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NÍVEIS DE ALANINA AMINOTRANSFERASE E ASPARTATO AMINOTRANSFERASE INTRODUÇÃO: As aminotransferases são enzimas essenciais envolvidas no metabolismo central de todos os organismos. O primeiro passo no catabolismo da maioria dos L-aminoácidos que chegam ao fígado é a remoção dos grupos alfa- amino através das reações de transaminação, onde o grupo alfa-amino é transferido para o átomo de carbono alfa do alfa-cetoglutarato, produzindo o respectivo alfa-cetoácido análogo do aminoácido. O objetivo das reações de transaminação é coletar os grupos amino de muitos aminoácidos diferentes na forma de apenas um, o L-glutamato, que funciona como doador de grupos amino para as vias biossintéticas ou para as vias de excreção que levam à eliminação dos produtos nitrogenados. Atualmente, a metodologia cinética-UV é utilizada para a determinação da atividade de ALT e AST, e o princípio do método baseia-se no fato que o piruvato ou oxaloacetato (pela ação da malato desidrogenase) são reduzidos a lactato e malato, respectivamente, enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD+. Devido a essa oxidação ocorre uma redução na absorbância em 340nm que é então monitorada fotometricamente, sendo diretamente proporcional à atividade de ALT e AST nas amostras. Este trabalho visa relatar a aula prática da disciplina de Bioquímica Especial, realizada no dia 8-10-19 às 11:30, pertencente ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria que fundamentava-se no conteúdo sobre Níveis de Alanina Aminotransferase e Aspartato Aminotransferase. DESENVOLVIMENTO: EMBASAMENTO TEÓRICO: A alanina aminotransferase (ALT), conhecida também como transaminase glutâmica pirúvica (TGP) é uma enzima presente no nosso corpo que participa de vários processos indispensáveis no fígado. O fígado tem diversas funções importantes como produção de bile para ajudar na digestão, remoção de resíduos e toxinas presentes no sangue e produção de proteínas e colesterol. Além do fígado, a alanina aminotransferase também pode ser encontrada em baixas quantidades nos rins e em outros órgãos. De um modo específico e técnico, a ALT é uma enzima capaz de transferir grupos amino de uma molécula para outra. Isso significa que a alanina aminotransferase participa do metabolismo de degradação do aminoácido alanina obtido principalmente através da ingestão de proteínas na alimentação gerando produtos de degradação como o piruvato, que é uma molécula usada como combustível pelas células do nosso corpo. Além de ser usado como fonte de energia, o piruvato também pode ser transformado em glicose e armazenado como gordura no organismo. Desta forma, a principal função dessa enzima é fornecer energia para nossas células. As concentrações de diversas enzimas hepáticas no sangue são indicativos de danos no fígado. Uma dessas enzimas é a alanina aminotransferase, que quando alta ou baixa demais indica danos no órgão ou problemas de saúde. Quando ocorre um dano em algum órgão específico como o fígado, o órgão não funciona como deveria e as células acabam morrendo. Por causa da morte celular, essas células liberam seu conteúdo na corrente sanguínea. EMBASAMENTO PERANTE A AULA PRÁTICA: ALT está presente no citoplasma dos hepatócitos, portanto é baixa nos rins e músculos. Ela detecta danos hepáticos em cães e gatos (danos no fígado libera essa enzima no sangue), sendo encontrada em concentrações menores em grandes animais. Doenças que podem elevar a ALT são: hepatites virais, medicamentos como paracetamol , corticóides, AINES, cefalosporinas e cetoconazol e cirrose. Seu pico de elevação é de 3 a 4 dias após a lesão e se normaliza em 2 semanas. ALT (NH3) Glutamato + piruvato ----→ alfa-cetoglutarato + alanina Transfere agrupamento amino da alanina para alfa cetoglutarato MATERIAIS E MÉTODOS: Na aula prática utilizada como base para este trabalho, foram empregados os seguintes materiais: 2 reagentes, 3 tubos de ensaio (1 para o branco, 1 do soro do cão e 1 do soro do gato), pipetas de 50 nL e 500 nL. ORIENTAÇÕES: Pipetar direto nas cubetas; Misturar 50nL do soro do cão e gato com 500 nL de reagente de trabalho; Zerar aparelho espectrofotômetro com água destilada em comprimento de onda de 340nm; Colocar no espectrofotômetro e ler imediatamente após a mistura e após 2 minutos. U/L (concentração) = (absorvância maior subtraída a menor independente do tempo zero e de dois minutos) X 1761 MEDIDAS ALT: CÃES: de 0 a 102 U/L GATOS: de 0 a 88 U/L TUBOS: branco com 500 nL de H20, C (amostra cão) 50nL + 500nL reagente, G (amostra gato) 50nL + 500 nL reagente. RESULTADOS: CÃO: tempo 0 = 1,330 e após 2 minutos = 1,340 1,340 – 1,330 = 0,01 x 1761 = 17,61 (normalidade) GATO: tempo 0 = 0,570 e após 2 minutos = 0,540 0,570 – 0,540 = 0,024 x 1761 = 42,264 (normalidade) (Diminuição do número após 2 minutos significa que está consumindo NADH, aumentando a reação de desaminação e formando lactato) EMBASAMENTO TEÓRICO: A AST (anteriormente chamada GOT, transaminase glutâmino-oxalacética) catalisa a transaminação reversível de aspartato e 2-cetoglutarato em oxalacetato e glutamato. Existe em muitos tecidos como duas isoformas, a citosólica e a mitocondrial, sendo mais abundante no fígado e nos músculos. Seu uso é como indicador de danos nesses tecidos. Aumento de AST é observado na hepatite infecciosa e tóxica, na cirrose, na obstrução biliar e no fígado gorduroso. Seu nível também está aumentado quando ocorre hemólise, deficiência de selênio e vitamina E e exercício físico intenso. Em lesões musculares, convêm conferir também a atividade de CK. A AST é usada para avaliar condicionamento físico em animais de esportes. Também, em suínos, pode ser indicador da capacidade de suportar estresse por transporte (teste de halotano). Em ruminantes, a AST é um bom indicador do funcionamento hepático. Valores altos de AST associados a valores baixos de colesterol e de albumina revelam, com razoável certeza, transtornos na função hepática. Em aves e outros animais, a AST pode indicar toxicidade por ionóforos usados como drogas anticoccidiais. EMBASAMENTO PERANTE A AULA PRÁTICA: AST está presente na região citosólica e mitocondrial do fígado e músculos (e em pequenas quantidades nos rins, pâncreas e eritrócitos). Marcadora de alterações musculares em animais domésticos (ver creatina quinase).Quanto maior o dano, mais profundo a AST das mitocôndrias são liberadas. Está elevada em cardiomiopatias, endocardites bacterianas, trombose aórtica e infarto do miocárdio. Em ruminantes ela incida o funcionamento hepático. Em eqüinos está elevada tanto em miopatias quanto em lesões hepáticas. Em aves, a toxicidade causada por antiparasitários pode elevá-la também. Em suínos, o estresse pelo transporte pode elevá-la. Citosol doa agrupamento amino e a AST coloca o glutamato pra dentro das mitocôndrias. AST (NH3) Glutamato + Oxaloacetato -→ Alfa-cetoglutarato + aspartato Aspartato da agrupamento amino para alfa-cetoglutarato. O único aminoácido que pode ser desaminado é o glutamato. MATERIAIS E MÉTODOS: Na aula prática utilizada como base para este trabalho, foram empregados os seguintes materiais: 2 reagentes, 3 tubos de ensaio (1 para o branco, 1 do soro do cão e 1 do soro do gato + reagente para AST), pipetas de 50 nL e 500 nL. Pipetar direto nas cubetas. Misturar 50nL do soro do cão e gato com 500 nL de reagente de trabalho. Zerar aparelho espectrofotômetro com água destilada em comprimento de onda de 340nm. Colocar no espectrofotômetro e ler imediatamente após a mistura e após 2 minutos. U/L (concentração) = (absorvância maior subtraída a menor independente do tempo zero e de dois minutos) X 1730 MEDIDAS AST: CÃO: de 0 a 63 U/L GATO: de 0 a 43 U/L RESULTADOS: CÃO: tempo 0 = 1,239e após 2 minutos = 1,242 1,242 – 1,239 = 0,003 x 1730 = 5,19 (normalidade) GATO: tempo 0 = 0,660 e após 2 minutos = 0,636 0,660 – 0,636 = 0,024 x1730 = 41,42 (normalidade) RESULTADOS: os resultados da aula prática citada basearam-se no melhor entendimento e compreensão acerca das enzimas ALT e AST. Notou-se através dos experimentos que os níveis de ALT e AST indicaram normalidade tanto no cão, quanto no gato. Também ficou bem nítida a importância dessas enzimas para o nosso organismo como indicadoras de doenças hepáticas e musculares. DISCUSSÕES: Embora os níveis de ALT e AST estejam normais nas amostras dos animais testados, é necessário ressaltar em que condições elas se alterariam. A ALT alta pode ser indicativo de hepatites virais, uso indevido de medicamentos como paracetamol , corticóides, AINES, cefalosporinas e cetoconazol e cirrose. A AST alta pode ser indicativa de hepatite infecciosa e tóxica, de cirrose, de obstrução biliar e de fígado gorduroso e também está aumentada quando ocorre hemólise, deficiência de selênio e vitamina E, exercício físico intenso, cardiomiopatias, endocardites bacterianas, trombose aórtica e infarto do miocárdio. CONCLUSÃO: A partir da aula prática sobre os Níveis de Alanina Aminotransferase e Aspartato Aminotransferase da disciplina de Bioquímica Especial Veterinária, conclui-se que o conhecimento a respeito dessas enzimas é muito importante na clínica quando o assunto é suspeita de danos hepáticos ou musculares.
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