Buscar

ELEMENTOS DO TRIBUTO- AULA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO 01 – DIREITO TRIBUTÁRIO
1
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS E ELEMENTOS DO TRIBUTO
ABORDAGEM DA DISCIPLINA
1. Princípios constitucionais aplicáveis ao Direito Tributário.
2. Elementos do Tributo.
3. Hipótese de incidência, 
4. fato gerador, 
5. obrigação tributária, 
6. lançamento tributário 
7. crédito tributário.
2
3
SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ESTÁ SUJEITO A UMA SÉRIE DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
Princípio da legalidade - significa que não pode ser exigido ou aumentado tributo sem que haja estipulação de lei. (Art.5°, II e Art.150, I da CF);
Princípio da isonomia - todos os contribuintes são iguais perante o fisco. (Art.5° e Art.150, I da CF);
Princípio da anterioridade - proíbe a União, os Estados e os Municípios de cobrar tributos no mesmo exercício de sua instituição (ou seja, os impostos só podem ser cobrados no ano seguinte de sua aprovação em lei). As exceções para esse princípio são o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários (em caso de guerra). (Art. 150, III a, da CF);
Princípio da irretroatividade - proíbe a lei de retroagir: ou seja, não podem ser exigidos tributos sobre fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou algum tributo. (Art.150, III a, da CF);
4
SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ESTÁ SUJEITO A UMA SÉRIE DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
Princípio da capacidade tributária - os impostos serão graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte. (Art.145, §1º da CF);
Princípio da uniformidade - os tributos instituídos pela União serão uniformes em todo o território nacional (Art.151, I da CF);
Princípio da inconstitucionalidade - a lei tributária será inconstitucional quando prever pena de prisão civil contra os contribuintes faltosos. (Art. 5°, LXII da CF);
Princípio de proteção fiscal - concessão de mandado de segurança para proteger direito líquido e certo do contribuinte. (Art. 5°, LXIX, da CF).
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DE MAIOR RELEVÂNCIA
5
ELEMENTOS DO TRIBUTO
6
ELEMENTOS DO TRIBUTO
7
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
8
9
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
A expressão hipótese de incidência designa com maior propriedade a descrição, contida na lei, da situação necessária e suficiente ao nascimento da obrigação tributária, enquanto a expressão fato gerador diz da ocorrência, no mundo dos fatos, daquilo que está descrito na lei. A hipótese é simples descrição, é simples previsão, enquanto o fato é a concretização da hipótese, é o acontecimento do que fora previsto”. 
É a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação tributária. 
A substancial diferença reside é que, enquanto aquela é a descrição legal de um fato (...) a descrição da hipótese em que o tributo é devido, esta se materializa com a efetiva ocorrência do fato legalmente prevista. É um fato previsto em lei que, quando praticado pelo sujeito passivo (pessoa física ou jurídica), torna-se fato jurídico, vinculando o contribuinte ou responsável ao sujeito sanções prevista nas normas.
10
COMPOSIÇÃO DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA:
A hipótese de incidência compõe-se de: 
Aspecto material que é a ação ou estado somado ao complemento.
Aspecto temporal que é a partir de quando o tributo está apto a irradiar efeitos. 
Aspecto espacial que é o local onde deve ocorrer o fato jurídico tributário para que ocorra a incidência tributária. 
Pessoal que é quem pratica. 
11
Base de cálculo:
É o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (geralmente um percentual) para se apurar o montante do tributo devido.
Ela deve ser definida em lei complementar (art. 146 da CF/88), estando sujeita também aos princípios da legalidade, anterioridade e irretroatividade.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Exemplo: a base de cálculo do IPTU - art. 33 do CTN.
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
12
Alíquota:
É o indicador (geralmente em percentual) definido na lei tributária, que deve ser aplicado sobre a base de cálculo também prevista na lei, para se apurar e chegar ao montante do tributo devido. Subdividem-se em:
específica: é utilizada para o cálculo do tributo sem levar em consideração o valor do objeto tributado, e sim a sua quantidade. Exemplo: CIDE combustíveis – alíquota de R$50,00 por m³ de óleo diesel.
b)	percentual ou ad valorem: é a alíquota que incide sobre o valor (ad valorem), ou seja, um percentual fixado pela lei para determinar o montante devido. Exemplo: IRPJ de 15% sobre o lucro apurado.
13
As alíquotas percentuais ou ad valorem podem ser fixas ou variáveis, assim definidas:
Fixas: são aquelas que não se alteram, permanecendo as mesmas seja qual for a base de cálculo.
Variáveis: são aquelas que se modificam em razão da base de cálculo e que, por sua vez, podem ser progressivas ou regressivas, assim definidas:
14
15
FATO GERADOR - ART 118 DO CTN
16
O FATO GERADOR 
É uma expressão jurídico-contábil, que representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Em obediência aos princípios contábeis da oportunidade e da competência, as despesas e receitas devem ser reconhecidas no momento da ocorrência do fato gerador, independentemente de seu pagamento.
ELEMENTOS BÁSICOS DO FATO GERADOR
O fato gerador tem 3 elementos básicos, a saber:
1) Legalidade, que se refere à exigibilidade do cumprimento do princípio constitucional da legalidade;
2) Economicidade, que se refere ao aspecto econômico do fato tributável (como regra geral, envolvendo a base de cálculo e alíquota do tributo) e à capacidade contributiva do sujeito passivo;
3) Causalidade, que corresponde à consequência ao efeito, do fato gerador; enfim, ao nascimento da obrigação tributária.
17
MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR
É o artigo 116 do CTN que define que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
a) tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
b) tratando-se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Para os efeitos da letra “b” anterior e sempre ressalvando disposição de lei em contrário, vem o artigo 117 do CTN dispor que os atos ou negócios jurídicos condicionais serão reputados como perfeitos e acabados, desde o momento:
— de seu implemento, sendo a condição suspensiva;
— da prática do ato ou da celebração do negócio, sendo a condição resolutória.
18
“Art. 118 do CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.”
19
Na verdade o estudo do fato gerador é de grande importância, mas não constitui sequer especificidade do Direito Tributário. 
Os direitos em geral têm seus fatos geradores. 
São os fatos jurídicos. 
O direito que um empregado tem de receber o seu salário nasce do fato da execução do respectivo contrato de trabalho, com a prestação de serviço ao empregador. Essa prestação de serviço, nos termos de um contrato de trabalho, é o fato gerador do direito ao salário. 
Do contrato de compra e venda nasce para o comprador o direito de receber a coisa comprada, e para o vendedor o direito de receber o preço respectivo. 
A compra e venda é o fato gerador desses direitos. E assim por diante. Não existe direito algum que não tenha o seu fato gerador. 
20
NÃO CONFUNDIR FATO GERADOR COM HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA.
Ahipótese de incidência integra o antecedente ou  pressuposto da norma tributária impositiva. 
O fato gerador é a própria situação que, ocorrida, atrai a incidência da norma. 
Independentemente da questão semântica, da nomenclatura, o que interessa ao estudo e aplicação do Direito Tributário é que haja distinção e compreensão das situações que não se confundem. Ou seja, uma coisa é a previsão da situação descrita na norma, que atende ao princípio da legalidade, conforme acima descrevemos. Outra coisa é o efetivo acontecimento no mundo fenomênico da situação descrita na norma.
21
Assim, fato gerador pode ser considerado como o fato efetivamente realizado, materializado. É a realização concreta de um comportamento descrito na norma, cuja observação faz nascer uma obrigação jurídica, bem como define juridicamente a natureza do tributo. 
O eminente professor Sabbag (2011, p. 672) aduz que "fato gerador ou ‘fato imponível', nas palavras de Geraldo Ataliba, é a materialização da hipótese de incidência, representando o momento concreto de sua realização, que se opõe à abstração do paradigma legal que o antecede". 
Não podemos olvidar que há exceções no tocante aos tributos finalísticos, uma vez que o fato gerador dos mesmos torna-se irrelevante, pois o que interessa é a finalidade para o qual foram instituídos, como por exemplo, os empréstimos compulsórios.
22
Já a hipótese de incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é aquela situação descrita na lei cuja previsão é abstrata, tratando-se, pois, de uma "hipótese" que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e que, uma vez realizada, se concretiza como fato gerador. 
Sabbag (2011, p. 672), com a precisão didática que lhe é peculiar, afirma: "hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação principal (...)".
Assim, para Geraldo Ataliba “a hipótese de incidência tributária é a hipótese da lei tributária. É a descrição genérica e abstrata de um fato. É a conceituação (conceito legal) de um fato: mero desenho contido num ato legislativo” . 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - ART. 113 DO CTN
23
24
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A relação existente entre pessoas sujeitas a tributação e o Estado há muito não mais é uma relação simplesmente de poder, configura-se agora em uma relação mais complexa, em uma relação jurídica, ocorrendo de um fato previsto em uma norma. 
Sendo assim, a obrigação tributária é uma relação jurídica em que o particular, aquele que está sujeito a tributação, deve pagar uma dada quantia ao Estado, ente tributante, ou até mesmo fazer ou não fazer algo ou alguma coisa em virtude da natureza da obrigação . 
A relação obrigacional de tributo não é distante das relações obrigacionais dos demais ramos do direito (civil, comercial, etc.), no tocante ao direito tributário, sendo a figura substituição do sujeito passivo na relação jurídica, uma questão típica de direito fiscal, não encontrando semelhança em qualquer outro ramo do direito . 
25
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA:
Denomina-se "obrigação tributária" o dever de fazer de um contribuinte, responsável ou terceiro em função da lei.
De acordo com o artigo 113 do CTN — Código Tributário Nacional a obrigação tributária divide-se em:
Obrigação tributária principal: é a obrigação de pagar o tributo devido (pecuniária). O surgimento da obrigação principal se dá com a ocorrência do fato gerador, tendo por finalidade o prestação de dinheiro ou penalidade pecuniária, se extinguindo juntamente com o crédito dela decorrente . 
Obrigação tributária acessória: consiste em ação ou omissão que propicia ou facilita a ação do fisco, como por exemplo a obrigação de emitir nota fiscal (ação), e a de não rasurar os livros fiscais da empresa (omissão). 
São chamadas também de prestações Negativas ou Positivas. o descumprir de uma obrigação acessória (fazer quando não deveria, ou deixar de fazer quando estava obrigado) será objeto de aplicação da multa, e o pagar da multa, que consiste em levar dinheiro aos cofres públicos, converte-se em obrigação principal. 
26
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL
A obrigação é principal quando o contribuinte tem por prestação (por dever) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro).
A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e extingue-se juntamente com o crédito tributário dela decorrente (artigo 113, § 1, do CTN). 
Exemplo: fato gerador - circulação de mercadorias, sujeita ao ICMS.
A obrigação principal somente se extingue com o pagamento (recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, não se considera extinto.
27
Art. 113 CTN. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
28
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA
A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, § 2, do CTN). Exemplo: escrituração das operações de circulação de mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuração do respectivo saldo devedor (ou credor) nos livros fiscais.
Ressalve-se que, independentemente de ser exigido ou não o cumprimento de obrigação principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a obrigação acessória. É o caso, por exemplo, de uma venda estar isenta do ICMS, mas de esse fato não desobrigar o comerciante a emissão da respectiva Nota Fiscal, acobertando a operação. Ou de se apurar saldo credor do ICMS (saldo a favor do contribuinte, onde não haverá recolhimento do imposto).
29
ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Lei: ato que cria ou institui o tributo, determina aumento de alíquotas, outorga isenções, vedações, não incidência, define o fato gerador e tudo mais que for desta obrigação e estrutura-se pela hipótese, o mandamento e a sanção; A lei é causa da obrigação tributária, desta forma, esta sendo principal ou acessória, sempre consistira em uma “obligatio ex lege”, ou seja, proveniente da lei, consoante isto, a extinção da obrigação gera a extinção do crédito tributário dela resultante . 
Fato Gerador: elemento nuclear da obrigação tributária ou sua própria natureza jurídica, sem o qual não há que se falar em obrigação;
Sujeito Ativo: é o lado credor da obrigação fiscal;
Sujeito Passivo: é lado devedor da relação obrigacional tributária - contribuinte;
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
ART. 142 AO 146 DO CTN
30
31
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
Segundo o artigo 142 do Código Tributário Nacional, o lançamento consiste em um procedimento administrativo privativo da autoridade administrativa, tendente a verificar a ocorrência do fato gerador e a matéria tributável, a definir o montante e identificar o sujeito passivo.
O lançamento Tributário é um ato jurídico administrativo, da categoria dos simples, constitutivos e vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica brasileira uma norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato jurídico tributário, e como consequência, a formalização do vinculo obrigacional, pela individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da prestação, formado pela base de cálculo e correspondente alíquota, bem como pelo estabelecimento dos termos espaço-temporais em que o crédito há de ser exigido
32
Art. 142 CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelolançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
33
NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO TRIBUTARIO:
A atividade do lançamento, que é obrigatória e vinculada, tem-se por concluída com a notificação do resultado ao sujeito passivo, quando então opera-se a constituição definitiva do crédito tributário. Principio da imutabilidade; Prescreve o art. 145 do CTN:
“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149”.
O dispositivo supra fixa a imutabilidade do crédito tributário constituído pelo lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. A sua modificação só é possível nas três hipóteses acima mencionadas
34
FINALIDADE DO LANÇAMENTO TRIBUÁRIO:
1. CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO (FALAREMOS MAIS A DIANTE);
2. DETERMINAR OPRAZO DA PRESCRIÇÃO
Saber o momento em que se tem por definitivamente constituído o crédito tributário, inclusive, e principalmente para efeito de fixar o termo inicial da prescrição que se sucede à decadência, constitui um dos temas mais controvertidos com diferentes posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais. Mais de quatro décadas já se passaram após o advento do Código Tributário Nacional, porém essa questão ainda não está pacificada. Prova disso é o frequente pedido de esclarecimento de diversos leitores do nosso livro onde afirmamos:
“A atividade do lançamento, que é obrigatória e vinculada, tem-se por concluída com a notificação do resultado ao sujeito passivo, quando então se opera a constituição definitiva do crédito tributário” (Cf. nosso Direito financeiro e tributário, 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 496).
35
Art. 147 CTN. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
36
MODALIDADES DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO:
1. Lançamento de ofício. 
É denominado lançamento de ofício o ato administrativo de lançamento, realizado por iniciativa da própria autoridade administrativa, sem qualquer prévia declaração do sujeito passivo, exceto nos casos onde este se omite no cumprimento de suas obrigações.
“O lançamento é de ofício quando realizado por iniciativa da autoridade administrativa. Ocorre ordinariamente nos casos em que a lei o determina (CTN, art. 149, I). Em relação aos tributos cuja legislação não obriga o contribuinte a declarar, nem muito menos a pagar antecipadamente.
O lançamento de ofício pode ocorrer também em relação a qualquer tributo que, em princípio, devesse ser objeto de lançamento por declaração ou por homologação, desde que o contribuinte obrigado a declarar ou a apurar a quantia e antecipar o pagamento se omita no cumprimento de seus deveres. Assim, diz-se que são lançamentos de ofício todos aqueles que começam com a lavratura de auto de infração.”
37
2. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO
O lançamento se dá nessa modalidade quando o sujeito passivo presta à autoridade administrativa as informações necessárias para a constituição do crédito tributário, ou seja, o sujeito passivo informa a ocorrência do fato gerador, bem como qualquer informação para o devido lançamento.
“Diz-se o lançamento por declaração nos casos em que a legislação o tributo impõe ao sujeito passivo da obrigação tributária correspondente a declaração. Isto é, o oferecimento à autoridade administrativa, das informações quanto aos fatos necessários à determinação do valor do tributo em cada caso. Informações necessárias à feitura do lançamento, que compete à autoridade administrativa.” A declaração destina-se a registrar os dados fáticos que, de acordo com a lei do tributo, sejam relevantes para a consecução, pela autoridade administrativa, do ato de lançamento. Se o declarante indicar fatos verdadeiros, e não omitir fatos que deva declarar, a autoridade administrativa terá todos os elementos necessários à efetivação do lançamento.
38
3. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO
Previsto no art. 150 do CTN, o lançamento por homologação é uma modalidade de lançamento onde sujeito passivo declara a ocorrência do fato gerador e por antecipação já efetua o pagamento da obrigação tributária. Dessa forma, o sujeito passivo tem que verificar se ocorreu o fato gerador, quantificar o valor do tributo a ser pago e efetuar seu pagamento antecipado, antes do lançamento pela autoridade administrativa, que irá, posteriormente verificar se as informações estavam corretas, para assim homologar. 
“O lançamento por homologação é aquele que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribui ao sujeito passivo o dever de fazer a apuração do valor devido e antecipar o respectivo pagamento – isto é, fazer o pagamento do valor apurado antes da manifestação da autoridade administrativa sobre o mesmo. 
Opera-se pelo ato da autoridade administrativa que, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo sujeito passivo da obrigação tributária, expressamente a homologa (CTN, art. 150). Ou pelo decurso do tempo estabelecido em lei sem que sobre a mesma se manifeste (CTN, art. 150, § 4º). No primeiro caso se diz que há homologação expressa; e no segundo, homologação tácita.
39
Objeto de homologação não é o pagamento, como alguns tem afirmado. É a apuração do montante devido, de sorte que é possível a homologação mesmo que não tenha havido pagamento. 
É certo que a autoridade administrativa não está obrigada a homologar expressamente a apuração do valor do tributo devido e a homologação tácita somente acontece se havido o pagamento antecipado.
 
Esta é a compreensão que resulta da interpretação do § 1º combinado com o § 4º do art. 150 do CTN. A
 homologação tácita, a que se refere o § 4º, consubstancia a condição de que estava o pagamento a depender para extinguir o crédito tributário. Entretanto, se o contribuinte praticou a atividade de apuração, prestou à autoridade administrativa as informações relativas aos valores a serem pagos (DCTF, GIA etc.), e não efetuou o pagamento, pode a autoridade homologar a apuração de tais valores e intimar o contribuinte a fazer o pagamento, com a multa decorrente do inadimplemento do dever de pagar antecipadamente, sob pena de imediata inscrição do crédito tributário então constituído como Dívida Ativa
40
Resumindo e concluindo, o procedimento administrativo do lançamento, que é unilateral, termina com a notificação do lançamento ao sujeito passivo, quando se tem por definitivamente constituído o crédito tributário.  
O processo administrativo tributário, que é meio de solução da lide, desenvolve-se sob a égide dos princípios do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, encerrando-se com a decisão irreformável na esfera administrativa.
41
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
ART. 139 AO 146 DO CTN
42
43
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
Art.141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
44
No Direito tributário brasileiro, crédito tributário representa o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado por procedimento administrativo denominado lançamento e, portanto, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade, estabelecendo um vínculo jurídico que obriga o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) a pagar o tributo ao sujeito ativo (Estado ou ente Parafiscal).
A constituição de um crédito tributário faz-se por lançamento. 
No direito brasileiro, o lançamento, definido pelo artigo 142 do Código Tributário Nacional, engloba cinco operações:
verificação da ocorrência do fato gerador; 
identificação da base de cálculo; 
cálculo do montante devido com a aplicação da alíquota; 
identificação do sujeito passivo, e, se for o caso...
aplicar penalidade por infração.
45
Designa-se "Crédito Tributário" a prestação em moeda ou outro valor nela se possa exprimir, que o sujeito ativo da obrigação tributária (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem o direito de exigir do sujeito passivo direto ou indireto (contribuinte, responsável ou terceiro). 
Dispõe o artigo 139 do nosso Código Tributário Nacional que o crédito tributário decorre da obrigação principal (pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária) e tem a mesma natureza desta.
O crédito tributário é a própria obrigação tributária já lançada, titulada, individualizada é o reflexo desta. O crédito tributário nasce da obrigação e é consequência desta, dentro de uma única relação jurídica. 
A obrigação tributária quantifica-se, valoriza-se e materializa-se pelo crédito tributário que lhe corresponde, ou seja, pelo quantum devido pelo sujeito passivo. O crédito tributário é a determinação quantitativa do tributo. 
46
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
É a paralisação temporária da exigibilidade do crédito tributário, por meio de norma tributária.
No direito brasileiro, de acordo com o Art.151 do CTN, as modalidades de suspensão admitidas são:
moratória;
o depósito do montante integral;
as reclamações e os recursos administrativos;
a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
o parcelamento.
47
MORATÓRIA: 
É a postergação do prazo para pagamento do tributo devido, pode ser concedido de modo geral ou individual. Ela sempre dependerá de lei para a sua concessão. Esse benefício, salvo se a lei dispor de modo contrário, somente pode ser concedido se o crédito já fora constituído ou se o lançamento foi iniciado. 
A competência para concedê-la, em regra, é da pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo. Para alguns doutrinadores a União poderá conceder moratória sobre qualquer tributo em caso de guerra externa.
O artigo 152 classifica a moratória em:
a) Geral: aquela concedida por lei, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa.
b) Individual: benefício cujo direito ao favor será reconhecido por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
48
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL: 
Visa interromper atos de cobrança do Fisco, enquanto o crédito ainda está em discussão. O depósito pode ser anterior ou posterior à constituição do crédito tributário. É uma faculdade (e não uma obrigação) concedida ao contribuinte, e não é condição para recurso na esfera administrativa e nem requisito para ingresso de ação judicial.
RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS: 
Impede a formação definitiva do crédito tributário. Importante lembrar que o STF julgou inconstitucional a exigência de depósito prévio nos recursos administrativos.
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA: 
Pode ser repressivo ou suspensivo. A suspensão ocorre com a liminar, não com a sentença transitada em julgado. Com a liminar a fazenda pública fica impedida de ajuizar a execução.
49
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA: 
Não importa a modalidade de ação ajuizada, com a concessão da liminar ou mesmo da antecipação de tutela, evita que o sujeito passivo arque com o ônus tributário antes que seja apreciado o mérito e a sentença tenha transitado em julgado.
PARCELAMENTO: 
A Lei Complementar nº 104/2001 incluiu o parcelamento entre as hipóteses de suspensão. Será concedido na forma e condições previstas em lei específica, aplicando subsidiariamente as regras da moratória.
50
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Extinção do crédito tributário é qualquer ato jurídico ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva. A extinção ocorre nas seguintes modalidades:
pagamento do crédito tributário;
compensação;
transação;
remissão;
decadência;
prescrição;
pela conversão do depósito em renda;
com a homologação do pagamento antecipado;
com a consignação em pagamento;
com a decisão administrativa favorável ao sujeito passivo de caráter irreformável;
com a decisão judicial transitada em julgado;
dação em pagamento em bens imóveis.
51
Pagamento: é a entrega do valor devido ao sujeito ativo da obrigação tributária.
Compensação: ocorre quando duas pessoas por serem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra podem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contas. O CTN (art. 170) prevê que a compensação deve estar prevista em lei; além disso, os créditos devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
Transação: Ocorrem concessões recíprocas entre o sujeito ativo (FISCO) e do sujeito passivo (contribuinte) da obrigação tributária para por fim a uma demanda. Também deve ser autorizada por lei.
Remissão: perdão total ou parcial do principal vencido. A remissão não é aplicada às penalidades por falta de pagamento desse crédito tributário. Logo, o contribuinte (sujeito passivo ou devedor) será dispensado de pagar o tributo vencido porém será obrigado a pagar a multa devida pela ausência de recolhimento do mesmo.
Prescrição: Perda do direito da pretensão de exigibilidade. Prazo de 5 anos. Prazo em que a Fazenda Pública tem o direito de cobrar judicialmente o contribuinte.
Decadência: Perda do próprio direito. A Fazenda Pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo de 5 anos.
52
Conversão do Depósito em Renda: Quando o contribuinte perde a ação o valor do depósito é convertido em favor da Fazenda Pública, independentemente de execução fiscal.
Pagamento Antecipado: Quando a fazenda homologa expressa ou tacitamente o pagamento antecipado pelo contribuinte. Ocorre nos lançamentos por homologação.
Consignação em pagamento: quando o sujeito da obrigação tributária se propõe a pagar e não está conseguindo. Ocorre sempre na esfera judicial, quando a Fazenda pública se recusa a receber o valor que o contribuinte propõe a pagar ou há dúvida a quem seria devido o tributo.
Decisão Administrativa irreformável: decisão proferida no âmbito dos processos administrativos fiscais (Decreto 70.235/1972). Faz coisa julgada contra o fisco.
Decisão Judicial Transitada em Julgado: O Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido, não há recurso pela fazenda pública no prazo de lei e a sentença transita em julgado.
Dação em pagamento de Bens Imóveis: forma de extinção do crédito tributário criada pela LC 104/01. O Contribuinte pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários.
53
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A exclusão ocorre exclusivamente em caso de promulgação de lei que determina a não-exigibilidade do crédito tributário por parte do sujeito ativo (Estado). As modalidades de exclusão previstas são:
isenção: é a dispensa do tributo devido. Ex.: isenção de imposto de renda.
anistia: exclusão das penalidades e não do crédito tributário. Ex.: exclusão de juros e multas.
imunidade: proibiçãoconstitucional de tributar. Ex: igrejas, partidos políticos, etc.
54
ANISTIA
O cometimento de infrações previstas na legislação tributária enseja ao contribuinte a aplicação de penalidades pecuniárias, multas, que constituem ao Estado como forma de crédito Tributário. 
A anistia, previsto nos arts. 180 a 182 do Código Tributário Nacional, Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966, é uma das formas de exclusão do crédito tributário relativo as penalidades pecuniárias. Pela anistia, o legislador extingue a punibilidade do contribuinte infrator da legislação tributária, impedindo assim a constituição do crédito em favor do Estado.
Como forma de perdão, a anistia contempla as infrações cometidas exclusivamente anteriormente a vigência da legislação que a concedeu, e não se aplica aos atos qualificados na lei como crimes e contravenção.
Devemos, o entanto, traçar as diferenças entre a anistia e a remissão, como explanado acima a anistia tem como foco a exclusão de credito tributário relativo apenas a multas e penalidades que teve como origem infração cometida em desacordo com a legislação tributária vigente, já a remissão abrange todo o crédito tributário, já constituído e devido, abrange tanto o tributo principal, como suas penalidades, é forma de dispensa legal prevista no art. 156, IV do Código Tributário Nacional.
55
A anistia pode ser concedida em caráter geral, abrangendo todas as penalidades relativas a todos os tributos, sendo assim decorre de lei e independe de requerimento do contribuinte, ou pode ser concedida limitadamente, referindo a apenas algum determinado grupo que se enquadre, referindo:
a) às infrações da legislação de determinado tributo;
b) às infrações com penalidades até determinado valor;
c) às infrações cometidas em determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob a condição de pagamento do tributo no prazo fixado na lei que a conceder.
A anistia decorre sempre de lei, é forma de exclusão de crédito tributário, quando de caráter geral decorre diretamente de lei, e quando de caráter restrito e concedida mediante ato da autoridade administrativa, nesse caso depende do requerimento do interessado e, importante ressaltar, deve preencher todos os requisitos e condições previstos em lei para sua concessão.
56
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
A isenção tributária, como a incidência, decorre de lei. É o próprio poder público competente para exigir tributo que tem o poder de isentar. A União, com o advento da atual Constituição Federal, não pode mais instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151, inciso III, da Constituição Federal 1988). 
É a isenção um caso de exclusão ou, melhor dizendo, de dispensa do crédito tributário (artigo 175, inciso I, do Código Tributário Nacional -CTN). 
A maioria dos doutrinadores entendem que a isenção não impede o nascimento da obrigação tributária, mas, tão-somente, impede o aparecimento do crédito tributário, que corresponderia á obrigação surgida.  
Na isenção a obrigação tributária surge, mas a lei dispensa o pagamento do tributo. 
57
É assim, a isenção, algo excepcional que se localiza no campo da incidência tributária. Houve o fato gerador do tributo, porém a lei determina que o contribuinte deixe de arcar com a respectiva obrigação tributária.
Como exemplo, temos as isenções do Imposto de Renda, que estão previstas no Regulamento do Imposto de Renda, e, entre elas, constam:
ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro;
o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor;
a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados;
os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança;
– as diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de trabalho, inclusive no exterior; - etc.
58
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
 
É uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada.
A imunidade tributária ocorre quando a Constituição impede a incidência de tributação, exigindo que o Estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer a tributação). Ou seja, as entidades ou pessoas contempladas com a imunidade têm o direito de realizarem determinada ação que normalmente configuraria fato gerador de um tributo, mas sem sofrerem a respectiva tributação. Logo, o que é imune não pode ser tributado.
No entanto, a imunidade só atinge a obrigação tributária principal, permanecendo as obrigações acessórias.
o Brasil, há um grupo de imunidades destinadas apenas aos impostos (ou seja, não se aplicam a taxas ou contribuições). São chamadas pela doutrina de imunidades genéricas e estão previstas no art. 150, VI da Constituição de 1988
59
IMUNIDADE NA CF/88 ART. 15O.
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; “IMUNIDADE RECÍPROCA”
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) 
60
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Vencida e não paga a obrigação tributária, a administração tributária deverá proceder à inscrição na dívida ativa, após o que é possível a extração de uma certidão de dívida ativa (título executivo extrajudicial), que permite o ajuizamento da ação de execução fiscal (Lei 6830/80).
PRERROGATIVAS DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
A administração pública tributária é regida pelos princípios gerais da administração (eficiência, autoexecutoriedade etc.), tal como qualquer outra área do Poder Público. 
 
Contudo, a administração tributária tem acesso a informações relevantes do sujeito passivo, para a indispensável fiscalização do cumprimento da obrigação tributária, de tal modo que pode requisitar (exigir) documentos do contribuinte, do responsável e até mesmo de terceiros, o que gera questões relacionadas a sigilo bancário e a sigilo fiscal.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR:
Consiste nas principais garantias constitucionais (onze ao todo), dadas aos contribuintes em relação aos limites de tributação pelo Estado.
Estão relacionadas nos artigos 150 e 151 da CF/88.
5.1 - Princípio da legalidade (II, art. 5º, e I, art. 150 da CF/88): 
O Estado só pode exigir ou aumentar qualquer tributo, desde que esteja previsto em lei (fonte principal). 
→ Decretos, portarias, instruções normativas (fontes secundárias), não podem instituir ou aumentar qualquer tributo (alíquota ou base de cálculo).
61
Constituição Federal de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedadoà União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
62
Princípio da isonomia ou da igualdade (art. 5º, e II, art. 150 da CF/88):
Por este princípio entende-se que o Estado tem a obrigação de tratar igualmente os contribuintes que se encontrem em situação econômica equivalente, assegurando a tributação de acordo com a capacidade do sujeito passivo de contribuir.
 
* Tem como objetivo tributar com justiça social.
Materializa-se através da instituição dos regimes diferenciados de tributação (MEI, Simples Nacional), e também através das alíquotas progressivas de impostos e contribuições (IR, CSLL, ITCD, etc.).
63
Constituição Federal de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
64
Princípio da capacidade contributiva (§1º do art. 145 da CF/88):
Sempre que possível, o Estado deverá instituir e cobrar impostos observando-se o caráter pessoal da tributação e a capacidade econômica do contribuinte, de forma também a assegurar a tributação de acordo com a capacidade do sujeito passivo de contribuir.
 
Também tem como objetivo tributar com justiça social.
Leva em consideração:
Pessoalidade;
Capacidade econômica (condições de contribuir);
Patrimônio;
Renda;
Atividades econômicas do contribuinte.
65
Constituição Federal de 1988:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
[...]
§1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
66
Princípio da irretroatividade tributária (XXXVI do art. 5º, e letra “a”, III do art. 150 da CF/88):
Este princípio tem como objetivo preservar a segurança jurídica tributária.
A lei tributária só pode ser aplicada, apenas e tão somente, aos fatos tributários que acontecerem após a sua entrada em vigor. 
A lei tributária não pode retroagir para alcançar fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor (há entendimento doutrinário de que ela pode retroagir apenas se for para beneficiar o contribuinte).
Por este princípio entende-se também que o legislador não pode estabelecer o início da vigência da lei em data anterior à de sua publicação.
67
Constituição Federal de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei (...), nos termos seguintes:
[...]
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
III - cobrar tributos:
[...]
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
68
Princípio da anterioridade tributária (letra “b”, do inciso III do art. 150 da CF/88):
Qualquer tributo só pode ser instituído ou aumentado para cobrança no exercício financeiro seguinte. Desta forma, a lei tributária deverá ser publicada até 31/12 do ano anterior ao que se pretende exigir o tributo.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado (...):
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
O §1° do art. 150 e o §6° do art. 195. da CF/88 preveem, no entanto, as seguintes exceções:
69
Princípio da noventena, ou anterioridade nonagesimal (letra “c”, III, art. 150 da CF/88 – EC 42/2003):
Estabelece que qualquer tributo só pode ser cobrado 90 dias após a data de publicação da lei que o instituiu ou aumentou, observado também o princípio da anterioridade (quando aplicável).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado (...):
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
70
Princípio do não confisco (IV, art. 150 da CF/88):
Por este princípio, nenhum tributo poderá ser instituído pelo Estado tendo caráter de confisco. 
Por confisco entende-se a situação antieconômica, ou aquela situação capaz de inviabilizar a atividade econômica (estatização da economia).
Art. 150. (...) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...[
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
71
Princípio da liberdade de tráfego (V, art. 150 da CF/88):
Este princípio impede a instituição de tributo cuja hipótese de incidência seja a transposição de fronteira interestadual ou intermunicipal, ou seja, tributo que impeça a liberdade de trânsito das coisas e das pessoas.
Art. 150. (...) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
72
Princípio da reserva de lei complementar (art. 146 da CF/88)
Estabelece que somente a lei complementar pode dispor (tratar), e com exclusividade, das normas gerais em matéria tributária. 
Cabe à lei complementar, no caso, ao Código Tributário Nacional – CTN, dispor sobre:
Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Definição de tributos e suas espécies;
Fato gerador, base de cálculo e contribuinte;
Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributária.
73
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
74
Princípio da reserva de lei para renúncia fiscal (§6º do art. 150 da CF/88):
Significa que o Estado só pode dispensar a arrecadação de tributo (renunciar), parcial ou totalmente, mediante lei específica do ente competente para instituir e arrecadar o respectivo tributo.
Art. 150. (...) 
§6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
75
Por sua vez, o art. 14 da LRF (LC 101/00) determina:
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária daqual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
76
Imunidade tributária (VI, art. 150 da CF/88):
Trata-se de uma limitação ao poder de tributar previsto na Constituição Federal, que impede a incidência de tributação sobre determinados fatos, pessoas ou grupo de pessoas.
O que é imune não pode ser tributado, ou seja, não se pode criar lei instituindo tributos sobre aquilo que a Constituição Federal expressamente diz ser imune à tributação.
Assim, se há imunidade, a lei tributária não incide, porquê é impedida de fazê-lo por expressa proibição da Constituição. 
77
78
INSCRIÇÃO E CDA
 A inscrição na dívida ativa é ato administrativo vinculado e, por consequência, desfruta das presunções relativas de validade e veracidade, o que se traduz na presunção de certeza e liquidez da exigibilidade do crédito tributário, supondo ainda a existência de prova pré-constituída. Assim, o ônus da prova para elidir a presunção é do sujeito passivo da obrigação tributária. 
A Lei 6830/80 prevê que a inscrição na dívida ativa suspende a fluência do prazo prescricional por 180 dias, o que não é aplicado à matéria tributária (exige-se Lei Complementar para a prescrição e decadência, embora seja aplicado aos demais créditos fiscais). 
A Súmula Vinculante 85 do STF afirma que só Lei Complementar pode dispor de decadência e prescrição em matéria tributária.  A inscrição na dívida ativa e sua correspondente CDA, devem indicar: quem deve, porque deve e o quanto deve. 
A fluência de juros posteriormente à inscrição e emissão da CDA, nos termos da lei, não retira a presunção de liquidez e certeza da exigência.
79
PRERROGATIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS
 
Dadas as importantes funções fiscais e extrafiscais que os tributos possuem, o Fisco tem um conjunto de prerrogativas que vão desde a matéria processual (por exemplo, prazos maiores etc.), até o direito material, visando à satisfação plena da obrigação tributária.
 Dentre as prerrogativas que o crédito tributário possui estão:
Fraude contra credores e fraude contra a execução. O crédito fiscal pode ser defendido contra medidas de contribuintes que propositalmente se desfazem de seus bens, o que pode se dar antes da inscrição na dívida ativa e após essa inscrição (ainda que no curso da ação de execução fiscal).
garantias do crédito aos “meios jurídicos assecuratórios que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação do tributo”. Da mesma forma, liga os privilégios à “posição de superioridade de que desfruta o crédito tributário, com relação aos demais” créditos.

Outros materiais