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FISIOLOGIA VETERINÁRIA B SISTEMA RESPIRATÓRIO Funções do sistema respiratório: - Segmentos e estruturas do SR - Ventilação pulmonar - Volumes e capacidades pulmonares - Trocas de gasosas - Transporte de gases para os tecidos - Controle nervoso - Respiração nas aves e peixes A função do sistema respiratório é trocar os gases envolvidos no processo de respiração celular. Captar oxigênio atmosférico. Liberar o CO2 produzido no organismo para o meio ambiente. Termorregulação. Proteção contra poeira, gases e agentes infecciosos. Funções das vias respiratórias: Regulação da temperatura corporal (eliminação de calor em altas temperaturas, através da evaporação, principalmente em aves, suínos e cães). Através dos cílios móveis e grande produção de muco executa uma constante limpeza do ar. Aquecimento (em alguns casos, resfriamento), umedecimento e filtração. Animais podem inspirar e expirar pelo nariz e pela boca. Equinos: só respiração nasal, palato muito desenvolvido se coloca sob a epiglote. Corrente de ar não passa pela cavidade oral. O palato mole do equino é bastante longo e repousa sobre a epiglote, o que impede a passagem do refluxo para a cavidade oral; portanto, nas raras vezes que o equino regurgita, o conteúdo sai pela cavidade nasal. Outro motivo pelo qual o equino é impedido de regurgitar é o fato de seu esfíncter cárdico ser bastante forte e raras vezes permitir que ocorra o refluxo. Segmentos e estruturas do sistema respiratório QUANDO O AR PASSA PELO NARIZ Fossas nasais , OCORREM TRÊS FUNÇÕES DISTINTAS NAS CAVIDADES NASAIS: O ar é aquecido pelas superfícies dos cornetos e do septo; O ar é umedecido quase por completo; O ar é filtrado. Essas funções, em conjunto, denominam-se condicionamento do ar das vias respiratórias superiores” O ar atravessa o faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios, que se ramificam, penetrando nos pulmões. No interior dos pulmões os bronquíolos se ramificam formando estruturas cada vez menor: bronquíolos primários bronquíolos secundários bronquíolos terciários Na extremidade dos bronquíolos estão os sacos alveolares que contem os alvéolos (estruturas que realizam as trocas gasosas). *anéis cartilaginosos e músculo liso Por toda área do espaço morto anatômico existem cílios móveis e gandulas mucosas que fazem a limpeza das vias aéreas (todas estruturas q não fazem trocas = espaço morto anatômico) Pneumotócitos tipo I – células pavimentosas (estrutura) Pneumotócitos tipo II – produtoras de SURFACTANTE Macrófagos fazem fagocitose de corpos estranhos Existe um tendência natural dos pulmões de colabar e se afastar da parede torácica. Esta tendência se deve a existência de TENSÃO SUPERFICIAL: A tensão superficial é a MAIOR aproximação entre as pontes de H das moléculas de água em contato com o ar. É a força de atração entre as moléculas da água, que permite que a superfície da água se comporte como se fosse uma membrana elástica. Tensão superficial nos alvéolos: tendência ao colabamento alveolar Surfactante Pulmonar: presente no pulmão de todos vertebrados de respiração aérea formada por fosfolipídeos (dipalmitoil lecitina) por células presentes no epitélio alveolar. Diminui tensão superficial dos alvéolos Previne colabamento (colapso alveolar) Quebra as pontes de hidrogênio Pleura pulmonar Em carnívoros é fenestrada - Existe comunicação entre a cavidade direita e esquerda Relação entre pressão e volume: quanto maior o volume menor a pressão e vice-versa. Inspiração: aumento de volume, diminuição de pressão, ar entra Expiração: diminuição de volume, aumento de pressão, ar sai. Ventilação pulmonar: A ventilação é o processo de conduzir o ar da atmosfera até os alvéolos pulmonares Entrada e saída de ar dos alvéolos pulmonares. A inspiração →entrada de ar nos pulmões, pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais externos. Com gasto de energia ativa A expiração →saída de ar dos pulmões,pelo contração da musculatura do musculos abdominais e dos músculos intercostais internos. Repouso Sem gasto de energia passiva (eqüinos é sempre ativa) i=e e=i Relaxado / contraído Volumes e capacidades pulmonares Volume corrente - Cavalo: 4-6 L (12 mL/kg PC) - vaca: 3,5 L - cão grande: 300mL cão pequeno: 100mL Capacidade vital Cavalo: 30 L Capacidade pulmonar total Cavalo: 40-42 L Eqüinos: Espaço morto no repouso (50-60%) pode ser maior do que 70% do volume corrente. Aves tem espaço morto? Sim. Traquéia das aves em média 2,7 mais comprida e 1,29 mais larga que mamíferos do mesmo tamanho = resistência ao fluxo do ar, mas espaço morto 4,5 maior. Aves compensam tendo maior volume corrente e menor frequência respiratória (1/3 mamíferos). POLIPNEIA ou OFEGO: É a ventilação do espaço morto que permite a animais tais como cães, aves e suínos e asininos regularem a temperatura corporal .Não há aumento da ventilação alveolar. Na polipneia observa-se um pequeno volume corrente e uma rápida freqüência respiratória fazendo com que mais ar ventile o espaço morto dos animais quando submetidos ao estresse calórico. RONRONAR: Trata-se de um som característico dos felinos resultante da contração alternada e altamente regular do diafragma e músculos laríngeos fazendo vibrar as cordas vocais. Ocorre tanto durante a inspiração quanto expiração. Troca de gases: A difusão dos gases consiste na livre movimentação das suas moléculas entre dois pontos. É um processo que tende a igualar a diferença de concentração de uma substância, pela migração de moléculas da área de maior concentração para a área de menor concentração. No quadro abaixo podemos observar um comparativo entre o ar atmosférico e o ar alveolar, quanto às pressões parciais de cada elemento que o compõe: Transporte de gases Afinidade Hb-O2 diminui se: - pH do sangue - CO2 no sangue - temperatura metabolismo temperatura corpo CO2 pH CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- Curva de saturação da hemoglobina pelo O2, demonstrando o efeito da variação do ph. metabolismo consumo O2 produção CO2 Tecidos CO2 pH afinidade Hb-O2 liberação O2 Pulmões CO2 pH afinidade Hb-O2 captação O2 Gasometria: usada para avaliar a oxigenação e o equilíbrio ácido-base. É pedida quando há um desequilíbrio ácido-base ou quando há problemas respiratórios. Podem ser pedidos outros exames ao mesmo tempo, como eletrólitos, para avaliar o equilíbrio eletrolítico, glicose, para pesquisar diabetes, e ureia e creatinina, para avaliar a função renal. Quando o exame é pedido? A gasometria é pedida quando há sintomas de problemas respiratórios ou metabólicos, ou de doenças renais ou pulmonares que causam desequilíbrio ácido-base ou dificuldade respiratória. Em recém-nascidos, a gasometria do sangue do cordão umbilical pode revelar problemas respiratórios e orientar seu tratamento. O que significa o resultado do exame? Resultados anormais da gasometria podem indicar que: O paciente não está recebendo oxigênio suficiente Não está eliminando dióxido de carbono em quantidade adequada Há um problema na função renal Há um problema metabólico Certas combinações de resultados fornecem uma indicação da causa da acidose ou da alcalose: A acidose respiratória se caracteriza por pH baixo e PCO2 alto, devido a dificuldaderespiratória – pouco oxigênio é absorvido e pouco dióxido de carbono é eliminado. Isso tem muitas causas, incluindo pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica e sedação excessiva. A alcalose respiratória se caracteriza por pH alto e PCO2 baixo, devido a hiperventilação causada por dor, sofrimento emocional e outros distúrbios. Na acidose metabólica, há diminuição do pH e do bicarbonato. As causas incluem diabetes, choque e insuficiência renal. Na alcalose metabólica há aumento do pH e do bicarbonato, que pode ocorrer com hipocalemia (baixo nível de potássio no sangue), Um baixo nível de potássio tem muitas causas, mas normalmente resulta de vômitos, diarreia, distúrbios da glândula adrenal ou do uso de diuréticos. Regulação da respiração No tronco cerebral, na base do cérebro, possuímos um conjunto de neurônios encarregados de controlar a cada instante a nossa respiração: Trata-se do Centro Respiratório. O Centro Respiratório é dividido em: Grupo Respiratório Dorsal, Grupo Respiratório Ventral, Centro Pneumotáxico. 1. Centro respiratório dorsal, localizado na porção posterior do bulbo raquidiano e responsável pela inspiração e pelos ciclos respiratórios; (EM REPOUSO) 2. Centro pneumotáxico, localizado posteriormente na porção superior da ponte e que controla a frequência e o padrão dos movimentos respiratórios; 3. Centro respiratório ventral, localizado na porção ventrolateral do bulbo raquidiano e que pode provocar inspiração ou expiração conforme o grupo de neurónios estimulados. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. Quimiorreceptores Centrais: Situados na porção ântero-lateral do bulbo, são banhados pelo LCE (líquido cérebro- espinhal). O CO 2 se difunde com grande facilidade pelo LCE, Com a difusão de dióxido de carbono pelo LCE, há liberação de íons H+, esses íons, por sua vez, é que estimulam os centros e quando a concentração alveolar de CO 2 aumenta, reflexamente a ventilação tem sua frequência aumentada. Periféricos: são formações nervosas altamente vascularizadas, localizadas no exterior de grandes artérias. Podem ser subdivididos anatomicamente em carotídeos (localizados próximos à artéria carótida) e aórticos (próximos aorta). Estes quimiorreceptores são sensíveis às variações de PO2, PCO2 e pH no sangue arterial. SISTEMA RESPIRATÓRIO DAS AVES Cavidade celomática: compartimento único para todos os órgãos. Siringe: órgão fonador das aves, localizado na porção inferior da traquéia, antes da ramificação em brônquios, formado por uma série de membranas vibratórias. Pulmões rígidos de volume fixo, localizados dorsalmente na região torácica. É o único órgão efetor da troca gasosa e termorregulação. Sacos aéreos: estruturas saculares ligadas aos pulmões que servem como câmara de recepção de ar inalado pelas aves. São grandes, complacentes de paredes finas e originam-se de brônquios secundários pulmonares. São depósitos de ar que favorecem o vôo, o equilíbrio e a perda de calor por condução, tecido a tecido. Divertículos: extensão dos sacos aéreos que penetram em alguns ossos (ossos pneumáticos). Provavelmente não possuem função respiratória. O úmero apresenta o mais importante dos divertículos chamado supra-umeral. Além destes também estão presentes os: supramedular, axilar, subcordal, umeral, gástrico, acetabular e ileolombar. Bronquios: cada pulmão apresenta 3 subdivisões brônquicas: Parabrônquios paleopulmonares: entre os brônquios secundários médio-dorsais e médio- ventrais. Parabronquios neopulmonares: cursam dos brônquios secundários médio-dorsais, látero- ventrais e do brônquio primário intrapulmonar para os sacos aéreos caudais. Mecânica da respiração: Movimento do esterno: como as aves não possuem diafragma, a respiração se faz ás custas de músculos que movimentam as costelas e o esterno, expandindo ou retraindo a cavidade corporal. Frequência respiratória: Galinha =>20-40 (30) Pato => 60-70 (65) Ganso => 12-22 (17) Pavão => 12-14 (13) Pombo => 24-32 (28) Trocas gasosas: Capilares aéreos: não existem alvéolos como observado nos mamíferos, mas no parabrônquios existem tubos extremamente finos contendo ar, onde ocorrem as trocas gasosas. Mecanismo de contra-corrente: o sangue é trazido pelos capilares sanguíneos, fluindo em direção contrária ao fluxo de ar nos parabrônquios e capilares aéreos, o que potencializa as trocas gasosas. RESPIRAÇÃO DOS PEIXES 1l de água possui 0,06 – 17,1mg (0,04 – 12ml) de oxigênio (até 1,2% do volume) 1l de ar possui 260mg (120ml) de oxigênio (21% do volume) Depende da pressão parcial de oxigênio na atmosfera e isso varia com a altitude, temperatura da água e quantidade de substâncias dissolvidas. Fluxo contra-corrente A água que sai pelos opérculos tem uma tensão de oxigênio muito mais baixa que a do sangue que deixa as brânquias (maior extração de O2). Se não houvesse o fluxo contra-corrente: O sangue que deixa as brânquias atingiria uma tensão de oxigênio no máximo igual à da água que sai pelos opérculos. Electrophorus electricus – cavidade oral extremamente vascularizada, com múltiplas dobras e papilas. Brânquias rudimentares. Respiração aérea obrigatória. Arapaima gigas – utiliza a bexiga natatória como principal órgão respiratório. Respiração aérea obrigatória. Outras espécies não dotadas de respiração aérea facultativa podem permanecer em água pobre em O2, devido ao desenvolvimento de uma estratégia: a expansão do lábio inferior, que ocorre com o tambaqui e o matrinxã.
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