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3-COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

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COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Introdução
A comunicação tem papel fundamental na formação da humanidade e da cultura de um lugar, por meio dela, que os homens transferem seu conhecimento para as próximas gerações.
A comunicação humana é uma das formas mais usadas pelas pessoas nas interações sociais e na aprendizagem, por meio da comunicação as pessoas conversam, falam de suas ideias, desejos, sentimentos e assim conseguem se relacionar com as pessoas próximas e distantes, criando vínculos com o meio.
Este processo comunicativo envolve o receptor, o emissor e a mensagem e pode ser utilizado recursos verbais e/ou não verbais, sendo que para efetivar essa relação de comunicação, é usada a fala; muitas vezes, porém, recorre-se também a recursos não-verbais para transmitir emoções, sentimentos e outras mensagens que podem ser passadas desta forma.
Para o desenvolvimento humano a comunicação é primordial, por exemplo: as crianças, particularmente no início de seu desenvolvimento, estabelecem comunicação não intencional e involuntária com o meio e para isso utilizam o choro, o balbucio, o riso e os movimentos corporais, e assim demonstram o que necessitam comunicar.
Neste caso, compreende-se que as crianças que apresentam deficiências que acarretam dificuldades acentuadas nos aspectos comunicativos apresentam sérios prejuízos em seu desenvolvimento e precisam adaptar a comunicação a sua realidade.
Atualmente, interlocutores que conheçam os recursos que essas crianças utilizam para expressar e compreender mensagens e o número reduzido de oportunidades de interações sociais contribuem para que as crianças apresentem atrasos significativos na linguagem, prejudicam sua atuação sobre o meio e dificultam sua inclusão escolar.
O que é comunicação alternativa?
A comunicação alternativa faz parte da tecnologia assistiva e se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação e é denominada de Comunicação Alternativa (CA). Ela é voltada para as pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
De acordo com o documento Portal de Ajudas Técnicas (Brasil, 2004), a comunicação alternativa vem sendo utilizada para designar um conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos direcionados às pessoas que, pelas razões apresentadas, ficam impedidas de se comunicar pelos meios usualmente empregados.
Os beneficiados da comunicação alternativa são as crianças e adultos com patologias que comprometem a aquisição e/ou desenvolvimento da linguagem, fala, escrita, quer seja temporária ou permanente.
A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos.
É utilizada buscando que o sujeito consiga se comunicar de maneira mais efetiva, como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero, estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano, mediante seu grau de comprometimento motor e cognitivo.
Utilizando materiais adaptativos e individualizados, como pranchas, cartões, fichas, computador, vocalizadores e outros, a comunicação alternativa tem objetivo em ampliar o repertório comunicativo. No caso das pranchas, cartões e fichas são utilizados sistema de símbolos que apresentam características comuns entre si e foram criados para responder a diferentes exigências ou necessidades dos sujeitos que necessitam desta comunicação.
 
Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário. Este recurso é produzido, a partir de uma necessidade e de uma investigação dos dados do cotidiano e das necessidades de comunicação do individuo.
O termo Comunicação Aumentativa e Alternativa foi traduzido do inglês Augmentative and Alternative Communication - AAC. Além do termo resumido "Comunicação Alternativa", no Brasil encontramos também as terminologias "Comunicação Ampliada e Alternativa - CAA" e "Comunicação Suplementar e Alternativa - CSA".
Vale ressaltar que o uso desses recursos da comunicação alternativa não deve substituir a fala, mas sim contribuir para que a comunicação ocorra.
O vídeo abaixo apresenta de fichas e materiais diversos para o trabalho com a criança de necessidades especiais em sala de aula.
Comunicação Alternativa e pessoas com deficiência
A comunicação alternativa surge como um recurso que pode ser utilizado para complementar ou suplementar a comunicação, servindo de apoio e como forma de facilitar o desenvolvimento da comunicação para aquelas pessoas que não podem falar, todavia existem pessoas que precisam utilizar os sistemas de comunicação alternativa por toda a vida e outras precisam deles temporariamente.
O fato de proporcionar uma forma de comunicação alternativa às crianças e aos adultos que não podem expressar-se através da fala tem como consequência melhorar as atividades da vida diária, sua comunicação, bem estar e autoestima, proporcionando-lhes um maior controle sobre sua vida e dando-lhes oportunidade de sentirem maior igualdade na sociedade.
Nesse ponto, o maior sentido da comunicação alternativa é o de dar a vez e a voz aos indivíduos não oralizados para fazer escolhas e expressar suas necessidades, sentimentos e pensamentos de forma mais transparente, nos vários ambientes e com as pessoas que fazem parte de seu cotidiano.
Da mesma forma, representa uma esperança de que seus interlocutores possam se conscientizar do complexo mundo interno dessas pessoas, e, assim, favorece sua inclusão social.
Por isso torna-se importante um ambiente compartilhado de comunicação alternativa, em que as pessoas que fazem parte do cotidiano escolar dessas crianças possam se comunicar com elas utilizando os recursos que possibilitem a recepção e a expressão da comunicação. Ela deve estar presente em todos os espaços e da forma mais natural possível, tornando-se necessário, então, que sejam construídos pelos profissionais que atuam com a criança.
Em ambientes naturais como a casa e a escola da criança, surgem situações contextualizadas de comunicação, o que pode tornar as interações comunicativas mais significativas. Quando o material é contextualizado dentro da demanda deste individuo, o mesmo absorve de forma mais prazerosa e funcional.
Porém, para que ocorram de fato interações com a utilização dos diversos recursos alternativos de comunicação, torna-se necessário que as pessoas que atuam com a criança nesses ambientes saibam como interagir com elas. Caso essa pessoa esteja na fase escolar, não apenas a professora deve ter conhecimento do material, mas sim a comunidade escolar, isso porque a simples presença de recursos de comunicação alternativa nas escolas não as tornam mais “inclusivas” que outras, o que se fazer com tais recursos em prol do ensino e do aprendizado dos alunos é o que precisa ser, continuamente, reinventado na escola.
Como destaca Nunes (2004) ao falar sobre a abordagem sócio interacionista no desenvolvimento da comunicação alternativa:
“Essa mediação do adulto ou do interlocutor mais experiente é tão essencial quanto evidente nos diálogos com a criança que não oraliza”. 
Nunes, 2004 
Afirma ainda, que as mensagens dos usuários de CA não são o resultado do ensino através de modelagem; são, de fato, construídas por ele e por seu interlocutor através de um processo de negociação e construção gradual de significado através de sucessivos turnos.
· Agora, acesse o artigo - A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA ESCOLA: UM CONVITE A (RE)PENSAR A PRÁTICA INCLUSIVA , para se aprofundar mais um pouco neste assunto.
O sistema de comunicação e os tipos de comunicação alternativa
A literatura a respeito de Comunicação Alternativa tem apontado para uma série de conjuntos e/ ou sistemas de símbolos que permitem a comunicaçãode pessoas que não produzem linguagem oral, como, por exemplo, Sistema “Bliss”, Picture Exchange Communication System-PECS, Picture Communication Symbols-PCS e Pictogram- Ideogram Communication-PIC.
BCI – Blissymbolics Communication International 
O Bliss é um sistema ideográfico que simboliza a ideia de um sistema lógico, sendo que esses elementos são usados em várias combinações para representar milhares de significados. É composto de um número pequeno de formas, chamados “elementos simbólicos”, organizados sintaticamente, tendo cada grupo uma cor.
Este sistema de comunicação gráfico foi desenvolvido por Charles K. Bliss (1897-1985), originalmente inventado para ser utilizado como uma comunicação universal. Em 1971, foi descoberto por educadores e usado para comunicação de crianças com deficiências motoras, por uma equipe interdisciplinar liderada por Shirley McNaughton no Ontario Crippled Children´s Centre (hoje Bloorview MacMillan Centre), no Canadá.
É composto por aproximadamente 4500 símbolos autorizados, com um número limitado de elementos, chamados de símbolos chave, portanto precisamos apenas conhecer o significado de aproximadamente cem caracteres. Cada símbolo ou palavra Bliss é composta por um ou mais caracteres Bliss que podem ser combinados e recombinados de infinitas formas para criar novas palavras Bliss. Palavras Bliss podem vir em sequências para formar frases e expressar diferentes formas gramaticais. Traços simples podem ser usados para construir símbolos fáceis e rápidos de desenhar, desta forma tanto conceitos abstratos como concretos podem ser representados.
O Blissymbolics pode ser usado em um nível anterior à leitura e à escrita, por crianças e adultos, mas também é sofisticado o suficiente para permitir expressões de pensamentos, ideias e sentimentos e são apropriados para pessoas com habilidades intelectuais diversas.
Há muitas estratégias com o sistema Blissymbolics que habilita o usuário a criar novos símbolos. É um sistema onde cada novo símbolo pode ser interpretado pelo outro, através da análise das partes dos componentes. Do mesmo modo que letras representam sons que são usados para criar palavras impressas, as unidades Bliss agrupadas definem o significado de cada símbolo que compõe. Assim, a prancha de comunicação montada com o Blissymbolics oferece ao usuário a possibilidade de comunicação, desenvolvimento da linguagem e de aprendizagem.
Picture Exchange Communication System-PECS
Segundo o site PECS BRAZIL, o PECS foi desenvolvido em 1985 como um sistema de intervenção aumentativa/alternativa de comunicação exclusivo para indivíduos com transtorno do espectro do autismo e doenças do desenvolvimento relacionadas. Usado pela primeira vez num programa em Delaware ‘Delaware Autistic Program’, PECS tem recebido reconhecimento mundial por focar no componente de iniciação de comunicação. PECS não requer materiais complexos ou caros. Foi criado pensando em educadores, famílias e cuidadores, por isso é facilmente utilizado em uma variedade de situações.
PECS começa ensinando uma pessoa a dar uma figura de um item desejado para um "parceiro de comunicação", que imediatamente aceita a troca como um pedido. O sistema passa a ensinar a discriminação de figuras e como juntá-las formando sentenças. Nas fases mais avançadas, os indivíduos aprendem a responder perguntas e fazer comentários.
No vídeo a seguir você verá como os pais de uma criança com autismo utilizam o sistema PECS de comunicação alternativa. Vale super a pena assistir!!!
O protocolo de ensino PECS é baseado no livro de BF Skinner, Comportamento Verbal, de tal forma que operantes verbais funcionais são sistematicamente ensinados usando dicas e estratégias de reforço que levarão a uma comunicação independente. Dicas verbais não são usadas, construindo assim início imediato e evitando a dependência de dicas.
PECS tem sido bem sucedido com indivíduos de todas as idades que possuem graus de comunicação, dificuldades cognitivas e físicas variadas. Alguns alunos usando PECS também desenvolvem a fala. Outros podem fazer transição para um sistema de saída de voz. Os pesquisadores de apoio a eficácia do PECS continuam a se expandir, com pesquisas de países de todo o mundo. O PECS apresenta 6 fases:
· Fase I - Como se comunicar
Os alunos aprendem a trocar uma única figura para itens ou atividades que eles realmente querem.   
· Fase II - Distância e persistência
Ainda usando uma única figura, os alunos aprendem a generalizar esta nova habilidade e usá-la em lugares diferentes, com pessoas diferentes e usando distâncias variadas. Eles aprendem a serem comunicadores persistentes.  
· Fase III - Discriminação de figuras
Os alunos aprendem a escolher entre duas ou mais figuras para pedir seus itens favoritos. Estes são colocados em uma pasta de comunicação com tiras de Velcro ® onde as figuras são armazenadas e facilmente removidas para a comunicação. 
· Fase IV - Estrutura de sentença
Fase V - Respondendo a perguntas
Os alunos aprendem a usar PECS para responder à pergunta: "O que você quer?".          
· Fase VI – Comentando
Agora os alunos aprendem a comentar em resposta a perguntas como: "O que você vê?", "O que você ouve?" e "O que é isso?". Eles aprendem a compor sentenças começando com "Eu vejo", "Eu ouço", "Eu sinto", "É um", etc.
· Organizando a pasta de PECS
A jornalista Andrea Werner, mãe de um filho autista dá dicas no vídeo de como organizar uma pasta de Pecs. Não deixe de ver o vídeo, pois além de interessante, ele poderá te ajudar caso queira montar também pastas de Pecs. Você também pode ver a reportagem completa no site, clicando aqui.
Picture Communication Symbols-PCS
Os Símbolos de Comunicação Pictórica (PCS) formam um sistema de comunicação completo com mais de 11.000 símbolos e foram originalmente desenhados para criar, rápida e economicamente, recursos de comunicação consistentes e com acabamento profissional. São utilizados extensivamente em inúmeros tipos de atividades de aprendizado e pesquisas científicas. Os símbolos PCS apresentam grande transparência e inteligibilidade e foram criados no início dos anos 80 pela fonoaudióloga americana Roxanna Mayer Johnson, compondo atualmente o conjunto de símbolos mais difundido em todo o mundo.
Características da simbologia PCS: 
· Desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento;
· Adequados para usuários de qualquer idade;
· Estão divididos em seis categorias de palavras: social, pessoas, verbos, descritivo, substantivos e miscelânea;
· Facilmente combináveis com outros sistemas de símbolos, figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados;
· Extremamente úteis numa grande variedade de atividades e lições.
· Disponíveis através dos softwares Boardmaker e Escrevendo com Símbolos.
Com o Boardmaker é possível:
· Confeccionar pranchas com qualidade profissional em minutos;
· Localizar e aplicar símbolos e imagens com um clique do mouse;
· Trabalhar as imagens em qualquer tamanho e espaçamento;
· Imprimir e/ou salvar a sua prancha de comunicação para uso posterior;
· Imprimir pranchas em cores ou preto-e-branco (dependendo do tipo de impressora);
· Armazenar, nomear, organizar, redimensionar e aplicar imagens escaneadas de sua preferência;
· Criar folhas de tema ou trabalho, lista de instruções pictóricas, livros de leitura, jornais e pôsteres. Podem ser feitos no Boardmaker ou através da colagem eletrônica dos símbolos em seu programa de editoração.
· Acompanha várias grades prontas de calendários e agendas para você confeccionar materiais rapidamente.
Você pode saber mais sobre este sistema acessando o site, clicando aqui.
O vídeo a seguir é bem interessante, pois mostra uma aluna utilizando o Software Boardmaker na Sala de Recurso Multifuncional. As palavras foram escolhidas pela aluna e a professora construiu a prancha de atividades.
Pictogram- Ideogram Communication-PIC
Já o PIC é um sistema basicamente pictográfico, onde os símbolos constituem-se de desenhos estilizados em preto e branco sobre o fundo preto. É menosversátil e mais limitado, pois os símbolos não são combináveis.
O processo de escolha dos recursos e/ou estratégias de comunicação suplementar e/ou alternativos a serem utilizados deve ser feito com muita cautela e participação conjunta da família e da escola. Essas imagens devem fazer sentido para o individuo, e ter relação com sua vida diária.
Pensando nisto, deve-se levar em consideração: 
·  A seleção do vocabulário é constante. 
· O objetivo do recurso deve direcionar a escolha do vocabulário. 
· O número de símbolos deve variar de acordo com a habilidade do sujeito. 
· Os símbolos selecionados devem ser funcionais. 
·  A participação da família é imprescindível nesse momento. 
· O recurso pode e deve ser alterado de acordo com a necessidade do sujeito. 
· O recurso poderá ser confeccionado por meio de frases e/ou tópicos. 
· O formato do recurso varia de acordo com as possibilidades e interesse do sujeito.
É importante favorecer a família durante todo o processo de desenvolvimento e decisão sobre o sistema mais conveniente para determinado momento, devendo participar da identificação da composição da prancha de comunicação. Isso porque caso este individua mude de escola, troque de profissional ou mesmo de cidade, o cuidador principal / responsável deve informar o histórico clínico, educacional e material de comunicação para o próximo profissional do caso.
A decisão dos materiais pode estar vinculada desde o uso de objetos, figuras, fotos até os sistemas de símbolos já organizados, como os citados acima, além do uso dos gestos, língua de sinais e a escrita.
Os sistemas de comunicação podem ser de alta tecnologia como no caso do uso de computadores, máquinas que sintetizam sons, tabuleiros sonoros e de baixa tecnologia como o uso dos sistemas em tabuleiros e pranchas confeccionados em papel.
Sistema SPC – Símbolos Pictográficos para a Comunicação 
Sistema SPC (Símbolos Pictográficos para a Comunicação): constituído por desenhos a preto que representam substantivos, verbos e adjetivos. O fundo sobre o qual o símbolo é desenhado pode ser branco ou de outra cor. É normal o emprego de cores comuns aos vários gêneros (substantivos, verbos e adjetivos).
O SPC é apropriado para ser utilizado, tanto por pessoas cujas necessidades comunicativas sejam equivalentes a um nível de linguagem simples (necessitando de um vocabulário limitado e de estruturar frases relativamente curtas) como por pessoas com níveis de linguagem mais elaborados (que necessitam de utilizar uma gama de vocabulário muito vasta, com possibilidades de estruturar frases de maior complexidade). Pode assim considerar-se como um sistema flexível que pode evoluir, ajustando-se às necessidades comunicativas do seu utilizador.
Recursos de baixa e alta tecnologia
Os recursos de Comunicação Alternativa são os objetos ou equipamentos utilizados para transmitir as mensagens. Os recursos podem ser: cartões para colocação dos símbolos; pranchas de comunicação; comunicadores de voz gravada ou sintetizada; dispositivos móveis como smartphones e tablets; e computadores.
Podemos classificar a Comunicação Alternativa em dois tipos segundo o nível tecnológico utilizado: CA de baixa tecnologia e a CA de alta tecnologia.
As classificações de recursos de baixa e alta tecnologia não são definitivas. Um recurso de alta tecnologia do presente pode passar a ser um recurso de baixa tecnologia no futuro, ou um recurso customizado pode se tornar industrializado, se muitas pessoas precisarem dele.
Recursos de baixa tecnologia
A Comunicação Alernativa de baixa tecnologia utiliza recursos de baixo custo, e em geral, de confecção caseira. Esses recursos apesar de simples permitem testar estratégias e técnicas para identificar as necessidades de comunicação do nosso aluno.
Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.
Eye-gaze - pranchas de apontar com os olhos que podem ser dispostas sobre a mesa ou apoiada em um suporte de acrílico ou plástico colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio de uma lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua cabeça, iluminando a resposta desejada.
Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar.
Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso que possibilita o indivíduo dar sua resposta com autonomia, mesmo quando ele apresenta uma dificuldade motora severa. Seu princípio é semelhante ao do relógio, só que é a pessoa que comanda o movimento do ponteiro apertando um acionador.
Recursos da Alta Tecnologia 
Já a alta tecnologia inclue os comunicadores, os dispositivos móveis, o computador, softwares e aplicativos de comunicação alternativa, assim como, acessórios que facilitam o acesso aos equipamentos. Esses podem ser os teclados especiais dos mais diversos modelos, mouses, trackballs, josticks, apontadores de cabeça, canetas especiais para acesso à tela touchscreen, entre outros.
Comunicadores com voz gravada - são comunicadores onde as mensagens podem ser gravadas pelo parceiro de comunicação.
Comunicadores com voz sintetizada - No comunicador com voz sintetizada o texto é transformado eletronicamente em voz.
Computadores - Com o avanço da tecnologia têm surgido novos sistemas de CAA para as pessoas com necessidades especiais como o Classroom, o Over-layMaker, o Comunicar com Símbolos, o Boardmaker, o Invento, entre outros.
Recursos para trabalhar com alunos que apresentam dificuldades na escrita, mas são capazes de se alfabetizar
Todo o processo da Comunicação Alternativa e/ou Suplementar deve ser explorado. Não adianta usar, por exemplo, um recurso de excelente qualidade se não houver estratégias adequadas à situação. Assim, podemos dizer que todo o sistema de Comunicação Alternativa e/ou Suplementar é composto por:
· Recursos
· Estratégias
· Técnicas
Todos os profissionais envolvidos na reabilitação e educação dos usuários da Comunicação Alternativa e/ou Suplementar devem trabalhar de modo interdisciplinar, de forma que essa interação favoreça o usuário da Comunicação Alternativa e/ou Suplementar, para que possa se comunicar e interagir com o mundo ao seu redor.
A sala de recursos tem sido um espaço privilegiado para que se possa trabalhar com crianças com problemas de comunicação devido aos recursos solicitados, mediante comprovação da necessidade.
Os professores devem:
· Encorajar e motivar os alunos com dificuldades na comunicação para que sintam capazes;
· Dar oportunidade para respostas orais para os exercícios propostos;
· Deixar que as crianças aprendam a digitar, isso pode ser uma ótima estratégia e útil para os alunos;
· Colocar sobre a mesa da criança com dificuldade todo o alfabeto, em fichas.
A Comunicação Alternativa e/ou Suplementar pode possibilitar uma aprendizagem significativa, fazendo conexão com os elementos da linguagem (sintaxe, semântica e pragmática) e psiquismo frente à mediação de interlocutores. Toda a movimentação estratégica transcorre através das possibilidades do usuário. Pode diferir quanto aos símbolos e instrumentos utilizados adequando-se a cada indivíduo.
Destaca-se que a Comunicação Alternativa e/ou Suplementar não é um fator inibidor da fala, pois estrutura o funcionamento linguístico do indivíduo.
A adoção de um sistema de Comunicação Alternativa e/ou Suplementar é imprescindível, seja ele qual for, mas deve ser adquirido conforme a necessidade de cada um.
O trabalho em conjunto com as escolas, realiza-se na produção de práticas continuadasde produção de novos sentidos e de facilitar o processo de ensino-aprendizagem, possibilita interferir na construção da linguagem e no processo de aprendizagem. Algumas vezes, no caso de crianças que não falam, é necessária a implementação dos sistemas de Comunicação Alternativa e/ou Suplementar.
Em relação ao ambiente escolar é importante ressaltar que a implementação da Comunicação Alternativa e/ou Suplementar na escola é fundamental, pois, assim pode oferecer meios, recursos e estratégias para que a criança com necessidades especiais possa estar incluída nesse processo de ensino-aprendizagem como todas as outras crianças.
Pode-se concluir que o desenvolvimento da Comunicação Alternativa e/ou Suplementar é um processo onde todos estão envolvidos, o aluno, a escola, os professores. Portanto, todos podem ser parceiros importantes e essenciais para a comunicação.
Sala de Recursos
Com certeza estamos vivendo uma nova tendência: a Educação de alunos com deficiência se dá, agora, majoritariamente em classes regulares. Seis em cada dez alunos nessa condição estão matriculados em salas comuns. Em 2001, esse índice era de apenas dois em cada dez estudantes. O aumento merece ser comemorado, mas que não esconde um grande desafio: como garantir que, além de frequentar as aulas, crianças e jovens aprendam de verdade?
A tarefa tem naquilo que os especialistas chamam de Atendimento Educacional Especializado (AEE) um importante aliado. O AEE ocorre no contra turno nas salas de recursos, ambientes adaptados para auxiliar indivíduos com uma ou mais deficiências.
 Leitura no tato para deficientes visuais
Este trabalho não se confunde com atividades de reforço escolar. Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho não é clínico. É pedagógico. Nas salas de recursos, um professor (auxiliado quando necessário por cuidadores que amparam os que possuem dificuldade de locomoção, por exemplo) prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o aprendizado nas aulas regulares. Se for necessário atendimento médico, o procedimento é o mesmo que o adotado para qualquer um: encaminha-se para um profissional da saúde. Na sala, ele é atendido por um professor especializado, que está lá para ensinar.
Os exemplos de aprendizagem são variados. Estudantes cegos aprendem o braile para a leitura, alunos surdos estudam o alfabeto em Libras para se beneficiar do intérprete em sala, crianças com deficiência intelectual utilizam jogos pedagógicos que complementam a aprendizagem, jovens com paralisia descobrem como usar uma prancheta de figuras com ações como "beber água" e "ir ao banheiro", apontando-as sempre que necessário. Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com normalidade.
 
Alunos com deficiência intelectual estudam numeração associando placas a faces do dado
Também vale lembrar que o trabalho não é um reforço escolar, como ocorria em algumas escolas antes de a nova política afinar o público-alvo do AEE. Era comum ver nas antigas salas de recursos alunos que apresentavam apenas dificuldade de aprendizado. Hoje, a lei determina que somente quem tem deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes. Com o foco definido, o professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação dos alunos para a sala comum. Cada um tem um plano pedagógico exclusivo, com as atividades que deve desenvolver e o tempo estimado que passará na sala.
Para elaborar esse planejamento, o profissional da sala de recursos apura com o titular da sala regular quais as necessidades de cada um. A partir daí (e por todo o período em que o aluno frequentar a sala de recursos), a comunicação entre os educadores deve ser constante. Se o docente da turma regular perceber que há pouca ou nenhuma evolução, cabe a ele informar o da sala de recursos, que deve modificar o plano. Outra atitude importante é transmitir o conteúdo das aulas da sala regular à de recursos com antecedência. Se a turma for aprender operações matemáticas, por exemplo, é preciso preparar o aluno com deficiência visual para entender sinais especiais do braile.
Com o quadro especial, alunos ensaiam os primeiros passos na leitura em braile. O uso de quebra-cabeças aguça a memória dos estudantes com deficiência intelectual
No fim dos anos 1990, modelos distintos de salas de recursos chegaram ao Brasil. Algumas cidades começaram a montar suas próprias configurações, sem que os especialistas tenham eleito até agora um padrão ideal. Como a proposta desses ambientes é relativamente nova, ter mais de um modelo é importante. Após algum tempo de experiência, aí, sim, pode haver consenso.
Em linhas gerais, é possível agrupar as diversas salas existentes em dois tipos. No primeiro, há recursos para atender a todas as deficiências. É o modelo defendido pelo Ministério da Educação (MEC) por meio das chamadas salas multifuncionais, instaladas a pedido de redes municipais ou estaduais. O argumento principal é evitar deslocamentos e fazer com que todos os alunos com deficiência de um bairro ou comunidade sejam atendidos no mesmo local. Isso tem a vantagem de aproximar a família da vida escolar dessas crianças. Os pais passam a ter mais informações sobre como auxiliar seus filhos na busca por autonomia.
Usando talheres adaptados, estudantes com deficiência física ganham autonomia Aprender Libras é umas das principais atividades de AEE para alunos com deficiência auditiva
A segunda perspectiva é realizar o AEE por deficiência. Não há grandes diferenças em relação à infraestrutura - as maiores distinções dizem respeito à formação do professor, que deve ter uma formação específica na área em que ele vai atender, onde terá uma visão geral de todos os tipos de deficiência, mas se especializa em uma única. Em muitos lugares, as salas de recursos também ocupam espaço nas escolas regulares, e os alunos recebem transporte para o polo mais próximo que contemple sua deficiência.
Por mais que os equipamentos das salas de recursos sejam importantes, é a atuação do professor que tem mais impacto na aprendizagem. Entre as responsabilidades do educador estão a criação de um plano pedagógico específico para cada aluno e a elaboração de material. Nesse sentido, fica claro que o caminho para uma inclusão efetiva é a formação.
Comunicação Alternativa: Quando e Como Usar?
Trabalhar com Comunicação Alternativa requer entender o assunto e reconhecê-la como uma ferramenta de grande valia no poder de comunicação das pessoas que por algum motivo, não tem a fala como sua principal forma de comunicação. Diante disso é interessante explicar que a CA pode ser aplicada com indivíduos que não possuem fala e/ou escrita funcional em consequência de: paralisia cerebral, deficiência mental, autismo, traumatismo craniano, distrofia muscular, lesão medular e outros.
Por este motivo existe a necessidade de sabermos um pouco mais de quando se deve usar e como usar a comunicação alternativa.
No vídeo a seguir a fonoaudióloga Leila Braga aborda o tema Comunicação Alternativa, como iniciar e como fazer o uso dela.
Boardmaker
Como já vimos, um dos sistemas simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS - Picture Communication Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson. No Brasil o PCS foi traduzido como Símbolos de Comunicação Pictórica. O sistema PCS possui como características: desenhos simples e claros, fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades educacionais. O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio do software Boardmaker.
O que é o Software Boardmaker?
Board significa "prancha" e  maker significa "produtor". O Boardmaker é um programa de computador que foi desenvolvido especificamente para criação de pranchas decomunicação alternativa. Ele possui em si a biblioteca de símbolos PCS e várias ferramentas que permitem a construção de recursos de comunicação personalizados.
Com o software Boardmaker são confeccionados recursos de comunicação ou materiais educacionais que utilizam os símbolos gráficos e que serão posteriormente impressos e disponibilizados aos alunos.
O Boardmaker poderá ser associado a outro programa chamado de Speaking Dynamically Pro que significa "falar dinamicamente". Estes dois softwares em conjunto se tornaram uma importante ferramenta para construção pranchas de comunicação onde, a partir da seleção de um símbolo, acontece a emissão de voz pré-gravada ou sintetizada representativa da mensagem escolhida. Para comunicar-se com voz o usuário utilizará seu computador ou um vocalizador portátil.
O Speaking Dynamically Pro possui uma série de ferramentas de programação fáceis de usar e que permitem a criação personalizada de atividades educacionais, recreativas e de comunicação.
Outra importante característica deste software é a acessibilidade. Um exemplo disso é que a seleção de teclas de mensagens ou de teclas para escrita poderá acontecer por meio de varredura e acionadores.
· O que é um Vocalizador?
É um recurso eletrônico de gravação/reprodução que ajuda a comunicação das pessoas em seu dia-a-dia. Através dele, seu usuário expressa pensamentos, sentimentos e desejos pressionando uma mensagem adequada que está pré-gravada no aparelho. As mensagens são acessadas por teclas sobre as quais são colocadas imagens (fotos, símbolos, figuras) ou palavras, que correspondem ao conteúdo sonoro gravado.
A maioria dos vocalizadores grava as mensagens digitalmente e a capacidade de gravação varia de um aparelho a outro. Encontra-se vocalizadores de apenas uma mensagem enquanto outros podem gravar centenas delas. Outra variável intrínseca a este equipamento é o tempo total de gravação normalmente distribuído entre as teclas de mensagem oferecidas no equipamento.
Em qualquer vocalizador o conteúdo gravado em cada célula é reconhecido através de figuras ou textos aplicados em pranchas de comunicação que ficam sobre as teclas. Quando a tecla de cada figura ou texto é pressionada, sua mensagem pré-gravada é imediatamente reproduzida e com volume ajustável.
A imagem acima mostra um vocalizador retangular com vinte e cinco áreas de mensagens visíveis, onde estão símbolos gráficos. Cada área de mensagem ao ser pressionada emitirá uma mensagem de voz gravada anteriormente. Apresenta alça de transporte e botões de volume e troca de níveis.
· Os Acionadores
Os acionadores são recursos que promovem acessibilidade tanto no uso do computador quanto em outras atividades não informáticas. A função única do acionador é gerar um clique que o computador interpretará como um comando de seu usuário. É a forma mais simples de se interagir com um computador, daí a sua importância como interface para a comunicação alternativa.
Do ponto de vista elétrico, um acionador é uma chave de contato momentâneo normalmente aberto (NA), como um botão de campainha. Existem acionadores de diversas formas, pois sua maior característica é o design apropriado para diferentes utilizações. Quanto ao plugue de conexão, todos acionadores são padronizados internacionalmente com o mini plugue tipo P2.
Utilizando o Boardmaker
Na construção de recursos de comunicação com o software Boradmaker poderemos associar o sistema de símbolos PCS com outras figuras e fotografias. Os recursos de comunicação são confeccionados de forma personalizada. Desta forma, deveremos utilizar imagens que fazem sentido para o usuário e, em se tratando de recursos de comunicação no ambiente escolar, que correspondam às atividades e conteúdos propostos no currículo e atividades educacionais. Além dos símbolos PCS que já se encontram no Boardmaker será possível importar imagens capturadas na internet, em CDs específicos, fotografias digitais ou fotografias escaneadas de catálogos, livros de histórias ou didáticos. Todas as imagens encontradas e utilizadas na produção de materiais educacionais e/ou de comunicação podem ser categorizadas e arquivadas dentro do programa Boardmaker para que possam ser facilmente localizados em outras aplicações. Fazendo isto o professor do AEE complementará e qualificará sua biblioteca de imagens.
Conhecendo os desafios educacionais que os alunos enfrentam no cotidiano escolar e utilizando-se de muita criatividade, o professor especializado poderá criar os recursos de comunicação e acessibilidade necessários aos seus alunos por meio das várias ferramentas de seu Boardmaker. Abaixo vamos descrever e ilustrar algumas ideias de aplicação deste software.
Atividades educacionais acessíveis: Com o Boardmaker você pode criar várias atividades educacionais para garantir acessibilidade e participação de alunos que utilizam a CA em sala de aula. Lembre-se da importância da interlocução entre o professor do Atendimento Educacional Especializado, que construirá os recursos de acessibilidade, e o professor da sala de aula comum. Sem conhecer o plano de ensino do professor da sala comum, com seus objetivos e atividades previstas, será impossível propor, construir e disponibilizar os recursos de acessibilidade para o aluno.
O professor especializado deverá também ensinar as estratégias de utilização destes recursos para o aluno, seu professor, para os colegas, comunidade escolar e família. Desta forma ajudará a todos a entender e a utilizar estas ferramentas de acessibilidade.
Por exemplo:
Três atividades foram construídas para que o usuário da CA possa responder questões apontando os símbolos gráficos PCS. A primeira pede para apontar os animais; a segunda para apontar os vegetais e a terceira para apontar os minerais.
Abaixo de cada questão visualiza-se uma série de símbolos gráficos com imagens representativas dos três reinos da natureza.
Outro exemplo são os textos com símbolos, que são muito interessantes para favorecer e ampliar a aquisição de repertório de símbolos gráficos (usuários de CA), favorecer a relação símbolo e signos e auxiliar na alfabetização de alunos com deficiência intelectual, auxiliar no aprendizado do português escrito para alunos surdos. No Boardmaker a escrita com símbolos é feita com a ferramenta "Simbolar".
Um boneco indica o ícone da ferramenta "Simbolar", conforme ela é representada na área de trabalho do Boardmaker.
O primeiro verso da poesia "Leilão de Jardim", de Cecília Meireles, foi digitada com o recurso "Simbolar" do Boardmaker. Desta forma, cada palavra aparece com a representação simbólica do PCS, acima do texto escrito. O verso diz: Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de várias cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?
Podemos também criar livros com símbolos.
Visualiza-se a página de um livro. A frase escrita foi também representada por símbolos PCS: "Bateu Portas e janelas com força".
Visualiza-se a página de um livro construído pelos alunos. Há a ilustração de um pato. Sobre a ilustração estão colados, em sequência, de cartões de comunicação alternativa com símbolo e texto: "Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá. Lá vem o pato para ver o que é que há"?
Uma outra atividade bem legal e prazerosa é a culinária com o Boardmaker. Fichas de receitas ou receitas completas podem ser descritas com a sequência de símbolos gráficos associados com a escrita. Para confecção destes recursos a ferramenta Simbolar será muito útil.
Um boneco aponta para uma ficha de culinária onde está descrita, com texto e símbolos, a receita de salsicha com molho.
Em sete frases, escritas com texto e símbolos, está uma sequência de atividades que deverão ser feitas para a preparação de um sanduíche de geleia com queijo.
Os livros de atividades também são bem interessantes. As atividades previstas no currículo escolar, ou que fazem parte do no livro didático impresso, podem ser personalizadas para usuários de CA. Para disponibilizá-las em sala de aula o professor especializado deverá receber, do professorde sala comum, estas atividades, com a antecedência necessária para que ele possa construí-las com o Boardmaker.
Um livro de atividades sobre animais domésticos, selvagens, aquáticos e em extinção foi construído com o Boardmaker. O Livro de Atividades possui uma prancha de símbolos móveis para que o aluno destaque o símbolo e cole, com Velcro, no campo de resposta correspondente.
Pranchas de comunicação temáticas para interpretação de livros e conteúdos poderão ser construídas para que o aluno usuário da CA possa participar de atividades de interpretação de histórias ou também para que possa perguntar, responder e argumentar sobre os conteúdos estudados e atividades desenvolvidas em sala de aula.
Um livro de história, que fala sobre temas de ecologia, está acompanhada de uma prancha temática, com a qual o usuário da CA poderá apontar ações positivas e negativas relativas à preservação do meio ambiente.
Uma lista de perguntas sobre fenômenos da natureza está relacionada. Para responder estas perguntas o usuário de CA apontará para um dos símbolos gráficos dispostos em uma coluna lateral. Na parte inferior da prancha, há uma sequência horizontal de símbolos que possibilitarão ao aluno fazer perguntas "onde", "como", "por que", "quando" e afirmar "não entendo", "incrível", "mudei de ideia", "quero saber mais".
Nas "pranchas modelo" do Boardmaker você encontrará grades de calendários para serem personalizadas. Basta localizar os símbolos apropriados e colar sobre a o dia em que o evento acontecerá.
Uma folha de calendário do mês de janeiro de 2011 foi personalizada com os símbolos PCS. Visualiza-se símbolos representativos do verão "guarda sol" e "sorvete", símbolo da "festa de Ano Novo", "viagem", "praia", "chegada da vovó", "aniversário" e "retorno a casa". Os símbolos foram aplicados sobre as datas destes eventos.
Pastas do tipo arquivo, folhas laminadas e encadernadas, porta documentos, pastas do tipo cardápio (pasta dupla ou trifolder) poderão ser "portadores de pranchas". No Boardmaker, em "Pranchas Modelo" você encontrará uma série de modelos de grades já prontas para a criação destes recursos de comunicação. Economize trabalho e utilize as grades que facilitarão a criação das pranchas.
Carteira do tipo porta documentos com páginas de sacos plásticos onde estão pranchas de comunicação com símbolos de alimentos. Pasta com sacos plásticos, em tamanho ofício, encadernados em espiral, e cada página há uma prancha temática de símbolos gráficos.
Pastas tipo cardápio, trifolder ou duplas, apresentam modelos de grades com diferentes tamanhos e quantidades de espaços para símbolos. Visualiza-se também uma pasta dupla onde está uma prancha para escolhas de materiais de artes.
Muito importante também são pranchas para vocalizadores. Nas "pranchas modelo" do Boardmaker você encontrará também grades desenhadas especialmente para utilização em vocalizadores. Se você utiliza um vocalizador procure o arquivo Boardmaker com o nome da "marca/modelo" do equipamento. Esta grade foi projetada para servir exatamente no tamanho e distância das teclas de mensagens.
Uma grade modelo do vocalizador GoTalk9+ foi personalizada com símbolos para comunicação em sala de aula. Depois de montar a prancha basta recortar a colocá-la no vocalizador. Ao lado visualizamos o vocalizador GoTalk9+ com suas 12 teclas de mensagens aparentes.
Com o Boardmaker você pode criar agendas escolares, atividades da turma e também de ações pessoais da rotina. Para isso, você pode utilizar grades, das mais variadas formas, que se encontram em "pranchas modelos" no arquivo "agendas".
Esta é uma sequência de atividades individuais de um usuário da CA que se chama Paulo. As atividades ilustradas em sequência de símbolos que representam sua rotina matinal desde o acordar, vestir-se, fazer a higiene pessoal, até tomar o café da manhã.
Uma agenda em formato vertical mostra uma sequência de símbolos para a primeira hora da manhã. Cinco atividades estão representadas em símbolos: tomar banho, comer, escovar os dentes, pegar a mochila, ir para escola de ônibus.
Uma grade para criação de agenda que contemplam a sequência de atividades que serão desenvolvidas na escola. O primeiro símbolo representa o grupo de alunos. Na sequência horizontal encontram-se espaços em brancos onde serão aplicados, com Velcro, os cartões de comunicação representativos das atividades escolhidas pelo grupo de colegas para serem realizadas naquele dia. No final há um espaço maior onde será colado um envelope. No término de cada tarefa, os cartões serão guardados neste envelope. Na parte inferior da grade estão os símbolos de CA para serem recortados, laminados e transformados em cartões de CA.
Numa parede de fundo preto foram fixados, com fita adesiva, os cartões de comunicação laminados. A composição da agenda descreve o mês, dia, dia da semana, sensação térmica (calor) e também todas as atividades escolares propostas para este dia.
Você pode utilizar o Boardmaker para criar sinalizações dos vários ambientes da escola. Da mesma forma poderão ser criados cartazes com informações ou indicação de regras e orientações.
Cartaz com símbolos móveis para indicações de lugares e atividades realizadas pela turma. Podemos ler a frase: "Nossa turma está:" ao lado desta frase há um espaço onde será fixado com Velcro o cartão de CA correspondente ao lugar/atividade "no lanche". Na parte inferior do cartaz há outras opções de cartões de mensagens "na biblioteca", "no laboratório", "no parquinho".
Um símbolo com a mensagem "Favor fechar a porta" foi confeccionado para colocar na parte interna da porta da sala de aula.
Uma coleção de símbolos para sinalização da escola foram criados para serem fixados sobre a porta destes ambientes: "sala de aula", "banheiro", "biblioteca", "cozinha", "direção", "informática", "sala de química", "sala de artes", ginásio", "recreio".
Você poderá introduzir novas imagens no seu Boardmaker e assim ampliará sua biblioteca de símbolos. As novas imagens poderão ser capturadas na internet, extraídas em banco de imagens, fotografadas com câmera digital ou também escaneadas de materiais impressos. Você poderá arquivar as imagens digitais na biblioteca do Boardmaker o que permitirá sua fácil localização para uso em produções futuras. Abaixo algumas fotos ilustram trabalhos feitos com o Boardmaker que utilizaram imagens capturadas de diversas origens.
Uma prancha de comunicação foi construída com fotografias e apresenta os símbolos "luva", "pantufa", "calça", "cão", "melão", "casaco", "telefone", e "rosa".
Com fotografias escaneadas de um cardápio foi montada uma prancha de comunicação temática, para comprar o lanche. Visualizamos as imagens dos sanduíches, copo de refrigerante, salada e embalagem do lanche. Estas mesmas imagens aparecem organizadas numa prancha de comunicação.
Com fotografias feitas em passeios escolares no parque e no zoológico, foi confeccionado com o Boardmaker o registro dessas atividades. Aparecem as fotografias e a descrição, feita pelo aluno, do que foi realizado.
O Boardmaker é uma ferramenta de autoria, pois permite construir os recursos de comunicação e aprendizado que seu aluno necessitará em cada fase de seu desenvolvimento educacional. E esta é a principal e mais importante característica deste programa. Os exemplos e modelos que o Boardmaker possui servem apenas para mostrar aos professores o potencial de criação deste software.
Conhecendo os desafios educacionais, os objetivos e atividades propostos para a turma e conhecendo também as características do aluno com deficiência (suas dificuldades e acima de tudo sua habilidade) o professor especializado irá projetar, construir e disponibilizar os recursos pedagógicos que garantam a acessibilidade, comunicação e participação no contexto da escola comum.
Atualmente as pesquisas existentes a respeito do ensino e da aprendizagem nos permitem olhar para o que o aluno produz e identificar o que ele já sabe, as dificuldades que estão impedindo sua aprendizagem e determinar que açõesserão necessárias para que o seu conhecimento avance.
Nas últimas décadas tem se consolidado a concepção que considera o processo de aprendizagem como resultado da ação do aprendiz. Por isso a função do professor é criar condições para que o aluno possa exercer sua função de aprender participando de situações que favoreçam isto. Neste sentido, com relação aos alunos com deficiência, torna-se indispensável a criação de condições de aprendizagem pelo professor, através da construção de recursos de acessibilidade.
O conhecimento não é gerado do nada, é uma constante transformação a partir do conhecimento que já existe. É o que cada aluno já conhece que explica as diferentes formas e tempos de aprendizagem, bem como as dificuldades e possibilidades que o aluno apresenta. Seja nas propostas de atividades, seja na forma como os professores encorajam e desafiam os alunos a se lançar com ousadia nas propostas de aprendizagem, os recursos (materiais educacionais) tem uma função decisiva nas possibilidades de aprendizagem dos alunos.
O Boardmaker é uma ferramenta aberta e, portanto, servirá para confecção de recursos de acessibilidade que atendem diferentes concepções de ensino e aprendizagem. Por este motivo é importante considerarmos o modelo de escola, o que entendemos por aprendizagem e que postura nós pretendemos instigar no aluno, no sentido de ele ser ativo na construção do conhecimento. Se disponibilizarmos recursos ao nosso aluno permitindo e esperando apenas que ele responda o que consideramos correto, sem dar a ele oportunidades de questionar, propor alternativas, argumentar etc., possivelmente nós teremos um instrumento pobre de comunicação e também um instrumento pobre de educação.
Portanto é imperativo conhecer a realidade e os desafios enfrentados pelo aluno e ser criativo. Junto com ele, iremos construir e utilizar os recursos que permitirão sua expressão e participação ativa em desafios educacionais. O professor deve funcionar como um diretor de cena, cabendo a ele observar as condições e necessidades de seus alunos e montar o cenário, através da construção das estratégias de ensino e dos recursos de acessibilidade, para possibilitar a construção do conhecimento de seus alunos.
A beleza de um software de criação é que ele possibilita inovar, construir novas alternativas e materiais educacionais cada vez mais desafiantes e inéditos.

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