosos. Pode possuir 
linfonodos. 
Quando NÃO EXISTE a MUSCULAR DA MUCOSA 
o conjunto de TEC. CONJUNTIVO é chamado: 
LÂMINA PRÓPRIA-SUBMUCOSA. 
-Leucócitos: 
Granulócitos como neutrófilos, eosinófilos e 
basófilos. 
Agranulócitos como monócitos e linfócitos (B-
plasmócitos e T), linfócitos B (IgA 
imunoglobulina A (saliva), IgD, IgE, igG (1 
secreção da glândula mamária e colostro), igM) 
e linfócitos T (T citotóxico, T helper e T 
supressor). 
3) Túnica Muscular Externa: com músculo 
liso ou estriado, formada por 3 lâminas: 
FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: 
tecido conjuntivo como em vasos e nervos e o 
plexo mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em 
sentido longitudinal a luz do órgão. 
Fazem o PERISTALTISMO (movimento do 
alimento em direção ao anus); Contração 
segmentar; feixe interno faz a contração e o 
externo o encurtamento. E 
ANTIPERISTALTISMO (regurgitar). 
O peristaltismo pode ser acelerado devido a 
tensão (plexo mioentérico). 
 
4) Túnica Adventícia: 
Quando o órgão tubular não está em 
cavidades, mas unido com o órgão 
circunvizinho, através de tecido conjuntivo 
chamado nesse caso de adventícia ( quando 
está unido a outro órgão) ou de: 
Túnica Serosa: quando o órgão tubular está em 
cavidade, em íntimo contato com outras 
vísceras, mas não aderido os outros órgãos, e é 
revestido por tecido conjuntivo e este coberto 
por um mesotélio. Então o conjunto de tec. 
Conjuntivo e mesotélio = serosa. 
Exemplo de mesotélio nos órgãos cavitários = 
pulmão = pleura. (Evita o atrito entre os 
órgãos/ vísceras contíguas ,ou seja, une o 
conjuntivo delas). 
 
 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
Derivado do ENDODERMA, mas a parte rostral 
e caudal derivam do ECTODERMA e membrana 
anal. 
Formado por um tubo alimentar e estruturas 
acessórias como os lábios, a língua, os dentes e 
glândulas extramurais ou anexas. 
LÁBIOS: possuem duas faces, uma face externa 
como a pele, uma face interna como a mucosa 
e a parte de transição entre essas duas faces. 
 
Ambas as faces são cobertas por EPITÉLIO 
ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO 
QUERATINIZADO- Epiderme (grau de queratina 
varia) que repousa sobre tecido conjuntivo 
(que é a derme ou lâmina própria). 
QUERATINA = proteína com S—imersa em SFA 
é transformada nas células basais que se 
queratinizam por alteração de organelas 
citoplasmáticas. As células são unidas por 
DESMOSSOMAS. 
 
 
Interdigitações ou crista ou papila ou pregas 
(derme) possui folículos pilosos, glândulas 
sebáceas e glândulas sudoríparas (elementos 
da pele). 
Na face interna o tecido conjuntivo (lâmina 
própria) possui glândulas salivares labiais. 
A glândula sudorípada nos animais domésticos 
pode ter abertura própria. 
Pelo sensitivo recobre a face. 
 
BOCHECHAS: semelhantes aos lábios, com 
glândulas serosas e mucosas. 
PALATO DURO E MOLE: 
DURO: Nos ruminantes coberto por epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado 
espesso e altamente queratinizado chamado 
de almofada dental ou dentária (pulvino 
dentário ou coxin dentário) que repousa sobre 
tecido conjuntivo lâmina própria ou derme 
continua com o periósteo do teto da cavidade 
bucal. Possui tec. Adiposo, extensa 
vascularização e glândulas serosas e mucosas. 
Presença das interigitações ou papilas, cristas 
epidérmicas e dérmicas. 
MOLE: é a extensão caudal, muscular e fibrosa 
do palato duro. Na parte dorsal (nasofaringe) é 
revestido por EPITÉLIO PSEUDOESTRATIFICADO 
CILINDRICO CILIADO COM CÉLULAS 
CALICIFORMES (aparelho respiratório). Na 
parte ventral possui EPITÉLIO ESTRATIFICADO 
PAVIMENTOSO QUERATINIZADO repousa 
sobre tecido conjuntivo com glândulas 
mucosas e mistas e nódulos linfáticos. Nos 
suínos iniciam as TONSILAS. 
 
Palato mole tem contato com nasofaringe. 
Tonsilas em suínos = acúmulo de linfócitos a 
lâmina própria (onívoros). 
Corpúsculo gustativo = papila; sensação do 
gosto 
Perto deles há o acúmulo de glândulas de 
secreção serosa + em papilas circunvalares. 
Glândula serosa = alimentação 
Glândula mucosa = em repouso; viscosa. 
O mesmo corpúsculo = diferentes sabores. 
 
LINGUA: Projeção do assoalho da cavidade 
bucal. É um eixo de músculo estriado 
esquelético revestido por uma mucosa, com 
epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. 
 
A queratinização é variável. Há evaginações da 
mucosa que formam as PAPILAS LINGUAIS. Nos 
eqüinos e ruminantes a região caudo-dorsal 
tem uma membrana mucosa espessa e rígida. 
Nos carnívoros existe a LISSA = trama fibrosa 
com tecido conjuntivo, fibras musculares 
estriadas esqueléticas, cartilagem e tecido 
adiposo, localizada na ponta da língua. Suínos 
possuem estrutura semelhante.PAPILAS LINGUAIS: distribuem-se na superfície 
dorsal da língua, diferem em forma, tamanho, 
número, distribuição e função. Variam com a 
espécie. 
-FILIFORMES: tem forma de espinho de rosa, a 
curvatura em direção caudal. Função mecânica. 
Ex: gato. 
 
-FUNGIFORMES: tem forma de cogumelo 
menos queratinizadas. Função mecânica e 
gustativa. 
 
-FOLHEADAS: tem forma de folha, não são 
queratinizadas, possuem aberturas de ductos 
de glândulas serosas. 
 
-CIRCUNVALADAS OU VALADAS: são as maiores 
e em menor número. Não são elevadas, mas 
circundadas por um fosso profundo. Na 
espessura do epitélio possuem CORPÚSCULOS 
GUSTATIVOS, e aberturas de glândulas serosas. 
 
CORPÚSCULOS GUSTATIVOS: são estruturas 
intra-epiteliais presentes nas papilas 
circunvaladas, folheadas e fungiformes. São 
estruturas ovóides localizadas desde a 
membrana basal até a superfície do eptélio. 
Onde se abrem no poro gustativo. 
Desta abertura saem microvilos das células 
gustativas e são chamados pelos gustativos. 
Ao MO se observam células de suporte, células 
sensitivas e células basais. 
As células se diferenciam das basais a cada 10h 
e tem uma vida média de mais ou menos 250h. 
Acredita-se que as células sensitivas se 
originem das basais e as de sustentação são um 
estágio intermediário entre estas duas. Tanto 
as células de sustentação como as sensitivas 
apresentam microvilos em suas suas 
superfícies apicais. 
Os estímulos químicos são recebidos pelas 
células sensitivas, transformados em elétricos, 
que passam para as terminações nervosas. 
Quatro tipos básicos de sensações: 
ÁCIDO, AMARGO, DOCE E SALGADO. 
Outros sabores resultam da combinação 
destes. 
O gosto se inicia quando um sabor (ácido, 
amargo, doce, salgado, umami) se difunde 
através do poro gustativo e interage com a 
proteína-G (subunidades α, β, γ, -gustducins-) 
unida aos receptores do gosto TR1 ou TR2 
(taste receptor) presentes nos microvilos dos 
receptores sensitivos do gosto. 
Umami: o glutamato monossódico estimula 
receptores específicos na língua para o sabor 
umami. 
O sinalizador celular GTP (guanosina trifosfato) 
liga-se a proteína G (subunidades α)e ativa 
moléculas alvo (canais iônicos nas células 
sensitivas). 
Mudanças iônicas dentro das células sensitivas 
causam despolarização ou hiperpolarização das 
células. Um aumento do Ca+2 desencadeia a 
liberação de neurotransmissores para sinapses 
aferentes com nervos aferentes. 
Alguns receptores respondem somente a uma 
substância gustativa, outros são sensíveis a 
mais de uma substância. 
DENTES: Embora diferentes na aparência, 
possuem os mesmos componentes: ESMALTE, 
DENTINA, CEMENTO E POLPA; Há a dentição 
decídua e a permanente. 
Nos animais domésticos os dentes podem ser: 
Braquidontes: são chamados dentes simples, 
são curtos e não crescem após a erupção. São 
todos os dentes dos carnívoros e humanos. Os 
incisivos dos ruminantes. Os dentes dos suínos, 
exceto os dentes caninos. Os dentes 
braquidontes possuem: 
COROA: parte acima da gengiva, coberta por 
ESMALTE. 
COLO: Região abaixo da linha da gengiva. 
RAÍZ: coberta por CEMENTO e abaixo deste a 
DENTINA e após a POLPA. 
 
Hipsodontes: são chamados dentes complexos 
ou dentes raiz são longos e crescem após a 
erupção. São todos os dentes dos eqüinos; os 
molares dos ruminantes; os dentes caninos dos 
suínos; os incisivos dos roedores. 
Não possuem COROA e COLO, mas um corpo 
longo. CORPO: coberto por CEMENTO, acima e 
abaixo da gengiva. Logo após há uma camada 
de ESMALTE, e então uma fina camada de 
DENTINA, e daí a POLPA. 
 
A=cemento B=esmalte C=dentina D=polpa 
E=ligamento F=gengiva G=osso alveolar 
 
Odontogênese: na sexta semana, com a 
formação da banda epitelial primária, que 
define o local dos arcos dentários. Essa banda 
prolifera e se divide em lâmina vestibular e 
lâmina dentária. 
A lâmina vestibular dá origem ao vestíbulo. 
A lâmina dentária forma os locais dos futuros 
dentes decíduos. 
 
 
 
O desenvolvimento dos dentes requer a 
contribuição do ECTODERMA ORAL e do 
MESÊNQUIMA. Esse desenvolvimento passa 
por vários estágios e é dividido didaticamente 
em fases: 
Fase de capuz: o extoderma forma a lâmina 
dentária, que forma uma cavidade voltada para 
o mesênquima. Das extensões laterais nascem 
os ÓRGÃOS DO ESMALTE (dois, um para cada 
dentição: dentição decídua e dentição 
permanente). Já estamos no FASE DE 
CAMPÂNULA. 
PAPILA DENTÁRIA: origina-se do mesênquima. 
Dá origem aos odontoblastos-dentina 
ÓRGÃO DO ESMALTE: é formado por três 
regiões distintas: 
Epitélio externo do esmalte: com o 
desenvolvimento, penetra o epitélio interno. 
Retículo estrelado: atrofia e cobre o epitélio 
interno. 
Epitélio interno do esmalte: formado por 
ameloblastos-esmalte. 
SACO DENTÁRIO: tecido conjuntivo que 
circunda o epitélio interno e a papila. 
Dá origem aos cementoblastos-cemento- 
E origina o osso alveolar e periósteo da raiz. 
TODO DENTE EM DESENVOLVIMENTO ESTÁ 
ENVOLTO PELO SACO DENTÁRIO. 
Fase de capuz: 
DL= lâmina dentária 
DF= saco dentário 
DP= papila dentária 
 
 
 
DP= papila dentária 
Df= saco dentário 
SR= retículo estrelado 
A= ameloblastos 
O= odontoblastos 
D=dentina 
B=osso 
 
 
 
Formação da coroa e da raiz: 
Inicia-se com a secreção dos odontoblastos 
(dentina) no ápice da papila em direção oposta 
a secreção dos ameloblastos. 
Segue-se a secreção dos ameloblastos 
(esmalte), do ápice da papila em direção à 
campânula. Ambas secreções são responsáveis 
pela formação da COROA. 
A secreção dos cementoblastos (cemento) une-
se a secreção dos odontoblastos e serão 
responsáveis pela formação da RAIZ. Esta 
formação só acontece pouco antes da erupção 
do dente. 
 
ERUPÇÃO DENTÁRIA: 
BRAQUIDONTES: a coroa erupciona através do 
saco dentário e este estão se colapsa cobrindo 
a dentina da raiz e a conjunção de secreções de 
odontoblastos e ameloblastos formarão a raiz. 
HIPSODONTES: o saco dentário se colapsa 
antes da erupção, então a formação de 
cementoblastos ocorre antes da erupção, o que 
permite que a secreção deles de deposite sobre 
toda a superfície externa do dente. 
 
MESA DENTÁRIA NOS INCISIVOS 
HIPSODONTES: 
Verifica-se na sua parte central uma depressão 
transversal, é o infundíblo, que consiste de um 
anel de esmalte com cemento. Com o passar do 
tempo a mesa se desgasta e o infundíbulo 
desaparece permanecendo somente o anel e 
esmalte, é a marca, posteriormente esta marca 
também desaparece. 
A estrela dentária é a dentina secundária que 
se torna aparente com o desgaste. Em uma 
exposição inicial ela é uma linha marrom ou 
amarela entre a borda labial do dente e o 
infundíbulo, mas com a idade ela se torna oval 
e circular e desloca-se para o centro do dente. 
Outras características da boca que são 
utilizadas para estimativa da idade são: 
O ângulo de oclusão formado pelos incisivos 
superiores e inferiores quando olhados de 
perfil; no terceiro incisivo (canto) superior 
pode-se verificar: desgaste na borda caudal 
dando uma forma semelhante a um gancho. 
A presença e o comprimento de um sulco 
longitudinal na superfície labial lateral, 
chamado de sulco de Galvyne. 
Os incisivos inferiores podem ser utilizados 
para esta avaliação, porém neles não se 
observa o gancho nem o sulco de Galvayne. 
Pode-se considerar ainda: a espessura da 
mandíbula e profundidade da fossa 
supraorbitária. 
Colmilho: (colmillo) são os dentes caninos no 
eqüino. Em eqüinos velhos são bastante 
desenvolvidos. 
 
 
EQUINOS 
 
SISTEMA TRIADAN: sistema de identificação de 
dentes em registros odontológicos. Cada dente 
tem um número de 3 dígitos que identifica o 
quadrante, posição e se ele é um dente 
descíduo ou permanente. Ele pode ser 
amplamente utilizado em diferentes espécies 
animais. Tem ampla aceitação e é usado em 
todo o mundo entre os médicos veterinários. Acada dente é dado um número de 3 dígitos. O 
primeiro número refere-se ao quadrante da 
boca em que o dente se encontra. 
 
Se for um dente decíduo que está sendo 
referido, então a numeração inicial é diferente, 
como abaixo. 
 
O segundo e terceiro números referem-se à 
localização do dente de frente para trás (ou 
rostral para caudal). Isso começa em 01 e vai 
até 11 para muitas espécies dependendo do 
número total de dentes. 
 
 
FARINGE 
É a extensão da cavidade bucal que a conecta 
com o esôfago, é também dita OROFARINGE. 
Mucosa: com epitélio estratificado 
pavimentoso com grau variável de 
queratinização – varia com a espécie animal e 
tipo de alimentação. 
LÂMINA PRÓPRIA SUBMUCOSA TÍPICA: com 
tonsilas e nódulos linfáticos e leucócitos 
dispersos. E glândulas de secreção mucosa. 
* Camada de tec. Conjuntivo mais denso que o da 
lâmina própria. Com vasos sanguíneos e linfáticos e 
plexos submucosos. Pode possuir linfonodos. 
 
MUSCULAR EXTERNA: com músculo estriado 
esquelético em diferentes sentidos. 
ADVENTÍCIA: típica, se mescla com a fáscia 
profunda. 
 
ESÔFAGO 
Possui duas partes, uma cervical e uma 
torácica. É um tubo muscular modificado, 
responsável pelo peristaltismo e regurgitação. 
MUCOSA: pregueada com epitélio estratificado 
pavimentoso com variável grau de 
queratinização. Mais queratinizado nas 
espécies que ingerem alimentos mais secos e 
duros. 
LÂMINA PRÓPRIA: com nódulos linfáticos, 
tecido linfóide (suínos e humanos) 
principalmente na junção gástrica. 
MUSCULAR DA MUCOSA: com presença 
variável. É espessa e completa nos eqüinos, 
ruminantes e gatos. 
Nos suínos e cães é ausente na parte cervical e 
completa na junção gástrica. 
 
 
 
SUBMUCOSA: típica, com glândulas mucosas 
ramificadas. 
** Camada de tec. Conjuntivo mais denso que o da 
lâmina própria. Com vasos sanguíneos e linfáticos e 
plexos submucosos. Pode possuir linfonodos. 
 
Cão: glândulas em todo o esôfago. 
Suínos: na parte cervical e poucas na parte 
torácica. 
MUSCULAR EXTERNA: possui músculo estriado 
e liso na região aboral. 
Ruminantes e cães: com músculo estriado 
esquelético 
Equinos e gatos: com músculo estriado 
esquelético até a parte média, daí até a parte 
caudal com músculo liso. 
Suínos: parte cervical com músculo estriado 
esquelético, parte torácica com ambos os tipos 
e parte caudal com músculo liso. 
ADVENTÍCIA-SEROSA: típica 
 
JUNÇÕES FARINGO-ESOFÁGICA E 
GASTROESOFÁGICA (esfíncter do cárdia): 
esfíncteres fisiológicos. O esfíncter gastro-
esofágico mantém a pressão da luz do esôfago 
maior que a luz do estômago. 
 O funcionamento está diretamente 
relacionado com a distribuição e tipo de 
músculo presente na muscular externa: 
Ruminantes, cães, suínos e gatos: regurgitam 
com facilidade. 
Equino: embora possua músculo estriado, não 
regurgita. 
O alimento deglutido e impelido da boca para 
faringe, por movimentos da língua, daí passa ao 
esôfago e então ao estômago por movimentos 
voluntários e involuntários (peristaltismo). A 
capacidade cicatricial é baixa, em caso de 
perfuração. 
 
ESTÔMAGO 
Tubo dilatado modificado, toma forma de saco 
quando repleto. Local de atividade enzimática 
e hidrolítica da secreção gástrica. A parede 
muscular promove mistura mecânica e quebra 
dos alimentos. Impele a ingesta, já na forma de 
quimo (líquido) para o duodeno. 
Transição esôfago- estômago lenta e gradativa 
Passa de um epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado para um epitélio simples 
cilíndrico. 
 
 
 
 
 
(região cárdica lá em cima; fúndica na direita e 
pilórica na esquerda). 
*Pilórica mais curta e menos abundante = + 
conjuntivo. Possui acúmulo de linfócitos. 
*Região fúndica fornece uma maior quantidade 
de alimento. 
 
 
MUCOSA: com pregas, cuja altura varia 
inversamente ao grau de distensão gástrica, 
mas não desaparecem. Na superfície se 
observam pequenas áreas demarcadas por 
pequenos sulcos, são as áreas gástricas. Nelas 
existem fossetas gástricas, cuja profundidade 
varia nas diferentes regiões do estômago. Essas 
fossetas são confluentes com a abertura das 
glândulas localizadas na lâmina própria. 
A mucosa é revestida por epitélio simples 
cilíndrico (células de revestimento), que são 
mucossecretoras. 
Lâmina própria típica, contém as GLÂNDULAS 
com linfócitos, macrófagos, pode haver 
folículos linfáticos. A espessura varia conforme 
a região do corpo. Nos carnívoros existe m 
estrato compacto: tecido conjuntivo denso. 
Muscular da mucosa: presente em um arranjo 
com 2 a 4 camadas, em sentido circular ou 
longitudinal em relação a luz do órgão. 
SUBMUCOSA: típica, com fibras nervosas. 
** Camada de tec. Conjuntivo mais denso que o da 
lâmina própria. Com vasos sanguíneos e linfáticos e 
plexos submucosos. Pode possuir linfonodos. 
 
MUSCULAR EXTERNA: típica, na parte anterior 
fibras oblíquas formam o esfíncter do cárdia e 
na parte caudal fibras circulares formam o 
esfíncter pilórico. 
*com músculo liso ou estriado, formada por 3 
lâminas: 
FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: 
tecido conjuntivo como em vasos e nervos e o 
plexo mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em 
sentido longitudinal a luz do órgão. 
 
SEROSA: típica (tecido epitelial simples → 
tecido conjuntivo mais mesoderma). 
Os linfócitos vão aumentando conforme vai 
seguindo o tubo digestório até o intestino. 
 
REGIÃO GLANDULARES: a mucosa do estômago 
permite identificar 4 regiões diferentes: 
1. REGIÃO ESOFÁGICA: aglandular, 
revestida por ep. Estratificado 
pavimentoso queratinizado 
váriavelmente em função da dieta. 
2. REGIÃO CÁRDICA: inicia quando o 
epitélio passa para simples cilíndrico. 
Possui glândulas, espiraladas, tubulosas 
e ramificadas, com duas partes: 
Corpo: parte maior e mais inferior da glândula, 
revestida por células cilíndricas, secretoras de 
muco. 
Colo: é a parte próxima da abertura da fosseta, 
revestida por células cúbicas, secretoras de 
muco. 
*Secreção gástrica possui células parietais e 
principais. 
TIPOS DE CÉLULAS NAS GLÂNDULAS CÁRDICAS: 
A) CÉLULAS PARIETAIS OU OXÍNTICAS: 
secretam ácido clorídrico, cloreto de 
potássio. Nos humanos tem fator 
antianêmico intrínseco. 
B) CÉLULAS PRINCIPAIS OU ZIMOGÊNICAS: 
citoplasma repleto de grânulos quando 
em jejum secretam: pepsina, renina, 
lípase gástrica. 
C) CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS, 
ARGENTAFINS, DNES OU APUDs: 
secretam hormônios na lâmina própria, 
estes hormônios controlam a liberação 
de secreções de órgãos gastrintestinais, 
inclusive fígado e pâncreas. Hormônios: 
serotonina, somatostatina, glucagon, 
motilina, gastrina, neurotensina, 
colescistoquinina, VIP, enteroglucagon, 
secretina. 
 
 
SEROTONINA: contração do músculo liso 
SECRETINA: estimula a secreção pancreática 
COLESCISTOQUININA: contração da vesícula 
biliar 
SOMATOSTATINA: inibe a secreção da insulina 
glucagon 
ENDORFINA: diminui a dor 
 
 
 
3. REGIÃO FÚNDICA: possui as glândulas 
fúndicas ou gástricas propriamente 
ditas. A lâmina própria está reduzida, as 
glândulas são maiores, com três partes: 
ISTMO, COLO E BASE. 
TIPOS CELULARES DA GLÂNDULA FÚNDICA: 
A) CÉLULAS PARIETAIS 
B) CÉLULAS PRINCIPAIS 
C) CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS 
D) CÉLULAS MUCOSAS DO COLO: secretam 
muco menos viscoso que o produzido 
pelo epitélio de revestimento, protege 
as glândulas da ação do ácido clorídrico. 
E) CÉLULA DE TRANSIÇÃO: células fonte, 
responsáveis pela substituição das 
células de revestimento e das 
glandulares. 
4. REGIÃO PILÓRICA: estrutura 
semelhante a região cárdica, glândulas 
mais curtas e com predomínio de 
células secretoras de muco. A muscular 
externa forma o esfíncter pilórico, na 
junção gastroduodenal. 
 
 
MOTILIDADE: a musculatura se contrai 
continuamente, misturando o alimento com as 
secreçõesgástricas, transformando-o em 
quimo, esguichando gradualmente este para o 
duodeno. Ele não retorna para o estômago pois 
a contração do pirolo é mais persistente que a 
do duodeno. 
SECREÇÃO: o suco gástrico é o produto das 
secreções das células de revestimento e das 
células glandulares, contém sódio, potássio, 
magnésio, hidrogênio, cloro, enzimas gástricas, 
muco e água. O ph é próximo de 1. Se não 
houvesse muco lesaria a mucosa. 
 
CONTROLE DA SECREÇÃO GÁSTRICA: 
FÁSE CEFÁLICA: estímulo sensitivo, visão, 
audição, olfato, pensamento, estimula o SNC 
que age no núcleo dorsal do nervo vago e este 
leva a liberação de gastrina (células DNES) e 
esta estimula secreção de H+ (células parietais) 
e pepsina (células principais). 
FASE GÁSTRICA: inicia quando o alimento cai no 
estômago e encerra com o esguichamento final 
do quimo. A distenção gástrica libera mais 
gastrina. 
FASE INTESTINAL: tem ação estimulante da 
secreção quando o quimo alcança o duodeno, 
estimulando a liberação de gastrina. Quando já 
há quimo no duodeno e jejuno promove o 
reflexo enterogástrico que leva a diminuição da 
motilidade gástrica, assegurando uma digestão 
mais completa e melhor absorção intestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RENOVAÇÃO CELULAR: 
As células de revestimento são substituídas a 
cada 3 dias. As das glândulas a cada 5 ou 7 dias. 
As de transição, localizam-se no istmo e sofrem 
mitoses substituindo as células de 
revestimento e as células do fundo das 
glândulas. 
 
ESTÔMAGO COMPOSTO 
Formado pelo rúmen, retículo, omaso e 
abomaso. 
Os 3 primeiros formam o pré-estômago que é 
derivado da região esofágica do estômago, por 
isso é revestido pelo epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado e é AGLANDULAR. 
 
É o local de decomposição da ingesta através 
da atividade química e mecânica: 
ATIVIDADE QUÍMICA: no rúmen, local amplo, 
com ph próximo a neutralidade, temperatura 
adequada para fermentação e manutenção de 
bactérias e protozoários que quebram 
alimentos e produzem ácidos graxos voláteis 
que são absorvidos pelo epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado e alcança os vasos 
sanguíneos da lâmina própria-submucosa. 
ATIVIDADE MECÂNICA: a mobilidade do 
retículo e omaso converte a ingesta 
fermentada em uma massa de partículas mais 
finas que é levada ao abomaso para completar 
a digestão enzimática. 
RÚMEN: possui papilas cônicas, +_1,5 cm. De 
comprimento, com um eixo de tecido 
conjuntivo vascularizado. 
MUCOSA: epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado, onde os estratos não são bem 
definidos. Lâmina própria-submucosa, 
formando um estrato compacto, aglandular e 
sem nódulos linfáticos. 
MUSCULAR EXTERNA: típica, forma os pilares 
do rúmen. 
*FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: tecido 
conjuntivo como em vasos e nervos e o plexo 
mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em sentido 
longitudinal a luz do órgão. 
 
SEROSA: (tecido epitelial simples → tecido 
conjuntivo mais mesoderma). 
 
RETÍCULO: possui papilas anastomosadas, dá a 
impressão de uma pequena rede ou favos de 
mel, são papilas primárias, originam papilas 
secundárias e terciárias. Na extremidade da 
papila há um acúmulo de músculo liso-contínuo 
com a muscular da mucosa do esôfago. 
MUCOSA: epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. 
Lâmina própria-submucosa, e partes com 
muscular da mucosa, aí existe submucosa. 
MUSCULAR EXTERNA: típica. 
(FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: tecido 
conjuntivo como em vasos e nervos e o plexo 
mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em sentido 
longitudinal a luz do órgão. 
 
SEROSA: (tecido epitelial simples → tecido 
conjuntivo mais mesoderma). 
 
GOTEIRA ESOFÁGICA OU SULCO RETICULAR: a 
muscular da mucosa do retículo é contínua com 
a do esôfago, e passa de uma papila para outra, 
formando a goteira esofágica. Ela inicia na 
abertura do cárdia e passa ventralmente na 
parede do retículo até a abertura do omaso, o 
sulco é limitado por duas pregas chamadas 
lábios. No ruminante lactante resulta na 
elevação das bordas dos lábios formando um 
canal que permite a passagem do leite pelo 
retículo e rúmen. No omaso forma-se um canal 
mais curto que abre-se diretamente no 
abomaso. 
 
OMASO: possui papilas curtas, primárias 
(folheadas) e secundárias. Possui um eixo de 
músculo liso originado do feixe interno da 
muscular externa. Possui estrutura semelhante 
ao estômago glandular, a descrição dele se 
aplica aqui também. 
MUCOSA: epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. 
Lâmina própria, muscular da mucosa. 
SUBMUCOSA: tecido conjuntivo. 
MUSCULAR EXTERNA: o feixe interno emite um 
eixo de músculo para a papila. 
* FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: tecido 
conjuntivo como em vasos e nervos e o plexo 
mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em sentido 
longitudinal a luz do órgão. 
 
SEROSA: (tecido epitelial simples → tecido 
conjuntivo mais mesoderma). 
*PAPILAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS: 
 
No omaso, a muscular da mucosa mais o ramo 
do feixe interno estão também na papila. 
ABOMASO: possui estrutura semelhante ao 
estômago glandular, a descrição dele se aplica 
aqui também. 
Ao nascer o abomaso sozinho representa 55% 
do peso do estômago composto. No adulto o 
pré-estômago representa 89% do peso. Aos 6 
meses de idade as proporções adultas já estão 
atingidas, dependendo da dieta. Uma maior 
proporção de fibras acelera o 
desenvolvimento, o aleitamento retarda. 
Pode-se considerar como unidade funcional 
duas câmaras, o retículo-rúmen e o omaso 
cujas funções primárias são: 
Mistura: contrações A e B, as A impelem a 
ingesta caudalmente e as B cranialmente. 
REGURGITAÇÃO: é involuntária, pode ser 
suprimida voluntariamente. O 
antiperistaltismo impele a ingesta para a 
cavidade oral, onde é remastigada e 
redeglutida. A regurgitação permite um 
processamento mais completo do alimento. 
Eructação: o rúmen bovino pode produzir até 
50L de gás por hora, a eructação permite a 
expulsão do gás durante a exalação normal. 
*RÚMEN, RETÍCULO E OMASO possuem 
epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. Possuem projeções como 
papilas ruminais, reticulares e omasais, 
respectivamente. Elas são diferentes umas das 
outras. 
*RETÍCULO E OMASO possuem muscular da 
mucosa que acompanha papila. 
*RÚMEN não possui muscular da mucosa, só 
vai até a submucosa. Pilares do rúmen = 
sustentação. 
 
 
 
 
DIGESTÃO: o ruminante possui o ambiente 
adequado para digestão do seu suprimento 
alimentar (forragem): temperatura, ph, e 
bactérias e protozoários que degradam a 
celulose e vitaminas do complexo B, proteínas, 
água, metano, CO2 e ácidos graxos voláteis 
como fonte de nutrientes. 
ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS: ácido acético, ácido 
butírico e ácido propiônico. Contribuem com +- 
70% da necessidade energética dos 
ruminantes. Estes ácidos são absorvidos a 
maior parte na papila ruminal, mas também na 
reticular e omasal. 
ÁCIDO ACÉTICO: corresponde a 60% dos AGVs, 
é fonte do acetil Co-A para síntese de lipídios, 
metabolizado pelo tecido adiposo, muscular e 
glândula mamária. 
ÁCIDO PROPIÔNICO: corresponde a 25% dos 
AGVs, é fonte de glicose pela gliconeogênese 
hepática. 
ÁCIDO BUTÍRICO: corresponde a 15% dos AGVs, 
é convertido em ácido B-hidroxi-butírico, corpo 
cetônico, no epitélio do rúmen e é 
metabolizado no fígado e oxidado no músculo 
esquelético. 
A flora microbiana supre os ruminantes de 
aminoácidos essenciais pela metabolização de 
proteínas vegetais, e convertem nitrogênio não 
protéico –uréia- em aminoácidos de proteínas 
microbianas. Produz aindatodas as vitaminas 
do complexo B requeridas pelo organismo. 
O epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado reveste todo o pré-estômago, 
porém excepcionalmente há absorção de 
nutrientes (AGVs, ác. lático, amônia, íons e 
H2O) em todas as câmaras. 
 
INTESTINO DELGADO 
Apresenta adaptações que permitem o máximo 
desempenho da sua principal função: 
absorção. 
Comprimento (eqüino +-22m, 40 a 60 litros), 
pregas, vilos, microvilosidades, estas 
características aumentam a superfície 
intestinal. 
*Parte que absorve; epitélio simples cilíndrico 
com microvilos; finaliza proceso digestivo. 
Cada região do intestino delgado possui 
características distintas, porém também com 
características em comum. 
Na região gastroduodenal há uma modificação 
na túnica mucosa. Das pregas se projetam os 
vilos e as glândulas (criptas) se abrem na base 
dos vilos. 
NA BASE DOS VILOS, NA LÂMINA PRÓPRIA 
EXISTEM GLÂNDULASTUBULARES, TAMBÉM 
CHAMADAS CRIPTAS INTESTINAIS OU CRIPTAS 
DE LIEBERKÜHN–a metade superior de cada 
glândula é revestida por epitélio de 
revestimento e células caliciformes, 
semelhante aos VILOS. 
 
 
 
MUCOSA: apresenta seis tipos celulares: 
Nos vilos; 
1 CÉLULAS DE REVESTIMENTO (ENTERÓCITO): 
células epiteliais cilíndricas típicas, possuem 
microvilosidades na superfície apical. São 
responsáveis pelo processo absortivo. 
2 CÉLULA CALICIFORME: em direção ao 
intestino grosso a sua presença aumenta 
muito, a secreção de muco protege a mucosa e 
facilita o deslocamento do conteúdo intestinal. 
Nas glândulas (criptas): 
3 CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS (DNES): 
secretam hormônios na lâmina própria, estes 
hormônios controlam a liberação de secreções 
de órgãos gastrintestinais, inclusive fígado e 
pâncreas. Hormônios: serotonina, 
somatostatina, glucagon, motilina, gastrina, 
neurotensina, colescistoquinina, VIP, 
enteroglucagon, secretina. 
4 CÉLULAS M (MICROFOLD): células de 
revestimento modificadas, possuem 
microvilos, na lâmina própria abaixo delas 
existem nódulos linfáticos ou tecido linfóide 
associado ao intestino ou a mucosa(GALT OU 
MALT). Esta célula faz endocitose de 
macromoléculas (Ag) e elimina por exocitose 
aos linfócitos presentes na lâmina própria. 
Provavelmente seja um mecanismo de 
produção de Ac específicos a determinado Ag. 
 
 
 
SEROTONINA – contração do músculo liso; 
SECRETINA – estimula a secreção pancreática; 
COLECISTOQUININA – contração da vesícula 
biliar; 
SOMATOSTATINA – inibe a secreção de insulina 
e glucagon; 
ENDORFINA – diminui a dor. 
 
 
5 CÉLULAS DE RESERVA: são as células fonte, 
suprem o epitélio de novas células, tanto a das 
glândulas quanto as da superfície, estão em 
intensa atividade mitótica. Ciclo celular de +- 
24h, com vida média de 5 a 7 dias. 
6 CÉLULAS ACIDÓFILAS GRANULOSAS 
(PANETH): presentes nos eqüinos, ruminantes 
e humanos. Localizam-se na base da glândula, 
secretam lisozima, enzima que digere a parede 
celular de certas bactérias – regula a flora 
bacteriana intestinal. 
 
A LÂMINA PRÓPRIA possui nódulos linfáticos, 
caudalmente eles são mais numerosos, 
podendo atingir a submucosa, estas 
agregações são chamadas GALT – PLACAS DE 
PEYER -, existem ainda vasos quilíferos ou 
linfáticos que penetram os vilos. 
MUSCULAR DA MUCOSA: típica. 
*CARNÍVOROS: POSSUEM ESTRATO 
COMPACTO. 
SUBMUCOSA: típica, com glândulas chamadas 
duodenais ou de Brunner. 
Nos equinos, ruminantes e suínos estão 
presentes no jejuno. 
Nos carnívoros, pequenos ruminantes, 
humanos estão presentes na parte inicial e 
média do duodeno. 
SECREÇÃO MUCOSA: ruminantes e cães. 
SECREÇÃO SEROSA: equinos, suínos. 
SECREÇÃO MISTA: gatos. 
MUSCULAR EXTERNA: típica, apresenta plexo 
mioentérico. 
* FEIXE INTERNO: músculo com fibras em sentido 
circular a luz do órgão. 
TECIDO CONJUNTIVO INTERFASCICULAR: tecido 
conjuntivo como em vasos e nervos e o plexo 
mioentérico ou plexo de auerbach. 
FEIXE EXTERNO: músculo com fibras em sentido 
longitudinal a luz do órgão. 
 
SEROSA: (tecido epitelial simples → tecido 
conjuntivo mais mesoderma). 
 
REGIÕES DO INTESTINO DELGADO: 
DUODENO: pregueado, vilos largos, 
abundantes, ponta arredondada, glândulas 
intestinais abundantes, glândulas duodenais na 
submucosa, nódulos linfáticos esparsos. 
Maior absorção; absorve a água necessária 
para o indivíduo do quimo. 
JEJUNO: vilos estreitos, menores, em menor 
número, glândulas intestinais, glândulas 
duodenais na submucosa em algumas espécies; 
nódulos linfáticos na lâmina própria e 
submucosa, especialmente em suínos. 
ÍLEO: pregas ausentes, vilos em forma de clava, 
glândulas intestinais, nódulos linfáticos 
freqüentes na mucosa e submucosa, podendo 
achatar a mucosa – cratera linfática- em suínos. 
A submucosa é diferente entre eles. 
 
MOTILIDADE: mistura o quimo, assegura o 
contato do quimo com enzimas e alimentos 
parcialmente digeridos, move o quimo 
permitindo contato com toda a superfície 
absortiva, impelindo-o para as outras partes do 
intestino. 
PERISTALTIMO é resultado de: -Contrações 
segmentares, são contrações anelares do feixe 
interno da muscular externa. -Seguida do 
encurtamento do feixe externo da muscular 
externa. COMO RESULTADO O CONTEÚDO 
LUMINAL É IMPULSIONADO EM DIREÇÃO 
ABORAL. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO: 
O suco intestinal é composto por água, 
eletrólitos, muco, enzimas, IgA, e secreções 
biliares e pancreáticas. 
 A digestão completa e absorção são funções 
do intestino delgado. 
No intestino há ação dos sais biliares e suco 
pancreático, que transformam os lipídios em 
pequenas gotículas de gordura e em micelas, 
estas são absorvidas pelo ENTERÓCITO, por 
difusão passiva. 
No enterócito estas micelas são esterificadas 
em triglicerídios, estes formam quilomícrons 
que são liberados por exocitose nos vasos 
quilíferos (gr.-suco) (lactíferos, lt.-leite), e pelo 
ducto linfático torácico e abdominal chegam ao 
sistema vascular. 
Ácidos graxos de cadeia curta são lançados ao 
sangue. 
 
ESPÉCIES ALTRICIAIS E ESPÉCIES PRECOCES: 
Em zoologia as crias altriciais são aquelas que 
nascem cegas, sem condutos auditivos abertos, 
praticamente sem pêlos e com mobilidade 
limitada. Seu organismo deve maturar após o 
nascimento para atingir características do 
individuo adulto, isto requer um longo 
processo de aprendizagem. Entre as espécies 
mais representativas estão o homem, o 
cachorro e o coelho. 
As espécies consideradas precoces são aquelas 
cujas crias são capazes de ver, ouvir, ficar em 
pé, realizar demais funções próprias do 
indivíduo adulto praticamente desde o 
nascimento. Assim estas espécies requerem 
menores cuidados maternais e são capazes de 
unir-se as atividades dos indivíduos adultos em 
poucos dias. Entre as espécies mais 
representativas estão o cavalo e a ovelha, cujas 
crias andam poucas horas após o nascimento e 
seguem o ritmo da manada em menos de sete 
dias. 
O recém-nascido herbívoro, lactente (equino, 
bovino, ovino): o enterócito absorve por 
endocitose as Igs, sem processo intracelular 
ativo e liberadas na circulação. A capacidade 
absortiva (início a partir das seis horas de vida, 
máxima absorção nas 18 horas de vida) diminui 
rapidamente no recém-nascido, em 24-36 
horas os enterócitos são substituídos por 
outros que não absorvem macromoléculas. 
O intestino delgado absorve água, sais biliares, 
Na+, H+, Ca+, P+, Cl+, Fe++. 
VASCULARIZAÇÃO: 
Suprimento arterial: 
Artéria mesentérica cranial, Artéria jejunal , 
Artéria ileocólica, Artéria cólica média, Artéria 
mesentérica caudal, Artéria celíaca, Artéria 
pudenda interna 
 Suprimento venoso: Todas as veias convergem 
para a VEIA PORTA, com exceção do último 
segmento do reto (VEIA CAVA), a v. porta 
coleciona o sangue venoso de todos os órgãos 
ímpares da cavidade abdominal. 
 
INTESTINO GROSSO 
Parte caudal do tubo digestivo; inicia na junção 
ileocecale termina no ânus. Faz a absorção de 
água, retira das fezes. As pregas são 
substituídas por dobras longitudinais, não 
existem vilos, as células caliciformes são 
características, as células acidófilas granulosas 
são ausentes, as células caliciformes são 
características, as glândulas são longas e retas. 
Os nódulos linfáticos e o tecido linfóide são 
abundantes e evidentes. 
Possui um filme mucoso por dentro para não 
criar atrito. 
 
CÉLULAS: DE REVESTIMENTO (ENTERÓCITO), 
CALICIFORMES, ENTEROENDÓCRINAS E DE 
RESERVA. 
 
REGIÕES DO INTESTINO GROSSO: 
CECO: modificação intestinal do intestino 
grosso dos herbívoros com estômago simples 
(eqüino, coelho, cobaia); nódulos linfáticos 
abundantes (ruminantes, suínos, cães; nos 
eqüinos e gatos mais abundantes na parte 
distal) 
MUSCULAR EXTERNA: nos eqüinos e suínos 
forma espessos feixes. 
CÓLON: possui maior diâmetro que o intestino 
delgado. 
MUSCULAR EXTERNA: nos eqüinos e suínos 
formam espessos feixes. 
 
RETO: mucosa com abundantes células 
caliciformes; muscular externa espessa. Serosa 
é substituída por uma adventícia (contato com 
órgãos genitais internos). 
ÂNUS: junção mucocutânea, há transição de 
epitélio simples cilíndrico para estratificado 
pavimentoso. Lâmina própria com glândulas 
anais e sacos anais. O feixe externo desaparece 
e o feixe interno origina o esfíncter anal 
interno. Adventícia. 
 
MOTILIDADE: semelhante a do intestino 
delgado, mistura de quimo (peristaltismo e 
antiperistaltismo) e propulsão ao ânus. 
Muco protege e lubrifica a mucosa, há secreção 
de água e eletrólitos. A flora bacteriana 
sintetiza vitamina B e K. Nos herbívoros não 
ruminantes é o local de fermentação e digestão 
da celulose, produção e absorção dos AGVs. 
ABSORÇÃO: maior que a produzida pelos 
processos digestivos, que são responsáveis 
pela produção da maior parte dos líquidos 
absorvidos – água e eletrólitos – (secreção das 
glândulas salivares, mucosa gástrica, mucosa 
intestinal, fígado e pâncreas). A principal 
função é absorção de água, embora 80% da 
água seja absorvida no intestino delgado. 
RENOVAÇÃO CELULAR/CICATRIZAÇÃO: 
semelhante ao intestino delgado. Em caso de 
lesão o potencial de cicatrização é baixo: luz 
repleta de bactérias, irrigação discreta e serosa 
pouco abundante. 
 
*Os enterólitos são formações sólidas originadas a 
partir da ingestão de alimentos altamente fibrosos 
ou corpos estranhos pelo animal, gerando uma 
agregação cumulativa de componentes da dieta em 
intestino grosso, preferencialmente nas regiões de 
flexuras, culminando em fragmentos rígidos e 
volumosos que podem levar a obstrução e dilatação 
dos segmentos acometidos.A presença dos 
enterólitos está relacionada de forma frequente 
aos casos de cólica em equinos, normalmente 
assumindo um caráter emergencial. 
*O peristaltismo nos eqüinos é muito forte e se for 
apalpar é preciso retirar a mão durante esse 
período, ao contrário, as fibras do reto se rompem 
e podem levar a morte do indivíduo. 
*um eqüino recém nascido possui revestimento 
intestinal com enterócitos não seletivos.

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