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Brasília-DF. Estruturas Em ConCrEto ProtEndido Elaboração Tatiana Conceição Machado Barretto Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 4 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5 introdução.................................................................................................................................... 7 unidAdE i CONCEITUAÇÃO E MATERIAIS ................................................................................................................ 9 CAPítulo 1 CONCEITUAÇÃO E MATERIAIS .................................................................................................. 9 unidAdE ii PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO .................................................................................... 30 CAPitulo 1 EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO ............................................................................................. 30 CAPitulo 2 GRAUS DE PROTENSÃO .......................................................................................................... 36 unidAdE iii LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO .................................................. 44 CAPitulo 1 LIMITES DE SOLICITAÇÃO ........................................................................................................ 44 CAPitulo 2 PERDAS DE PROTENSÃO ......................................................................................................... 47 unidAdE iV DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS .............................................................................. 63 CAPitulo 1 VIGAS .................................................................................................................................... 63 CAPitulo 2 LAjES ..................................................................................................................................... 67 rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 92 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 introdução Utilizam-se estruturas com vigas protendidas, normalmente, em construções de grande porte. Elas são requeridas devido ao baixo custo do concreto em relação ao aço, o que ocasiona em uma estrutura muito interessante em relação ao custo benefício e com isso bastante competitiva, aliados ao fato de possibilitarem benefícios a longo prazo com baixo/menor custo de manutenção, quando comparado a outras. A utilização de peças de concreto protendido apresenta muitas vantagens em relação às peças de concreto armado em vários aspectos, tais como os de engenharia, econômico-financeiros, sociais e ambientais. Nesta disciplina iremos ampliar o nosso conhecimento sobre estruturas em concreto protendido. Deseja-se aqui fornecer os conhecimentos básicos sobre a mecânica das estruturas, do comportamento mecânico dos materiais, possibilitando o dimensionamento dos diversos elementos estruturais (vigas, lajes). Este caderno de estudo foi baseado na NBR 6118/2014 e outras normas e materiais de apoio de diversos autores. objetivos » Compreender a utilização, dimensionamento e detalhamento da protensão em peças de concreto protendido. » Estudar os conceitos básicos do concreto protendido de acordo com as normas técnicas vigentes. » Conhecer as recomendações para execução de peças protendidas. » Estabelecer uma rotina de cálculo e detalhamento de uma laje em concreto protendido. » Apresentar os materiais, os processos para projetar e detalhar lajes planas de concreto protendido. » Desenvolver no aluno a sensibilidade quanto aos elementos estruturais em concreto protendido. » Estudar as perdas de protensão. 8 » Conhecer os níveis ou graus de protensão. » Estudar os limites de solicitação. 9 unidAdE iConCEituAção E MAtEriAiS CAPítulo 1 Conceituação e materiais Neste capítulo, estudaremos alguns materiais que compõem o concreto protendido. Este tipo de concreto é formado pelos seguintes materiais: concreto simples; aço de protensão para a armadura ativa; e, caso contenham uma armadura passiva, utilizam-se CA-25, 50 ou 60. Outros materiais utilizados são os que compõem os dispositivos de ancoragem, bainhas metálicas, por exemplo. Aqui, estudaremos um pouco sobre suas composições, propriedades e de que forma são utilizados. Protensão no concreto Embora o concreto protendido fosse patenteado por um engenheiro de San Francisco em 1886, não emergiu como um material de construção aceito até meio século mais tarde. O uso do concreto protendido teve grande impulso devido à escassez de aço durantea segunda guerra mundial, já que ele exige muito menos aço que as estruturas metálicas normalmente utilizadas na época, por esse motivo foi o material de construção de escolha durante a reconstrução da pós-guerra europeia. A primeira estrutura de concreto protendido da América do Norte, a Walnut Lane Memorial Bridge em Filadélfia, Pensilvânia, no entanto, não foi concluída até 1951. No de concreto armado convencional, a alta resistência à tração do aço é combinada com grande resistência à compressão do concreto para formar um material estrutural que é forte na compressão e tensão. O princípio subjacente ao concreto protendido é que as tensões de compressão induzidas por aços de protensão de alta resistência num componente de concreto antes da aplicação das cargas equilibrarão as tensões de tração impostas no elemento durante o serviço. 10 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs A protensão é um artifício utilizado quando se deseja aplicar a uma estrutura um estado prévio de tensões que irá elevar a sua resistência e seu comportamento para distintas condições de carga. Juntamente com o aço, o concreto é um dos materiais mais importantes e utilizados na construção civil, devido ao baixo custo dos seus constituintes e a possibilidade de se encontrar esses materiais em qualquer lugar. O concreto apresenta uma boa resistência à compressão, principalmente quando comparado à resistência à tração (cerca de 10% da de compressão). A resistência à tração também é de caráter aleatório. Devido a falhas construtivas, juntamente com a retração do concreto, podem ser originadas fissuras, as quais extinguirão a resistência à tração do concreto, mesmo que ele não receba nenhuma carga. Aplicar-se a protensão no concreto, consiste em introduzir esforções que irão anular ou diminuir de forma drástica as tensões de tração do concreto, diminuindo assim, a importância da fissuração que é uma condição necessária a ser estudada quando irá se dimensionar uma viga. A protensão remove uma série de limitações de design locais de concreto convencional em carga e permite a construção de telhados, pisos, pontes e paredes com mais extensões não suportadas. Isso permite que arquitetos e engenheiros possam projetar e construir estruturas de concreto mais leve e raso, sem sacrificar a força. As tensões de compressão são induzidas no concreto protendido quer por pretensão ou pós-tensão do reforço de aço. Na pré-tensão, o aço é esticado antes de o concreto ser colocado. O aço de alta resistência é colocado entre dois pilares e esticado para 70 a 80 por cento de sua força final. O concreto é derramado em moldes ao redor dos tendões e deixa-se curar. Uma vez que o concreto atinge a força necessária, as forças de alongamento são liberadas. À medida que o aço reage para recuperar seu comprimento original, as tensões de tração são convertidas em uma tensão de compressão no concreto. Produtos típicos para concreto pré-tensionado são lajes de telhado, pilhas, postes, vigas de ponte, painéis de parede e laços ferroviários. No pós-tensionamento, o aço é esticado após o concreto endurecer. O concreto é moldado ao redor, mas não em contato com o aço não esticado. Em muitos casos, são formadas condutas na unidade de concreto utilizando formas de aço de paredes finas. Uma vez que o concreto endureceu até a resistência necessária, os tendões de aço são inseridos e esticados contra as extremidades da unidade e ancorados externamente, colocando o concreto em compressão. O betão pós-tensionado é usado para betão vazado e para pontes, vigas grandes, lajes, conchas, telhados e pavimentos. 11 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i O concreto protendido tem sido muito utilizado nos edifícios comerciais. Para edifícios como centros comerciais, o concreto pré-esforçado é uma escolha ideal porque fornece o comprimento de extensão necessário para flexibilidade e alteração da estrutura interna. O concreto pré-esforçado também é usado em auditórios escolares, ginásios e cafeterias por causa de suas propriedades acústicas e sua capacidade de fornecer espaços longos e abertos. Um dos usos mais difundidos do concreto protendido ocorre em garagens de estacionamento. Materiais Concreto Para a construção de estruturas protendidas é necessário que haja um maior controle sobre a qualidade do concreto. Para o concreto utilizado para protensão é necessário se realizar ensaios e/ou técnicas mais rigorosas que no concreto armado, desejando-se garantir, assim, um controle de qualidade mais eficiente, um controle contínuo dos agregados e cimento usados, assim como o acompanhamento contínuo durante a produção do concreto. Todo esse processo para garantir a qualidade do concreto. (HANAI, 2005) (VERISSIMO, CÉSAR, 1998) (BASTOS, 2015) Em termos de resistência, em geral, deseja-se que os concretos utilizados em estruturas protendidas possuam a resistência maior do que para as estruturas de concreto armado. Para concreto protendido, o código modelo CEB-78 sugere resistência à compressão simples do concreto (fck) ≥ 25 MPa. A fck para concreto protendido encontra-se entre 30 e 50 MPa, já a de concreto armado a resistência fica em torno de 20 a 30 MPa. (HANAI, 2005) (VERISSIMO, CÉSAR, 1998) (BASTOS, 2015) Tabela 1. Resistência do concreto em função da idade, em condições normais de cura. Idade em dias do concreto Cimento 3 7 28 90 360 CP 0,40 0,65 1,00 1,20 1,35 ARI 0,55 0,75 1,00 1,15 1,20 Fonte: (BASTOS, 2015). 12 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs A elevada resistência para estruturas em concreto protendido ocasiona-se em estruturas com vãos maiores (resistência aos esforços atuantes com redução de seções) e peso próprio menor (devido à redução de suas seções com dimensões menores, que também é importante para peças pré-moldadas), quando comparadas às estruturas de concreto armado. A redução do peso próprio possibilita economicamente a confecção de estruturas com grandes vãos, fato que faz diminuir muito os custos. Para peças protendidas pré-fabricadas, na maioria das vezes utilizam-se concretos de resistência maior do que 50 MPa. (HANAI, 2005) (VERISSIMO, CÉSAR, 1998) (BASTOS, 2015) A boa resistência é muito importante para o concreto, mas é necessário também que haja outras características com boa qualidade como: compacidade e baixa permeabilidade, para que se tenha uma proteção suficiente contra corrosão das armaduras. Essas características são importantes devido ao fato da necessidade de se proteger a armadura, já que o aço da armadura ativa, quando solicitado por tensões elevadas, é mais propenso a sofrer a corrosão. (VERISSIMO, CÉSAR, 1998) Tabela 2. Relação entre classe de agressividade e qualidade do concreto. Concreto Tipo Classe de agressividade (Tabela 6.1 da NBR 6118) I II III IV Relação água/cimento em massa CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45 CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45 Classe de concreto (NBR 8953) CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 Notas: 1. O concreto empregado na execução de estruturas deve cumprir com os pontos pedidos pela NBR 12655. 2. CA corresponde aos componentes e elementos estruturais de concreto armado. 3. CP corresponde aos componentes e elementos estruturais de concreto protendido. Fonte: (BASTOS, 2015). Alguns parâmetros em relação ao concreto devem ser considerados e especificados no projeto quando irá se projetar uma estrutura de concreto protendido, como (BASTOS, 2015): » resistências características à compressão (fckj) e à tração (fctkj); » módulo de elasticidade do concreto na idade to (Eci(to)); » relação água cimento (a/c). 13 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i fatores que justificam resistências elevadas » Quando se introduz uma força de protensão,esta pode ocasionar solicitações prévias muito grandes, em geral mais elevadas que as equivalentes a uma situação de serviço (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). » Com já foi visto, a utilização de concretos e aços de elevada resistência ocasiona a diminuição das dimensões das peças, e com isso a redução do seu peso próprio (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Muitos concretos de alta resistência apresentam módulo de deformação mais elevado, fato que provoca a redução das deformações imediatas e das que aparecem ao longo do tempo. Por isso, serão reduzidos os efeitos de perda de protensão ocasionados pela retração e fluência do concreto, ou seja, as flechas e as “perdas de protensão” são reduzidas (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). É comum utilizar o CP V ARI pelo fato dele possibilitar a aplicação da força de protensão em menor tempo. Principalmente, em peças de concreto protendido, deve-se ter bastante cuidado com a cura do concreto, com o objetivo de se conseguir a melhor qualidade. Aços de protensão O ferro existe em abundancia na natureza, mas ele dificilmente é encontrado puro. Em geral, ele é encontrado combinado com oxigênio na forma de óxidos de ferro, como a hematita (Fe2O3), por exemplo. O ferro usado na fabricação do aço é extraído de minérios como a hematita. Flexibilidade, versatilidade e durabilidade são algumas das características principais do aço. Comparado a outros materiais como madeira e alguns plásticos, por exemplo, o aço possui resistência muito maior. designação genérica dos aços de protensão Na tabela 3 pode ser visto um exemplo de como é feita a genérica dos aços de protensão. Tabela 3. CP-175 (RN) CP Aço para concreto protendido 175 Resistência mínima a ruptura por tração fptk=175Kn/cm2 14 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs RN Relaxação Normal RB Relaxação Baixa L Fio liso E Fio entalhe Fonte: Próprio autor. Propriedades mecânicas do aço Resistência característica à ruptura por tração do aço (fptk), limite de escoamento convencional (que diz respeito à deformação residual, pós-descarga, de 0,2%- fpyk) e o valor médio do módulo de elasticidate (Ep) são as principais propriedades mecânicas dos aços de protensão. Tabela 4. Elemento Ep (MPa) Fios 205000 Cordoalhas 195000 Fonte: próprio autor. Nos casos de fios e cordoalhas, o limite de escoamento convencional é aproximadamente a tensão que diz respeito à deformação de 1%. Figura 1. Diagrama tensão-deformação para aços sem patamar de escoamento. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Para cordoalhas, o módulo de elasticidade aparente é menor que o módulo de deformação dos fios, isso ocorre pois, no período de carregamento, há acomodação dos fios que compõem a cordoalha, o que faz com que a deformação seja mascarada. Para a CEB, é possível a utilização de um módulo de deformação longitudinal médio de ep=200000 MPa. 15 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i Segundo a NBR 7197, pode-se adotar para o aço de proteção o diagrama de deformação parecido com o de aços do tipo B. No caso do CA-XXB, a validade da lei de Hooke é na faixa de 0 a 0,7. Sendo que 0,7 fyd é denominado limite de proporcionalidade, figura 2. A tensão na fase elástica é dada por: ∅���� � ���� Eq. 2.1.1 ∅� = ���� ��� Eq. 2.1.2 Para tensões acima de 0,7 fyd ∅� � �� + ���� + 4��� − 0,49 Eq. 2.1.3 �� = 0,7 − 22,5 ����� Eq. 2.1.4 Para aços A ou b, caso ∅� � 1,0��������∅� = 1,0 As equações podem ser utilizadas para aços CAXXA, CAXXB e CP. Corrosão dos aços de protensão A corrosão é a principal manifestação patológica em estruturas de concreto, principalmente desde o fim do século XX (NOBREGA, 2002). É um problema que vem ocorrendo com maior frequência e que chama a atenção devido aos altos custos que envolvem a deterioração do material e o risco de comprometimento da estabilidade estrutural. Devido ao fato de se desejar cortar custos, as estruturas em concreto atuais apresentam menores seções do que as do passado e apresentam menor caráter protetor. Estruturas cada vez mais esbeltas e menos duráveis se tornaram uma tendência e, no caso do Brasil, grande motivo de preocupação, já que as cidades mais importantes do país estão situadas no litoral, submetidas à ação agressiva da atmosfera marinha, ou ambiente urbano industrial, sujeitos à intensa poluição (BOTELHO, 2008). Mais graves são os ataques em concreto protendido. Neste caso, a corrosão pode dar-se de forma tão intensa que pode ocasionar a perda da resistência e pode levar a peça ao colapso. O número de acidentes envolvendo a corrosão “consome” as reservas de instituições ao redor do mundo e o desenvolvimento de técnicas que avaliem de uma forma mais 16 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs precisa a durabilidade e vida útil das estruturas de concreto são de vital importância para a diminuição do número de acidentes que vêm ocorrendo durante os anos. Os metais são encontrados na natureza associados a outros elementos, sob a forma de óxidos ou sais metálicos, na forma de sulfetos, carbonatos e silicatos. Essas interações entre metais e outros elementos mais eletronegativos têm, por finalidade, a minimização da energia interna dos metais. Gentil (2007) afirma que, em alguns casos, pode-se associar a corrosão ao processo inverso ao siderúrgico, já que o último tende a extrair o metal a partir de minério e outros materiais, enquanto que na corrosão o metal é oxidado. A partir de sua concepção e ao longo de sua vida útil, as estruturas de concreto estão expostas a algumas condições agressivas que podem comprometer a sua durabilidade e estabilidade. No entanto, é possível diminuir esses problemas logo na fase de projeto, com a seleção de material de boa qualidade, assim como sua proteção e manutenção. Os aços de protensão sofrem muito com a corrosão eletrolítica. No caso de armaduras protendidas, diferentemente do concreto armado, o tipo de corrosão presente é a corrosão sob tensão (stress-corrosion) que provoca fragilização da seção da armadura, e possibilita que ocorra a ruptura frágil. Por este e outros motivos existe a necessidade que a armadura protendida seja protegida. Os dois principais motivos de preocupação em relação à corrosão no aço de protensão são o pequeno diâmetro dos fios e, como já foi dito, a elevada tensão que esse aço é submetido, que pode ocasionar corrosão sob tensão. A corrosão sob tensão ou corrosão catódica sob tensão pode ocorrer quando fatores como umidade, agentes agressivos, tensões de tração ocorrem de forma conjunta. Diferentemente da corrosão que ocorre nas armaduras de estruturas de concreto armado, onde o produto de corrosão (ferrugem) depois de certo tempo pode ser visto na superfície, nas estruturas protendidas essa corrosão não é detectada no exterior, originando fissuras inicias que podem levar à ruptura frágil e levar os cabos de protensão ao colapso, depois de um tempo. Os aços de proteção devem ser protegidos em todas as etapas, na fábrica, no transporte, na obra. O armazenamento deve ser feito em lugares cobertos, livres de humidade e arejados, evitando-se contato com o solo e com agentes agressivos (como nitretos, sulfetos, cloretos). Durante a montagem dos cabos, as bainhas precisam possuir uma boa impermeabilização. 17 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i Tabela 5. Fios com Relaxação Baixa (RB). Designação (ABNT) Diâmetro nominal Área nominal Massa nominal Limite de resistência à tração (fptk) Tensão para alongamento de 1% (fpyk)* Relaxação sob comprimento constante (1000h, 20°C) Tensãoinicial σpi/fptk = 0,6 0,7 0,8 mm mm2 kg/km MPa MPa % % % CP 150 RB 7 7 38,5 302 1500 1350 1 2 3 CP 160 RB 7 7 38,5 302 1600 1440 1 2 3 CP 150 RB 8 8 50,3 395 1500 1350 1 2 3 * Tensão para alongamento de 1%, considerada equivalente à tensão a 0,2% de deformação permanente f pyk , sendo que f pyk = 0,90 f ptk Valor médio para o módulo de elasticidade: 210.000 MPa Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Tabela 6. Cordoalhas de 2 e 3 Fios - Relaxação Normal (RN). Designação (ABNT) Diâmetro nominal Área nominal Massa nominal Tensão para alongamento de 1% (fpyk)* Limite de resistência à tração (fptk)** mm mm2 kg/km MPa MPa CP 180 RN 2 x 2,0 2 x 2,0 6,3 51 1.800 1.530 CP 180 RN 2 x 2,5 2 x 2,5 9,8 80 1.800 1.530 CP 180 RN 2 x 3,0 2 x 3,0 14,1 114 1.800 1.530 CP 180 RN 2 x 3,5 2 x 3,5 19,2 155 1.800 1.530 CP 180 RN 2 x 4,0 2 x 4,0 25,1 202 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 2,0 3 x 2,0 9,4 76 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 2,5 3 x 2,5 14,7 119 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 3,0 3 x 3,0 21,2 172 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 3,5 3 x 3,5 28,9 234 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 4,0 3 x 4,0 37,7 306 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 4,5 3 x 4,5 47,7 387 1.800 1.530 CP 180 RN 3 x 5,0 3 x 5,0 58,9 478 1.800 1.530 1. Coef. de relaxação (1000h, 20°C): 4,5%, 7% e 12% para tensão inicial σ pi /f ptk = 60%, 70% e 80%, respectivamente. 2. * Quociente entre a carga a 1% de alongamento e a área nominal de aço; considerado equvalente a 0,85f ptk 3. ** Quociente entre a carga de ruptura e a área nominal de aço (f ptk ) 4. Valor médio para o módulo de elasticidade: 195.000 MPa Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Tabela 7. Fios com Relaxação Normal (RN). Designação (ABNT) Diâmetro nominal Área nominal Massa nominal Limite de resistência à tração (fptk) Tensão para alongamento de 1% (fpyk)* Relaxação sob comprimento constante (1000h, 20°C) Tensão inicial σpi/fptk = 0,6 0,7 0,8 mm mm2 kg/km MPa MPa % % % CP 160 RN 4 4 12,6 98,7 1600 1360 4 5 8,5 CP 170 RN 4 4 12,6 98,7 1700 1450 4 5 8,5 CP 150 RN 5 5 19,6 154 1500 1280 4 5 8,5 18 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs Designação (ABNT) Diâmetro nominal Área nominal Massa nominal Limite de resistência à tração (fptk) Tensão para alongamento de 1% (fpyk)* Relaxação sob comprimento constante (1000h, 20°C) Tensão inicial σpi/fptk = 0,6 0,7 0,8 mm mm2 kg/km MPa MPa % % % CP 160 RN 5 5 19,6 154 1600 1360 4 5 8,5 CP 150 RN 6 6 28,3 222 1500 1280 4 5 8,5 CP 160 RN 6 6 28,3 222 1600 1360 4 5 8,5 CP 150 RN 7 7 38,5 302 1500 1280 4 5 8,5 CP 160 RN 7 7 38,5 302 1600 1360 4 5 8,5 CP 150 RN 8 8 50,3 395 1500 1280 4 5 8,5 * Tensão para alongamento de 1%, considerada equivalente à tensão a 0,2% de deformação permanente f pyk , sendo que f pyk = 0,85 f ptk Valor médio para o módulo de elasticidade: 210.000 Mpa. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Tabela 8. Cordoalhas de 7 fios - Relaxação Baixa (RB). Designação (ABNT) Diâmetro nominal Área nominal Massa nominal Tensão para alongamento de 1% (fpyk)* Limite de resistência à tração (fptk)** mm (pol) mm2 kg/km MPa MPa CP 175 RB 6,4 6,4 (1/4”) 25,0 195 1580 1750 CP 175 RB 7,9 7,9 (5/16”) 38,4 301 1580 1750 CP 175 RB 9,5 9,5 (3/8’’) 52,3 411 1580 1750 CP 175 RB 11,5 11,0 (7/16’’) 71,0 564 1580 1750 CP 175 RB 12,7 12,7 (1/2’’) 94,2 744 1580 1750 CP 175 RB 15,2 15,2 (0,6’’) 138,7 1100 1580 1750 CP 190 RB 9,5 9,5 (3/8’’) 54,8 432 1710 1900 CP 190 RB 11,5 11,0 (7/16’’) 74,2 582 1710 1900 CP 190 RB 12,7 12,7 (1/2’’) 98,7 775 1710 1900 CP 190 RB 15,2 15,2 (0,6’’) 140,0 1102 1710 1900 Coef. de relaxação (1000h, 20°C): 1,5%, 2,5% e 3,5% para tensão inicial σ pi /f ptk = 60%, 70% e 80%, respectivamente. * Quociente entre a carga a 1% de alongamento e a área nominal de aço; considerado equvalente a 0,90f ptk ** Quociente entre a carga de ruptura e a área nominal de aço (f ptk ) Valor médio para o módulo de elasticidade: 196.000 MPa Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Aços para armaduras ativas As principais características das armaduras ativas são sua elevada resistência e o fato de não apresentarem patamar de escoamento. É necessário que se haja uma alta elevada resistência devido ao fato de se desejar que seja permitido maiores alongamentos em regime elástico e a compensação de alguma perda de protensão que ocorra. 19 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i Essas perdas podem chegar a cerca de 415 MPa. Outras características necessárias são: ductilidade antes da ruptura, boas propriedades de aderência, baixa relaxação e boa resistência à fadiga e à corrosão. Tabela 9. Apresentação Quanto ao tratamento Normas brasileiras fios trefilados de aço (rolos ou bobinas); cordoalhas; barras de aço-liga de alta resistência, laminadas a quente. aços de relaxação normal (RN); aços de relaxação baixa (RB) NBR 7482/08 NBR 7483/08 NBR 7484/09 NBR 6349/08 Fonte: próprio autor. Exemplos de designação: 1. CP – 175 RN: aço para Concreto Protendido, com resistência característica mínima à tração (fptk) de 175 kN/cm2 (1.750 MPa) e de relaxação normal. 2. CP – 190 RB: aço para Concreto Protendido, com resistência característica mínima à tração (fptk) de 190 kN/cm2 (1.900 MPa) e de relaxação baixa. Massa específica, coeficiente de dilatação térmica e módulo de elasticidade Tabela 10. Norma Massa específica Coeficiente de dilatação térmica Temperatura Módulo de elasticidade NBR 6118 7.850 kg/m3 10-5 / °C entre - 20°C e 100°C. 200 GPa* * para fios e cordoalhas, caso não tenha dados conseguidos em ensaio ou não for fornecido pelo fabricante do aço. Fonte: Bastos, 2015. Dados sobre ductilidade do aço e resistência à fadiga estão contidos nos itens 8.4.6 e 8.4.7, respectivamente, da NBR 6118. Acondicionamento Figura 2. Rolo de fio. Fonte: Bastos, 2015. 20 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs Tabela 11. Dados do acondicionamento dos fios (Catálogo Arcelor Mittal). Diâmetro Nominal do Fio (mm) Peso Nominal (kg) Diâmetro Interno (cm) Diâmetro Externo (cm) Largura de Rolo (cm) 4 700 150 180 18 5 – 6 – 7- 8 - 9 700 180 210 18 Fonte: Bastos, 2015. Tabela 12. Dados do acondicionamento das cordoalhas (Catálogo Arcelor Mittal). Tipo de Cordoalha Peso Nominal (kg) Diâmetro Interno (cm) Diâmetro Externo (cm) Largura de Rolo (cm) Cordoalhas 3 e 7 fios 3000 76 139 79 Fonte: Bastos, 2015. Figura 3. Rolos de cordoalha engraxada e não engraxada (Catálogo ArcelorMittal). Fonte: Bastos, 2015. Figura 4. Rolos de fio e cordoalha (Catálogo ArcelorMittal). Fonte: Bastos, 2015. 21 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i diagrama tensão-deformação Segundo a NBR 6118, o diagrama tensão-deformação é fornecido pelo fabricante, e conseguido a partir de ensaios baseados na NBR 6349. Caso o fabricante não disponibilize o diagrama, a norma autoriza, para os estados-limite de serviço e último, a utilização do diagrama simplificado, para temperaturas entre - 20° C e 150° C. Figura 5. Diagrama tensão-deformação simplificado indicado pela NBR 6118 para aços de protensão. Fonte: Bastos, 2015. tg a = Ep = módulo de elasticidade = 200 GPa para fios e cordoalhas (caso não haja dados disponibilizados pelo fabricante e do ensaio). fpyk = resistência característica de escoamento convencional, para a deformação residual de 0,2 %. Os valores mínimos da resistência ao escoamento convencional fpyk, da resistência à tração fptk e o alongamento após ruptura εuk das cordoalhas devem condizer com os descritos na NBR 7483, e essas variáveis são descritas pela NBR 7482. Aços para armaduras passivas As armaduraspassivas são formadas pelos mesmos materiais das armaduras de concreto armado e regidas pela norma NBR-7480, a qual trata de barras e fios de aço utilizados na armadura para concreto armado. Normalmente, as armaduras passivas são formadas por: estribos, armaduras construtivas, armaduras de pele, armaduras de controle de aberturas de fissuras e, algumas vezes, armaduras que irão garantir a resistência última à flexão. 22 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs Bainhas e outros elementos As bainhas são tubos nos quais são colocadas as armaduras de protensão, e é preciso que se deslize sem atrito. São utilizados em protensão com aderência posterior e/ou em casos sem aderência (algumas vezes são utilizadas bainhas plásticas lisas). Em geral, são confeccionadas a partir de chapas de aço laminadas a frio, possuindo espessura entre 0,1 a 0,35 mm, costurados em hélice, ainda são realizadas ondulações transversais em hélice (BASTOS, 2015). A produção de ondulações é feita devido a fornecer diversas vantagens, como: » promove rigidez à seção da bainha sem alterar a flexibilidade longitudinal, proporcionando curvaturas com raios pequenos, o que permite enrolar cabos de grande comprimento e, consequentemente, o transporte em forma de rolos; » proporciona uma utilização mais fácil de luvas rosqueadas nas emendas; » as saliências e reentrâncias provocam o melhoramento da aderência entre a nata de injeção e o concreto. Com a finalidade de se criar aderência com a armadura de protensão, é necessário que haja o preenchimento dessas bainhas com calda de cimento. É necessário determinar os locais de injeção e os respectivos respires (tubos de saída de ar), para a injeção de nata de cimento. Os respingos devem ser alocados em pontos mais elevados do cabo. Já os pontos de injeção nos locais mais baixos (BASTOS, 2015). Figura 6. Ligação de um respiro num ponto intermediário da bainha. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998) 23 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i Calda de cimento para injeção Como vimos no tópico sobre bainhas, a calda ou nata de cimento é injetada no interior da bainha metálica. Seu principal objetivo é possibilitar aderência entre a armadura de protensão e o concreto da peça, na pós-tração, e proporcionar proteção à armadura em relação à corrosão. Existe uma norma para a calda de cimento para injeção, a NBR 7681. A nata é feita com uma relação a/c de entre 36 a 44 kg de água para cada 100 kg de cimento (BASTOS, 2015). Ancoragens A maneira mais básica e barata de fixação dos fios e cordoalhas é através de cunhas e porta-cunhas. Elas podem ser bi ou tripartidas, e estão instaladas em porta cunhas, que são cavidades de blocos ou placas de aço. Para armaduras pós-tracionadas, há um grupo de elementos que formam os denominados “sistemas de protensão”. disposições construtivas Todos os critérios utilizados para concreto armado relativos a dimensões mínimas, cobrimento de concreto da armadura e diretrizes para a execução das armaduras podem ser utilizados para estruturas de concreto protendido. Sobre os materiais: nBr 7197 Tabela 13. Elemento/ Material Especificações Armadura de protensão Deve-se, no armazenamento, tomar precauções e cuidados especiais para evitar corrosão do aço. Armadura passiva NBR 6118 Cimento NBR 6118 Aditivos Os aditivos são, em geral, utilizados para melhoramento da trabalhabilidade, redução na relação água/cimento ou aumento da compacidade e impermeabilidade. Agregado NBR 6118 Água NBR 6118 é estritamente proibido o emprego de água do mar, ou que haja presença de concentrações de cloretos. Concreto NBR 6118 não se autoriza relação a/c≥ 0,55 e fck < 21 MPa. 24 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs Lubrificantes e isolantes Os lubrificantes e isolantes, às vezes, são utilizados para evitar aderência, estes materiais não podem favorecer a corrosão da armadura de protensão. Cobrimento da armadura de protensão Vide tabela Fonte: próprio autor. Tabela 14. Valores básicos para peças estruturais em geral Ambiente não agressivo = 3,0 cm Ambiente pouco agressivo = 4,0 cm Ambiente muito agressivo = 5,0 cm Reduções permitidas em relação aos valores básicos Lajes e cascas = - 0,5 cm Concreto com f ck > 30 Mpa = - 0,5 cm Pré-fabricação em usina = - 0,5 cm Valores mínimos absolutos Agregado com d g < 3,2 cm = d g Agregado com d g > 3,2 cm = d g + 0,5 cm Caso de pós-tração com φ ext < 4,0 cm = φ ext Caso de pós-tração com φ ext > 4,0 cm = 4,0 cm Caso de pré-tração = 2φ = 2,0 cm * Nota: Nos cabos com bainhas esses cobrimentos referem-se à própria bainha. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). O texto, a seguir, foi retirado do site theconstructor.org, ele apresenta informações importantes e de forma resumida sobre o concreto protendido. O processo de indução de tensões de compressão na estrutura antes que seja posto a seu uso real é conhecido como protensão. O elemento de concreto protendido é um componente de concreto no qual são introduzidas tensões internas de forma planeada, de modo que as tensões resultantes das cargas sobrepostas são neutralizadas num grau desejado. introdução ao concreto protendido » A protensão é a criação intencional de estresse permanente em uma estrutura ou montagem, para melhorar seu comportamento e força em várias condições de serviço. » No concreto armado comum, que consiste em concreto e aço macio como componentes básicos, as tensões de compressão são ocasionadas por concreto enquanto tensões de tração são ocasionadas inteiramente pelo aço. O concreto só funciona como um material vinculativo. Ele não toma parte em resistir às forças externas. 25 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i » No concreto protendido, a compressão é induzida antes do carregamento nas zonas onde cargas externas normalmente causariam tensões de tração. » No caso de vigas longas, onde existem grandes forças de cisalhamento, os tamanhos do feixe têm de ser grandes para limitar as tensões diagonais de tração sob certos limites. A protensão diminui as tensões de tração diagonal. Isto levou a adotar a seção I modificada e a seção em T, na qual há uma redução substancial na área. » A fim de obter a vantagem máxima de um membro de concreto protendido, é necessário usar não só concreto de alta resistência, mas também fios de aço de alta resistência. » O concreto utilizado para trabalhos de protensão devem ter uma resistência de cubo de 35 N/mm2 para o sistema pós-tensionado e 45N/mm2 para o sistema pré-tensionado. » Na concepção de um elemento de concreto protendido, a perda estimada de protensão devida à contração do concreto e do deslizamento de concreto e aço é da ordem de cerca de 200 N /mm2. necessidade de protensão » Para compensar a deficiência de resistência à tração no concreto, o reforço de aço é fornecido perto do fundo de vigas simples para transportar as tensões de tração. Vantagens do concreto protendido durabilidade » Como esta técnica elimina a fraqueza do concreto em tensão, esses membros permanecem livres de rachaduras. Portanto, podem resistir aos efeitos de impacto, choque e reversão de tensões mais eficientemente do que R.C.C. estrutura. » Eles fornecem desempenho confiável a longo prazo em condições extremamente severas que poderiam destruir materiais menores. » São resistentes à deterioração dos climas extremos, ataque químico, fogo, dano acidental e os esforços determinados de vândalos. 26 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs Adaptabilidade » Pré-fabricados de produtos de concreto protendido podem ser projetados e fabricados para qualquer aplicação, variando em tamanho de pontes de curto alcancepara alguns dos maiores projetos do mundo. » Permite que os fabricantes de pré-moldados ampliem amplamente a variedade de projetos possíveis utilizando componentes pré- fabricados. » A plasticidade inerente do concreto permite criar componentes pré- fabricados em formas e tamanhos, os quais seriam proibitivamente caros usando outros materiais. resistência ao fogo » As pontes de concreto protendido não são facilmente danificadas pelo fogo. Têm excelente resistência ao fogo, baixos custos de manutenção, elegância, alta resistência à corrosão etc. impacto direto à economia local » O concreto protendido é produzido pela pequena empresa local – empregando mão de obra local. » A maior parte de suas matérias-primas também são compradas localmente e a saúde da indústria local de concreto protendido afeta diretamente a economia local. » Devido a cargas menores, devido a dimensões menores serem usadas, há uma economia considerável no custo de membros de suporte e fundações. » As formas estruturais padrão, tais como o núcleo oco, as vigas, as colunas e os painéis podem ser produzidos em massa a baixo custo. Construção rápida e fácil » Componentes de concreto pré-fabricados se prestam a horários de construção rápidos. » A fabricação pré-fabricada pode prosseguir enquanto a preparação do local está em andamento. 27 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i » As unidades pré-fabricadas podem ser entregues no local de trabalho e instaladas no momento em que são necessárias em qualquer tempo. » Construção rápida significa conclusão mais cedo e economia de custos resultante. » Economiza o custo de cofragem e centralização para grandes estruturas. Estética » Os componentes pré-fabricados podem ser fornecidos com uma ampla gama de formas e acabamentos que vão desde unidades estruturais suaves e densas a qualquer número de tratamentos arquitetônicos. » Podem-se obter texturas e tratamentos superficiais surpreendentemente ricos e variados, expondo areias de cor, agregados, cimentos e agentes corantes usando jateamento e retardadores químicos. » Forros de formulário personalizado podem ser usados para introduzir padrões e outros efeitos arquitetônicos. » Pedra, tijolo, telha e outros materiais podem ser moldados em painéis pré-fabricados na fábrica, permitindo designers para alcançar o olhar caro de alvenaria. desvantagens do concreto protendido Embora o protendido tenha muitas vantagens, ainda há algumas desvantagens deste processo: » O custo unitário dos materiais de alta resistência a serem utilizados é mais elevado, uma vez que é utilizado principalmente aço de alta resistência. » O custo inicial adicional é incorrido devido à utilização de equipamentos de protendido e sua instalação. » Trabalho extra e custo de transporte para o protendido também está lá. » A protensão não é econômica para vãos curtos e cargas leves. Comparação de vigas de concreto pré-esforçadas com vigas rCC 1. Em vigas RCC, o concreto no lado de compressão do eixo neutro sozinho é eficaz e o concreto no lado de tensão é ineficaz. Mas, nas vigas protendidas, toda a seção é eficaz. 28 UNIDADE I │ CoNCEItUAção E mAtErIAIs 2. As vigas de concreto armado são, geralmente, pesadas. Vigas protendidas são mais leves. 3. RCC vigas sendo pesado e maciço são mais adequados em situações onde o peso é mais desejado que a força. As vigas protendidas são muito apropriadas para cargas pesadas e extensões longas. 4. Em vigas RCC, não há nenhuma maneira de testar o aço e o concreto. Em vigas de concreto protendido, o teste pode ser feito enquanto pré- esforço. 5. A construção do RCC não envolve muitas unidades auxiliares. Mas vigas protendidas requerem muitas unidades auxiliares. Pressupostos na concepção de elementos de concreto protendido Os elementos de concreto protendido são analisados e concebidos com base nas seguintes hipóteses apresentadas a seguir: » Uma seção plana transversal do elemento permanecerá um plano depois de dobrar. » Dentro dos limites da deformação, a lei de Hooke é aplicável a componentes de concreto e aço. » A tensão no reforço não muda ao longo do comprimento do reforço. As alterações de tensão ocorrem somente para o componente de concreto. Variação de tensão no reforço devido a mudanças na carga externa é ignorável. Princípios do concreto protendido » Grande força de pré-esforço é aplicada ao membro pelos tendões, tensões elevadas de rolamentos são desenvolvidas nas extremidades pelos dispositivos de ancoragem. As ancoragens são geralmente concebidas para apenas a utilização em trabalhos de concreto de alta resistência. » As tensões de rebentamento susceptíveis às extremidades da viga não podem ser resistidas satisfatoriamente por trabalhos de concreto de baixa resistência. » Quando a transferência de tensão para o concreto tem de ocorrer por ação de ligação, o concreto deve ser de alta resistência. 29 ConCeituação e materiais │ uniDaDe i » Fissuras de encolhimento serão poucas quando o concreto de alta resistência é usado. » Devido ao elevado módulo de elasticidade do concreto de alta resistência, a deformação elástica e de deformação são muito pequenas, resultando em menor perda de protensão em todos os reforços de aço. 30 unidAdE ii ProCESSoS E EquiPAMEntoS dE ProtEnSão CAPitulo 1 Equipamentos de protensão Macacos hidráulicos O macaco hidráulico para protensão é o equipamento responsável e principal elemento tensionador que traciona o cabo de protensão. O Sistema que é responsável pelo tensionamento é composto por: macaco, bomba hidráulica de alta pressão, mangueiras e manômetro de pressão. O macaco é um dispositivo mecânico, em geral é hidráulico, que introduz no concreto uma força de protensão, gerando o tracionamento do cabo. O macaco proporciona ao concreto uma força de protensão. A proteção inicial será a força que atua no cabo logo depois da transferência da força de protensão para o concreto, que acontece após o assentamento das cunhas na placa de ancoragem pelo recuo da cordoalha e a retirada do macaco. Figura 7. Corte esquemático de um macaco hidráulico, com pistão maciço e em coroa de círculo. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 31 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II Figura 8. Macaco de Protensão. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Figura 9. Vista frontal e lateral de um macaco para o sistema Rudloff-VSL. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 32 UNIDADE II │ PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO Figura 10. Esquema de um macaco de protensão do tipo Stronghold, com cilindro especial para cravar as cunhas de ancoragem. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Ancoragens As ancoragens são dispositivos onde são fixados os cabos de protensão que estão tensionados. Eles têm, por objetivo, que manter a carga que o macaco hidráulico aplica e as ancoragens impedem que os cabos fiquem frouxos e percam sua tensão. As ancoragens podem ser divididas em ancoragem por: aderência, meio de cunhas, meio de roscas e porca, meio de cabeçotes apoiados em calços de aço ou em argamassa injetada. Ancoragens por aderência Este tipo de ancoragem é utilizada, normalmente, na protensão com aderência inicial. A força de proteção é muito grande, chegando a ser cerca de 4 vezes maior que ancoragens de barras nervuradas no concreto armado. Para forças tão grandes, a ancoragem de 33 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II nervuras na armadura só será efetiva se conseguir produzir uma aderência mecânica, pelas nervuras das armaduras ou de um perfilado que irá produzir um edenteamento entre a armadura de protensão e o concreto. Ancoragens por meio de cunhas Neste tipo deancoragem a protensão é realizada utilizando-se duas peças, um cone macho e outra fêmea. Pode ser dividido em dois grupos: ancoragem com cunhas deslizantes e ancoragem com cunhas cravadas. Figura 11. Princípio de ancoragem por meio de cunha. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Onde: 1 - fios de aço; 2 - cunha de ancoragem (cone macho); 3 - apoio de cunha (cone fêmea); P = força de protensão dos fios de aço do cabo; F = força aplicada sobre a cunha para ancorar o cabo. Figura 12. Ancoragem com cunha central. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 34 UNIDADE II │ PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO Figura 13. Sistemas de ancoragem com cunhas periféricas. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Onde: 1 - fios de aço; 2 - cunhas de ancoragem; 3 - peça de apoio. Ancoragens por meio de rosca e porca Para ancoragens por meio de rosca e porca, é permitido se utilizar fios ou cordoalhas ou barras maciças de protensão, este último é o mais utilizado para esse tipo de ancoragem. Para o caso de fios e cordoalhas é necessário realizar antes a ligação dos fios com um parafuso ou outra peça de rosca. Figura 14. Ancoragem por meio de rosca e porca. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Onde: 1 - fios de aço; 2 - peça metálica ligada aos fios; 3 - rosca; 35 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II 4 - cabeçote; 5 - porca; 6 - peça de apoio; P + força de protensão. Observe a figura 16 e entenderá melhor como ocorre o sistema de ancoragem. O macaco de protensão está ligado ao parafuso por meio de uma peça especial, e com isso o cabo é esticado. Quando se consegue chegar ao esforço e alongamento especificados no projeto, o sistema é apertado por uma porca na placa de apoio. Ancoragens mortas ou passivas Para alguns casos, visando à economia, os cabos são protendidos em uma só extremidade, e na outra se põe uma ancoragem passiva ou morta. Essas ancoragens podem ser executadas por: dispositivos mecânicos especiais; ancoragens normais com cunhas pré-cravadas; meio de laços colocados dentro do concreto e atrito e aderência das extremidades dos fios, em contato direto com o concreto. Figura 15. Ancoragem ativa e ancoragem morta. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Figura 16. Ancoragem morta com extremidades das cordoalhas em forma de laço. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 36 CAPitulo 2 graus de protensão As forças de protensão são empregadas com o objetivo de evitar ou limitar a fissuração em condições de utilização, logo, é muito importante determinar, em números, sua intensidade e excentricidades, claro que levando sempre em consideração os estados limites de utilização. Algumas questões sempre nos vêm à cabeça quando estamos fazendo um projeto para estruturas protendidas, como: quais são os limites de aplicação de forças de protensão? Em quais momentos se deve evitar a fissuração ou somente é necessário adotar um limite? Estes questionamentos estão relacionados com os conceitos de grau de protensão. O Grau ou nível de protensão são os critérios que serão levados em consideração no projeto para determinados efeitos que serão adicionados pela protensão a uma estrutura para que esta atenda os critérios mínimos de utilização. O grau de protensão pode ser definido pela equação a seguir, que relaciona momento fletor de descompressão e o característico máximo. �� = �� ������� Eq. 2.2.1 O momento de compressão é aquele que anula a tensão normal em algum ponto da seção transversal. É observada a relação entre os momentos, avaliando uma peça em relação ao surgimento ou não de tensões normais de tração, sobre solicitação do momento fletor máximo. A equação abaixo faz uma relação entre a armadura de protensão existente e a seção transversal, levando em consideração a resistência à tração. �� = ������ ������ � ������ Eq. 2.2.2 Existem três níveis de protensão, como mostrados na figura 18: » Nível 1 – Protensão Completa. » Nível 2 – Protensão Limitada. » Nível 3 – Protensão Parcial. Eles estão diretamente relacionados à classe de agressividade ambiental, o que se deseja em relação à fissuração e às combinações de ações de serviço. 37 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II Na tabela 15, encontramos a relação com as classes de agressividade. Na tabela 16, exigência relacionada à fissuração e à proteção da armadura. Figura 17. Resumo das possibilidades de combinação dos processos e tipos de protensão de utilização. Concreto Protendido Com pré-tensão (com aderência) Protensão completa Protensão limitada Protensão parcial Com pós-tensão Sem aderência Protensãocompleta Com aderência Protensão completa Protensão limitada Protensão parcial Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Figura 18. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 38 UNIDADE II │ PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO Tabela 15. Classes de agressividade ambiental (Tabela 6.1 da NBR 6118). Classe de agressividade ambiental (CAA) Agressividade Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto Risco de deterioração da estrutura I Fraca Rural Insignificante Submersa II Moderada Urbana Pequeno III Forte Marinha Grande Industrial IV Muito forte Industrial Elevado Respingos de maré Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). Tabela 16. Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental (Tabela 13.3 da NBR 6118). Tipo de concreto estrutural Classe de agressividade ambiental (CAA) e tipo de proteção Exigências relativas à fissuração Combinação de ações em serviço a utilizar Concreto simples CAA I a CAA IV Não há --- Concreto armado CAA I ELS-W, w k ≤0,4mm Combinação frequenteCAA II a CAA III ELS-W, w k ≤0,3mm CAA IV ELS-W, w k ≤0,2mm Concreto protendido nível 1 (protensão parcial) Pré-tração com CAA I ou pós-tração com CAA I e II ELS-W, w k ≤0,2mm Combinação frequente Concreto protendido nível 2 (protensão limitada) Pré-tração com CAA II ou pós-tração com CAA III e IV Verificar as duas condições abaixo ELS-F Combinação frequente ELS-D¹ Combinação quase permanente Concreto protendido nível 3 (protensão completa) Pré-tração com CAA III e IV Verificar as duas condições abaixo ELS-F Combinação rara ELS-D¹ Combinação frequente 1) A critério do projetista, o ELS-D pode ser substituído pelo ELS-DP com a p = 25mm (figura 3.1 da NBR 6118) NOTAS: 1. As definições de ELS-W, ELS-F e ELS-D encontram-se no item 3.2 da NBR 6118. 2. Para as classes de agressividade ambiental CAA III e CAA IV, exige-se que as cordoalhas não aderentes tenham proteção especial na região de suas ancoragens. Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). I. Protensão completa (nível 1) › Para casos onde os elementos de Concreto Protendido pré-tracionados, cujas classes de agressividade ambiental são as III e IV. › As principais exigências que devem ser atendidas estão listadas abaixo: · Estado-limite de descompressão (ELS-D) com combinação frequente de ações (ELS-D pode ser substituído por ELS-DP com ap = 50 mm). 39 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II · Estado-limite de formação de fissuras (ELS-F) com combinação rara de ações. II. Protensão limitada (nível 2) › Para casos onde os elementos de Concreto Protendido pré-tracionados, cuja a classe de agressividade ambiental II ou pós-tracionados em ambientes III e IV; › As principais exigências que devem ser atendidas, estão listadas abaixo: · Estado-limite de descompressão (ELS-D - ou ELS-DP com ap = 50 mm), com combinação quase permanente de ações;· Estado-limite de formação de fissuras (ELS-F) com combinação frequente de ações. III. Protensão parcial (nível 3) › Para casos onde os elementos de Concreto Protendido pré-tracionados, cuja classe de agressividade ambiental I ou pós-tracionados em ambientes I e II; › As principais exigências que devem ser atendidas, estão listadas abaixo: · Estado-limite de abertura de fissuras (ELS-W), com wk £ 0,2 mm, para combinação frequente de ações. Tabela 17. Níveis de protensão e estados limites de serviço a verificar (caso particular de viga sujeita a momento fletor externo positivo). Estados limites de serviço Descompressão Formação de fissuras Abertura de fissuras Nível de protensão Combinações de ações de serviço Quase permanente (CQP) Frequente (CF) Rara (CR) Completa (Pré-tração de CAA III e IV) Descompressão (ELS-D) Descompressão (ELS-D) Formação de fissuras (ELS-F) Limitada (Pré-tração de CAA II e pós- tração de CAA III e IV) Descompressão (ELS-D) Formação de fissuras (ELS-F) --- Parcial (Pré-tração de CAA I e pós- tração de CAA I e II) --- Abertura de fissuras (ELS-W, w k ≤0,2mm) --- Fonte: (VERISSIMO, CÉSAR, 1998). 40 UNIDADE II │ PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO Deve-se prestar atenção em algumas observações: a. em casos em que ocorre a protensão completa não se considera as tensões normais de tração, só em casos que ocorrem combinações raras (onde há a ocorrência de apenas algumas horas na vida útil), até o ELS-F (início de formação de fissuras); b. em casos que ocorre a protensão limitada admitem-se tensões normais de tração, sem ultrapassar o ELS-F (início de formação de fissuras). Podem surgir fissuras somente para a combinação rara, que seriam fechadas após cessada essa combinação; c. em casos que ocorre a protensão parcial consideram-se tensões normais de tração e fissuras com aberturas de até 0,2 mm. Macaco A norma que descreve as condições exigidas para a preparação da calda de cimento e sua injeção, para preenchimento de bainhas de armadura de protensão de peças de concreto protendido é a ABNT NBR 14931:2004 em seu Anexo B sobre Execução da injeção de calda de cimento Portland em concreto protendido com aderência posterior. injeção das armaduras de protensão O objetivo da nata de injeção é garantir uma proteção eficaz das armaduras protendidas contra a corrosão e garantir a ligação mecânica das armaduras protendidas com o concreto. Para que haja uma boa injeção, perfeita, é preciso que a nata possua algumas características: ausência de agentes agressivos, fluidez suficiente durante toda a injeção, boa estabilidade, pouca retração, resistência mecânica conveniente e pouca absorção capilar. Existem muitos fatores que têm bastante influência sobre a qualidade das natas como: a natureza, a idade. Outros fatores que podem ser citados são: a temperatura do cimento, a temperatura da água, as condições de misturação, a temperatura ambiente e a temperatura no interior da bainha. Segundo a NBR 14931, é necessário que os equipamentos de injeção e seus acessórios suportem uma pressão mínima de 15 Kgf\cm². A injeção deve ser realizada de forma contínua e regular, e a pressão não ultrapasse 2,0 MPa. Em geral, a pressão utilizada é em torno de 3 a 8 Kgf/cm², sendo a pressão de 5 Kgf/cm² a mais adequada. 41 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II Para cabos verticais e casos especiais podem ser necessárias pressões maiores, por este motivo, deve-se ter cuidado e evitar a incorporação de ar, por meio do controle da velocidade da injeção. Constituintes das natas I. Tipos de cimento: › CPI – 25, 32 ou 40. › Opção – CP II F – 25,32 ou 40. › Opção – CP II E – 25, 32 ou 40. Os cimentos tipo CP II Z, CP III, CP IV e CP V não devem ser usados na injeção de cabos protendidos. O cimento deve apresentar: › Teor do composto ≤ 10%. › Teor de enxofre de sulfetos ≤ 0.20%. › Cloro de cloretos ≤ 0.10%. II. Outras especificações: › Segundo a NBR 7681, a água potável, com concentração de cloro < 500 mg/litro, livre de detergentes. Já a utilização dos aditivos deve estar relacionada aos tipos de cabos de protensão que vão ser injetados. Os aditivos podem ser: plastificantes, retardadores de pega e expansores. É necessário a realização de ensaios de compatibilização com o cimento utilizado. Características das natas tradicionais a. Fluidez: o índice de fluidez diz respeito ao tempo de enchimento de uma proveta de um litro, através do cone de Marsh. Segundo a NBR 7682, o tempo deve está entre 9 a 15 segundos. b. Exsudação: segundo a NBR 7683, a porcentagem de água exsudada deverá ser menor que 2%. c. Expansão: segundo a NBR 7683, o valor máximo deve ser de 3 a 4%. 42 UNIDADE II │ PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO Figura 19. Exemplo de expulsão da água de exsudação da calda de cimento pelas cordoalhas. Fonte: ABNT NBR 14931:2004. Figura 20. Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar com calda de cimento. Fonte: ABNT NBR 14931:2004. Figura 21. Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar com calda de cimento. Fonte: ABNT NBR 14931:2004. 43 PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE PROTENSÃO │ UNIDADE II Figura 22. Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar com calda de cimento. Fonte: ABNT NBR 14931:2004. outras características Tabela 18. Característica Norma Retração - Tempo de pega NBR 7685 Início de pega NBR 7685 Fim de pega NBR 7685 Tempo de injetabilidade NBR 768 Resistência mecânica NBR 7684 Absorção capilar - Fonte: próprio autor. Proteção final das ancoragens Depois de 24h do fim da injeção e depois de se verificar se houve o preenchimento total do tubo e respiros de injeção, eles precisam ser cortados de forma cuidadosa. Todas as ancoragens e respiros precisam ser protegidos com concreto ou argamassa. Em locais que podem ocorrer a ação de água ou agentes agressivos é obrigatória a utilização de material epóxico para sua vedação e proteção. 44 unidAdE iii liMitES dE SoliCitAção E introdução ÀS PErdAS dE ProtEnSão CAPitulo 1 limites de solicitação níveis de protensão Níveis de protensão têm relação com os níveis de intensidade da força de protensão, a qual está diretamente relacionada com a proporção de armadura ativa usada em relação à passiva. Existem três níveis de protensão, como mostrados na figura 24: Nível 1 – Protensão Completa; Nível 2 – Protensão Limitada; e Nível 3 – Protensão Parcial. Figura 23. Fonte: França, 2002. 45 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III Deve-se preestabelecer alguns critérios para se escolher o melhor e mais adequado nível de protensão para uma estrutura. Leva-se em consideração fatores como: a agressividade do meio ambiente e ou limites para a sua utilização, quando colocada em serviço. Estados limites de serviço (ou de utilização) Estados limites de serviço estão intimamente ligados à durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e boa utilização funcional desta, seja em relação aos usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos utilizados. O Estados Limites de Serviço (ELS) é garantido quando os limites descritos nos tópicos abaixo não são excedidos. Estado limite de descompressão (ElS-d): O Estado limite de descompressão é aquele em que toda seção transversal estará comprimida, e a tensão normal será nula em alguns pontos da seção transversal. Elas são calculadas no estádio I, não existindo tração no restante da seção. Estado limite de formação de fissuras (ElS-f) Neste estado é conseguida a máxima tensão de tração, seu calculo é realizado no Estádio I. A resistênciaà tração na flexão é dada por fct, fl = 1,2 fctk, inf para peças de seção T e, igual a fct, fl = 1,5 fctk, inf para peças de seção retangular. Figura 24. Fonte: França, 2002. 46 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO Figura 25. Fonte: França, 2002. 47 CAPitulo 2 Perdas de protensão introdução A força efetiva de protensão varia em todo o comprimento do cabo e é menor do que a que foi aplicada pelo dispositivo de protensão. Dá-se o nome de perda de protensão à diminuição desta força. As perdas ocorrem por diversos fatores. Em geral, se divide as perdas em dois grupos: 1. Perdas imediatas que acontecem durante o estiramento e ancoragem dos cabos. 2. Perdas progressivas, que acontecem ao longo do tempo. As perdas imediatas para o concreto protendido com aderência posterior são aquelas que derivam de: atrito que ocorre entre o cabo e a bainha; forma como se acomoda os cabos nas ancoragens; encurtamento do concreto que ocorre no período de operação de protensão. Já as perdas progressivas são ocasionadas pelos seguintes pontos: retração e fluência do concreto e relaxação da armadura de protensão. Perdas por atrito em cabos pós-tracionados As perdas por atrito são diferentes quando se observa todo o comprimento do cabo. Ocorre o atrito do cabo com a bainha. Muito parecido com um sistema de polias-correia, onde a polia adquire um momento torçor por meio de uma correia. Figura 26. Fonte: (França et al, 2016). 48 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO A partir do esquema na figura 27, é possível supor o seguinte: p. μ. ds + dp = 0 Eq. 3.2.1 onde: μ = coeficiente de atrito entre a correia e a polia. Com: p = �� e ds = r. dα Eq. 3.2.2 Tem-se � � . μ. r. dα + dP = 0 ou �� � = −μdα Eq. 3.2.3 Logo, ln�P� = −μ. α + C Eq. 3.2.4 com P=P0, quando α=0, C = ln (P�) Eq. 3.2.5 Logo, ln�P� − ln�P�� = μα ou P = P�. e��� Eq. 3.2.6 Figura 27. Fonte: (França et al, 2016). A figura 28 mostra um exemplo usual, onde μ ≈ 0,2 e α ≤ 20° (0,35 rad). Logo, o produto μα ≤ 0,07. Caso se trabalhe com valores desta ordem, é permitido considerar: e��� ≅ 1 − μα Eq. 3.2.7 49 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III Originando P ≅ P��1 − μα� Eq. 3.2.8 O que ocorre de verdade é que o cabo possui ondulações inevitáveis por todo o seu comprimento, também na região curva. Para um comprimento x, que foi projetado e inclui trechos retos e curvos, é possível considerar um ângulo equivalente às ondulações do trecho, kα x. A força de protensão num ponto de abscissa x é dada por: P ≅ P��1 − μ�α + k�X�� Eq. 3.2.9 k = k�μ Eq. 3.2.10 Resultando P ≅ P��1 − μα − kx� Eq. 3.2.11 Na NBR6118/2003 são encontrados os valores abaixo para o coeficiente μ, caso não haja dados experimentais: » μ = 0,50 entre cabo e concreto (sem bainha); » μ = 0,30 entre barras ou fios com mossas ou saliências e bainha metálica; » μ = 0,20 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica; » μ = 0,10 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica lubrificada; » μ = 0,05 entre cordoalha e bainha de polipropileno lubrificada. μ: coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha (μ é 1/radianos ou rad-1) O coeficiente de perda por metro é dado por k, é ocasionado por curvaturas que não são propositais do cabo. Caso não existam dados experimentais, é permitido que se adote k=0,01 μ (1/m ou m-1). Na tabela 19, são encontrados alguns valores para μ e k. Tabela 19. Coeficientes μ e k segundo o CEB e o ACI. Cabos em dutos de concreto 0,50 0,005 CEB 0,15 a 0,25 0,0033 a 0,0049 ACI Cordoalhas em bainha metálica 0,20 0,002 CEB 0,15 a 0,25 0,00066 ACI 50 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO Monocordoalhas engraxadas 0,20 0,002 CEB 0,05 a 0,15 0,00066 ACI Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Calcula-se o valor da força de protensão nas extremidades de cada trecho através da força que foi definida para a extremidade inicial do trecho calculado. Em geral, considera-se que, em cada trecho, pode-se aproximar o diagrama da força por uma variação. Perda por acomodação das cunhas de ancoragem Em geral, se realiza a ancoragem do cabo por meio de encunhamento individual das cordoalhas. Ele ocorre juntamente com o recuo do cabo (δ), que é da ordem de alguns mm, ocasionando na diminuição da força de protensão, numa região de comprimento x renta à ancoragem, e impulsionando forças de atrito em sentido oposto aos da operação de protensão. Na figura 29, são vistas muitas situações que são possíveis de acontecer com a acomodação nas ancoragens de um cabo simétrico, protendido juntamente pelas suas extremidades. Figura 28. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). 51 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III São utilizados dois métodos para o cálculo da influência do encunhamento. O primeiro processo de cálculo é de simples interpretação e entendimento, fácil e de utilidade prática. Já o segundo é o método de cálculo bem mais aprimorado, trabalhado e preciso. 1° Método Utilizando a figura 29 como exemplo, será aqui estudado o efeito do encunhamento, o qual pode ser realizado segundo procedimento listado abaixo: a. Determinar Aδ = δ Ep. b. Determinar a área do triângulo (P0P1A) = A1. Figura 29. Fonte: (França et al, 2016). b.1. Caso A1 ≥ Aδ, a influência do encunhamento será restringida ao trecho curvo inicial e pode ser considerada a área da figura 30 (P0PP01=Aδ), ocasionando: A� = 2�P� − P�x 2 = P��μα + ka��x� a� Eq. 3.2.12 x = � A�a�P��μα + ka�� Eq. 3.2.13 P = P� + P� − P� a� x Eq. 3.2.14 52 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO P�� = 2P − P� Eq. 3.2.15 b.2. Se A1 ≤ Aδ, a influência do recuo na ancoragem vai além de P1 e deve-se passar para o item c; c. Determinar a área da figura 30 (P0P1P2BC) = A2; Figura 30. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). c.1. Caso A2 ≥Aδ, a extensão da influência do encunhamento é dada por: [área da figura (P0P1PP11P01)] = Aδ Originando; 2�P� − P� ��� + a�� = 2P�ky � � � + A�� = A� − A� Eq. 3.2.16 A partir dessa equação é obtido o valor de y e, consequentemente, x, de P11 e P01; c.2. Caso A2 < Aδ, o encunhamento afetará todo o cabo, como na figura 31. A força de protensão é calculada segundo a equação 3.2.17 (caso C): 2∆P�a� + a�� = A� − A� Eq. 3.2.17 53 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III Figura 31. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Nos cabos protendidos cuja ancoragem é fixa na outra extremidade, o diagrama de força de protensão é possível de ser construído, pela extremidade que ganha a protensão, utilizando-se do método anterior. 2° Método a. Caso A, em que x < a1 Figura 32. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). 54 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO O recuo do cabo é calculado dividindo-se a área da figura 33 hachurada pela rigidez normal. Temos: P��μα + ka��a� 2 + P�k�x − a�� �a� + x − a� 2 � = δ E�A� 2Eq. 3.2.18 Logo x = �E�A�δ − �P� − P��a� + P�ka� � P�k Eq. 3.2.19 P = P��1 − k�x − a��� Eq. 3.2.20 P�� = 2P − P� Eq. 3.2.21 P�� = 2P − P� Eq. 3.2.22 b. Caso C em que (x = a1 + a2) Figura 33. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Tem-se: �P� − P��a� 2 + �P� − P�� �a� + a� 2 � + ∆P�a� + a�� = δ2 E�A� 2 Eq. 3.2.23 Ou ∆P = E�A� δ2 − P� − P�2 a� − �P� − P�� �a� + a�2 � a� + a� Eq. 3.2.24 55 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III P�� = 2P� − P� − 2∆P Eq. 3.2.25 P�� = 2P� − P� − 2∆P Eq. 3.2.26 P�� = P� − 2∆P Eq. 3.2.27 Perda de protensão por encurtamento do concreto durante a fase de protensão dos cabos (concreto protendido com armadura pós-tracionada) Figura 34. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Observe a seção transversal detalhada, na figura acima, de uma viga protendida com armadura pós-tracionada, formada de 5 cabos (n = 5). Em geral, a protensão total é conseguida esticando, de forma sequencial, um cabo de cada vez numa soma total de cinco operações. A protensão de um cabo provoca uma deformação imediata do concreto e, portanto, afrouxamento dos cabos anteriormente protendidos. Perdas progressivas em armaduras aderentes Sendo as operações de protensão da peça de concreto protendido finalizadas, são injetados nos cabos uma nata de cimento, é ela que promove a aderência entre a armadura de protensão e o concreto. Supõe-se que a aderência é total, ou seja, perfeita e por isso se pode admitir que as deformações adicionais no concreto e na armadura de protensão são iguais. 56 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO A fluência, a retração do concreto e a relaxação da armadura de protensão são responsáveis por provocar as perdas progressivas. A fluência e a relaxação expõem a ação do tempo nos fatores de tensões e deformações. A partir da figura 36, tentaremos aqui descrever uma experiência que caracterize o fenômeno da relaxação e o fenômeno da fluência. Observe a barra AB, onde é aplicado um alongamento permanente no instante t0 e é aplicada uma a força de tração permanente de valor P0 que, logo, esta será aplicada de forma constante ao longo do tempo. Nesse instante t0 o alongamento inicial é dado por a0. Para materiais que têm tendência a sofrer fluência, este alongamento é aumentado com o passar do tempo com um valor assintótico a∞. A fluência provoca a elevação da deformação sob tensão constante. Figura 35. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). A partir da figura 37, tentaremos aqui descrever uma experiência que caracterize o fenômeno da relaxação. Observe a barra AB, onde é aplicado um alongamento permanente no instante t0, esse alongamento possui um valor a0 que permanece constante ao longo do tempo. Para que isto ocorra, é preciso que se aplique uma força de tração de intensidade Pi. Para materiais viscoelástico, há a redução dessa força à medida que o tempo passa, para um valor assintótico P∞. A viscoelasticidade proporciona, neste caso, a redução da tensão sob deformação constante, a esse fenômeno denominamos de relaxação. 57 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III Figura 36. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Admite-se aqui que o tempo tem um efeito sobre a peça de concreto protendido e decorra em condições que são próximas à da fluência pura no concreto e da relaxação pura na armadura de protensão. Para o concreto, as solicitações de caráter permanente são ocasionadas pela carga permanente (constante) e em termos de protensão há uma variação muito pequena; deformações adicionais aqui são muito parecidas com a fluência pura, essas deformações são geradas pelas tensões normais correspondentes no concreto. É aplicada na armadura uma grande deformação inicial com o objetivo de conseguir a força de protensão, ela se mantém quase que constante em todo o tempo, ocasionando perdas de tensão assemelhando-se à relaxação pura. Perdas por retração no concreto (Shrinkage Δσp,s) Figura 37. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). 58 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO A deformação por retração (εcs) trata da diminuição de temperatura entre 15°C a 38°C. Quanto à umidade relativa do ambiente (U), caso a umidade relativa do ar seja reduzida, a retração sofre uma elevação. Quanto à consistência do concreto no lançamento, se houver uma elevação da porosidade ocorrerá um aumento do índice de vazios. Figura 38. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Caso a idade fictícia do concreto no instante (to) da aplicação da carga seja reduzida, haverá a elevação da retração. Figura 39. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). ∆σ� = E�ε�� β Eq. 3.2.28 β é um fator de correção ( ≥1,0 ), pode ser usado β=1 a favor da segurança. 59 LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO │ UNIDADE III Perdas por fluência do concreto, (Creep εcc) Figura 40. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). ∆l� = φ�t�, t�∆l� Eq. 3.2.29 ε�� = ∆l� l Eq. 3.2.30 ε�� = φ�t�, t�ε� Eq. 3.2.31 Figura 41. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). Figura 42. Fonte: (FRANÇA et al, 2016). 60 UNIDADE III │ LIMITES DE SOLICITAÇÃO E INTRODUÇÃO ÀS PERDAS DE PROTENSÃO σ����� = ���� e� − ��� �� − ���������� e�� Eq. 3.2.32 σ����� = ���� e� − ��� �� �1 + e�� ���� � Eq. 3.2.33 �1 + e�� ���� � = η Eq. 3.2.34 σ����� = � positivo σ��� � + � negativo σ���� � Eq. 3.2.35 ∆σ��� ≅ ����������� Eq. 3.2.36 Eq. 3.2.32σ����� = �� �� e� − ����� − � ������� �� e�� Eq. 3.2.32 σ����� = ���� e� − ��� �� �1 + e�� ���� � Eq. 3.2.33 �1 + e�� ���� � = η Eq. 3.2.34 σ����� = � positivo σ��� � + � negativo σ���� � Eq. 3.2.35 ∆σ��� ≅ ����������� Eq. 3.2.36 Eq. 3.2.33 σ����� = ���� e� − ��� �� − ���������� e�� Eq. 3.2.32 σ����� = ���� e� − ��� �� �1 + e�� ���� � Eq. 3.2.33 �1 + e�� ���� � = η Eq. 3.2.34 σ����� = � positivo σ��� � + � negativo σ���� � Eq. 3.2.35 ∆σ��� ≅ ����������� Eq. 3.2.36 Eq. 3.2.34 σ����� = ���� e� − ��� �� − ���������� e�� Eq. 3.2.32 σ����� = ���� e� − ��� �� �1 + e�� ���� � Eq. 3.2.33 �1 + e�� ���� � = η Eq. 3.2.34 σ����� = � positivo σ��� � + � negativo σ���� � Eq. 3.2.35 ∆σ��� ≅ ����������� Eq. 3.2.36 Eq. 3.2.35 σ����� = ���� e� − ��� �� − ���������� e�� Eq. 3.2.32 σ����� = ���� e� − ��� �� �1 + e�� ���� � Eq. 3.2.33 �1
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