Buscar

Mega Apostila PORTUGUES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 317 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Município de Viana-ES 
 
Compreensão e interpretação de textos: situação comunicativa, pressuposição, inferência, 
ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem não-verbal ....................... 1 
Tipos e gêneros textuais: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo, instrucionais, propaganda, 
editorial, cartaz, anúncio, artigo de opinião, artigo de divulgação científica, ofício, carta ........................ 46 
Estrutura Textual: Progressão temática, parágrafo, frase, oração, período, enunciado, pontuação, 
coesão e coerência ................................................................................................................................ 71 
Variedade linguística, formalidade e informalidade, formas de tratamento, propriedade lexical, 
adequação comunicativa ...................................................................................................................... 127 
Língua padrão: ortografia, acentuação, emprego do sinal indicativo de crase ................................. 144 
Pontuação ....................................................................................................................................... 174 
Formação de palavras, prefixo, sufixo, classes de palavras ............................................................. 174 
Regência ......................................................................................................................................... 232 
Concordância nominal e verbal ........................................................................................................ 242 
Flexão verbal e nominal ................................................................................................................... 258 
Sintaxe de colocação ....................................................................................................................... 264 
Produção Textual ............................................................................................................................. 271 
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos 
verbos em português ............................................................................................................................ 284 
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais. Termos da oração; 
processos de coordenação e subordinação; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais 
de colocação pronominal no português ................................................................................................ 293 
Estilística: figuras de linguagem ....................................................................................................... 293 
Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo. Norma culta..................................... 304 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a 
captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é 
suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos 
discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo 
discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. 
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se 
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, 
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras 
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia 
do sentido global proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos 
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira 
clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à 
compreensão do texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito 
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de 
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma 
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, 
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve 
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases 
e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o 
período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e 
semanticamente resultam num texto coeso. 
Compreensão e interpretação de textos: situação comunicativa, 
pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, 
intertextualidade, linguagem não-verbal 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 2 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, 
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em 
conta o tipo de texto. 
Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los 
de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliadasua capacidade de 
construir personagens e de relacionar ações e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição 
É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que 
vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma 
impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração 
É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da 
descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. 
 
Dissertação 
É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar 
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação 
argumentativa, mais brilhante será o desempenho. 
 
Sentidos dos Textos 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que 
“flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. 
O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. 
O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” 
O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido 
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que 
comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à 
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. 
 
Sentido Imediato 
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua 
ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que 
restringem a decodificação, tais como: 
- as frases seguem modelos completos de oração da língua; 
- discurso lógico; 
- se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, 
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; 
- significados encontrados no dicionário; 
- existe concordância entre termos sintáticos; 
- abstrai-se a conotação; 
- supõe-se que não há anomalias linguísticas; 
- abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; 
- supõe-se pertinência ao contexto; 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 3 
- abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do 
significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de 
contiguidade); 
- abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; 
- não se concebe a existência de locuções e frases feitas; 
- supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 
- abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o 
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. 
O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando 
alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um 
oxímoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como 
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os 
recursos de retórica são anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em 
contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto 
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. 
Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, 
o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição 
tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea 
consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido 
preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo 
sem higiene”. 
Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem 
em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. 
Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido 
“figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor 
sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial 
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: 
(A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para 
exibi-los na estante. 
(B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não 
chegou a impressionar os críticos dos jornais. 
(C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a 
maior parte dos críticos também o teriam apreciado. 
(D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o 
quanto poderão nos valer num futuro próximo. 
(E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem 
predileção. 
 
02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) 
 
Comunicação Política na Suíça 
 
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano 
aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 4 
votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) 
sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais 
dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que 
permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no 
caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. 
(Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 
 
O texto abaixo que carece de coerência é: 
(A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) 
(B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) 
(C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) 
(D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. 
(Mencken) 
(E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 
 
03. (Pref. de Teresina/PI- Professor Português - NUCEPE/2016) 
 
SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho 
De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. 
 
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. 
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma 
(A) coesão referencial. 
(B) coerência argumentativa. 
(C) coesão sequencial. 
(D) coerência narrativa. 
(E) contiguidade. 
 
04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado 
pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes 
cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão 
foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - 
do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no 
centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros 
pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking 
são ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos 
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, 
em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera 
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. 
Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a 
infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no 
transporte público? 
(Veja, 02.12.2009) 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 5 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. 
(E) não se pode confiar no serviço público? 
 
 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) 
 
Sua excelência, o leitor 
 
Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é 
preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao 
mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho 
em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante 
e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes 
indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura 
alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, 
"Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com 
um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente 
dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre 
textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a 
página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. 
TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). 
 
Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? 
(A) “gritam para ser lidas” 
(B) “capa contra capa” 
(C) “logo viram a página” 
(D) “enquanto bebem café” 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de 
conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 
 
02. Resposta. E 
Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 
 
03. Resposta: C 
A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus 
sentidos, ligando-as. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para 
sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada 
devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica 
da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 6 
INTERPRETAÇÃO 
 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: 
 
“Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo 
frases que se constrói um texto”.1 
 
Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a 
transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. 
Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E 
como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se 
imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda 
a interpretação. Veja a diferença: 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. 
Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os 
erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso 
que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a 
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases 
é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá 
ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior 
onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 
 
Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. 
 
Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. 
 
Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações 
ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios,os quais definem o tempo). 
Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 
2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 7 
Título do Texto Paráfrases 
 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar significa Compreender significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar 
conclusões, deduzir. 
Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar 
que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que 
realmente está escrito. 
Tipos de enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada 
a afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto 
é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. 
Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões 
equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão 
É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), 
ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. 
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode 
esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a 
necessidade de adequação ao antecedente. 
 
Vícios de Linguagem 
Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem 
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 8 
Algumas dicas para Interpretar um Texto 
 
- Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. 
Leia textos de bom nível. 
- Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que 
estamos prestando atenção na leitura. 
- Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem 
lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num 
ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
- Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos 
ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
- Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
- Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo 
se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
- Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao 
seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
- Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um 
tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. 
 
Organização do Texto e Ideia Central 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da 
margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central 
extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Exemplos: 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 9 
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
(2) Apenas oDiego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” 
 
Frase para análise. 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Questões 
 
01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo 
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi 
uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um 
conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da 
humanidade. 
No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, 
o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os 
monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que 
a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no 
utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 10 
Depreende-se da argumentação do texto que 
(A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática 
consumista. 
(B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à 
humanidade. 
(C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os 
monopólios de interpretação. 
(D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento 
da religião, do Estado, da família e dos partidos. 
 
02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) 
 
 
 
Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. 
(A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. 
(B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. 
(C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo 
apenas assustá-lo. 
(D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. 
(E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria 
uma boa notícia ao marido. 
 
03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) 
 
A arte de ser feliz 
Cecília Meireles 
 
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. 
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. 
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas 
gotas de água sobre as plantas. 
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. 
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros 
e meu coração ficava completamente feliz. 
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. 
Outras vezes encontro nuvens espessas. 
Avisto crianças que vão para a escola. 
Pardais que pulam pelo muro. 
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. 
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. 
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. 
Às vezes, um galo canta. 
Às vezes, um avião passa. 
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. 
E eu me sinto completamente feliz. 
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que 
essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é 
preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 
Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 11 
A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: 
(A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de 
que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua 
plenitude. 
(B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia 
visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do 
cotidiano para alcançar a felicidade. 
(C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só 
visão sobre o mundo. 
(D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer 
explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. 
(E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma 
cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 
 
04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) 
 
Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de 
qualidade inédita. 
 
Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter 
feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco 
meses. 
A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e 
restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se 
movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas 
de terra ou gelo - poderia provocar danos. 
Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por 
gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os 
cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa 
entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. 
Fragmento do texto publicado no site da BBCBrasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. 
 
Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: 
(A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. 
(B) uma notícia sobre um avanço científico. 
(C) uma reportagem política sobre a Nasa. 
(D) um artigo científico sobre velocidade. 
(E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 
 
05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) 
 
 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 12 
A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: 
(A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. 
(B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. 
(C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. 
(D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado, sentimento 
que tem seu ápice nos dois últimos quadrinhos. 
(E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições 
alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas 
estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não 
permitindo outras formas de interpretação. 
 
02. Resposta: E 
Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e 
na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensa que sua fala será 
impactante e alegre para o seu marido. 
 
03. Resposta: A 
O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem 
que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida 
e leve. 
 
04. Resposta: B 
O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em 
órbita enviando informações para a terra. 
 
05. Resposta: D 
Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega 
à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo 
namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. 
 
RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO COMUNICATIVO DOMINANTE 
 
Todo aquele3 que se comunica (falando, pintando, escrevendo, dançando, etc.) tem uma intenção 
comunicativa. Ele, locutor, não está apenas querendo transmitir uma mensagem, passar uma informação, 
mas interagir com outra pessoa que se vai tornar o locutário. Ou seja, o locutor tem um objetivo em mente 
ao construir o seu texto e, normalmente, esse objetivo se relaciona com alguma ação. Toda palavra faz 
parte de um movimento maior em torno de uma ação social. 
Por exemplo, uma bula de remédios. Ela pode ser lida a qualquer momento e pelos mais variados 
motivos. Ainda que a maioria considerasse absurdo, eu poderia ler uma bula de remédios antes de dormir, 
para relaxar um pouco. Mas, a intenção comunicativa de uma bula de remédios é outra. Ela existe na 
sociedade para que o leitor conheça adequadamente o remédio e saiba como usá-lo. O conhecimento e 
a aplicação das informações da bula de remédios pode significar o restabelecimento da saúde. 
Assim, uma pessoa pode até ler uma bula de remédio para se distrair porque não tem o que outra 
coisa que fazer, contudo passar o tempo não é a intenção comunicativa da bula de remédios. É um uso 
para a bula, mas não atende à intenção comunicativa desse gênero discursivo. Quem escreve esse texto 
não o faz para que os outros passem um momento agradável de diversão. 
É justamente o caso contrário do que ocorre com o filme de aventuras que alguém se assiste no 
cinema, domingo à tarde, com os seus amigos. Voltados para essa necessidade, existem muitos filmes 
 
3 http://landeira-educablog.blogspot.com.br/2009/07/intencao-comunicativa.html 
http://professorvallim.blogspot.com.br/2010/05/comunicacao-intencao-comunicativa.html 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 13 
de aventuras cuja intenção comunicativa é apenas fazer os locutários se distraírem e passar um bom 
momento. Mas não existem apenas filmes de aventuras em circulação na sociedade. Outros filmes 
ultrapassam esse objetivo e procuram, também, discutir valores ou criticar aspectos da identidade 
humana, por exemplo. 
O primeiro e, sem dúvidas, um dos maiores desafios de quem produz um texto é fazer o locutário 
cooperar com a intenção comunicativa do texto produzido. Em outras palavras, fazer com que o locutário 
esteja disposto a interpretar o texto de acordo com a intenção comunicativa do locutor. 
Ou seja, de má vontade, sem querer participar, sem se envolver, o locutário não vai fazer o seu papel 
no processo de interação comunicativa. O locutário poderá então não compreender o texto ou fazer uma 
interpretação que foge aos objetivos desse texto. Ele vai ler, mas não vai interpretar adequadamente, 
nem agir de acordo. 
Mas por que o locutário não atenderia à intenção comunicativa do texto que lê? Isso pode acontecer 
porque aquele que assume o papel de locutário não sabe (ou não deseja) realizar o trabalho de 
envolvimento com o texto necessário para interpretá-lo. Assim, é muito importante ao interpretarmos um 
texto, identificarmos a intenção comunicativa. 
 
Algumas perguntas podem nos ajudar: 
- Para que serve esse texto na sociedade? 
- O que esse texto revela sobre o locutor? 
- O que se espera que eu faça depois de ler esse texto? 
 
Compreendendo a intenção comunicativa do texto, podemos também escolher até que ponto 
desejamos participar no processo comunicativo. Isto é, podemos envolvermo-nos mais ou menos, de 
acordo com nossas necessidades, possibilidades, desejos, etc. 
A escola, como instituição, no entanto, tem sido muito eficiente em 'matar' as intenções comunicativas 
dos textos. Em todas os componentes curriculares. Seja por reduzir os textos a intenções distorcidas 
daquelas para as que foram produzidos; seja por simplesmente ignorar o processo social que deu origem 
a tais textos. 
 
Assim surgem enunciados que vão ficando famosos - em todas as disciplinas -: "Sublinhe os adjetivos 
no texto a seguir" e "No texto aparece o termo 'reação bioquímica'. Defina-o". 
 
Intenção Comunicativa 
 
O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou seja, a troca de informações, mensagens. 
Isto se dá através de uma conversa, leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos definir como intenção 
comunicativa todo e qualquer ato ou pensamento que leve a uma comunicação. 
Para que haja uma comunicação são necessários os elementos básicos: emissor, receptor, canal e 
código. 
 
Emissor: ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou falada, ponto de partida da comunicação. 
Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação. 
Receptor: ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada. Ex.: leitor de um livro, ouvinte 
em uma conversa. 
Canal: meio pelo qual à mensagem é enviada. Ex.: Livro, carta, e-mail, voz. 
Código: conteúdo de uma mensagem escrita ou falada. Ex.: Assunto de uma conversa, livro ou carta. 
 
Função Comunicativa 
 
Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a isso damos o nome de 
função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. Existem as seguintes 
maneiras ou funções: 
 
Função Comunicativa: sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a 
isso damos o nome de função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou 
falada. Existem as seguintes maneiras ou funções: 
 
Função Emotiva: toda comunicação elaborada com uso opinativo, linguagem lírica. 
Apostilagerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 14 
Ex.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou 
sentimentos. 
 
Função Conotativa: essa talvez a mais usada diariamente. Definida pela adaptação da mensagem 
pelo emissor ao receptor, receptores. Ex.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros 
médicos, mesmo que o assunto seja o mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à 
capacidade do paciente em entender termos médicos; um advogado em júri ou falando com seu cliente; 
político em plenária e falando ao povo em comício. 
 
Função Metalinguística: função que estuda à gramática ou aspectos ligados a uma Língua. Ex.: 
Gramática, dicionário, questões de interpretação textuais. 
 
Função Fática: função que apresenta uma comunicação. Ex.: Introdução de uma redação, prefácio 
de uma obra literária, início de um diálogo. 
 
Questões 
 
01. (ALERJ - Assessoramento - CEPERJ) 
 
A velha guerra 
 
Goethe teve um romance passageiro com a Revolução Francesa, que liberou mais demônios do que 
ele estava disposto a aceitar. Vem daí sua famosa declaração de que preferia a injustiça à desordem. 
Goya foi um entusiasta de primeira hora de Napoleão mas horrorizou-se cm as atrocidades da guerra da 
Espanha, que retratou com ácido e asco na sua série de gravuras “Desastres de la Guerra”. Acabou 
desencantado também. 
Mas o desencanto de Goethe e Goya não é o mesmo dos que lamentaram o fim da velha ordem, para 
os quais a Revolução Francesa significou não a derrota do nepotismo e da injustiça mas um crime contra 
a natureza do homem. Confundir ordem e normalidade com seus próprios privilégios é um velho hábito 
de castas dominantes. 
(Veríssimo, Jornal O Globo, 15 de setembro de 2011) 
 
No texto, a linguagem conotativa não foi empregada no segmento: 
(A) “Goethe teve um romance passageiro...” (l. 1) 
(B) “...que liberou mais demônios do que...” (l. 2) 
(C) “...um entusiasta de primeira hora...” (l. 4) 
(D) “...retratou com ácido e asco...” (l. 6) 
(E) “Confundir ordem e normalidade com seus próprios privilégios...” (l. 11/12) 
 
02. (TJ/AP - Analista Judiciário - FCC) 
 
 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 15 
Identifica-se linguagem conotativa no que se encontra transcrito em: 
(A) ... uma posição decididamente subversiva. 
(B) É de 1796 o famoso esboço de um novo sistema filosófico... 
(C) ... acondicionado no algodão do destino... 
(D) ... a omissão da historiografia literária alemã acadêmica... 
(E) Hölderlin permaneceu leal aos ideais da juventude... 
 
03. (UFMT - Técnico em Contabilidade - UFMT) 
 
 
 
Assinale a alternativa que NÃO apresenta linguagem conotativa. 
(A) bastou-lhe apenas soltar na rua, nas asas desse retângulo de papel que normalmente ninguém 
joga fora, a sua dura queixa. 
(B) Quis condenar Marilúcia a andar pelo mundo num dinheirinho pobre. 
(C) Quanto dinheiro com rabiscos já nos passou pelas mãos! 
(D) faça lá com seus pensamentos as ponderações mais íntimas e queime no fogo mais ardente e 
purificador tão irresponsável documento? 
 
04. (CODENI/RJ - Analista de Sistemas - MSCONCURSOS) 
 
 
 
Em relação ao enunciado: " No meio do caminho tinha uma pedra..." que aparece tanto no anúncio 
como no poema, está CORRETO afirmar que há o uso da linguagem: 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 16 
(A) Metafórica em ambos. 
(B) Referencial em ambos. 
(C) Denotativa e conotativa, respectivamente. 
(D) Conotativa e denotativa, respectivamente. 
 
05. (PC/MG - Técnico Assistente da Polícia Civil - FUMARC) A eficácia do texto é resultado da 
habilidade do emissor em: 
(A) separar dados de informações. 
(B) utilizar a informática de forma racional. 
(C) produzir uma comunicação que alcance seu objetivo 
(D) traduzir corretamente os recursos do manual administrativo. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.C / 03.C / 04.C / 05.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Única frase das alternativas que foi empregada de forma denotativa é a alternativa E, todas as outras 
alternativas foram empregadas de forma figurada. 
 
02. Resposta: C 
Na frase “acondicionado no algodão do destino” tem linha de linguagem conotativa. 
 
03. Resposta: C 
Não apresenta linguagem conotativa, então aparece a denotativa que é a linguagem de dicionário, 
literal. Neste caso a alternativa C. 
 
04. Resposta: C 
Denotativa é a palavra no sentido original, sentido de dicionário. Aparece no primeiro texto. 
Conotativo é o emprego da palavra no sentido figurado. No segundo texto, uma vez que se trata de 
um poema de Carlos Drummond de Andrade, que tem uma linguagem altamente conotativa. 
 
05. Resposta: C 
Sim, a eficácia do emissor é produzir uma comunicação que alcance seu objetivo, que tenha um 
resultado. 
 
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS 
 
Texto: 
 
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro 
Rocha e Pelé), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).” 
(Veja São Paulo,1990) 
 
Esse texto diz explicitamente que: 
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques; 
- Neto não tem o mesmo nível desses craques; 
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente. 
 
O texto deixa implícito que: 
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos craques citados; 
- Esses craques são referência de alto nível em sua especialidade esportiva; 
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz respeito ao tempo disponível para evoluir. 
 
Todos os textos transmitem explicitamente certas informações, enquanto deixam outras implícitas. Por 
exemplo, o texto acima não explicita que existe a possibilidade de Neto se equiparar aos quatro 
futebolistas, mas a inclusão do advérbio “ainda” estabelece esse implícito. Não diz também com 
explicitude que há oposição entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 17 
para evoluir. A escolha do conector “mas”, entre a segunda e a primeira oração, só é possível levando 
em conta esse dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto do que aqueles que aparecem 
explícitos na sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um tipo de significado 
quanto o outro, o que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor 
passará por cima de significados importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias e pontos de 
vista que rejeitaria se os percebesse. 
Os significados implícitos costumam ser classificados em duas categorias: os pressupostos e os 
subentendidos. 
 
Pressupostos 
 
São ideias implícitas que estão implicadas logicamente no sentido de certas palavras ou expressões 
explicitadas na superfície da frase. Exemplo: 
 
“André tornou-se um antitabagista convicto.” 
 
A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, 
que significa "vir a ser", decorre logicamente que antes André não era antitabagista convicto. Essa 
informação está pressuposta. Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estranho dizer que a 
palmeira tornou-se um vegetal. 
 
“Eu ainda não conheço a Europa.” 
 
A informação explícita é que o enunciador não tem conhecimento do continente europeu. O advérbio 
“ainda” deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-la. 
As informações explícitas podem ser questionadas pelo receptor, que pode ou não concordar com 
elas. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como tais, porque esta 
é uma condição para garantir a continuidade do diálogo e também para fornecer fundamento às 
afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem 
cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer 
“Até Maria compareceu à aula dehoje”. “Até” estabelece o pressuposto da inclusão de um elemento 
inesperado. 
Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo que 
visa a levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do emissor. Ao introduzir uma ideia sob a 
forma de pressuposto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia 
implícita não é posta em discussão, e todos os argumentos explícitos só contribuem para confirmá-la. O 
pressusposto aprisiona o receptor no sistema de pensamento montado pelo enunciador. 
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades incontestáveis” que estão na base de muitos 
discursos políticos, como o que segue: 
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será resolvido o problema da seca no Nordeste.” 
 
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa a mudança do curso do São Francisco e, por 
consequência, a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo não teria continuidade se um 
interlocutor não admitisse ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, haveria quebra da 
continuidade do diálogo se alguém interviesse com uma pergunta deste tipo: 
 
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?” 
 
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor permite levar adiante o debate; sua negação 
compromete o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se constrói a argumentação, e daí 
nenhum argumento tem mais importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é 
possível ou não tem sentido. 
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que 
está pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de emprego, 
não causa o menor embaraço uma pergunta como esta: 
 
“Como vai você no seu novo emprego?” 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 18 
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um 
segundo emprego e quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo “novo” estabelece 
o pressuposto de que o interrogado tem um emprego diferente do anterior. 
 
Marcadores de Pressupostos 
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo 
Ex.: Julinha foi minha primeira filha. 
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras nasceram depois de Julinha. 
 
Ex.: Destruíram a outra igreja do povoado. 
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja além da usada como referência. 
 
- Certos verbos 
Ex.: Renato continua doente. 
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no momento anterior ao presente. 
 
Ex.: Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra copydesk. 
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copidesque não existia em português. 
 
- Certos advérbios 
Ex.: A produção automobilística brasileira está totalmente nas mãos das multinacionais. 
O advérbio “totalmente” pressupõe que não há no Brasil indústria automobilística nacional. 
 
Ex.: - Você conferiu o resultado da loteria? 
- Hoje não. 
A negação precedida de um advérbio de tempo de âmbito limitado estabelece o pressuposto de que 
apenas nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o ato de conferir o resultado da loteria. 
 
- Orações adjetivas 
Ex.: Os brasileiros, que não se importam com a coletividade, só se preocupam com seu bem-estar e, 
por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. 
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se importam com a coletividade. 
 
Ex.: Os brasileiros que não se importam com a coletividade só se preocupam com seu bem-estar e, 
por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. 
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não se importam com a coletividade. 
 
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As explicativas pressupõem que o 
que elas expressam se refere à totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que elas 
dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do texto escreverá uma 
restritiva ou uma explicativa segundo o pressuposto que quiser comunicar. 
 
Subentendidos 
Os subentendidos são mensagens implícitas deduzidas subjetivamente pelo interlocutor. 
Justamente por essa ideia de dedução, os subentendidos de uma declaração podem não ser 
verdadeiros. Vejamos três exemplos de subentendido, o qual normalmente surge em contextos sociais: 
Ex.: Ana - Vamos ao cinema? 
Carlos - Mas está chovendo... 
Possível subentendido: Carlos sugere que não quer ir ao cinema. 
 
Ex.: Amigo do Mário - É da casa do Mário? 
Mãe do Mário - Ele teve de sair, mas já volta. 
Possível subentendido: A mãe do Mário entende que o amigo do filho queria falar com ele. 
 
Ex.: Marido - Está muito frio lá fora! 
Esposa - Tudo bem, eu já vou fechar a janela. 
Possível subentendido: A esposa entende que o marido fez um pedido. 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 19 
Para finalizar, segundo Platão e Fiorin, uma informação importante: “Os subentendidos são as 
insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão 
pergunta: Você tem fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. 
Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por favor.4”. 
 
Questões 
 
01. (SPTRANS - Advogado - VUNESP) 
Na era da internet, com seus “rsrsrs" e as “longas" mensagens de 140 caracteres do Twitter, que lugar 
haveria para a retórica, a invenção dos gregos clássicos para permitir que nas democracias o bom cidadão 
pudesse defender seus pontos de vista falando bem? Na semana passada, o julgamento do mensalão no 
STF pôs em evidência os advogados dos réus. Eles foram lá exercitar sua retórica, uma vez que as peças 
de defesa já haviam sido escritas e enviadas aos ministros do tribunal. Os defensores, com raras 
exceções, saíram-se muito mal no quesito da retórica – que não é blá-blá-blá. Quando assumiu o posto 
de presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, Earl Warren perguntou a um colega mais antigo 
em quem confiava plenamente o que ele deveria ler para conseguir escrever suas sentenças no alto nível 
que as circunstâncias exigiam. O colega de Warren, Hugo Black, respondeu: “Basta ler Retórica, de 
Aristóteles". Sábio conselho. Com a democracia, os gregos criaram esse mecanismo de sustentação oral 
baseado na lógica e na honestidade de pensamento a que chamaram de retórica. Os cidadãos eram 
frequentemente obrigados a defender em público não apenas ideias, mas sua propriedade e até a própria 
liberdade. Aristóteles ensinou que persuadir uma audiência nada tem a ver com eloquência. Isso é 
sofisma. O que separa um cidadão grego dotado da retórica de um mero sofista? A retórica vencedora 
não depende do dom da oratória, mas do valor moral do orador. 
 (Otávio Cabral e Carolina Melo. A retórica não é blá-blá-blá. Veja.2012) 
 
Na frase final do primeiro parágrafo está implícito que, em sua maioria, os defensores dos réus do 
mensalão 
(A) praticaram a retórica somente como oratória vazia. 
(B) restringiram sua defesa a peças escritas. 
(C) foram convincentes em suas manifestações escrita e oral. 
(D) renunciaram ao recurso da sustentação oral. 
(E) falaram livremente, como deve ocorrer nas democracias. 
 
02. (TRT 20ª Região - Técnico Judiciário - FCC) 
O Brasil é hoje um dos líderes mundiais do comércio agrícola, ocupando a primeira posição nos 
embarques de açúcar e de carne bovina e a segunda, nas vendas de soja e de carnes de aves. Já era o 
maior exportador mundial de café, mas até há uns 20 anos a maior parte de sua produção agropecuária 
era menos competitiva que a das principais potências produtoras. 
Esse quadro mudou, graças a um persistente esforço de modernização do setor. Um levantamento da 
Organização Mundial do Comércio (OMC) conta uma parte dessa história, mostrandoo aumento da 
presença brasileira nas exportações globais ente 1999 e 2007. Uma história mais completa incluiria 
também um detalhe ignorado pelos brasileiros mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se 
muito melhor quando o país se transformou numa potência exportadora e as crises de abastecimento 
deixaram de ocorrer. 
 Essa coincidência não ocorreu por acaso. A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de 
milhões de pessoas no mercado de consumo, em grandes economias emergentes, favoreceram a 
expansão do comércio de produtos agropecuários nas duas últimas décadas. Mas, apesar das condições 
favoráveis criadas pela demanda em rápida expansão, houve uma dura concorrência entre os grandes 
produtores. A competição foi distorcida pelos subsídios e pelos mecanismos de proteção adotados no 
mundo rico e, em menor proporção, em algumas economias emergentes. 
A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de exportação agropecuária foi possibilitada por 
uma combinação de ações políticas e empresariais. Um dos fatores mais importantes foi o trabalho das 
instituições de pesquisa, amplamente reforçado a partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação 
do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas - principalmente do Sul - intensificou-se nessa 
mesma época. 
 Nos anos 80, rotulados por economistas como "década perdida", a agropecuária exibiu dinamismo e 
modernizou-se, graças ao investimento em novas tecnologias e à adoção de melhores práticas de 
produção. O avanço tecnológico foi particularmente notável, nessa época, na criação de gado de corte e 
 
4 PESTANA, Fernando, A gramática para concursos, 2013, Elsevier Editora Ltda. 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 20 
na produção de aves. Isso explica, em boa parte, o sucesso comercial dos dois setores nos anos 
seguintes. Com o abandono do controle de preços, a transformação da agropecuária acelerou-se nos 
anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição como grande exportador. A magnitude da transformação fica 
evidente quando se observam os ganhos de produtividade. 
As colheitas cresceram muito mais do que a área ocupada pelas lavouras. Aumentou a produção de 
carne bovina, indicando uma pecuária muito mais eficiente. No setor de aves, o volume produzido 
expandiu-se consideravelmente. Isso permitiu não só um grande avanço no mercado externo, mas 
também um enorme aumento do consumo por habitante no mercado interno. Proteínas animais tornaram-
se muito baratas, refletindo-se nas condições de vida de milhões de brasileiros. 
(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de novembro de 2009) 
 
Está implícito no texto o fato de que 
(A) a década de 80 foi corretamente rotulada de "década perdida", em razão dos escassos 
investimentos na produção agropecuária brasileira. 
(B) os mecanismos de proteção adotados por algumas nações permitiram um considerável aumento 
na oferta mundial de produtos agropecuários. 
(C) a modernização ocorrida no setor cafeeiro colocou o Brasil entre os principais exportadores de 
produtos agrícolas no mercado internacional. 
(D) o setor agrícola brasileiro, por ter produtividade inferior à dos demais países, foi um obstáculo à 
presença do país no mercado internacional. 
(E) os exportadores brasileiros enfrentaram barreiras comerciais impostas por outros países 
produtores para ampliar sua participação nas exportações mundiais. 
 
03. (AL/SP - Agente Legislativo - FCC) 
O reflorestamento tem o papel de conservar a biodiversidade da Mata Atlântica e retomar as funções 
ecológicas que a tornam tão importante. Mas é possível fazer com que uma floresta secundária avance 
para a condição de floresta nativa? Segundo a diretora de restauração florestal da SOS Mata Atlântica, 
as florestas secundárias geralmente não conseguem atingir as mesmas condições ecológicas que as 
primárias, mas têm o seu valor. "Uma floresta estabelecida, ainda que secundária, absorve água e forma 
um reservatório natural, impede o assoreamento dos rios e gera emprego e renda para quem atua na 
restauração." 
A manutenção de funções ecológicas na floresta secundária depende de seu desenvolvimento. "Se 
ela atingir determinado tamanho, diversidade e microclima adequado, poderá ter funções semelhantes às 
da mata nativa", diz ela. Também a capacidade de absorver carbono é uma das diferenças entre as duas 
florestas. A mata secundária sequestra muito mais carbono, mas isso não a torna melhor do que a 
primária, ela explica. 
O grau de biodiversidade é um dos principais fatores que diferenciam florestas primárias e secundárias. 
Esse grau depende de vários aspectos, especialmente a idade e a existência de mata nativa nas 
proximidades. As florestas secundárias são definitivamente mais vulneráveis do que a primária, 
principalmente em relação ao fogo. Na Amazônia, a idade média de uma floresta secundária é de seis ou 
sete anos, já que muitas delas são queimadas mais de uma vez. 
A diretora avalia ainda que a perda de espécies na mata secundária está relacionada ao ambiente 
mais aberto. Intervenções como corte de cipó e plantio de espécies que funcionem como uma barreira 
podem contribuir para a restauração e a conservação das florestas. 
(Ana Bizzotto. O Estado de S. Paulo, Especial Sustentabilidade, 
H6, 30 de janeiro de 2009) 
 
Está implícito no texto, como resposta à questão colocada no Imagem 01º parágrafo, que 
(A) as áreas de florestas replantadas podem ter as mesmas funções ecológicas, porém apresentam 
menor diversidade em relação às florestas nativas. 
(B) as condições ecológicas de uma floresta secundária são inferiores às da floresta nativa, o que 
determina diferenças em suas funções. 
(C) a dificuldade de comparar os dois tipos de florestas é muito grande, considerando-se as enormes 
diferenças entre elas. 
(D) a absorção de carbono, função essencial exercida pelas florestas, comprova a semelhança entre 
as nativas e as secundárias. 
(E) o plantio de espécies diferentes na mata secundária pode torná-la até mesmo mais resistente a 
intempéries do que a mata nativa. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 21 
Gabarito 
 
01.A / 02.E / 03.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
O blá-blá-blá, no texto refere-se a uma fala vazia, sem sustância ou conteúdo interessante ao receptor. 
 
02. Resposta: E 
Não está escrito e explícito no texto, mas pela interpretação é possível verificar as barreias comerciais 
impostas por outros países, a leitura atenta permite ver esta afirmação como algo implícito. 
 
03. Resposta: A 
Está implícito no texto, a alternativa A, “as áreas de florestas replantadas podem ter as mesmas 
funções ecológicas, porém apresentam menor diversidade em relação às florestas nativas”. Uma vez que 
o texto começa com perguntas, que a florestas as florestas secundárias tem o seu valor e cumpre 
determinada especificações. 
 
INFERÊNCIA 
 
Inferir significa concluir, deduzir pelo raciocínio apoiado apenas em indícios.Com o surgimento das 
novas tecnologias, novas formas de interpretar, novos significados e dimensões, o exercício da leitura 
ganhou cada vez mais o posicionamento de hipóteses, comparações, associações e inferências. 
No contexto de interpretação de textos, a inferência enquadra-se na ação de analisar as informações 
implícitas e explícitas com o intuito de alcançar conclusões. 
Segue abaixo uma ilustração para análise exemplificação: 
 
 
 
Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não verbal, juntas elas fornecem o insumo 
necessário para o bom entendimento e compreensão da temática. 
Em uma leitura superficial, uma leitura sem inferências, o leitor poderia cair no erro de não perceber a 
intenção real do autor, a denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa interpretação é 
necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos questionamentos como: 
- Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado”e “exposto a riscos”? 
- O que significam as balas que o cercam por todos os lados? 
- Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de balas? 
 
A partir de questionamentos como os citados acima é possível adentrar no contexto social, Rio de 
Janeiro violento, que instaura críticas e denúncias a determinada realidade. 
Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes ocultos que transformam a leitura simples 
em uma leitura reflexiva. 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 22 
Questões 
 
01. (IF/GO - Assistente em Administração - CS/UFG) 
 
Dizem as paredes - 2 
 
Em Buenos Aires, na ponte da Boca: Todos prometem e ninguém cumpre. 
Vote em ninguém. 
Em Caracas, em tempos de crise, na entrada de um dos bairros mais pobres: 
Bem-vinda, classe média. 
Em Bogotá, pertinho da Universidade Nacional: 
Deus vive. Embaixo, com outra letra: 
Só por milagre. 
E também em Bogotá: 
Proletários de todos os países, uni-vos! 
Embaixo, com outra letra: 
(Último aviso.) 
 
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Trad. Eric Nepomuceno. Porto Alegre: L&PM, 2002.) 
 
Nas frases “Em Caracas, em tempos de crise, na entrada de um dos bairros mais pobres:/ Bem-vinda, 
classe média”, o sentido de “crise” é entendido como o de “crise econômica”. O recurso linguístico que 
possibilita a recuperação desse sentido no texto é a 
(A) ambiguidade. 
(B) pressuposição. 
(C) inferência. 
(D) polissemia. 
 
02. (CFC - Técnico em Contabilidade - CFC) 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 23 
Conforme o texto, a inferência INCORRETA é: 
(A) A captação líquida de 2012 é a maior em dezessete anos da série histórica do Banco Central. 
(B) A vinculação dos juros da poupança à Selic teve o objetivo de preservar o interesse por outras 
aplicações de renda fixa. 
(C) O bom resultado corresponde a recorde apenas no mês de dezembro de 2012, incluindo os 
recursos destinados ao financiamento imobiliário e à poupança rural. 
(D) Nem mesmo a alteração da remuneração mudou a imagem positiva da poupança em 2012, de 
acordo com as informações do Banco Central. 
 
03. (TRT 12ª Região - Técnico Judiciário - FGV/2017) 
 
Um artigo da revista Domingo dizia o seguinte: 
 
Acusam a TV de ser responsável pela violência. É preciso debater essa questão. A TV não inventou a 
violência. Em todas as épocas, houve assassinatos, roubos e vítimas. Durante a Ditadura Militar a vida 
era mais violenta que hoje. No romance Os Três Mosqueteiros as lutas e as mortes são frequentes e, no 
entanto, não criticam a literatura por sua violência. Finalmente, países onde os televisores são em 
pequeno número, como na Índia ou no Zaire, também há guerras... Logo, não podem acusar a TV de ser 
responsável por tudo. 
 
O autor do texto declara que, apesar de a literatura conter cenas de violência, ninguém a acusa de ser 
responsável pela violência. 
 
Nesse caso, a argumentação se apoia numa: 
(A) analogia; 
(B) inferência; 
(C) redundância; 
(D) metáfora; 
(E) metonímia. 
 
04. (DNIT - Analista Administrativo - ESAF) 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 24 
Há elementos no texto que permitem a seguinte inferência: 
(A) a memória de fatos relacionados à vida privada é irrelevante na dinâmica da sociedade. 
(B) o ser humano é o único animal dotado de memória. 
(C) mais do que obrigação, o trabalho representa castigo. 
(D) o hábito pode, momentaneamente, ser relegado a segundo plano em favor da invenção, e vice-
versa. 
(E) aspectos pragmáticos e rotinas são priorizados em todas as sociedades. 
 
05. (FUNAI - Conhecimentos Gerais - ESAF/2016) 
 
 
Há elementos no texto que permitem a seguinte inferência: 
(A) o patrimônio natural do Brasil é superior ao patrimônio cultural das demais nações do planeta. 
(B) a exaltação da natureza e o nacionalismo preencheram, no Romantismo brasileiro, a lacuna de 
uma nação sem passado glorioso. 
(C) a apologia de um passado glorioso e bélico cedeu lugar, no Romantismo brasileiro, à incipiente 
consciência ecológica diante do patrimônio natural brasileiro. 
(D) os temas universais foram rejeitados pelos escritores românticos, que subestimavam a matriz 
étnica do povo brasileiro. 
(E) o patriotismo exacerbado dos escritores românticos estava principalmente alicerçado na 
mentalidade escravocrata. 
Gabarito 
 
01.C / 02.C / 03.A / 04.D /05.B 
 
Comentários 
01. Resposta: C 
O recurso permitido é a inferência, inferir significa deduzir, como o texto cita pobres e classe média 
ambas distinguidas na maioria das vezes pelo poder aquisitivo, a palavra crise tem a conotação de 
econômica. 
 
02. Resposta: C 
Não, o texto se refere aos depósitos do ano de 2012 e não se limita somente ao mês de dezembro, 
fazendo menção também aos anos anteriores. 
 
03.Resposta: A 
Uma analogia significa uma relação de semelhança estabelecida entre duas ou mais entidades 
distintas. O “analogia” significa “proporção”. No texto o autor faz uma analogia da violência atual que foi 
atribuída a TV como culpada e influenciadora, no entanto, não faz uma inferência que apenas deduz 
alguma coisa a partir de indícios. 
 
04. Resposta: D 
De acordo com o texto é possível deduzir, “inventado(invenção) e nesse momento o hábito(rotineiro) 
pode ser deixado de lado”. 
Apostila gerada especialmente para: Ivana Machado da rosa 110.982.257-08
 
. 25 
05. Resposta: B 
No começo do texto. “No Brasil, não tinha havido batalhas memoráveis, nem catedrais, nem 
divinas comédias” antes do Romantismo Brasileiro não ocorreu momentos ou eventos gloriosos. 
 
IRONIA 
 
Consiste em declarar o oposto do que do que se pensa ao do que se é realmente, apresentando tom 
de deboche, na maioria das vezes. Exemplo: 
 
– Ela é ótima pessoa, afinal vive judiando das crianças. 
– Que motorista excelente você, quase me atropelou. 
– Professor, olha como meu boletim está excelente, só há uma nota acima da média. 
 
Atenção: As aspas muitas vezes marcam uma ironia: Quando a “linda” funcionária entrava na 
empresa, começavam os risos sarcásticos.5 
 
Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reação 
do leitor, ouvinte ou interlocutor. 
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar 
algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a 
finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, para refletir 
sobre o tema e escolher uma determinada posição. 
 
Tipos de Ironia 
 
A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos de ironia: oral, dramática e de situação. 
 
Ironia oral: é a diferença entre a expressão e a intenção: quando um locutor diz uma coisa, mas 
pretende expressar outra, ou então quando um significado literal é contrário para atingir o efeito desejado. 
 
Ironia dramática ao satira: é a diferença entre a expressão e a compreensão/cognição: quando uma 
palavra ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende o significado da situação, mas a 
personagem não. 
 
Ironia de situação: é a diferença existente entre a intenção e o resultado: quando o resultado de uma 
ação é contrário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira, a ironia infinita é a diferença entre o 
desejo humano e as duras realidades do mundo externo. 
 
Exemplo: 
__Você está intolerante hoje. 
__Não diga, meu amor! 
 
É também um estilo de linguagem caracterizado por subverter o símbolo que, a princípio, representa. 
A ironia utiliza-se como uma forma de linguagem pré-estabelecida para, a partir e de dentro dela, contestá-
la. Foi utilizada por Sócrates, na Grécia Antiga, como ferramenta para fazer os seus interlocutures 
entrarem em contradição, no seu método socrático. 
 
Leia este trecho escrito por Murilo Mendes: 
“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente mal ao piano alguns

Outros materiais