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RESUMO CPC 1º ao 512

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
1. Normas Fundamentais E Princípios 
 
Noções Gerais 
 
O homem é um ser gregário, os indivíduos, de maneira 
geral, estão habituados a viver em sociedade. Dentro da 
lógica da vida em sociedade, não raras vezes, sabemos que 
conflitamos, nos desentendemos. 
Os conflitos, também conhecidos tecnicamente como lides, 
são esses desajustes, comuns na vida em sociedade. Ao 
versar sobre conflitos entre particulares, devemos perceber 
que por muito tempo, os mesmos não eram resolvidos pelo 
Estado, mas sim através da força e do que aquilo que é 
chamado conceitualmente de autotutela. 
Com o decorrer do tempo, o Estado passou a se interessar 
na resolução desses conflitos, dizendo o direito, lançando a 
jurisdição. Hoje, a autotutela é proibida e apenas se faz 
permitido em casos excepcionais e sobre o controle do 
Estado. 
Com a vinda do interesse do Estado, surgem as mais 
diversas ramificações sobre áreas de conflitos, e lança-se o 
Direito Processual Civil como o ramo do Direito Público que 
através de princípios e regras irá determinar a resolução de 
conflitos de natureza civil. 
O Código de Processo Civil é a principal fonte formal deste 
ramo e ressalta-se, genuíno, o único Código criado sob a 
égide de um Estado Democrático de Direito. 
 
Os primeiros artigos do Código, mais especificamente do Art. 
1º ao 12, regulam as normas fundamentais, que nada mais são 
do que a base estruturante do Direito Processual Civil, e que 
se observa, contudo, que este rol é apenas exemplificativo, 
podendo ser extraído de demais ordenamentos jurídicos 
outros princípios, os quais, logo, se fazem necessário 
conhecê-los: 
 
Princípio do Devido Processo Legal - Art. 5º, inciso LIV, da 
CRFB/88 
É considerado o princípio base do direito processual. 
Este é um princípio constitucional o qual determina que 
ninguém será privado de seus bens ou condenado a 
qualquer situação sem que se haja um devido e prévio 
processo legal e que neste seja dado a oportunidade de 
defesa e de manifestação em todas as ocorrências 
contraditáveis dos autos. 
 
Ou seja, por meio deste princípio, faz-se necessário um 
processo, o qual será documentado por todas as 
oportunidades de defesa e todos os argumentos, tanto do 
Autor como do Réu, para somente então haver um 
julgamento. 
 
Princípio Dispositivo ou Demanda – Art. 2° do CPC 
Como muito se sabe, a demanda nasce por manifestação da 
parte. 
De acordo com esse princípio, o processo se inicia somente 
por provocação da parte. Essa parte trata-se do indivíduo 
que sofreu ameaça ou lesão ao seu direito, o qual poderá, 
se tiver interesse, manifestar a sua vontade de 
representação perante o Poder Judiciário, através da Petição 
Inicial.. 
 
Princípio do Impulso Oficial – Art. 2º do CPC 
Iniciado o processo por iniciativa da parte, passa a vigorar o 
princípio do impulso oficial, por meio do qual, cabe ao 
magistrado conduzir os autos. Aqui vale conferir o Art. 139 do 
CPC, que dispõe os meios pelos quais juiz dirigirá o processo. 
Para este princípio há exceções, há duas hipóteses que a lei 
excepciona ao magistrado para adentre com os 
procedimentos de ofício, previstos no Art. 712 referente à 
restauração de autos e Art. 738 para cuidar da herança 
jacente. 
 
Princípio da Inafastabilidade ou Controle Jurisdicional – Art. 3º 
do CPC 
Podendo ser concebido também como acesso à justiça. Este 
princípio preleciona que ninguém poderá ser impedido de 
levar sua lide/conflito ao Poder Judiciário. 
Ressalta-se que não se faz necessário uma lesão de fato, 
apenas a existência de ameaça de lesão já é o suficiente 
para gerar o direito de ingressar perante o Judiciário e 
obrigar o magistrado a analisar o caso, julgando o processo. 
O magistrado não pode abster-se de julgar os autos. Uma 
vez que provocada a jurisdição, pelo princípio da 
inafastabilidade, o juiz tem o dever de prestar a tutela 
jurisdicional, não podendo esquivar-se de analisar o mérito. 
Aqui se vale abrir uma análise para um ponto muito 
importante dentro do tema, que trata-se dos vários meios 
de acesso à justiça, ou como popularmente se conhece, o 
Sistema Multiportas, trazendo os vários caminhos para a 
resolução de um conflito. 
Além da jurisdição é possível proceder à lide por meio da 
arbitragem e da autocomposição. 
A arbitragem foi autorizada, na forma da Lei 9.307/96 e é 
utilizada para conflitos de ordem patrimonial, cujo direito seja 
disponível, já a autocomposição permite que as partes 
resolvam através do diálogo e pode assumir duas formas. De 
acordo com o Art. 165 do CPC, a mediação será 
preferencialmente utilizada em conflitos que envolvam 
pessoas que já possuem vínculo anterior, como no caso de 
situações que envolvam família e vizinhos e neste caso, o 
mediador não poderá opinar ou sugerir soluções ao conflito, 
ele deve apenas tentar conduzir o ato de modo que as 
partes, por si, resolvam-se. Já a conciliação será 
preferencialmente utilizada entre pessoas desconhecidas, por 
exemplo, diante de uma ocorrência que envolva acidente de 
veículos entre estranhos. 
 
Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito – Art. 4º do 
CPC 
Este princípio visa garantir às partes o direito ao julgamento 
de mérito, em tempo razoável, fazendo alusão à própria 
atividade satisfativa. 
O que significa ainda dizer que se busca uma tutela 
concretizada, efetiva, a fim de não extinguir o processo se 
houver possibilidade de sanar vícios e defeitos, observando o 
magistrado, sempre que possível, prestigiar uma decisão de 
mérito. 
 
Princípio da boa-fé – Art. 5º do CPC 
Essa figura nasceu com o Direito Civil, foi ganhando força 
com a Constituição e hoje é um dos princípios mais 
importantes do Direito Processual Civil. 
Apesar de já existir desde o Código de Processo Civil de 
1973, o princípio da boa-fé ganhou força e expressão 
através do CPC de 2015, ordenando expressamente que 
TODAS as partes devem agir com boa-fé processual, 
baseadas na absoluta lealdade. 
Não se admite faltar com a verdade, nem litigar com o 
intuito puro de perturbar ou prejudicar a parte contrária. Não 
se admite brincar com o Poder Judiciário e em seu 
desrespeito poderá aquele receber uma condenação 
pecuniária por litigância de má-fé. 
 
Princípio da Cooperação – Art. 6º do CPC 
Todos os sujeitos devem colaborar para o bom desenrolar 
do processo, para que mesmo termine em um tempo 
razoável e se obtenha uma decisão justa e efetiva.. 
É um conceito indeterminado, pois não existe um tempo 
matemático para cada ação. 
 
Princípio da Isonomia – Art. 7º do CPC 
Isonomia substancial ou material. Princípio constitucional pelo 
qual deve-se tratar os iguais de forma igual e os desiguais de 
forma desigual no âmbito processual, isto pois, há de se 
considerar hipossuficiência e outras exceções específicas, 
como é o caso da prioridade na tramitação dos autos, 
prevista no Art. 1048 do CPC. 
Às vezes, em um processo, uma parte será mais fraca que 
a outra, o que significa dizer que terá menos possibilidades 
que a outra - aqui nem sempre se fala em questão 
econômica, mas em paridade de armas. 
 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa – Art. 9º e 10 
do CPC 
Contraditório Real ou Material. Este princípio deve ser 
observado com obrigatoriedade nos autos e se revela como 
a ampla oportunidade que as partes possuem em termos de 
direito de participação e de influenciar o juiz no processo. 
Por meio deste princípio entende-se que o juiz deve, 
obrigatoriamente, disponibilizar oportunidade igualitária de 
manifestação para todas as partes e permitir influenciar-se 
por elas. 
Do contraditório nascem duas regras, quais sejam: 
Vedação de decisões surpresas - Prevista no Art. 9º do CPC, 
o qual preleciona que deve haver uma escuta previa das 
razões de ambas as partes, antes de uma decisão judicial 
sobre assunto relevante. Todavia, há exceções, há casos em 
que primeiramente o juiz decide e posteriormente passa a 
ouvir a parte contrária, que se faz em caso de tutela de 
urgência ou evidência e ainda, no casode tutela de evidência 
lançada em ação monitória. 
Dever de consulta - Previsto no Art. 10, o magistrado não 
pode usar um fundamento novo na sentença, sem antes ter 
ouvido as partes sobre o tema. 
 
Princípio da Fundamentação e da Publicidade 
Fundamentação é a exigência constitucional, prevista no Art. 
93, IX da CRFB/88, a qual assinala que o juiz deverá 
fundamentar as suas decisões, sob pena de nulidade. Ainda, 
tal decisão deve estar fundamentada nos moldes do Art. 489 
do CPC. 
 
Já a Publicidade determina-se que todos os atos processuais 
serão públicos, visando um maior controle por parte de 
todos frente a atuação jurisdicional. 
Todavia, como bem se sabe, toda regra conta com uma 
exceção, neste caso vem a ser os processos que tramitam 
em Segredo de Justiça. 
 
O segredo de justiça é a limitação de que em dado 
processo, somente o juiz, as partes, seus advogados e o 
Ministério Público, quando se fizer necessário, terão acesso a 
este processo e seus atos. 
E isso irá acontecer quando houver menor envolvido, houver 
clamor público e quando se tratar de ações de família. 
 
Vale ainda destacar os termos estabelecidos no Art. 12 do 
CPC sobre a ORDEM CRONOLÓGICA. 
Cansado da morosidade proposital de alguns sistemas 
judiciários, o legislador com a vinda do CPC de 2015, instituiu 
que juízes e Tribunais devem PREFERENCIALMENTE criar 
uma fila que respeite a ordem cronológica. Logo que os 
autos forem conclusos, devem adentrar nesta fila. 
 
Fontes do Direito Processual Civil 
A Constituição Federal é a premissa maior. Além deste, o 
Código de Processo Civil e determinadas Leis Extravagantes 
como a Lei 9.099/95, Lei 12.016/09, Lei 7347/85. 
Aplicação das Normas Processuais 
Ao processo brasileiro se aplica a lei brasileira, no entanto, 
tratados, acordos e convenções internacionais dos quais o 
Brasil seja parte, também serão aplicados.. 
Além de que, o CPC publicado em 2015, entrou em vigor 
apenas em 18.03.2020. Nos termos do Art. 14 do CPC, via de 
regra, todos os processos iniciado a partir de 18.03.2015 
seguem as regras do CPC de 2015 e para os processos 
pendentes de julgamento, a norma não retroagirá e será 
aplicada dali pra frente, do estado em que os autos se 
encontram. 
 
2. Jurisdição e ação 
 
Jurisdição 
Traz a ideia de dizer o direito. Trata-se de um poder-dever 
atribuído a um terceiro imparcial, que é o Estado e fora 
criada para atender as mais variadas situações concretas de 
modo imperativo e criativo, de modo a gerar a melhor saída 
para cada caso, aplicando o Direito e buscando a pacificação 
social. 
 
A jurisdição tem por finalidade, em primeiro momento o 
âmbito político, que se revela na medida em que não 
exercemos a cidadania apenas através do voto, mas também 
quando buscamos a proteção estatal.; em segundo 
momento, fala-se em um escopo social, também chamado 
de educativo, no qual a ideia central da jurisdição firma-se na 
busca pelo bem comum e dentro deste contexto é 
fundamental perceber que jurisdição educa, inibindo 
comportamentos e ações tidas como intoleráveis; e por 
último, mas não menos importante, o fim jurídico da 
jurisdição que se revela como sua própria essência., por 
sendo a vontade concreta do ordenamento jurídico. 
 
Princípios da Jurisdição 
 
Princípio da investidura 
Através deste princípio preleciona-se que somente o 
magistrado poderá exercer a jurisdição e o mesmo deve-se 
tratar de alguém aprovado em concurso de provas e títulos, 
precedidos, desde a EC n. 45, de 03 anos de atividade 
jurídica. 
A este dinamismo, há exceções, como é o caso dos 
Juizados Especiais, regulados pela Lei 9.099, em que se dá a 
presença dos chamados Juízes Leigos. Para este cargo, 
trata-se de bacharéis de Direito designados para auxiliar o 
magistrado diante do procedimento sumaríssimo. 
Há exceção ainda ao tratarmos dos Ministros nomeados pelo 
Presidente da República. 
 
Princípio da Indelegabilidade 
A função jurisdicional, uma vez que o magistrado tenha sido 
nomeado e tomado posse, será indelegável. Não poderá o 
juiz conferir a outrem a função que lhe é creditada, 
compete a este e somente a este conduzir os mais variados 
processos. 
Essa indelegabilidade é interna e externa, não podendo o 
magistrado delegar nem a outro juiz, nem a outra autoridade 
a função que lhe foi confiada. 
 
Princípio da Territorialidade 
Uma vez que o magistrado seja nomeado e tenha tomado 
posse, a atribuição desta função jurisdicional será limitada a 
um dado território. 
 
A nossa estrutura judiciária firma-se a partir de níveis ou 
escalonamentos hierárquicos: 1º grau (limitado a comarca – 
justiça estadual, seção ou subseção – justiça federal), 2° 
grau (limitado ao Estado ou regiões), Tribunais Superiores e 
Superior Tribunal Federal (exercem jurisdição em todo o 
território nacional). 
 
Para facilitar e permitir o livre trânsito das comunicações 
entre essas esferas diferentes surge a figura da Carta 
Precatória, a fim de facilitar a comunicação entre dois ou 
mais juízes. 
Se estivermos diante da necessidade de uma comunicação 
fora do país se dará através da Carta Rogatória, que nada 
mais é do que uma comunicação que vai se estabelecer 
entre a jurisdição brasileira e a jurisdição estrangeira. 
 
Há uma exceção, no caso de Comarcas Contíguas ou no 
caso de Comarcas situadas numa mesma região 
metropolitana, será dispensável a Carta Precatória., por 
questão de economia e celeridade processual. 
 
Princípio da Inevitabilidade 
Juiz não poderá deixar de decidir em nenhum caso, ainda 
que haja lacuna no ordenamento jurídico, devendo em todo 
caso, fundamentar suas decisões e só se utilizará da 
equidade nos casos expressos em lei. 
 
Princípio da Indeclinabilidade 
A jurisdição não deixará de analisar lesão ou ameaça de 
lesão, mesmo em caso de lacuna ou obscuridade da lei, 
devendo servir-se de mecanismos de integração, neste caso. 
 
Princípio da Inércia 
A jurisdição é inerte. O Estado não pode buscar a iniciativa 
de requerer a solução por nós, pois não seria imparcial 
desse modo. É concedido apenas à parte o direito de 
provocar o Poder Judiciário. 
 
Características da Jurisdição 
 
Substitutividade 
A decisão jurisdicional substitui a vontade das partes. 
Ressalta-se que só há substitutividade diante da jurisdição 
contenciosa. 
 
Imparcialidade 
A função da jurisdição é cabível a terceiros imparciais, 
desinteressados, que não tenham nenhum tipo de predileção 
pela matéria, pelas partes e etc. 
Para compreendermos os limites da imparcialidade, o sistema 
processual lançou mão da regulamentação das parcialidades, 
as quais podem ser de duas distintas espécies: 
Suspeição (Art. 145 do CPC) – Trata-se de hipóteses mais 
subjetivas e difíceis de serem comprovadas. Ex: amizade, 
inimizade entre partes, advogados e juízes. 
Importante ressaltar que o juiz pode alegar suspeição por 
foro íntimo, sem a necessidade de fundamentar a sua 
própria decisão. 
Impedimento (Art. 144 do CPC) - É mais objetivo e mais fácil 
de ser comprovado. Ex: parentesco (colateral até o 3º grau), 
atuação profissional pretérita e/ou atual do juiz, clientes do 
escritório de parentes do juiz. 
Qualquer das partes pode suscitar estas nulidades. 
 
Lide 
É o conflito de interesses. Em regra, se inicia o processo por 
conta de um conflito. 
Todavia, nem todo processo tem lide, alguns são de 
jurisdição voluntária/consensual. 
 
Monopólio do Estado 
O Estado tem em suas mãos essa tarefa de dizer o direito. 
 
Una e Indivisível 
Apesar de estruturada em diversos órgãos jurisdicionais, cada 
um apenas exerce uma fatia desta jurisdição, que nada mais 
é do que a sua competência. 
 
Coisa julgada 
Definitividade. É um fenômeno que recobre a decisão judicial 
e diante da cobertura dessa decisão judicial e da respectiva 
coisa julgada, lida-se com uma decisão que não cabe mais 
recurso. 
 
Espécies de Jurisdição 
Cível – Toda aquela que não é Penal (por exclusão). 
Penal – Atrelada a checagem e aplicação de penas diante de 
contravenções penais e cometimentos de crimes.Comum – Justiça Estadual e Federal. 
Especializada – Trabalho, Eleitoral, Penal Militar. 
Voluntária – Inexistência de conflito/lide. 
Contenciosa – Existe lide. 
 
Limites da Jurisdição Nacional 
A jurisdição nacional é exercida em todo território nacional. 
Todavia, há hipóteses de Jurisdição Concorrente (Art. 21 e 
22 do CPC) em que o indivíduo poderá escolher entre 
demandar no Brasil ou no estrangeiro., lembrando que essa 
decisão proferida fora do país só virá a surtir efeito após 
homologação pelo STJ. (antes de 2004 era o STF). 
Já na hipótese de Jurisdição Exclusiva (Art. 23 do CPC), a 
mesma só poderá ser desempenhada por jurisdição 
brasileira e lançam-se em três hipóteses, quais sejam: imóveis 
situados no Brasil, inventário e partilha de bens deixados no 
Brasil e partilha de bens. 
 
Cooperação Internacional 
Crescente é o avanço na economia mundial e o seu 
correspondente impacto jurídico. 
Diante dos mais diversos interesses transnacionais e da 
necessidade da produção de atos em um país para 
cumprimento em outro, cria-se a necessidade de instituirmos 
a cooperação internacional. 
O Art. 26 do CPC traz a base principiológica dessa 
cooperação, firmando o Ministério da Justiça como 
autoridade central. 
Pela cooperação garante-se o devido processo legal do 
Estado requerente, igualdade de tratamento entre nacionais 
e estrangeiros e publicidade dos atos. 
Deve ser ressaltado ainda um ponto muito importante no 
que tange a espontaneidade na transmissão de informações, 
via de regra, é feita por tratados, todavia, na sua ausência, 
poderá ser trabalhado pautado apenas na reciprocidade que 
se dê pela via diplomática. 
Além de que, no caso da cooperação internacional será 
permitida a prática de atos que contrariem ou que 
produzam resultados incompatíveis com as normas que 
regem o Estado brasileiro, desde que não venha a ferir o 
Estado Democrático. 
 
Objeto da cooperação jurídica internacional 
Citação, intimação, notificação, produção de provas, colheita 
de informações, homologação e cumprimento de decisões 
judiciais, concessão de medida judicial de urgência, assistência 
jurídica internacional ou qualquer outra medida não proibida 
pela lei brasileira. 
 
Auxílio Direto 
Cabível quando a medida não decorrer diretamente de 
decisão de autoridade jurisdicional brasileira a ser submetida a 
juízo de deliberação. 
 
Objetos de Auxílio Direto 
Informações sobre o ordenamento jurídico, processos 
administrativos ou jurisdicionais e outras medidas não 
proibidas pela lei brasileira. 
 
Ação 
 
É um direito fundamental constitucionalmente assegurado, 
que permite a todos diante de uma ameaça ou lesão ao 
direito buscar a tutela jurisdicional. 
 
Quando esse direito fundamental está em exercício ganha 
força de demanda, na qual se depara com elementos e 
condições. 
Elementos: 
1. Partes: Autor e Réu 
2. Causa de Pedir: fatos + fundamentos jurídicos 
3. Pedidos: Motivo da discórdia 
Deve ser: a) certo/expresso (no entanto, podem ser 
implícitos os pedidos de juros, correção monetária, despesas 
da sucumbência e honorários advocatícios sucumbenciais); b) 
determinado/quantidade e qualidade (é possível formular 
pedido genérico – certo e determinável – como é o caso 
de ações universais, inventário e partilha, atos e fatos ilícitos) 
Condições: 
1. Legitimidade: deve ser parte legítima, que pode 
ocupar o posto daquela ação e acionar na demanda a parte 
contrária correta. 
2. Interesse: deve haver utilidade, necessidade e 
adequação daquela demanda. 
Extingue-se o processo sem resolução de mérito quando há 
carência de ação. 
Hoje a possibilidade jurídica do pedido está embutida no 
próprio mérito e se você formula um pedido proibido, 
juridicamente impossível, não pode mais ser visto como 
mera condição da ação, mas sim como a IMPROCEDÊNCIA 
de plano do pedido. 
 
3. Competência 
 
A jurisdição é uma e indivisível, o que se torna divisível 
são suas competências, sendo permitido o seu 
fracionamento e cada órgão jurisdicional recebe uma 
fatia da jurisdição. 
 
1º grau 
2º grau 
Tribunais Superiores 
STF 
 
Toda vez que o órgão extrapola os limites da parcela 
da função que lhe foi confiada será incompetente. 
Assim, segundo a lei, o juiz competente é aquele que 
tem a atribuição para resolver aquela determinada 
situação. 
 
Fontes da Competência 
Constituição Federal 
Código de Processo Civil (Art. 42 e seguintes) 
RI’s e LOJ’s 
 
Momento de fixação da competência 
Com a propositura da demanda. 
Lembre-se que essa demanda será estruturada por 
uma Petição Inicial que será distribuída ou levada ao 
registro. 
Se for proposta em Comarca que há apenas um único 
juízo, não há necessidade de sortear a Petição Inicial, 
apenas o registro será o suficiente para fixação da 
competência. 
Já a distribuição vem para estruturar a essência do juiz 
natural. 
 
Saiba que após a fixação da competência, nenhuma 
mudança do estado de fato ou de direito de uma 
pessoa, será capaz de alterar a competência fixada. O 
único caso que pode excepcionalmente permitir devida 
alteração para o caso de mudança, é no que tange ao 
menor alimentando. 
 
Há duas exceções, uma para o caso de extinção do 
órgão jurisdicional atrelado ao julgamento do dado 
processo e os autos serão remetidos para outro órgão 
competente. Assim também para quando o legislador 
procede à alteração de competências absolutas. 
 
Aqui cabe destacar a seguinte distinção, tendo em vista 
que competência é um gênero e se subdivide em duas 
espécies: 
1. Competência Absoluta 
Em razão da matéria, das pessoas e em razão da 
hierarquia/funções dos órgãos jurisdicionais. 
2. Competência Relativa 
Em razão do território e valor da causa 
 
Critérios de Competência 
1. MATÉRIA 
Será reconhecida pela natureza do conflito, definida 
através da causa de pedir e dos fatos. 
2. PESSOAS 
Sujeitos – Autor e Réu. Regra geral, não se tem 
impacto, no entanto, há determinadas pessoas que em 
razão da função ou posição que ocupam no 
ordenamento jurídico trazem consigo regras próprias 
de competência. Ex: União, Empresas Públicas Federais, 
Conselhos Fiscalizatórios de Classe, Autarquias e 
Fundações, como autores, réus e terceiros 
intervenientes. 
Salienta-se que na posição de amigos curi não se aplica 
essa regra da competência absoluta. 
Além de que, há conflitos que há conflitos que tem 
natureza própria e especifica e que não permite 
deslocar-se para outra competência mesmo sendo 
parte as pessoas mencionadas (Art. 45). 
Para Estados e Municípios também há regra de 
competência em razão das pessoas, no caso da criação 
das Varas de Fazenda. 
3. HIERARQUICA/FUNCIONAL 
Os órgãos jurisdicionais estão escalonados em níveis, 
dentro dessa lógica, cada um detém sua competência 
específica dentro daquilo que lhe foi atribuído. 
1° grau: Competência Originária 
Demais Tribunais: Regra geral, Competência Recursal ou 
Derivada. 
Há exceções, algumas vezes o juiz de 1º grau poderá 
exercer competência de recursal, como no caso dos 
Embargos de Declaração (para decisões omissas. 
contraditórias, obscuras ou que contenham erro 
material); bem como há ações iniciadas diretamente no 
Tribunal, como por exemplo, a Ação Rescisória ou 
Mandado de Segurança contra ato judicial. 
4. TERRITORIAL 
Delimita o foro/local de competência para apreciar e 
julgar aquelas matérias (Art. 46 ao Art. 56 do CPC). 
É competência relativa e pode ser objeto de 
convenção entre as partes, inclusive, muito comum em 
sede contratual. Exceto quando se tratar de direitos 
reais imobiliários, em que o foro competente for o do 
local do bem e para eleição de foro abusiva, que dá 
direito ao magistrado remeter de ofício os autos para o 
juízo competente até a citação. 
Ressalva-se que diante de uma incompetência relativa 
que não seja oportunamente anunciada ocorrerá à 
preclusão, ou seja, perda da faculdade processual e 
neste caso ocorrerá a prorrogação da competência, 
tonando-se competente aquele juízo para julgamento. 
5. VALOR DA CAUSA 
Também é de competência relativa.Vejamos que toda causa deve ter um valor e a 
depender do valor da causa, teremos uma determinada 
competência. Nesse quesito, para ilustrar, temos a Lei 
9.099/95, dos Juizados Especiais Cíveis, nos quais são 
julgadas causas de até 40 salários mínimos ou até 
mesmo os Juizados Especiais Federais e da Fazenda 
Pública em que o teto é delimitado para 60 salários 
mínimos. 
 
Saiba primeiramente que a competência absoluta 
prestigia o interesse público, não pode ser 
convencionada entre as partes e será reconhecida de 
ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição, diferente 
da competência relativa, que deve ser arguida pelo 
interessado no primeiro momento em que se 
manifestar nos autos. 
 
Qualquer que seja a incompetência será ela matéria da 
preliminar em sede de contestação. 
As incompetências absolutas podem vir a ser objeto, 
inclusive, de Ação Rescisória. 
 
Além do mais, os atos decisórios proferidos por juiz 
incompetente não serão imediatamente anulados, pelo 
contrário, serão mantidos até análise do juiz 
competente, seja para confirma-los ou revoga-los. 
 
Causas modificativas da competência 
São duas as causas capazes de modificar a 
competência: 
1. Conexão: Quando entre duas ou mais 
demandas houver identidade de causa de pedir ou 
pedido. 
Todavia, a Súmula 235 do STJ definiu que não se 
permitirá a reunião de dois ou mais processos, se uma 
das causas já houver sido julgada, haja vista que a 
reunião visa à celeridade e economia. 
2. Continência: Quando as partes do processo, a 
causa de pedir são as mesmas e o pedido de uma das 
ações é mais amplo que o da outra. 
 
A consequência será a reunião de processos. 
 
Via de regra será competente o JUÍZO PREVENTO, ou 
seja, o juízo que atrairá para si o julgamento dessas 
demandas é o juízo no qual primeiro se distribuiu ou 
levou a registro a Petição Inicial.. 
 
Ainda, o CPC amplia a hipótese de reunião de 
processos mesmo quando não houver conexão para 
os casos de em que houver potencial risco de que 
decisões contraditórias sejam proferidas. 
 
Conflito de competência 
Sempre que dois ou mais juízes discutirem sobre os 
limites de suas atribuições se haverá um conflito de 
competências. 
 
Dica: Não há conflito de competência quando se discute 
uma autoridade jurisdicional e outra administrativa, pois 
aqui se fala em conflito de atribuições, bem como não 
há conflito de competência entre o seu Tribunal e seus 
inferiores e vice-versa. 
 
Qualquer das partes, o MP e os juízes poderão suscitar 
o conflito (Art. 66 do CPC). 
Bem como poderá se dar em duas espécies: 
Positivo – Dois ou mais juízos se dão por competente. 
Negativo - Dois ou mais juízos se dão por 
incompetente. 
 
Se há Tribunal Superior envolvido no conflito, o STF 
deverá decidir. 
Se dois órgãos estiverem vinculados ao mesmo órgão 
hierarquicamente superior, este será o competente. 
Em todos os demais casos, será do STJ a tarefa de 
resolver esse conflito. 
 
Cooperação Nacional 
Todos que participem do processo devem agir a luz da 
cooperação. 
Os órgãos do Poder Judiciário, como um todo, tem um 
dever de recíproca cooperação e seus pedidos devem 
ser prontamente atendidos. 
 
 
4. Sujeitos do processo 
 
Partes e Procuradores 
O processo é o instrumento através do qual a parte vai 
buscar a resolução do seu problema. 
Nesse ínterim, supõem-se dois aspectos que fazem 
parte deste, quais sejam: sujeitos e atos processuais. 
A relação será composta por no mínimo um Autor, 
que é aquele que se diz lesado ou ameaçado, 
ocupando o polo ativo e pelo Réu, que tem contra si 
proposta a demanda, tendo sua posição no polo passivo 
do processo. 
 
Além das partes, será necessário checar a presença do 
magistrado, a quem a lei confere a tarefa de dirigir o 
processo como terceiro imparcial para culminar na 
decisão final (Art. 139 do CPC). 
 
Ao lado das partes, será indispensável, como regra 
geral, a inserção daqueles que o representem, com as 
devidas capacidades postulatórias, vale dizer, os seus 
procuradores. 
 
Lembre-se, também, que para o magistrado dirigir o 
processo será necessário contar com uma equipe 
técnica de auxiliares, que cada um ao seu modo, em 
meio as funções que lhe são determinadas, cuidarão de 
auxiliar o magistrado na prática de atos que lhes são 
importantes, desde uma perícia, penhora, citação, 
arresto e assim sucessivamente. 
 
Ainda, haverá a presença do Ministério Público em 
diversas situações, vale-se dizer que no âmbito 
processual civil o mesmo pode assumir duas 
determinadas funções, por vezes atua como parte 
outras como fiscal da lei. 
 
Capacidades 
Natureza Jurídica – Pressupostos Processuais 
Devem ser averiguadas três capacidades para adentrar 
com a demanda, quais sejam de: 
1. Ser parte – Comumente chamada de 
personalidade judiciária. Atribuição, autorização 
para que o indivíduo ocupe um dos polos dessa 
relação processual. 
Via de regra todos podem ser partes. Todavia, há 
exceções, para animais e pessoas falecidas. 
Caso haja morte no curso do processo e o direito 
debatido for de ordem intransmissível, extingue-se o 
processo sem resolução de mérito por perda do 
objeto. Em todos os demais casos, lida-se com a 
suspensão do processo para proceder à devida 
habilitação legal. 
2. Estar em juízo/processual – Tem capacidade 
para estar em juízo todo aquele que 
absolutamente capaz, pessoa física, que puder 
exercer seus direitos e contrair obrigações. 
No caso de partes incapazes, temos que o 
relativamente incapaz será assistido e o absolutamente 
incapaz será representado. 
Figura importante dentro desse campo, faz-se na 
pessoa do Curador Especial, pois se estivermos diante 
de um incapaz que não tenha representantes legais, 
bem como daquele que o interesse dos representantes 
colida com os do incapaz ou até mesmo para réu 
preso, deverá ser nomeado um Curador Especial, com 
função eminentemente processual, que nada mais é do 
que um Defensor Público nomeado para proteger os 
interesses daquele que se encontra diante das 
vulnerabilidades enumeradas acima. 
Vale destacar ainda que pessoas casadas quando forem 
discutir direitos reais imobiliários contarão uma com o 
auxílio da outra, exceto quando unidas pelo regime da 
separação absoluta de bens. Quando o consentimento 
for negado ou impossível de ser concedido por um dos 
cônjuges, o mesmo será suprido pela via judicial. 
Já no caso das ações possessórias, a participação do 
cônjuge somente é indispensável para quando haja 
composse ou ato praticado por ambos. 
3. Postulatória – Também chamada de capacidade 
judiciária ou técnica, que será confiada aos 
advogados regularmente inscritos na OAB, 
Defensores Públicos e Membros do Ministério 
Público. 
O juiz só tem essa capacidade para os casos em que 
debate a sua suspeição ou impedimento, em demais 
situações, o juiz necessita estar representado por 
advogado. 
A luz do mencionado, surge um instituto importante 
dentro do processo, chamado de Jus Postulandi, pelo 
qual autoriza a parte se colocar no processo sem a 
presença obrigatória do advogado. 
É o que iremos observar para os casos de HC, para 
ações impetradas em Juizados Especiais Cíveis, 
regradas pela Lei 9.099/95, a qual aponta que para as 
causas de até 20 salários mínimos, observados os 
limites da sentença, poderão em qualquer dos polos da 
ação não se fazerem acompanhados por advogados, 
bem como para Justiça do Trabalho, na forma da 
Súmula 425 do TST, por meio da qual permitem-se as 
partes permanecerem sem advogado até o TRT. 
 
Deveres das partes 
Todos os que participem do processo devem: 
1. Se comprometer com a fala verdadeira de 
suas alegações; 
2. Não formular pretensões e defesas cientes de 
que estão destituídos de fundamento; 
3. Não produzir provas ou praticar atos inúteis a 
defesa e proteção dos direitos; 
4. Cumprir as decisões judiciais, sem criar 
embaraços para efetivação da tutela; 
5. Declinar no primeiro momento em que tiver 
oportunidade seu endereço correto, atualizando 
sempre que houver modificações;6. Não praticar ato de inovação ilegal, não doar, 
nem vender patrimônio que pode ser objeto 
de expropriação, com fim de burlar a justiça. 
7. Bem como, deve se ater ao respeito a todos 
os atos processuais praticados. 
 
Para quem descumpre as decisões judiciais ou tentar 
burlar a justiça sofrerá as consequências do ATO 
ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA. 
Aqui será configurada dupla lesão, pois ao mesmo 
tempo que fere a parte contrária atinge o Poder 
Judiciário pelo desrespeito. O condenado pagará multa 
de até 20% sobre o valor da causa, sendo graduada de 
acordo com o grau de lesão desta conduta e será 
revertida em favor do Estado nas causas de 
competência da Justiça Estadual e revertida para a 
União nas causas de competência da Justiça Federal. 
Fixada a multa e não comprovado seu pagamento pelo 
devedor, está será inscrita como dívida ativa e se 
sujeita aos ditames da Execução Fiscal nos moldes da 
Lei 6.830/80. 
Poderá ainda sofrer cumulação de outras penalidades, e 
ainda, se o valor da causa for irrisório, a multa será 
fixada em até 10 vezes o valor do salário mínimo. 
 
Litigância de má-fé 
Será litigante de má-fé aquele que descumprir os seus 
deveres e incidir nas condutas previstas no Art. 80 do 
CPC, quais sejam: 
1. Produzir pretensão ou defesa contra texto de 
lei ou fato incontroverso; 
2. Alterar a verdade dos fatos; 
3. Usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
4. Se opuser resistências injustificadas, protelando 
o feito, criando incidentes infundados; 
5. Propor recurso com escopo meramente 
protelatório. 
 
Pode ser reconhecida por provocação ou até mesmo 
de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
As consequências da litigância de má-fé serão o 
pagamento de multa para a parte contrária em valor 
superior a 1% e inferior a 10% sobre o valor da causa. 
Ressalta-se, ainda, que poderá o litigante de má-fé 
responder por perdas e danos, a ser definido pelo juízo 
cumulativamente. 
 
Despesas e 
Honorários Processuais 
É cediço que o processo traz consigo um custo, o qual 
pode ser concebido tanto de ordem emocional, como 
de ordem financeira. Dentro desse contexto, aquele que 
não tiver condições financeiras para arcar com os 
custos processuais, sem prejuízo do seu sustento 
próprio, bem como da sua família, terá direito à 
concessão da gratuidade judiciária. 
 
Com exceção destes beneficiários, o CPC assinala que 
incumbe às partes suportar o peso de prover as 
despesas dos atos que requererem e realizarem dentro 
do processo, inclusive, providenciando o pagamento de 
modo antecipado. 
 
O Autor tem para si um ônus mais específico, arcando 
com além das despesas já mencionadas, com as custas 
iniciais do processo. 
 
Importante mencionar que ao final do processo a 
sentença determinará ao vencido que pague todas as 
despesas que o vencedor da demanda tenha 
antecipado, ou seja, deverá reparar o vencedor por 
todos os valores despendidos a título de custos 
processuais, e é claro, não se contando aqui as 
despesas com honorários. 
Para estes, o juiz fixará honorários advocatícios 
sucumbenciais, que serão pagos pelo vencido ao 
advogado da parte vencedora. Aquele que sucumbir, 
além de devolver todas as despesas que o outro tenha 
efetuado, acrescidos de juros e correção monetária, 
pagará honorários advocatícios sucumbenciais, na forma 
do Art. 85 do CPC, entre no mínimo de 10% e o 
máximo de 20% sobre a condenação, proveito 
econômico ou valor da causa. Além destes honorários 
fixados em sentença, o CPC preleciona que também 
poderá ocorrer a fixação em sede de reconvenção, no 
cumprimento de sentença (tanto provisório, como 
definitivo), para processo de execução (haja ou não 
embargos à execução) e nos recursos. 
A ideia central visa além de melhorar os valores 
percebidos pelos patronos, mas desestimular práticas 
desrespeitosas, atentatórias no curso do processo. 
 
O juiz deverá considerar os seguintes critérios para 
fixação dos honorários: 
1. Grau de zelo profissional; 
2. Lugar de prestação do serviço; 
3. Natureza e importância da causa; 
4. Trabalho realizado pelo advogado e o tempo 
exigido para seu serviço. 
 
O advogado que postula em causa própria, bem como 
os advogados públicos fazem jus a tal direito. 
 
Por fim, no que tange a este tema, há de se considerar 
ainda que os honorários não são compensáveis! 
 
Assim como naquilo que importa às despesas 
processuais, temos o que se chama de sucumbência 
recíproca, onde cada parte será vencedor e vencido 
em delimitada porcentagem. Neste caso, serão 
distribuídas proporcionalmente as despesas entre 
ambos. 
 
No mais, importante ressaltar o instituto da 
GRATUIDADE DA JUSTIÇA. 
Esta é uma faceta substancial da isonomia, segundo a 
qual os iguais são tratados de modo igual e os desiguais 
na medida de sua desigualdade. 
Essa gratuidade foi regulada originariamente através da 
Lei 1.060/50, na qual compreende-se não só a 
gratuidade, como a assistência judiciária. Importante 
fazermos uma distinção no que diz respeito a 
Gratuidade, já que está se restringe a concessão a 
quem demonstre não ter condições da dispensa inicial 
de determinados custos no processo, enquanto a 
Assistência é mais ampla, visando o amparo do Estado 
como um todo a parte hipossuficiente, para que lhe 
forneça além do amparo com seus custos, como 
também lhe garanta um profissional adequado, que sem 
a cobrança de honorários irá acompanhá-lo(a), judicial e 
extrajudicialmente. 
 
Esta Lei 1.060 foi realinhada à luz do Art. 98 e 102 do 
CPC e teve parte de seus artigos revogados. 
 
Importante mencionar que a gratuidade será concedida 
tanto a pessoas físicas, como jurídicas, brasileiras ou 
estrangeiras que comprovem a insuficiência de recursos 
para arcar com os custos processuais. 
 
Importante: Exame de DNA é embutido na gratuidade! 
 
Fato é que essa concessão não afasta o beneficiário de 
pagar as despesas e honorários advocatícios 
decorrentes da sua sucumbência. Saiba que esses 
honorários ficam sob condição suspensiva e podem ser 
executados nos 5 anos subsequentes ao trânsito em 
julgado da decisão que o certificou, extinguindo-se após 
esse prazo as obrigações. 
 
Mas nem tudo são flores e com o intuito de colocar 
limite em demandas descabidas definiu o CPC que os 
beneficiários da gratuidade deverão arcar com as 
multas processuais que lhe são impostas ao final do 
processo. 
 
Para além disso, no que tange aos pagamentos, existe a 
possibilidade de gratuidade parcial para prática de 
determinados atos, um exemplo muito comum é para a 
perícia. Bem como, também existe a possibilidade de 
parcelamento das custas processuais a qualquer tempo 
e grau de jurisdição. 
 
O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver 
nos autos elementos que evidenciem a falta de 
pressupostos para a concessão da justiça gratuita. E da 
decisão da não concessão ou da revogação das 
benesses da justiça gratuita poderá a parte interpor 
Agravo de Instrumento. 
 
A assistência do requerente por advogado particular 
não impede a concessão de gratuidade da justiça. 
 
Ressalta-se ainda que o direito à gratuidade é pessoal e 
não se estende a litisconsórcio, terceiros ou substitutos, 
salvo posterior deferimento do juízo para quem 
participa. 
 
Já no que tange aos recursos, o recorrente estará 
dispensado de proceder ao recolhimento do preparo 
inicialmente, cabendo ao relator verificar e, sendo o 
caso, deferir ou indeferir, e neste último abrirá prazo 
para comprovação de pagamento. 
No caso de deferimento, estando em desacordo, a 
parte contrária valer-se-á da contestação para 
impugnar o pedido. 
Caso seja revogado o benefício, a parte arcará com as 
despesas que tiver deixado de adiantar e pagará em 
caso de má-fé até o décuplo do seu valor a título de 
multa, que será revertido em benefício da Fazenda 
Pública e poderá ser inscrita como dívida ativa. 
 
Procuradores 
Os advogados devem ser concebidos como aqueles 
que irão representar interesses das partes em juízo, 
possuem capacidade postulatória.Relembrando que essa capacidade não é exclusiva dos 
advogados, pertencendo também ao Ministério Público 
e aos Defensores Públicos. 
 
Regra geral, para adentrarmos com um processo, faz-
se indispensável à representação da parte por um 
advogado, o qual deve estar regularmente inscrito nos 
quadros da OAB. E claro, sem deixar de lado a 
possibilidade de que o advogado atue em causa própria. 
 
O advogado, exceto aquele que atue em causa própria, 
deve comprovar que detém poderes para representar 
a parte. O instrumento que comprova que a parte 
tenha elegido aquele advogado através de um contrato 
de mandato é a chamada procuração que, em regra, 
deve ser juntada no primeiro momento em que o 
advogado venha a se pronunciar nos autos. 
 
O CPC estabelece três situações em que será admitida 
sua juntada posterior, no prazo de quinze dias, 
prorrogáveis apenas uma vez, pelo mesmo período, 
para: 
 
Evitar o perecimento do direito, em casos de 
prescrição e decadência; 
Evitar a perda de uma faculdade processual, em 
evidente preclusão; 
Situações de urgência. 
Caso a procuração não seja juntada neste prazo, 
lidaremos com defeito de representação e os atos 
praticados pelo advogado serão reputados como 
ineficazes, o que acarretará a extinção do processo 
sem resolução do mérito. 
 
Tipos de Procuração 
Há na lei processual civil dois tipos de procuração: 
 
Procuração Geral – A qual habilita o advogado tão 
somente para atos processuais. 
Procuração com Poderes Especiais – A qual contém 
cláusula geral para o foro e é mais extensiva no que 
tange aos poderes dispostos, na forma do Art. 105 do 
CPC, autorizando manifestações de vontade que irão 
desde a renúncia, recebimento de citação, 
reconhecimento da procedência do pedido, transação, 
desistir ou até mesmo renunciar o direito ao qual se 
discute. 
A procuração, ainda, poderá ser pública ou privada, 
manual ou digital (observados critérios de certificação 
digital). 
 
Para qualquer que seja a modalidade se fará 
indispensável o nome completo do advogado, número 
da OAB e endereço profissional. Caso o outorgado, ou 
seja, o procurador, integre o quadro de uma sociedade, 
o nome desta deverá constar no documento. Já no 
caso do advogado que postula em causa própria, será 
dispensável a juntada da procuração, e deverá declarar 
no primeiro momento oportuno os referidos dados 
mencionados acima para recebimento de intimações. 
 
Além de que, é VÁLIDO PARA TODOS, informar toda 
e qualquer mudança de endereço, pois caso não o 
faça, reputar-se-á válida a intimação encaminhada para 
o endereço anterior. 
 
Para correção de possíveis defeitos constantes dos 
dados do advogado, será concedido o prazo de cinco 
dias. 
 
Cumpre ainda ressaltar que os advogados possuem 
estatuto próprio, o qual prevê direito e obrigações, 
entretanto, os direitos voltados à seara processual estão 
estabelecidos exemplificativamente no rol do Art. 107 do 
CPC, como examinar os processos no órgão jurídico 
competente, ressalvados os casos de segredo de 
justiça, requerer vista dos autos, com exceção para 
prazo comum, em casos que não haja avença escrita, 
onde será possível retirar os autos apenas para cópia. 
 
Saiba que toda vez em que se houver necessidade de 
uma alteração das partes, será chamado de substituição 
processual, que se dará somente de modo excepcional, 
nos casos previstos em lei, e poderá se dar entre as 
partes, em vida, para casos de alienação, em que se 
permite a substituição, e ainda, no caso da parte 
contrária não concordar, em que acontecerá o 
ingresso de um terceiro, como assistente ou até 
mesmo pela morte, para direitos transmissíveis. 
 
Lembre ainda, que a parte poderá revogar o mandato 
e no mesmo ato constituirá outro. Caso esse patrono 
não seja substituído, prevê o Art. 76 do CPC que no 
caso do Autor será extinta a ação e para o Réu será 
decretada sua revelia. Bem como, o advogado também 
poderá renunciar a qualquer tempo, desde que 
comprove que comunicou a renúncia ao mandante, 
para que este nomeie um sucessor. Além de que, nos 
dez dias seguintes a esta renúncia o advogado seguirá 
representando o mandante, desde que haja 
necessidade, para evitar ocorrência de prejuízo. 
 
Litisconsórcio 
Reunião de pessoas no mesmo polo processual. 
 
Classificação 
1. Quanto aos sujeitos, poderá ser: 
a. Ativo 
Presença de mais de um Autor. 
b. Passivo 
Presença de mais de um Réu. 
c. Misto 
Pluralidade de partes nos dois polos da ação. 
 
2. Quando ao momento, poderá ser: 
a. Inicial 
Nasce com a demanda e se instala através da própria 
petição inicial. 
b. Posterior 
Dá-se de modo excepcional, nasce após a propositura 
da demanda. 
 
3. Quanto à obrigatoriedade da sua formação, 
poderá ser: 
a. Facultativo/Voluntário: A demanda não impõe 
que os indivíduos se unam, mas por opção ingressam 
conjuntamente. 
 
Diante de um litisconsórcio multitudinário, em que há 
um número excessivo de partes, o juiz poderá limitar o 
número de participantes se virem a prejudicar o 
andamento dos autos. 
 
b. Necessário: De formação obrigatória por 
imposição da lei ou pela natureza da demanda. 
A não integralização de todos os litisconsórcios 
necessários poderá gerar desde a nulidade processual, 
caso a decisão não tenha se dado de modo uniforme 
em relação a todos os integrantes do processo e até 
mesmo a sua ineficácia, em será ineficácia em relação 
aos não citados. 
 
Quanto aos efeitos da decisão, poderá ser: 
a. Simples: Sempre que o juiz puder proferir 
diferentes decisões entre os litisconsortes. 
b. Unitário: Profere-se uma só decisão que atinge 
todos os litisconsortes. 
 
Neste caso, os atos benéficos praticados por um 
litisconsórcio atingirão os demais 
 
Ademais, ressalta-se que o CPC trata os litisconsortes 
como partes distintas em que pese integrem o mesmo 
polo da relação. 
 
Intervenção de Terceiros 
Classe 
a. Voluntária 
O terceiro solicita seu ingresso nos autos. 
b. Provocada 
Partes ou juiz solicitam seu ingresso. 
 
Não raras às vezes, aqueles que não são partes 
demonstram interesse na demanda, sendo autorizado o 
seu ingresso se comprovado seu interesse jurídico. 
 
Espécies 
 
Assistência 
Modalidade voluntária, através da qual, quem, não sendo 
parte requer o seu ingresso para impedir que a decisão 
seja proferida desfavoravelmente a esta. 
Pode ser utilizada a qualquer tempo e em qualquer tipo 
de procedimento, com exceção imposta aos Juizados 
Especiais que impedem o uso da modalidade de 
intervenção de terceiro em seus procedimentos do rito 
sumaríssimo. 
Importante conceber que o assistente se habilita e 
recebe o procedimento no estado em que se 
encontra, e que seu pedido de participação poderá ser 
impugnado pela parte contrária no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
 
Existem duas modalidades, na qual assistência se dará 
de modo: 
→ Simples 
Na qual o assistente atua como auxiliar da parte, sem 
obstar a manifestações de vontade do assistido. 
Sendo revel ou omisso o assistido, passará a ser 
considerado o assistente como substituto processual. 
→ Litisconsorcial 
É aquela intervenção de terceiro em que o interessado 
poderia figurar como parte na demanda. 
 
Denunciação da Lide 
É uma intervenção provocada, facultativa e válida para 
autor ou para o réu que venham a discutir pela via 
judicial seu direito de regresso ou direitos que resultem 
da evicção. 
Não é autorizada a qualquer tempo - O autor só 
poderá suscitar tal intervenção na petição inicial e o réu 
apenas em sede de defesa, na contestação. 
É admissível a denunciação sucessiva por uma única 
vez. 
 
Chamamento ao Processo 
Modalidade de intervenção provocada, não obrigatória, 
que é restrita ao réu para fazê-lo em sede de 
contestação, podendo usá-la para trazer o afiançado 
aos autos ou demais devedores solidários. 
A citação, aqui neste caso, deve ser promovida no 
prazo de 30 (trinta) dias. Caso o réu resida em outra 
Comarca, Seção ou Subseção, o prazo será estendido 
para 02 (dois) meses. 
A sentença servirá de título executivo extrajudicial emfavor do réu para posteriormente exigir a dívida por 
inteiro do devedor principal ou nas respectivas 
proporções dos codevedores. 
 
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
Tradicionalmente, busca-se clarificar o patrimônio das 
pessoas físicas que integram uma relação jurídica. A 
desconsideração da personalidade jurídica é feita para 
descortinar um patrimônio que é posto em prol de uma 
pessoa jurídica, quando na verdade é parte de uma 
relação de bens de uma pessoa física. 
É um tema que toca o direito material e está atrelado a 
teorias próprias de determinados ramos como CDC ou 
CC. O CPC apenas se propôs a demonstrar os 
caminhos que iriam percorrer esse procedimento. 
Saiba que o mesmo é autorizado em qualquer fase 
processual e pode ser requerido pela própria parte ou 
pelo Ministério Público, nas causas de sua intervenção 
obrigatória. 
É possível também uma desconsideração inversa, 
geralmente ocorre em casos de família, em que o 
marido já visando uma possível separação, começa a 
dissipar o patrimônio em nome de uma ou várias 
personalidades jurídicas para fraudar a partilha de bens. 
Esse incidente, via de regra, suspende o processo, 
exceto se já, inicialmente, reunidas às pessoas físicas e 
jurídicas num litisconsórcio. 
 
O ligado tem o prazo de 15 (quinze) dias para sua 
defesa, bem como poderá arrolar eventuais 
testemunhas. 
O Juiz decidirá esse incidente através de uma decisão 
interlocutória, que desafia agravo de instrumento no 
prazo de 15 (quinze) dias. Se o incidente foi incitado no 
Tribunal desafiará agravo interno. 
Acolhido o pedido de desconsideração, às alienações, 
doações e outros atos que tenham sido confabulados 
com vista a fraudar à execução serão considerados 
como ineficazes em relação ao requerente. 
 
Amicus Curie 
O juiz ou relator poderá, considerando a relevância da 
matéria, de ofício ou a requerimento da parte, solicitar 
ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica 
(especialista, órgão, entidade, avançada). 
Dar-se-á, regra geral, por decisão irrecorrível, podem 
apenas se valer de Embargos de Declaração ou de 
recurso para decisão de incidentes de resolução de 
demandas repetitivas (IRDR), e poderá ser suscitado em 
qualquer grau de jurisdição. 
Para tal intervenção, também, não se implica em 
deslocamento de competência, cabendo ao juiz decidir 
sobre os poderes concedidos ao amicus curie. 
 
Por fim, destaca-se que a Oposição que era tratada no 
CPC/1973 como intervenção de terceiro, hoje passa a 
ser procedimento especial, na forma do CPC/2015, e a 
Nomeação à Autoria foi extinta por sua completa 
inoperabilidade. 
 
Juiz 
Terceiro imparcial cujo qual o CPC em seu Art. 139 
confiou à competência originária para dirigir o processo, 
fazendo valer a dinâmica do impulso oficial. 
 
Poderes, deveres e responsabilidades do Juiz 
O juiz deve: 
a) Assegurar às partes igualdade de tratamento. 
Essa igualdade deve ser substancial, de modo que iguais 
sejam tratados de modo iguais e desiguais na exata 
medida de suas desigualdades. 
b) Velar pela razoável duração do processo. 
É claro que não há um tempo aritmético, entretanto, 
busca-se uma margem de controle aceitável. 
c) Prevenir ou reprimir atos contrários à dignidade 
da justiça e indeferir pedidos meramente protelatórios. 
d) Determinar todas as medidas que visem 
assegurar o cumprimento das suas decisões. 
O CPC adota o poder geral de efetivação, ampliando a 
gama de poderes do magistrado, para que o mesmo 
possa tomar medidas atípicas a fim de que se 
concretize sua decisão judicial. 
e) Estimular a autocomposição a qualquer tempo. 
f) Dilatar, estender e ampliar prazos, bem como 
alterar a ordem da produção dos meios de prova, 
adequado às necessidades do conflito. 
Chama popularmente pela adaptabilidade do 
procedimento 
g) Exercer poder de polícia. 
Observando os princípios da proporcionalidade e 
razoabilidade, devendo tratar a todos com urbanidade. 
h) Determinar o comparecimento das partes, para 
esclarecimento, quando necessário. 
Para interrogatório cível, para o qual não se aplica pena 
de confissão. 
i) Determinar suprimento de pressupostos e 
sanear vícios. 
j) Ao deparar com diversas demandas repetitivas, 
o magistrado oficiará o Ministério Público, oficiará a 
Defensoria Pública e demais legitimados para comunicá-
los de sua existência. 
No âmbito da tutela coletiva existem algumas 
ferramentas processuais próprias como ACP, AP, MS 
Coletivo e o juiz deve informar a ocorrência de 
demandas repetitivas para aqueles, com a devida 
competência, querendo e entendendo razoável, se for 
o caso, propuserem as respectivas demandas coletivas. 
 
O magistrado fica sob a condição de vedação ao non 
liquet e está proibido de não julgar, não podendo deixar 
de decidir ainda que alegue lacuna ou obscuridade na lei. 
E ainda, vale ressaltar que só decidirá por equidade - 
juízo subjetivo de valor, em que o magistrado pode se 
sentir à vontade para se valer de conveniência e 
oportunidade - nos casos previstos em lei. 
 
No mais, o juiz está atrelado ao princípio da 
correlação/congruência através do qual fica vinculado ao 
pedido formulado pelas partes. 
Como bem cita a doutrina majoritária, a sentença deve 
ser o projeto dos pedidos das partes, sendo vedado 
conhecer de questões não suscitadas, a cujo respeito à 
lei exige iniciativa das partes, como por exemplo, 
fixação de juízo de arbitral, competência relativa 
territorial ou em razão do valor da causa. 
 
Caso ainda, o juiz perceba que há simulação ou fraude 
processual entre ambas as partes, deve o mesmo 
extinguir o processo e aplicar as consequências 
impostas aos litigantes de má-fé. 
 
Por fim, saiba que o juiz poderá ser penalizado e 
responderá civilmente se agir com dolo ou fraude, 
recusar, omitir ou retardar a providência que deva 
ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
 
Saiba que a imparcialidade é uma exigência 
constitucional, todavia, todo ser humano possui 
preferências, desgostos, créditos, débitos, virtudes e 
defeitos e o magistrado não se encontra distante disto. 
Para compreendermos os limites da imparcialidade, o 
sistema processual lançou mão da regulamentação das 
parcialidades, as quais podem ser de duas distintas 
espécies: 
 
Suspeição (Art. 145 do CPC) 
Trata-se de hipóteses mais subjetivas e difíceis de 
serem comprovadas. Ex: amizade, inimizade entre 
partes, advogados e juízes. 
Importante ressaltar que o juiz pode alegar suspeição 
por foro íntimo, sem a necessidade de fundamentar a 
sua própria decisão. 
Impedimento (Art. 144 do CPC) 
É mais objetivo e mais fácil de ser comprovado. A 
atuação do magistrado é vedada e será reconhecida de 
ofício. 
Ex: parentesco (colateral até o 3º grau – a lei não 
abraça o impedimento para primos), atuação profissional 
pretérita e/ou atual do juiz, clientes do escritório de 
parentes do juiz. 
 
Tais parcialidades serão arguidas no prazo de 15 
(quinze) dias, e serão contados da data em que se 
tomou conhecimento do impedimento ou suspeição e 
será apresentado ao próprio juiz da causa. Se o 
magistrado não reconhecer a parcialidade, os autos 
serão remetidos ao Tribunal a qual o juiz está vinculado 
e este órgão superior irá instruir e processar esse 
incidente. 
 
Auxiliares da Justiça 
O CPC em suas disposições compreendidas no Art. 149 
e seguintes retrata exemplificativamente a equipe 
técnica que auxilia o magistrado em seus trabalhos. 
Vejamos agora quais são eles: 
 
Diretor de Secretaria ou Escrivão 
Incumbe a este: 
a. Redigir ofícios, mandados, cartas precatórias e 
demais atos de sua competência; 
b. Efetivar ordens judiciais (produzir o ato - 
expedir); 
c. Acompanhar o juiz em suas audiências e 
quando não puder fazê-lo, designará quem o faça; 
d. Guardar e conservar todos os autos contidos 
no Cartório Judicial; 
e. Praticar atos que visem dar andamento ao 
processo (atos ordinatórios e certidões também podem 
ser expedidos e praticados de ofício pelo diretor da 
secretaria). 
 
Devem seguir preferencialmente uma ordemcronológica na organização de seu trabalho, bem como 
observar uma atuação imparcial no desempenho de 
suas funções. 
 
Oficial de Justiça 
Exerce atividade eminentemente externas e deve: 
a. Pessoalmente, fazer citações, prisões, penhoras, 
arrestos e demais diligências de sua competência, 
sempre que possível, na presença de duas 
testemunhas. Ressalta-se que o Oficial de Justiça possui 
fé pública e se presume verdadeira todas as narrativas 
que este traga aos autos; 
b. Executar as ordens do juiz a que estiver 
subordinado; 
c. Entregar o mandado em Cartório após o seu 
devido cumprimento; 
d. Auxiliar o magistrado na manutenção da ordem; 
e. Fazer as avaliações, quando for o caso. 
Vejamos que a penhora pode recair sobre valores e 
bens in natura, móveis e imóveis, uma vez que a 
penhora seja realizada sobre bens, será o caso do 
Oficial de Justiça quantificá-los. Se os bens forem de 
difícil avaliação, o servidor assinalará ao juízo que não 
tem condições de proceder e será um caso de 
designação excepcional para avaliador competente; 
f. Caso o oficial, na realização do ato, constate a 
possibilidade de autocomposição deve certificar no 
próprio mandado seus termos. 
 
O Escrivão, o Chefe de Secretaria e o Oficial de Justiça 
respondem civilmente e regressivamente, se houver 
dolo ou culpa. Responsabilização esta que pressupõe 
negligência, imprudência e imperícia. 
E serão responsabilizados sempre que procrastinarem a 
realização de atos a que estão subordinados ou 
praticarem ato nulo, com dolo ou culpa. 
 
Perito 
Aquele que irá protagonizar a prova pericial e que 
notadamente possui conhecimento técnico e/ou 
científico para a área afim daquela perícia. 
Esses peritos devem estar cadastrados no site do 
Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça. O 
cadastro será formado por meio de divulgação na 
internet ou através de buscas em Universidades, 
Conselhos ou outro órgão adequado para indicação de 
profissionais qualificados. 
 
Os currículos desses peritos devem estar abertos para 
consulta pública. 
 
Além do que, esse auxiliar deve cumprir aquilo que lhe 
for determinado e só poderá recusar-se a assumir o 
encargo se justificar as razões que o levam a não 
assumir a proposta, prestando, assim, esclarecimentos 
no prazo de 15 (quinze) dias, contados de sua intimação, 
podendo servir como justificativa a suspeição e o 
impedimento. Caso não se manifeste nesse prazo, 
entende-se que aceitou o encargo. 
 
Por fim, se prestarem informações inverídicas nos 
laudos, ainda que culposamente, responderão 
civilmente, fora as demais sanções previstas em lei e 
ficará impossibilitado de prestar novas perícias por um 
prazo de 02 (dois) a 05 (cinco) anos. 
 
Depositário e Administrador 
.Serão responsáveis pela guarda, conservação e gestão 
de determinados bens que tenham sido objeto de 
constrição. 
O depositário pode ser o próprio devedor (fiel 
depositário) ou um auxiliar do juízo (depositário judicial). 
Se forem bens que devem apenas ser guardados, 
como um teclado, um automóvel ou um controle, será 
nomeado um depositário; já se tratando de bens que 
precisam ser geridos, como por exemplo, uma fazenda, 
um comércio, uma empresa, uma fábrica, faz-se 
necessário um administrador. 
 
Ambos receberão uma remuneração levando em 
conta a situação dos bens ao tempo do serviço e a 
dificuldade de sua execução. 
Dependendo das circunstâncias poderá ser nomeado 
mais do que um depositário ou administrador. 
 
Intérprete e Tradutor 
A função deste está afiliada a determinadas condições, 
que se lançam, via de regra, com a juntada de 
documentos estrangeiros nos autos; quando se há a 
participação de estrangeiros em processos, assim 
como, para sujeitos que tenham deficiências em sua 
comunicação. 
 
Algumas pessoas são inábeis para desempenhar tais 
funções, como: 
a. Quem não tem a livre administração de seus 
bens; 
b. Aquele que já foi arrolado como testemunha 
ou perito no processo; 
c. O indivíduo que está inabilitado para o exercício 
da profissão por sentença penal condenatória, enquanto 
durarem seus efeitos. 
 
Conciliadores e Mediadores Judiciais 
O CPC em estímulo à autocomposição faz questão de 
assinalar que os Tribunais devem regulamentar e 
estruturar centros judiciários para solução consensual 
de conflitos. 
Importante fazer a seguinte distinção, de acordo com o 
Art. 165 do CPC, o mediador vai atuar 
preferencialmente em conflitos que envolvam pessoas 
que já possuem vínculo anterior, como no caso de 
situações que envolvam família e vizinhos e neste caso, 
o mediador não poderá opinar ou sugerir soluções ao 
conflito, ele deve apenas tentar conduzir o ato de 
modo que as partes, por si, resolvam-se. Já o 
conciliador atuará preferencialmente entre pessoas 
desconhecidas e poderá trazer a solução para o 
conflito, por exemplo, diante de uma ocorrência que 
envolva acidente de veículos entre estranhos. 
 
O mediador e conciliador devem manter sigilo, 
admitindo em seu trabalho a aplicação de técnicas 
negociais regida à luz da autonomia da vontade dos 
interessados. 
 
A capacidade mínima para atuação desses profissionais 
deve ser imposta e o CNJ tem exigido uma série de 
critérios para que esses sujeitos venham a ser 
nomeados. O curso desses profissionais deve ser 
concluído em instituições credenciadas, e saiba que há 
diretrizes inclusive quanto ao número de horas de 
estudo por parte do CNJ em parceria com o Ministério 
da Justiça, para que de posse desse certificado, esse 
sujeito se cadastre nos Tribunais. 
Esses profissionais podem vir a ser escolhidos através 
de concurso público, através de trabalho voluntário, 
bem como através das câmaras privadas, que em 
sistema cooperativo, sob o controle fiscalizatório do 
judiciário, buscam o estímulo da autocomposição. 
 
Se estes forem advogados, estão impedidos de 
exercer advocacia nos juízos em que desempenham 
suas funções. 
Além de que, deverão atuar de modo imparcial, com 
exceção do conciliador privado que poderá ser 
escolhido pelas partes. 
O conciliador e o mediador ficam impedidos pelo prazo 
de 01 (um) ano, contado do término da última audiência 
em que atuaram, de assessorar, representar ou 
patrocinar qualquer uma das partes. 
 
Ministério Público 
Nos termos do Art. 176 e seguintes do Código de 
Processo Civil, o Ministério Público exerce função 
essencial à justiça, mas não compõe os quadros do 
Poder Judiciário. Atuará na defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis. 
O MP pode assumir duas posturas dentro do processo, 
como parte, tornando-se legitimado extraordinário, 
também conhecido como substituto processual e atua 
em nome próprio para titularizar direito alheio; bem 
como, dentro dessa órbita, concebe-se como fiscal do 
ordenamento jurídico para proteger e resguardar 
causas que envolvam incapazes, interesse público e/ou 
social ou até mesmo para conflitos coletivos que 
envolvam posse de terra rural ou urbana. 
Nesses moldes, deve acompanhar todos os atos 
processuais que sejam de sua competência e sua 
ausência nas causas em que sua presença é obrigatória 
reconhecerá a nulidade. 
No entanto, esse reconhecimento pressupõe que o 
Ministério Público tenha sido intimado e se manifeste 
acerca de eventual prejuízo sofrido naqueles autos. 
Caso constatado algum dano, aí sim será reconhecida a 
nulidade. 
Vale lembrar que quando a lei faz referência à 
intimação pessoal do órgão ministerial poderá dar-se 
por 03 (três) vias distintas, quais sejam: 
a. Por meio eletrônico; 
b. Remessa; 
c. Carga 
Como já bem dito, terá o mesmo que acompanhar 
todos os atos dos processos de sua competência e 
apresentar seu parecer opinativo, através do qual vai 
lançar as suas sugestões, a sua visão acerca daquela 
questão tratada. 
Este parecer opinativo deverá ser lançado nos autos no 
prazo de 30 (trinta) dias úteis. 
 
5. Atos processuais 
 
Atos Processuais 
Trata-se das manifestações dos sujeitos no processo. 
Segundo Art. 188 do CPC, podemvir a ser: 
a) Formais: Quando a lei estabelecer regras 
próprias para a prática de um determinado ato; 
b) Informais: Quando não houve forma específica 
definida para sua prática. Via de regra, os atos na seara 
processual civil independem de forma. 
 
O CPC ainda informa que se um dado ato deveria ser 
formal e fora praticado de outra forma, entretanto, 
atingir seus objetivos, será reputado como válido, 
fazendo nascer daí Princípio da Instrumentalidade das 
Formas. 
 
Os atos são, em regra, públicos, pois é uma via de 
controle entre os sujeitos e a sociedade. 
 
Todavia, tramitam em segredo de justiça os processos: 
 
1. Que exijam interesse público ou social; 
2. Que versem sobre casamento, separação de 
corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, 
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
3. Em que constem dados protegidos pelo direito 
constitucional à intimidade; 
4. Que versem sobre arbitragem (Lei 9.307), 
inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja 
comprovada perante o juízo. 
Nesse caso, os autos só poderão ser acessados e os 
atos assistidos pelas próprias partes e por procuradores 
legalmente habilitados. 
Se estivermos diante de um terceiro que demonstrem 
ter interesse jurídico, será o caso de obter uma 
certidão do dispositivo da sentença. 
 
O CPC estabelece como norma cogente o estímulo à 
autonomia da vontade, passa a permitir que as partes 
possam avençar acerca das regras processuais. 
 
Dentro dessa lógica de adaptabilidade do procedimento, 
se o processo versa sobre autocomposição, será 
possível estipular mudanças no procedimento, ajustas as 
especificidades daquela demanda e não há necessidade 
de homologação judicial para que a validade do negócio 
jurídico possa ser apresentado, o que o juiz fará é 
exercer controle sobre a validade desta cláusula. 
Obs: Quando se tratar de nulidade, vulnerabilidade e 
abusividade.. 
 
Dentre as convenções, o art. 191 estabelece um negócio 
típico chamado de calendário processual. O legislador 
estabelece que as partes, através de seus 
procuradores, na presença do juiz, poderá ser 
programado as datas para atos processuais.. 
Uma vez que determinada data tenha sido agendada, 
para fins de economia e celeridade, dispensa-se 
intimação as partes e estas mudanças só podem se dar 
em casos excepcionais, devidamente justificados. 
 
Além de que, os atos devem ser praticados na língua 
portuguesa, todavia, é possível juntar documento em 
língua estrangeira, desde que acompanhado por versão 
portuguesa transitada pela via diplomática ou traduzido 
por tradutor juramentado. 
 
Desde 2006 é vivido a lógica da informatização do 
processo, através da lei 11419/06, por meio do qual os 
atos podem ser totais ou parcialmente digitais. Também 
são aplicáveis no que couber aos atos notariais e de 
registro, acompanhando um fenômeno chamado de 
desjudicialização para tentar desafogar o judiciário, 
possibilitando divórcio extrajudicial., inventário e partilha e 
extrajudicial. 
 
Esses processos tem que visar à publicidade e 
acessibilidade, e deve estar posta nas audiência, nas 
sessões de julgamento, observado a garantia da 
disponibilidade 
Compete ao CNJ e supletivamente aos tribunais 
regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos 
processuais por meio eletrônico (DJE) 
 
Ainda é possível elencar os atos quantos aos sujeitos: 
a) Partes 
Autor e Réu – Podendo ser unilateral e bilateral. 
Saiba que os atos das partes consistentes em 
declaração de vontade produzem efeitos 
imediatamente. 
b) Auxiliares do Juízo 
Atos do Escrivão / Chefe de Secretaria 
O mesmo, ao receber a petição inicial autuará o juízo, 
a natureza do processo, o número do registro, o nome 
das partes e data do seu início, bem como em relação 
aos demais volumes em formação. 
O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos 
autos. 
 
Para processos judiciais eletrônicos os atos serão 
assinados e guardados pelo juiz e chefe de secretaria. 
d) Juiz 
Despacho – Todo ato que visa dar andamento pelo 
processo e que não tem consigo conteúdo decisório. 
Não é ato exclusivo do Juiz, pois o Diretor de 
Secretaria também tem poderes para proferi-los. 
Decisões interlocutórias – Aquelas proferidas ao longo 
do processo para questões incidentais e até mesmo 
para resolução parcial do mérito, mas sem por fim ao 
processo. 
Sentenças – Ato decisório que o magistrado encerra o 
processo de conhecimento ou execução. 
Tribunais proferem outros atos: 
Acórdãos - Decisões colegiadas proferidas por um 
conjunto de Desembargadores ou Ministros. 
Decisões Monocráticas – Decisões proferidas 
isoladamente por um membro do Tribunal, um relator, 
em regra. 
 
A assinatura dos juízes, em todos os graus de 
jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da 
lei 11.419/06 e todos os atos serão publicados no DJE. 
 
Prazos 
Prazos é o espaço de tempo para a prática de um ato 
processual. 
Pode se dar por prazos: 
Legais – Todas as vezes que a lei especificar o tempo 
(regra 15 dias). 
Judiciais – Definido pelo juízo. 
 
Para as situações não definidas por lei e o juiz não 
estabeleça o prazo será de 05 dias. 
 
Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as 
intimações somente obrigarão a comparecimento 
depois de decorrido 48 (quarenta e oito) horas. 
 
Tempestivo o ato praticado antes do prazo. 
 
Contagem 
Para prazos em dias só se leva em consideração dias 
úteis. 
Se for em mês – será contato mês a mês 
Se for em ano – conta-se ano a ano 
Se for em hora – será contado hora a hora, excluído 
apenas a primeira hora 
 
Além de que, para prazo em dias, exclui-se o dia de 
começo e inclui o dia do final. 
 
Férias dos advogados 
É uma pausa aos advogados, suspendendo o prazo do 
dia 20 de dezembro ao dia 20 de janeiro, bem como 
não serão realizadas audiências e sessões de 
julgamento. 
 
Se houver algum obstáculo, diante de um motivo justo, 
o processo será devolvido para a parte. 
Durante período de programas ou mutirões de 
autocomposição, também se entende pela suspensão 
dos prazos. 
 
Se a comarca é de difícil transporte, o juiz tem 
autorização para prorrogar o prazo por até 02 meses. 
 
Em se tratando de calamidade pública a prorrogação 
deverá depender da situação concreta. 
 
A perca de prazo importa em preclusão, a perda de 
uma faculdade processual – preclusão temporal. 
 
Saiba ainda que a preclusão pode se operar na forma 
de: 
Preclusão Temporal – Se dá com o decurso do tempo. 
Todas as vezes que se garante a prática de um ato 
dentro de um determinado tempo, e esse tempo não 
é alcançado, se encaixa neste conceito. 
Preclusão Consumativa – Quando estiver exercido o 
ato. 
Preclusão Lógica – Quando estivermos diante da 
prática de atos incompatíveis. 
 
Prazos do Juiz 
O Juiz proferirá: 
1. Os despachos no prazo de 05 dias; 
2. Decisões interlocutórias no prazo de 10 dias; 
3. Sentenças no prazo de 30 dias. 
 
Se houver motivo justificado, o juiz pode exceder por 
igual período esses prazos 
 
.Prazos diferenciados 
Se houver litisconsortes e estes tiverem diferentes 
advogados, que sejam de diferentes escritórios, o prazo 
será dobrado, se o processo for físico. 
 
Para fazenda, advogados públicos, defensoria, MP o 
prazo será em dobro, se o prazo não for próprio. 
 
Penalidades da perda de prazo 
O juiz deve verificar o motivo pelo qual o servidor não 
cumpriu o prazo e se constatar que agiu por 
irresponsabilidade com falta de razoabilidade e instaurará 
processo administrativo.. 
 
Descumprimento do prazo de devolução de autos 
O CPC destaca que aquele será intimado para devolver 
os autos no prazo de 03 dias, caso não devolva, perde 
o direito de vista daqueles autos fora do cartório e 
poderá ser penalizado no valor de até meio salário 
mínimo, precedida de contraditório em processo 
administrativo no estatuto próprio de cada um. 
Importante destacar que tal multa poderá ser aplicada 
ao MP, Defensor e Advogado. 
Também é possível representar o juiz na corregedoria 
quando,sem motivo justificado ele deixar de lado o 
cumprimento das ordens que lhe impõe. 
 
6. Comunicação dos atos processuais 
 
Comunicação dos atos processuais 
São as seguintes espécies: 
 
Citação 
Ato solene através do qual o réu, terceiro interessado 
ou executado, passam a integrar o processo. 
Tem natureza de pressuposto de validade – A citação 
valida o processo. O comparecimento espontâneo do 
réu supre a citação – entretanto se ficar comprovado 
que não foi realizada regularmente e que ausência da 
observância daqueles prejuízos lhe trouxe prejuízo, 
será o caso de reconhecimento da nulidade para 
devolução do prazo para oferecimento da defesa. Se 
for rejeitada a nulidade, será decretada a revelia. 
Deve ser feita pessoalmente e pode vir a ser feita por 
representante legal ou procurador. 
CPC permite que a citação ao porteiro, bem como, 
este não poderá se excusar de receber e deverá 
declarar por escrito, sob as penas da lei, que não 
recebe apenas se o réu estiver ausente. 
 
O militar em serviço ativo será citado na unidade em 
que servir, se não for conhecida sua residência ou nela 
não for encontrado. 
 
Regra geral, a citação ocorrerá em qualquer lugar que 
o réu se encontre, salvo para evitar o perecimento do 
Direito. 
 
Não se fará citação nos seguintes casos: 
 
1. De quem está assistindo culto religioso; 
2. Para parentes (linha reta ou colateral até 2º 
grau) de luto no dia do falecimento e nos 07 dias 
seguintes; 
3. De noivos, nos 3 dias seguintes do casamento; 
4. De doente, enquanto grave seu estado. 
 
A citação será feita: 
 
1. Pelo correio (regra – carta AR) 
2. Por oficial de justiça (por mandado) 
 
Se o oficial tentar citar o réu por 02 vezes e houver 
suspeita de ocultação, ele irá realizar citação por hora 
certa. Diante dessa citação, o oficial informa ao vizinho, 
porteiro ou pessoa da família que irá retornar com hora 
marcada. O réu não comparecendo, o Oficial entregará 
este mandado as mesmas pessoas e neste caso, será 
efetivada a citação por hora certa. 
O Chefe de Cartório ainda mandará ao citando, 
correspondência dando-lhe ciência de tudo., por fim. 
 
Deverá ser nomeado um curador especial, defensor 
público, se houver a revelia. 
Feita essa citação, o oficial remeterá ao escrivão ou 
chefe de secretaria, no prazo de 10 dias, contados da 
data da juntado do mandado aos autos, carta, telegrama 
ou correspondência, dando ciência de tudo. 
 
3. Pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o 
citando comparecer em Cartório; 
4. Por edital – excepcional e ficta; 
Para casos em que não se sabe quem é ou onde está 
localizado o réu. 
É feita através de publicação em DJE e também é 
possível ser feito em jornais de grande circulação (para 
isso, a pessoa deve arcar com os custos desta 
publicação). 
5. Por meio eletrônico, conforme regulado pela lei. 
 
Em se tratando de empresa, qualquer pessoa apto a 
receber correspondências será citado. 
 
Intimação 
Todas as demais comunicações processuais. É ato 
corriqueiro do processo através do qual vai se dar 
ciência à alguém dos atos e termos do processo. Regra 
geral, essas intimações se destinam ao advogado 
legalmente constituído. 
É feito através de publicação pelo DJE. 
Alguns serão intimados pessoalmente (por carga, 
remessa, meio eletrônico): 
1. MP 
2. Fazenda Pública 
3. Defensoria Pública 
 
Cartas 
1. Precatória 
Comunicação entre juízes dentro da jurisdição brasileira. 
2. Rogatória 
É a comunicação que se estabelece entre juiz brasileiro 
e estrangeiro e vice-versa. 
3. De Ordem 
Comunicação que se impõe do Tribunal aos Juízes a 
ele vinculados. 
Arbitral – Comunicação processual entre o órgão 
jurisdicional e o juízo arbitral. 
 
7. Nulidades 
 
NULIDADES 
Consequência que é imposta diante do 
descumprimento da forma que é relacionada ao ato 
processual. 
Essa nulidade não será imposta se o ato alcançou a sua 
finalidade. 
 
Aquele que deu causa a nulidade, não pode requerer a 
sua declaração. Não pode se beneficiar da própria 
torpeza. 
 
Há duas espécies: 
Nulidade Relativa 
Devem ser reconhecidas pela parte (não pelo juiz) e 
ser sempre trazida nos autos na primeira oportunidade 
que a parte tiver para falar nos autos, sob pena de 
preclusão. 
 
Nulidade Absoluta 
Aqui não se impõe uma preclusão e são declaráveis de 
ofício pelo juiz ou aplicáveis para atos consumados sob 
impedimento do magistrado. 
 
Nulo processo sem a presença do MP, quando este 
deva intervir. Antes da decretação deverá ser ouvido o 
MP para que este opine se realmente é o caso da 
decretação ou se não há sua necessidade. 
 
São nulas as intimação e citações feitas sem 
observância das prescrições legais. 
 
Se um ato isolado for anulado, consideram-se sem 
efeitos os atos subsequentes, bem como, a nulidade de 
uma parte do ato não prejudicará as outras que dela 
sejam dependentes. 
 
Ao declarar a nulidade, o juiz terá que dizer que atos 
serão atingidos e quais as consequências. 
Quando o juiz puder decidir a favor daquele a quem 
aproveita a nulidade, o juiz não mexerá nisso, apenas 
tocará o processo. 
 
 
8. Distribuição e registro 
 
Todos os atos serão registrados (poderá ser eletrônica 
e será publicada no DJE). 
Serão distribuídas por dependência causas que: 
1. .Se relacionem por conexão ou continência; 
2. Reiterado o pedido (processo extinto sem 
resolução de mérito); 
3. Processos que possam gerar risco de prolação 
de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos 
separadamente, mesmo sem conexão entre eles. – ao 
juízo prevento. 
 
A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, pelo 
procurador, por seu procurador, pelo MP ou pela DP. 
 
Será cancelada a distribuição, se a parte, intimada na 
pessoa do seu advogado, não realizar o pagamento das 
custas e despesas de ingresso em 15 dias. 
 
9. Valor da causa 
 
A toda causa será atribuído valor certo. 
 
O valor da causa será: 
 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma 
monetariamente corrigida do principal, dos juros de 
mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até 
a data de propositura da ação; 
 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, 
o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição 
ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de 
sua parte controvertida; 
 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) 
prestações mensais pedidas pelo autor; 
 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de 
reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem 
objeto do pedido; 
 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano 
moral, o valor pretendido; 
 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a 
quantia correspondente à soma dos valores de todos 
eles; 
 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de 
maior valor; 
 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor 
do pedido principal 
 
Para cobrança de valores vencidos e vincendos, o valor 
da causa abrangerá todas as prestações. 
Para as parcelas vincendas por tempo indeterminado ou 
por período superior a um ano, considerará uma 
parcela anula. Por tempo inferior se considerará a soma 
de todas as prestações. 
 
O juiz corrigirá de ofício e por arbitramento o valor da 
causa quando verificar que não se adequa a ação e 
indicará ao autor o recolhimento das custas 
remanescentes. 
 
O réu poderá impugnar na contestação o valor da 
causa, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá e se 
entendendo pelo erro, mandará complementar as 
custas. 
 
10. Tutelas provisórias 
 
Pode ser de urgência e evidência. 
 
A tutela de urgência, cautelar ou antecipada pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental e 
conservará sua eficácia durante o período de 
suspensão do processo (observa normas do 
cumprimento de sentença).. 
 
A tutela provisória incidental independe de custas. 
 
Juiz poderá determinar as medidas que entender 
necessárias para sua conservação. 
 
 
TUTELA DE URGÊNCIA 
Pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. Aplicável quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo

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