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Madara Uchiha うちはマダラ 
 
TÓPICOS EM LIBRAS: 
SURDEZ E INCLUSÃO 
(EEX0176/3734144) 9002 
 
Cultura das Comunidades Sinalizantes 
Tema 1 
 
1. Vimos no começo do primeiro módulo que 
linguagem se refere a um processo de 
comunicação por meio de mecanismos que 
transmitem todo tipo informações. Portanto, 
qualquer conjunto de sinais/signos pode ser 
considerado linguagem – uma placa de carro, 
músicas, gestos e assim por diante. Estudamos 
que o correto é língua de sinais, não linguagem 
de sinais. 
 
Qual das sentenças abaixo é uma justificativa 
correta para essa afirmação? 
 
a) As línguas de sinais são padronizadas. 
b) As línguas de sinais têm estrutura complexa e 
são naturais. 
c) A linguagem leva em conta a complexidade 
das línguas. 
d) As línguas de sinais ainda não são 
reconhecidas. 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
Diferentemente de linguagem, o conceito de língua 
remete especificamente a um código verbal, um conjunto 
de léxico que corresponde a significados dentro de um 
grupo social. As línguas de sinais possuem todos os níveis 
linguísticos existentes nas línguas orais, ou seja, fonologia, 
morfologia, semântica, sintaxe e pragmática – portanto, 
são línguas naturais e complexas. 
2. Chamamos de “surdo oralizado” o indivíduo com 
perda auditiva que se comunica oralmente e faz 
leitura orofacial. É comum pessoas que nasceram 
ouvintes perderem a audição com o tempo. 
Temos os “surdos sinalizantes”, que se 
comunicam por meio da Libras. Já o termo 
“surdo-mudo” é antiquado, ainda muito 
utilizado por pessoas que não conhecem a 
comunidade surda. 
 
Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir. 
 
I) Mudez é uma consequência da surdez. 
II) Surdos podem ser oralizados com fonoterapia. 
III) A mudez ou afonia é a incapacidade total ou 
parcial de produzir fala. 
 
Das afirmativas acima: 
 
a) Somente III é verdadeira 
b) Somente I é falsa 
c) Somente II é verdadeira 
d) II e III são falsas 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
Afonia ou mudez não tem nenhuma relação com a 
surdez. A pessoa ter deficiência auditiva ou surdez não 
significa que ela seja muda. Na verdade, é muito raro que 
uma pessoa surda seja também muda. O que acontece é 
que, por conta da falta de feedback auditivo, surdos 
congênitos precisem de treinamento clínico para articular 
a fala e fazer leitura orofacial, caso desejem. 
3. A comunidade surda não é homogênea. Os 
surdos são atravessados por várias outras questões 
sociais e individuais. As questões individuais estão 
fortemente relacionadas à idade da perda auditiva, 
a processos de escolarização, à utilização ou não 
de aparelhos auditivos, e assim por diante. Os 
surdos se identificam entre si especialmente por 
conta da língua em comum – no caso dos surdos 
brasileiros, a Libras. A partir do que nos apresenta 
Gladis Perlin, assinale a alternativa correta da 
correspondência identidade-característica. 
 
I) Identidade de transição 
II) Identidade inconformada 
III) Identidade híbrida 
IV) Identidade surda 
 
( ) Surdos que não se sentem compreendidos por 
ouvintes e têm sentimento de subalternidade. 
( ) Surdos que depois de um tempo vivendo sem 
língua de sinais encontram a comunidade surda. 
( ) Surdos que perderam a audição e se 
comunicam em língua de sinais e língua oral. 
( ) Surdos que utilizam língua de sinais e se 
orgulham da comunidade surda. 
 
a) I, IV, III, II 
b) IV, III, II, I 
c) III, IV, I, II 
d) II, I, III, IV 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
De acordo com Gladis Perlin, temos algumas identidades 
surdas passíveis de classificação. Surdos oralizados ou 
sinalizadores podem, por vezes, sentir-se inferiores aos 
ouvintes, configurando-se como uma identidade 
inconformada. Pessoas podem perder a audição depois de 
já terem a língua oral adquirida e optar por aprender a 
língua de sinais também, o que Perlin chama de 
identidade híbrida. Surdos podem demorar algum tempo 
para entrar em contato com a comunidade surda e passar 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
por um período de identidade de transição. Outros surdos 
se sentem felizes com o fato de serem surdos e têm 
orgulho da língua de sinais. 
4. Pela ótica da Sociologia e de pesquisadores da 
área dos estudos surdos, a comunidade surda se 
configura em uma minoria linguística, com 
histórias de lutas e conquistas que se une 
enquanto sujeitos com características específicas 
decorrentes de sua experiência de interação com 
o mundo. Sobre os artefatos culturais surdos, 
analise as alternativas a seguir. 
 
I) A literatura surda serve como um meio de 
identificação e representatividade para os seus 
leitores. 
II) É possível afirmarmos que os surdos são seres 
biculturais. 
III) Humor não faz parte da cultura surda, pois é 
pejorativo. 
IV) A literatura surda tem produções originais ou 
adaptações de clássicos. 
 
Qual alternativa está correta? 
 
a) I, II, IV 
b) I, II, III, IV 
c) I, II, III 
d) I, IV 
Parabéns! A alternativa "A" está correta. 
Vimos que o traço mais importante da cultura surda está 
relacionado à língua de sinais e ao histórico de luta das 
comunidades surdas. É possível afirmar que os surdos são 
seres biculturais – já que, além da cultura surda, 
experienciam a cultura de seu país, da comunidade 
ouvinte majoritária – e seres bilíngues. A literatura surda, 
bem como o humor surdo, são artefatos culturais 
importantes que valorizam a diferença surda e as línguas 
de sinais. 
5. Estudamos que a língua-padrão pode ser 
considerada a variável linguística mais difundida e 
entendida por todos os falantes da língua. No 
entanto, variações linguísticas ocorrem em todas 
as línguas e são fenômenos naturais que mostram 
sua organicidade; no Brasil, o regionalismo é 
muito comum. 
 
Assinale a afirmativa correta sobre o tema. 
 
a) O regionalismo é mais frequente na língua 
inglesa. 
b) Dialetos são variedades de uma língua falada 
por comunidades geograficamente mal 
definidas. 
c) A língua varia no espaço geográfico, no 
decorrer do tempo e nos diferentes espaços 
sociais, bem como nas diferentes situações 
comunicativas. 
d) As línguas possuem relação superficial com a 
sociedade. 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
Vimos no texto que variação linguística é objeto de 
estudo da Sociolinguística, tendo como seu expoente os 
estudos de William Labov. Nos estudos seminais do autor, 
fica claro que língua e sociedade são fortemente 
correlacionadas. Por conta dessa correlação, a língua varia 
no espaço geográfico, no decorrer do tempo, e nos 
diferentes espaços sociais, bem como nas diferentes 
situações comunicativas. O regionalismo é um fenômeno 
natural, muito comum no Brasil por conta da riqueza 
cultural e extensão geográfica 
6. O estudo de Eichmann (2009) faz críticas 
pertinentes aos processos de padronizações que 
por vezes são impostos e liderados por ouvintes. 
A autora diferencia dois tipos de padronização 
linguística. Sobre essa diferenciação, assinale a 
alternativa incorreta. 
 
a) As línguas se transformam naturalmente 
com o tempo; sendo assim, há uma 
padronização espontânea. 
b) Padronizações podem ser impostas de “cima 
para baixo”. 
c) Nos processos de padronização, o 
protagonismo surdo deve ser respeitado. 
d) A única padronização possível acontece 
naturalmente. 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
A ausência de código escrito difundido das línguas de 
sinais faz com que alguma padronização deliberada se faça 
necessária – como vimos no exemplo do ENEM, uma 
prova que atinge todo o país e necessita de escolhas 
lexicais adequadas. Portanto, quando os códigos escritos 
são inseridos deliberadamente em certo contexto, devem 
ser procedidos com cuidado e respeito aos direitos 
linguísticos e ao protagonismo dos surdos em relação à 
própria língua. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nos três módulos aqui apresentados, compreendemos os 
conceitos relativos às comunidades surdas e às línguas de 
sinais. No caso dos surdos brasileiros, a língua utilizada é a 
Língua de SinaisBrasileira (Libras). Vimos que as línguas 
de sinais não são universais, mas línguas complexas que 
surgem naturalmente nas comunidades surdas. As línguas 
de sinais possuem gramática própria e todos os níveis 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
linguísticos existentes nas línguas orais, ou seja, fonologia, 
morfologia, semântica, sintaxe e pragmática. Portanto, 
possuem o mesmo status das línguas orais e sua 
peculiaridade mais importante é o fato de serem línguas 
visoespaciais, isto é, expressas pelo corpo no espaço e 
compreendidas visualmente. Estudamos que é uma língua 
recombinativa e arbitrária, apesar de ter presente a 
iconicidade. 
Entramos em contato com o universo da cultura surda, 
com artefatos culturais riquíssimos como a literatura 
surda, o humor surdo e assim por diante. As identidades 
surdas são diversas e heterogêneas, atravessadas pela 
cultura ouvinte. Nesse sentido, temos uma percepção 
sociológica dos indivíduos surdos e não clínica e 
normatizadora, que se preocupa apenas com reabilitação e 
grau de perda auditiva. 
Por conta da enorme variabilidade das línguas de sinais, o 
que as torna complexas, vivas e orgânicas, estudamos 
também o desafio dos processos de padronização das 
línguas de sinais. 
Esperamos que a história da comunidade surda inspire 
você a lutar por uma sociedade mais acessível e inclusiva, e 
que o conteúdo aqui disponibilizado lhe seja útil caso 
receba um aluno surdo em sala de aula ou encontre uma 
pessoa surda na sua trajetória de vida. 
 
Políticas de Inclusão dos Surdos 
Tema 2 
7. Identificamos os conceitos básicos de políticas 
linguísticas e suas aplicações e intervenções, 
positivas e negativas, essenciais para a reflexão de 
novos comportamentos e novas práticas sociais 
de uso da língua e das relações entre as línguas 
em contato. Marque a alternativa correta sobre os 
avanços de direitos dos surdos como sujeitos 
coletivos: 
 
a) Uma planificação da Libras como prática 
social dentro da comunidade surda para que 
os surdos não sejam guetos sociais. 
b) Um planejamento linguístico de uso da 
Libras como língua reconhecida legalmente, 
com efeitos substanciais na Educação, seja na 
formação de docentes, seja para política de 
tradução. 
c) Participação em debates de intérpretes de 
Libras-Português para garantir o direito 
constitucional de ouvintes bilíngues à 
escolha de assistir ao evento em uma das duas 
línguas brasileiras. 
d) A inclusão da Libras em todos os cursos 
superiores para que formandos ouvintes 
sejam bilíngues. 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
O planejamento linguístico favorece a construção, as 
estratégias e as ações de políticas linguísticas a favor das 
comunidades de línguas de minorias. Nesse ponto, a 
comunidade surda ganha espaço nos eixos políticos 
educacionais e tradutórios. 
8. O Decreto de Libras nº 5.626, de 22 de dezembro 
de 2005, no capítulo I, art. 2º, parágrafo único, 
classifica a definição das pessoas com deficiência 
auditiva. A ideia de definir a caracterização do 
indivíduo no documento jurídico significa: 
 
a) Usar um instrumento de proteção, 
preservação e promoção de língua para 
fortalecer a concepção clínica sobre os 
sujeitos linguístico-identitários, incorrendo 
em equívoco. 
b) Estabelecer garantias de direitos linguísticos 
para os sujeitos surdos pelo uso, ensino, pela 
tradução e disseminação da Libras. 
c) Interferir nos comportamentos linguísticos e 
sociais dos sujeitos das línguas em contato. 
d) Reconhecer os sujeitos surdos como sujeito 
identitários, de cultura e línguas próprias. 
Parabéns! A alternativa "A" está correta. 
A preocupação de definir a deficiência auditiva num 
instrumento legal é um equívoco por enxergar o surdo, 
ainda, como um grupo social não linguístico e por manter 
a visão patológica sobre a surdez. 
9. No paradigma da inclusão, as políticas inclusivas 
voltadas para as pessoas com deficiências e surdas, 
se não forem bem refletidas e a terminologia e as 
ações corretamente aplicadas, incorrem nos 
reforços de práticas discriminatórias e 
excludentes. Com base neste tema, tais exercícios 
intitulados inclusivos, mas com incoerências 
conceituais e terminológicas, são entendidos 
como: 
 
a) Exclusão generalizada e exclusão específica, 
pois declaram abertamente a ausência de 
garantia de direito das pessoas com 
deficiência e surdas. 
b) Sociedade inclusiva e inclusão plena porque 
são programas e projetos sociais e inclusivos 
em que o valor humano é núcleo para todas 
as ações. 
c) Inclusão marginal e ensaio inclusivo por não 
atenderem a uma série de necessidades e 
recursos para contemplar todos os tipos de 
gente que possam usufruir do programa, do 
projeto. 
d) Educação inclusiva e sociedade inclusiva, 
visto que todos os tipos de gente são 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
legitimados e sua participação ativa 
respeitada. 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
A inclusão marginal e o ensaio inclusivo carregam em si a 
semântica, ou seja, a proposta de serem programas, ações 
etc. inclusivos, mas fomentam ainda mais estereótipos e 
práticas excludentes, quando não são pensados quais tipos 
de gente podem frequentar e se apropriar deles. 
10. Materializar e instrumentalizar as políticas 
inclusivas no âmbito de políticas públicas sociais a 
fim de fomentar os direitos elementares das 
pessoas com deficiência e surdas configura 
elevada valia para o respeito e a legitimação de 
grupos sociais mais vulneráveis. Mas esses 
documentos ainda podem refletir termos e 
percepções comuns do imaginário social. Com 
base neste tema, pode-se afirmar que: 
 
a) Os problemas terminológicos e conceituais 
alusivos à comunidade surda reafirmam os 
mitos sobre as pessoas surdas e a Libras. 
b) Os direitos fundamentais das pessoas surdas, 
garantidos por mecanismos legais, importam 
mais do que erros e equívocos conceituais ou 
de termos. 
c) As pessoas que redigiram os textos das leis e 
dos decretos fazem parte do coletivo do 
senso comum, por isso houve esses 
problemas de afirmação da Libras como 
língua e dos surdos como sujeitos. 
d) Na planificação de políticas sociais inclusivas, 
os equívocos conceituais terminológicos 
podem ser corrigidos a cada 4 anos, sempre 
com a transição de presidentes e 
parlamentares. 
Parabéns! A alternativa "A" está correta. 
A questão conceitual e terminológica agrava mais ainda as 
concepções equivocadas sobre as pessoas surdas e a Libras. 
Pedagogicamente, deveriam fomentar as alusões corretas 
sobre a comunidade surda e não atribuir mitos a ela. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Como vimos, as políticas linguísticas consistem em um 
campo de estudos científicos por serem um saber, um 
conhecimento sobre objetos observáveis e analisáveis. Elas 
também podem ser vistas como ações, programas e 
estratégias para a efetivação dos direitos das comunidades 
de fala, que buscam a equitativa, justa, inclusiva e 
equilibrada democratização dos direitos constituintes, 
dentre eles, o de ter sua língua falada e usada em todos os 
espaços sociais. 
A Libras é a língua natural da comunidade surda brasileira 
e, pela força da legislação, os surdos têm o uso da língua 
de sinais garantido para acessibilidade linguística deles por 
meio da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e do 
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, os quais 
dão à Libras segurança, proteção, preservação de uso, 
ensino, tradução e disseminação. 
As comunidades linguísticas ou de fala e as minorias 
linguísticas não podem ser medidas pela quantidade de 
falantes, pelo padrão de quantificação. Elas são 
estigmatizadas pelo processo de minorização, de um 
entendimento abaixo da real concepção de comunidades. 
E, com este tema, apresentamos elementos para superar 
esse estigma. 
As políticas inclusivas somam-se às políticas linguísticas 
visando à ascensão social das pessoas surdas e funcionam 
como ferramentas de proteção e promoção dos seus 
direitos elementares. Para compreensão dos campos 
apresentados, foi necessárioque alguns termos fossem 
explicados, tais como diversidade humana, valor humano, 
preconceito e convivência. 
 
Aspectos Sociolinguísticos da Língua Brasileira 
de Sinais 
Tema 3 
Leia o texto a seguir para responder às perguntas 1 
e 2: 
 
[...] 
 
Levanta, preta, que o Sol tá na janela 
Leva a gamela pro xaréu do pescador 
A alforria se conquista com o ganho 
E o balaio é do tamanho do suor do seu amor 
Mainha, esses velhos areais 
Onde nossas ancestrais acordavam as manhãs 
Pra luta sentem cheiro de angelim 
E a doçura do quindim 
Da bica de Itapuã 
 
[...] 
 
(G.R.E.S. UNIDOS DO VIRADOURO. Samba-
enredo 2020 – Viradouro de Alma Lavada.) 
 
11. As palavras “balaio” e “mainha” são muito usadas 
na região da Bahia, sobre a qual o enredo se 
refere. Em outros locais do Brasil, as formas 
utilizadas para tais conceitos podem ser “cesto” e 
“mãezinha”. O tipo de variação linguística que 
aponta para diferenças no âmbito regional é 
denominado: 
 
a) Variação diafásica 
b) Variação diatópica 
c) Variação diastrática 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
d) Diacronia 
e) Mudança 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
O tipo de variação que espelha diferenças regionais de uso 
da língua é chamado de variação diatópica, manifestando 
falares regionais, dialetos ou expressões tipicamente 
regionalistas. 
12. Considere as afirmativas a seguir: 
 
I - O uso da palavra “mainha” está fortemente 
associado a contextos de menor grau de 
formalidade; se um falante do dialeto baiano, em 
situações de registro formal, preferir o uso da 
forma “mãe” no lugar de “mainha”, evidenciará 
uma variação diafásica. 
II - A forma verbal “tá” no lugar de “estar”, 
caracterizando um registro informal da língua e 
muito próximo da oralidade, não é uma variação 
linguística, já que a única maneira da língua a ser 
considerada é a língua-padrão. 
III - A letra de um samba-enredo pode conter 
registros mais coloquiais ou informais da língua 
para efeitos de expressividade e adequação ao seu 
contexto, caracterizando uma variação diafásica. 
IV - Se o baiano prefere a forma afetuosa 
“mainha” e o povo de outros lugares prefere a 
forma carinhosa “mãezinha”, estão todos usando 
termos de diferentes lugares para a mesma doce 
figura, caracterizando a variação diatópica. 
 
Estão corretas somente as afirmativas: 
 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I, II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
O tipo de variação que espelha as diferenças de registro de 
uso da língua é chamado de variação diafásica, conforme 
ilustrado nas afirmativas I, II e III. No entanto, a afirmativa 
II contém erro ao não reconhecer que o uso da forma 
verbal “tá” é uma variação e que devemos considerar as 
formas de variação da língua e não apenas a língua-padrão 
ou culta. A afirmativa IV apresenta corretamente uma 
situação de variação diatópica, ou seja, diferentes 
expressões ou palavras para um mesmo referente em 
função da região dos falantes ou usuários da língua. 
 
13. A relação da Sociolinguística com o campo 
educacional nos ajuda a pensar sobre as noções de 
adequação e de aceitabilidade linguísticas. Essas 
noções seriam as mais corretas tanto no ensino 
de línguas maternas quanto no ensino de línguas 
adicionais, ao mesmo tempo que nos levam a 
questionar determinadas atitudes diante da falta 
de domínio que um aluno possa ter da língua ou 
variante de maior prestígio social. 
 
Considerando essas afirmações e o que você 
estudou neste módulo, assinale a alternativa 
correta. 
 
a) A adequação linguística consiste na ideia de 
que um texto não possibilita o ato 
comunicativo se estiver, de alguma maneira, 
contrário às normas ortográficas e de 
concordância previstas na gramática 
tradicional. 
b) A Sociolinguística não contribui para o 
desenvolvimento de propostas educacionais 
de qualidade porque condena e rejeita a 
gramática tradicional e o uso culto da língua. 
c) A noção de erro, pautada no ensino da 
gramática tradicional, não contempla o fato 
da diversidade linguística. 
d) A sala de aula de língua materna possui 
propostas sociolinguísticas absolutamente 
distintas da sala de línguas adicionais, pois a 
Sociolinguística não se aplica a ambas. 
e) A Sociolinguística traz implicações ao campo 
educacional estabelecendo quais usos da 
língua não podem ser aceitos na escola ou 
nos atos comunicativos em geral. 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
A visão tradicional de erro ignora o fato da diversidade 
linguística e de usos diversos. A Sociolinguística contribui 
para que a abordagem educacional ou didática do ensino-
aprendizado da língua não negligencie nem estigmatize os 
usos ou registros da língua distantes do padrão ou da 
norma culta, ainda que a escola tenha a missão de tratar 
da gramática tradicional e levar o aluno também ao 
domínio da língua culta. 
 
14. Assinale a alternativa que apresenta uma 
afirmação correta sobre a relação entre a 
Sociolinguística e o contexto educacional da 
Libras: 
 
a) O reconhecimento de que a sinalização 
também é uma forma de oralidade é 
desnecessário, pois a Sociolinguística enfatiza 
a superioridade do letramento. 
b) Quem usa Libras com desempenho 
satisfatório, produzindo textos com 
literariedade em Libras, não tem como 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
dominar com bom desempenho a L2 escrita 
na sua experiência de aprendizado na escola. 
c) Tanto nas aulas de L1 quanto nas de L2, a 
escola deve restringir sua proposta de ensino 
à oralidade, no caso do português, ou à 
sinalidade, no caso da Libras. 
d) No ensino de Libras como L1 e do PBL2 de 
surdos, parte do conteúdo deve contemplar 
as práticas de oralidade em Libras e as práticas 
de letramento na L2. 
e) As situações de comunicação em Libras e em 
PBL2 não são respaldadas como objeto de 
ensino e aprendizado a partir da 
Sociolinguística Interacional. 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
Os estudos sociolinguísticos nos ajudam a compreender 
que, em Libras, parte do conteúdo previsto no objetivo de 
ensino deve tratar da oralidade ou “sinalidade”, assim 
como no estudo da língua portuguesa como L2 do aluno 
surdo se deve trabalhar parte do conteúdo programático 
com práticas de letramento. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vimos que a Sociolinguística nos ajuda a identificar os 
tipos de variação que podem existir em determinada 
língua, além de perceber que parte dessas variações pode 
resultar em uma mudança na própria língua. Também 
verificamos que a Sociolinguística é uma área que 
contribui para o entendimento da Libras, sua descrição e 
seu entendimento, e para o fortalecimento da 
comunidade surda. 
Ao tratar dos aspectos inerentes à variação e mudança das 
línguas, a abordagem sociolinguística apresenta uma das 
diversas características que definem a Libras como língua 
natural, por mostrar suas semelhanças com outras línguas 
orais. 
Ao tratarmos dos aspectos linguísticos e sociais envolvidos 
no processo de construção interacional, você aprendeu 
que a Sociolinguística mostra como o uso da língua reflete 
o comportamento ideológico e social de sua comunidade 
linguística, revelando aspectos importantes sobre seu 
funcionamento interno. 
Outra grande contribuição da Sociolinguística para a 
comunidade surda tem a ver com seu papel na construção 
de uma prática educacional mais adequada para o ensino 
de línguas. Assim, ao se dedicar aos estudos voltados para 
a interface língua/sociedade, é possível desfazer 
preconceitos sobre a natureza e função da linguagem, 
contribuindo com princípios mais consistentes sobre seu 
ensino. 
 
Especificidades Linguísticas da Língua Brasileira de 
Sinais 
Tema 4 
15. Quantos e quais são os parâmetros que compõem 
os sinais da Libras? 
 
a) Centenas, uma vez que cada palavra tem um 
sinal diferente. 
b) Cinco parâmetros: configuração de mãos 
(CM), ponto de articulação (PA), 
movimento (M), orientação da 
palma/direção (OP) e expressão corporal 
(EF). 
c) Cinco parâmetros: configuração de mãos 
(CM),ponto de articulação (PA), 
movimento (M), orientação da 
palma/direção (OP) e componentes não 
manuais, que podem ser expressões faciais 
(EF) e expressões corporais (EC). 
d) Dez parâmetros: configuração de mãos 
(CM), que pode ser dorsal ou ventral; ponto 
de articulação (PA), também dorsal ou 
ventral; movimento (M), lento ou rápido. 
orientação/direção (O), dorsal ou ventral, e 
expressões não manuais (ENM), lentas ou 
rápidas. 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
É por meio da combinação dos cinco parâmetros – 
configuração de mãos (CM), ponto de articulação (PA), 
movimento (M), orientação/direção (O) e componentes 
não manuais – que se formam os sinais da Libras. A partir 
deles, em suas inúmeras expressões e combinações, é 
possível descrever todos os sinais. 
16. O que faz da Libras uma língua e não uma 
linguagem? 
 
a) Sua riqueza de componentes. 
b) A possibilidade de as expressões faciais do 
sinalizante suprirem a ausência de entonação 
oral. 
c) A oficialização da língua em território 
brasileiro. 
d) Seus componentes linguísticos: gramática, 
semântica, pragmática e sintaxe. 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
Os estudos descritivos das línguas de sinais começaram 
nos anos 1960 com Stokoe, que provou que a ASL 
(American Sign Language) era uma língua natural, dotada 
de elementos linguísticos característicos de uma língua. 
No Brasil, os primeiros trabalhos sobre a Língua Brasileira 
de Sinais são de Ferreira Brito, nas décadas de 1980 e 1990 
e, posteriormente, de Quadros e Karnopp (2004). 
17. Quanto às bases instrumentais da Libras, pode-se 
dizer que: 
 Madara Uchiha うちはマダラ 
 
a) A língua é pobre por não existir flexão de 
gêneros nos substantivos. 
b) A Libras não apresenta aspectos pontuais, 
continuativos ou durativos. 
c) Há apenas uma maneira de usar a negativa. 
d) Existem sinais simples e compostos. 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
As bases instrumentais da Libras apresentam sinais simples 
e compostos, ao menos duas maneiras de expressar 
sentenças negativas, aspectos pontuais, continuativos e 
durativos (obtidos por intermédio de alterações na CM e 
no M), e mesmo que a língua não apresente flexão de 
gênero, suas bases instrumentais são variadas e ricas, seja 
na formação das palavras ou na estrutura das frases. 
18. Quanto à estrutura linguística da Libras, é correto 
dizer que: 
 
a) É composta por empréstimo lexical, 
inicialização, empréstimo de itens lexicais de 
outras línguas de sinais, empréstimo de 
domínio semântico e empréstimo de ordem 
fonética. 
b) É composta pelo alfabeto da língua 
portuguesa, pela datilologia, pelo 
empréstimo de léxico de outras línguas de 
sinais, empréstimo de ordem fonética e 
empréstimo semântico. 
c) É composta somente das configurações de 
mão (CM) constitutivas dos sinais que 
representam as letras do alfabeto da língua 
portuguesa. 
d) É composta pelo alfabeto manual, pela 
datilologia, pelas configurações de mãos e 
pelo empréstimo de itens lexicais de outras 
línguas de sinais. 
Parabéns! A alternativa "A" está correta. 
São vários os aspectos que constituem a estrutura 
linguística de Libras. Entre eles, a ocorrência de alguns 
empréstimos (FERRERA BRITO, 1995). As demais 
alternativas estão parcialmente corretas, incompletas e 
falsas. 
19. Ao se comparar a estrutura das sentenças na 
língua portuguesa e na Libras, pode-se dizer que: 
 
a) Uma reproduz exatamente a outra. 
b) O português apresenta a ordem usual 
Sujeito+Verbo+Predicado, enquanto a Libras 
usa Predicado+Sujeito+Verbo. 
c) A Libras inverte a ordem 
Sujeito+Verbo+Predicado, apresentando 
frases na sequência Predicado (ou 
Objeto)+Verbo+Sujeito. 
d) Não há regra para ordenação da frase na 
Libras. 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
A estrutura das frases em Libras apresenta primeiro o 
predicado, ou objetos (direto e indireto), em seguida o 
sujeito, e só então o verbo. Mas vale lembrar que muitos 
surdos alteram a estrutura frasal para facilitar o 
entendimento de pessoas mais acostumadas com a ordem 
da língua portuguesa. 
20. O elemento dêitico na Libras constitui um 
importante recurso para a compreensão do 
discurso imagético. Quanto a seu uso, é correto 
afirmar: 
 
a) Esse elemento não trata sobre os usos dos 
verbos na Libras. 
b) No uso temporal, a ausência do uso dos 
sinais de PASSADO para indicar ações que já 
aconteceram, ou do FUTURO, é normal. 
c) No uso temporal, a ausência do sinal que 
indica PRESENTE é comum. 
d) Indica que o sujeito está implícito no sinal. 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
O componente dêitico é um componente morfológico 
importante para a compreensão do discurso imagético. Na 
dêixis temporal é necessário indicar o sinal PASSADO ou 
FUTURO para completar o entendimento do tempo do 
verbo. Quando não há o sinal HOJE ou AGORA, 
entende-se que, ainda assim, a ação é presente. Por fim, 
não há sujeito implícito em Libras, de modo que a dêixis 
de pessoa também é obrigatória. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Toda língua tem características próprias e comuns às 
outras. E com a Libras não é diferente. Mas essa língua 
tem uma peculiaridade: é de modalidade diferente da 
língua hegemônica no Brasil, a língua portuguesa, que é 
uma língua oral. Assim como outras línguas de sinais, a 
Libras é visoespacial. 
Aprendemos como ela se baseia nos cinco parâmetros – 
configuração de mãos, ponto de articulação, movimento, 
orientação da palma da mão/direção, componentes não 
manuais –, de compreensão indispensável para qualquer 
um que deseja aprendê-la. São as combinações desses 
parâmetros que formam todo o léxico da Libras. 
Também aprendemos outras especificidades como a 
representação dos números, do gênero, dos comparativos, 
da negação, entre outros, além da importância dos modais 
e do elemento dêitico.

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