Buscar

006532 - Apostila - Compreensão e interpretação de textos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
Texto 
 Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa tecido (de frases, orações, períodos, parágrafos...). 
Portanto, quando se fala em texto, remete-se a uma tessitura de ideias, de argumentos, de relatos, de fatos etc. 
 
Diferença entre compreensão e interpretação 
 
Compreensão significa entendimento, intelecção. As questões direcionadas à compreensão exigem do 
candidato uma postura centrada naquilo que realmente está escrito, ou seja, no que está explícito. 
 
 
Interpretação significa dedução, inferência, ilação, conclusão. As questões de interpretação não 
procuram, necessariamente, saber o que está escrito, mas o que é possível inferir, ou deduzir, ou concluir do que 
está escrito. Sendo assim, pode-se afirmar que a interpretação centra-se nas informações implícitas. 
 
Para que se possa compreender ou interpretar um texto, faz-se necessário conhecer os quatro grandes 
sistemas responsáveis pelo processamento textual: 
 
I – Conhecimento linguístico: corresponde ao conhecimento do léxico (conjunto de palavras de uma língua) e da 
gramática. 
 
II – Conhecimento de mundo (ou enciclopédico): refere-se às informações armazenadas na memória de cada 
indivíduo. Compreende o conhecimento declarativo – manifestado por enunciações acerca dos fatos – e o 
conhecimento intuitivo – adquirido através da experiência. 
 
III – Conhecimento interacional: relaciona-se com a dimensão interpessoal da linguagem, ou seja, com a 
realização de certas ações por meio da linguagem. 
 
IV – Conhecimento de superestruturas ou modelos textuais globais: consiste em reconhecer um texto como 
pertencente a determinado tipo ou gênero. 
 
O entendimento adequado das informações veiculadas pelos textos dos mais variados gêneros é essencial 
para todos os aspectos da vida em que a comunicação esteja presente. Em situações de prova não poderia ser 
diferente, uma vez que os mesmos mecanismos utilizados para que haja um correto entendimento dos textos do 
cotidiano precisam ser utilizados também para responder os itens da prova. 
Só é preciso atentar para a seguinte diferença: o texto da prova não foi escrito para você, ele teve outro 
destinatário no momento da produção. Isso significa que, ao ler o texto, você deverá se perguntar qual terá sido a 
intenção de quem o produziu, bem como quais as circunstâncias em que essa produção ocorreu (para quem, 
onde, quando, como etc.). 
 
Coerência e coesão 
 
 Os elementos que fazem do texto um todo organizado de sentido são o contexto, responsável pelo aspecto 
situacional, pois uma estrutura linguística maior serve de base para uma estrutura linguística menor; a coerência, 
que nada mais é do que todos os fatores de relação harmoniosa entre as mais diversas partes integrantes do texto; 
e a coesão, que significa entrelace, concatenação entre as partes do texto, fator esse conseguido pelo auxílio dos 
operadores textuais, denominados conectivos (conjunções, preposições, advérbios e pronomes). Sendo assim, um 
texto só terá sentido se seus elementos estiverem coesos entre si. 
 
Exemplos: 
 
Eu sabia que você era colorido por fora, mas caiado por dentro. 
 
Perguntado se estava envolvido no escândalo de corrupção, o secretário de Estado da Administração de São 
Paulo disse: “Como São Pedro, nego, nego e nego.” 
 
As ondas amarguradas encostam a cabeça na pedra do cais. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
A importância dos conectivos 
 
A coesão de um texto está intrinsecamente ligada à relação que há entre as orações que formam os períodos e 
os parágrafos. Os períodos compostos precisam ser relacionados por meio de conectivos adequados, caso 
contrário, se tornarão incompreensíveis. Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas 
orações, existe uma conjunção que se adapta perfeitamente a ela. Por exemplo: a conjunção MAS só deve ser 
usada para estabelecer uma relação de oposição entre dois enunciados. No entanto, se houver uma relação de 
contradição ou ideia de concessão, a conjunção deverá ser outra: EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará 
sem nexo. 
Observe um caso de escolha inadequada da conjunção: 
 
"EMBORA O BRASIL SEJA UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS NATURAIS, TENHO CERTEZA DE QUE 
RESOLVEREMOS O PROBLEMA DA FOME" 
 
Veja que não existe a relação de oposição ou a ideia de concessão, o que justificaria a utilização da conjunção 
EMBORA. Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido usada uma conjunção causal: 
 
COMO O BRASIL É UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS, TENHO CERTEZA DE QUE RESOLVEREMOS O 
PROBLEMA DA FOME. 
 
 
CONECTIVOS 
 
Conectivos ou elementos de coesão são palavras ou expressões usadas para fazer ligações entre as ideias, 
relacionar um assunto ao outro e retomar termos anteriormente citados, evitando assim, as repetições. 
 
Veja o exemplo: 
 
“Era noite e tudo estava calmo. No auge dos seus quinze anos, só poder olhar pela janela provocava ódio em 
Luísa. Num ímpeto, Luísa pulou a janela, e a mesma noite que entediava Luísa agora ouvia o grito de Luísa. [...]” 
 
Reescrita: 
 
“Era noite e tudo estava calmo. No auge dos seus quinze anos, só poder olhar pela janela provocava ódio em 
Luísa. Num ímpeto, a garota pulou a janela, e a mesma noite que a entediava agora ouvia seu grito.” 
 
 
Coesão textual 
 
Coesão textual, na superfície do texto, equivale a todos os processos de sequencialização das ideias, os quais 
garantem as ligações linguísticas. O texto, portanto, deve ser organizados por nexos adequados, com sequência 
de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. 
 
DIRETOR DO GOOGLE DIZ A JOVENS PARA SAÍREM DO VIRTUAL E VIVEREM NO MUNDO REAL 
 
 O diretor da ferramenta de buscas mais popular do mundo (refere-se ao Google) falou a universitários dos 
Estados Unidos e os (refere-se ao termo universitários) incentivou a saírem do mundo virtual e a fazerem 
conexões humanas. 
 
TIPOS DE COESÃO 
 
 Coesão lexical – Quando retomamos palavras ou expressões que já ocorreram, porque entre elas há relações 
semânticas, usamos a coesão lexical. Esse tipo de coesão acontece de duas formas: 
 
 I - Coesão lexical por reiteração – Consiste na repetição de palavras e de expressões, com finalidade 
publicitária ou literária. 
 
 Ex.: Saúde e esporte andam juntos. Correm juntos, atacam juntos, defendem juntos e bloqueiam juntos. 
(Texto publicitário) 
 
 II - Coesão lexical por substituição - Ocorre por meio da sinonímia, da antonomásia, da hiperonímia ou da 
hiponímia. 
 
 Sinonímia – Palavras ou expressões que possuem significados equivalentes. Depende fundamentalmente do 
contexto. 
 
 Dilma afirmou que tudo está sob controle, a presidente garantiu que o Brasil não sofrerá nenhum dano. 
 
 
 
3 
 Antonomásia – Recurso que expressa um atributo inconfundível de uma pessoa, de um povo, de uma 
cidade... 
 
 Machado de Assis é, com certeza, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. O Bruxo do Cosme Velho 
revive sempre que alguém lê um livro seu. 
 
 Antonímia – Consiste no emprego de vocábulos com sentidos opostos. 
 
 “As pessoas estão muito descrentes. Só muito espiritualizadas como eu conseguem enxergar.” (Suzana 
Alves) 
 
 Hiperonímia – É o termo cuja significação inclui o sentido (ou os sentidos) de um ou de diversos outros termos 
chamados hipônimos. 
 
 O deputado defendeu o projeto que prevê a redução da maioridade penal, o parlamentar acredita que haverá 
uma diminuição nos índices de violência. 
 
 Hiponímia – Consiste no sentido da parte de um todo. 
 
 Naquela disputa havia cinco times, contudo apenas o Flamengo se pronunciou. 
 
 Coesão frásica – Realiza-sepor meio de ligações significativas estabelecidas entre os termos da frase, através 
das concordâncias verbal e nominal, da ordem dos termos na oração e das regências verbal e nominal. 
 
 Essas vãs promessas, já as conheço de sobra. 
 
 Coesão interfrásica – É a relação expressa por meio de conectivos e pela sequência em que os fatos e/ou 
argumentos se apresentam. 
 
 
VAMPIRO DE DENTES DE LEITE 
 
 “O adolescente Edward Cullen deveria ser o pesadelo de todo pai vigilante, pois é capaz de subir pela janela 
de sua namorada, Bella, no 2º andar, em um só salto silencioso. E sabe escapar com a mesma rapidez furtiva tão 
logo sua audição acurada detecte o menor movimento do pai pela casa. [...]” Adaptado de Veja, 01/10/2008. 
 
 Coesão referencial – Nesse tipo de coesão são utilizadas palavras que referenciam termos anteriores ou 
posteriores. Isso ocorre por meio da anáfora e da catáfora. 
 
 Anáfora – Faz referência a entidades já introduzidas. 
 
 O lobo e o cordeiro se entreolharam; aquele, com fome; este, com temor. 
 
 Catáfora – Faz referência a entidades de forma projetiva, de modo que sua ocorrência se dá antes da 
expressão referida. 
 
 Não se esqueça disto: somos irmãos. 
 
Coerência Textual 
 
A coesão é uma auxiliar e, às vezes, uma geradora da construção da coerência, sentido global do texto. Ao ler 
um texto, o leitor espera encontrar elementos interligados implícita ou explicitamente, que confirmem as deduções 
e inferências que são feitas ao longo da leitura. Por exemplo: se alguém lê num texto que “João viera lecionar em 
Belém”, por causa da coerência espera confirmar em algum momento que João é professor e não um comerciante. 
São tipos de coerências a serem verificadas nos textos: 
 
I – Coerência Narrativa – É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num 
carro sem freios, que para imediatamente, depois de ser brecado, quando uma criança lhe corta a frente. 
 
II – Coerência Figurativa – Suponhamos que se deseje figurativizar o tema “despreocupação”. Pode-se usar 
figuras como “pessoas deitadas à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, “passeios pelos shoppings” etc. Não 
caberia, no entanto, a utilização de figuras como “pessoas indo apressadas para o trabalho” nem “fábricas 
funcionando a todo vapor”. 
 
III – Coerência Argumentativa – Quando se defende um ponto de vista de que o homem deve buscar o amor 
e a amizade, não se pode dizer em seguida que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor viver 
isolado. 
 
 (Ernani Pimentel) 
 
 
4 
Tipologia Textual 
 
 Narração – Esta tipologia caracteriza-se por capturar acontecimentos situados em determinado lugar e tempo. 
Possui dinamicidade, ou seja, ocorre um desencadeamento de ações. No texto narrativo os fatos podem ser reais 
ou imaginários, uma vez que tudo é possível, desde que haja coerência, pois só assim a história será verossímil 
aos olhos do leitor. Os elementos da narrativa são: enredo, personagens, espaço, tempo e narrador. 
 
Exemplo: 
 
 “Todos os domingos, pela manhã, enquanto os outros homens se reuniam no bar da esquina ou iam para a 
várzea, ele ficava no quintal, remexendo a terra. O quintal media 4 metros quadrados, o máximo que a 
administração do conjunto residencial fornecia. 
 Naquela manhã, ao passar o rastelo sentiu alguma coisa prendendo o dente da ferramenta. Abaixou e notou 
fios prateados, que saíam da terra [...]” BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Os Fatos. 
 
 
Tipos de Discurso 
 
Discurso direto; 
 
Discurso indireto; 
 
Discurso indireto livre. 
 
 
Discurso Direto - É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. 
 
Podemos enumerar algumas características do discurso direto: 
 
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; 
 
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula. 
 
Exemplo: 
 O juiz disse: 
 - O réu é inocente. 
 
Discurso Indireto - É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de 
outra pessoa. 
 
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como etc. 
 
Exemplo: 
 
O juiz disse que o réu era inocente. 
 
Discurso Indireto Livre - É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se 
de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas. 
 
Exemplo: 
 
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e 
cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos) 
 
 
Descrição – Neste tipo de texto o objetivo é detalhar uma pessoa, objeto, paisagem, enfim, algo ou alguém, 
usando apenas o recurso da palavra escrita. A descrição não se preocupa com o tempo, ao contrário, procura 
transmitir o maior número possível de características de forma atemporal. Tal qual uma fotografia, o objeto da 
descrição é concebido estático, fixo no tempo. (Ernani Pimentel/Viviane Alves/José Almir F. Dornelles). 
 
Exemplo: 
 
 O homem respirava com esforço. Vagou o olhar pela tapeceira que tinha a cor esverdeada de um céu de 
tempestade. Envenenado o tom verde-musgo do tecido, destacavam-se manchas de um negro-violáceo que 
pareciam escorrer da folhagem, deslizar pelas botas do caçador e espalhar-se no chão como líquido maligno. A 
touceira na qual a caça estava escondida também tinha as mesmas manchas que tanto podiam fazer parte do 
desenho como ser simples efeito do tempo devorando o pano. TELLES, Lygia Fagundes. A 
caçada. 
 
 
 
5 
 
 Dissertação – O texto dissertativo é aquele em que se apresenta um assunto de maneira direta e objetiva. 
Nessa tipologia, o que prevalece é a carga informativa, pois o produtor visa à transmissão de conhecimentos 
acerca do tema abordado. 
 Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. 
 
 Texto Expositivo – É a dissertação que apresenta um tema central sobre o qual se explana sem envolvimento 
do produtor. O autor procura mostrar dados a respeito de determinado assunto, sem, contudo, argumentar contra 
ou a favor. A defesa de uma tese que vise formar um juízo de valor fica por conta do texto argumentativo. 
 
Exemplo: 
 
Nada na língua é por acaso 
Em contraposição à noção de “erro”, e à tradição da “queixa” dela derivada, a ciência linguística oferece os 
conceitos de variação e mudança. Enquanto a Gramática Tradicional tenta construir uma “língua” como uma 
entidade homogênea e estável, a Linguística reconhece a língua como uma realidade intrinsecamente 
heterogênea, variável, mutante, em estreito vínculo com a dinâmica social e com os usos que dela fazem os seus 
falantes. Uma sociedade extremamente dinâmica e multifacetada só pode apresentar uma língua igualmente 
dinâmica e multifacetada. 
Ao contrário da Gramática Tradicional, que afirma que existe apenas uma forma certa de dizer as coisas, a 
Linguística demonstra que todas as formas de expressão verbal têm organização gramatical, seguem regras e têm 
uma lógica linguística perfeitamente demonstrável. Ou seja: nada na língua é por acaso. 
Por exemplo: para os falantes urbanos escolarizados, pronúncias como broco, ingrês, chicrete, pranta etc. são 
feias, erradas e toscas. Essa avaliação se prende essencialmente ao fato dessas pronúncias caracterizarem 
falantes socialmente desprestigiados (analfabetos, pobres, moradores da zona rural etc.) No entanto, a 
transformação do L em R nos encontros consonantais ocorreu amplamente na históriada língua portuguesa. 
Muitas palavras que hoje têm um R apresentavam um L na origem, como em clavu (latim) cravo (português). 
Assim, o suposto “erro” é, na verdade, perfeitamente explicável: trata-se do prosseguimento de uma tendência 
muito antiga no português (e em outras línguas) que os falantes rurais ou não escolarizados levam a diante. Esse 
fenômeno tem até um nome técnico na Linguística Histórica: rotacismo. Muitas dessas palavras com R estão 
documentadas nos textos escritos do português medieval, indício de que em algum momento da história elas 
gozaram de prestígio antes de serem substituídas no século XVI, no período da relatinização pelas formas com L. 
Isso para não mencionar a ocorrência de pranta, pruma, pubrica, ingrês, na obra prima de Camões, Os Lusíadas 
(1572), em pleno período renascentista. 
Esse é só um mínimo exemplo de que tudo que é chamado de “erro” tem uma explicação científica, tem uma 
razão de ser, que pode ser de ordem fonética, semântica, sintática, pragmática, discursiva etc. Falar em erro na 
língua, dentro do ambiente pedagógico, é negar o valor das teorias científicas e da busca de explicações racionais 
para os fenômenos que nos cercam. 
(BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Editorial Parábola, 2007, pp. 73-74). 
 
Texto Argumentativo – Tem por objetivo expor, explicar ou interpretar determinada ideia utilizando argumentos 
que a comprove ou justifique. O raciocínio deve estar organizado de tal forma que leve o leitor a compartilhar do 
ponto de vista do autor ou pelos menos considerá-lo válido. 
 
Exemplo: 
 
Quando a linguagem culta é um fantasma 
 Antes de entrar-se no exame do problema do empobrecimento cada vez mais acentuado da linguagem dos 
jovens, é preciso estabelecer que em qualquer idioma há vários níveis de expressão e comunicação: popular, 
coloquial, culto, profissional, grupal, etc. As diferenças entre esses níveis são evidentes, por isso facilmente 
demarcáveis. Basta comparar, por exemplo, a chamada “fala dos magrinhos” com a de um deputado em sua 
tribuna. 
 Assim, as dificuldades dos jovens não estão, a rigor, na sua incapacidade de expressar-se. No seu grupo – 
e aí é que vive a maior parte do seu tempo – certamente ele não sente o menor embaraço para dizer o que quer e 
entender o que os amigos lhe falam. A comunicação se faz à perfeição, sem quaisquer ruídos: “Sábado vou dar um 
chego lá na tua baia, ta?” E a resposta vem logo, curta e precisa: “Falô! Vê se leva o Beto junto. Faz tempo que ele 
não pinta lá. Depois, a gente sai pra dar uma banda”. 
 Esse é o nível de sua linguagem grupal. Um nível meio galhofeiro e rico de tons que ele domina 
galhardamente. Está como um peixe dentro de seu elemento natural. Movimenta-se com segurança e muito 
consciente de sua capacidade expressional. 
 As dificuldades que experimenta – e que o fazem inseguro e frustrado – estão na aprendizagem da língua 
“ensinada” na escola. A língua culta representa para ele um obstáculo intransponível, uma coisa estranha que o 
assusta e deprime. E é fato compreensível. Para o jovem, habituado à fala grupal, à gíria, ao jargão de seus 
companheiros de idade e de interesses, a norma culta surge como um fantasma, um anacronismo com o qual não 
consegue estabelecer uma convivência amistosa. Se passa 23 horas e 10 minutos a dizer “tu viu”, “eu vi ela”, “me 
alcança a caneta”, “as redação”, como irá nos 50 minutos de aula de português, alterar todo o comportamento 
linguístico e aceitar sem relutância que o certo é “tu vistes”, “eu a vi”, “alcança-me a caneta”, “as redações”? 
 A força coercitiva da escola é pouca para opor-se à avalanche que vem de fora. É, pensando bem, quase 
uma violência que se comete contra a espontaneidade da linguagem dos jovens, principalmente quando o 
 
 
6 
professor não é suficientemente esclarecido para dar-lhes a informação tranquilizadora de que todos os níveis de 
linguagem são legítimos, desde que inseridos em contexto sociocultural próprio. Explicar-lhe, enfim, por que a 
escola trabalha preferencialmente com o nível linguístico da norma culta. Isso os tiraria da situação constrangedora 
em que se acham metidos e que se manifesta mais ou menos assim: “Não sei como é que eu não consigo 
aprender português!” 
 
VIANA, Lourival. Quando a linguagem culta é um fantasma. Correio do povo. 
 
Injunção – Ocorre quando a finalidade do produtor é transmitir orientações, instruções para o receptor, a fim de 
levá-lo a seguir determinados procedimentos. Os textos injuntivos dividem-se em injuntivo-instrucional – quando 
não é dada uma ordem direta ao leitor, apenas conselhos das medidas a serem adotadas, por exemplo, os 
manuais de instruções de eletrodomésticos; injuntivo-prescritivo – quando, de maneira taxativa, dá uma 
orientação que deve ser seguida, por exemplo, as receitas médicas e os atos normativos da Administração 
Pública. Todo texto injuntivo apresentará verbos preferencialmente no imperativo e, às vezes, no indicativo. (Ernani 
Pimentel/Viviane Alves/José Almir F. Dornelles). 
 
 Exemplos: 
 
Torta Salgada Cremosa 
 
Ingredientes 
Massa 
 1 copo (americano) de óleo 
 2 copos (americano) de leite 
 3 ovos 
 2 copos (americano) de farinha de trigo peneirada 
 Sal a gosto 
 100g de queijo parmesão ralado 
 1 colher (sobremesa) de fermento em pó 
Recheio 
 1 lata de ervilha 
 1 lata de milho verde 
 300g de queijo cremoso 
 200g de mussarela cortada em cubinhos 
 200g de presunto cortado em cubinhos 
 100g de champignon 
Cobertura 
 3 tomates cortados em cubinhos 
 3 cebolas cortadas em cubinhos 
 Azeite, sal e orégano a gosto. 
Modo de preparo 
 
Massa 
Coloque os ingredientes no liquidificador nesta ordem: o óleo, o leite, os ovos, a farinha de trigo, o sal, o queijo 
ralado e o fermento. Bata por 3 a 5 minutos mais ou menos, até ficar uma massa homogênea. Ela fica um pouco 
mais grossa que massa de panqueca. 
 
Cobertura 
Misture o tomate a cebola e tempere com o azeite, o sal e o orégano. 
 
Montagem 
Numa assadeira untada e enfarinhada, despeje metade da massa, coloque o recheio na ordem: ervilha, milho, 
champignon, mussarela, presunto e por último espalhe o queijo cremoso com um saco de confeiteiro. Junte o 
restante da massa e por cima a cobertura. Leve ao forno entre médio e alto por mais ou menos 45 minutos, até a 
massa ficar dourada. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Bula de remédio 
 
Paracetamol 
 
Comprimidos revestidos: embalagens contendo 20 e 200 unidades. 
USO ADULTO 
 
Cada comprimido revestido contém: 
Paracetamol .................... 750,0 mg 
Excipientes q.s.p. .................... 1 comprimido 
(hidroximetilpropilcelulose, polietilenoglicol, crospovidona, dióxido de silídio coloidal, estearato de magnésio) 
 
· Ação esperada do medicamento: Paracetamol é utilizado como analgésico
6
 e antipirético
7
, ou seja, no 
combate à dor e à febre
8
. Sua ação analgésica se faz sentir cerca de 30 minutos após a administração e se 
prolonga por 4 a 6 horas. ·· Cuidados de armazenamento: Conservar o produto em temperatura ambiente 
(entre 15 e 30ºC). Proteger da luz e umidade. 
· Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação, o que pode ser verificado na embalagem do 
produto. Não use o medicamento se o prazo de validade estiver vencido. 
 Gravidez
9
 e lactação
10
: Embora seja permitido o uso de Paracetamol durante a gravidez
9
, sua administração 
deve ser restrita aos casos necessários e por curto período. Informe seu médico a ocorrência de gravidez
9
 na 
vigência do tratamento ou após o seu término. Informe também se está amamentando. 
· Cuidados de administração: Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a 
duração dotratamento. No caso de persistência dos sintomas
11
, procure orientação médica. 
· Interrupção do tratamento: Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico. 
· Reações adversas: Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis. 
 
"TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS." 
 
Ingestão concomitante com outras substâncias: Evite ingerir o medicamento juntamente com alimentos, pois 
sua absorção ficará mais lenta. Evite também ingerir álcool durante o tratamento, pois o uso de paracetamol com 
álcool é tóxico para o fígado
12
. 
 
Contra- indicações e Precauções: Pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico (aspirina) devem ter cuidado ao 
usar o paracetamol. 
Caso surja durante o uso de Paracetamol qualquer reação inesperada, o tratamento deve ser descontinuado e 
seu médico deve ser informado. 
Siga rigorosamente a dose recomendada. No caso de ingestão acidental de dose excessiva ou suspeita de que 
isto tenha ocorrido, procure imediatamente um serviço médico de urgência. 
Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início, ou durante o tratamento. 
"NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA A SAÚDE." 
 
Semântica 
 
 É o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e 
símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. À semântica pertence tanto a preocupação com determinar 
o significado dos elementos constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das palavras e expressões 
no seu todo. 
 
 
SIGNIFICAÇÃO VOCABULAR 
 
 
Sinonímia e Antonímia 
 
 Sinonímia - É o fenômeno em que palavras diferentes apresentam significados equivalentes. 
 
Casa - moradia, lar, teto. 
Rosto - face, semblante, cara. 
Zelo - cuidado, carinho. 
 
 Antonímia - É o fato semântico em que as palavras apresentam significados contrários. 
 
Economizar – gastar 
Largo - estreito 
Riqueza - pobreza 
 
 
 
 
8 
 
Homonímia e Paronímia 
 
 Homonímia - É a identidade fonética e/ou gráfica de palavras com significados diferentes. 
 
Homônimos homófonos: 
 
Conserto - concerto 
Censo - senso 
Incipiente - insipiente 
Esotérico - exotérico 
 
 Homônimos homógrafos: 
 
Colher (verbo) - colher (subst.) 
Molho (caldo) - molho (de chaves) 
Jogo (subst.) - jogo (verbo) 
Homônimos homógrafos e homófonos: 
Canto (verbo) - canto (subst.) 
Verão (verbo) - verão (subst.) 
Morro (verbo) - morro (subst.) 
 
 Paronímia - É a semelhança fonética e/ou gráfica entre palavras. 
 
Previdência - providência 
Descrição - discrição 
Eminente - iminente 
Pequenez - pequinês 
Comprimento - cumprimento 
 
 Polissemia – É a multiplicidade de significados de uma mesma palavra. 
 
Linha (costura), linha (conduta), linha (de ônibus), linha (estrada de ferro), linha (o ataque, no futebol), linha 
(telefone), linha (alinhamento). 
 
 
Denotação e Conotação 
 
 A denotação - É o emprego da palavra em seu sentido próprio (usada quando se quiser dar caráter técnico ou 
científico ao texto). 
 
O mendigo morreu do coração. 
 
A conotação - É o uso da palavra em sentido figurado, dando ao texto várias interpretações (nas obras 
literárias, os autores valem-se desse artifício para criarem a supra-realidade). 
 
Meu coração mendiga seu amor. 
 
LISTA DE HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 
 
Acender (atear fogo) ascender (subir), acento sinal gráfico) assento (cadeira); 
acerca de (a respeito de) a cerca de (distância aproximada) há cerca de (aproximadamente); 
afim (parente) a fim (para); 
aleatório (eventual) alheatório (que alheia); 
amoral (sem moral) imoral (indecente); 
ao invés de (ao contrário) em vez de (em lugar de); 
a par (ciente) ao par (sem ágio); 
apreçar (tomar preço) apressar (dar pressa); 
área (superfície) ária (cantiga); 
aresto (decisão judicial) arresto (penhora); 
ás (carta de jogo) az (esquadrão); 
asado (alado) azado (oportuno); 
assoar (limpar nariz) assuar (vaiar); 
à-toa (ruim) à toa (sem rumo); 
brocha (prego curto) broxa (pincel grande); 
cabide (pendurar roupas) cabido (coletivo de cônegos); 
caçar (apanhar animais) cassar (suspender); 
casual (acidental) causal (de causa); 
cavaleiro (homem a cavalo) cavalheiro (homem gentil); 
 
 
9 
cela (cubículo) sela (arreio); 
censo (contagem) senso (juízo); 
cerrar (fechar) serrar (cortar); 
cessão (ato de ceder) seção (setor) secção (corte) sessão (atividade); 
chá (infusão) xá (soberano persa); 
chácara (quinta) xácara (romance em verso); 
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance de xadrez); 
cível (relativo ao Direito Civil) civil (relativo às relações dos cidadãos); 
comprimento (extensão) cumprimento (saudação); 
concertar (harmonizar) consertar (restaurar); 
coser (costurar) cozer (cozinhar); 
deferir(conceder) diferir (divergir, adiar); 
degradar (rebaixar) degredar (desterrar); 
delatar (denunciar) dilatar (prorrogar, aumentar); 
descrição (descrever) discrição (reserva); 
descriminar (inocentar) discriminar (separar); 
despensa (depósito) dispensa (licença); 
despercebido (não visto) desapercebido (desprevenido); 
destratar (ofender) distratar (desfazer trato); 
eminente (célebre) iminente (imediato); 
emigrar (sair da pátria) imigrar (entrar em país); 
emitir (expedir) imitir (fazer entrar); 
espectador (assistente) expectador (esperançoso); 
esperto (inteligente) experto (perito); 
espiar (espreitar) expiar (pagar falta); 
estada (permanência de pessoa) estadia (permanência paga de navio para carga e descarga); 
flagrante (evidente) fragrante (perfumoso); 
florescente(florido) fluorescente (luminoso); 
fusível (eletricidade) fuzil (arma); 
incerto (duvidoso) inserto (inserido); 
incipiente (principiante) insipiente (ignorante); 
incontinente (imoderado) incontinenti (imediatamente); 
indefeso (sem defesa) indefesso (incansável); 
infligir (aplicar pena, castigo) infringir (transgredir); 
intercessão (intervenção) interse(c)ção (ponto onde se cruzam linhas); 
intimorato (destemido) intemerato (puro, íntegro); 
locador (proprietário) locatário (inquilino); 
lustre (candelabro) lustro (quinquênio, brilho); 
mandado (ato de mandar) mandato (procuração); 
paço (palácio) passo (marcha); 
preceder (anteceder) proceder (provir, comportar-se, realizar, ter fundamento); 
perfilar (alinhar) perfilhar (adotar como filho); 
presar (capturar) prezar (estimar); 
prescrever (ficar sem efeito, receitar) proscrever (condenar a degredo); 
prever (antever) prover (abastecer); 
ratificar (validar) retificar (corrigir); 
sobrescritar (endereçar) subscritar (assinar, subscrever); 
tacha (prego) taxa (juro); 
tapar (fechar) tampar (cobrir com tampa). 
 
Estilística 
 É o ramo da linguística que estuda as variações da língua e sua utilização, incluindo o uso estético da 
linguagem e as suas diferentes aplicações dependendo do contexto ou situação. Gramaticalmente, a Estilística 
divide-se em: Figuras de Linguagem e Vícios de Linguagem. 
 
Figuras de Linguagem 
São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de 
construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. 
 
Figuras de som 
 
I - Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. 
 
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.” 
 
 
 
10 
II - Assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. 
“Sou um mulato nato no sentido lato 
mulato democrático do litoral.” 
 
III - Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.“Eu que passo, penso e peço.” 
 
Figuras de construção 
 
I - Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. 
 
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) 
 
II - Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. 
 
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro) 
 
III - Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. 
 
“ E sob as ondas ritmadas 
e sob as nuvens e os ventos 
e sob as pontes e sob o sarcasmo 
e sob a gosma e sob o vômito (...)” 
 
IV - Inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. 
 
“De tudo ficou um pouco. 
Do meu medo. Do teu asco.” 
 
V - Silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que 
está implícito. A silepse pode ser: 
 
• De gênero 
 
Vossa Excelência está preocupado. 
 
• De número 
 
Os Lusíadas glorificou nossa literatura. 
 
• De grau 
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se 
derrete na boca.” 
 
VI - Anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma 
determinada construção sintática e depois se opta por outra. 
 
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. 
 
VII - Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. 
 
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” 
 
VIII - Anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. 
 
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer” 
 
Figuras de pensamento 
 
I - Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. 
 
“Os jardins têm vida e morte.” 
 
 
 
11 
II - Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou 
humorístico. 
 
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” 
 
III - Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar 
alguma afirmação desagradável. 
 
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) 
 
IV - Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. 
 
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) 
 
V - Prosopopeia ou Personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres 
animados. 
 
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. 
 
VI - Gradação ou Clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente 
(anticlímax) 
 
“Um coração chagado de desejos 
Latejando, batendo, restrugindo.” 
 
VII - Apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém ou alguma coisa personificada. 
 
“Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus!” 
 
Figuras de palavras 
 
I - Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de 
similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o 
conectivo comparativo fica subentendido. 
 
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” 
 
II - Metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente 
significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais 
feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica 
entre os termos. Observe: 
 
Continente x conteúdo 
 
Só bebi um copo. (Bebeu o conteúdo, não o copo) 
 
Origem x produto 
 
Comeu um Bauru. (Bauru é a origem do sanduíche) 
 
Causa x efeito 
 
Cigarro incomoda os vizinhos (A fumaça é que incomoda) 
 
Autor x obra 
 
Li machado de Assis. (Alguma obra foi lida) 
 
Abstrato x concreto 
 
Estou com a cabeça em Veneza. (O pensamento em Veneza) 
 
Símbolo x simbolizado 
 
A balança impôs-se à espada. (Justiça... Forças Armadas) 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Parte x todo 
 
Havia mais de cem cabeças no pasto (Cem reses) 
 
III - Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por 
empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido 
figurado. 
 
O pé da mesa estava quebrado. 
 
IV - Antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com 
facilidade: 
 
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) 
 
V - Sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. 
 
A luz crua da madrugada invadia meu quarto. 
 
Vícios de linguagem 
 
 A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma 
culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são 
obedecidas pelo falante. 
Quando o falante se desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade, ocorrem as figuras de linguagem. 
Quando o desvio se dá pelo não - conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. 
 
I - Barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. 
 
pesquiza (em vez de pesquisa) 
 
prototipo (em vez de protótipo) 
 
II - Solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. 
 
Fazem dois meses que ele não aparece. (emvez de faz ; desvio na sintaxe de concordância) 
 
III - Ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um 
sentido. 
 
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?) 
 
IV - Cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. 
 
Paguei cinco mil reais por cada. 
 
V - Pleonasmo: consiste na repetição desnecessária de uma ideia. 
 
A brisa matinal da manhã deixava-o satisfeito. 
 
VI - Neologismo: é a criação desnecessária de palavras. 
 
Segundo Mário Prata, se adolescente é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele 
que está entre a idade adulta e a velhice. 
 
VII - Arcaísmo: consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso. 
 
Vossa Mercê me permite falar? (em vez de você) 
 
VIII - Eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. 
 
O menino repetente mente alegremente. 
 
(Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura. Equipe Brasil Escola) 
 
 
 
 
13 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
No processo de comunicação, o emissor (produtor do texto), ao transmitir sua mensagem para o receptor (leitor), 
pode fazê-lo com alguns objetivos. 
 
Função EMOTIVA – Chama-se assim por basear-se nos estados subjetivos, nos sentimentos e emoções do 
emissor. O único objetivo é mostrar o mundo do “eu”. 
Oh! eu quero viver, beber perfumes 
Na flor silvestre que embalsama os ares; 
Ver minh’alma adejar pelo infinito, 
Qual branca neve n’amplidão dos mares 
No seio da mulher há tanto aroma... 
Nos seus beijos de fogo há tanta vida... 
— Árabe errante, vou dormir à tarde 
À sombra fresca da palmeira erguida. 
 
Função REFERENCIAL – Referencial é o texto contrário ao emotivo, porquanto está centrado nas coisas à nossa 
volta, no mundo exterior, objetivo, na informação. É ideal nas dissertações, nos textos científicos, nos trabalhos 
acadêmicos etc. Sua linguagem é objetiva, descritiva, e as palavras são empregadas em seu sentido estritamente 
descritivo,real. 
Os atentados terroristas a Nova Iorque e Washington são a evidência de que o atual modelo de globalização 
afeta os esforços de implantação mundial dos direitos humanos. Graças ao avanço da tecnologia de 
comunicações — dos meios de transporte à Internet —, o Planeta tornou-se, de fato, uma grande aldeia. Somos 
todos vizinhos uns dos outros e podemos assistir, em tempo real, ao que se passa no hemisfério oposto ao que 
habitamos. 
 
Frei Betto. Internet: <www.dhnet.org.br/denunciar> 
(com adaptações). 
 
Função APELATIVA ou CONATIVA – Diz-se apelativa a função da linguagem em que o produtor do texto centra-
se na persuasão, na sedução do receptor, com o fito de modelá-lo, influenciando diretamente seus pensamentos e 
comportamentos. 
 
O brasileiro que quiser parar de fumar terá acesso a tratamento e remédios custeados pelo governo federal. No 
Dia Internacional de Combate ao Tabagismo, o Ministério da Saúde publicou uma portaria incluindo no Sistema 
Único de Saúde (SUS) o suporte completo para o dependente de cigarros abandonar o vício: adesivos e gomas de 
mascar de nicotina para substituir a dose mínima da substância em quadros de crise de abstinência e um 
antidepressivo que auxilia no abandono do fumo. Nos postos de saúde, também estará à disposição do fumante 
um programa de psicoterapia em grupo, coordenado por profissionais treinados pelo Instituto Nacional do Câncer 
(INCA), no Rio de Janeiro. 
O Globo, 1.º/6/2004, p. A3 (com adaptações). 
 
Função POÉTICA – Diz-se poética a função da linguagem em que o produtor do texto centra-se na mensagem em 
si. Tem como objetivo a expressividade, as técnicas de escrita, de expressão. 
 
“Ardor em firme coração nascido; 
Pranto por belos olhos derramado; 
Incêndio em mares de água disfarçado; 
Rio de neve em fogo convertido; 
 
 Tu, que em um peito abrasas escondido; 
 Tu, que em um seio corres desatado; 
 Quando fogo, em cristais aprisionado; 
 Quando cristal em chamas derretido. 
 
Se és fogo como passa brandamente? 
Se és neve, como queima com porfia? 
Mas aí, que andou Amor em ti prudente! 
 
 Pois para temperar a tirania, 
 Como quis que aqui fosse a neve ardente, 
 Permitiu parecesse a chama fria.” 
 
Função FÁTICA – Denomina-se fática a função da linguagem em que o produtor do texto nada mais quer senão 
estar em contato com o receptor, malgrado inexistência de comunicação propriamente dita. 
 
Alô, alô marciano, aqui quem fala é da Terra. 
 
 
 
 
14 
Função METALINGUÍSTICA – Diz-se metalinguística a função da linguagem em que o produtor do texto centra-se 
no processo de escritura e produção do texto. Ou seja, a linguagem olha para si mesma. 
 
Poética 
Que é poesia? 
É uma ilha cercada de palavras 
por todos os lados. 
 
Que é poeta? 
É aquele que faz o trabalho 
com o suor do seu rosto. 
 
 
 
 
O Twitter e o cargo público 
 
O último levantamento do “Politweets” aponta que 391 políticos eleitos no Brasil já aderiram ao Twitter. O 
número não representa a parcela de políticos presentes na rede de microblogging, visto que muitos estão sem 
mandato e concorrem ao pleito neste ano. Além disso, há centenas de vereadores nas mais de seis mil cidades 
brasileiras que ingressam na rede sem se identificar como tal. 
Não há como negar, no entanto, que a cada dia, o Twitter ganha novos adeptos na política – seja para quem a 
faz diretamente ou simplesmente se interessa por ela – e que a ferramenta vem se consolidando como instrumento 
necessário para o exercício de qualquer cargo público. É uma maneira fácil e rápida de disseminar uma 
mensagem, socializar uma agenda, divulgar um espaço (blog, site, endereço em redes sociais) e estreitar o 
relacionamento com a população, permitindo que ela possa acompanhar o dia a dia de seus eleitos. 
O Twitter é, portanto, um facilitador para o encontro entre eleitor e eleito (ou postulante ao cargo). Não se trata 
de uma ferramenta que faça ganhar eleição, mas pode ajudar um candidato a perdê-la para um concorrente que 
esteja mais próximo do seu público, usando a rede de microblogging. 
O desafio é ser ouvido: escândalos afastam o cidadão da política. A principal função do Twitter na política é 
aproximar quem quer falar de quem quer ouvir e o grande desafio é ser ouvido. Com um sistema político complexo 
e de difícil compreensão para quem não tem intimidade com o tema, uma sucessão de escândalos envolvendo 
toda a sorte de partidos, o desinteresse pela política brasileira é um fato que assusta e cria um perverso círculo 
vicioso no qual a maioria das pessoas simplesmente detesta política e políticos. Todos são iguais, é comum ouvir, 
levando ao raciocínio de que a escolha, no fundo, não faz diferença – uma constatação que em última instância 
ameaça a própria democracia. 
 A esperança é que o Twitter – ainda não se sabe o real potencial transformador da ferramenta – possa fazer 
com que os eleitores estejam mais abertos a ouvir quem tem o que dizer sobre política. O sucesso da dinâmica 
desse contato exige tempo e dedicação. Portanto, uma estratégia de atuação política neste espaço vai muito além 
dos cinco minutos necessários para criar uma conta na rede de microblogging. É preciso ter um bom conteúdo 
para conquistar e manter os eleitores –usuários. 
 Para que possa ser útil para a política e para a democracia, o Twitter exige relacionamento transparente e 
engajamento de ambas as partes: sociedade e políticos. 
(...) 
Relacionamento em redes sociais não é como campanha, que tem começo e fim. É um trabalho que não possui 
prazo para terminar, o que é muito positivo – assim espera-se, visto que ainda não sabemos como será o 
comportamento dos hoje candidatos, amanhã eleitos. 
Com o passar do tempo, a tendência é que os laços entre eleitor e eleito fiquem mais fortes, reduzindo o déficit 
democrático de nosso atual sistema político e promovendo a necessária participação da população nas decisões 
do seu representante durante todo o mandato. 
O olhar para uma rede planejada e sólida poderá oferecer ao político um grande panorama das necessidades e 
anseios do pensamento público. Isso permitirá realizar consultas rápidas antes de uma resolução, a participação 
popular em projetos ainda em discussão ou ainda corrigir os rumos de algo já decidido. A pressão popular via 
Twitter tende a crescer e ganhar rumos ainda desconhecidos. 
Tudo isso, do ponto de vista da comunicação e da estratégia política, exige um plano de implantação e, mais do 
que tudo, de manutenção em longo prazo. 
(...) 
 
(Larissa Squeff é estrategista de política em mídias digitais e redes sociais da Maquina Public Relations. André de Abreu é gestor da 
Máquina Web, unidade de mídias digitais e redes sociais da Máquina Public Relations, e membro do COM +, grupo de pesquisa em 
Comunicação, Jornalismo e Mídias Digitais da ECA – USP) 
 
01. O pronome “ela” destacado nas frases têm como referência, respectivamente: 
 
“... simplesmente se interessa por ela...” 
“... permitindo que ela possa...” 
 
 
 
15 
A) política / ferramenta 
B) mensagem/ população 
C) ferramenta / mensagem 
D) ferramenta / agenda 
E) política / população 
 
02. Segundo o texto, o uso do Twitter pode, EXCETO: 
 
A) Trazer uma inovação ao sistema eleitoral. 
B) Melhorar a conduta do político em relação à sua plataforma governamental. 
C) Ser uma ferramenta decisiva para a vitória eleitoral. 
D) Estreitar os laços entre o eleitor e o eleito. 
E) Promover a participação efetiva do povo nas decisões do seu governante durante todo o mandato. 
03. “Relacionamento em redes sociais não é como campanha, que tem começo e fim. É um trabalho que 
não possui prazo para terminar, o que é muito positivo – assim espera-se, visto que ainda não sabemos 
como será o comportamentodos hoje candidatos, amanhã eleitos...” No parágrafo anterior verifica-se o 
emprego de: 
 
A) Linguagem padrão. 
B) Linguagem conotativa. 
C) Linguagem técnico-científica. 
D) Linguagem conotativa em um texto com características jornalísticas. 
E) Linguagem denotativa em um texto didático científico. 
 
 
Quando o prêmio Nobel de Física Richard Feynman (1918 – 1988) esteve no Brasil, nos anos 50, ficou 
assombrado com o que viu. Ao tomar contato com estudantes às vésperas do vestibular, espantaram-no tanto 
pendor local pela decoreba de fórmulas como a completa ignorância sobre seu significado. Anos mais tarde, 
registraria em seus escritos aquilo que entendeu como um paradoxo brasileiro: entre os estudantes do mundo 
inteiro, os jovens que conheceu nos trópicos eram os que mais se debruçavam sobre a física e os que menos 
sabiam sobre a matéria. À medida que o ensino médio foi se expandindo no país – em seis décadas, o porcentual 
de jovens matriculados passou de 3% para os atuais 51% –, a desvantagem escolar observada por Feynman só se 
agravou. As aulas são rasas, desinteressantes, incapazes de preparar os estudantes do século XXI para disputar 
espaço em um mercado de trabalho global, no qual a capacidade de inovar é cada vez mais valiosa. Alerta o 
sociólogo Simon Schwanzman: “Se não começar a desatar os nós do ensino médio, o Brasil vai ficar para trás”. 
O recém-divulgado Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova aplicada pelo Ministério da Educação a 3,2 
milhões de estudantes do país inteiro, dá a dimensão exata do abismo a vencer. É um espanto. Dos 23.900 
colégios públicos e particulares submetidos ao teste, não mais que 1.500 ou 6% da amostra – têm nível 
semelhante ao das escolas de países da OCDE (organização que reúne os mais ricos). O Enem trata de 
desmistificar uma ilusão que muitos pais cultivam ao matricular seus filhos em uma instituição privada – a de que 
eles ganharão um passaporte para o sucesso na vida adulta. Pois mesmo muitas das escolas que têm renome, 
prédios vistosos e mensalidades altas não resistem à comparação com suas congêneres estrangeiras: 80% 
oferecem na sala de aula qualidade equivalente à das escolas apenas medianas do mundo desenvolvido. 
Pasmem: na faixa dos 15 anos, estudantes demonstram dificuldade de resolver operações simples de matemática, 
como frações e porcentagens e de compreender textos curtos. 
(Revista Veja, 19 de setembro de 2011, pág. 93) 
 
 
04. Com relação às ideias do texto, analise. 
 
I. Os estudantes brasileiros não estudam tanto quanto os estudantes de países da OCDE. 
II. O mercado de trabalho global precisa de estudantes que sejam capazes de reter informações. 
III. Considerar que as escolas particulares brasileiras estão em condições de preparar bem os alunos é um erro 
apontado pelo Exame. 
IV. Com a expansão do Ensino Médio, a desvantagem escolar observada por Feynman nos anos 50 tornou-se 
mais acentuada. 
V. O fato de os estudantes brasileiros não aprenderem o que estudam demonstra que eles possuem pouca 
capacidade de entendimento. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
 
A) I, III, IV 
B) II, IV 
C) I, II, V 
D) III, IV 
E) III, IV, V 
 
 
 
 
16 
05. NÃO haverá alteração de sentido caso se substitua: 
 
A) “tanto pendor local pela decoreba de fórmulas” (1º§) por tanto medo local da decoreba de fórmulas. 
B) “que entendeu como um paradoxo brasileiro” (1º§) por que entendeu como uma particularidade brasileira. 
C) “À medida que o ensino médio foi se expandindo no país” (1º§) por Na medida em que o ensino médio foi se 
expandindo no país. 
D) “comparação com suas congêneres estrangeiras” (2º§) por comparação com suas rivais estrangeiras. 
E) “O Enem trata de desmistificar uma ilusão” (2º§) por O Enem trata de desmascarar uma ilusão. 
 
06. Em “Quando o prêmio Nobel de Física” (1º§), “Se não começar (1º§)” e “À medida que o ensino médio 
foi” (1º§) ocorre, respectivamente, ideia de: 
 
A) tempo / condição / proporção 
B) comparação / condição / proporção 
C) tempo / tempo / comparação 
D) comparação / condição / tempo 
E) tempo / condição / tempo 
 
 
No romance São Manuel Bueno, Mártir, Miguel de Unamuno apresenta um personagem que, utilizando um 
discurso anticlerical, repetia constantemente que a sociedade espanhola continuava influenciada por uma 
mentalidade feudal e medieval: “Feudal e medieval eram os dois qualificativos que esbanjava quando queria 
condenar alguma coisa”. 
Régine Pernoud, no seu Pour en finir avec la Moyen-Age, menciona o mesmo costume verbal, numa França 
que tanto deve à Idade Média. Para criticar uma situação considerada criticável, seja sobre demografia, política, 
analfabetismo, educação etc., as pessoas empregam frases como “Não estamos mais na Idade Média”, “É um 
retorno à Idade Média” ou “É uma mentalidade medieval”, o que faz o interlocutor entender automaticamente que 
está diante do que há de mais execrável na história humana. 
Por mais que os medievalistas nos últimos 150 anos tenham demonstrado com documentos, monumentos e 
argumentos que os dez séculos da chamada Idade Média não foram tão monstruosos assim (ou que pelo menos 
essa não foi a única fase monstruosa que o ser humano já viveu neste planeta...), esse “rótulo” tornou-se um dos 
mais fáceis de usar. Recentemente, um ativista cultural brasileiro disse em seu animado discurso: “Ainda temos 
hoje a mentalidade medieval de transformar os cinemas em igrejas”. Afirmação no mínimo divertida. 
Este fenômeno de irracionalismo e preconceito (duas palavras que também servem maravilhosamente para 
destruir o que a priori quisermos desqualificar) é bastante corriqueiro, mesmo em tempos não-medievais... 
 
(Gabriel Perissé. In: As palavras não dizem tudo / ou dizem?) 
 
 
07. Considerando as ideias do texto, analise. 
 
I. O autor mostra que a palavra medieval é comumente usada pejorativamente. 
II. É correto atribuir à Idade Média a transformação de cinemas em igrejas. 
III. Para o autor, o uso corriqueiro do termo medieval com sentido pejorativo é irracional e preconceituoso. 
IV. “Medievalistas” são aqueles que viveram na Idade Média. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
 
A) I, II B) I, III 
C) II, III D) I, IV 
E) I, III, IV 
 
 
Várias razões explicam o cenário de terra devastada – a começar pelo despreparo dos professores. A maioria 
deles desembarca na sala de aula sem nenhuma estratégia para despertar o interesse de jovens inseridos em um 
mundo no qual o saber enciclopédico deixou de fazer sentido diante da Internet. Na verdade, as deficiências de 
nossos mestres começam no nível mais básico. Os egressos das faculdades de pedagogia e das licenciaturas 
sabem pouco, ou nada, de didática, já que 80% do que aprenderam foram teorias obsoletas permeadas de 
bordões ideológicos. 
(Revista Veja, 19 de setembro de 2011, pág. 93) 
 
08. Em “o cenário de terra devastada” ocorre um(a): 
A) metáfora. 
B) catacrese. 
C) elipse. 
D) prosopopeia. 
E) eufemismo. 
 
 
 
17 
09. As palavras “egressos”, “obsoletas” e “bordões” são empregadas no texto, respectivamente, com o 
sentido de: 
 
A) estudantes / que caíram em desuso / palavra ou locução sem função morfossintática que se repete de forma 
automática. 
B) que deixaram de fazer parte de uma comunidade / antiquadas / locução resultante de grande reflexão. 
C) que saíram / antiquadas / palavra ou locução que se repete geralmente de forma inconsciente. 
D) estudantes / equivocadas / expressão resultante de muita reflexão. 
E) que deixaram de fazer parte de uma comunidade / errôneas / expressão comum em determinada área do 
conhecimento. 
 
 
Como toda ansiedade, a angústia típica de nosso tempo machuca. Seu componente de irracionalidade é 
irrelevante para quem se sentemal. O escritório de estatísticas da Inglaterra divulgou recentemente uma pesquisa 
que é ao mesmo tempo um diagnóstico. Cerca de um sexto dos ingleses entre 16 e 74 anos se sente incapaz de 
absorver todo o conhecimento com que esbarra no cotidiano. Isso provoca tal desconforto que muitos apresentam 
desordens neuróticas. 
O problema é mais sério entre os jovens e as mulheres. Quem foi diagnosticado com a síndrome do excesso de 
informação tem dificuldade até para adormecer. O sono não vem, espantado por uma atitude de alerta anormal da 
pessoa que sofre. Ela simplesmente não quer dormir para não perder tempo e continuar consumindo informações. 
Os médicos ingleses descobriram que as pessoas com quadro agudo dessa síndrome são assoladas por um 
sentimento constante de obsolescência, a sensação de que estão se tornando inúteis, imprestáveis, ultrapassadas. 
A maioria não expressa sintomas tão sérios. O que as persegue é uma sensação de desconforto – o que já é 
bastante ruim. 
(...) O excesso de informação não escolhe idade nem sexo. 
A paulista Renata Gukovas, de 13 anos, sabe exatamente o que é isso. Ela vai à escola, estuda japonês e 
inglês, joga basquete e handebol e participa de competições de matemática. “O que me falta na vida? Tempo. 
Queria que o dia tivesse trinta horas.” (...) 
O americano Richard Saul Wurman, autor dos livros Ansiedade de Informação e Ansiedade de Informação 2, 
este último lançado no final do ano passado nos Estados Unidos e ainda não publicado no Brasil, sugere que as 
pessoas encarem o mundo como um grande depósito de material de construção. E o que fazer com a matéria- 
rima? Ora, diz ele, seja um arquiteto de sua própria catedral de conhecimento. A arma para isso é a “ignorância 
programada”, ou seja, a escolha criteriosa do que se quer absorver (...). O resto deve ser deixado de lado, como o 
compositor que intercala pausas de silêncio entre as notas para que a música faça sentido aos ouvidos. “A 
ansiedade de informação é o buraco negro que existe entre os dados disponíveis e o conhecimento. É preciso 
escapar dela”, observa Wurman. Ou, ao menos, não deixar que ela assuma proporções dolorosas para quem 
precisa ultrapassá-la no dia-a-dia. 
 
(Cristiana Baptista. A dor de nunca saber o bastante. Veja: Comportamento, 5 de setembro de 2001 / com adaptações) 
 
10. De acordo com o texto, a angústia de nosso tempo machuca porque: 
 
A) a razão humana torna o homem um ser insatisfeito. 
B) o homem perde sua razão em virtude da desordem instaurada. 
C) é um problema que atinge, na maior parte das vezes, jovens e mulheres. 
D) trata-se de uma ansiedade, e como tal, tem por características descontroles e desordens. 
E) demonstra a incapacidade do ser humano em absorver o conhecimento necessário ao seu cotidiano. 
 
11. Em relação às ideias do texto, considere as assertivas a seguir: 
 
I. Apenas pessoas imaturas deixam-se levar pela desordem do excesso de informação. 
II. A ansiedade pelo consumo de informações pode levar ao descontrole de necessidades rotineiras. 
III. O consumo excessivo de informações está diretamente ligado ao nível cultural da pessoa. 
 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) assertiva(s) 
 
A) I B) I, II C) II D) II, III E) I, III 
 
12. No 2º§, a respeito da intenção do enunciador quanto ao uso sequencial das expressões “inúteis, 
imprestáveis, ultrapassadas” é correto afirmar que: 
 
A) tais ideias adquirem no contexto, uma conotação de crítica. 
B) a associação destes conceitos cria verdadeiras contradições. 
C) tais expressões são usadas de modo a atenuar uma ideia desagradável. 
D) a atribuição de tais características indica um sentido que se distancia do literal. 
E) o uso de vários adjetivos, em progressão, faz com que a ideia descrita se intensifique. 
 
 
 
18 
13. A partir do uso de elementos coesivos, é correto afirmar que a correspondência entre tal elemento e 
seu referente está correta em: 
 
A) “Isso provoca tal desconforto...” 1º§ (pesquisa que é ao mesmo tempo um diagnóstico) 
B) “Quem foi diagnosticado com a síndrome...” 2º§ (os jovens e as mulheres) 
C) “Ela simplesmente não quer dormir para não perder tempo...” 2º§ (Renata Gukovas) 
D) “O que as persegue é uma sensação de desconforto...” 2º§ (as pessoas com quadro da síndrome) 
E) “É preciso escapar dela, observa Wurman.” 5º§ (a informação) 
 
14. A expressão “ignorância programada” é apresentada no texto como uma solução para o problema 
apresentado da ansiedade pelo excesso de informação. Tal expressão é caracterizada como uma “arma” 
devido à: 
 
A) importância que apresenta no tratamento da síndrome do excesso de informação. 
B) irrelevância que demonstra para as pessoas que sofrem com o excesso de informação. 
C) forma agressiva de tratamento referente à ansiedade excessiva pela informação. 
D) ideia de que trata-se de um tratamento que requer disciplina e vontade do indivíduo. 
E) resistência que algumas pessoas possuem em admitir que apresentam tal síndrome. 
 
15. A respeito das características textuais apresentadas, é correto afirmar que o texto demonstra 
principalmente: 
 
A) narração de fatos do cotidiano. 
B) debate de ideias divergentes. 
C) instrução para um determinado procedimento. 
D) exposição de conhecimentos formais e científicos. 
E) argumentação utilizando-se de dados da realidade observável. 
 
16. No texto, algumas ideias são expostas através de uma linguagem conotativa. Dentre os trechos a 
seguir apenas um deles NÃO demonstra o uso do recurso metafórico. Assinale-o. 
 
A) “... encarem o mundo como um grande depósito de material de construção.” 
B) “... seja um arquiteto de sua própria catedral de conhecimento.” 
C) “... ou seja, a escolha criteriosa do que se quer absorver.” 
D) “... como o compositor que intercala pausas de silêncio entre as notas...” 
E) “A ansiedade de informação é o buraco negro que existe...” 
 
17. “Os médicos ingleses descobriram que as pessoas com quadro agudo dessa síndrome são assoladas 
por um sentimento constante de obsolescência...” Quanto ao trecho anterior, é correto afirmar que há uma 
reescrita equivalente quanto ao sentido em: 
 
A) Os médicos ingleses descobriram que um sentimento constante de obsolescência assola as pessoas com 
quadro agudo dessa síndrome. 
B) Um sentimento constante de obsolescência foi descoberto pelos médicos ingleses a ponto de tornar esta 
síndrome um quadro agudo. 
C) Os médicos ingleses descobriram que um sentimento constante de obsolescência os assola a partir do quadro 
agudo dessa síndrome. 
D) As pessoas com quadro agudo dessa síndrome assolam os médicos ingleses com um sentimento constante de 
obsolescência. 
E) Um sentimento constante de obsolescência foi descoberto por pessoas com quadro agudo dessa síndrome. 
 
 
Muito além de impressões digitais 
 
Um passado sem rosto e sem rastro transformou a figura da mãe numa pálida lembrança. E levou consigo a 
imagem da menina Camila, ex-moradora de rua, sem deixar na adulta a certeza de como era quando criança. Com 
a morte da mãe no parto do oitavo irmão, há nove anos, depois de peregrinar com os sete irmãos pelas ruas de 
diversos bairros, ela ganhou uma casa. Foi morar com a tia e cada irmão seguiu para viver com um parente. 
A história da família Gomes, até a geração de Camila Cláudia, hoje com 21 anos, é apenas oral. Não há um 
único registro fotográfico dessa vida nômade. Nem fotos, nem documentos. Camila não tem certidão de 
nascimento, o que impede o acesso aos direitos mais elementares. E não se lembra de ter visto fotos da mãe. 
Uma aflição latente ficou de herança. Os nascimentos de Camille, de 2 anos, e Sofia, de 5 meses, trouxeram 
um novo desejo à vida da menina sem foto. Há pouco menos de dois anos, ela comprou um celular com câmera, 
exclusivamente para fotografar a primeira filha. 
Camila tem a chance agora de deixar impressa sua passagem pelo mundo. Ela ilustraa farta variedade de 
estatísticas que apontam para o consumo crescente de celulares e câmeras digitais no país, instrumentos também 
de inclusão. Nos últimos três anos, o item de consumo que mais cresceu no Brasil foi a câmera digital (de 20% 
 
 
19 
para 35%), indicam os dados da consultoria Kantar WorldPanel, divulgados em setembro. Um estudo da 
Fecomércio do ano passado mostra que, de 2003 a 2009, o gasto com celular já havia aumentado 63,6% em todas 
as classes sociais. Na E, chegou a 312%. Soma-se a estes um outro dado, e a equação se completa: cerca de 
66% dos brasileiros usam o celular para tirar fotografias, segundo pesquisa do Instituto Data Popular colhida este 
ano. 
A democratização do acesso se consolidou. Estamos diante de novos tempos, moldados pela democratização 
do acesso ao registro de imagens. As classes populares deixaram de ser apenas o objeto fotografado e tornaram-
se também agentes desse universo pictórico: são produtores em escala crescente, de imagens de seu cotidiano. 
(Revista O globo, novembro de 2012) 
 
18. Observe as afirmativas. 
 
I. A aquisição de produtos eletrônicos causa o endividamento da classe popular. 
II. O uso do celular facilitou a comunicação entre as pessoas. 
III. A democratização do registro fotográfico é instrumento de inclusão. 
IV. O acesso a celulares e máquinas digitais é crescente. 
 
As afirmativas que são compostas exclusivamente de informações fornecidas pelo texto são: 
 
A) I e III, apenas. D) III e IV, apenas. 
B) I, II, III e IV. E) I e IV, apenas. 
C) I, II e IV, apenas. 
 
19. Após a leitura do texto, infere-se que seu título: 
 
A) versa sobre o acesso a documentos. 
B) afirma que a função do registro fotográfico é ampla. 
C) afirma que os não alfabetizados têm acesso à fotografia. 
D) considera que o cotidiano pode ser registrado por todos. 
E) sugere que o registro fotográfico é uma descoberta recente. 
 
20. No trecho: “Não há um único registro fotográfico dessa vida nômade”, a palavra grifada se refere: 
 
A) ao tempo de vida. 
B) ao poder aquisitivo. 
C) à precariedade da vida. 
D) à falta de perspectiva da vida. 
E) aos deslocamentos ao longo da vida. 
 
Amores descartáveis 
 
O amor tornou-se um produto descartável. Um dos sociólogos mais respeitados da atualidade, o polonês 
Zygmunt Bauman escreveu o livro “Amor líquido”, que fala sobre a fragilidade dos laços humanos na atualidade. 
A definição romântica do amor como “até que a morte os separe” está decididamente “fora de moda”, diz 
Bauman. Uma cultura consumista como a nossa favorece o produto para uso imediato, o prazer passageiro, a 
satisfação instantânea, resultados que não exigem esforços prolongados. Construir uma relação exige esforço. 
Nossos avós viviam altos e baixos. Mas o casamento tinha um real sentido de parentesco, e os cônjuges 
lutavam para superar os maus momentos. Hoje, um compromisso se tornou até uma limitação, pois sempre pode 
haver uma oportunidade melhor no horizonte. E no primeiro espinho já se pensa na próxima relação. 
As pessoas preferem relações de bolso, assim chamadas porque a pessoa pode lançar mão delas quando 
precisa. São baseadas na simples disponibilidade dos parceiros e numa certa “química” de ambas as partes. 
Encontrar um amor é muito mais perigoso: implica risco, pois não há garantias de felicidade. A recompensa, 
porém, é um vínculo intenso e duradouro. 
Vinícius de Moraes toca no tema, em seu “Soneto da fidelidade”: Eu possa me dizer do amor (que tive): /Que 
não seja imortal posto que é chama / mas que seja infinito enquanto dure. Pois é. Parece que a eternidade 
preconizada pelo poeta anda muito rápida. E, cada vez mais, as pessoas reclamam da solidão. 
 
(Carrasco, Walcyr. Revista Época, outubro de 2011. Texto adaptado) 
 
21. A partir da análise do texto, conclui-se que as “relações de bolso”: 
 
A) são pautadas no interesse econômico. B) são imediatas. C) implicam riscos. 
D) são perigosas. E) têm vínculo intenso. 
 
 
 
 
 
 
20 
22. A partir das ideias do texto, assinale a característica que NÃO se adequa às relações afetivas na 
atualidade. 
 
A) Fugacidade. 
B) Efemeridade. 
C) Perenidade. 
D) Imediatismo. 
E) Transitoriedade. 
 
Cidade 
O que é? 
 
Do latim civitatis, o termo evoluiu para designar um grande centro urbano, cada vez mais o lar de preferência da 
raça humana que, no ano 2000, já terá a maior parte de sua população aí vivendo. No período clássico na Grécia 
(século V a.C.), as cidades, que então eram independentes e autônomas, representavam centros onde política e 
as ideias podiam ser debatidas e desenvolvidas pelos cidadãos em assembleias públicas. 
Curiosamente, na Grécia apenas uma minoria era considerada cidadão: os homens livres e proprietários 
nascidos na cidade em que viviam. Estrangeiros, escravos e mulheres não podiam participar dos debates ou 
julgamentos, nem eram consultados para coisa alguma. 
 
(Dimenstein, Gilberto. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã) 
 
23. A partir da análise do texto, conclui-se que as “relações de bolso”: 
Assinale a afirmativa que NÃO é pertinente ao texto. 
 
A) Na Grécia (século V a.C.), o direito à cidadania era universal. 
B) A maioria da população mundial vive atualmente em centros urbanos. 
C) As cidades gregas (século V a.C.) eram dotadas de autonomia. 
D) A palavra cidade é de origem latina. 
E) Na Grécia (século V a.C.), cidadãos debatiam ideias em assembleias públicas. 
 
24. Em “... nem eram consultados para coisa alguma.”, a conjunção em destaque confere à oração ideia de: 
 
A) adversidade. 
B) alternância. 
C) explicação. 
D) conclusão. 
E) adição. 
 
 
GABARITO 
1 - E / 2 - C / 3 - A / 4 - D / 5 - E / 6 - A / 7 - B / 8 - A / 9 - C / 10 - D / 11 - C / 12 - E / 13 - D / 14 - A / 15 - 
E 16 - C / 17 - A / 18 - D / 19 - B / 20 - E / 21 - B / 22 - C / 23 - A / 24 - E

Outros materiais