Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1. Normas Fundamentais E Princípios Noções Gerais O homem é um ser gregário, os indivíduos, de maneira geral, estão habituados a viver em sociedade. Dentro da lógica da vida em sociedade, não raras vezes, sabemos que conflitamos, nos desentendemos. Os conflitos, também conhecidos tecnicamente como lides, são esses desajustes, comuns na vida em sociedade. Ao versar sobre conflitos entre particulares, devemos perceber que por muito tempo, os mesmos não eram resolvidos pelo Estado, mas sim através da força e do que aquilo que é chamado conceitualmente de autotutela. Com o decorrer do tempo, o Estado passou a se interessar na resolução desses conflitos, dizendo o direito, lançando a jurisdição. Hoje, a autotutela é proibida e apenas se faz permitido em casos excepcionais e sobre o controle do Estado. Com a vinda do interesse do Estado, surgem as mais diversas ramificações sobre áreas de conflitos, e lança-se o Direito Processual Civil como o ramo do Direito Público que através de princípios e regras irá determinar a resolução de conflitos de natureza civil. O Código de Processo Civil é a principal fonte formal deste ramo e ressalta-se, genuíno, o único Código criado sob a égide de um Estado Democrático de Direito. Os primeiros artigos do Código, mais especificamente do Art. 1º ao 12, regulam as normas fundamentais, que nada mais são do que a base estruturante do Direito Processual Civil, e que se observa, contudo, que este rol é apenas exemplificativo, podendo ser extraído de demais ordenamentos jurídicos outros princípios, os quais, logo, se fazem necessário conhecê-los: Princípio do Devido Processo Legal - Art. 5º, inciso LIV, da CRFB/88 É considerado o princípio base do direito processual. Este é um princípio constitucional o qual determina que ninguém será privado de seus bens ou condenado a qualquer situação sem que se haja um devido e prévio processo legal e que neste seja dado a oportunidade de defesa e de manifestação em todas as ocorrências contraditáveis dos autos. Ou seja, por meio deste princípio, faz-se necessário um processo, o qual será documentado por todas as oportunidades de defesa e todos os argumentos, tanto do Autor como do Réu, para somente então haver um julgamento. Princípio Dispositivo ou Demanda – Art. 2° do CPC Como muito se sabe, a demanda nasce por manifestação da parte. De acordo com esse princípio, o processo se inicia somente por provocação da parte. Essa parte trata-se do indivíduo que sofreu ameaça ou lesão ao seu direito, o qual poderá, se tiver interesse, manifestar a sua vontade de representação perante o Poder Judiciário, através da Petição Inicial.. Princípio do Impulso Oficial – Art. 2º do CPC Iniciado o processo por iniciativa da parte, passa a vigorar o princípio do impulso oficial, por meio do qual, cabe ao magistrado conduzir os autos. Aqui vale conferir o Art. 139 do CPC, que dispõe os meios pelos quais juiz dirigirá o processo. Para este princípio há exceções, há duas hipóteses que a lei excepciona ao magistrado para adentre com os procedimentos de ofício, previstos no Art. 712 referente à restauração de autos e Art. 738 para cuidar da herança jacente. Princípio da Inafastabilidade ou Controle Jurisdicional – Art. 3º do CPC Podendo ser concebido também como acesso à justiça. Este princípio preleciona que ninguém poderá ser impedido de levar sua lide/conflito ao Poder Judiciário. Ressalta-se que não se faz necessário uma lesão de fato, apenas a existência de ameaça de lesão já é o suficiente para gerar o direito de ingressar perante o Judiciário e obrigar o magistrado a analisar o caso, julgando o processo. O magistrado não pode abster-se de julgar os autos. Uma vez que provocada a jurisdição, pelo princípio da inafastabilidade, o juiz tem o dever de prestar a tutela jurisdicional, não podendo esquivar-se de analisar o mérito. Aqui se vale abrir uma análise para um ponto muito importante dentro do tema, que trata-se dos vários meios de acesso à justiça, ou como popularmente se conhece, o Sistema Multiportas, trazendo os vários caminhos para a resolução de um conflito. Além da jurisdição é possível proceder à lide por meio da arbitragem e da autocomposição. A arbitragem foi autorizada, na forma da Lei 9.307/96 e é utilizada para conflitos de ordem patrimonial, cujo direito seja disponível, já a autocomposição permite que as partes resolvam através do diálogo e pode assumir duas formas. De acordo com o Art. 165 do CPC, a mediação será preferencialmente utilizada em conflitos que envolvam pessoas que já possuem vínculo anterior, como no caso de situações que envolvam família e vizinhos e neste caso, o mediador não poderá opinar ou sugerir soluções ao conflito, ele deve apenas tentar conduzir o ato de modo que as partes, por si, resolvam-se. Já a conciliação será preferencialmente utilizada entre pessoas desconhecidas, por exemplo, diante de uma ocorrência que envolva acidente de veículos entre estranhos. Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito – Art. 4º do CPC Este princípio visa garantir às partes o direito ao julgamento de mérito, em tempo razoável, fazendo alusão à própria atividade satisfativa. O que significa ainda dizer que se busca uma tutela concretizada, efetiva, a fim de não extinguir o processo se houver possibilidade de sanar vícios e defeitos, observando o magistrado, sempre que possível, prestigiar uma decisão de mérito. Princípio da boa-fé – Art. 5º do CPC Essa figura nasceu com o Direito Civil, foi ganhando força com a Constituição e hoje é um dos princípios mais importantes do Direito Processual Civil. Apesar de já existir desde o Código de Processo Civil de 1973, o princípio da boa-fé ganhou força e expressão através do CPC de 2015, ordenando expressamente que TODAS as partes devem agir com boa-fé processual, baseadas na absoluta lealdade. Não se admite faltar com a verdade, nem litigar com o intuito puro de perturbar ou prejudicar a parte contrária. Não se admite brincar com o Poder Judiciário e em seu desrespeito poderá aquele receber uma condenação pecuniária por litigância de má-fé. Princípio da Cooperação – Art. 6º do CPC Todos os sujeitos devem colaborar para o bom desenrolar do processo, para que mesmo termine em um tempo razoável e se obtenha uma decisão justa e efetiva.. É um conceito indeterminado, pois não existe um tempo matemático para cada ação. Princípio da Isonomia – Art. 7º do CPC Isonomia substancial ou material. Princípio constitucional pelo qual deve-se tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual no âmbito processual, isto pois, há de se considerar hipossuficiência e outras exceções específicas, como é o caso da prioridade na tramitação dos autos, prevista no Art. 1048 do CPC. Às vezes, em um processo, uma parte será mais fraca que a outra, o que significa dizer que terá menos possibilidades que a outra - aqui nem sempre se fala em questão econômica, mas em paridade de armas. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa – Art. 9º e 10 do CPC Contraditório Real ou Material. Este princípio deve ser observado com obrigatoriedade nos autos e se revela como a ampla oportunidade que as partes possuem em termos de direito de participação e de influenciar o juiz no processo. Por meio deste princípio entende-se que o juiz deve, obrigatoriamente, disponibilizar oportunidade igualitária de manifestação para todas as partes e permitir influenciar-se por elas. Do contraditório nascem duas regras, quais sejam: Vedação de decisões surpresas - Prevista no Art. 9º do CPC, o qual preleciona que deve haver uma escuta previa das razões de ambas as partes, antes de uma decisão judicial sobre assunto relevante. Todavia, há exceções, há casos em que primeiramente o juiz decide e posteriormente passa a ouvir a parte contrária, que se faz em caso de tutela de urgência ou evidência e ainda, no casode tutela de evidência lançada em ação monitória. Dever de consulta - Previsto no Art. 10, o magistrado não pode usar um fundamento novo na sentença, sem antes ter ouvido as partes sobre o tema. Princípio da Fundamentação e da Publicidade Fundamentação é a exigência constitucional, prevista no Art. 93, IX da CRFB/88, a qual assinala que o juiz deverá fundamentar as suas decisões, sob pena de nulidade. Ainda, tal decisão deve estar fundamentada nos moldes do Art. 489 do CPC. Já a Publicidade determina-se que todos os atos processuais serão públicos, visando um maior controle por parte de todos frente a atuação jurisdicional. Todavia, como bem se sabe, toda regra conta com uma exceção, neste caso vem a ser os processos que tramitam em Segredo de Justiça. O segredo de justiça é a limitação de que em dado processo, somente o juiz, as partes, seus advogados e o Ministério Público, quando se fizer necessário, terão acesso a este processo e seus atos. E isso irá acontecer quando houver menor envolvido, houver clamor público e quando se tratar de ações de família. Vale ainda destacar os termos estabelecidos no Art. 12 do CPC sobre a ORDEM CRONOLÓGICA. Cansado da morosidade proposital de alguns sistemas judiciários, o legislador com a vinda do CPC de 2015, instituiu que juízes e Tribunais devem PREFERENCIALMENTE criar uma fila que respeite a ordem cronológica. Logo que os autos forem conclusos, devem adentrar nesta fila. Fontes do Direito Processual Civil A Constituição Federal é a premissa maior. Além deste, o Código de Processo Civil e determinadas Leis Extravagantes como a Lei 9.099/95, Lei 12.016/09, Lei 7347/85. Aplicação das Normas Processuais Ao processo brasileiro se aplica a lei brasileira, no entanto, tratados, acordos e convenções internacionais dos quais o Brasil seja parte, também serão aplicados.. Além de que, o CPC publicado em 2015, entrou em vigor apenas em 18.03.2020. Nos termos do Art. 14 do CPC, via de regra, todos os processos iniciado a partir de 18.03.2015 seguem as regras do CPC de 2015 e para os processos pendentes de julgamento, a norma não retroagirá e será aplicada dali pra frente, do estado em que os autos se encontram. 2. Jurisdição e ação Jurisdição Traz a ideia de dizer o direito. Trata-se de um poder-dever atribuído a um terceiro imparcial, que é o Estado e fora criada para atender as mais variadas situações concretas de modo imperativo e criativo, de modo a gerar a melhor saída para cada caso, aplicando o Direito e buscando a pacificação social. A jurisdição tem por finalidade, em primeiro momento o âmbito político, que se revela na medida em que não exercemos a cidadania apenas através do voto, mas também quando buscamos a proteção estatal.; em segundo momento, fala-se em um escopo social, também chamado de educativo, no qual a ideia central da jurisdição firma-se na busca pelo bem comum e dentro deste contexto é fundamental perceber que jurisdição educa, inibindo comportamentos e ações tidas como intoleráveis; e por último, mas não menos importante, o fim jurídico da jurisdição que se revela como sua própria essência., por sendo a vontade concreta do ordenamento jurídico. Princípios da Jurisdição Princípio da investidura Através deste princípio preleciona-se que somente o magistrado poderá exercer a jurisdição e o mesmo deve-se tratar de alguém aprovado em concurso de provas e títulos, precedidos, desde a EC n. 45, de 03 anos de atividade jurídica. A este dinamismo, há exceções, como é o caso dos Juizados Especiais, regulados pela Lei 9.099, em que se dá a presença dos chamados Juízes Leigos. Para este cargo, trata-se de bacharéis de Direito designados para auxiliar o magistrado diante do procedimento sumaríssimo. Há exceção ainda ao tratarmos dos Ministros nomeados pelo Presidente da República. Princípio da Indelegabilidade A função jurisdicional, uma vez que o magistrado tenha sido nomeado e tomado posse, será indelegável. Não poderá o juiz conferir a outrem a função que lhe é creditada, compete a este e somente a este conduzir os mais variados processos. Essa indelegabilidade é interna e externa, não podendo o magistrado delegar nem a outro juiz, nem a outra autoridade a função que lhe foi confiada. Princípio da Territorialidade Uma vez que o magistrado seja nomeado e tenha tomado posse, a atribuição desta função jurisdicional será limitada a um dado território. A nossa estrutura judiciária firma-se a partir de níveis ou escalonamentos hierárquicos: 1º grau (limitado a comarca – justiça estadual, seção ou subseção – justiça federal), 2° grau (limitado ao Estado ou regiões), Tribunais Superiores e Superior Tribunal Federal (exercem jurisdição em todo o território nacional). Para facilitar e permitir o livre trânsito das comunicações entre essas esferas diferentes surge a figura da Carta Precatória, a fim de facilitar a comunicação entre dois ou mais juízes. Se estivermos diante da necessidade de uma comunicação fora do país se dará através da Carta Rogatória, que nada mais é do que uma comunicação que vai se estabelecer entre a jurisdição brasileira e a jurisdição estrangeira. Há uma exceção, no caso de Comarcas Contíguas ou no caso de Comarcas situadas numa mesma região metropolitana, será dispensável a Carta Precatória., por questão de economia e celeridade processual. Princípio da Inevitabilidade Juiz não poderá deixar de decidir em nenhum caso, ainda que haja lacuna no ordenamento jurídico, devendo em todo caso, fundamentar suas decisões e só se utilizará da equidade nos casos expressos em lei. Princípio da Indeclinabilidade A jurisdição não deixará de analisar lesão ou ameaça de lesão, mesmo em caso de lacuna ou obscuridade da lei, devendo servir-se de mecanismos de integração, neste caso. Princípio da Inércia A jurisdição é inerte. O Estado não pode buscar a iniciativa de requerer a solução por nós, pois não seria imparcial desse modo. É concedido apenas à parte o direito de provocar o Poder Judiciário. Características da Jurisdição Substitutividade A decisão jurisdicional substitui a vontade das partes. Ressalta-se que só há substitutividade diante da jurisdição contenciosa. Imparcialidade A função da jurisdição é cabível a terceiros imparciais, desinteressados, que não tenham nenhum tipo de predileção pela matéria, pelas partes e etc. Para compreendermos os limites da imparcialidade, o sistema processual lançou mão da regulamentação das parcialidades, as quais podem ser de duas distintas espécies: Suspeição (Art. 145 do CPC) – Trata-se de hipóteses mais subjetivas e difíceis de serem comprovadas. Ex: amizade, inimizade entre partes, advogados e juízes. Importante ressaltar que o juiz pode alegar suspeição por foro íntimo, sem a necessidade de fundamentar a sua própria decisão. Impedimento (Art. 144 do CPC) - É mais objetivo e mais fácil de ser comprovado. Ex: parentesco (colateral até o 3º grau), atuação profissional pretérita e/ou atual do juiz, clientes do escritório de parentes do juiz. Qualquer das partes pode suscitar estas nulidades. Lide É o conflito de interesses. Em regra, se inicia o processo por conta de um conflito. Todavia, nem todo processo tem lide, alguns são de jurisdição voluntária/consensual. Monopólio do Estado O Estado tem em suas mãos essa tarefa de dizer o direito. Una e Indivisível Apesar de estruturada em diversos órgãos jurisdicionais, cada um apenas exerce uma fatia desta jurisdição, que nada mais é do que a sua competência. Coisa julgada Definitividade. É um fenômeno que recobre a decisão judicial e diante da cobertura dessa decisão judicial e da respectiva coisa julgada, lida-se com uma decisão que não cabe mais recurso. Espécies de Jurisdição Cível – Toda aquela que não é Penal (por exclusão). Penal – Atrelada a checagem e aplicação de penas diante de contravenções penais e cometimentos de crimes.Comum – Justiça Estadual e Federal. Especializada – Trabalho, Eleitoral, Penal Militar. Voluntária – Inexistência de conflito/lide. Contenciosa – Existe lide. Limites da Jurisdição Nacional A jurisdição nacional é exercida em todo território nacional. Todavia, há hipóteses de Jurisdição Concorrente (Art. 21 e 22 do CPC) em que o indivíduo poderá escolher entre demandar no Brasil ou no estrangeiro., lembrando que essa decisão proferida fora do país só virá a surtir efeito após homologação pelo STJ. (antes de 2004 era o STF). Já na hipótese de Jurisdição Exclusiva (Art. 23 do CPC), a mesma só poderá ser desempenhada por jurisdição brasileira e lançam-se em três hipóteses, quais sejam: imóveis situados no Brasil, inventário e partilha de bens deixados no Brasil e partilha de bens. Cooperação Internacional Crescente é o avanço na economia mundial e o seu correspondente impacto jurídico. Diante dos mais diversos interesses transnacionais e da necessidade da produção de atos em um país para cumprimento em outro, cria-se a necessidade de instituirmos a cooperação internacional. O Art. 26 do CPC traz a base principiológica dessa cooperação, firmando o Ministério da Justiça como autoridade central. Pela cooperação garante-se o devido processo legal do Estado requerente, igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros e publicidade dos atos. Deve ser ressaltado ainda um ponto muito importante no que tange a espontaneidade na transmissão de informações, via de regra, é feita por tratados, todavia, na sua ausência, poderá ser trabalhado pautado apenas na reciprocidade que se dê pela via diplomática. Além de que, no caso da cooperação internacional será permitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas que regem o Estado brasileiro, desde que não venha a ferir o Estado Democrático. Objeto da cooperação jurídica internacional Citação, intimação, notificação, produção de provas, colheita de informações, homologação e cumprimento de decisões judiciais, concessão de medida judicial de urgência, assistência jurídica internacional ou qualquer outra medida não proibida pela lei brasileira. Auxílio Direto Cabível quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional brasileira a ser submetida a juízo de deliberação. Objetos de Auxílio Direto Informações sobre o ordenamento jurídico, processos administrativos ou jurisdicionais e outras medidas não proibidas pela lei brasileira. Ação É um direito fundamental constitucionalmente assegurado, que permite a todos diante de uma ameaça ou lesão ao direito buscar a tutela jurisdicional. Quando esse direito fundamental está em exercício ganha força de demanda, na qual se depara com elementos e condições. Elementos: 1. Partes: Autor e Réu 2. Causa de Pedir: fatos + fundamentos jurídicos 3. Pedidos: Motivo da discórdia Deve ser: a) certo/expresso (no entanto, podem ser implícitos os pedidos de juros, correção monetária, despesas da sucumbência e honorários advocatícios sucumbenciais); b) determinado/quantidade e qualidade (é possível formular pedido genérico – certo e determinável – como é o caso de ações universais, inventário e partilha, atos e fatos ilícitos) Condições: 1. Legitimidade: deve ser parte legítima, que pode ocupar o posto daquela ação e acionar na demanda a parte contrária correta. 2. Interesse: deve haver utilidade, necessidade e adequação daquela demanda. Extingue-se o processo sem resolução de mérito quando há carência de ação. Hoje a possibilidade jurídica do pedido está embutida no próprio mérito e se você formula um pedido proibido, juridicamente impossível, não pode mais ser visto como mera condição da ação, mas sim como a IMPROCEDÊNCIA de plano do pedido. 3. Competência A jurisdição é uma e indivisível, o que se torna divisível são suas competências, sendo permitido o seu fracionamento e cada órgão jurisdicional recebe uma fatia da jurisdição. 1º grau 2º grau Tribunais Superiores STF Toda vez que o órgão extrapola os limites da parcela da função que lhe foi confiada será incompetente. Assim, segundo a lei, o juiz competente é aquele que tem a atribuição para resolver aquela determinada situação. Fontes da Competência Constituição Federal Código de Processo Civil (Art. 42 e seguintes) RI’s e LOJ’s Momento de fixação da competência Com a propositura da demanda. Lembre-se que essa demanda será estruturada por uma Petição Inicial que será distribuída ou levada ao registro. Se for proposta em Comarca que há apenas um único juízo, não há necessidade de sortear a Petição Inicial, apenas o registro será o suficiente para fixação da competência. Já a distribuição vem para estruturar a essência do juiz natural. Saiba que após a fixação da competência, nenhuma mudança do estado de fato ou de direito de uma pessoa, será capaz de alterar a competência fixada. O único caso que pode excepcionalmente permitir devida alteração para o caso de mudança, é no que tange ao menor alimentando. Há duas exceções, uma para o caso de extinção do órgão jurisdicional atrelado ao julgamento do dado processo e os autos serão remetidos para outro órgão competente. Assim também para quando o legislador procede à alteração de competências absolutas. Aqui cabe destacar a seguinte distinção, tendo em vista que competência é um gênero e se subdivide em duas espécies: 1. Competência Absoluta Em razão da matéria, das pessoas e em razão da hierarquia/funções dos órgãos jurisdicionais. 2. Competência Relativa Em razão do território e valor da causa Critérios de Competência 1. MATÉRIA Será reconhecida pela natureza do conflito, definida através da causa de pedir e dos fatos. 2. PESSOAS Sujeitos – Autor e Réu. Regra geral, não se tem impacto, no entanto, há determinadas pessoas que em razão da função ou posição que ocupam no ordenamento jurídico trazem consigo regras próprias de competência. Ex: União, Empresas Públicas Federais, Conselhos Fiscalizatórios de Classe, Autarquias e Fundações, como autores, réus e terceiros intervenientes. Salienta-se que na posição de amigos curi não se aplica essa regra da competência absoluta. Além de que, há conflitos que há conflitos que tem natureza própria e especifica e que não permite deslocar-se para outra competência mesmo sendo parte as pessoas mencionadas (Art. 45). Para Estados e Municípios também há regra de competência em razão das pessoas, no caso da criação das Varas de Fazenda. 3. HIERARQUICA/FUNCIONAL Os órgãos jurisdicionais estão escalonados em níveis, dentro dessa lógica, cada um detém sua competência específica dentro daquilo que lhe foi atribuído. 1° grau: Competência Originária Demais Tribunais: Regra geral, Competência Recursal ou Derivada. Há exceções, algumas vezes o juiz de 1º grau poderá exercer competência de recursal, como no caso dos Embargos de Declaração (para decisões omissas. contraditórias, obscuras ou que contenham erro material); bem como há ações iniciadas diretamente no Tribunal, como por exemplo, a Ação Rescisória ou Mandado de Segurança contra ato judicial. 4. TERRITORIAL Delimita o foro/local de competência para apreciar e julgar aquelas matérias (Art. 46 ao Art. 56 do CPC). É competência relativa e pode ser objeto de convenção entre as partes, inclusive, muito comum em sede contratual. Exceto quando se tratar de direitos reais imobiliários, em que o foro competente for o do local do bem e para eleição de foro abusiva, que dá direito ao magistrado remeter de ofício os autos para o juízo competente até a citação. Ressalva-se que diante de uma incompetência relativa que não seja oportunamente anunciada ocorrerá à preclusão, ou seja, perda da faculdade processual e neste caso ocorrerá a prorrogação da competência, tonando-se competente aquele juízo para julgamento. 5. VALOR DA CAUSA Também é de competência relativa.Vejamos que toda causa deve ter um valor e a depender do valor da causa, teremos uma determinada competência. Nesse quesito, para ilustrar, temos a Lei 9.099/95, dos Juizados Especiais Cíveis, nos quais são julgadas causas de até 40 salários mínimos ou até mesmo os Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública em que o teto é delimitado para 60 salários mínimos. Saiba primeiramente que a competência absoluta prestigia o interesse público, não pode ser convencionada entre as partes e será reconhecida de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição, diferente da competência relativa, que deve ser arguida pelo interessado no primeiro momento em que se manifestar nos autos. Qualquer que seja a incompetência será ela matéria da preliminar em sede de contestação. As incompetências absolutas podem vir a ser objeto, inclusive, de Ação Rescisória. Além do mais, os atos decisórios proferidos por juiz incompetente não serão imediatamente anulados, pelo contrário, serão mantidos até análise do juiz competente, seja para confirma-los ou revoga-los. Causas modificativas da competência São duas as causas capazes de modificar a competência: 1. Conexão: Quando entre duas ou mais demandas houver identidade de causa de pedir ou pedido. Todavia, a Súmula 235 do STJ definiu que não se permitirá a reunião de dois ou mais processos, se uma das causas já houver sido julgada, haja vista que a reunião visa à celeridade e economia. 2. Continência: Quando as partes do processo, a causa de pedir são as mesmas e o pedido de uma das ações é mais amplo que o da outra. A consequência será a reunião de processos. Via de regra será competente o JUÍZO PREVENTO, ou seja, o juízo que atrairá para si o julgamento dessas demandas é o juízo no qual primeiro se distribuiu ou levou a registro a Petição Inicial.. Ainda, o CPC amplia a hipótese de reunião de processos mesmo quando não houver conexão para os casos de em que houver potencial risco de que decisões contraditórias sejam proferidas. Conflito de competência Sempre que dois ou mais juízes discutirem sobre os limites de suas atribuições se haverá um conflito de competências. Dica: Não há conflito de competência quando se discute uma autoridade jurisdicional e outra administrativa, pois aqui se fala em conflito de atribuições, bem como não há conflito de competência entre o seu Tribunal e seus inferiores e vice-versa. Qualquer das partes, o MP e os juízes poderão suscitar o conflito (Art. 66 do CPC). Bem como poderá se dar em duas espécies: Positivo – Dois ou mais juízos se dão por competente. Negativo - Dois ou mais juízos se dão por incompetente. Se há Tribunal Superior envolvido no conflito, o STF deverá decidir. Se dois órgãos estiverem vinculados ao mesmo órgão hierarquicamente superior, este será o competente. Em todos os demais casos, será do STJ a tarefa de resolver esse conflito. Cooperação Nacional Todos que participem do processo devem agir a luz da cooperação. Os órgãos do Poder Judiciário, como um todo, tem um dever de recíproca cooperação e seus pedidos devem ser prontamente atendidos. 4. Sujeitos do processo Partes e Procuradores O processo é o instrumento através do qual a parte vai buscar a resolução do seu problema. Nesse ínterim, supõem-se dois aspectos que fazem parte deste, quais sejam: sujeitos e atos processuais. A relação será composta por no mínimo um Autor, que é aquele que se diz lesado ou ameaçado, ocupando o polo ativo e pelo Réu, que tem contra si proposta a demanda, tendo sua posição no polo passivo do processo. Além das partes, será necessário checar a presença do magistrado, a quem a lei confere a tarefa de dirigir o processo como terceiro imparcial para culminar na decisão final (Art. 139 do CPC). Ao lado das partes, será indispensável, como regra geral, a inserção daqueles que o representem, com as devidas capacidades postulatórias, vale dizer, os seus procuradores. Lembre-se, também, que para o magistrado dirigir o processo será necessário contar com uma equipe técnica de auxiliares, que cada um ao seu modo, em meio as funções que lhe são determinadas, cuidarão de auxiliar o magistrado na prática de atos que lhes são importantes, desde uma perícia, penhora, citação, arresto e assim sucessivamente. Ainda, haverá a presença do Ministério Público em diversas situações, vale-se dizer que no âmbito processual civil o mesmo pode assumir duas determinadas funções, por vezes atua como parte outras como fiscal da lei. Capacidades Natureza Jurídica – Pressupostos Processuais Devem ser averiguadas três capacidades para adentrar com a demanda, quais sejam de: 1. Ser parte – Comumente chamada de personalidade judiciária. Atribuição, autorização para que o indivíduo ocupe um dos polos dessa relação processual. Via de regra todos podem ser partes. Todavia, há exceções, para animais e pessoas falecidas. Caso haja morte no curso do processo e o direito debatido for de ordem intransmissível, extingue-se o processo sem resolução de mérito por perda do objeto. Em todos os demais casos, lida-se com a suspensão do processo para proceder à devida habilitação legal. 2. Estar em juízo/processual – Tem capacidade para estar em juízo todo aquele que absolutamente capaz, pessoa física, que puder exercer seus direitos e contrair obrigações. No caso de partes incapazes, temos que o relativamente incapaz será assistido e o absolutamente incapaz será representado. Figura importante dentro desse campo, faz-se na pessoa do Curador Especial, pois se estivermos diante de um incapaz que não tenha representantes legais, bem como daquele que o interesse dos representantes colida com os do incapaz ou até mesmo para réu preso, deverá ser nomeado um Curador Especial, com função eminentemente processual, que nada mais é do que um Defensor Público nomeado para proteger os interesses daquele que se encontra diante das vulnerabilidades enumeradas acima. Vale destacar ainda que pessoas casadas quando forem discutir direitos reais imobiliários contarão uma com o auxílio da outra, exceto quando unidas pelo regime da separação absoluta de bens. Quando o consentimento for negado ou impossível de ser concedido por um dos cônjuges, o mesmo será suprido pela via judicial. Já no caso das ações possessórias, a participação do cônjuge somente é indispensável para quando haja composse ou ato praticado por ambos. 3. Postulatória – Também chamada de capacidade judiciária ou técnica, que será confiada aos advogados regularmente inscritos na OAB, Defensores Públicos e Membros do Ministério Público. O juiz só tem essa capacidade para os casos em que debate a sua suspeição ou impedimento, em demais situações, o juiz necessita estar representado por advogado. A luz do mencionado, surge um instituto importante dentro do processo, chamado de Jus Postulandi, pelo qual autoriza a parte se colocar no processo sem a presença obrigatória do advogado. É o que iremos observar para os casos de HC, para ações impetradas em Juizados Especiais Cíveis, regradas pela Lei 9.099/95, a qual aponta que para as causas de até 20 salários mínimos, observados os limites da sentença, poderão em qualquer dos polos da ação não se fazerem acompanhados por advogados, bem como para Justiça do Trabalho, na forma da Súmula 425 do TST, por meio da qual permitem-se as partes permanecerem sem advogado até o TRT. Deveres das partes Todos os que participem do processo devem: 1. Se comprometer com a fala verdadeira de suas alegações; 2. Não formular pretensões e defesas cientes de que estão destituídos de fundamento; 3. Não produzir provas ou praticar atos inúteis a defesa e proteção dos direitos; 4. Cumprir as decisões judiciais, sem criar embaraços para efetivação da tutela; 5. Declinar no primeiro momento em que tiver oportunidade seu endereço correto, atualizando sempre que houver modificações;6. Não praticar ato de inovação ilegal, não doar, nem vender patrimônio que pode ser objeto de expropriação, com fim de burlar a justiça. 7. Bem como, deve se ater ao respeito a todos os atos processuais praticados. Para quem descumpre as decisões judiciais ou tentar burlar a justiça sofrerá as consequências do ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA. Aqui será configurada dupla lesão, pois ao mesmo tempo que fere a parte contrária atinge o Poder Judiciário pelo desrespeito. O condenado pagará multa de até 20% sobre o valor da causa, sendo graduada de acordo com o grau de lesão desta conduta e será revertida em favor do Estado nas causas de competência da Justiça Estadual e revertida para a União nas causas de competência da Justiça Federal. Fixada a multa e não comprovado seu pagamento pelo devedor, está será inscrita como dívida ativa e se sujeita aos ditames da Execução Fiscal nos moldes da Lei 6.830/80. Poderá ainda sofrer cumulação de outras penalidades, e ainda, se o valor da causa for irrisório, a multa será fixada em até 10 vezes o valor do salário mínimo. Litigância de má-fé Será litigante de má-fé aquele que descumprir os seus deveres e incidir nas condutas previstas no Art. 80 do CPC, quais sejam: 1. Produzir pretensão ou defesa contra texto de lei ou fato incontroverso; 2. Alterar a verdade dos fatos; 3. Usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 4. Se opuser resistências injustificadas, protelando o feito, criando incidentes infundados; 5. Propor recurso com escopo meramente protelatório. Pode ser reconhecida por provocação ou até mesmo de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição. As consequências da litigância de má-fé serão o pagamento de multa para a parte contrária em valor superior a 1% e inferior a 10% sobre o valor da causa. Ressalta-se, ainda, que poderá o litigante de má-fé responder por perdas e danos, a ser definido pelo juízo cumulativamente. Despesas e Honorários Processuais É cediço que o processo traz consigo um custo, o qual pode ser concebido tanto de ordem emocional, como de ordem financeira. Dentro desse contexto, aquele que não tiver condições financeiras para arcar com os custos processuais, sem prejuízo do seu sustento próprio, bem como da sua família, terá direito à concessão da gratuidade judiciária. Com exceção destes beneficiários, o CPC assinala que incumbe às partes suportar o peso de prover as despesas dos atos que requererem e realizarem dentro do processo, inclusive, providenciando o pagamento de modo antecipado. O Autor tem para si um ônus mais específico, arcando com além das despesas já mencionadas, com as custas iniciais do processo. Importante mencionar que ao final do processo a sentença determinará ao vencido que pague todas as despesas que o vencedor da demanda tenha antecipado, ou seja, deverá reparar o vencedor por todos os valores despendidos a título de custos processuais, e é claro, não se contando aqui as despesas com honorários. Para estes, o juiz fixará honorários advocatícios sucumbenciais, que serão pagos pelo vencido ao advogado da parte vencedora. Aquele que sucumbir, além de devolver todas as despesas que o outro tenha efetuado, acrescidos de juros e correção monetária, pagará honorários advocatícios sucumbenciais, na forma do Art. 85 do CPC, entre no mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre a condenação, proveito econômico ou valor da causa. Além destes honorários fixados em sentença, o CPC preleciona que também poderá ocorrer a fixação em sede de reconvenção, no cumprimento de sentença (tanto provisório, como definitivo), para processo de execução (haja ou não embargos à execução) e nos recursos. A ideia central visa além de melhorar os valores percebidos pelos patronos, mas desestimular práticas desrespeitosas, atentatórias no curso do processo. O juiz deverá considerar os seguintes critérios para fixação dos honorários: 1. Grau de zelo profissional; 2. Lugar de prestação do serviço; 3. Natureza e importância da causa; 4. Trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para seu serviço. O advogado que postula em causa própria, bem como os advogados públicos fazem jus a tal direito. Por fim, no que tange a este tema, há de se considerar ainda que os honorários não são compensáveis! Assim como naquilo que importa às despesas processuais, temos o que se chama de sucumbência recíproca, onde cada parte será vencedor e vencido em delimitada porcentagem. Neste caso, serão distribuídas proporcionalmente as despesas entre ambos. No mais, importante ressaltar o instituto da GRATUIDADE DA JUSTIÇA. Esta é uma faceta substancial da isonomia, segundo a qual os iguais são tratados de modo igual e os desiguais na medida de sua desigualdade. Essa gratuidade foi regulada originariamente através da Lei 1.060/50, na qual compreende-se não só a gratuidade, como a assistência judiciária. Importante fazermos uma distinção no que diz respeito a Gratuidade, já que está se restringe a concessão a quem demonstre não ter condições da dispensa inicial de determinados custos no processo, enquanto a Assistência é mais ampla, visando o amparo do Estado como um todo a parte hipossuficiente, para que lhe forneça além do amparo com seus custos, como também lhe garanta um profissional adequado, que sem a cobrança de honorários irá acompanhá-lo(a), judicial e extrajudicialmente. Esta Lei 1.060 foi realinhada à luz do Art. 98 e 102 do CPC e teve parte de seus artigos revogados. Importante mencionar que a gratuidade será concedida tanto a pessoas físicas, como jurídicas, brasileiras ou estrangeiras que comprovem a insuficiência de recursos para arcar com os custos processuais. Importante: Exame de DNA é embutido na gratuidade! Fato é que essa concessão não afasta o beneficiário de pagar as despesas e honorários advocatícios decorrentes da sua sucumbência. Saiba que esses honorários ficam sob condição suspensiva e podem ser executados nos 5 anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que o certificou, extinguindo-se após esse prazo as obrigações. Mas nem tudo são flores e com o intuito de colocar limite em demandas descabidas definiu o CPC que os beneficiários da gratuidade deverão arcar com as multas processuais que lhe são impostas ao final do processo. Para além disso, no que tange aos pagamentos, existe a possibilidade de gratuidade parcial para prática de determinados atos, um exemplo muito comum é para a perícia. Bem como, também existe a possibilidade de parcelamento das custas processuais a qualquer tempo e grau de jurisdição. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta de pressupostos para a concessão da justiça gratuita. E da decisão da não concessão ou da revogação das benesses da justiça gratuita poderá a parte interpor Agravo de Instrumento. A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. Ressalta-se ainda que o direito à gratuidade é pessoal e não se estende a litisconsórcio, terceiros ou substitutos, salvo posterior deferimento do juízo para quem participa. Já no que tange aos recursos, o recorrente estará dispensado de proceder ao recolhimento do preparo inicialmente, cabendo ao relator verificar e, sendo o caso, deferir ou indeferir, e neste último abrirá prazo para comprovação de pagamento. No caso de deferimento, estando em desacordo, a parte contrária valer-se-á da contestação para impugnar o pedido. Caso seja revogado o benefício, a parte arcará com as despesas que tiver deixado de adiantar e pagará em caso de má-fé até o décuplo do seu valor a título de multa, que será revertido em benefício da Fazenda Pública e poderá ser inscrita como dívida ativa. Procuradores Os advogados devem ser concebidos como aqueles que irão representar interesses das partes em juízo, possuem capacidade postulatória.Relembrando que essa capacidade não é exclusiva dos advogados, pertencendo também ao Ministério Público e aos Defensores Públicos. Regra geral, para adentrarmos com um processo, faz- se indispensável à representação da parte por um advogado, o qual deve estar regularmente inscrito nos quadros da OAB. E claro, sem deixar de lado a possibilidade de que o advogado atue em causa própria. O advogado, exceto aquele que atue em causa própria, deve comprovar que detém poderes para representar a parte. O instrumento que comprova que a parte tenha elegido aquele advogado através de um contrato de mandato é a chamada procuração que, em regra, deve ser juntada no primeiro momento em que o advogado venha a se pronunciar nos autos. O CPC estabelece três situações em que será admitida sua juntada posterior, no prazo de quinze dias, prorrogáveis apenas uma vez, pelo mesmo período, para: Evitar o perecimento do direito, em casos de prescrição e decadência; Evitar a perda de uma faculdade processual, em evidente preclusão; Situações de urgência. Caso a procuração não seja juntada neste prazo, lidaremos com defeito de representação e os atos praticados pelo advogado serão reputados como ineficazes, o que acarretará a extinção do processo sem resolução do mérito. Tipos de Procuração Há na lei processual civil dois tipos de procuração: Procuração Geral – A qual habilita o advogado tão somente para atos processuais. Procuração com Poderes Especiais – A qual contém cláusula geral para o foro e é mais extensiva no que tange aos poderes dispostos, na forma do Art. 105 do CPC, autorizando manifestações de vontade que irão desde a renúncia, recebimento de citação, reconhecimento da procedência do pedido, transação, desistir ou até mesmo renunciar o direito ao qual se discute. A procuração, ainda, poderá ser pública ou privada, manual ou digital (observados critérios de certificação digital). Para qualquer que seja a modalidade se fará indispensável o nome completo do advogado, número da OAB e endereço profissional. Caso o outorgado, ou seja, o procurador, integre o quadro de uma sociedade, o nome desta deverá constar no documento. Já no caso do advogado que postula em causa própria, será dispensável a juntada da procuração, e deverá declarar no primeiro momento oportuno os referidos dados mencionados acima para recebimento de intimações. Além de que, é VÁLIDO PARA TODOS, informar toda e qualquer mudança de endereço, pois caso não o faça, reputar-se-á válida a intimação encaminhada para o endereço anterior. Para correção de possíveis defeitos constantes dos dados do advogado, será concedido o prazo de cinco dias. Cumpre ainda ressaltar que os advogados possuem estatuto próprio, o qual prevê direito e obrigações, entretanto, os direitos voltados à seara processual estão estabelecidos exemplificativamente no rol do Art. 107 do CPC, como examinar os processos no órgão jurídico competente, ressalvados os casos de segredo de justiça, requerer vista dos autos, com exceção para prazo comum, em casos que não haja avença escrita, onde será possível retirar os autos apenas para cópia. Saiba que toda vez em que se houver necessidade de uma alteração das partes, será chamado de substituição processual, que se dará somente de modo excepcional, nos casos previstos em lei, e poderá se dar entre as partes, em vida, para casos de alienação, em que se permite a substituição, e ainda, no caso da parte contrária não concordar, em que acontecerá o ingresso de um terceiro, como assistente ou até mesmo pela morte, para direitos transmissíveis. Lembre ainda, que a parte poderá revogar o mandato e no mesmo ato constituirá outro. Caso esse patrono não seja substituído, prevê o Art. 76 do CPC que no caso do Autor será extinta a ação e para o Réu será decretada sua revelia. Bem como, o advogado também poderá renunciar a qualquer tempo, desde que comprove que comunicou a renúncia ao mandante, para que este nomeie um sucessor. Além de que, nos dez dias seguintes a esta renúncia o advogado seguirá representando o mandante, desde que haja necessidade, para evitar ocorrência de prejuízo. Litisconsórcio Reunião de pessoas no mesmo polo processual. Classificação 1. Quanto aos sujeitos, poderá ser: a. Ativo Presença de mais de um Autor. b. Passivo Presença de mais de um Réu. c. Misto Pluralidade de partes nos dois polos da ação. 2. Quando ao momento, poderá ser: a. Inicial Nasce com a demanda e se instala através da própria petição inicial. b. Posterior Dá-se de modo excepcional, nasce após a propositura da demanda. 3. Quanto à obrigatoriedade da sua formação, poderá ser: a. Facultativo/Voluntário: A demanda não impõe que os indivíduos se unam, mas por opção ingressam conjuntamente. Diante de um litisconsórcio multitudinário, em que há um número excessivo de partes, o juiz poderá limitar o número de participantes se virem a prejudicar o andamento dos autos. b. Necessário: De formação obrigatória por imposição da lei ou pela natureza da demanda. A não integralização de todos os litisconsórcios necessários poderá gerar desde a nulidade processual, caso a decisão não tenha se dado de modo uniforme em relação a todos os integrantes do processo e até mesmo a sua ineficácia, em será ineficácia em relação aos não citados. Quanto aos efeitos da decisão, poderá ser: a. Simples: Sempre que o juiz puder proferir diferentes decisões entre os litisconsortes. b. Unitário: Profere-se uma só decisão que atinge todos os litisconsortes. Neste caso, os atos benéficos praticados por um litisconsórcio atingirão os demais Ademais, ressalta-se que o CPC trata os litisconsortes como partes distintas em que pese integrem o mesmo polo da relação. Intervenção de Terceiros Classe a. Voluntária O terceiro solicita seu ingresso nos autos. b. Provocada Partes ou juiz solicitam seu ingresso. Não raras às vezes, aqueles que não são partes demonstram interesse na demanda, sendo autorizado o seu ingresso se comprovado seu interesse jurídico. Espécies Assistência Modalidade voluntária, através da qual, quem, não sendo parte requer o seu ingresso para impedir que a decisão seja proferida desfavoravelmente a esta. Pode ser utilizada a qualquer tempo e em qualquer tipo de procedimento, com exceção imposta aos Juizados Especiais que impedem o uso da modalidade de intervenção de terceiro em seus procedimentos do rito sumaríssimo. Importante conceber que o assistente se habilita e recebe o procedimento no estado em que se encontra, e que seu pedido de participação poderá ser impugnado pela parte contrária no prazo de 15 (quinze) dias. Existem duas modalidades, na qual assistência se dará de modo: → Simples Na qual o assistente atua como auxiliar da parte, sem obstar a manifestações de vontade do assistido. Sendo revel ou omisso o assistido, passará a ser considerado o assistente como substituto processual. → Litisconsorcial É aquela intervenção de terceiro em que o interessado poderia figurar como parte na demanda. Denunciação da Lide É uma intervenção provocada, facultativa e válida para autor ou para o réu que venham a discutir pela via judicial seu direito de regresso ou direitos que resultem da evicção. Não é autorizada a qualquer tempo - O autor só poderá suscitar tal intervenção na petição inicial e o réu apenas em sede de defesa, na contestação. É admissível a denunciação sucessiva por uma única vez. Chamamento ao Processo Modalidade de intervenção provocada, não obrigatória, que é restrita ao réu para fazê-lo em sede de contestação, podendo usá-la para trazer o afiançado aos autos ou demais devedores solidários. A citação, aqui neste caso, deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias. Caso o réu resida em outra Comarca, Seção ou Subseção, o prazo será estendido para 02 (dois) meses. A sentença servirá de título executivo extrajudicial emfavor do réu para posteriormente exigir a dívida por inteiro do devedor principal ou nas respectivas proporções dos codevedores. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica Tradicionalmente, busca-se clarificar o patrimônio das pessoas físicas que integram uma relação jurídica. A desconsideração da personalidade jurídica é feita para descortinar um patrimônio que é posto em prol de uma pessoa jurídica, quando na verdade é parte de uma relação de bens de uma pessoa física. É um tema que toca o direito material e está atrelado a teorias próprias de determinados ramos como CDC ou CC. O CPC apenas se propôs a demonstrar os caminhos que iriam percorrer esse procedimento. Saiba que o mesmo é autorizado em qualquer fase processual e pode ser requerido pela própria parte ou pelo Ministério Público, nas causas de sua intervenção obrigatória. É possível também uma desconsideração inversa, geralmente ocorre em casos de família, em que o marido já visando uma possível separação, começa a dissipar o patrimônio em nome de uma ou várias personalidades jurídicas para fraudar a partilha de bens. Esse incidente, via de regra, suspende o processo, exceto se já, inicialmente, reunidas às pessoas físicas e jurídicas num litisconsórcio. O ligado tem o prazo de 15 (quinze) dias para sua defesa, bem como poderá arrolar eventuais testemunhas. O Juiz decidirá esse incidente através de uma decisão interlocutória, que desafia agravo de instrumento no prazo de 15 (quinze) dias. Se o incidente foi incitado no Tribunal desafiará agravo interno. Acolhido o pedido de desconsideração, às alienações, doações e outros atos que tenham sido confabulados com vista a fraudar à execução serão considerados como ineficazes em relação ao requerente. Amicus Curie O juiz ou relator poderá, considerando a relevância da matéria, de ofício ou a requerimento da parte, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica (especialista, órgão, entidade, avançada). Dar-se-á, regra geral, por decisão irrecorrível, podem apenas se valer de Embargos de Declaração ou de recurso para decisão de incidentes de resolução de demandas repetitivas (IRDR), e poderá ser suscitado em qualquer grau de jurisdição. Para tal intervenção, também, não se implica em deslocamento de competência, cabendo ao juiz decidir sobre os poderes concedidos ao amicus curie. Por fim, destaca-se que a Oposição que era tratada no CPC/1973 como intervenção de terceiro, hoje passa a ser procedimento especial, na forma do CPC/2015, e a Nomeação à Autoria foi extinta por sua completa inoperabilidade. Juiz Terceiro imparcial cujo qual o CPC em seu Art. 139 confiou à competência originária para dirigir o processo, fazendo valer a dinâmica do impulso oficial. Poderes, deveres e responsabilidades do Juiz O juiz deve: a) Assegurar às partes igualdade de tratamento. Essa igualdade deve ser substancial, de modo que iguais sejam tratados de modo iguais e desiguais na exata medida de suas desigualdades. b) Velar pela razoável duração do processo. É claro que não há um tempo aritmético, entretanto, busca-se uma margem de controle aceitável. c) Prevenir ou reprimir atos contrários à dignidade da justiça e indeferir pedidos meramente protelatórios. d) Determinar todas as medidas que visem assegurar o cumprimento das suas decisões. O CPC adota o poder geral de efetivação, ampliando a gama de poderes do magistrado, para que o mesmo possa tomar medidas atípicas a fim de que se concretize sua decisão judicial. e) Estimular a autocomposição a qualquer tempo. f) Dilatar, estender e ampliar prazos, bem como alterar a ordem da produção dos meios de prova, adequado às necessidades do conflito. Chama popularmente pela adaptabilidade do procedimento g) Exercer poder de polícia. Observando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, devendo tratar a todos com urbanidade. h) Determinar o comparecimento das partes, para esclarecimento, quando necessário. Para interrogatório cível, para o qual não se aplica pena de confissão. i) Determinar suprimento de pressupostos e sanear vícios. j) Ao deparar com diversas demandas repetitivas, o magistrado oficiará o Ministério Público, oficiará a Defensoria Pública e demais legitimados para comunicá- los de sua existência. No âmbito da tutela coletiva existem algumas ferramentas processuais próprias como ACP, AP, MS Coletivo e o juiz deve informar a ocorrência de demandas repetitivas para aqueles, com a devida competência, querendo e entendendo razoável, se for o caso, propuserem as respectivas demandas coletivas. O magistrado fica sob a condição de vedação ao non liquet e está proibido de não julgar, não podendo deixar de decidir ainda que alegue lacuna ou obscuridade na lei. E ainda, vale ressaltar que só decidirá por equidade - juízo subjetivo de valor, em que o magistrado pode se sentir à vontade para se valer de conveniência e oportunidade - nos casos previstos em lei. No mais, o juiz está atrelado ao princípio da correlação/congruência através do qual fica vinculado ao pedido formulado pelas partes. Como bem cita a doutrina majoritária, a sentença deve ser o projeto dos pedidos das partes, sendo vedado conhecer de questões não suscitadas, a cujo respeito à lei exige iniciativa das partes, como por exemplo, fixação de juízo de arbitral, competência relativa territorial ou em razão do valor da causa. Caso ainda, o juiz perceba que há simulação ou fraude processual entre ambas as partes, deve o mesmo extinguir o processo e aplicar as consequências impostas aos litigantes de má-fé. Por fim, saiba que o juiz poderá ser penalizado e responderá civilmente se agir com dolo ou fraude, recusar, omitir ou retardar a providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Saiba que a imparcialidade é uma exigência constitucional, todavia, todo ser humano possui preferências, desgostos, créditos, débitos, virtudes e defeitos e o magistrado não se encontra distante disto. Para compreendermos os limites da imparcialidade, o sistema processual lançou mão da regulamentação das parcialidades, as quais podem ser de duas distintas espécies: Suspeição (Art. 145 do CPC) Trata-se de hipóteses mais subjetivas e difíceis de serem comprovadas. Ex: amizade, inimizade entre partes, advogados e juízes. Importante ressaltar que o juiz pode alegar suspeição por foro íntimo, sem a necessidade de fundamentar a sua própria decisão. Impedimento (Art. 144 do CPC) É mais objetivo e mais fácil de ser comprovado. A atuação do magistrado é vedada e será reconhecida de ofício. Ex: parentesco (colateral até o 3º grau – a lei não abraça o impedimento para primos), atuação profissional pretérita e/ou atual do juiz, clientes do escritório de parentes do juiz. Tais parcialidades serão arguidas no prazo de 15 (quinze) dias, e serão contados da data em que se tomou conhecimento do impedimento ou suspeição e será apresentado ao próprio juiz da causa. Se o magistrado não reconhecer a parcialidade, os autos serão remetidos ao Tribunal a qual o juiz está vinculado e este órgão superior irá instruir e processar esse incidente. Auxiliares da Justiça O CPC em suas disposições compreendidas no Art. 149 e seguintes retrata exemplificativamente a equipe técnica que auxilia o magistrado em seus trabalhos. Vejamos agora quais são eles: Diretor de Secretaria ou Escrivão Incumbe a este: a. Redigir ofícios, mandados, cartas precatórias e demais atos de sua competência; b. Efetivar ordens judiciais (produzir o ato - expedir); c. Acompanhar o juiz em suas audiências e quando não puder fazê-lo, designará quem o faça; d. Guardar e conservar todos os autos contidos no Cartório Judicial; e. Praticar atos que visem dar andamento ao processo (atos ordinatórios e certidões também podem ser expedidos e praticados de ofício pelo diretor da secretaria). Devem seguir preferencialmente uma ordemcronológica na organização de seu trabalho, bem como observar uma atuação imparcial no desempenho de suas funções. Oficial de Justiça Exerce atividade eminentemente externas e deve: a. Pessoalmente, fazer citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências de sua competência, sempre que possível, na presença de duas testemunhas. Ressalta-se que o Oficial de Justiça possui fé pública e se presume verdadeira todas as narrativas que este traga aos autos; b. Executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; c. Entregar o mandado em Cartório após o seu devido cumprimento; d. Auxiliar o magistrado na manutenção da ordem; e. Fazer as avaliações, quando for o caso. Vejamos que a penhora pode recair sobre valores e bens in natura, móveis e imóveis, uma vez que a penhora seja realizada sobre bens, será o caso do Oficial de Justiça quantificá-los. Se os bens forem de difícil avaliação, o servidor assinalará ao juízo que não tem condições de proceder e será um caso de designação excepcional para avaliador competente; f. Caso o oficial, na realização do ato, constate a possibilidade de autocomposição deve certificar no próprio mandado seus termos. O Escrivão, o Chefe de Secretaria e o Oficial de Justiça respondem civilmente e regressivamente, se houver dolo ou culpa. Responsabilização esta que pressupõe negligência, imprudência e imperícia. E serão responsabilizados sempre que procrastinarem a realização de atos a que estão subordinados ou praticarem ato nulo, com dolo ou culpa. Perito Aquele que irá protagonizar a prova pericial e que notadamente possui conhecimento técnico e/ou científico para a área afim daquela perícia. Esses peritos devem estar cadastrados no site do Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça. O cadastro será formado por meio de divulgação na internet ou através de buscas em Universidades, Conselhos ou outro órgão adequado para indicação de profissionais qualificados. Os currículos desses peritos devem estar abertos para consulta pública. Além do que, esse auxiliar deve cumprir aquilo que lhe for determinado e só poderá recusar-se a assumir o encargo se justificar as razões que o levam a não assumir a proposta, prestando, assim, esclarecimentos no prazo de 15 (quinze) dias, contados de sua intimação, podendo servir como justificativa a suspeição e o impedimento. Caso não se manifeste nesse prazo, entende-se que aceitou o encargo. Por fim, se prestarem informações inverídicas nos laudos, ainda que culposamente, responderão civilmente, fora as demais sanções previstas em lei e ficará impossibilitado de prestar novas perícias por um prazo de 02 (dois) a 05 (cinco) anos. Depositário e Administrador .Serão responsáveis pela guarda, conservação e gestão de determinados bens que tenham sido objeto de constrição. O depositário pode ser o próprio devedor (fiel depositário) ou um auxiliar do juízo (depositário judicial). Se forem bens que devem apenas ser guardados, como um teclado, um automóvel ou um controle, será nomeado um depositário; já se tratando de bens que precisam ser geridos, como por exemplo, uma fazenda, um comércio, uma empresa, uma fábrica, faz-se necessário um administrador. Ambos receberão uma remuneração levando em conta a situação dos bens ao tempo do serviço e a dificuldade de sua execução. Dependendo das circunstâncias poderá ser nomeado mais do que um depositário ou administrador. Intérprete e Tradutor A função deste está afiliada a determinadas condições, que se lançam, via de regra, com a juntada de documentos estrangeiros nos autos; quando se há a participação de estrangeiros em processos, assim como, para sujeitos que tenham deficiências em sua comunicação. Algumas pessoas são inábeis para desempenhar tais funções, como: a. Quem não tem a livre administração de seus bens; b. Aquele que já foi arrolado como testemunha ou perito no processo; c. O indivíduo que está inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto durarem seus efeitos. Conciliadores e Mediadores Judiciais O CPC em estímulo à autocomposição faz questão de assinalar que os Tribunais devem regulamentar e estruturar centros judiciários para solução consensual de conflitos. Importante fazer a seguinte distinção, de acordo com o Art. 165 do CPC, o mediador vai atuar preferencialmente em conflitos que envolvam pessoas que já possuem vínculo anterior, como no caso de situações que envolvam família e vizinhos e neste caso, o mediador não poderá opinar ou sugerir soluções ao conflito, ele deve apenas tentar conduzir o ato de modo que as partes, por si, resolvam-se. Já o conciliador atuará preferencialmente entre pessoas desconhecidas e poderá trazer a solução para o conflito, por exemplo, diante de uma ocorrência que envolva acidente de veículos entre estranhos. O mediador e conciliador devem manter sigilo, admitindo em seu trabalho a aplicação de técnicas negociais regida à luz da autonomia da vontade dos interessados. A capacidade mínima para atuação desses profissionais deve ser imposta e o CNJ tem exigido uma série de critérios para que esses sujeitos venham a ser nomeados. O curso desses profissionais deve ser concluído em instituições credenciadas, e saiba que há diretrizes inclusive quanto ao número de horas de estudo por parte do CNJ em parceria com o Ministério da Justiça, para que de posse desse certificado, esse sujeito se cadastre nos Tribunais. Esses profissionais podem vir a ser escolhidos através de concurso público, através de trabalho voluntário, bem como através das câmaras privadas, que em sistema cooperativo, sob o controle fiscalizatório do judiciário, buscam o estímulo da autocomposição. Se estes forem advogados, estão impedidos de exercer advocacia nos juízos em que desempenham suas funções. Além de que, deverão atuar de modo imparcial, com exceção do conciliador privado que poderá ser escolhido pelas partes. O conciliador e o mediador ficam impedidos pelo prazo de 01 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer uma das partes. Ministério Público Nos termos do Art. 176 e seguintes do Código de Processo Civil, o Ministério Público exerce função essencial à justiça, mas não compõe os quadros do Poder Judiciário. Atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O MP pode assumir duas posturas dentro do processo, como parte, tornando-se legitimado extraordinário, também conhecido como substituto processual e atua em nome próprio para titularizar direito alheio; bem como, dentro dessa órbita, concebe-se como fiscal do ordenamento jurídico para proteger e resguardar causas que envolvam incapazes, interesse público e/ou social ou até mesmo para conflitos coletivos que envolvam posse de terra rural ou urbana. Nesses moldes, deve acompanhar todos os atos processuais que sejam de sua competência e sua ausência nas causas em que sua presença é obrigatória reconhecerá a nulidade. No entanto, esse reconhecimento pressupõe que o Ministério Público tenha sido intimado e se manifeste acerca de eventual prejuízo sofrido naqueles autos. Caso constatado algum dano, aí sim será reconhecida a nulidade. Vale lembrar que quando a lei faz referência à intimação pessoal do órgão ministerial poderá dar-se por 03 (três) vias distintas, quais sejam: a. Por meio eletrônico; b. Remessa; c. Carga Como já bem dito, terá o mesmo que acompanhar todos os atos dos processos de sua competência e apresentar seu parecer opinativo, através do qual vai lançar as suas sugestões, a sua visão acerca daquela questão tratada. Este parecer opinativo deverá ser lançado nos autos no prazo de 30 (trinta) dias úteis. 5. Atos processuais Atos Processuais Trata-se das manifestações dos sujeitos no processo. Segundo Art. 188 do CPC, podemvir a ser: a) Formais: Quando a lei estabelecer regras próprias para a prática de um determinado ato; b) Informais: Quando não houve forma específica definida para sua prática. Via de regra, os atos na seara processual civil independem de forma. O CPC ainda informa que se um dado ato deveria ser formal e fora praticado de outra forma, entretanto, atingir seus objetivos, será reputado como válido, fazendo nascer daí Princípio da Instrumentalidade das Formas. Os atos são, em regra, públicos, pois é uma via de controle entre os sujeitos e a sociedade. Todavia, tramitam em segredo de justiça os processos: 1. Que exijam interesse público ou social; 2. Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 3. Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 4. Que versem sobre arbitragem (Lei 9.307), inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Nesse caso, os autos só poderão ser acessados e os atos assistidos pelas próprias partes e por procuradores legalmente habilitados. Se estivermos diante de um terceiro que demonstrem ter interesse jurídico, será o caso de obter uma certidão do dispositivo da sentença. O CPC estabelece como norma cogente o estímulo à autonomia da vontade, passa a permitir que as partes possam avençar acerca das regras processuais. Dentro dessa lógica de adaptabilidade do procedimento, se o processo versa sobre autocomposição, será possível estipular mudanças no procedimento, ajustas as especificidades daquela demanda e não há necessidade de homologação judicial para que a validade do negócio jurídico possa ser apresentado, o que o juiz fará é exercer controle sobre a validade desta cláusula. Obs: Quando se tratar de nulidade, vulnerabilidade e abusividade.. Dentre as convenções, o art. 191 estabelece um negócio típico chamado de calendário processual. O legislador estabelece que as partes, através de seus procuradores, na presença do juiz, poderá ser programado as datas para atos processuais.. Uma vez que determinada data tenha sido agendada, para fins de economia e celeridade, dispensa-se intimação as partes e estas mudanças só podem se dar em casos excepcionais, devidamente justificados. Além de que, os atos devem ser praticados na língua portuguesa, todavia, é possível juntar documento em língua estrangeira, desde que acompanhado por versão portuguesa transitada pela via diplomática ou traduzido por tradutor juramentado. Desde 2006 é vivido a lógica da informatização do processo, através da lei 11419/06, por meio do qual os atos podem ser totais ou parcialmente digitais. Também são aplicáveis no que couber aos atos notariais e de registro, acompanhando um fenômeno chamado de desjudicialização para tentar desafogar o judiciário, possibilitando divórcio extrajudicial., inventário e partilha e extrajudicial. Esses processos tem que visar à publicidade e acessibilidade, e deve estar posta nas audiência, nas sessões de julgamento, observado a garantia da disponibilidade Compete ao CNJ e supletivamente aos tribunais regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico (DJE) Ainda é possível elencar os atos quantos aos sujeitos: a) Partes Autor e Réu – Podendo ser unilateral e bilateral. Saiba que os atos das partes consistentes em declaração de vontade produzem efeitos imediatamente. b) Auxiliares do Juízo Atos do Escrivão / Chefe de Secretaria O mesmo, ao receber a petição inicial autuará o juízo, a natureza do processo, o número do registro, o nome das partes e data do seu início, bem como em relação aos demais volumes em formação. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos. Para processos judiciais eletrônicos os atos serão assinados e guardados pelo juiz e chefe de secretaria. d) Juiz Despacho – Todo ato que visa dar andamento pelo processo e que não tem consigo conteúdo decisório. Não é ato exclusivo do Juiz, pois o Diretor de Secretaria também tem poderes para proferi-los. Decisões interlocutórias – Aquelas proferidas ao longo do processo para questões incidentais e até mesmo para resolução parcial do mérito, mas sem por fim ao processo. Sentenças – Ato decisório que o magistrado encerra o processo de conhecimento ou execução. Tribunais proferem outros atos: Acórdãos - Decisões colegiadas proferidas por um conjunto de Desembargadores ou Ministros. Decisões Monocráticas – Decisões proferidas isoladamente por um membro do Tribunal, um relator, em regra. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei 11.419/06 e todos os atos serão publicados no DJE. Prazos Prazos é o espaço de tempo para a prática de um ato processual. Pode se dar por prazos: Legais – Todas as vezes que a lei especificar o tempo (regra 15 dias). Judiciais – Definido pelo juízo. Para as situações não definidas por lei e o juiz não estabeleça o prazo será de 05 dias. Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorrido 48 (quarenta e oito) horas. Tempestivo o ato praticado antes do prazo. Contagem Para prazos em dias só se leva em consideração dias úteis. Se for em mês – será contato mês a mês Se for em ano – conta-se ano a ano Se for em hora – será contado hora a hora, excluído apenas a primeira hora Além de que, para prazo em dias, exclui-se o dia de começo e inclui o dia do final. Férias dos advogados É uma pausa aos advogados, suspendendo o prazo do dia 20 de dezembro ao dia 20 de janeiro, bem como não serão realizadas audiências e sessões de julgamento. Se houver algum obstáculo, diante de um motivo justo, o processo será devolvido para a parte. Durante período de programas ou mutirões de autocomposição, também se entende pela suspensão dos prazos. Se a comarca é de difícil transporte, o juiz tem autorização para prorrogar o prazo por até 02 meses. Em se tratando de calamidade pública a prorrogação deverá depender da situação concreta. A perca de prazo importa em preclusão, a perda de uma faculdade processual – preclusão temporal. Saiba ainda que a preclusão pode se operar na forma de: Preclusão Temporal – Se dá com o decurso do tempo. Todas as vezes que se garante a prática de um ato dentro de um determinado tempo, e esse tempo não é alcançado, se encaixa neste conceito. Preclusão Consumativa – Quando estiver exercido o ato. Preclusão Lógica – Quando estivermos diante da prática de atos incompatíveis. Prazos do Juiz O Juiz proferirá: 1. Os despachos no prazo de 05 dias; 2. Decisões interlocutórias no prazo de 10 dias; 3. Sentenças no prazo de 30 dias. Se houver motivo justificado, o juiz pode exceder por igual período esses prazos .Prazos diferenciados Se houver litisconsortes e estes tiverem diferentes advogados, que sejam de diferentes escritórios, o prazo será dobrado, se o processo for físico. Para fazenda, advogados públicos, defensoria, MP o prazo será em dobro, se o prazo não for próprio. Penalidades da perda de prazo O juiz deve verificar o motivo pelo qual o servidor não cumpriu o prazo e se constatar que agiu por irresponsabilidade com falta de razoabilidade e instaurará processo administrativo.. Descumprimento do prazo de devolução de autos O CPC destaca que aquele será intimado para devolver os autos no prazo de 03 dias, caso não devolva, perde o direito de vista daqueles autos fora do cartório e poderá ser penalizado no valor de até meio salário mínimo, precedida de contraditório em processo administrativo no estatuto próprio de cada um. Importante destacar que tal multa poderá ser aplicada ao MP, Defensor e Advogado. Também é possível representar o juiz na corregedoria quando,sem motivo justificado ele deixar de lado o cumprimento das ordens que lhe impõe. 6. Comunicação dos atos processuais Comunicação dos atos processuais São as seguintes espécies: Citação Ato solene através do qual o réu, terceiro interessado ou executado, passam a integrar o processo. Tem natureza de pressuposto de validade – A citação valida o processo. O comparecimento espontâneo do réu supre a citação – entretanto se ficar comprovado que não foi realizada regularmente e que ausência da observância daqueles prejuízos lhe trouxe prejuízo, será o caso de reconhecimento da nulidade para devolução do prazo para oferecimento da defesa. Se for rejeitada a nulidade, será decretada a revelia. Deve ser feita pessoalmente e pode vir a ser feita por representante legal ou procurador. CPC permite que a citação ao porteiro, bem como, este não poderá se excusar de receber e deverá declarar por escrito, sob as penas da lei, que não recebe apenas se o réu estiver ausente. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que servir, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado. Regra geral, a citação ocorrerá em qualquer lugar que o réu se encontre, salvo para evitar o perecimento do Direito. Não se fará citação nos seguintes casos: 1. De quem está assistindo culto religioso; 2. Para parentes (linha reta ou colateral até 2º grau) de luto no dia do falecimento e nos 07 dias seguintes; 3. De noivos, nos 3 dias seguintes do casamento; 4. De doente, enquanto grave seu estado. A citação será feita: 1. Pelo correio (regra – carta AR) 2. Por oficial de justiça (por mandado) Se o oficial tentar citar o réu por 02 vezes e houver suspeita de ocultação, ele irá realizar citação por hora certa. Diante dessa citação, o oficial informa ao vizinho, porteiro ou pessoa da família que irá retornar com hora marcada. O réu não comparecendo, o Oficial entregará este mandado as mesmas pessoas e neste caso, será efetivada a citação por hora certa. O Chefe de Cartório ainda mandará ao citando, correspondência dando-lhe ciência de tudo., por fim. Deverá ser nomeado um curador especial, defensor público, se houver a revelia. Feita essa citação, o oficial remeterá ao escrivão ou chefe de secretaria, no prazo de 10 dias, contados da data da juntado do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência, dando ciência de tudo. 3. Pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em Cartório; 4. Por edital – excepcional e ficta; Para casos em que não se sabe quem é ou onde está localizado o réu. É feita através de publicação em DJE e também é possível ser feito em jornais de grande circulação (para isso, a pessoa deve arcar com os custos desta publicação). 5. Por meio eletrônico, conforme regulado pela lei. Em se tratando de empresa, qualquer pessoa apto a receber correspondências será citado. Intimação Todas as demais comunicações processuais. É ato corriqueiro do processo através do qual vai se dar ciência à alguém dos atos e termos do processo. Regra geral, essas intimações se destinam ao advogado legalmente constituído. É feito através de publicação pelo DJE. Alguns serão intimados pessoalmente (por carga, remessa, meio eletrônico): 1. MP 2. Fazenda Pública 3. Defensoria Pública Cartas 1. Precatória Comunicação entre juízes dentro da jurisdição brasileira. 2. Rogatória É a comunicação que se estabelece entre juiz brasileiro e estrangeiro e vice-versa. 3. De Ordem Comunicação que se impõe do Tribunal aos Juízes a ele vinculados. Arbitral – Comunicação processual entre o órgão jurisdicional e o juízo arbitral. 7. Nulidades NULIDADES Consequência que é imposta diante do descumprimento da forma que é relacionada ao ato processual. Essa nulidade não será imposta se o ato alcançou a sua finalidade. Aquele que deu causa a nulidade, não pode requerer a sua declaração. Não pode se beneficiar da própria torpeza. Há duas espécies: Nulidade Relativa Devem ser reconhecidas pela parte (não pelo juiz) e ser sempre trazida nos autos na primeira oportunidade que a parte tiver para falar nos autos, sob pena de preclusão. Nulidade Absoluta Aqui não se impõe uma preclusão e são declaráveis de ofício pelo juiz ou aplicáveis para atos consumados sob impedimento do magistrado. Nulo processo sem a presença do MP, quando este deva intervir. Antes da decretação deverá ser ouvido o MP para que este opine se realmente é o caso da decretação ou se não há sua necessidade. São nulas as intimação e citações feitas sem observância das prescrições legais. Se um ato isolado for anulado, consideram-se sem efeitos os atos subsequentes, bem como, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam dependentes. Ao declarar a nulidade, o juiz terá que dizer que atos serão atingidos e quais as consequências. Quando o juiz puder decidir a favor daquele a quem aproveita a nulidade, o juiz não mexerá nisso, apenas tocará o processo. 8. Distribuição e registro Todos os atos serão registrados (poderá ser eletrônica e será publicada no DJE). Serão distribuídas por dependência causas que: 1. .Se relacionem por conexão ou continência; 2. Reiterado o pedido (processo extinto sem resolução de mérito); 3. Processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. – ao juízo prevento. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, pelo procurador, por seu procurador, pelo MP ou pela DP. Será cancelada a distribuição, se a parte, intimada na pessoa do seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 dias. 9. Valor da causa A toda causa será atribuído valor certo. O valor da causa será: I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal Para cobrança de valores vencidos e vincendos, o valor da causa abrangerá todas as prestações. Para as parcelas vincendas por tempo indeterminado ou por período superior a um ano, considerará uma parcela anula. Por tempo inferior se considerará a soma de todas as prestações. O juiz corrigirá de ofício e por arbitramento o valor da causa quando verificar que não se adequa a ação e indicará ao autor o recolhimento das custas remanescentes. O réu poderá impugnar na contestação o valor da causa, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá e se entendendo pelo erro, mandará complementar as custas. 10. Tutelas provisórias Pode ser de urgência e evidência. A tutela de urgência, cautelar ou antecipada pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental e conservará sua eficácia durante o período de suspensão do processo (observa normas do cumprimento de sentença).. A tutela provisória incidental independe de custas. Juiz poderá determinar as medidas que entender necessárias para sua conservação. TUTELA DE URGÊNCIA Pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. Aplicável quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
Compartilhar